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UNIVERSIDADE DE UBERABA

MEDICINA VETERINÁRIA
REPRODUÇÃO ANIMAL E OBSTETRÍCIA

EMANUELY SONOMURA
GABRIELA SANT’ANA
JÚLIA FLEURY
JÚLIA PAIVA

USO DE ANTICONCEPCIONAIS EM CADELAS

UBERABA-MG
EMANUELY SONOMURA
GABRIELA SANT’ANA
JÚLIA FLEURY
JÚLIA PAIVA

USO DE ANTICONCEPCIONAIS EM CADELAS

Trabalho apresentado com o objetivo de obtenção da nota parcial

dá matéria de Reprodução animal e obstetrícia para o Professor

Cristiano Pereira Barbosa do curso de Medicina Veterinária

da Universidade de Uberaba.

Departamento:
Reprodução animal e obstetrícia
Área de concentração:
Reprodução animal e obstetrícia
Orientador:
Professor Cristiano Pereira Barbosa
RESUMO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUMÁRIO

Sumário
Nenhuma entrada de sumário foi encontrada.
1- INTRODUÇÃO
A cadela é considerada uma espécie monoéstrica estacional, apesar de alguns
autores não considerarem fatores estacionais relacionados á essa espécie. A
apresentação cíclica ocorre entre 5 e 12 meses, onde ocorrem mudanças gradativas
e com grau de sobreposição entre a fase folicular e lútea. O início da puberdade
inicia-se entre 6 e 24 meses e a duração do ciclo reprodutivo pode variar de acordo
com a raça e o indivíduo. As fases do ciclo reprodutivo são compostas por: pró-estro,
estro, metaestro/diestro e anestro.

 Pró-estro:

Essa fase tem duração média de 7 dias. É caracterizado pelo interesse sexual do
macho pela fêmea, no entanto com recusa da monta pela fêmea. Há um
aumento gradativo de edema vulvar e de corrimento serosanguinolento. O
epitélio vaginal sofre progressivamente um processo de queratinização, o que
leva a uma contínua modificação das características da citologia vaginal (Bellet
al., 1973). Nessa fase, os folículos ovarianos variam até 9 mm antecedendo o
pico do hormônio luteinizante (LH) e podem aumentar até 12 mm antes da
ovulação (Concannon, 2011). O término do pró-estro é marcado pelo início do
interesse da fêmea pela corte do macho.

 Estro:

O estro tem duração de 5 a 9 dias e nessa fase as cadelas aceitam a monta e


ocorre a supressão da secreção serosanguinolenta, a vulva se apresenta macia
e flácida e a citologia vaginal apresenta uma predominância de células
superficial, devido e epitelização e proliferação celular no final do pró-estro, em
função do efeito do aumento do estradiol 17-β. Após o pico de LH e a liberação
dos ovócitos, se inicia a luteinização e conseqüente aumento gradativo de
progesterona (Santos et al; 2004).

 Metaestro/diestro

O metaestro pode ser definido pela transição da parte estrogênica para luteal.
Porém, as cadelas não apresentem essa fase, devido se tratar de uma espécie
que apresenta luteinização precoce ainda na fase do folículo pré-ovulatório.
O diestro não gestacional dura em torno de 75 dias, ao passo que o diestro
gestacional, como o próprio nome já sugere, dura o tempo da gestação que é, em
média, de 65 dias (Concannon et al., 1975). O término dodiestro é determinado pelo
declínio da progesterona abaixo do necessário para manter uma gestação (1 a 2
ng/mL) (Concannon et al., 1977; Concannon, 1986; 2011; Hoffmann et al., 2004;
Günzel-Apel et al., 2009). A regulação hormonal do diestro de cadelas gestantes e
não gestantes é similar, exceto pela produção de PGF2α antes do parto. Nas
gestantes, a PGF2α é responsável pela luteólise e é produzida pela unidade
úteroplacentária antes do parto (Kowalewski et al., 2010), no entanto, não é
produzida no endométrio de cadelas não gestantes e o corpo lúteo regride
lentamente nesses animais. Essa regressão lenta ocorre apesar da presença de
diversos fatores luteotrópicos, tais como a prolactina e o LH que suportam a função
do corpo lúteo durante o terço médio do diestro nas cadelas não gestantes
(Concannon et al., 1987; Kowalewski et al., 2010).

 Anestro:

O anestro que é uma fase obrigatória no ciclo estral da cadela e é a fase de


maior duração. O anestro é definido como ausência de sinais externos, havendo
nessa fase concentrações séricas basais de progesterona (Concannon et al.,
1989). Os ovários estão pequenos e o útero encontra-se pequeno e difícil de ser
visualizado à ultrassonografia (Marinellia et al., 2009). Durante o anestro, a
hipófise e os ovários se encontram em atividade, sendo observados níveis
pulsáteis constantes de LH e FSH. Esse período varia de 2 a 10 meses e a
cadela não apresenta sinais de atração do macho. A prolactina tem função de
inibição tônica sobre a liberação de LH no anestro.

2- FISIOLOGIA DOS ANTICONCEPCIONAIS:


Os progestágenos são normalmente utilizados como droga contraceptiva
pelo seu efeito de feedback negativo sobre o hipotálamo e hipófise,
também exercem um feed-back negativo sobre a liberação de prolactina e
podem reduzir as concentrações de estrógeno e testosterona. A
administração de progestágenos durante a fase de anestro previne o
retorno do ciclo estral e a aplicação dessas drogas no pró-estro podem
inibir as ovulações (Santos et al; 2004).

3- TIPOS DE ANTICONCEPCIONAIS PARA CADELAS E GATAS:

 Acetato de megestrol (Megestar® , Gynodal® , Preve-gest® )


É um progestágeno sintético, de curta duração e a dosagem varia conforme a
fase do ciclo estral em que o tratamento será realizado, sendo recomendado
para cadelas no anestro a dosagem de 0,55 mg/kg, sid, VO, por 32 dias e no
início do pró-estro 2,2 mg/kg, sid, VO, durante 8 dias. Para as gatas, a dosagem
é de 5mg, VO, sid, durante 1 semana (Santos et al; 2004).
 Proligesterone (Covinan® )
Progesterona sintética de terceira geração e ação prolongada, é recomendada
na dose de 10 a 30mg/kg, por via subcutânea, aplicados no anestro ou no início
do pró-estro, tanto para cadelas, quanto para gatas (Santos et al; 2004).
 Acetato de medroxiprogesterona (Promone-E® , Provera® , Singestar MP® )
É um Progestágeno sintético de longa duração e a dose preconizada para
contracepção é de 2 mg/kg, IM, a cada 3 meses ou 3 mg/kg a cada 4 meses. Nas
gatas a dose utilizada é de 25 a 100mg por animal, IM, no período de 6 a 12
meses (Santos et al; 2004).

4- INDICAÇÕES PARA O USO DE ANTICONCEPCIONAIS:

Em animais domésticos, sejam fêmeas ou machos, a castração cirúrgica


(esterilização) é o método que impede a reprodução mais eficaz e definitivamente.
Sendo em fêmeas, realizada a ovariosalpingohisterectomia e em machos a
orquiectomia. Com o avanço do estudo em técnicas que impedem a reprodução, os
medicamentos contraceptivos (anticoncepcionais) estão sendo muito utilizados
principalmente pelo fato de não serem necessárias prescrições médicas. 
Os anticoncepcionais, naturais ou sintéticos, são hormônios administrados por via
oral ou injetável, possuindo ação prolongada (MOL et al., 1995; FILGUEIRA et al.,
2008). Esses fármacos interrompem de forma reversível o ciclo estral das fêmeas,
evitando o cio e consequentemente a gestação, porém não possuem garantia de
eficácia e descarte de riscos à saúde animal (NEVES et al., 2003;
OLIVEIRA & MARQUES JÚNIOR, 2006).

5- VANTAGENS DO USO DE ANTICONCEPCIONAIS


O uso dos anticoncepcionais em cadelas possui suas vantagens, podendo ser
citada o controle da reprodução, evitando a gestação em fêmeas; a flexibilidade e
facilidade do método, o qual possui diversos fármacos disponíveis, tanto em forma
oral (comprimidos), quando em forma injetável, além de sua facilidade de compra; e
é uma alternativa a castração cirúrgica, em situações onde o proprietário não tem o
interesse (em nenhuma situação, ou momentaneamente), condições financeiras
para a castração ou até mesmo para animais em que a cirurgia ou os fármacos
anestésicos tragam riscos individuais à saúde dos mesmos.

6- DESVANTAGENS

Assim como possui vantagens, as desvantagens incluem o critério de que o uso dos
anticoncepcionais são um método temporário, não garantindo a segurança e
tranquilidade da castração; o acompanhamento veterinário é necessário, para
assegurar que o tratamento será eficaz e seguro para o animal; além do risco à
efeitos colaterais devido ao uso prolongado dos fármacos contraceptivos. 

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