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TEORIAS

SOBRE O
ENVELHECI
MENTO
Karine Lima Verde Pessoa
Teoria e pesquisa sobre o
desenvolvimento da
personalidade
• Em termos psicossociais, a idade adulta já foi
considerada um período relativamente
estável;
• Freud não via propósito na psicoterapia
com pessoas com mais de 50 anos por
acreditar que a personalidade estava
completamente formada e os processos
mentais eram inflexíveis.
• No começo da década de 1980, quando a
escritora Betty Friedan foi convidada para
organizar um seminário na Universidade de
Harvard sobre “Crescimento na velhice”, o
ilustre behaviorista B. F. Skinner não quis
participar. Velhice e crescimento, disse ele,
são “uma contradição em termos” (Friedan,
1993, p. 23).
Teoria e pesquisa sobre o
desenvolvimento da
personalidade
• Por outro lado, teóricos humanistas
como Maslow e Rogers viam esse
período como uma oportunidade de
mudança positiva;
• Maslow afirmava que a
autorrealização só pode ocorrer com
a maturidade;
• Rogers defendia que o pleno
funcionamento humano exige um
processo constante e vitalício de
ajustamento entre o self e a
experiência.
Estabilidade
ou mudança?
O debate atual, entretanto, não é entre
estabilidade e mudança, mas sim sobre os
tipos de mudança e o que as ocasiona.
Poesia do
tempo
Viviane Mosé - poesia do Tempo
https://www.youtube.com/watch?v
=BF0-DtxKkRE
Envelheciment
o
• O envelhecimento biológico é definido como
a diminuição progressiva da capacidade de
adaptação e de sobrevivência (Neri, 2009
apud NERI, 2013, p.20).
• A trajetória do envelhecimento humano
comporta expressiva variabilidade,
dependendo do nível de desenvolvimento
biológico e psicológico atingido pelos
indivíduos e pelas coortes em virtude da ação
conjunta da genética, dos recursos sociais,
econômicos, médicos, tecnológicos e
psicológicos (NERI, 2013, p.20).
• Muitas teorias e conceitos com os quais
trabalhamos hoje seriam impensáveis há pouco
mais de um século.
• No limiar do século XX, a expectativa de vida de
Envelhecime um europeu não ultrapassava os 45 anos
• Não havia vacinas e antibióticos, as possibilidades
nto de reabilitação eram reduzidas e as condições de
trabalho eram muito duras em comparação com o
que acontece hoje.
• Para a maioria, significava não chegar a envelhecer,
ou ter uma velhice curta e cercada de doenças,
incapacidade e inatividade.
Envelhecimento
A partir dos anos de 1960, os avanços
médicos e tecnológicos, a urbanização, a
revolução sexual, o feminismo e, mais
recentemente, a globalização da economia e
do conhecimento contextualizaram novas e
profundas mudanças nas formas de viver a
velhice.

O alongamento do curso de vida fez


emergirem doenças da velhice que antes
tinham pouca oportunidade de se manifestar
e, por isso, pareciam eventos raros e Se vivermos 100 anos, todo homem terá
idiossincrásicos. câncer de próstata, afirma o urologista
Marcos Antônio Garcia.
Envelhecimento
• As alterações no perfil
epidemiológico das populações
vêm acarretando mudanças nos
sistemas e nos custos da saúde
de vários países.
• Novas instituições, políticas e
práticas sociais vêm sendo
criadas para atender às
necessidades dos idosos.
Envelheciment
o
• As mudanças no perfil das
famílias determinadas pela
expressiva e contínua diminuição
das taxas de natalidade vêm
gerando crescente necessidade
de profissionalização dos
serviços de assistência e de
proteção aos idosos.
Envelheciment
o
• Mudanças nas formas de produção
e nas relações de trabalho e o
aumento dos custos da velhice
inativa vêm determinando
alterações nos regimes de
aposentadoria e, em vários países,
a extensão do período produtivo
pela postergação da idade para a
aposentadoria ou pela flexibilização
do processo de afastamento.
TEORIAS PSICOLÓGICAS
SOBRE O
ENVELHECIMENTO
TEORIAS PSICOLÓGICAS E SEUS
PARADIGMAS
• A representação crescimento-culminância-contração
marcou de forma indelével as concepções ocidentais
sobre o desenvolvimento humano e teve grande
influência na psicologia, na escola, nas práticas de
criação de filhos, nos processos de trabalho e de
seleção para emprego e, sobretudo, nas formas de o
ser humano ver a si mesmo (NERI, 2013, p.21)
• Era tão “natural” pensar no envelhecimento como um
declínio global e universal, que outras hipóteses sequer
eram consideradas.
JUNG, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Para Jung, a vida é dividida em duas
metades, de acordo com a meta
predominante em cada uma.
• Na primeira metade, que abrange a
infância, a adolescência e a vida adulta
inicial, as metas são envolver-se com o
mundo externo e ser alguém na
sociedade.
• Os temas fundamentais são crescimento
e cultivo das capacidades, ou seja,
realização e expansão do self.
JUNG, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Por volta dos 40 anos, que à época marcavam o início da
meia-idade e a próxima transição para a velhice, o adulto
dá-se conta de que atingiu a segunda metade da vida.
• Inicia-se um movimento de contração com relação às metas
perseguidas na primeira metade.
• Emergem processos de revisão de vida, busca de
autoconhecimento e autoaceitação.
• Lulu, Nua e Crua (Trailer Legendado)
https://www.youtube.com/watch?v=5GX4R4MDNuM
JUNG, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Os temas desse período são:
 a diminuição da perspectiva de tempo futuro,
 a individuação, ou interiorização,
 o autoconhecimento
 e a espiritualidade.
• Comer Rezar Amar | Trailer A Legendado HD | Em exibição
nos cinemas
https://www.youtube.com/watch?v=cji7pUWhBi8
JUNG, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Enfoca-se a “união de opostos”, integrando aspectos
anteriormente repudiados e realizando tarefas difíceis e
necessárias:
1. Abrir mão da imagem de juventude;
2. Reconhecer a mortalidade.
• Reconhecer a mortalidade exige uma busca pelo significado
do self.
• DIVÃ (2009) - TRAILER OFICIAL
https://www.youtube.com/watch?v=qvyu7TVwdx0
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
 De acordo com essa teoria, o desenvolvimento pode
ser descrito como sucessão de oito fases ou ciclos,
cada um caracterizado pela emergência de um tema
ou crise evolutiva.
 As crises são consideradas temas cruciais que
emergem sequencialmente ao longo da vida, do
nascimento à velhice.
 Da tensão que se cria entre forças contraditórias ou
desafios irradiados pelos dois polos de cada uma
delas originam-se qualidades do ego e o crescimento.
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
1.Confiança x Desconfiança
2.Autonomia x Vergonha e Dúvida
3.Iniciativa x Culpa
4.Diligência x Inferioridade
5.Identidade x Confusão de Identidade
6.Intimidade x Isolamento
7.Generatividade x Estagnação
8.Integridade x Desespero
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Ao contrário de Jung, Erickson via a meia-idade
como uma virada para o exterior. Ele dizia que
em torno dos 40 anos as pessoas passam por sua
7ª crise normativa: geratividade X estagnação;
• Geratividade seria a preocupação com o
estabelecimento e a orientação da próxima
geração.
• Isso constituiria também um modo de perpetuar-
se através da influência sobre os que virão.
Sentem a necessidade de deixar um legado;
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• A geratividade não se refere só aos filhos e netos, mas
também ao ensino e ao aconselhamento, assim como da
produtividade ou da criatividade;
A grande virtude desse período é o cuidado com o que nos
importamos:
 Com os outros;
 Com os produtos;
 Com as ideias.
• Narradores de Javé - Trailer Oficial
https://www.youtube.com/watch?v=9aS6thRFpCA
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO

• Para Erikson, a conquista


culminante da vida adulta
tardia é o senso de
integridade do ego, ou
integridade do self,
conquista fundamentada
na reflexão sobre a própria
vida.
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• No oitavo e último estágio do ciclo
de vida, integridade do ego versus
desespero, os adultos mais velhos
têm de avaliar e aceitar suas vidas
para poderem aceitar a morte.
• A partir dos resultados dos sete
estágios anteriores, lutam para
conquistar um senso de coerência
e totalidade, em vez de se
entregar ao desespero por sua
incapacidade de reviver o passado
de forma diferente
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO

• A virtude que pode se


desenvolver nessa etapa é a
sabedoria
• Sabedoria significa aceitar a vida
que se viveu sem maiores
arrependimentos: sem ficar preso
ao que “deveria ser feito” ou
“poderia ter sido”.
• Cena “As confissões de Schmidt” –
avaliando a vida
https://www.youtube.com/watch?v=f
8RzfYgxde4
• Cena do filme “Antes de Partir”
https://www.youtube.com/watch?v=
XDL3HiCRMpE
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Embora a integridade deva superar o desespero para que
essa etapa seja resolvida com êxito, Erikson afirmava que
algum desespero é inevitável.
• As pessoas têm necessidade de se lamentar – não apenas
pelas próprias desventuras e oportunidades perdidas, mas
pela vulnerabilidade e transitoriedade da condição
humana.
• Video Um Amor para recordar
https://www.youtube.com/watch?v=OkwwjqkEApg
ERIKSON, SOBRE O
ENVELHECIMENTO
• Erikson acreditava, porém, que, mesmo quando as
funções do corpo enfraquecem, as pessoas devem
manter um “envolvimento vital” na sociedade.
• Com base em estudos feitos sobre as histórias de vida
de octogenários, ele concluiu que a integridade do ego
resulta não somente da reflexão sobre o passado, mas
de contínuos estímulos e desafios – quer por meio de
atividade política, de programas de manutenção da boa
forma, do trabalho criativo, quer pelos
relacionamentos com os netos
• Trailer “Elsa e Fred: um amor de paixão”, 2005
https://www.youtube.com/watch?v=8Hx8iiZiae8
PAUL BALTES E A TEORIA
LIFESPAN
• OTIMIZAÇÃO SELETIVA COM COMPENSAÇÃO
• Esse modelo descreve estratégias que
possibilitam às pessoas adaptar-se ao
equilíbrio mutável do crescimento e declínio
ao longo da vida.
• Na velhice, os recursos são cada vez mais
dirigidos para a manutenção da saúde e a
administração de perdas
PAUL BALTES
E A TEORIA
LIFESPAN
 Na infância, a ênfase do desenvolvimento é
no crescimento, e, na velhice, na
manutenção de capacidades e na
regulação de perdas.
 Para que o desenvolvimento se estenda até
idades avançadas, são necessários
progressos cada vez mais expressivos na
evolução cultural e na disponibilidade de
recursos culturais: instrumentos,
habitação, técnicas e equipamentos de
trabalho, higiene, imunização, antibióticos
e outros recursos de proteção às agressões
do ambiente e educação.
PAUL BALTES
E A TEORIA
LIFESPAN
 Foi inicialmente concebida para explicar a
velhice bem-sucedida (Baltes & Baltes,
1990). Hoje, é considerada útil à
explicação da adaptação de pessoas de
todas as idades.
 O foco desse modelo é saber como
indivíduos de todas as idades alocam e
realocam seus recursos internos e
externos tendo em vista a otimização de
recursos e a compensação de perdas.
Falamos então de processos de seleção,
de otimização e de compensação.
A seleção é importante quando recursos como
tempo, energia e capacidade são limitados.
Envolve estabelecer hierarquia, redefinir
PAUL quantidade de metas e ajustá-las aos recursos
disponíveis.
BALTES A otimização está associada a busca de níveis
mais altos de funcionamento. Pode ser realizada
EA mediante educação, treino sistemático e suporte
social dirigidos à cognição, à saúde, à capacidade

TEORIA atlética e às habilidades.


A compensação envolve a adoção de alternativas

LIFESPAN para manter o funcionamento. São exemplos de


compensação o uso de aparelhos auditivos e de
cadeira de rodas, a utilização de pistas visuais
para compensar problemas de orientação
espacial e a utilização de deixas para auxiliar a
memória verbal.
Outras teorias
interessantes
Teoria da atividade
(Havighurst, 1951)
 A manutenção da atividade e dos papeis
sociais é descrita como condição de uma
velhice exitosa, caracterizada por altos
níveis de satisfação, saúde e
produtividade.
 Ao contrário, o declínio em atividades
físicas e mentais acarreta doenças físicas e
psicológicas e afastamento.
 Para a manutenção de um autoconceito
positivo e a ampliação das possibilidades
de adaptação, os idosos devem substituir
os papéis sociais perdidos em virtude do
envelhecimento por outros.
Teoria do afastamento (Cummings &
Henry, 1961)
• Ao apontar a tendência à interiorização e ao
afastamento como típica da meia-idade e da velhice,
Bühler (1935) e Jung (1971) caracterizaram esses
processos como intrínsecos e capazes de gerar
crescimento.
• Nessa perspectiva, Cummings e Henry (1961) viam o
desengajamento como algo positivo. Os autores
entendiam por desengajamento o afastamento natural
e normal das pessoas que envelhecem dos papéis
sociais e das atividades da vida adulta. Paralelamente,
ocorreria aumento da preocupação com o self e
declínio do envolvimento emocional com os outros.
Teoria do afastamento
(Cummings & Henry,
1961)
• A teoria do afastamento viu a tendência ao
afastamento ou desengajamento como
produto da socialização e, sem entrar no
mérito do crescimento do idoso,
considerou-a como requisito funcional da
estabilidade social.
• Os autores consideram que a
funcionalidade do afastamento dos idosos é
útil para eles e para a sociedade. Aos
primeiros, possibilita preparar-se para a
morte e, à segunda, abre espaço para o
envolvimento de pessoas mais jovens e
mais eficientes.
Teoria do afastamento A teoria do afastamento não se sustenta empiricamente, pois não
há evidências de que os idosos o fazem voluntária e
(Cummings & Henry, universalmente, tampouco se sabe se aqueles que não se afastam
1961) têm algum tipo de problema ou pertencem a uma elite de idosos
bem-sucedidos.
TEORIA DA
CONTINUIDADE
(Robert Atchley, 1989)
• Nessa perspectiva, a atividade é importante não
por si mesma, mas à medida que representa a
continuação de um estilo de vida e ajuda os adultos
mais velhos a manter um autoconceito semelhante
ao longo do tempo.
• Desse modo, pessoas ativas sentem-se melhor
mantendo-se ativas na velhice, ao passo que
pessoas com menor padrão de atividade pode ficar
bastante feliz em uma cadeira de balanço.
• É claro que, em certas atividades, nem sempre é
possível a continuidade, mas na medida em que as
atividades favoritas possam ser mantidas, os idosos
provavelmente serão mais felizes.
Atividades
Produtivas

Alguns pesquisadores concentram-


se na atividade produtiva, quer
seja remunerada ou não, como a
chave para envelhecer bem.
teoria da modernização
(Cowgill & Holmes, 1972)
• ideia central é de que o status social do idoso declina com a
modernização da sociedade. Esse declínio é presidido por quatro
processos:
1. O processo de urbanização e a consequente separação
geográfica, acarreta enfraquecimento dos laços familiares,
aumento da distância entre as gerações e, em consequência,
diminuição do status dos idosos na família e na comunidade.
2. a adoção de novas tecnologias, que torna obsoletos os
conhecimentos e as capacidades dos idosos em favor da
valorização dos mais jovens e produz rebaixamento do seu
status, da sua influência, do seu autoconceito e do seu
envolvimento social.
teoria da modernização
(Cowgill & Holmes,
1972)

3. Em terceiro lugar, a defasagem na


atualização tecnológica acaba por
subordinar os mais velhos aos mais
jovens.
4. A medida que aumenta a proporção
de idosos na população, produz-se
uma tensão por recursos que é
prejudicial à imagem social e ao bem-
estar dos idosos, pois estes passam a
ser vistos como um problema social.
teoria da modernização
(Cowgill & Holmes,
1972)

A defasagem estrutural é uma fonte


importante de atribuição de estereótipos
negativos aos idosos, como, por exemplo,
o aumento do número de idosos na
população ocasiona:
 aumento dos custos dos serviços de
saúde e da previdência social,
 precarização do atendimento em saúde
aos não idosos,
 aumento da carga tributária.
Lembram disso?
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

Fala-se bastante de uma redução da


interação social na pessoa idosa,
mas isso não é necessariamente
ruim.
A interação social tem 3 objetivos
principais:
1. Aquisição de Informação;
2. Desenvolvimento da Identidade;
3. Bem-estar emocional.
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

• Na juventude, as pessoas tendem a cultivar relacionamentos


sociais mais numerosos porque, nessa fase da vida, eles
promovem a exploração do mundo, o aumento da
informação e a afirmação de status e da identidade. Suas
metas são mais numerosas e de longo prazo, porque o tempo
é percebido como relativamente ilimitado.
• Na velhice, as metas de busca de informação são substituídas
por metas de busca de regulação emocional. Ou seja, a
redução nos contatos sociais reflete uma seleção ativa, na
qual as relações sociais emocionalmente próximas são
mantidas porque têm maior chance de oferecer conforto
emocional.
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

• Essas relações sociais são mais importantes


para a adaptação nesse momento de
redução da perspectiva temporal do que a
ampliação da rede de contatos sociais.
• Podemos dizer que passa a valer mais a
qualidade que a quantidade ou diversidade
de contatos sociais.
• Carstersen identificou que os idosos que
reduzem os contatos periféricos, mas
mantêm contatos emocionais significativos
com pessoas afetivamente próximas,
desfrutam de maior bem-estar subjetivo do
que os que não o fazem.
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

Ainda segundo Carstersen, os idosos


apresentam, em geral:
 maior capacidade de calibrar o
efeito da intensidade dos eventos,
 maior integração entre cognição e
afetividade,
 mecanismos de defesa mais
maduros,
 mais uso de estratégias proativas,
 maior satisfação com a vida.
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

• A experiência emocional
impacta, inclusive, na
longevidade.
• Independentemente de gênero,
idade e raça, os idosos com mais
experiências emocionais
positivas apresentaram
probabilidade de sobrevivência
superior a 13 anos, em
comparação com aqueles que
tinham experiências emocionais
predominantemente negativas.
Teoria da seletividade
socioemocional
(Carstensen, 1991; Carstensen et al., 2011)

• A teoria defende que os idosos


moldam seu ambiente social de
modo a maximizar seu potencial
para sentir afetos positivos e para
minimizar os afetos negativos.
• Nesse sentido, viver bem a velhice
significa viver bem com os
recursos disponíveis, e não
propriamente dispor de recursos
físicos, cognitivos e sociais
excepcionais.
Teoria do
controle
(Heckhausen & Schulz, 1995;
Heckhausen, Wroch, & Schulz, 2010)

Comportamentos de controle e
percepção de controle são aspectos
cruciais à adaptação e ao
desenvolvimento.
Desse modo, idosos repentinamente
privados da possibilidade de controlar
seu corpo ou seu ambiente imediato, em
virtude de uma moléstia neurológica,
tendem a apresentar depressão,
ansiedade, baixa autoestima e baixo
senso de autoeficácia, o que prejudica
sua possibilidade de reabilitação.
Teoria do
controle
(Heckhausen & Schulz, 1995;
Heckhausen, Wroch, & Schulz, 2010)

Nessa linha de raciocínio, Heckhausen


e Schulz (1995) definem:
1. controle primário como a
adequação do ambiente aos
próprios desejos ou necessidades,
2. controle secundário, como a
adequação de si mesmo ao
ambiente.
IMPORTANTE - O controle pode
acontecer em um campo puramente
simbólico!
Teoria do
controle
(Heckhausen & Schulz, 1995;
Heckhausen, Wroch, & Schulz, 2010)

• Considere uma pessoa idosa que atribui


ao uso de um amuleto uma melhora em
sua condição de saúde.
• Ela relata ter piorado quando deixou de
usá-lo e diz que melhorou quando
passou a usá-lo novamente.
• Na verdade, essas oscilações podem ser
devidas à interferência da ansiedade e
de outros estados emocionais negativos,
que são reduzidos pela reintrodução do
amuleto, resultando em sensação de
melhora da saúde.
Teoria do
controle
(Heckhausen & Schulz, 1995;
Heckhausen, Wroch, & Schulz, 2010)

• Nessas situações, ações e


interpretações baseadas na sorte ou
no destino, em poderes
sobrenaturais ou no poder de
pessoas poderosas podem revelar-
se funcionais porque desfocam a
atenção da impossibilidade, do
insucesso e do medo para tentativas
de restabelecer o controle primário,
sem o risco de autopunição e de
senso de fracasso.
Teoria do controle
(Heckhausen & Schulz, 1995; Heckhausen,
Wroch, & Schulz, 2010)

A religião torna-se cada vez mais importante para


muitas pessoas à medida que elas envelhecem.
Possíveis explicações incluem:
o apoio social,
o encorajamento a levar estilos de vida
saudáveis,
a percepção de uma medida de controle sobre a
vida por meio da oração,
a criação de estados emocionais positivos,
a redução do estresse,
a fé em Deus como forma de interpretação dos
infortúnios.
Teoria do controle
(Heckhausen & Schulz, 1995; Heckhausen,
Wroch, & Schulz, 2010)

Como estratégias de controle secundário


podemos destacar a atribuição de novos
significados a situações geradoras de estresse,
por exemplo:
 Ajustamento de metas (passei da idade de
querer ou fazer),
 Comparação social com pessoas que se
encontram em situação pior

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