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Introdução à reprodução medicamente assistida

Se, ao longo de um ano de relações sexuais regulares sem recorrer a qualquer tipo de
método contracetivo, não ocorrer uma gravidez viável, é possível inferir que existe
infertilidade conjugal (o casal é infértil). De acordo com dados recentes, cerca de 10% dos
casais é diagnosticado com infertilidade e metade destes podem necessitar de tratamentos de
reprodução medicamente assistida.

É ainda importante salientar que este tipo de tratamento é essencial para casais de mulheres e
mulheres sem parceiro que pretendam ter filhos, cujo acesso aos tratamentos de reprodução
medicamente assistida ficou consagrado após a publicação da Lei nº 17/2016, de 20 de junho.

Mas o que é que pode provocar infertilidade?

Tendo em conta às principais causas de infertilidade, os fatores que provocam


infertilidade nas mulheres são semelhantes aos dos homens, contudo, há uns que se
distinguem, como, por exemplo, os problemas na ovulação, a doença das trompas de Falópio
e/ou útero, a endometriose na mulher e as anomalias na produção de espermatozoides nos
homens.

1 História

1.1 não. A Sónia ferreira não apresenta gestações nem abortos anteriores

1.2 não há problemas de infertilidade na família nunca fez nenhum tratamento para prevenir
uma gravidez indesejada

1.3 pelo que se sabe o casal já há quatro meses que a Sónia não tem período, o que poderia
ser um sinal de que está grávida, mas não é o caso

1.4 nenhum dos entes apresenta IST, assim como os seus familiares

2 Hábitos

2.1.1 são os dois muito saudáveis. A Sónia não consome álcool e o António consome álcool
responsavelmente

2.1.2 não consomem drogas, segundo dizem e aparentam

2.1.3 e logicamente não fumam

2.2.1 segundo os exames físicos gerais, a mulher apresenta um índice de massa corporal
47
inferior ao valor considerado saudável ( 2
=16 , 7 ∈ [ 19 , 29 ] ), logo é anorética
1, 68
2.2.2 já O homem está normal, de acordo com os exames físicos gerais

4.1.1 estão a tentar

4.1.2 a mulher não apresentar desenvolvimento folicular e, como tal, não é fértil
4.1.3 António Costa, segundo o exame físico genital está normal e pronto para ação

4.2 previamente não houve qualquer tipo de tratamento, que se saiba

4.3 não nos é dada a informação sobre tal, mas sabemos que antes de tentarem engravidar
utilizam preservativo

Galactorreia
A galactorreia é uma patologia responsável pela produção de leite fora do período de
aleitamento pós-parto. Pode ser causada por uma desregulação hormonal nomeadamente um
nível elevado de prolactina, ao que se dá o nome de hiperprolactinemia. Uma das causas mais
comuns é a presença de um tumor não cancerosos, o prolactinoma, contudo não temos
qualquer informação sobre a existência do mesmo, a segunda causa mais provável é a toma de
medicamentos que por sua vez também podem ser responsáveis pelo estado de amenorreia
(não tem menstruação) da Sónia.

Anorexia nervosa
A nossa paciente foi diagnosticada aos 19 anos com anorexia nervosa e, de acordo a
informação que nos é disponibilizada, ao fazermos o cálculo do seu IMC, através do quociente
entre a sua massa corporal e o quadrado da sua altura, e consultar os valores de IMC
recomendados (entre 19 e 29) podemos inferir que, aos 26 anos, Sónia continua anorética,
pois apresenta um índice de massa corporal inferior ao recomendado, 16.7. Este seu estado
tem algumas implicações na sua saúde e afeta-a, entre outros aspetos, ao nível da sua
fertilidade. Sabe-se que a desnutrição pode prejudicar o ciclo menstrual de uma mulher, pois
reduz os níveis das gonadotrofinas, nomeadamente, a FSH e a LH, responsáveis pela regulação
do desenvolvimento folicular e estimulação da ovulação. Desse modo, também é possível
inferir que os interlúnios irregulares e os cataménios curtos surgiram aos 20 anos como
consequência deste distúrbio alimentar, assim como a amenorreia que a paciente apresenta
aos 26 anos. Mas porque é que a concentração de FSH e LH diminui?

Consoante a gordura corporal, o organismo humano produz uma hormona, a leptina,


que atua no complexo hipotálamo-hipófise, estimulando a secreção de FSH e LH. Na primeira
menstruação, a menarca, funciona como um sinal que avisa o hipotálamo de que o organismo
possui uma reserva de gordura suficiente para uma eventual gestação. Assim, como Sónia é
uma paciente anorética, apresenta uma baixa concentração das gonadotrofinas, que está
relacionada com uma redução da concentração de leptina. Por outro lado, como é mulher
também está mais suscetível aos transtornos alimentares e à diminuição do peso corporal,
visto que precisa de, aproximadamente, o dobro da concentração da de que um homem
necessita. Tendo isto dito, é provável que Sónia tenha amenorreia devido ao facto de ser
anorética, pois menores concentrações de leptina levam à inibição da produção de LH e FSH,
comprometendo o desenvolvimento folicular. O aumento posterior do peso não provoca uma
recuperação total e a função secretora do complexo hipotálamo-hipófise fica afetada. Por este
mesmo motivo é que uma simples dieta e mudança de hábitos alimentares não bastam para
melhorar a fertilidade da paciente, contudo, é sempre aconselhada para a saúde da paciente.
Estimulação ovárica
Para que uma gravidez ocorra com sucesso, é fundamental que se suceda a ovulação.
Contudo, o ciclo menstrual é delicado e facilmente interrompido, o que faz com que esta não
ocorra. Desse modo, cerca de 25% dos casos de infertilidade feminina estão relacionados com
um eventual problema na ovulação.

Assim, é fundamental procurar respostas para este tipo de problemas, como é o caso
da estimulação ovárica (também denominada de estimulação ovárica controlada ou COS). Este
tratamento visa aumentar a fertilidade de uma mulher, estimulando os seus ovários, tal como
o nome indica, a desenvolver e maturar folículos. O principal objetivo deste processo é o
desenvolvimento de vários folículos que sejam capazes de ovular. Assim, consideramos que
este método é o mais adequado ao caso de Sónia, visto que os resultados da ecografia que nos
foram disponibilizados demonstram que Sónia não possui quaisquer folículos ováricos.

Ao contrário da indução da ovulação (IO), a estimulação ovárica liberta mais do que


um oócito por ciclo menstrual, o que aumenta a eficiência do tratamento, pois permite a
recolha de mais oócitos por ciclo. Isto porque, por norma, este processo é complementado
com ciclos de fertilização in vitro (FIV), inseminação intrauterina (IIU) e até com ciclos de
injeção intracitoplasmática de espermatozoides (IICS). Também é comum aplicar este
tratamento a dadoras de óvulos. Todas as mulheres sujeitas a este processo devem ser
seguidas por um médico ginecologista, ao longo de todo o tratamento, capaz de identificar
algum erro durante o processo, através de exames como ecografias.

O processo
A estimulação ovárica pode ser repartida por 3 passos:

 Estimulação do desenvolvimento de múltiplos folículos através da toma de


gonadotrofinas
 Controlo do ciclo menstrual, impedindo uma ovulação precoce, através da toma de
agonistas ou antagonistas
 Indução da ovulação entre 36 e 38 horas antes da recolha dos oócitos

Que medicamentos terei de tomar?


Primeiro passo: Gonadotrofinas
Naturalmente a mulher já produz estas hormonas. Contudo, grande parte dos folículos
degrada-se nos primeiros dias do ciclo menstrual, ao tempo que os níveis da hormona folículo
- - estimulante (FSH) e da hormona luteinizante (LH), as gonadotrofinas, diminuem. Assim, de
modo que os folículos possam continuar a crescer, a estimulação ovárica permite a
manutenção das concentrações destas hormonas, suprimindo o declínio de FSH e de LH que
ocorre, geralmente, no início de cada ciclo menstrual.

Por norma o médico que acompanha o processo, receita uma dose inicial conforme a
idade, o índice de massa corporal (IMC) da mulher, a presença de condições clínicas
específicas, como, por exemplo, a síndrome do ovário poliquístico, os seus níveis hormonais e
o número total de folículos antrais (contagem efetuada por uma AFC, uma ecografia
transvaginal que permite avaliar o número e o tamanho dos folículos existentes no ovário da
mulher), entre outros fatores.

Contudo, é sempre preciso ter conhecimento sobre alguns dos riscos que advém da
toma de gonadotrofinas, visto que estas são muito eficazes no que toma a estimulação do
desenvolvimento folicular. Destes riscos acrescidos estão:

Segundo passo: Agonistas e antagonistas


Durante o tratamento gonadotrofinas, ainda poderão ser receitados outros
medicamentos (agonistas ou antagonistas) para garantir que a ovulação não ocorre antes do
momento mais adequado. Tal ocorre porque estes medicamentos que controlam a
quantidade de gonadotrofinas que o organismo da mulher produz, impedindo a ocorrência de
uma ovulação repentina, antes do tempo necessário para o desenvolvimento adequado dos
oócitos para que ocorra a sua fertilização.

À semelhança do que acontece com a gonadotrofinas estes medicamentos também


são administrados por injeções.

Terceiro passo: Indução da ovulação


Normalmente, uma mulher tende a aumentar os níveis de LH numa fase do seu ciclo
menstrual anterior à ovulação para que esta possa ocorrer naturalmente. Contudo, nem todos
os ciclos funcionam de igual maneira. Por isso, por vezes, é necessária a administração de uma
outra hormona (gonadotrofina coriónica humana, HCG) para desencadear a ovulação na fase
final da estimulação ovárica.

Este tratamento tem uma taxa de sucesso geralmente muito reduzida quando aplicado
sem qualquer outro tipo de técnica complementar como a FIV, mas tendo em conta que o
nosso casal é jovem e que o único problema da mulher era a ausência de folículos ováricos, é
possível inferir que a probabilidade de sucesso apesar de ser sempre baixa, estaria nos valores
ditos “normais” de um casal saudável, aproximadamente 20%. Como é óbvio com o avanço da
idade, esta taxa será cada vez mais pequena (tendo-se como valor ideal menos de 35 anos de
idade). Assim como quanto maior for o número de folículos formados maior é a probabilidade
de pelo menos um deles ser fecundado e depois se ligar ao endométrio na nidação.

A Ética
Ao realizar uma estimulação ovárica há que considerar algumas questões éticas,
nomeadamente, ao nível do acesso (e justiça) e da vida humana. Apesar da beneficência da
técnica, de toda a alegria que provoca a um casal que não era capaz de ter filhos e que, contra
todas as probabilidades, conseguiram ter o seu primeiro filho e do alívio do stress provocado
pela pressão da religião, da cultura e da própria vida social, que pareciam exigir um filho, este
tratamento, que por norma complementa outras técnicas como a FIV e a ICSS, levanta várias
questões éticas.

Em primeiro caso, produzem-se vários embriões para aumentar a taxa de sucesso do


tratamento, mas como nem todos são implantados a questão que se coloca é: Estará correto
criar um potencial ser humano para depois não lhe dar a oportunidade de se desenvolver e
viver como todos nós? Isto, porque, apesar de ainda poderem ser guardados por
criopreservação para uma eventual segunda ou terceira gestação, muitos deles nunca gerarão
um novo organismo e serão, com certeza, despojados e descartados. Por outro lado, o facto da
criopreservação ter um custo extra ao preço já elevado da estimulação ovárica pode provocar
o levantamento da seguinte questão: Será justo que pessoas com os mesmos problemas de
infertilidade, mas com poder económico inferior em relação a outros não possam ter filhos? O
que é certo é que é possível doar os embriões excedentes para investigação ou para adoção,
de modo a felicitar um outro casal.

4950€
FIV/ICSI (não inclui a criopreservação de embriões)
6800€
FIV/ICSI com ovócitos próprios vitrificados
0€
FIV/ICSI com PGT-A (sob consulta)
250€
Indução da ovulação com gonadotrofinas
Inseminação intrauterina 900€
TEC - Transferência de Embriões Criopreservados 1350€
2800€
Estimulação ovárica e criopreservação de ovócitos

Vantagens e desvantagens
Vantagens
 Produz-se mais do que um oócito, o que aumenta a taxa de sucesso de qualquer
tratamento
 É um dos tratamentos, cujo valor não é superior aos 4 dígitos
 É um processo relativamente rápido em relação a outras técnicas como a FIV e,
logicamente a ICSI, podendo variar, em média, entre 9 e 12 dias

Desvantagens
 Há a possibilidade ínfima (devido monitorização do paciente) de os ovários
responderem de forma excessiva à medicação administrada no paciente, com
alterações hormonais associadas, o que em casos graves pode levar ao internamento
do paciente, é ao que se chama de síndrome de hiperestimulação ovárica. Provoca
dilatação dos vasos sanguíneos, criando um líquido que extravasa e que pode
começar-se a acumular em órgãos vitais para a nossa saúde, devendo ser logicamente
tratada.
 Existe um risco de uma gravidez múltipla
 A síndrome de hiperestimulação ovárica (OHSS) - Uma condição que é designada pelo
desenvolvimento de vários folículos. Esta síndrome, normalmente, é detetada e
tratada rapidamente, mas uma pequena fração das mulheres, cerca de 2%, pode até
necessitar de ser hospitalizada para receber ajuda.
 Gravidez múltipla - Com o desenvolvimento de vários oócitos, também há a
possibilidade de formação de vários embriões (gémeos, trigémeos…), o que até pode
parecer cobiçável, mas gravidezes múltiplas podem provocar grandes riscos de saúde,
não só à mãe como também para os bebés.

5- O que não fazer durante a


estimulação ovariana?
Durante a estimulação ovariana, é importante seguir as orientações
médicas à risca. Aqui estão algumas coisas que você não deve fazer:

 Não pule as injeções: A regularidade na administração dos


medicamentos é essencial para o sucesso da estimulação
ovariana.
 Evite medicamentos sem receita médica: Informe seu médico
sobre qualquer medicamento que esteja tomando, pois alguns
podem interferir no processo de estimulação ovariana.
 Evite álcool e tabaco: Essas substâncias podem prejudicar a
resposta dos ovários aos medicamentos.
 Não se automedique: Não faça nenhuma alteração nos
medicamentos ou doses sem consultar seu médico.
 Não ignore os sintomas: Se você experimentar dor abdominal
intensa, inchaço excessivo ou outros sintomas preocupantes,
entre em contato com seu médico imediatamente.

6- O que comer durante a estimulação


ovariana?
Uma dieta saudável desempenha um papel importante durante a
estimulação ovariana. É fundamental manter uma alimentação equilibrada,
rica em nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Aqui estão algumas dicas sobre o que comer durante esse período:
 Alimentos ricos em proteína: Inclua carnes magras, peixes, ovos e
leguminosas em sua dieta para fornecer aminoácidos essenciais.
 Frutas e vegetais: Consuma uma variedade de frutas e vegetais
para obter vitaminas, minerais e antioxidantes.
 Grãos integrais: Opte por pães, massas e arroz integrais para
obter fibras e energia de liberação lenta.
 Hidratação adequada: Beba bastante água para se manter
hidratada, o que é importante para a saúde geral.
 Evite alimentos processados e excesso de açúcar: Estes podem
causar picos de açúcar no sangue e afetar negativamente o
equilíbrio hormonal.
 Cafeína em moderação: Reduza o consumo de cafeína, pois o
excesso pode afetar a qualidade dos óvulos.
Lembre-se de que cada pessoa é única, e as necessidades nutricionais
podem variar. Consultar um nutricionista pode ser útil para criar um plano
alimentar adequado às suas necessidades individuais durante a
estimulação ovariana.

INTRODUÇÃO
Quando após um ano de relações sexuais regulares, sem qualquer
contraceção, não ocorre uma gravidez viável considera-se que existe uma
infertilidade conjugal. Dados recentes apontam para que em cerca de 10% dos
casais se estabeleça um diagnóstico de infertilidade e que cerca de metade
desses casais venham a necessitar de tratamentos de procriação medicamente
assistida (PMA).

Este tipo de tratamento torna-se também inevitável nos casos de mulheres


sem parceiro ou de casais de mulheres, cujo acesso aos tratamentos de PMA
ficou consagrado após a publicação da Lei n.º 17/2016, de 20 de junho.

CAUSAS DE INFERTILIDADE
Relativamente às principais causas de infertilidade, há uma proporção muito
semelhante entre os fatores de ordem feminina e masculina, com particular
destaque para os problemas na ovulação, a doença das trompas uterinas ou do
útero, a endometriose e as anomalias na produção de espermatozoides.
TÉCNICAS DE PMA
Inseminação Artificial (IA)

Principais indicações:

 Problemas de ovulação.
 Alterações ligeiras do número e motilidade dos espermatozoides.
 Disfunções sexuais.
 Infertilidade de causa inexplicada de curta duração (situação em que
após o estudo do casal não se encontra uma explicação para a
infertilidade).
 Necessidade do recurso à doação de espermatozoides por ausência da
sua produção (azoospermia secretora).
 A inseminação com recurso a espermatozoides doados constitui
igualmente uma indicação para mulheres sem parceiro ou casais de
mulheres.
A IA inicia-se após o período menstrual com a administração de fármacos por
via oral ou injetável. O objetivo consiste em promover a ocorrência da
ovulação num determinado momento (identificado ecograficamente), altura
em que, os espermatozoides, depois de devidamente preparados
laboratorialmente, são introduzidos no útero através de um pequeno cateter.
É um tratamento relativamente simples e indolor com taxas de sucesso que
rondam os 10% por cada tentativa. Nos casos de utilização de espermatozoides
doados, essas taxas podem ultrapassar os 15%.

Fertilização in Vitro (FIV)

O recurso à FIV tem um âmbito bastante mais alargado do que o da IA. As


indicações mais frequentes são:

 Obstrução ou ausência bilateral das trompas uterinas.


 Endometriose.
 Insucesso dos tratamentos mais simples como a indução da ovulação e a
IIU.
A FIV também se inicia após o período menstrual. A estimulação dos ovários é
efetuada com medicação injetável durante um período médio de 10 dias e o
objetivo será o de obter um determinado número de ovócitos (idealmente
próximo de 10). O exame ecográfico e (nalguns casos) análises ao sangue,
determinarão o momento ideal para a colheita desses ovócitos (punção
folicular), efetuada por via vaginal, sob sedação ligeira, de modo a ser
indolor. No mesmo dia é efetuada uma colheita de espermatozoides que,
depois de preparados no laboratório, são colocados em incubação com os
ovócitos. Em média, a taxa de fecundação é cerca de 70%. Após um período
de desenvolvimento, que pode durar entre 2 a 5 dias, um a dois embriões são
transferidos para o útero da paciente num processo simples e indolor que não
requer qualquer tipo de sedação. Cerca de duas semanas após a transferência
embrionária é realizado um teste sanguíneo que determinará a ocorrência ou
não de gravidez. As taxas de sucesso da FIV rondarão os 25% a 30% por cada
tentativa.

Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI)

A ICSI tem como principais indicações as seguintes situações:

 Infertilidade masculina grave.


 Casos de fecundação nula ou muito baixa numa FIV anterior.
É em tudo semelhante à FIV no que diz respeito às diferentes fases do
processo, com exceção para a técnica utilizada para a fecundação dos
ovócitos. Neste caso é selecionado um espermatozoide para injeção direta no
ovócito, daí a designação de microinjeção. A taxa de sucesso é ligeiramente
inferior à da FIV, embora se admite que as situações de pior prognóstico
quando é colocada a indicação de ICSI possam explicar essa menor taxa de
sucesso.

Transferência de Embriões Criopreservados (TEC)

As técnicas de criopreservação de embriões evoluíram de forma muito


significativa nos últimos anos. Atualmente a taxa de sobrevivência dos
embriões, após a sua descongelação, é alta e as taxas de sucesso são
sobreponíveis às da transferência de embriões "a fresco".

A TEC tem por base um tratamento médico muito simples. O objetivo é o de


garantir que o útero (endométrio) se encontre em condições ideais para a
implantação do embrião quando este for transferido. Para que tal aconteça,
pode recorrer-se à administração de um suplemento de estrogénios ou,
simplesmente, "aproveitar" as condições naturais criadas pelo próprio
organismo, nos casos de pacientes com ciclos menstruais regulares.

COMPLICAÇÕES
As complicações que podem resultar dos tratamentos de PMA são hoje em dia
muito menos frequentes do que no passado. Se tivermos em conta as
implicações para a grávida e para os recém-nascidos de uma gravidez
múltipla, podemos considerar que esta é, atualmente, a complicação mais
grave e a mais comum. Essa é a razão pela qual as autoridades competentes,
como o CNPMA, insistem na transferência preferencial de apenas um embrião
para a cavidade uterina em cada tentativa, nomeadamente em mulheres com
menos de 35 anos.

Uma outra complicação, felizmente rara, designa-se por síndroma de


hiperestimulação dos ovários. Resulta de uma resposta excessiva dos ovários à
medicação, com alterações hormonais associadas que, em casos extremos,
pode obrigar a internamento hospitalar. No entanto, a monitorização da
doente durante o tratamento e a utilização de fármacos específicos permitem
que a sua incidência seja inferior a 1%.

Argumentos a favor
 Beneficência (fazer o bem): Permitir que os casais que desejam
se tornem pais biológicos.
 Aliviar a dor psicológica e os estigmas
sociais/culturais/religiosos associados à falta de filhos.

Problemas éticos
 A propriedade de gâmetas ou embriões usados em TRA pode
ser complexa.
 Nem todos os embriões criados são implantados:
o Um casal pode criar muito mais embriões do que os que
podem ser colocados com segurança de uma só vez (por
exemplo, um casal pode criar 10 embriões, mas só
devolve 1 por ciclo).
o O resto pode ser guardado e usado mais tarde (ou seja,
para 2º e 3º filhos).
o Uma vez que a família de um casal está completa, muitas
vezes há embriões restantes.
 Os embriões restantes podem ser:
o Descartados/cremados
o Colocados para adoção (por casais incapazes de criar os
seus próprios embriões)
o Doados para a ciência
 ↑↑↑ Alto custo levanta preocupações éticas em relação ao
acesso e justiça
Na puberdade, o aumento da secreção de leptina é diretamente proporcional ao aumento
da gordura corporal. As concentrações de leptina são diferentes entre os sexos, sendo
superiores para as mulheres a partir da puberdade, e de forma permanente após
maturação sexual. A leptina atua tanto no hipotálamo como na glândula hipófise para a
secreção dos Hormônios Luteinizante (LH) e Folículo Estimulante (FSH), tendo uma
função na menarca como sinal ao hipotálamo de que a reserva de gordura é suficiente
para uma gestação25.

Pacientes anoréxicas apresentam redução nos hormônios sexuais, que está relacionada a
concentrações baixas de leptina26. As mulheres necessitam de uma concentração de
leptina duas vezes mais alta que os homens, sendo também mais resistentes aos efeitos
desta. Isto poderia explicar o aumento da suscetibilidade das mulheres aos transtornos
alimentares e à diminuição do peso corporal na anorexia nervosa27.

A amenorréia, sintoma clínico comum em mulheres com AN, está relacionada a menores
concentrações de leptina. A redução de pelo menos 15% do tecido adiposo e a leptinemia
abaixo de 2ng/mL podem causar distúrbios menstruais 25. Mesmo após a recuperação da
ingestão alimentar e do peso, as pacientes anoréxicas tratadas apresentam a função do
eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal comprometida. Assim, devido aos níveis séricos de
leptina ainda reduzidos, permanece uma ausência do padrão secretório com menores
concentrações de LH e de estradiol. Em pacientes com anorexia nervosa, após o
tratamento adequado, muitos meses podem decorrer até que a função ovariana seja
normalizada28.

Indução da ovulação (terceiro passo)


Normalmente, o corpo da mulher aumenta os níveis de LH num certo
momento do ciclo menstrual, a fim de desencadear a ovulação.4 No
entanto, isto não acontece em algumas mulheres.2 Por isso, é necessária
uma injeção de outra hormona (gonadotropina coriónica humana; hCG)
para desencadear a ovulação durante a fase final da estimulação ovárica.4

Isto leva a que o médico saiba o momento exato em que a ovulação ocorre,
permitindo a realização de outros tratamentos no momento adequado,
aumentando assim as suas hipóteses de engravidar.

Agonistas e antagonistas (segundo passo)


Aquando do tratamento com gonadotropinas, poderá utilizado outro
conjunto de medicamentos para garantir que a ovulação ocorre
exatamente no momento certo.4 Estes medicamentos controlam a
quantidade de FSH e LH que o corpo da mulher produz, para impedir a
ocorrência de uma ovulação repentina antes de os óvulos estarem
suficientemente desenvolvidos e maturos para serem recolhidos pelo seu
médico.1

Estes medicamentos são administrados por injeção, à semelhança das


gonadotropinas.4

Que medicamentos terei de tomar?

Gonadotropinas (primeiro passo)


As gonadotropinas são hormonas produzidas naturalmente no corpo da
mulher. Normalmente, a maioria dos folículos degrada-se nos primeiros
dias do ciclo menstrual, à medida que os níveis da hormona folículo-
estimulante (FSH) e da hormona luteinizante (LH) diminuem.1

Assim, a fim de permitir que múltiplos folículos continuem a crescer, a


estimulação ovárica é utilizada para manter as concentrações de
gonadotropinas. O objetivo é suprir o declínio de FSH e LH, que geralmente
ocorre no início do ciclo menstrual.5

O especialista em fertilidade geralmente escolhe a dose inicial com base na


idade, índice de massa corporal (IMC) da mulher, na presença de condições
clínicas específicas (por exemplo, síndrome do ovário poliquístico), nos
seus níveis hormonais e na contagem de folículos antrais (AFC; uma
ecografia transvaginal para mostrar o número e o tamanho dos folículos
existentes nos ovários), entre outras variáveis.6

Uma vez que as gonadotropinas são geralmente mais eficazes do que o


citrato de clomifeno, existe um risco acrescido de:1

 Síndrome de hiperestimulação ovárica (OHSS) — uma condição


caracterizada pelo desenvolvimento de muitos folículos. A OHSS é
normalmente detetada e tratada rapidamente, mas cerca de 2% das
mulheres podem precisar de ser hospitalizadas para receber ajuda
 Gravidez múltipla — gémeos ou trigémeos até pode parecer um cenário
apetecível, mas gravidezes múltiplas podem acarretar sérios riscos de

saúde, tanto para a mãe como para os bebés

O processo

Há 3 passos básicos associados à estimulação ovárica:4

 Tratamento com gonadotropinas para estimular o desenvolvimento de


múltiplos folículos
 Tratamento com agonistas ou antagonistas para controlar o ciclo e
impedir que a ovulação ocorra precocemente
 Indução da ovulação 36 a 38 horas antes da colheita dos óvulos

As mulheres submetidas a estimulação ovárica devem ser seguidas


através da realização de ecografias ao longo de todo o tratamento.

Indução da ovulação técnica


Trata-se de um comprimido tomado por via oral durante 5
dias no início do ciclo menstrual para estimular o crescimento
dos folículos. Estimula o cérebro a produzir a hormona
libertadora de gonadotropinas (GnRH), promovendo a
libertação da hormona folículo-estimulante (FSH) e da hormona
luteinizante (LH).

O que é a estimulação ovárica?

A estimulação ovárica (também conhecida como estimulação ovárica


controlada; COS) é um passo muito importante no tratamento de
fertilidade para mulheres no qual os ovários são estimulados a desenvolver
e maturar óvulos, de forma que fiquem aptos para ser fertilizados. O
objetivo da estimulação ovárica é o desenvolvimento de múltiplos
folículos, prontos para múltiplas ovulações.

A estimulação ovárica é diferente da indução da ovulação (IO), uma vez que


vários óvulos são libertados durante um ciclo menstrual, em vez de um
único óvulo. Isto aumenta a eficiência, uma vez que permite recolher mais
óvulos por ciclo.

A IO também é mais frequentemente utilizada antes de se ponderar


tratamentos com recurso a procriação medicamente assistida (PMA), ao
passo que a estimulação ovárica é normalmente utilizada em conjunto com
ciclos de fertilização in vitro (FIV), inseminação intrauterina (IIU) e injeção
intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

A estimulação ovárica é também realizada por dadoras de óvulos.3

A ovulação é necessária para poder engravidar. No


entanto, o ciclo menstrual é extremamente sensível
e pode ser facilmente perturbado. Problemas
relacionados com a ovulação são muito comuns e
são responsáveis por cerca de 25% dos casos de
infertilidade feminina
3

Outras causas de ter excesso de prolactina incluem:


 Algumas medicações (alguns medicamentos anti-
hipertensivos e pílulas anticoncepcionais)
 Glândula tireoide hipoativa (hipotireoidismo)
 Doença renal crônica
 Doença hepática
 Alguns tipos de câncer de pulmão
Galactorreia pode ocorrer como resultado da desregulação de
certos hormônios. As causas hormonais mais frequentemente
associadas à galactorreia são níveis elevados de prolactina
(hiperprolactinemia) ou níveis elevados de Hormônio
estimulante da tiroide (TSH) ou Hormônio liberador de
tireotrofina (TRH).

https://visao.pt/visaosaude/2019-01-19-o-que-afeta-e-o-que-preserva-a-fertilidade/

https://www.fertility.com/pt-pt/fertilizacao-in-vitro/fase-1-ovulo-e-espermatozoide/
estimulacao-ovarica.html

https://www.sinonimos.com.br/coerente/

https://www.calculadora-online.xyz/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Galactorreia

https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-
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https://www.scielo.br/j/rn/a/N4pKNCC3TyGBwHfzBMgp5ZL/ . leptina

https://www.elsevier.es/en-revista-revista-portuguesa-endocrinologia-diabetes-e-356-
articulo-hiperprolactinemia-que-diagnostico-S1646343914000662

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Figura 2: Canva. Disponível em https://www.canva.com/
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Figura 2: Canva. Disponível em https://www.canva.com/

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