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Foi atribuido ao grupo um caso clínico de um casal aparentemente saudável, com hábitos dentro da
normalidade. Ainda assim, o casal sente dificuldade em engravidar há 4 meses e recorreu a um
ginecologista para averiguar a situação. Perante a situação, o especialista recomendou a realização
de exames que demonstraram o seguinte:
Em relação a António Costa, homem de 30 anos e sem historial de infertilidade na sua família,
apresenta os exames físicos gerais e genital completamente normais. Através de um exame
complementar, o espermograma, foi possivel analisar a composição do sémen e averiguar que todos
os valores estavam dentro da normalidade, segundo a Organização Mundial de Saúde. ( Tabela)
Em relação a Sónia Ferreira, mulher de 26 anos, de 47kg e 1,68m e sem historial de infertilidade na
sua familia, enfrenta agora algumas dificuldades em ter a sua primeira gravidez. A sua primeira
menstruação ( menarca) terá sido aos 12 anos e terá sido pelos 19 anos que foi diagnosticada com
uma anorexia nervosa. Esta disfunção alimentar é uma doença que envolve componentes
psicológicos, fisiológicos e sociais. Atualmente, apresenta amenorreia ( ausência de menstruação),
sempre recorreu ao preservativo como método contraceptivo antes de tentar engravidar e nunca fez
cirurgias na zona abdominal nem teve gestações nem abortos anteriores.
A Galactorreia é uma situação que está, geralmente, associada a problemas ao nível da hipófise,
como tumores, normalmente associados à hiperprolactinemia. Este problema manifesta-se por
produção de leite fora do período pós-parto (galactorreia), alterações dos ciclos menstruais ou perda
dos mesmos (amenorreia), infertilidade, diminuição do desejo sexual e osteoporose. Assim, o lobo
anterior da hipófise sofre alterações na sua atividade secretora, passando a secretar uma maior
concentração de prolactina, hormona responsável pelo aumento das mamas e da secreção de leite
pelas glândulas mamária. Tendo em conta que Sónia Ferreira apresenta não só galactorreia como
também amenorreia, é seguro afirmar que a sua causa de infertilidade esteja associada à
hiperprolactinemia.
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Introdução ao assunto
A nosso ver, a estimulação ovárica seria a maneira mais simples e económica de resolver este
problema de infertilidade.
1- Estas medicações podem ser tanto orais quanto injetáveis, sendo que em alguns esquemas
podem ser incluídos a associação das duas formas. As medicações orais, como o citrato de
clomifeno, são produzidas em laboratório e regulam a liberação das gonadotrofinas (FSH e
LH) já produzidos pela glândula hipófise da mulher. Estas gonadotrofinas, por sua vez,
estimularão o crescimento dos folículos ovarianos. Contudo, nem sempre as medicações
orais resolvem o problema ou são adequadas e por isso pode se recorrer a medicações
injetáveis.As medicações injetáveis tem estrutura química semelhante às gonadotrofinas e o
seu uso simula o efeito do FSH e LH (hormônios do ciclo menstrual) do próprio
corpo.Existem medicações só com FSH, só com LH, ou a combinação destes dois hormônios
em proporções específicas. Normalmente as injeções são de uso diário, porém existem
medicações “de depósito”, que após a aplicação são liberadas no corpo e tem duração de
até 7 dias. As injeções de FSH são administradas no início do ciclo menstrual,
geralmente durante cerca de duas semanas.1 Estas estimulam os ovários a desenvolver
e amadurecer vários folículos. Injeções de LH podem ser administradas juntamente com
FSH para reforçar a estimulação e amadurecimento dos óvulos.
2- O tratamento com agonistas ou antagonistas da GnRH são uteis no controlo do ciclo
menstrual e garantir que a ovulação ocorra no momento exato.Assim, é regulada a produção
de FSH e LH, impedindo que ocorra uma ovulação repentina antes de os óvulos estarem
suficientemente desenvolvidos e maduros para serem recolhidos pelo médico.
Ao passo de que os agonistas são responsáveis por se associar aos recetores celulares e
ativarem-no de modo que ocorra o mecanismo fisiológico, isto é, a produção de FSH e LH, os
antagonistas fazem o processo inverso, isto é, ligam-se a determinados receptores celulares
porém sem ativá-los, impedindo que os componentes que o ativariam de se ligarem.
3- Quando os óvulos já estão em fase final de maturação, a maioria das mulheres recebe
uma injeção para indução de ovulação com gonadotropina coriónica humana (hCG) de
forma a desencadear o processo.1 Isto estimula os ovários a concluir a maturação e
induzir libertação dos óvulos.1
Por quanto tempo se usa a medicação? Na medicação estimulante ovariana, de via oral, cerca de cinco
dias é o mais frequente. No entanto, para os injetáveis, o tempo de uso seria de oito a doze dias em média.
O que uma estimulação ovariana faz é incrementar o desenvolvimento de folículos e maturar os óvulos
daquele ciclo específico
Estimulação ovariana engorda? O ciclo de estimulação envolve uma rotina específica de datas marcadas
para receber medicação. A ansiedade durante o processo pode levar a um estado psicológico em que as
escolhas alimentares possam resultar em ganho de peso. “Mas o ovário aumenta, sim, então a região
pélvica e abdominal pode ficar mais inchada, porque estamos provocando uma estimulação em que os
folículos estão crescendo e maturando. Isso é desejado e um dos efeitos que pode ocorrer.
Algumas pacientes também vêm já com uso de outras medicações. Isso precisa ser relatado aos
profissionais antes, para que possamos avaliar possíveis reações no processo”, detalha. Eventualmente,
podem ser necessários medicamentos de preparo, de sensibilização ovariana, para melhorar a resposta do
ciclo subsequente, mas isso requer a análise individual de cada paciente.
Atividade sexual e atividades físicas estão liberadas? “Nos casos em que há evolução de poucos
folículos, como no Coito Programado e na Inseminação, sim. Mas em casos de tratamentos como
reprodução assistida e fertilização in vitro, em que há um hiperestímulo ovariano – o ovário realmente
cresce, incha, fica pesado –, pode haver distensão do ligamento ovariano, inclusive com aumento da
sensibilidade local. Em casos mais graves, o esforço físico pode acarretar situações extremas como a
torção ovariana. Então, restringe-se a atividade física. Quanto à atividade sexual, dependendo
Existem diferenças da estimulação e da indução nas técnicas de baixa (RSP e IA) e de alta
complexidade (FIV), principalmente em virtude do controle que devemos ter sobre o
processo de fecundação.
Como nas técnicas de baixa complexidade não temos a possibilidade de definir quantos
óvulos serão fecundados, uma vez que a fecundação acontece naturalmente dentro do
organismo, a estimulação precisa ser menos intensa para evitar gestações múltiplas e outras
complicações.
Dessa forma, na RSP e na IA o estímulo é menos intenso. O objetivo é obter no máximo três
folículos dominantes.
Na FIV, tanto a fecundação como o cultivo dos embriões ocorrem em laboratório, permitindo
uma intensidade mais alta do estímulo ovariano. Mesmo que a mulher produza 20 óvulos,
podemos fecundar todos e transferir a quantidade permitida pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM), mantendo os outros embriões congelados.
Quanto mais óvulos tivermos para um ciclo de FIV, maiores serão as chances de sucesso,
pois a qualidade embrionária varia e nem todos os embriões formados são viáveis.
No entanto, o processo de estimulação ovariana tem limites e deve ser controlado para evitar
a síndrome do hiperestímulo ovariano, condição rara atualmente.
Fase lútea
Considerações finais
Se houver imuno-histoquímica com receptor hormonal positivo, além do
letrozol a paciente fará uso de 20mg de tamoxifeno, diariamente, enquanto
durar a estimulação, principalmente quando se trata de quimioterapia
neoadjuvante. Quando se usar antagonista para luteólise, início da EOC na
fase lútea, preconizamos dosar estradiol e progesterona antes do início do
antagonista e antes do início do FSH, além do dia do desencadeamento da
ovulação. Reiteramos que todas as pacientes devem receber, durante a
EOC, letrozol 5mg, diariamente, até o dia do desencadeamento da
ovulação, independentemente da imuno-histoquímica. Com o início da
EOC na fase lútea, não devem ser usadas gonadotropinas que contenham
LH em sua formulação.
O clomifeno é um agonista parcial do receptor dos estrogénios, cuja administração inibe
os efeitos dos estrogénios no hipotálamo estimulando GnRH que irá agir sobre
a hipófise. Compete com o estrogênio endógeno nos receptores estrogênicos
hipotalâmicos, produzindo aumento da secreção do hormônio liberador de
gonadotrofina (GnRH) e dos níveis do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo
estimulante (FSH) o que resulta em estimulação ovariana, com conseqüente
maturaçãodo folículo ovariano e desenvolvimento do corpo lúteo. A redução desses
efeitos diminui o efeito de feedback negativo sobre a glândula, que produz quantidades
maiores de FSH e LH que estimulam o desenvolvimento dos folículos e a ovulação.
a estimulação ovárica é normalmente utilizada em conjunto com ciclos de fertilização in vitro (FIV),
inseminação intrauterina (IIU) e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
Este tipo de medicamentos são também utilizados para estimular a ovulação nos
ciclos de IIU, FIV e ICSI, ou em ciclos com coito programado.
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