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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL


CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LAYNA THAYSSA GUIMARÃES CORRÊA

HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA:


TERAPÊUTICA COM O USO DO

BELÉM-PA
2019
LAYNA THAYSSA GUIMARÃES CORRÊA

HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA:


TERAPÊUTICA COM O USO DO
AGLEPRISTONE

Monografia apresentada à
Coordenação do Curso de Medicina
Veterinária e ao Instituto da Saúde e
Produção Animal (ISPA) da
Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA) como requisito
para obtenção do título de Bacharel
em Medicina Veterinária.

Orientador:
Prof. Dr. Sebastião Tavares Rolim Filho.

Área de Concentração:
Reprodução Animal.
BELÉM-PA
2019
Bibliotecária-Documentalista: Letícia Lima de Sousa – CRB2/1549

Layna, Thayssa Guimarães Corrêa


Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do
aglepristone / Thayssa Guimarães Corrêa Layna. – Belém,
2019.
40 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em


Medicina Vterinária) – Universidade Federal Rural da
Amazônia, Belém, 2018.
Orientador; Dr. Sebastião Tavares Rolim Filho.

1. Felinos 2. Felinos - Hiperplasia mamária 3. Felinos –


Aglepristone I. Rolim Filho, Sebastião Tavares (orient.) II. Título.

CDD – 636.8
RESUMO

Este trabalho teve como propósito demonstrar os resultados no


tratamento da hiperplasia mamária felina (HMF) com o uso do aglepristone, um
antiprogestágeno que atua bloqueando receptores da progesterona e
consequentemente provoca a redução do volume mamário. Esta alteração tem
caráter benigno e se caracteriza por um rápido e progressivo crescimento das
glândulas mamárias, ocorrido após estímulo hormonal da progesterona, de
origem endógena ou exógena. A terapia com o aglepristone surge como uma
opção menos invasiva e mais eficaz quando contraposto à terapêutica cirúrgica
considerada até então de eleição (mastectomia). Foram utilizadas nove gatas
com HMF, atendidas no Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira da
Universidade Federal Rural da Amazônia, no período de Agosto a Dezembro
de 2018. O tratamento foi instituído com aglepristone na dose de 10mg/kg, via
subcutânea por quatro dias consecutivos. A prevalência dos atendimentos foi
de animais com até um ano de idade, SRD, predominantemente de vidas livres,
não castradas e que faziam uso de anticoncepcional. O aglepristone
demonstrou ser um fármaco eficaz, em 100% dos casos houve involução das
mamas, seja parcial ou total. A ocorrência da HMF foi evidenciada em animais
com até um ano de idade, SRD, predominantemente de vidas livres, não
castradas e que faziam uso de anticoncepcional.

Palavras-chave: gatas; antiprogestágeno; mamas


ABSTRACT

This study aimed to demonstrate the results in the treatment of feline mammary
hyperplasia (HMF) with the use of aglepristone, an antiprogestin that acts by
blocking progesterone receptors and consequently causes reduction of breast
volume. This change is benign and is characterized by a rapid and progressive
growth of the mammary glands, occurring after progesterone hormone
stimulation, of endogenous or exogenous origin. Aglepristone therapy appears
to be a less invasive and more effective option when compared to the surgical
treatment considered until then (mastectomy). Nine cats with HMF were used at
the Veterinary Hospital Mário Dias Teixeira of the Federal Rural University of
Amazonia, from August to December 2018. Treatment was instituted with
aglepristone at the dose of 10mg / kg, subcutaneously for four consecutive days.
The prevalence of the visits was of animals with up to one year of age, SRD,
predominantly of free lives, not castrated and that used contraceptive.
Aglepristone proved to be an effective drug, in 100% of the cases there was
involution of the breasts, be it partial or total. The occurrence of HMF was
evidenced in animals with up to one year of age, SRD, predominantly of free
lives, not castrated and that used contraceptive.

Keywords: cats; antiprogestin; tits


Sumário

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 8

2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................. 9

3. OBJETIVOS.................................................................................................................... 10

3.1 GERAL........................................................................................................................10

3.2 ESPECÍFICOS............................................................................................................10

4. REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................11

4.1 ASPECTOS ANATOFISIOLÓGICOS DA GLÂNDULA MAMÁRIA...............11

4.2 CICLO ESTRAL........................................................................................................ 13

4.3 HIPERPLASIA MAMÁRIA....................................................................................15

4.4 TRATAMENTO- UTILIZAÇÃO DO AGLEPRISTONE..................................... 17

5. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................18

5.1 ANIMAIS EXPERIMENTAIS E LOCAL DE EXECUÇÃO................................18

5.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.............................................................. 18

5.3 TRATAMENTO PALIATIVO................................................................................. 19

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................21

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 32

REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 33
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

1 INTRODUÇÃO
Dentre as enfermidades reprodutivas que acometem as gatas destacam-
se as neoformações mamárias, que de acordo com Travassos (2006) se
diferenciam em neoplasias malignas e benignas, tumores não classificados,
hiperplasias e displasias, sendo que com maior frequência, na rotina clínica
veterinária de felinos, tem-se a hiperplasia mamária, também conhecida como
hiperplasia fibroepitelial e alteração fibroadenomatosa.
A hiperplasia mamária felina (HMF) é um distúrbio proliferativo de
caráter benigno, caracterizada por um desenvolvimento exacerbado, em um
curto período, de uma ou mais glândulas mamárias (LORETTI, et al., 2005;
AMORIM, et.al., 2007). A prevalência dos casos é maior em gatas com menos
de 1 ano de idade, não castradas e tratadas com progestágenos sintéticos para
controle de cio (CHASTAIN e PANCIERA, 2004).
De acordo com Leidinger et al., (2011), os sinais clínicos manifestam-se
nas semanas seguintes ao estro, durante a gestação ou então no caso de uma
pseudociese. A hiperplasia mamária também já foi relatada em felinos machos,
inteiros e que foram medicados com anticoncepcionais hormonais para o
controle de dermatopatias pruriginosas (FILGUEIRA e RECHE JÚNIOR, 2012),
modificações comportamentais e afecções dermatológicas (HAYDEN et al.,
1989).
Clinicamente os animais apresentam, cianose, infecção bacteriana
secundária, telangiectasia, ulceração e alterações referentes ao processo
inflamatório: dor, rubor, calor e edema. (VASCONCELLOS et al., 2003;
MEDEIROS et al., 2007; FILGUEIRA et al., 2008). Na ectoscopia nota-se a
presença de nódulos mamários, geralmente de 2 a 5 cm, com bordos regulares
e consistência variável (JUBB et al., 1993).
O tratamento padrão baseia-se em eliminar o estímulo hormonal para
que a glândula mamária pare de aumentar de tamanho. Uma vez
excessivamente desenvolvida, a solução seria a mastectomia e como
supressão da fonte de progesterona exógena deve-se suspender o uso de
anticoncepcionais (VASCONCELLOS et al., 2003).
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Atualmente, evidencia-se a utilização do aglepristone como um


tratamento alternativo, trata-se de um antiprogestágeno que vai disputar com a
progesterona por seus receptores impedindo que o endométrio sofra a
influência da mesma (FIENI, et al. 2001), desta forma, o desenvolvimento da
hiperplasia cessa e tem-se a redução das glândulas mamárias afetadas. O
tratamento é feito durante quadro dias, com aplicações subcutâneas a cada 24
horas.

2. JUSTIFICATIVA
Apesar de por muitos anos a mastectomia ter sido utilizada para as
resoluções da HMF, já não apresenta resultados suficientemente convincentes
(ALLEN, 1973), a princípio por ser um procedimento cirúrgico bastante invasivo
em que um paciente debilitado não pode ser submetido, além de casos nos
quais o incentivo hormonal para o surgimento da hiperplasia é endógeno, o que
tornou a mastectomia, feita de maneira isolada, um tratamento não efetivo.
A intervenção para a HMF só será competente quando essas fontes
forem sanadas, por meio da ovariosalpingohisterectomia- OSH (para fontes
endógenas) ou suspensão do anticoncepcional (para fontes exógenas) (ALLEN,
1973).
De acordo com Medeiros et al. (2007) e Motta e Silveira (2009) a OSH
como terapia primordial seria o mais indicado, não obstante, foram certificados
casos em que as nodulações mamárias permaneceram presentes mesmo após
a cirurgia, sendo necessário encaminhar a fêmea em questão para um
segundo procedimento cirúrgico: a mastectomia.
Na atualidade, tem-se o aglepristone como mais uma opção a ser
considerada no tratamento e por se tratar de um estudo mais recente, os
protocolos não estão bem esclarecidos, contudo, enquanto a progesterona
possui taxa de ligação 1 com seus receptores, o aglepristone demostra 9 vezes
mais compatibilidade, logo, fundamenta-se seu êxito na terapia da HMF
(APPARÍCIO e VICENTE, 2015).
Silva, (2008) cita a realização da OSH oito semanas após a última
aplicação do aglepristone. Enquanto Jurka e Max, (2009) afirmam que a
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

cirurgia já pode ser realizada após uma a três semanas após o tratamento. Já
Wehrend et al. (2001), declara que o desaparecimento da hiperplasia mamária
pode ocorrer três a quatro semanas após a terapêutica com o
antiprogestágeno.
Portanto, apesar dos diversos protocolos terapêuticos, observa-se um
único resultado: o sucesso na resolução dos casos, o que indica que muito
ainda deve ser estudado acerca dessa terapia alternativa que demonstra ser
mais segura para o animal, com uma menor taxa de mortalidade, eficiente,
menos invasiva e mais barata.

3. OBJETIVOS
3.1 GERAL
Avaliar os efeitos da terapêutica promovida pelo aglepristone na redução
da hiperplasia mamária em gatas atendidas no Hospital Veterinário Mário Dias
Teixeira- Hovet.

3.2 ESPECÍFICOS
- Estimar a casuística da hiperplasia mamária felina do Hovet;
- Traçar o perfil epidemiológico do paciente que apresenta a HMF e os
fatores pré-disponentes.
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 ASPECTOS ANATOFISIOLÓGICOS DA GLÂNDULA MAMÁRIA

As glândulas mamárias se originam a partir do ectoderma embrionário e


estão sob controle genético e endócrino. Na puberdade, com a atividade
hormonal ovariana, tem-se a proliferação das células epiteliais do cordão
mamário primário, o que dá origem ao parênquima da mama, cuja unidade
fundamental é o alvéolo (CUNNINGHAM, 2004).
Concomitantemente a esse crescimento, o mamilo se desenvolve na
superfície do epitélio e apesar disso ocorrer na puberdade, a mama permanece
subdesenvolvida até a gravidez (CRUSCO, 2010).
A conexão entre os alvéolos e o mamilo é feita pelos ductos alveolares e
a formação se dá pela ação do estrógeno, hormônio do crescimento e
esteróides adrenais. Na gata e na cadela, os ductos alveolares se distribuem
em mais de 10 aberturas no mamilo (CUNNINGHAM, 2004).
As glândulas mamárias se desenvolvem em pares e na espécie felina
existem apenas quatro pares: torácicas, abdominais craniais, abdominais
caudais e inguinais (Figura1) (TYLER, 2002).

Figura 1: Ilustração anatômica dos quatro pares de mamas de uma gata.

Abdominais:
cranial e caudal

Inguinal
Torácica

Fonte: WikiHow- Adaptado, 2018.


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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

O desenvolvimento do tecido mamário desde o nascimento até a


puberdade é exíguo, somente antes do primeiro ciclo estral é que a taxa de
evolução da mama passa a ser maior que a evolução corporal. O volume
mamário adquirido nesta fase se dá devido ao crescimento dos tecidos
conjuntivo e adiposo. (PARK e LINDBERG, 2004).
Durante a gestação, há um grande desenvolvimento dos alvéolos
secretores, a ocitocina atua direto sobre as células mioepiteliais e promovem a
expulsão do leite. Nesta fase as glândulas mamárias atingem sua completa
capacidade funcional e total diferenciação celular (SAMUELSON, 2007).
Já no pós-parto, no período final de lactação, os ductos e os alvéolos
que antes estavam distendidos, agora passarão pela involução mamária,
processo no qual os alvéolos são reabsorvidos e substituídos por células
adiposas, consequentemente essa mama diminui de volume. (PELETEIRO,
1994).
De um modo geral, o estrógeno estimula o desenvolvimento dos ductos
da glândula mamária, enquanto a progesterona promove o desenvolvimento
dos alvéolos. De acordo com Junqueira (2004) há três situações em que a
glândula mamária não vai se desenvolver: quando não há amamentação, após
a castração e durante a menopausa. Visto que nos carnívoros não existe o
equivalente à menopausa, a glândula mamária está sob influência hormonal
até idades avançadas. (PELETEIRO, 1994).
De acordo com Samuelson (2007), histologicamente a glândula mamária
se apresenta com uma camada interna de epitélio simples cúbico e uma
camada externa de células mioepiteliais fusiformes, responsáveis pela ejeção
do leite, conforme a Figura 2.
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Figura 2: Corte histológico da glândula mamária: ductos intralobulares composto por epitélio
simples cúbico, 400X. HE.

Fonte: Samuelson, 2007.

4.2 CICLO ESTRAL

A gata inicia seu ciclo reprodutivo quando passa pela puberdade e isto
ocorre por volta dos 6 a 12 meses de idade. O surgimento dos primeiros
comportamentos sexuais vai depender de alguns fatores como a época do ano,
o aumento da incidência de luz solar, o contato frequente com machos e a raça.
Neste momento, podemos observar a fêmea esfregando-se em objetos,
elevando o trem posterior e miando com frequência. (CRUSCO, 2010)
A gata é considerada um animal poliéstrico, ou seja, apresenta vários cios
em uma determinada época do ano, e possui a ovulação induzida pela cópula,
logo, se não houver monta, não há ovulação e consequentemente a formação
do corpo lúteo (ARAÚJO et al. 2016).
Segundo Beaver (2005), as gatas entram em cio aproximadamente a
cada 12 a 21 dias, iniciando-se por proestro, que é o período de maturação
folicular durando de 1 a 2 dias, porém, neste momento, a gata ainda não
permite que o macho a cubra.
Já o estro, tem sua duração influenciada pela estação do ano e pela
ocorrência, ou não, da ovulação. No primeiro caso, a atividade sexual é
favorecida com o aumento da incidência de luz e dura em média 7 dias, com os
sinais estrais desaparecendo de 24 a 48 horas após a monta. Se houver a
cópula e posteriormente a ovulação, o estro termina entre 4 a 5 dias, enquanto
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

que uma duração de 8 dias é normal se a ovulação não ocorrer (ARAÚJO et al.
2016).
Estros não ovulatórios geralmente repetem-se a cada 16 dias, sendo
denominado de interestro, o período entre um estro não ovulatório e um novo
ciclo estral subseqüente, onde o ovário está se preparando para um novo
crescimento folicular. A duração desta fase é em média de 8 a 10 dias
(VERSTEGEN, 1998).
A ovulação induzida é decorrente da ação mecânica provocada durante a
cópula. O gato possui espículas na mucosa do pênis que ao entrarem em
contato com a vagina geram impulsos nervosos em direção ao hipotálamo para
a secreção do GnRH, que por sua vez, estimula a secreção do hormônio
luteinizante (LH) resultando em ovulação de 24 a 50 horas após o coito
(CRUSCO, 2010).
Após esse período, caso a fêmea não engravide, tem-se a fase
denominada diestro, com duração de 15 dias. Nesta fase ocorre a produção de
progesterona pelo corpo lúteo presente no ovário (CRUSCO, 2010). Se houver
gestação, a gata apresenta a fase de metaestro, que dura em média 63 dias,
no entanto, caso tenha ocorrido acasalamento, mas a fecundação do óvulo não
tenha ocorrido (por exemplo, se o macho for estéril), desenvolve-se uma
pseudogestação com duração de 30 a 40 dias (ROYAL CANIN, 2005).
Por fim, tem-se o anestro, que é o período de inatividade sexual, onde os
ovários estão pequenos, apresentando folículos em média de 0,5 mm de
diâmetro (CHRISTIANSEN, 1988). O anestro dura de 1 a 3 meses e durante
este período, a fêmea rejeita a aproximação do macho, batendo com as garras
e repelindo-o (BEAVER, 2005).

Figura 3: Ilustração esquemática do ciclo estral de uma fêmea felina (Felis catus)

Diestro (15 dias) ou


Proestro Estro Pseudogestação (40 dias)
(1 a 2 dias) (7 dias) Anestro
Metaestro (gestação) (30 a 90 dias)
(63 dias)
Interestro
(8 a 10 dias)

Fonte: Cunningham, 2004- Adaptado.


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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

4.3 HIPERPLASIA MAMÁRIA

A HMF é descrita sendo uma proliferação do estroma mamário e epitélio


do ducto de uma ou mais glândulas que se desenvolvem de forma acelerada
(GORLINGER et al., 2002). Segundo Little (2011) se trata de uma alteração
benigna que se origina devido o estímulo excessivo de progesterona endógena
e exógena.
A concentração de progesterona no sangue depende da fase do ciclo
estral que a fêmea se encontra. Normalmente, os níveis desse hormônio se
encontram elevados durante o diestro ou na fase gestacional devido à
presença de corpos lúteos ativos, porém, este aumento também pode ser
provocado pela administração de contraceptivos (SIMAS et al., 2011).
Com o uso inicial da terapia hormonal a base de análogos sintéticos da
progesterona, a hiperplasia mamária é observada em uma a duas semanas
(HAYDEN et al., 1989). A progesterona atua impulsionando de forma direta a
produção do hormônio do crescimento (GH), o qual estimula a proliferação do
tecido mamário (LORETTI et al., 2005).
A manifestação clínica principal é o desenvolvimento rápido das
glândulas mamárias, em média de 3 a 4 semanas, geralmente acometendo as
mamas abdominais e inguinais, entretanto, também pode acometer toda a
cadeia mamária. Em casos mais graves nota-se a dificuldade do animal em
caminhar e até de permanecer em estação (MOULTON, 1990).
Dependendo da gravidade do caso, também se observa a presença de
necrose cutânea e infecção bacteriana secundária, podendo evoluir para uma
septicemia. (VASCONCELLOS, 2003). Como sinais clínicos sistêmicos têm-se
apatia, anorexia, febre e desidratação. (SOUZA et al., 2002; LORETTI et al.,
2004).
O diagnóstico é baseado na análise clínica (histórico, sinais clínicos e
ectoscopia), exame citológico, pois a origem da proliferação tecidual pode ser
maligna, e exame histopatológico. O conjunto desses exames e avaliações é
imprescindível para determinar a causa do crescimento e elucidar nos
diagnósticos diferenciais, como nos casos de mastite, displasia mamária cística
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

e adenocarcinoma (WEHREND et al., 2001; SOUZA et al., 2002; SILVA et al.,


2008).

O diagnóstico clínico tem como base a obtenção do histórico do animal,


idade, sexo, raça, se a fêmea é castrada ou não, data de início das lesões e os
dados reprodutivos, como data do último cio e se o animal faz uso de
progestágenos regularmente (LANA et al., 2009).

No exame físico faz-se a palpação de todas as glândulas mamárias e


linfonodos regionais, observa-se o número de nodulações, dimensões,
consistência, velocidade de crescimento, presença de úlceras e se há fixação
aos tecidos adjacentes. (PELETEIRO, 1994).

O material biológico para a realização de esfregaços citológicos pode ser


obtido por aposição, por colheita das secreções do mamilo ou por punção
aspirativa com agulha fina- PAAF (ALLEN et al., 1986).

Na avaliação histológica, notam-se os tipos celulares normais de uma


glândula mamária felina, o que torna difícil a caracterização da hiperplasia
fibroepitelial é a proliferação dos ductos lactíferos, assim como do estroma
adjacente, que contém grande quantidade de fibroblastos. Os capilares
sanguíneos são mais numerosos e mais próximos dos ductos mamários
(HAYDEN et al., 1983).

Para determinar o estado clínico geral do paciente deve-se solicitar um


hemograma e bioquímica sérica, principalmente nos casos em que há processo
inflamatório intenso e infecção bacteriana secundária (HEDLUND, 2008). A
avaliação sérica dos níveis de progesterona não demonstra ser um método
ideal para o diagnóstico devido sua baixa sensibilidade, uma vez que suas
concentrações podem se encontrar normais (NORSWORTHY, 2004).
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

4.4 TRATAMENTO- UTILIZAÇÃO DO AGLEPRISTONE

A terapêutica para a hiperplasia mamária felina baseia-se na retirada do


estímulo hormonal através de ováriosalpingohisterectomia (OSH) e uso de
antiprogestágenos, que são esteroides sintéticos, utilizados para provocar
aborto e para induzir o parto. Os existentes no mercado são o Mefepristone e o
Aglepristone, porém, somente o último tem-se de uso veterinário. (SILVA et al.,
2008).
O aglepristone (Alizin), que é recomendado pelo fabricante como um
medicamento abortivo para cães e gatos, atua bloqueando os receptores
uterinos com uma taxa de ligação de nove, contra uma taxa de um da própria
progesterona, interrompendo, desta forma, as ações deste hormônio
(CHASTAIN E PANCIERA, 2003). Fieni et al. (2001) afirma que esse mesmo
efeito ocorre na glândula mamária nos casos de desenvolvimento da
hiperplasia.
Quando recomendado para a HMF, o tratamento consiste em injeções
subcutâneas, uma vez ao dia, por quatro dias consecutivos, na dose de 10
mg/kg. A completa regressão do volume mamário é notado em uma a duas
semanas, porém, pode ser necessária a repetição do tratamento para aquelas
fêmeas que fizeram uso de contraceptivos, uma vez que eles permanecem
armazenados nos tecidos e agem lentamente no organismo (WEHREND et al.,
2001).
Alguns autores citam a mastectomia para quando ocorrem recidivas das
lesões após a utilização do aglepristone (Vasconcellos, 2003; Nelson e Couto,
2001), porém, como a hipertrofia mamária tende a reduzir após a retirada do
estímulo hormonal, atualmente, a mastectomia é raramente indicada (CENTER
e RANDOLPH, 1985); (AMORIM, 2007).
Após o tratamento, faz-se a OSH para controle do estímulo hormonal
endógeno. A involução tecido mamário ocorre bem lentamente, podendo levar
de um a seis meses até atrofia completa das lesões (CARPENTER et al., 1987).
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 ANIMAIS UTILIZADOS E LOCAL DE EXECUÇÃO
Com posse da Comissão de Ética no Uso de Animais- CEUA nº
23084.023574/2017-25 (UFRA), foram utilizadas nove fêmeas felinas, com
peso médio de 3kg, sem raça definida, atendidas no Setor da Reprodução
Animal do Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira da Universidade Federal
Rural da Amazônia (UFRA) no período de Agosto a Dezembro de 2018.

5.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO


Inicialmente, as gatas passaram por uma anamnese a fim de determinar
o histórico clínico. Os dados obtidos foram cadastrados no SISVET, um
sistema técnico único que mantém os diversos serviços prestados no Hovet-
UFRA, interligados. Os proprietários foram questionados sobre o tempo de
desenvolvimento da hiperplasia, período do último cio, esterilização cirúrgica e
administração de contraceptivos.
O exame clínico que consistiu na avaliação dos parâmetros fisiológicos
(frequência cardíaca, respiratória e temperatura) e na ectoscopia do animal,
dando ênfase para o tamanho e consistência das mamas e se havia processo
inflamatório, ulceração ou secreção láctea. Para determinar o tamanho das
mamas utilizou-se um paquímetro analógico e a mensuração se deu no sentido
transversal ao corpo do animal, ou seja, mediu-se a largura da mama (Figura 4).
Figura 4: Mensuração das mamas hiperplásicas de 2 fêmeas felinas.

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018.


Padronizou-se como exames de rotina o hemograma completo, citologia
aspirativa e bioquímica sérica (uréia, creatinina, ALT e FA). Porém, em virtude
19
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

da impossibilidade financeira dos proprietários em comparação com o valor do


tratamento, optou-se apenas pela avaliação clínica.
Os animais foram submetidos ao tratamento terapêutico à base de
aglepristone¹ (Figura 5A), na dose de 10mg/kg, uma vez ao dia, via subcutânea
(SC), durante quatro dias consecutivos, alternando o lado das aplicações na
região escapular (Figura 5B) (WEHREND et al., 2001).

Figura 5: (A). Frasco de Alizin, Virbac, São Paulo, 2001. (B) Aplicação subcutânea do Alizin na
região escapular direita de uma fêmea felina.

A B

Fonte: (A)- Mano Equestrian Services, 2018. (B)- Arquivo Pessoal, 2018

Para elucidar o resultado da terapêutica, foi feito um acompanhamento


dos animais 7, 14 e 21 dias após a aplicação do aglepristone. Desta forma foi
possível mensurar as mamas, com auxílio de um paquímetro analógico e
verificar a regressão a cada semana.

5.3 TRATAMENTO PALIATIVO

A terapêutica de suporte foi utilizada em decorrência dos sinais clínicos


sistêmicos que alguns animais apresentaram, como processo inflamatório,
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

infecção bacteriana secundária e ulceração do tecido mamário. Estes casos


foram tratados com:

1. Antiflamatório não esteroidal- Meloxivet (Maxicam 0,2 mg/kg), SID²,


durante 3 dias;
2. Antibiótico- Amoxicilina (15mg/kg), BID4, durante 3 dias.
3. Analgésico e Antipirético- Dipirona gotas (1 gota/kg), TID³, durante 3
dias;
4. Compressa nas mamas (alternando fria e morna), BID, durante 15
minutos, por 5 dias.
5. Pomada Dermatológica- Colagenase + Clorafenicol (Iruxol Mono 30g),
SID, durante 7 dias.

Após o tratamento e o desaparecimento da hiperplasia mamária, as


gatas que ainda não eram castradas foram submetidas à
ovariossalpingohisterectomia, de acordo com a autorização do proprietário,
para eliminar o estímulo endógeno e evitar o reaparecimento do tecido
hiperplásico.

1. SID: a cada 24 horas.


2. TID: a cada 8 horas.
3. BID: a cada 12 horas.
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Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De Agosto a Dezembro de 2018, 122 gatas foram atendidas no setor de
Reprodução Animal do Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira (Gráfico 1).
Representando as alterações da glândula mamária, houve 26,22% (32), destes,
37,5% (12) corresponderam aos casos de hiperplasia mamária, demonstrando
assim, sua importância na rotina clínica veterinária de felinos. (Tabela 1 e 2).

Gráfico 1 – Número de gatas atendidas a cada mês no Setor de Clínica da Reprodução de


Pequenos Animais do Hovet-UFRA, durante o período de Agosto a Dezembro de 2018.

Total: 122 animais

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.

Tabela 1 – Percentual dos casos atendidos referentes a alterações da glândula mamária em


gatas acompanhadas no Setor de Clínica da Reprodução de Pequenos Animais Hovet-UFRA
durante o período de Agosto a Dezembro de 2018.

Motivo da Consulta N° %
Neoplasia mamária 17 53,125%
Hiperplasia mamária 12 37,5%
Lipoma mamário 1 3,125%
Abscesso mamário 1 3,125%
Edema mamário 1 3,125%
Total 32 100%

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.


22
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Descreveu-se o perfil epidemiológico da hiperplasia mamária felina com


base nas informações prestadas pelos proprietários dos animais durante a
anamnese dos casos.
Todos os animais eram SRD, sendo que 22,22% (2/9) eram fêmeas
castradas e 77,77% (7/9) eram inteiras. Constatou-se que 88,88% (8/9) das
gatas afetadas receberam previamente fármacos contraceptivos e que 77,77%
(7/9) eram animais de vida livre. Dentre as pelagens mais acometidas,
destacam-se a bicolor (branco e amarelo) e a branco sólido, ambas com
frequência relativa de 33,33%. A faixa etária dos animais afetados foi de 5 a 12
meses e o tempo de evolução da hiperplasia foi em média de 22 dias,
conforme (Tabela 2 e 3).

Tabela 2: Perfil epidemiológico das gatas com hiperplasia mamária atendidas no Hovet- UFRA
no período de Agosto a Dezembro de 2018.

Perfil Epidemiológico
Pelagem Nº de gatas Frequência (%)
Bicolor (branco e amarelo) 3 33,33
Branco sólido 3 33,33
Bicolor (branco e preto) 1 11,11
Shaded Colourpoint marrom 1 11,11
Colourpoint creme 1 11,11
Raça
SRD 9 100
Alimentação
Ração 4 44,44
Ração + Comida caseira 5 55,55
Estágio reprodutivo
Inteiras 7 77,77
Castradas 2 22,22
Âmbito social
Vida Livre 7 77,77
Confinado 2 22,22
Uso de Anticoncepcional 8 88,88

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.


23
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Tabela 3: Perfil epidemiológico das gatas com hiperplasia mamária atendidas no Hovet- UFRA
no período de Agosto a Dezembro de 2018- Idade e Tempo de evolução da hiperplasia.

Parâmetros Mínimo Máximo Média Moda Mediana Desvio Padrão

Idade (em meses) 5 12 7,78 5; 6; 12 7 2,728

Tempo de evolução
3 60 22 15 15 16,688
(em dias)

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.

A HMF acomete normalmente fêmeas, entretanto, já foi reportada em


felinos machos que passaram por tratamento com progesterona para
alterações comportamentais, problemas dermatológicos e incontinência urinária
(HAYDEN et al., 1989); (WEHREND et al., 2001).
A prevalência dos casos trata-se de animais jovens com até 1 ano de idade
(GORLINGER et al., 2002; RAHAL et al., 2003; JURKA e MAX, 2009; SILVA et
al., 2012). Porém, há alguns estudos, menos frequentes, que demonstraram a
ocorrência em animais adultos, com 3 anos (JURKA E MAX 2009), e em
animais senis, com 8 anos (SOUZA et al., 2002; RAHAL et al., 2003).
Em 100% dos casos houve crescimento mamário bilateral, com
nodulações não aderidas, de consistência firme e de superfície lisa (Figura 6).
As fêmeas que apresentaram processo inflamatório representaram 55,55% dos
casos, seguidas das que apresentaram lesão ulcerativa (22,22%) (Figura 7).
Ainda houve animais que apresentaram desidratação 33,33% (3/9), febre
11,11% (1/9), baixo escore corporal 33,33% (3/9) e infecção bacteriana
secundária 22,22% (2/9), características também citadas por Amorim (2007),
que relata estes mesmos sinais clínicos sistêmicos em felinos diagnosticados
com hiperplasia mamária.
24
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Figura 6: (A) Fêmea felina- Animal A1, 8 meses, apresentando crescimento mamário bilateral
no D0, exame inicial do paciente. (B) Fêmea felina- Animal A8, 6 meses, apresentando
crescimento mamário bilateral no D0, exame inicial do paciente.

A B

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018.

Figura 7: Fêmea felina- Animal A2, 1 ano, com hiperplasia mamária bilateral e lesão ulcerativa
na mama torácica esquerda no exame inicial do paciente.

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018


25
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Há autores que citam a deambulação como um dos sinais clínicos


apresentados pelo animal, porém, esse aspecto não foi contemplado neste
trabalho. (GORLINGER et al., 2002); (SILVA et al., 2008); (SOUZA et al., 2005).
As duas fêmeas, cujos proprietários relataram que já eram castradas,
também informaram que se tratavam de procedimentos recentes, deste modo,
pode-se inferir que o aumento das glândulas mamárias não se deu unicamente
por incentivo do contraceptivo injetável. A hipótese é de que o tecido mamário
continuou sensibilizado devido à ação prolongada da fonte endógena de
progesterona.
A principal fonte hormonal observada na evolução das mamas foi o uso
de anticoncepcionais (Tabela 4), ou seja, estímulos à base de progesterona.
Contudo, há experimentos que expressam a existência de receptores de
estrógeno nas glândulas mamárias hiperplásicas, porém, esse envolvimento
ainda não foi exatamente elucidado. (MARTÍN DE LAS MULAS, 2002).
Nos demais casos (55,55%), houve a gestação ou estro recentes como
incentivos a mais para o desencadeamento da hiperplasia. Nestas situações,
pode-se dizer que houve um impulso tão exacerbado de progesterona, em
associação com o anticoncepcional, que o tempo de evolução se deu em
poucos dias, assim como exposto por Norsworthy, (2004); Rahal et al. (2003) e
Silva et al. (2012).

Tabela 4: Fonte hormonal, tratamento paliativo e tratamento principal dos 9 casos de


hiperplasia mamária felina atendidas no Hovet- UFRA durante Agosto a Dezembro de 2018.
26
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Animal Idade Fonte hormonal Tratamento paliativo Tratamento principal


A1 8 meses Progesterona exógena _ Alizin¹
Dipirona+ Maxicam+
A2 1 ano Progesterona exógena
Iruxol+ Amoxicilina Alizin + OSH
Gestação recente +
A3 7 meses Maxicam + Amoxicilina
Progesterona exógena Alizin (incompleto)²
Gestação recente +
A4 9 meses Maxicam + Compressa
Progesterona exógena Alizin (incompleto)²
A5 5 meses Progesterona exógena _ Alizin (incompleto)³
Estro recente +
A6 1 ano Maxicam + Compressa
Progesterona exógena Alizin + OSH
Gestação recente +
A7 6 meses Maxicam
Progesterona exógena Alizin + OSH
A8 6 meses Desconhecida* _ Alizin + OSH
Estro recente +
A9 5 meses _
Progesterona exógena Alizin + OSH

(*)- Ex animal de rua cuja proprietária não soube informar o histórico do paciente quanto ao
primeiro cio e uso de anticoncepcional;
(1)- Animal que já era castrado, então somente fez o tratamento com o alizin;
(2)- Animais que abandonaram o acompanhamento no D14 após a última aplicação de alizin,
com isso, não se sabe sobre a realização da OSH terapêutica.
(3)- Animal que abandonou o tratamento no D21 após a última aplicação de alizin, com isso,
não se sabe sobre a realização da OSH terapêutica.
Fonte: Hovet-UFRA, 2018.

Ainda que a fonte hormonal do animal A8 seja desconhecida, acredita-se


que a estimulação endógena seja a mais provável, uma vez que o animal era
de rua e já se encontrava em idade reprodutiva. De acordo com Hayden et al.
(1981), a HMF, nestes casos, resulta de mudanças na sensibilidade ou
resposta a concentrações variáveis de hormônios ovarianos.
Souza et al. (2002) afirmam que o período de evolução da hiperplasia
varia entre três semanas a seis meses, já Loretti et al. (2005) declara que esse
tempo modifica-se de dois dias a três meses e ainda há autores que relatam
esse crescimento exacerbado de quinze a sessenta dias (SILVA et al. 2012). O
tempo de desenvolvimento das mamas, neste trabalho, foi em média 22 dias,
sendo que nos casos mais precoces pode-se observar uma combinação entre
estímulo endógeno e exógeno.
27
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Quanto ao tratamento, os autores abaixo mencionados, ainda utilizaram


a mastectomia de maneira isolada, porém, perceberam não ser eficaz devido
aos casos de indução endógena, além da possibilidade de recidivas. (HAYDEN
et al. 1989); (SOUZA et al. 2002); (RAHAL et al. 2003).
Loretti et al. (2005) relatam que o uso apenas da OSH também não
trouxe resultados satisfatórios, pois, o tempo de regressão foi lento, chegando
até seis meses, além das chances de o animal vir a óbito.
Na maior parte dos casos, os autores discorrem sobre uma resposta
mais lenta quando a fêmea é tratada apenas com a OSH, principalmente
quando houve uso de anticoncepcional, pois a retirada do ovário não vai
diminuir os níveis da progesterona de depósito que permanece no organismo
(HAYDEN et al. 1989); (SOUZA et al. 2002); (RAHAL et al. 2003).
Desta forma, o aglepristone tem sido amplamente utilizado e relatado
com sucesso nos trabalhos por mimetizar um declínio da concentração da
progesterona e inibir rapidamente os efeitos estimulatórios no crescimento das
mamas, com poucos relatos de efeitos adversos. (FILGUEIRA, 2008);
(CHATDARONG, 2008); (Viana, et al. 2013)
Ainda durante o tratamento, somente seis animais concluíram as quatro
aplicações do antiprostágeno seguida da OSH terapêutica, porém, todos os
proprietários afirmaram regressão ou pelo menos flacidez das mamas em até
14 dias após a última administração de aglepristone, conforme Figura 8, 9 e 10.
28
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Figura 8: Fêmea felina- Animal A6, 1 ano, à esquerda, no exame inicial, apresentando todas as
mamas aumentadas de tamanho (D0), ≥ 5,6 cm, e á direita demonstrando a regressão
mamária total 21 dias após o tratamento com Alizin (D21).

D0 D21

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018

Figura 9: Fêmea felina- Animal A9, 9 meses, à esquerda, no exame inicial, apresentando todas
as mamas aumentadas de tamanho (D0), ≥ 8 cm, e á direita demonstrando a regressão
mamária parcial, com 6,3 cm, 14 dias após o tratamento com Alizin (D14).

D0 D14

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018


29
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Figura 10: Fêmea felina- Animal A7, 6 meses, à esquerda, no exame inicial, apresentando
todas as mamas aumentadas de tamanho (D0), ≥ 4,5 cm e á direita demonstrando a regressão
mamária parcial,com 3,1 cm, 14 dias após o tratamento com Alizin (D14).

D0 D14

Fonte: Arquivo Pessoal, 2018

Após o término do tratamento com aglepristone, os animais ainda não


castrados foram submetidos à OSH terapêutica.
As massas hiperplásicas apresentaram no D0 mensurações entre 4 e 8
cm, enquanto que ao término do tratamento, essas mamas involuíram e seus
valores passaram para 0 e 4,2 cm. No caso A9, cuja mensuração máxima foi
de 8 cm, tratava-se de um caso com 2 meses já de evolução (Tabela 5).

Tabela 5: Distribuição dos valores mínimos, máximos, amplitudes, médias e desvios padrões
das medidas semanais feitas nas mamas das 9 gatas acompanhadas de Agosto a Dezembro
de 2018 no Hovet-UFRA.

Mensuração das mamas (em cm)


Semana
Mínimo Máximo Amplitude Média Desvio Padrão

D0 4 8 4 5,48 1,154

D7 3,4 7,6 4,2 4,74 1,357

D14 1,7 6,3 4,6 3,49 1,466

D21 0 4,2 4,2 1,45 1,740

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.


30
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

Gráfico 1: Distribuição das medidas das mamas hiperplásicas a cada semana após o
tratamento com o aglepristone.

(cm)

Fonte: Hovet-UFRA, 2018.

O animal A3 e A4 não retornaram ao Hovet no D21, logo, não foi


possível mensurar as mamas ao final desses 21 dias após o tratamento, mas
comparando com os demais casos, estima-se que a involução mamária
continuou.
Wehrend et al. (2001) ao testarem o protocolo terapêutico com o
aglepristone na dose de 10mg/kg , por via subcutânea, a cada 24 horas,
durante quatro ou cinco dias, observaram a regressão completa das lesões em
três a quatro semanas após a primeira aplicação e não mencionaram efeitos
colaterais, dados estes que corroboram com o do presente estudo.
Os resultados de Gorlinger e colaboradores (2002) também são
semelhantes aos encontrados neste trabalho. Ao utilizarem um protocolo
diferente (dose de 20mg/kg em um dia ou 15mg/kg em dois dias consecutivos,
semanalmente, durante uma a quatro semanas) obtiveram como resultado que
no quarto dia de tratamento já era possível notar uma consistência mais macia
das glândulas, além de sua diminuição.
Outro estudo narra a utilização do aglepristone na dose de 10mg/kg, por
via subcutânea, a cada 24 horas, nos dias 1, 2, 7, 14 e 21, e a regressão
completa foi notada em seis semanas. (VITASEK E DENDISOVA, 2006). Os
31
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

mesmos autores também testaram um protocolo diferente em que a dose era a


mesma, as aplicações eram realizadas em dois dias consecutivos,
semanalmente, porém, o resultado foi o mesmo, a regressão completa se deu
em seis semanas, ou seja, mais tardia quando comparada como tempo de
involução demonstrada nesta produção.
32
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

7. CONCLUSÃO
Dentre os 32 casos de afecções da glândula mamária atendidos, 37,5%
(12) foram referentes a hiperplasia mamária felina. O aglepristone demonstrou
ser um fármaco eficaz ao provocar involução parcial das mamas em quatorze
dias e involução total (em 2 casos) em 21 dias após o término do tratamento.
Essa regressão acelerada possibilitou a OSH terapêutica precoce, diminuindo,
desta forma, as chances de ocorrer recidivas.
A ocorrência da HMF foi evidenciada em animais com até um ano de
idade, SRD, predominantemente de vidas livres, não castradas e que faziam
uso de anticoncepcional.
Para elucidar o quanto do sucesso terapêutico é atribuição do
aglepristone e o quanto é incumbência da terapia de suporte, sugere-se para
trabalhos futuros, fazer uma análise comparativa entre um grupo tratado com o
antiprogestágeno de maneira isolada e um grupo cuja terapia seria a
associação entre o aglepristone e o tratamento paliativo.
33
Hiperplasia mamária felina: terapêutica com o uso do aglepristone

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