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A Importancia Do Uso Da Musica
A Importancia Do Uso Da Musica
A Importancia Do Uso Da Musica
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RESUMO
A cada dia surgem novos metodos e propostas que pretendem auxiliar no aprendizado da
lìngua inglesa de forma efetiva. Porem, ao tentar usar formas inovadoras o profissional da
area de lìnguas estrangeiras se depara com um problema muito comum: o aluno escuta, mas
não compreende, escreve, mas não cria a lìngua escrita, repete expressoes e
palavras, mas não fala. Ou seja, não se comunica, realmente, numa segunda
lìngua.
O educando precisa se sentir familiarizado com a lìngua; necessita sentir-se parte deste meio.
A mUsica tem esse poder de abrir caminhos e ligar conceitos e ideias. Ela consegue propagar ate
aspectos culturais de uma determinada região, usando uma combinação de
linguagem sonora, verbal e, muitas vezes, visual. Ferreira (2009) comenta que desde os
primórdios da humanidade, a mUsica ja servia de subsìdio para as primeiras
manifestaçoes verbais orais da humanidade.
PALAVRAS-CHAVE
1 Introdução
O ser humano e um ser musical. Podemos notar isso em qualquer tipo de evento ou
comemoração. A mUsica e usada para expressar sentimentos ou mesmo para traduzir o
grau de importAncia que cada um tem sobre determinado evento em sua vida.
Porem não podemos desconsiderar que, por vezes, a mUsica e caracterizada como outra
linguagem, e dessa forma, pode apresentar barreiras ao profissional que intencione dela fazer uso,
mas que não domina essa tecnica ou que se sente desconfortavel neste tipo de atividade.
Nerici (1985, p.11) afirma que "praticar atividades nas quais o indivìduo se revele mais
eficiente; faz com que ele se sinta capaz, o que lhe confere auto-confiança". Alem disto, toda a
atividade educativa deveria ser motivada na realidade. Esta deveria ser a fonte de
motivação para se educar ou ensinar uma disciplina, principalmente quando falamos de
linguagem e comunicação. Devemos aproximar o aluno da lìngua e não
afasta-lo.
Rivers (1975) menciona que a maneira ideal de desenvolver ao maximo a habilidade oral seria viver
entre os falantes da lìngua alvo. Acontece que, na nossa realidade brasileira, nem todos os
alunos podem viajar, mesmo que por um espaço curto de tempo, para um paìs falante
de lìngua inglesa, neste caso, a fim de praticar o que vem aprendendo em seu conteUdo
escolar e ampliar seu vocabulario. "Um dos principais fatores no aprendizado de uma lìngua
estrangeira e a habilidade e oportunidade de pratica-la, testar sua elasticidade"[1] (Rivers, 2000 p.94,
tradução minha[2]).
Para que o educando tenha o melhor aproveitamento da lìngua inglesa, o professor muitas
vezes, precisa descobrir ou adaptar tecnicas que propiciem bons resultados de aprendizagem.
São livros muitas vezes compostos de conteUdo ultrapassado ou que não condiz com a
realidade. Ou seja, a lìngua inglesa que se ensina não e a que e falada, por um falante
nativo.
Como consequência, por vezes o aluno se sente desmotivado, pois não se acha
capacitado em aprender a L.E. , ou simplesmente por não entender o que e falado em series de
TV, filmes, programas de variedades etc. E o pior e que essa desmotivação pode afetar
diretamente o educador, que não vê o resultado de seu esforço em ensinar a L2.
O educando precisa se familiarizar com a realidade. Essa realidade deve ser atraente a ele, a fim de
que este queira conhecê-la, e sinta que pode atuar nela.
Acrescido a isso, o uso de materiais como filmes, jornais e textos de gêneros variados, mUsicas
e a interação com os costumes, farão com que esses alunos compartilhem suas
opinioes acerca da cultura da lìngua alvo (Rivers, 2000).
Ferreira (2009 p.14) define que uma comunicação efetiva e "Compreender aquilo que
faço com a maneira pessoal de expressar-me e ser compreendido por aqueles que me cercam".
Rivers (1975), por sua vez, afirma que a aprendizagem da habilidade auditiva e de
compreensão deve ser desenvolvida com exercìcios para os estagios de
identificação e retenção. Não estamos apenas falando do
exercìcio de retenção de informaçoes e repetição de palavras,
mas sim da real comunicação com um mundo globalizado, sendo assim, com linguagens
e sinais.
Rivers (1975) faz objeção a afirmativa de que se ao aluno forem ensinadas a leitura, a
escrita e a gramatica de uma maneira adequada, ele aprendera a falar rapidamente, de maneira
fluente e natural, no momento em que se encontrar numa situação em que o uso oral da
lìngua lhe seja importante.
Analisando o aprendizado, de uma forma geral, não podemos deixar de constatar que e
essencial o interesse do aluno. Sera uma tarefa ardua e inglória tentar desenvolver algum tipo
de habilidade em alguem que não sente empatia pelo assunto a ser estudado; ela deve ser
despertada. Nerici (1985, p.12) afirma que "o conhecer algo traz como consequência empatia
acompanhada de um agir responsavel em relação a esse mesmo algo. "
Ao entrar em contato com o universo que e a lìngua estrangeira, e neste caso, com o
auxìlio da mUsica, o aluno tende a se aprofundar, por empatia, no conhecimento e na
aquisição gramatical, lexical, cultural da L.E. . Aos poucos, este educando vai ampliando
seu conhecimento, promovendo assim seu efetivo aprendizado. Não se trata apenas do
conhecer informal, mecAnico, mas de um conhecimento vivo.
Atraves de metodos, analises e releituras de formas de ensino, nós professores podemos criar
uma ponte entre o aluno e o conhecimento, de uma maneira agradavel, interessante e ampla.
A realidade que nos deparamos quando observamos alunos dentro do contexto escolar por vezes e
preocupante. Existem educandos que são naturalmente propensos ao estudo e ao
desenvolvimento de uma L.E. Mas são alguns.
Deparamo-nos com um grupo que e falante de uma mesma lìngua materna, porem com
propósitos e motivaçoes e interpretaçoes particulares. (Brown, 2001).
Se os educandos hoje são ecleticos, e o que os norteia tem diferentes cores e formas,
nós, enquanto professores, precisamos encontrar um ponto em comum, ou pelo menos, tentar
desenvolver atividades que mantenham a dinAmica da aula e proporcionem a aquisição
da lìngua estrangeira. "A interação entre a sua abordagem e a atividade em sala
de aula e a chave para o dinamismo no ensino. Os melhores professores sempre correm alguns riscos
calculados em sala de aula, tentando uma ou outra atividade nova. [3]" (Brown, 2001 p.40).
A proposta e a abordagem de exercìcios que usam esta estrategia para exercitar a
memória (aquisição de vocabulario); as habilidades cognitivas (raciocìnio
e significado de expressoes); e afetivas (simpatia pelo grupo e/ou cantor). Não se trata mais de
privilegiar a gramatica ou a comunicação, mas de promover o conhecimento e o
reconhecimento de si e do outro.
Brown (2001) sugere que o professor motive os seus alunos por meio de atividades que desenvolvam
compreensão, autoconfiança, interesse pela lìngua e cultura.
Ha tambem outro fator importante que e a motivação. O educando que esta motivado
com determinado exercìcio tem melhor resultado.
Rivers (2000, p.95) afirma que "ha um elemento motivacional especìfico no ensino de mUsicas
em lìngua estrangeira. Em inglês, que e a lìngua da mUsica pop, este fator
motivacional e evidente. [4]"
De fato, a mUsica da acesso à parte reacional do aluno, fazendo-o sentir o que esta sendo
dito ou a mensagem que se esta passando atraves da letra. (Rivers, 2000).
A mUsica e uma das maneiras que usamos para nos exprimir e interagir com o outro. E por ser uma
ferramenta poderosa de comunicação, e possìvel usa-la no aprendizado da
lìngua, para facilitar a compreensão e a absorção do insumo de
conhecimento teórico.
A tecnologia eletrônica, atualmente, facilita de forma ampla o uso da mUsica em sala de aula,
pois hoje, e muito facil ao aluno e ao professor disporem de aparelhos portateis, ou ainda, ter acesso a
uma vasta e diversificada quantidade de mUsicas via internet.
No entanto, toda essa diversidade musical deve ser usada de maneira direcionada. Do contrario, o
aprendizado com a mUsica passara a ser só mais uma aula com mUsica. Quase um
passatempo.
Existem diversas formas musicais. Dentro dessas formas, distribuem-se os varios gêneros. A
escolha do gênero mais adequado para um resultado satisfatório no aprendizado e
absorção por parte do aluno e de extrema relevAncia. Ferreira (2009 p.25) ressalta que
"hoje sabemos a relação ìntima que a mUsica tem, por exemplo, com disciplinas
como a arte (em geral), a lìngua (portuguesa, inglesa, italiana, latina etc), a história, a
matematica, a fìsica [. . . ] Trata-se de uma arte extremamente rica e que dispoe de farto e
vasto repertório, acessìvel em qualquer lugar no nosso planeta. "
No entanto, quando nos propomos a usar a mUsica associada a uma outra disciplina, que não a
própria arte musical e suas caracterìsticas, constatamos que o aluno associa essa
atividade ao lazer e diversão e não especificamente ao aprendizado. Não e
incomum os educandos não levarem as aulas com mUsica a serio, o que pode causar
desordem e barulho, atrapalhando inclusive salas vizinhas.
Tomemos, como exemplo, um trecho retirado da mUsica "Crazy"[5], do grupo norte-americano Simple
Plan.
Tell me what's wrong with society. When everywhere I look I see. Young girls dying to be on TV. Won't
stop 'til. They've reached their dreams. Diet pills, surgery. Photoshop pictures in magazines. Telling
them how they should be. It doesn't make sense to me
Nestas duas estrofes podemos encontrar aspectos culturais atuais: ("Garotas morrendo para
aparecem na TV"[6]); podemos abordar o uso de contraçoes, muito comuns na lìngua
falada ("What's", "'til"); alem de explicar ou mesmo retomar os Modal Verbs ("Does/doesn't",
"Will/won't").
Para que a mUsica, uma forma de linguagem que apresenta em sua composição
aspectos complexos, seja usada com sucesso, o professor deve dedicar-se ao seu estudo,
procurando compreendê-la, considerando os sons e ritmos variados, ou seja, a sua amplitude.
Este professor deve estar disposto a aceitar o desafio, vencer a timidez, caso não o tenha feito
ainda, de usar e disponibilizar tanto a tecnologia, quanto de seu próprio talento musical. Deve
explorar e desenvolver atividades musicais a fim de ampliar aspectos culturais, como expressoes
idiomaticas, gìrias, abreviaçoes e coloquialismos. E ficar atento aos resultados que o
uso de mUsicas em sala de aula pode lhe proporcionar. Não se trata de aprofundamento na
teoria musical, ou suas raìzes e história. A proposta aqui e fazer uma ponte entre a
disciplina de lìngua inglesa e a mUsica.
A mUsica alem da arte de combinar sons, e uma maneira de exprimir-se e interagir com o outro, e
portanto, devemos compreendê-la. (Ferreira, 2009).
Inteligência musical
A escola com a qual trabalhamos hoje passa por mudanças significativas a cada dia. São
novas tecnologias, novas metodologias. O aluno esta muito mais crìtico ao aprendizado, e
fórmulas muitas vezes usadas nas salas de aulas não dão mais o mesmo
resultado.
A escola que nós educadores visualizamos busca estimular o profundo entendimento dos
alunos a utilizarem conhecimentos adquiridos para resolverem tarefas e problemas com os quais se
deparam na comunidade e ambiente em que vivem (Gardner, 1993 apud Armstrong, 2001).
O aluno hoje, não deve aprender somente teoria. Ele deve usar toda a informação
adquirida em prol de seu desenvolvimento e inserção num mercado cada vez mais
global.
Mas para que esse convìvio real, numa sociedade bilìngue aconteça, a escola
de hoje tem a missão de mediar ou auxiliar esse aluno.
Porem não podemos desconsiderar que quando falamos do uso da mUsica, tambem temos
outros fatores envolvidos em resultados satisfatórios. Ha alunos que, naturalmente, são
predispostos à linguagem musical. São aqueles que têm uma aptidão nata
à mUsica. Neste caso, o uso desta linguagem para o aprendizado tera excelente resultado,
pois estarão envolvidos alem da aquisição de conhecimentos, o fator emocional, o
prazer, a receptividade.
Quanto aos educandos que não possuem uma inteligência musical nata, se houver o
desenvolvimento de atividades que propiciem integração e comprometimento no
aprendizado, os resultados tambem serão satisfatórios. Isso vale tambem para
desenvolver tal habilidade em educadores, se estes se considerarem não possuidores de
inteligência musical.
Devemos lembrar que ao falar de atividades com mUsica não estamos considerando somente o
cantar em grupo, ou mesmo, repetir palavras dentro de um contexto. Estamos abordando tecnicas e
exercìcios de concentração, predisposição e relacionamento com
uma determinada atividade linguìstica.
Não e tarefa facil definir padroes de enquadramento, para se chegar num consenso se um
aluno e ou não possuidor de inteligência musical[7]. E tambem o objetivo principal e o
aprendizado atraves da mUsica, resultando em desenvolvimento pessoal e intelectual.
e importante sempre considerar que o mais importante em qualquer tipo de aula, ou atividade
diferenciada, que se "desvie" do padrão e o resultado para a pessoa do aluno.
Somos educadores, mas tambem somos aprendizes. A melhor maneira de avaliar o desempenho de
nossos alunos, e explorar de forma significativa as inteligências e examinando de maneira
realista nosso desempenho diante das tarefas que propomos aos nossos alunos. Em vez de realizar
tarefas com os alunos, podemos desempenha-las juntamente a eles.
Por exemplo, podemos propor um teste, cujas perguntas se enquadrem numa avaliação
das inteligências separadamente. A partir das respostas, alem de conseguirmos entender mais
profundamente a sala, poderemos explorar e despertar o interesse dos alunos, de forma interpessoal.
Perguntas como "Aprender uma lìngua estrangeira (inglês) e relativamente facil para
mim?" ou "Ouço as palavras em minha cabeça antes de lê-las, fala-las ou
escrevê-las?" para medir a Inteligência linguìstica; ou mesmo " Minha vida seria
mais pobre se nela não houvesse mUsica?" e ainda "Conheço a melodia e a letra de
muitas mUsicas?" para medir a Inteligência Musical seria um exercìcio revelador e
envolvente para toda a sala.
A teoria das inteligências mUltiplas e um modelo atrativo e interessante para nos auxiliar. Ela
serve para avaliarmos a sala, como um todo, mas a nós mesmos, pois nos desafia a
superarmos nossas próprias dificuldades e limitaçoes.
Armstrong (2001 p.32) orienta-nos da seguinte forma: "Se você não tem ideias para levar
a mUsica à sala de aula porque sua inteligência musical e pouco desenvolvida, pense
em pedir ajuda à professora de mUsica da escola ou a um colega com inclinaçoes
musicais".
Cada aluno tem inclinaçoes diferentes nas inteligências mUltiplas. Portanto, sabemos que
determinados exercìcios que usam ritmos e cAnticos serão bem aceitos por uns e
rejeitados por outros. Devido a essa diferença inerente a qualquer grupo heterogêneo, o
professor pode usar estrategias variadas para a mesma aula.
Aquele aluno que tem inclinaçoes mais fìsicas e verbais, por exemplo, podera
não se interessar por atividades musicais, mas apreciara exercìcios do tipo "preencha as
lacunas" ou "complete o restante que falta na frase" e assim por diante. Ja àqueles que
apreciam o ritmo e a melodia, sera interessante exercìcios orais e repetição de
expressoes e estruturas complexas, por exemplo, os phrasal verbs ou tempos verbais.
Armstrong (2001 p.83) reforça sua importAncia, relatando-nos que "por milhares de anos,
conhecimentos foram transmitidos de geração em geração por meio de
mUsicas ou cAnticos. No seculo XX, os publicitarios descobriram que os jingles musicais ajudam as
pessoas a lembrar o produto de seu cliente. Os educadores, todavia, demoraram mais para
reconhecer a importAncia da mUsica na aprendizagem. Como resultado, a maioria de nós tem
milhares de jingles musicais comerciais na memória a longo prazo, mas relativamente poucas
mUsicas relacionadas à escola. "
Podemos ate criar um ritmo moderno, um rap ou um cAntico, associado à aula que queremos
explanar. Por exemplo, se colocarmos um ponto central que queremos ensinar numa aula expositiva,
de forma rìtmica, com repetiçoes, a sala toda podera se envolver tanto no conteUdo
quanto no ritmo. Esse exercìcio e muito comum entre os alunos, e só observar alunos
cantarolando mUsicas e palavras em inglês, nos corredores das escolas.
Alem disso, podemos encontrar frases musicais, ou trechos de cançoes que resumam algum
ponto essencial da materia estudada.
Tambem e possìvel falar sobre literatura, usando ritmos opostos para sugerir situaçoes
mais calmas ou tensas, da peça Romeu e Julieta de Shakespeare, por exemplo. Armstrong
(2001).
Essas estrategias oferecem um grau de amplitude e criatividade consideraveis tanto para os alunos,
quanto para os professores. O desafio maior aqui e vencer a resistência quanto à
timidez e o envolvimento com o grupo que se esta trabalhando.
4 Traduçoes e Versoes
Existem hoje diversas formas, com resultados satisfatórios, de se trabalhar com a mUsica em
sala de aula. Podemos citar os exercìcios mais comuns de "preencha as lacunas em branco"
ate praticas mais elaboradas de traduçoes.
Atualmente e muito facil encontrar mUsicas na internet, que dispoem de traduçoes. Isso pode
ser considerado uma ótima estrategia de ensino pela facilidade e disponibilidade tanto para o
professor quanto para o aluno.
Não podemos negar que muito do que e traduzido aos alunos, provem de nossa própria
experiência como professores ou tradutores. Porem, existem traduçoes que são
verdadeiras "perolas" para a compreensão. Vejamos o exemplo da mUsica "I'm not dog no", de
Falcão e Tarcìsio Matos, uma versão do português para o inglês da
canção "Eu não sou cachorro não"[8], de Waldick Soriano. A mUsica foi
traduzida "ao pe da letra". Sabemos que foi intencional, porem, com o uso desta canção,
o professor podera trazer à tona erros que devem ser evitados ao lidar com letras e
traduçoes, e assim explicar expressoes idiomaticas e coloquialismos.
E assim, la eu ir embora
O aluno, ao ser motivado a aprender as palavras, podera exercitar atividades diferentes sozinho e
depois compara-las às dos colegas de classe. O professor inclusive pode se valer desta
iniciativa do aluno e fornecer-lhe a mUsica com os espaços em branco para completar.
Quando alguem fala no uso de tecnologia e mUsicas em sala de aula, logo pensamos em
computadores, ou nas aulas de computação na sala de multimìdia da escola.
A questão e que, tudo que não seja caderno e livro impresso pode ser considerado
tecnologia.
Segundo Brown (2000) as primeiras aulas de lìngua a usarem a tecnologia aconteceram entre
as decadas de 1950 e 1960, em forma de laboratório de lìnguas.
Estes primeiros laboratórios eram equipados com cabines, providas de aparelhagens e fitas
tipo K7. Os alunos ouviam os falantes nativos e após cuidadosa observação
tentavam repetir as palavras e expressoes, alem de fazerem os exercìcios de
fixação propostos. Alguns, mais afortunados, ainda podiam ouvir suas próprias
vozes, e corrigir o que fosse necessario. Porem os resultados, ao final dos exercìcios e
módulos, nem sempre eram satisfatórios. Muitas vezes os alunos não
desenvolviam a proficiência necessaria na lìngua, o que posteriormente comprovou sua
ineficacia.
Para que possamos acompanhar a velocidade em que a linguagem se apresenta, e claro sanar
deficiências de compreensão e desenvolvimento linguìstico, a escola tambem
precisa incorporar essa mudança.
O ser humano, a cada dia, tem de se ajustar a um mecanismo constante de mudança. Novas
tecnologias surgem, nova linguagem e meios de comunicação.
Ao entrarmos numa sala de aula, nos deparamos com alunos "conversando" atraves de
abreviaçoes e emoticons nos celulares, ipods e aì por diante. Ensinar uma frase
complexa, ou estrutura e o mesmo que pedir para os alunos resolverem uma equação.
Eles estão tão abreviados em suas açoes que algo mais "completo" parece uma
cena do "Elo Perdido" (considerando que eles sabem o que e significa isso).
Segundo Gainza (1988, p.22, 23) "a mUsica e o som, enquanto energia, estimulam o movimento
interno e externo no homem; impulsionam-no à ação e promovem nele uma
multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau".
Essa recepção musical acontece de forma diferenciada, segundo a faixa etaria de cada
aluno. Gainza (1988, p.25) orienta-nos que "as diferentes pessoas, segundo sua idade,
educação e estado psicofìsico, reagirão de maneira caracterìstica,
mostrando menor ou maior atração ou apetite pelo "alimento" sonoro que esta a seu
alcance ou que lhes e oferecido, realizando o ato de absorção e
internalização com diferentes graus de concentração, continuidade e finura".
Jovens que gostam de ouvir determinadas mUsicas da atualidade como raps, rocks na verdade
têm a expectativa de satisfazer a uma estimulação mental. Ou seja, a procura do
novo ou o estìmulo pelo ritmo familiar. A ação musical implica em envolvimento.
Produz "uma descarga individual em nìvel corporal e /ou psìquico (afeto, mente)"
(Gainza, 1988, p.29).
O aprendizado de uma lìngua estrangeira e norteado, quase que em sua totalidade, por afeto
e familiarização. A escolha de uma pessoa por uma mUsica não esta apenas ligada
a aspectos mentais conscientes. Ha tambem uma serie de sentimentos e tendências pessoais.
Da escolha do ringtone do celular, à mUsica que fara parte do acervo pessoal, todas são
escolhidas por inclinação pessoal.
Como ja foi dito anteriormente neste trabalho, o ser humano e um ser musical. Suas
motivaçoes e escolhas sonoras são as mais variadas. Por esse motivo, a mUsica alem
de som, e um sìmbolo. Ela simboliza a afeição que o aluno tem por algo.
Sobre esse assunto, Brown (2000) orienta que a forma que você trabalha e age, promovera o
clima adequado à sala de aula, de forma positiva, energizante e estimulante. O papel do
professor e fundamental para que o exercìcio da escolha de um ou mais gêneros
musicais sejam democraticos sejam sedutores ao grupo.
Brown (2000, p.247) nos adverte da importAncia de saber praticar o listening adequadamente. Diz ele:
"atraves da recepção, internalizamos a informação linguìstica sem a
qual não poderìamos produzir uma linguagem[10]".
Martins (2001, p.25) atenta-nos ao fato de "por ser uma arte tão antiga e tão particular
(por ser a Unica a trabalhar com os sons), a mUsica acabou sendo o objeto de inUmeros estudos
cientìficos durante a evolução da humanidade, e tais circunstAncias
demonstraram em que medida ela era uma disciplina que envolvia, em seu espectro interno de
relaçoes próprias, referenciais de outras disciplinas. " E reitera que desta forma, a
mUsica vem ajudando diversos estudiosos a provarem conceitos e afirmaçoes dentro de suas
respectivas areas.
Gainza (1988) reforça sua confiança no poder da mUsica quando afirma que educar-se
com mUsica proporciona um crescimento pleno e com alegria. O desenvolvimento, desprovido de
alegria, não e por si só suficiente. Embora precisemos do conhecimento e tecnicas para
o desenvolvimento de uma lìngua estrangeira, tambem necessitamos de alegria, prazer,
satisfação e motivação para aprendê-la. Ha a necessidade urgente de
se "resgatar uma vez mais a mUsica e coloca-la a serviço ativo da educação, ou
seja, do desenvolvimento integral do homem". (Gainza, 1988, p.113).
CONCLUSÃO
Sabemos que muitas vezes, por formação, alguns professores tendem a ter dificuldades
em lidar ou desenvolver estrategias para desenvolver aulas que não dêem ênfase,
somente, aos aspectos morfológicos, fonológicos, sintaticos e semAnticos do ensino de
uma lìngua estrangeira.
Tambem ha a dificuldade em se ter material adequado para que as aulas sejam mais atrativas e
não somente voltadas a textos e leitura. Na verdade, temos um mundo de possibilidades que
nem sempre estão à nossa disposição.
Frente a tantas dificuldades que se apresentam, alem de horario apertado da maioria das aulas de
inglês, no ensino regular, precisamos ter uma ação reflexiva sobre o nosso papel,
enquanto educadores, e o papel do aluno.
Não ha espaço, hoje, para o ensino centralizado no professor. Precisa haver uma
parceria para que o real aprendizado aconteça. O aluno espera que nós sejamos muito
mais do que transmissores de conhecimento, ou mediadores. A sociedade, por sua vez, vê na
escola a solução para os problemas. E nós, educadores, lutamos diariamente por
oportunidades de melhorias no ensino desenvolvimento intelectual, e satisfação pessoal.
Quem convive todos os dias com alunos sabe que para haver aprendizado, deve haver
companheirismo, envolvimento e doação. De ambas as partes.
O aprendizado hoje foca um aluno voltado para o senso crìtico, pois ele e o resultado deste
mundo globalizado em que vivemos. Nós, como profissionais da educação,
temos a difìcil tarefa de avaliar e considerar o que e mais proveitoso para o nosso aluno.
Porem não nos esqueçamos que, como parceiros neste ensino-aprendizagem, temos o
aluno que, respondendo ao impulso do saber crìtico, busca o melhor para si.
Acredito que estamos caminhando para um ensino de lìnguas de qualidade, mas temos muito
ainda a aprender sobre o que e realmente relevante nas metodologias de ensino e materiais de apoio.
Precisamos nos comunicar mais, expor dificuldades e medos. Não se trata de uma postura fragil
diante das dificuldades, mas de amadurecimento.
Particularmente, aprendi muito ao fazer esta pesquisa. Principalmente a dar a devida importAncia
à mUsica na escola. Temos que tirar a ideia, de uma vez por todas, que mUsica esta
relacionada à festa, só porque, dizem, no nosso paìs "tudo e festa". Tambem
não podemos ter a falsa noção de que tudo e muito superficial e mecanizado.
Somos seres humanos, em constante busca de aperfeiçoamento e crescimento.
Quero finalizar minha reflexão com uma frase do apóstolo Paulo, um exemplo de
professor que se aperfeiçoava constantemente com o Mestre dos mestres, em uma de suas
epìstolas, que diz, sabiamente:
"Ainda que eu falasse as lìnguas dos homens e dos anjos,e não tivesse amor,
e ainda que tivesse toda a fe, de maneira tal que transportasse os montes,
I Corìntios, 13, 1 e 2
BIBLIOGRAFIA
Ferreira, Martins. Como Usar MUsica na Sala de Aula. 7ª Ed. São Paulo.Contexto, 2009.
Gardner, Howard. The End of Literacy? Don't Stop Reading. Disponìvel na internet em:
http://www.pz.harvard.edu/PIs/HG.htm - Acesso em 11/01/10.
Gardner, Howard. Multiple intelligences: The theory in practice. New York: Basic Books, 1993.
Wilson, Leslie Owen. The Eighth Intelligence: Naturalistic Intelligence. Disponìvel na internet
em: http://www.newhorizons.org/strategies/environmental/wilson2.htm - Acesso em 10/01/10
[1] "One of the key factors in learning a foreign language is the ability and opportunity to play with it, to
test its elasticity. "
[2] Doravante todas as traducoes de citaçoes de originais foram feitas por mim
[3] "The interaction between your approach and your classroom practice is the key to dynamic
teaching. The best teachers always take a few calculated risks in the classroom, trying new activities
here and there. "
[4] "There is an obvious motivational element in learning songs in the foreign language. In English,
which is the language of popular music, this motivational tug is self-evident"
[7] Um estudo mais detalhado e direcionado, podera abordar de forma mais precisa como desenvolver
a inteligência musical ou qualquer outra das Inteligências MUltiplas.
[9] "Working with popular music may involve reading about the singer, listening to interviews with the
Singer on the radio or TV, watching rock videos, or singing with a Record. "
[10] "Through reception, we internalize linguistic information without which we could not produce
Language"