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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
ADOLESCÊNCIA............................................................................................................2
ASPECTOS FISIOLÓGICOS...........................................................................................2
TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS FEMININAS: HORMÔNIOS ESTROGÊNIO E
PROGESTERONA........................................................................................................3
ASPECTOS EMOCIONAIS E PSICOLÓGICOS:.......................................................3
MÉDIA E SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA.......................................................4
ASPECTOS AFECTIVOS............................................................................................4
ASPECTOS INTELECTUAIS......................................................................................5
ASPECTOS SOCIO-MORAIS......................................................................................5
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE............................................................................6
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL.....................................................................6
MORATÓRIA PSICOSSOCIAL..................................................................................7
CONCLUSÃO...................................................................................................................8
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................9

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho insere-se na pesquisa científica da disciplina de FAI que


abrange a critérios psicológicos do indivíduo desde o seu nascimento até ao seu
desenvolvimento intelectual. Desta forma importa-nos dizer que adolescência é a fase
que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Caracteriza-se por alterações em
diversos níveis - físico, mental e social - e representa para o indivíduo um processo de
distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de
aquisição de características e competências que o capacitem a assumir os deveres
e papéis sociais do adulto.

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ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma etapa muito importante na evolução do ser humano
porque representa um período de transformações e de experimentações que vão no
sentido da procura e da construção da identidade. É através de um processo dinâmico
que a adolescência se inicia e desenrola. Começa com a puberdade (fenómeno físico e
biológico) e termina com a aquisição da identidade, da autonomia e da elaboração de
um projecto de vida e da integração como ser social.
Biologicamente, é mais fácil definir o início da puberdade e mais difícil situar o
término da adolescência, pois este baseia-se em critérios psicológicos, sociais e culturais
e todos estes critérios são variáveis, mudando de caso a caso. Podemos afirmar que a
adolescência varia conforme cada infância, cada fase de maturação, cada família, cada
época, cada cultura e cada classe social. De uma forma genérica, esta etapa existencial,
na nossa cultura actual, abrange um período entre os 12-13 anos e os 18 anos.
A ambivalência deste período liga-se com as transformações globais que
ocorrem no indivíduo e que tornam o adolescente de difícil compreensão para os outros
e até mesmo pelo próprio. É uma fase de inquietação pois existem sentimentos
antagónicos que se comparam: autonomia versus dependência, crescer versus regredir.
Na nossa sociedade actual é vulgar associar-se ao conceito de adolescência um conjunto
de comportamentos problemáticos e desviantes relacionados com o consumo de droga,
actos de vandalismo, violência, roubo e homicídios, gravidez prematura, suicídio e
outros.
As estatísticas parecem validar a ideia de que a adolescência é propícia a
comportamentos delinquentes e atitudes de desvio, contudo, referem-se a jovens com
comportamentos de desvio, os quais constituem um problema social grave. Porém,
como se tratava de estudar a delinquência juvenil, os psicólogos não tinham como
objectivo a observação de jovens com comportamentos socialmente aceitáveis. A
delinquência juvenil existe e merece que os adultos se preocupem com ela, mas
generalizar indevidamente conduz a preconceitos sociais.

ASPECTOS FISIOLÓGICOS
A origem da adolescência centra-se na maturação do sistema nervoso e,
sobretudo, nas alterações físicas próprias da puberdade, alterações essas que obrigam o
adolescente a reencontrar a sua identidade física e psicológica, bem como a avaliar o
seu papel nas relações interpessoais e na sociedade, de forma geral.
Quanto às transformações fisiológicas típicas dessa fase da vida, pesquisadores
do SunyDownstate Medical Center (EUA) descobriram que o THP (ou
alopregnanolona) é o hormônio responsável por alterações no humor dos adolescentes,
além de promover a dificuldade de aprendizado dos mesmos.
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A proteína específica chamada alfa4-beta-delta se prolifera durante a puberdade
no hipocampo, região cerebral crucial para o aprendizado, alterando também os níveis
de estresse dos adolescentes.
O harmónio THP naturalmente possui um efeito tranquilizante na criança e no
adulto, mas durante a puberdade, esse efeito é invertido, causando muito estresse
durante essa fase da vida do indivíduo.Felizmente, essas alterações fisiológicas
oferecem ao adolescente uma capacidade de reflectir, compreender e conseguir, pouco a
pouco, um maior grau de satisfação, autonomia e intimidade.

TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS FEMININAS: HORMÔNIOS


ESTROGÊNIO E PROGESTERONA

A forma do corpo começa a mudar:

 A cintura fica mais fina;


 Os ossos da bacia alargam-se;
 Os seios crescem;

Os órgãos genitais também mudam:

 A vagina fica com a parede mais espessa;


 O útero aumenta de tamanho;
 Aumenta a irrigação sanguínea do clitóris;
 Crescem os pelos das axilas e da região púbica;
 Dá-se a primeira menstruação ("menarca").

Transformações físicas masculinas: Hormônio testosterona

 Crescem os pelos do rosto;


 Das axilas e da região púbica;
 A voz muda;
 A laringe cresce;
 Dá-se o crescimento dos testículos e do pênis;
 Surgem as primeiras ejaculações.

ASPECTOS EMOCIONAIS E PSICOLÓGICOS:

A adolescência é uma fase marcada por uma grande instabilidade emocional e


pela presença de conflitos pessoais. Apesar disso, é um período necessário, pois permite
ao indivíduo gerar laços afectivos e sociais mais estáveis, o que irá facilitar a sua
posterior adaptação e integração como adulto na sociedade.
É normal que o adolescente se comporte de maneira inconsciente e
imprevisível.Lutar contra os seus impulsos e aceitá-los; amar os seus pais e odiá-los; ter
vergonha de os assumir perante outros e querer conversar com eles; identificar-se e
imitar os outros enquanto procura uma identidade própria. O adolescente é idealista,
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artístico, generoso e altruísta, como jamais o será novamente, mas também é o oposto:
egoísta, calculista, egocêntrico.

MÉDIA E SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA


Nos últimos anos, a internet, a globalização e a falta de censura nos meios de
comunicação com forte apelo sexual expõem os jovens a situações ainda não bem
compreendidas por eles. Os adolescentes copiam os modos adultos e querem ter os
privilégios da maturidade. Mas falta-lhes a experiência, a responsabilidade e o
significado real de um envolvimento sexual. A gravidez de risco na adolescência,
infelizmente, é um dos resultados desastrosos desta situação actual. A pouca informação
qualificada e o precário respeito dos adultos perante as necessidades dos jovens são os
verdadeiros responsáveis pelo falso e ilusório desenvolvimento do adolescente de hoje.

ASPECTOS AFECTIVOS
As alterações físicas levam o jovem adolescente a voltar-se para si próprio,
procurando entender o que se está a passar. Alguns adolescentes fecham-se muito sobre
si próprios, não comunicando com os adultos. Por vezes, escrevem um diário, isolam-se,
têm devaneios para tentarem corresponder a necessidades interiores que contribuem
para se conhecerem melhor a si mesmos e desenvolverem-se emocionalmente. Os pares
têm uma função muito importante, pois são neles que o indivíduo pode encontrar
respostas para várias inquietações e questões como o “Serei normal?”, “Como será o
meu futuro” ou “Só eu sinto as coisas desta forma?”. Os modelos de identificação
deixam de ser os pais para passarem a ser os jovens da mesma idade, fazendo parte de
um processo de autonomia e de individualização.
Por vezes, os pais são alvos de severas críticas que estão relacionadas com este
processo interno – os jovens não têm a verdadeira consciência das apreciações
atribuídas aos pais e, em certos casos, podem sentir um vazio enorme, desprotecção,
perturbação e incompreensão dos seus afectos. Esta incompreensão de que muitas vezes
se sentem vítimas, é frequentemente, uma projecção da sua própria dificuldade em se
compreenderem intimamente. A sua mudança fisionómica causa grande ansiedade.
O adolescente tem que assumir uma imagem sexual do seu corpo, o que nem
sempre é fácil, pois têm que fazer a distinção das transformações fisiológicas com a
aceitação psicológica. A forma como cada um se autopercepciona e a forma como
gostam de si é muito influenciada pelo meio onde vive e pela maneira como é aceite
pelos outros. Nesta sociedade actual, existe uma certa tirania sobre os jovens, criando-se
estilos padrões que não se coadunam a todos os corpos e assim, nasce a necessidade de
se afirmarem como diferentes e originais, que alguns jovens demonstram na forma de
vestir, de falar, nas atitudes e comportamentos.
Ainda de salientar que nos aspectos afectivos, existe uma fragilidade e
agressividade que se manifestam em súbitas alterações de humor. São frequentes crises
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de choro, de euforia e de melancolia. As grandes e globais alterações causam uma
tensão tal que se traduz em impulsos não controlados.

ASPECTOS INTELECTUAIS

A adolescência é uma fase em que se obtém uma maturidade intelectual.


Segundo Piaget, no quarto estádio das Operações Formais, o adolescente domina o
pensamento puro, que o faz filosofar sobre vários aspectos, conduzindo-o ao
egocentrismo intelectual, que o fará sentir-se o centro do universo e as suas teorias as
melhores do mundo e as únicas correctas.
Uma boa forma de lhes baixar o nível do egocentrismo e, simultaneamente,
enriquecer-lhe os conhecimentos, será o debate sobre temáticas actuais e interessantes,
como a toxicodependência, a homossexualidade e também, por exemplo, sobre a vida
política. Vai permitir-lhe partilhar e ouvir diferentes opiniões e pontos de vista. O
pensamento formal vai abrir novas perspectivas e exercitá-las através da aprendizagem,
da crítica e da interrogação do futuro.
No desenvolvimento psicossocial, o raciocínio hipotético-dedutivo permite
ajudar na escolha de opções profissionais, na escolha de caminhos e construção do
futuro. Estas novas capacidades cognitivas e o exercício das mesmas, permite-lhe
reflectir antes de agir e manter uma certa distância relativamente aos conflitos
emocionais. Há uma necessidade de coerência nas discussões intermináveis, no
questionar os problemas e os argumentos expressos que são importantes na formação de
ideias próprias.

ASPECTOS SOCIO-MORAIS
Com a entrada do jovem na adolescência, inicia-se o interesse por problemas
éticos e ideológicos. Gosta de debater e faz opções, construindo valores sociais
próprios. Os valores normalmente defendidos com grande radicalidade são, por
exemplo, a liberdade, a lealdade, a coerência e a justiça social. A consciência de um
novo estatuto e papel na comunidade leva-o a exercer uma nova socialização.

Quando um adolescente descobre que a sociedade não se coaduna com as


aspirações e valores que defende, revolta-se e defende uma perfeição moral,
expressando um grande altruísmo. A forma como se vive a adolescência não só está
relacionada com a infância, como também com o meio comunitário envolvente pelas
suas dimensões geográficas, económicas e socioculturais. Esta ligação origina a forma
como se faz a aprendizagem da vida e como se participa na vida cívica.
Aquando da adolescência é construída uma identidade pessoal, sexual e
psicossocial. Esta crise de identidades que o jovem atravessa é explicada por Erikson
que diz que a constituição de grupos de pares pode assumir um modelo de identificação
positivo para o adolescente, pois o grupo pode dar certezas, mas por outro lado menos
positivo, pode criar dependência. O jovem constrói a sua identidade por um processo de
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identificação e de diferenciação. Esta é uma fase de uma certa desorientação e de
confusão, de avanços e recuos, de experimentações e de afirmações do ego, tudo
contribuindo para a construção da identidade.

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
A crise de identidade surge muitas vezes por diversos factores como a
permanência em casa dos pais, a dependência económica e as restrições
comportamentais, são entraves com que o jovem se debate quando pretende
autonomizar-se, construir a sua identidade pessoal, situando-se assim num fluxo de
forças contrárias que contribuem para que o jovem tenha que passar. Nesta fase pode
adquirir identidades diversas: Identidade prescrita. É uma identidade que os jovens
assumem quando são exteriormente direccionados, não questionando, nem resistindo,
pelo contrário, aceitando passivamente os papéis que lhes são prescritos por alguém que
detém autoridade sobre eles.
A identidade destes jovens é, portanto, adquirida sem margem para
manifestações de autonomia, sem necessidade de procurar experiências, sem hesitações
nem sobressaltos, sem dificuldades, sem crises. Estes jovens evitam a ansiedade e as
incertezas por que passam os que tentam encontrar-se a si próprios. Identidade difusa –
O jovem entrega-se a tarefas que rapidamente abandona, experimentando sucessivos
papéis, não encontrando nenhum que lhe assente bem.
O sentimento de incerteza comum nos adolescentes faz com que avaliem
superficialmente as alternativas e que se deixem fascinar por muitas delas, vivendo
numa espécie de universo sem referências, em que as normas, valores, passado e futuro
têm a marca da relatividade. O adolescente entrega-se ao presente, saltitando à cata de
experiências, momentaneamente gratificantes, como se fosse desprovido de raízes, sem
história, sem horizonte, sem nada a que se agarrar. Identidade adquirida. No final da
adolescência, é suposto que o jovem tenha já construído uma noção a seu respeito, que
apresente uma estrutura bem definida entre o seu passado, as experiências que teve e os
vários papéis que desempenhou. Para que se sinta autónomo, sabendo quem é e o que
deseja na vida, é necessário que sinta que os outros reconheçam a sua determinação em
permanecer firme na forma de pensar, no agir, no sentir e projectar. Neste sentido,
desempenha um papel fundamental, o relacionamento estabelecido com algumas
pessoas que, por serem significativas, se constituíram como modelos de identificação.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A evolução da psicossexualidade é explicada por Sigmund Freud e diz que desde
que nasce, o ser humano procura obter prazer através de diferentes formas e de
diferentes fases que vão variando ao longo do desenvolvimento. A adolescência,
segundo Freud, inicia-se no estádio genital e compreende alguns fenómenos que
ocorrem depois da puberdade. A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais e o
mundo relacional do adolescente é alargado para outras pessoas exteriores à família.
Este facto permite que passe por um processo de autonomia em relação aos pais
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idealizados, que traz o encerramento do Complexo de Édipo. Freud considera ainda que
face a algumas dificuldades características da adolescência, o jovem regride a fases do
desenvolvimento anteriores, recorrendo a mecanismos de defesa do ego como, por
exemplo a negação do prazer através do isolamento e a racionalização, ou seja, coloca
toda a sua energia em actividades do pensamento como forma de esconder aspectos
emocionais.

MORATÓRIA PSICOSSOCIAL
No processo da construção da identidade, o jovem não fica imune a sobressaltos,
paragens, hesitações e desvios de percurso. Na realidade, precisa de um período de
pausa, afastando-se das pressões e exigências impostas pelo adulto. Interessa-lhe agora,
experienciar a vida e as oportunidades que ela oferece, testando as suas capacidades em
simultâneo.
Erikson, designa por moratória psicossocial este “período de latência”, que se
caracteriza por ser um período de compasso de espera, em relação aos compromissos
adultos. A moratória, segundo Erikson, pode ser um período de vida boémia ou de
devaneios imaginativos, de abnegação ou de extravagâncias. A moratória pode ser
confundida com a difusão da identidade, dado que em ambos os casos, o adolescente
parece andar sem rumo.
No entanto, elas distinguem-se nas vivências subjectivas e nos objectivos
prosseguidos. Na difusão da identidade, o adolescente anda sem rumo, mas não faz nada
para o remediar, caracterizando-se pela fuga às responsabilidades e pela entrega ao
prazer imediato. Na moratória, o jovem empenha-se na tarefa de encontrar um sentido
para a sua vida; fá-lo sozinho, recusando caminhar pelas pegadas dos outros.
A moratória resume-se a um período de espera que o jovem, responsavelmente,
concede a si mesmo. Não se prolonga indefinidamente e a partir dela, o jovem pode
construir a sua identidade ou cair na difusão.No estado de difusão, o jovem pode aceder
a uma moratória ou a uma identidade prescrita. Da identidade prescrita, é possível
passar a uma fase de difusão ou de moratória. Quando o jovem adquire a sua identidade,
pode entrar num estado de crise, vivendo um período de moratória ou de difusão.
Assim, não se pode definir objectivamente o percurso que conduz à construção da
identidade pessoal.
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CONCLUSÃO
Cheguei à conclusão que a adolescência é uma época da vida humana marcada
por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, afectivas, intelectuais e sociais
vivenciadas num determinado contexto cultural. Neste caso a puberdade muda o corpo,
a mente e os afectos da criança. Os adolescentes entram numa nova fase existencial,
banhados por novas pulsões, novas sensibilidades, novas capacidades cognitivas, novas
dificuldades nos seus pontos de referência. Sendo assim a adolescência começa com as
transformações pubertárias e termina com a construção de uma autonomia e aquisição
de identidade, capacidade de suportar tensões e contrariedades, de elaborar projectos de
vida e de inserção social.

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BIBLIOGRAFIA
 SARA: A adolescência e os seus aspectos. Disponível em:
http://ouniversodesara.blogspot.com/2009/12/adolescencia.html. Acesso aos 27
de Junho de 2016.

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