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A ADOLESCÊNCIA

INTRODUÇÃO

Neste presente trabalho iremos falar acerca de um tema muito


preponderante, porque todos nós um dia passamos pela fase de
adolescência.

A adolescência é uma fase de intensas transformações na vida do


sujeito, nela emergem muitas tribulações, devido à passagem de um
período, até então aparentemente calmo, para uma nova etapa
turbulenta, composta por muitas transformações tanto físicas quanto
emocionais na vida das pessoas. É um período de transição, no qual é
comum encontrarem-se muitos conflitos advindos da formação da
identidade.

Portanto, é um período de construção e reconstrução de


identidade, em que se faz presente a emergência de novos papéis sociais
e culturais, até a chegada à vida adulta. Sendo válido ressaltar que essa
etapa destaca-se por um período, sem idades limítrofes determinadas
ao certo quanto ao seu início e fim, em razão da passagem da
adolescência para a vida adulta não depender apenas dos aspectos
biológicos, mas, envolver muito mais elementos de base emocional e
uma maturidade psicossocial. Contudo na grande maioria dos casos,
esta se estabelece dos 10 anos até os 20 anos de idade.

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CAPÍTULO 1 – A ADOLESCÊNCIA

A adolescência possui algumas ambivalências quanto à definição


de sua extensão, por isso, a maioria dos teóricos a descrevem como fase
intermediária entre a infância e a fase adulta, ou como etapa de
desenvolvimento, desencadeada pelo surgimento das transformações
orgânicas da puberdade que é encerrada através do amadurecimento
psicossocial.

Esta fase do desenvolvimento é bastante caracterizada por fatores


como: as chamadas crises de identidade pela transição da infância à
maturidade juvenil; o início da escolha profissional; a constante busca
por autonomia; pelo ingresso na vida sexual; pelos comuns conflitos
familiares e de caráter emocional, as famosas transformações orgânicas
e inconstâncias hormonais, associadas a uma nova compressão de
mundo que se alia à necessidade da representação de novos papéis e
responsabilidades do jovem na sociedade, como sujeito desejante e
portador de conceitos próprios da realidade e ainda, principalmente
pela reconstrução e formatação da identidade.

1.1 – A ADOLESCÊNCIA SENDO UM PERÍODO DE ENORME


TRANSIÇÃO

Embora a adolescência pareça um período turbulento, ela é


também um período de grande potencial para que os jovens se engajem
mais profundamente com o mundo que os cerca. Adolescentes
normalmente crescem fisicamente, experimentam novas atividades,
começam a pensar de modo mais crítico, e desenvolvem
relacionamentos mais variados e complexos.

Campos (1998) esclarece que delimitar a adolescência não é uma


tarefa muito fácil, em razão dos fatores biológicos específicos, atuantes
na faixa etária, se somarem as determinantes sócias - culturais
advindas do ambiente em que o fenômeno da adolescência ocorre. Ou
seja, o adolescente não apenas está vulnerável aos efeitos das
transformações biológicas corporais, mas, também as mudanças vividas

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no mundo moderno, do progresso científico, da tecnologia, das


comunicações, das novas aspirações humanas e rápida evolução social,
que se estabelecem em seu dia-a-dia e compõem sua construção como
sujeita.

E são estes aspectos que virão a determinar grande parte da


identidade deste jovem, e a maneira dele se posicionar diante da vida,
de uma forma muito pessoal, e indicarão o momento em que ele estará
apto ou não para adentrar no estágio de jovem adulto ou adulto. Tiba
(2005) menciona que assim como a infância constitui-se por etapas, a
adolescência possui as suas, tanto no sentido psicossocial do adolescer,
como no que se refere às mudanças biológicas.

Para Campos (1998) o termo puberdade como derivado de púbis,


que diz respeito a cabelo. Assim, pubescente significa criar cabelos ou
tornar-se cabeludo. Entretanto, usualmente não é esta a qualificação
que se deseja empregar a este termo, mas sim, o simples fato do início
do processo de maturação sexual.

1.2 – COMPLEXIDADE DA ADOLESCÊNCIA

É importante destacar complexidade da adolescência. Por


exemplo, adolescentes que lutam contra a depressão e/ou a ansiedade
também podem ter problemas com os seus trabalhos escolares, com
seus pais, colegas, e com a saúde física, podendo então perder interesse
pelas atividades que costumavam gostar.

Os adultos precisam entender esta complexidade, responder de


modo a apoiá-los, e procurar ajuda profissional para estes adolescentes,
se necessária.

Note-se que as concepções correntes, até então, concebiam a


adolescência como uma etapa natural do desenvolvimento, tendo um
caráter universal e abstrato. Inerente ao desenvolvimento humano, a
adolescência não só foi naturalizada, mas também percebida como

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uma fase difícil, uma fase do desenvolvimento, semi-patológica, que se


apresenta carregada de conflitos “naturais”.

A cultura aparece apenas como molde da expressão de uma


adolescência natural que, por outro lado, sofre com a pressão exercida
pela sociedade atual, a qual impõe a moratória ao adolescente pela
dificuldade e demora em ingressar no mundo do trabalho.

Nessas construções teóricas, encontramos a visão de que o


homem é dotado de uma natureza, dada a ele pela espécie e, conforme
cresce se desenvolve e se relaciona com o meio, atualizando
características que já estão lá, pois são de sua natureza.

A adolescência pertence a esse conjunto de aspectos. Suas


características são decorrentes do “amadurecer”; são hormônios jogados
na circulação sanguínea e o desabrochar da sexualidade genital os
fatores responsáveis pelo aparecimento da sintomatologia da
adolescência normal.

CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO FÍSICO

Apesar de algumas mudanças físicas que ocorrem durante o


período da adolescência ser internas e não visíveis outras podem ser
facilmente vistas pelos outros. Estas mudanças corporais óbvias podem
afetar a forma como adultos e colegas de ambos os sexos enxergam e
tratam os jovens. As mudanças que ocorrem tanto fora quanto dentro
do corpo durante a adolescência acontecem por meio de um processo
chamado “puberdade”.

Este processo deriva da liberação de certos hormônios


(substâncias químicas) no cérebro. Estes hormônios liberados são os
mesmos em todos os adolescentes, mas diferenças nos níveis hormonais
levam a resultados diferentes em homens e mulheres. As mudanças
físicas nos adolescentes que fazem a transição de seus corpos infantis
para corpos adultos e dão a eles a possibilidade de engravidar é
chamada de “fertilidade”.

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Qualquer pessoa que olhe para um ou uma adolescente lado a


lado verá algumas diferenças claras. Ainda assim, adolescentes de
ambos os sexos exibem muitas mudanças em comum, mais
destacadamente, estirões de crescimento em altura e peso. Durante
estes estirões de crescimento, ossos e músculos se tornam mais longos
e mais fortes, o que permite que adolescentes assumam tarefas que eles
provavelmente não eram capazes de realizar quando crianças, como
levantar objetos pesados ou caminhar, correr ou andar de bicicleta por
longas distâncias. Muitos jovens alcançarão a sua altura adulta
máxima ao final da puberdade. Além dos estirões de crescimento,
outras mudanças físicas podem acontecer tanto em mulheres quanto
em homens, incluindo odor corporal, acne e o aparecimento de mais
pelos corporais.

2.1 – O DESENVOLVIMENTO FISICO NAS MULHERES

Mulheres perceberão mudanças nos locais de acúmulo de gordura


em seus corpos.

Os seios se tornam mais cheios e os quadris se alargam.

Mulheres normalmente vivem a sua primeira menstruação durante


a adolescência.

No início, os ciclos menstruais podem ser irregulares e afetados por


doenças, estresse e até mesmo por exercícios.

2.2 – O DESENVOLVIMENTO FISICO NOS HOMENS

Os ombros dos homens se tornam mais largos e os músculos ficam


maiores.

O pênis e os testículos também crescem;

E os homens começam a ter ereções;

E ejaculações, tanto voluntárias quanto involuntárias (às vezes


acontecendo durante o sono);

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A voz dos homens também se torna mais grossa durante este


período e pode afinar durante uma frase.

2.3 – QUESTÕES ESPECÍFICAS DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO

Além de desenvolver a fertilidade, essas mudanças específicas do


sexo também permitem que outras pessoas saibam que essa pessoa não
é mais uma criança. É importante notar que, apesar das mudanças
físicas experimentadas pelos adolescentes acontecerem a todos, o
momento e a ordem dessas varia de pessoa para pessoa.

Apesar dos principais marcos do desenvolvimento físico da


adolescência acontecerem a todos, o tempo destes marcos varia muito,
tanto entre os sexos quanto dentro deles. Alguns adolescentes exibem
sinais físicos de maturidade mais cedo do que seus pares, enquanto
outros os exibem mais tarde.

Por exemplo, as mudanças físicas visíveis nos homens geralmente


começam alguns anos depois de começarem nas mulheres. O momento
da primeira menstruação de uma mulher também varia: as meninas
podem apresentar sua primeira menstruação desde os oito até os 16
anos.

Estas diferenças podem ser difíceis para os adolescentes: eles


podem se sentir autoconscientes ou se preocupar com o fato de não se
encaixarem por não se parecerem com outros da mesma idade. Essas
variações também podem levar outras pessoas a tratar os adolescentes
de uma forma que não corresponde á sua capacidade cognitiva ou
desenvolvimento emocional.

Por exemplo, as mulheres que desenvolvem curvas visíveis ou


homens cujas vozes mudam durante o ensino médio podem ser
tratadas como adolescentes mais velhos por seus pares e adultos,
mesmo que não tenham a maturidade cognitiva ou emocional de
adolescentes mais velhos. Em contraste, os adolescentes que exibem
mudanças físicas mais tarde do que seus pares podem ser tratados

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como mais novos, embora sejam mais maduros cognitiva e


emocionalmente. Algumas pesquisas sugerem que os jovens que
experimentam um desenvolvimento físico mais rápido são mais
propensos a se envolver em comportamentos de risco do que seus pares
e que os adolescentes que se desenvolvem mais lentamente do que seus
pares podem ter maior probabilidade de enfrentar o “bullying”.

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

O desenvolvimento emocional saudável é marcado por uma


capacidade crescente de percepção, avaliação e controle de emoções.
Este é um processo biológico impulsionado por mudanças físicas e
cognitivas e fortemente influenciado pelo contexto e ambiente.

O processo de desenvolvimento emocional oferece aos


adolescentes a oportunidade de desenvolver habilidades, descobrir
qualidades únicas e desenvolver forças para uma saúde ideal. Fatores
que afetam o modo que os adolescentes navegam nesse processo
incluem:

3.1 – GERENCIAMENTO PESSOAL

Ao gerenciar suas próprias emoções, os adolescentes podem


estabelecer metas positivas e prever como suas emoções podem
influenciar seus objetivos e futuro.

Para melhorar sua capacidade de gerenciar emoções, os


adolescentes devem primeiro aprender a reconhecer e descrever
emoções fortes e complexas. Embora os jovens aprendam a descrever
as emoções básicas mais cedo na vida, à medida que envelhecem,
desenvolvem uma capacidade de compreender realmente o que são as
emoções e entender seu impacto.

Quando os adolescentes conseguem reconhecer como se sentem,


podem escolher como reagirão a uma situação. Eles também aprendem
a evitar os problemas que as emoções fortes às vezes causam.
Entretanto, como o lobo frontal do cérebro – que é responsável pelo

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raciocínio, planejamento e solução dos problemas, bem como emoções –


não se desenvolve plenamente até os vinte e poucos anos, os
adolescentes podem achar difícil controlar suas emoções e pensar nas
consequências das suas ações.

Com o tempo e com o apoio de pais e cuidadores adultos, os


adolescentes podem desenvolver as habilidades de raciocínio e
raciocínio abstrato que lhes permitem recuar, examinar suas emoções e
considerar as consequências antes de agir precipitadamente.

3.2 – HORMÔNIOS

Estas substâncias químicas importantes do cérebro que provocam


mudanças físicas também afetam o humor dos adolescentes e
aumentam suas respostas emocionais.

Estas características juntas significam que os adolescentes são


mais facilmente influenciados pela emoção e apresentam dificuldade
para tomar decisões que os adultos considerem apropriadas.

A adolescência também é uma época de mudanças rápidas e às


vezes estressantes nos relacionamentos com colegas, expectativas da
escola, dinâmicas familiares e preocupações de segurança nas
comunidades.

O corpo responde ao estresse ativando hormônios e atividades


específicas no sistema nervoso, de modo que a pessoa possa responder
rapidamente e ter bom desempenho sob-pressão.

A resposta ao estresse entra em ação mais rapidamente para


adolescentes do que para adultos cujos cérebros estão totalmente
desenvolvidos e podem moderar uma resposta ao estresse.

Nem todos os estressores são ruins. Experiências positivas como


conseguir um primeiro emprego ou obter uma carteira de motorista,
podem desencadear uma resposta ao estresse que permite aos
adolescentes abordar um desafio com atenção e foco.

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3.3 – FORMAÇÃO DE IDENTIDADE

Existem muitas facetas para a formação da identidade, que inclui


tarefas de desenvolvimento, como se tornar independente e alcançar um
senso de competência. Os adolescentes podem questionar suas paixões
e valores, examinar suas relações com familiares e colegas e pensar
sobre seus talentos e definições de sucesso.

A formação de identidade é um processo interativo durante o qual


os adolescentes repetidamente experimentam diferentes ideias, amigos
e atividades. Esta experiência é normal e pode proporcionar aos
adolescentes oportunidades de aprender mais sobre si mesmos e sobre
os outros, mas nem sempre é balanceada com consideração ou
capacidade cognitiva de considerar as consequências de suas ações.

Apesar do caminho para encontrar a identidade possa se mostrar


desafiador para algumas famílias, também pode motivar os
adolescentes a aprenderem sobre si mesmos e se tornarem mais
confiantes em suas próprias identidades únicas.

Existem muitas facetas para a formação da identidade, que inclui


tarefas de desenvolvimento, como se tornar independente e alcançar um
senso de competência. Os adolescentes podem questionar suas paixões
e valores, examinar suas relações com familiares e colegas e pensar
sobre seus talentos e definições de sucesso. A formação de identidade é
um processo interativo durante o qual os adolescentes repetidamente
experimentam diferentes ideias, amigos e atividades.

Esta experiência é normal e pode proporcionar aos adolescentes


oportunidades de aprender mais sobre si mesmos e sobre os outros,
mas nem sempre é balanceada com consideração ou capacidade
cognitiva de considerar as consequências de suas ações. Apesar do
caminho para encontrar a identidade possa se mostrar desafiador para
algumas famílias, também pode motivar os adolescentes a aprenderem
sobre si mesmos e se tornarem mais confiantes em suas próprias
identidades únicas.

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CONCLUSÃO

Depois de vários dias de pesquisa sobre a adolescência chegou-se


a conclusão de que a adolescência compreende uma etapa do ciclo vital
caracterizada por um processo que envolve mudanças físicas,
psicológicas e ambientais, as quais estão diretamente relacionadas ao
contexto histórico, social e cultural em que se dá o desenvolvimento.
Assim, as características dos diferentes contextos de desenvolvimento
promovem variadas formas de viver a adolescência, as quais marcam as
trajetórias de vida de cada indivíduo e definem vulnerabilidades e
potencialidades.

Diante disso, as atuais tendências da pesquisa sobre o


desenvolvimento na adolescência enfatizam a necessidade de adotar
uma perspectiva contextualista e positiva, capaz de abordar as
diferentes formas de viver a adolescência em contextos variados e de
colaborar com a promoção do desenvolvimento positivo do indivíduo,
buscando incentivar que os adolescentes se tornem adultos capazes e
comprometidos consigo mesmos, com suas famílias, comunidades e
sociedade em geral.

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REFERÊNCIAS BIBLOGRAFICAS

Informações adicionais sobre o desenvolvimento do adolescente podem


ser encontradas em The Tenn Years Explained: A Guide to Healthy Adolescent
Development, produzido pelo Center for Adolescent Health da Johns Hopkins
Bloomberg School of Public Health. O documento está disponível em:

https//www.jhsph.edu/research/centers-and-institutes/center-for-
adolescent-health/training-consulting/training-materials/teen-years-
explained/index.html.

Arain, M., Haque, M., Johal, L., Mathur, P., Nel, W., Rais, A., Sharma,
S.(2013). Maturation of thee adolescent brain. Neuropsychiatric Disease and
Treatment, 9, 449-461. doi:10.2147/NDT.S39776.

Kann, L., McManus, T., Harris, W. A., Shanklin, S. L., Flint, K.H.,
Queens, B.,... Ethier, K.A. (2018). Youth Risk Behavior Surveillance – United
States, 2017. Substance Abuse and Mental Health Services Administration.
(2014).

Understanding the impact of trauma. In TIP 57: Trauma-Informed Care


in Behavioral Health Services (3). Retrieved from
htpps://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK207191/

California Department of Education. (2016). Foundation:Expression of


emotion. Retrieved from
https://www.cde.ca.gov/sp/cd/re/itf09socemofdeoe.asp

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of Violence Prevention. Retrieved from
https://www.cdc.gov/violenceprevention/pdf/bullying-factsheet.pdf

Giedd, J. N. (2012). The digital revolution and adolescent brain


evolution. Journal of Adolescent Health, 51(2), 101-5. Retrieved from
https://www.ncbi.nim.nih.gov/pmc/articles/PMC3432415/

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