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Bianca, 16 anos, IMC =16, anda preocupada por ainda não ter menstruado e decide se consultar com um
ginecologista amigo da família. Fica mais angustiada ao perceber que quase não tem mamas e nem pelos
pubianos, quando se compara às amigas. O médico ao examina-la, palpa pequenas massas bilaterais no
canal inguinal e comunica que embora a mesma tenha órgãos genitais externos normais, precisa de
exames complementares. Por vergonha dos pais, pede para o médico não comunicar nada para seus
familiares por enquanto.
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17) Paciente de 16 anos, plenamente capaz, pode ser atendida pelo médico sem a presença dos
responsáveis? Justifique.
R. Sim. Princípio da autonomia.
PROBLEMA 2
Objetivos
Sara apresenta ciclos menstruais irregulares desde a sua menarca, aos 13 anos de idade. Meses após a
menarca sua mãe a levou a um ginecologista, que disse que isto era comum durante algum tempo após a
primeira menstruação, mas, que se o quadro persistisse, seria necessária investigação adicional. Após
anos de normalização dos ciclos menstruais, a partir dos 18 anos, ela engordou bastante e então
progressivamente desenvolveu acne e excesso de pelos em locais caracteristicamente masculinos (como
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face, região intermamária e epigástrio), e voltou a ter longos períodos de amenorreia, chegando a ficar 6
meses sem menstruar. Fez uma ultrassonografia por conta própria que revelou cistos em ambos os
ovários. Resolveu passar em consulta médica para procurar um tratamento para o seu problema. O
médico lhe disse que antes de estabelecer o diagnóstico seria necessário solicitar novos exames.
A amenorréia secundária comumente ocorre associada a perda de peso e ao treinamento físico intenso. Estima-se a
prevalência de amenorréia em 30 a 50% nas bailarinas profissionais, 50% em corredoras competitivas, 25% em
corredoras não competitivas e 12% em nadadoras e ciclistas
A amenorréia da mulher atleta já é reconhecida como amenorréia de causa hipotalâmica. Sob essa circunstância a
secreção pulsátil do GnRH está alterada, redundando numa diminuição da produção de LH e FSH que, por sua vez,
acarreta decréscimo dos esteróides ovarianos. A secreção de LH e FSH na adeno-hipófise também é pulsátil, em
conseqüência de descargas rítmicas de GnRH através da circulação porta hipofisária . Marshall e Kelch, em 1986,
descreveram que as características dos pulsos de LH diferiam de forma significante quanto à freqüência e amplitude
entre as mulheres atletas e sedentárias. Observaram, em amostras coletadas a cada 15 minutos durante 6 horas, que tanto
a freqüência de pulso como a amplitude e a área sob a curva de LH eram menores em corredoras, quando comparadas
a um grupo controle.
Têm sido descritos vários mecanismos para explicar esse fenômeno. A descoberta dos opióides endógenos em 1975
gerou inúmeras pesquisas referentes aos efeitos do exercício na liberação desses peptídeos, particularmente sobre as b-
endorfinas. As b-endorfinas são consideradas neurotransmissores, neuro-hormônios e neuromoduladores. Elas podem
influenciar uma variedade de funções hipotalâmicas, incluindo regulação da reprodução, com efeito inibitório na
liberação de GnRH, temperatura, função cardiovascular e respiratória, bem como funções extra hipotalâmicas, tais como
percepção dolorosa e humor
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de GnRH por meio de vários subtipos neuronais que com eles fazem sinapse. Particularmente, os exercícios foram
associados a aumento nos níveis de opiáceos endógenos (b-endorfinas), produzindo a sensação conhecida como “estado
eufórico dos corredores” (runner’s high). Os opiáceos alteram a pulsatilidade do GnRH, conforme demonstrado com o
tratamento de humanos e de modelos animais com antiopiáceos, como a naloxona. Como parte da resposta ao estresse,
cada uma dessas condições
pode aumentar a liberação do hormônio liberador da corticotrofina (CRH, de corticotropin-releasinghormone) pelo
hipotálamo, o que, por sua vez, resulta na secreção de cortisol pela suprarrenal. O CRH altera o padrão da secreção
pulsátil de GnRH, enquanto o cortisol age direta ou indiretamente para interromper a função neuronal do GnRH.
Acredita-se que os transtornos alimentares impactem a função ovulatória por meio de uma série de fatores hormonais,
incluindo insulina, glucagon e leptina. Identificada pela primeira vez em 1994, a leptina é uma proteína com 167
aminoácidos, codificada pelo gene ob e produzida no tecido adiposo branco (Zhang, 1994). Os receptores de leptina
foram identificados no SNC e em uma ampla gama de tecidos periféricos (Chen, 1996; Lee, 1996; Tartaglia, 1995).
Produzida principalmente pelo tecido adiposo, a leptina proporciona uma ligação importante entre balanço energético
e reprodução, embora seja um entre vários mecanismos (Schneider, 2004). Pacientes com anorexia nervosa apresentam
níveis baixos de leptina circulante (Mantzoros, 1997). Por outro lado, mutações no gene da leptina humana resultam em
condições como obesidade mórbida, diabetes melito e hipogonadismo. Este trio pode ser revertido com sucesso com a
administração de leptina humana recombinante (Licinio, 2004). Assim, criou-se o conceito de leptina como um “fator
de saciedade”. Levantou-se então a hipótese de que a redução na produção de leptina causada por perda de peso poderia
secundariamente estimular o neuropeptídeo Y (NPy), que é conhecido por estimular o apetite e alterar a pulsatilidade
do GnRH. É provável que a leptina atue por meio de uma grande variedade de neurotransmissores e neuropeptídeos
adicionais, incluindo b-endorfinas e hormônio estimulante de a-melanócitos.
5) Cite quais as causas de disfunção hipofisária adquiridas e como elas levam a amenorreia
Adenoma hipofisásrio o mais comum prolactinoma Sindrome de Sheehan – necrose hipofisária (mais frequente pós
hemorragia puerperal)
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Society for Reproductive Medicine (ESHRE/ASRM) (The Rotterdam ESHRE/ASRM-Sponsored PCOS Consensus
Workshop Group, 2004) redefiniu-se o conceito de SOP. As mulheres afetadas devem ter pelo menos dois dos seguintes
critérios: (1) oligo-ovulação e/ou anovulação, (2) hiperandrogenismo (clínico e/ou bioquímico) e (3) ovários policísticos
identificados ao exame ultrassonográfico.
■ Resistência à insulina
Mulheres com SOP também apresentam graus elevados de resistência insulínica e hiperinsulinemia compensatória em
comparação com mulheres não afetadas. A resistência à insulina é definida como absorção reduzida de glicose em
resposta a uma determinada quantidade de insulina. O mecanismo dessa redução da sensibilidade à insulina
aparentemente está relacionado com uma anormalidade pós-ligação na transdução do sinal mediado pelo receptor
insulínico (Dunaif, 1997). Tanto mulheres magras como obesas com SOP são mais resistentes à insulina que as controles
não afetadas com peso comparável (Dunaif, 1989, 1992). A resistência insulínica foi associada a aumento de vários
distúrbios, incluindo diabetes melito (DM) tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e doença cardiovascular (DCV).
Androgênios
Tanto a insulina como o LH estimulam a produção androgênica das células da teca ovariana (Dunaif, 1992). Como
resultado, os ovários afetados secretam níveis elevados de testosterona e androstenediona. Especificamente, níveis
elevados de testosterona livre são observados em 70 a 80% das mulheres com SOP, sendo que 25 a 65% apresentam
níveis elevados de SDHEA (Moran, 1994, 1999; O’Driscoll, 1994). Por outro lado, níveis elevados de androstenediona
contribuem para o aumento nos níveis de estrona em razão da conversão periférica de androgênios em estrogênios por
meio da atividade aromatase.
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(Schneider, 2006). A prevalência de síndrome metabólica é de aproximadamente 45% em mulheres com SOP, em
comparação com 4% em controles ajustados de acordo com a idade (Dokras, 2005). A SOP compartilha várias
características endócrinas da síndrome metabólica, embora não haja evidências definitivas de aumento na incidência de
DCV em mulheres com SOP.
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17) Descreva qual o objetivo do uso de anticoncepcional hormonal oral no tratamento da SOP
O tratamento de primeira linha para irregularidades na menstruação é o uso de contraceptivos orais combinados (COCs),
cuja função é induzir ciclos menstruais regulares. Além disso, os COCs reduzem os níveis androgênicos. Em especial,
os COCs suprimem a liberação de gonadotrofina, o que, por sua vez, resulta em redução da produção de androgênio
ovariano. Além disso, o componente estrogênico aumenta os níveis de SHBG. Finalmente, a progesterona antagoniza o
efeito proliferativo endometrial do estrogênio, reduzindo, consequentemente, os riscos de hiperplasia endometrial pela
presença de estrogênio sem oposição. Teoricamente, dá-se preferência aos COCs contendo progestinas com menos
propriedades androgênicas. Tais progestinas incluem noretindrona; progestogênio de terceira geração, como
norgestimato ou desogestrel; ou a progesterona mais recente, drospirenona. Entretanto, nenhum COC mostrou-se
superior aos demais na redução do hirsutismo
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PROBLEMA 3
Objetivos
Estudar os sinais e sintomas do climatério e seus períodos.
Estudar as principais complicações relacionadas à menopausa. (osteoporose, doença cardiovascular...)
Estudar o acompanhamento clínico-laboratorial das mulheres no climatério e menopausa.
Entender as indicações e contraindicações da TH(terapia hormonal).
Estudar a farmacologia dos esteroides sexuais na TH.
Antônia, 50 anos, gesta VI para VI, sente-se muito deprimida e com sensação de calores súbitos de 8 a 10
vezes ao dia, principalmente à noite. Apresentou a última menstruação há 11 meses. Refere também
diminuição da libido. Percebe que não tem a mesma disposição de outros tempos para realizar suas
atividades do cotidiano. Assistiu na TV um debate entre médicos que defendiam e que contraindicavam o
uso de hormônios na menopausa, inclusive o uso de testosterona. Ficou em dúvida e decide consultar um
médico para ver a melhor conduta para o seu caso.
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Sintomas vasomotores
As alterações termorreguladoras e cardiovasculares que acompanham o fogacho estão bem documentadas.
De maneira geral, um episódio de fogacho dura entre 1 e 5 minutos, e a temperatura da pele aumenta em
razão de vasodilatação periférica (Kronenberg, 1990). Essa alteração é particularmente acentuada nos
dedos das mãos e dos pés, onde a temperatura da pele aumenta entre 10 e 15oC. A maior parte das
mulheres sente uma onda de calor repentina que se estende por todo o corpo, em particular na parte superior
e na face. A sudorese inicia-se principalmente na parte superior do corpo e corresponde ao período de
aumento na condutância da pele. A sudorese foi observada em 90% das mulheres com fogacho (Freedman,
2001). Os fogachos se caracterizam por aumento na pressão arterial sistólica tanto na vigília quanto durante
o sono (Gerber, 2007). Além disso, a frequência cardíaca aumenta entre 7 e 17 batimentos por minuto,
aproximadamente no mesmo período em que ocorrem vasodilatação periférica e sudorese. A frequência
cardíaca e o fluxo sanguíneo cutâneo atingem o ponto máximo nos três minutos que se seguem ao início
do fogacho. Simultaneamente à sudorese e à vasodilatação periférica, a taxa metabólica também aumenta
significativamente. Os fogachos também podem ser acompanhados de palpitações, ansiedade, irritabilidade
e pânico. Cinco a 9 minutos após o início de um episódio de fogacho a temperatura interna reduz-se entre
0,1 e 0,9oC, em razão da perda de calor com a transpiração e com a vasodilatação periférica (Molnar, 1981).
Se a perda de calor e a sudorese forem significativas, a mulher pode ter calafrios. A temperatura da pele
retorna gradativamente ao nível normal no prazo de 30 minutos ou mais.
Estrogênios. Os estrogênios desempenham papel vital na produção de fogachos. Embora não haja
correlação evidente entre os dois, suspeita-se de que a abstinência do estrogênio ou as rápidas oscilações
em seus níveis sejam os fatores responsáveis, e não suas baixas concentrações (Erlik, 1982; Overlie, 2002).
Essa hipótese é corroborada pelo fato de mulheres com disgenesia gonadal (síndrome de Turner) que não
têm níveis estrogênicos normais não apresentam fogachos, a menos que sejam primeiramente expostas ao
estrogênio e, em seguida, tenham o tratamento suspenso.
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Vários fatores de risco foram associados a aumento na probabilidade de fogachos. Entre eles estão
menopausa cirúrgica, raça e etnia, índice de massa corporal e tabagismo. A menopausa cirúrgica está
associada à probabilidade de 90% de fogachos durante o primeiro ano após ooforectomia, e os sintomas
são mais abruptos e intensos do que aqueles associados à menopausa natural. Pesquisas demonstraram
também que a prevalência de sintomas vasomotores varia entre grupos raciais e étnicos. Aparentemente, o
fogacho é mais comum em mulheres afro-americanas do que em brancas, e mais comum em mulheres
brancas do que em asiáticas (Gold, 2001; Kuh, 1997). O impacto do índice de massa corporal sobre a
frequência de fogachos não foi esclarecido. Alguns pesquisadores relataram que mulheres mais magras
têm maior probabilidade de evoluir com fogachos, ao passo que outros concluíram que seriam as mais
gordas as afetadas com maior frequência (Erlik, 1982; Thurston, 2008; Wilbur, 1998). Outros fatores de risco
são menopausa precoce, níveis baixos de estradiol circulantes, sedentarismo, tabagismo e uso de
moduladores seletivos do receptor de estrogênio (MSREs) (Bachmann, 2005). Além disso, mulheres
expostas a temperaturas ambientes elevadas podem experimentar fogachos mais intensos e com maior
frequência. Randolph (2005) observou que a incidência de fogachos nas regiões com temperatura ambiente
de 31oC pode ser quatro vezes maior do que nas regiões com temperatura de 19oC. O Capítulo 22 (p. 585)
apresenta uma discussão completa sobre as opções de tratamento de fogachos.
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em mulheres mais jovens, o que é um efeito estrogênico. Entretanto, após a menopausa, esse benefício
desaparece ao longo do tempo, de forma que mulheres na faixa dos 70 anos passam a ter risco idêntico ao
de homens na mesma faixa etária (Matthews, 1989). O risco de DCV aumenta exponencialmente nas
mulheres à medida que entram no período pós-menopausa e os níveis de estrogênio declinam (Matthews,
1994; van Beresteijn, 1993). Este fato tem grande importância nas mulheres em transição menopáusica,
quando medidas preventivas podem aumentar substancialmente a quantidade e a qualidade de vida. As
estatísticas indicam que pelo menos uma em três mulheres com mais de 65 anos apresenta alguma
evidência de DCV. Aos 55 anos, 20% de todas as mortes são causadas por DCV, e entre 30 e 40% das
mulheres morrem de DCV. A relação entre menopausa e incidência de DCV foi investigada pela primeira
vez na coorte de Framingham composta por 2.873 mulheres (Kannel, 1987). Observou-se tendência para
incidência 2 a 6 vezes maior de DCV em mulheres pós- -menopáusicas, em comparação com mulheres na
pré-menopausa de mesma faixa etária. Esse padrão é semelhante ao observado na incidência de
osteoporose, que aumenta muito durante a transição menopáusica. Além disso, o aumento nas DCVs
associado à transição menopáusica é observado, independentemente da idade em que a menopausa
ocorre. Esses e outros dados indicam que a queda do estrogênio pode estar associada a aumento no risco
de DCV.
10) Descreva qual a causa do ganho de peso na menopausa e da mudança de distribuição de gordura
corporal
■ Ganho de peso e distribuição de gordura
Ganho de peso é uma queixa comum entre mulheres na transição menopáusica. Com o envelhecimento, o
metabolismo feminino fica mais lento, o que reduz as necessidades calóricas. Se não houver alteração nos
hábitos alimentares e na prática de exercícios, o ganho de peso é inevitável (Matthews, 2001).
Especificamente, Espeland e colaboradores (1997) verificaram o peso e a distribuição de gordura em 875
mulheres no ensaio Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions (PEPI) e estabeleceram correlações
com o impacto produzido por estilo de vida e fatores clínicos e demográficos. Os autores concluíram que as
mulheres com idade entre 45 e 54 anos tiveram aumento substancialmente maior no peso e na
circunferência abdominal comparadas àquelas entre 55 e 65 anos de idade. Os autores relataram que a
atividade física e o lazer na linha de base, assim como as atividades profissionais, estiveram fortemente
relacionados ao ganho de peso na coorte do PEPI. As mulheres que relataram mais atividade ganharam
menos peso que as mulheres menos ativas. Durante esse período, o ganho de peso está associado à
deposição de gordura no abdome, aumentando a probabilidade de desenvolvimento de resistência insulínica
e, subsequentemente, de diabetes melito e doença cardíaca (Dallman, 2004; Wing, 1991). Além disso, de
acordo com a revisão feita por Baumgartner (1995), dados do Rosetta Study e do New Mexico Aging Process
Study mostraram que os adultos mais idosos têm percentuais mais elevados de gordura corporal que os
mais jovens de qualquer idade, em razão da perda de massa muscular com o envelhecimento. Existem
inúmeros outros fatores subjacentes ao ganho de peso, como fatores genéticos, neuropeptídeos e atividade
do sistema nervoso adrenérgico (Milewicz, 1996). Embora muitas mulheres acreditem que as terapias
estrogênicas provoquem ganhos de peso, os resultados de ensaios clínicos e estudos epidemiológicos
indicam que o efeito das terapias hormonais menopáusicas sobre o peso corporal e a circunferência
abdominal, se houver, seria reduzir levemente a taxa do aumento relacionado com a idade (Espeland, 1997;
Guthrie, 1999).
11) A menopausa tem correlação com distúrbios do sono e cognitivos? Se sim descreva
Distúrbios do sono
Dificuldades para iniciar e manter o sono são comuns em mulheres na menopausa. A fragmentação do sono
em geral está associada a fogachos e resulta em fadiga durante o dia, alteração no estado de humor,
irritabilidade e problemas com a memória de curto prazo (Owens, 1998). Mesmo mulheres com poucos
sintomas vasomotores podem apresentar insônia e sintomas de humor relacionados com a menopausa
(Erlik, 1982; Woodward, 1994). Às vezes, há indicação para prescrição em curto prazo de indutores de sono,
listados na Tabela 1-24 (p. 29). À medida que envelhecem, as mulheres têm maior tendência a sono leve e
acordam mais facilmente por dor, barulhos ou necessidades físicas. Problemas de saúde, bem como outras
condições crônicas enfrentadas pela mulher e, com frequência, pelo marido ou companheiro, resultam em
interrupção do sono. Doenças ortopédicas dolorosas, doença pulmonar crônica, pirose e algumas
medicações que interrompem o sono podem reduzir acentuadamente a qualidade e a quantidade do sono
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reparador. Noctúria, urgência e frequência urinária, condições mais comuns em mulheres menopáusicas,
também são fatores importantes. Os distúrbios respiratórios do sono (DRSs), que incluem graus variados
de obstrução faríngea, são condições muito mais comuns em mulheres menopáusicas e seus
companheiros. Nas mulheres, em geral, o DRS é uma condição associada a aumento da massa corporal e
à diminuição nos níveis de estrogênio e progesterona. Roncos sonoros são muito comuns em razão de
obstrução das vias aéreas superiores. Esse tipo de obstrução pode variar em gravidade, desde aumento da
resistência das vias aéreas superiores até apneia obstrutiva do sono (Gislason, 1993). Em todos esses
exemplos, o foco deve ser o tratamento dos problemas de saúde subjacentes para melhorar o sono da
paciente.
Distúrbios cognitivos
A memória piora com o avanço da idade. Embora não tenha sido confirmado qualquer efeito direto dos
níveis baixos de estrogênio sobre a memória e a cognição, muitos pesquisadores suspeitam da existência
de uma relação – ou aceleração – entre declínio cognitivo e menopausa. O funcionamento cognitivo foi
avaliado em um estudo de coorte formada por mulheres em idade reprodutiva e pós-menopáusicas sem
tratamento de reposição hormonal. Nas pacientes pós-menopáusicas, o desempenho cognitivo piorou com
o avanço da idade. O mesmo não ocorreu com aquelas em idade reprodutiva. As mulheres pré-
menopáusicas na faixa de 40 anos tiveram menor probabilidade de apresentar declínio cognitivo, em
comparação com as pós-menopáusicas na mesma década de vida. Os pesquisadores concluíram que, após
a menopausa, há deterioração acelerada de algumas formas de função cognitiva (Halbreich, 1995). Os
fatores que aceleram as alterações degenerativas cerebrais representam possíveis riscos modificáveis para
o declínio cognitivo (Kuller, 2003; Meyer, 1999). Pesquisadores estudaram supostos fatores de risco para
aceleração de déficits cognitivos sutis e de demência. Esses fatores foram correlacionados com os
resultados de medições sequenciais de atrofia cerebral, densitometria por TC e testes cognitivos entre
voluntários idosos neurológica e cognitivamente normais. Os fatores de risco para redução da perfusão
cerebral e afinamento da densidade das matérias cinzenta e branca incluem ataques isquêmicos transitórios
(AITs, de transient ischemic attacks), hiperlipidemia, hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de
bebidas alcoólicas e sexo masculino, o que implicaria ausência de estrogênio. Os autores sugeriram
intervenções para controle dos fatores de risco passíveis de tratamento.
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2008). Embora os profissionais de saúde devam estar cientes dessas diretrizes, não há limite de tempo
determinado para a duração do uso de TH em mulheres sintomáticas que estejam bem informadas. O
tratamento pode ser mantido enquanto a paciente sentir que os benefícios superam os riscos. Os médicos
devem advertir suas pacientes de que os riscos aumentam com a idade e com a duração do uso. Consultas
anuais ou semestrais para discutir sintomas, efeitos colaterais e para atualização na literatura cientifica.
17) Descreva sobre a sua opinaio quanto ao uso de testosterona em mulheres na menopausa
Testosterona. A reposição androgênica em mulheres com transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) é
um tema controverso. Embora em alguns estudos se tenha documentado associação entre reposição
androgênica e melhora no desejo sexual, ainda é necessário realizar ensaios de grande porte, alta qualidade
metodológica e com acompanhamento em longo prazo (Pauls, 2005). Shifren e colaboradores (2000)
demonstraram que mulheres que sofreram menopausa cirúrgica e que, subsequentemente, foram tratadas
com estrogênio sistêmico melhoraram a função sexual e o bem-estar psicológico com a administração
transdérmica simultânea de 300 mg de testosterona. Entretanto, nesse estudo, houve forte resposta ao
placebo, e muitas pacientes apresentaram evidências de níveis de androgênio no limite superior. Lobo e
colaboradores (2003) examinaram mulheres na pós-menopausa para avaliar os efeitos sobre o TDSH de
0,625 mg de estrogênio oral com ou sem 1,25 mg de metiltestosterona. Na reavaliação após 16 semanas,
a terapia com metiltestosterona aumentou a biodisponibilidade da testosterona e aumentou o interesse e o
desejo sexual na maioria das mulheres estudadas. Os sintomas de insuficiência androgênica incluem
sensação de mal-estar, fadiga permanente, alterações na função sexual e níveis séricos baixos de
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testosterona livre. A reposição talvez seja a melhor alternativa a ser oferecida a mulheres com esse tipo de
achado. É importante ressaltar que as pacientes devem ser informadas de que a reposição androgênica
paratratamento de TDSH não tem indicação formal e tampouco foi aprovada pela FDA. Além disso, grande
parte dos dados disponíveis tem como base estudos de curto prazo, e a segurança e a eficácia em longo
prazo são desconhecidas (Braunstein, 2007). A terapia deve ser administrada sob rigorosa supervisão
clínica com monitoramento para efeitos adversos sobre o perfil lipídico. Entre os possíveis benefícios dos
androgênios estão aumento da massa muscular, estímulo à formação óssea, redução na frequência de
fogachos e aumento da sensação de bem-estar. Aumentos da libido, da frequência sexual e dos orgasmos
podem ser benefícios adicionais. Entre os efeitos adversos precoces da terapia androgênica estão acne e
hirsutismo, sendo que em um estudo recente relatou-se aumento de 3% na taxa de incidência de acne nos
grupos tratados com testosterona (Lobo, 2003). Os efeitos colaterais em longo prazo, como padrão
masculino de calvície, engrossamento da voz e hipertrofia clitoridiana, não são frequentes, mantendo-se
níveis normais de androgênio. A terapia androgênica pode exercer efeitos adversos sobre o perfil lipídico, e
não há dados sobre os efeitos de longo prazo sobre o risco cardiovascular (Davis, 2000).
■
18) Qual a relação entre terapia de reposição hormonal e câncer
Elevação riscos de câncer estrógeno dependentes – mais importante câncer da mama Elevação risco
câncer de endométrio se não associado a progesterona Fator protetor câncer colo retal.
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PROBLEMA 4
Objetivos
Sandra, G2A1, apresenta atraso menstrual de 15 dias e resolveu fazer teste de gravidez de farmácia que
confirmou gestação. Procurou o ginecologista há 2 dias que orientou a realização de exames laboratoriais
e ultrassonográfico. Há algumas horas vem apresentando dor abdominal progressiva associada a
pequeno sangramento escurecido por via vaginal. Ligou para o seu médico e após informar-lhe dos
sintomas que está apresentando foi orientada a procurar o pronto-socorro.
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PROBLEMA 5
Objetivos
Estudar trabalho de parto pré-termo (TPP) e amniorrexis prematura: epidemiologia; etiologia; fatores de
risco; quadro clínico; diagnóstico; medidas de assistência ao TPP / amniorrexis, em especial indicações e
contraindicações de tocolíticos, corticoterapia, e prevenção de sepse neonatal precoce; possíveis
complicações para a mãe e para o concepto.
Conhecer os aspectos psicológicos do parto prematuro
Daniela, 21 anos, G1P0, 32 semanas, procura UPA com história de perda de líquido pela vagina há 2
horas. Nesta gestação já havia sido internada duas vezes com suspeita de trabalho de parto prematuro.
Ao exame, apresenta-se em bom estado, afebril, anictérica e acianótica. PA de 110x70mmHg, altura
uterina de 26cm, tônus uterino normal, sem dinâmica de trabalho de parto, frequência cardíaca fetal de
152 bpm. Os exames complementares revelaram perfil biofísico fetal nota 8 (oligodrâmnio) com
cardiotocografia normal. Ao exame especular, visualiza-se saída de líquido claro sem grumos pelo orifício
externo do colo. O plantonista orientou internação e administração de corticoide. Após 3 semanas de
conduta expectante, sem sinais clínicos de infecção, Daiane entrou em trabalho de parto espontâneo e o
médico assistente optou por não inibir o trabalho de parto e realizou antibioticoprofilaxia. A paciente
evoluiu com nascimento de RN de 1980g Apgar 7/9 sendo encaminhado para a unidade de cuidado
intermediário.
3) Defina o que é rotura prematura de membranas pre viável e qual a conduta a ser tomada
Ruptura prematura das membranas pré-viável (< 24 semanas). A RPM préviável (< 24 semanas) incide
em menos de 1% das gestações (ACOG, 2013). Cerca de 40 a 50% das grávidas com RPM pré-viável dão
à luz na primeira semana após a ruptura e 70 a 80% dentro de 2 a 5 semanas. Com o tratamento expectante,
a taxa de sobrevida fetal com a ruptura após 22 semanas é de aproximadamente 55%, e antes de 22
semanas de apenas 15%. A incidência de hipoplasia pulmonar após a RPMP de < 24 semanas é de 10 a
20%. A hipoplasia pulmonar está associada a alta mortalidade, mas é raramente letal quando a ruptura
ocorre com 23 a 24 semanas de gestação, provavelmente porque o crescimento alveolar adequado para
suportar o desenvolvimento pós-natal já ocorreu. Rupturas em idades gestacionais precoces e com pouco
volume residual de LA são determinantes primários de hipoplasia pulmonar. A oligoidramnia acentuada e
precoce é responsável ainda pela síndrome de Potter: fácies de Potter (implantação baixa das orelhas e
prega nos epicantos), contratura dos membros e hipoplasia pulmonar. As complicações maternas
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significantes são: infecção intramniótica, endometrite, DPP e retenção placentária. A sepse tem sido
observada em aproximadamente 1% dos casos, por vezes levando ao óbito materno (ACOG, 2013).
4) Quais os fatores etiológicos que podem estar envolvidos na rotura prematura de membranas
A RPM tem sido tradicionalmente atribuída ao estresse físico que produz estiramento das membranas,
como, por exemplo, o associado a polidrâmnio, gravidez gemelar e contrações uterinas sintomáticas.
Todavia, evidências recentes sugerem que a ruptura das membranas está também relacionada a processos
bioquímicos, incluindo a disrupção do colágeno dentro da matriz extracelular do âmnio e do cório. A infecção
intrauterina (corioamnionite) tem papel relevante em cerca de 50% dos casos de RPMP/parto pré-termo,
especialmente em idades gestacionais precoces, atuando por meio de diversos mecanismos, como, por
exemplo, citocinas próinflamatórias (TNFα, IL-1, IL-6), metaloproteinases da matriz (MMP) e produção de
prostaglandinas (PGE2, PGF2α) pelas membranas fetais.
A síndrome de Ehlers-Danlos, distúrbio hereditário do tecido conjuntivo, é caracterizada por vários defeitos
na estrutura da síntese do colágeno e constitui exemplo drástico de doença genética associada à RPM.
Outros fatores de risco aventados são o sangramento vaginal no 2o e no 3o trimestre, tabagismo, uso de
drogas ilícitas, baixo nível socioeconômico, conização ou circlagem cervical, colo curto (< 25 mm) no 2o
trimestre e amniocentese. Na maioria dos casos não se identifica o fator etiológico da RPM. O fator de risco
mais importante é a história de ruptura em gravidez anterior, com taxa de recorrência de aproximadamente
15 a 30%.
5) Como pode ser feito o diagnóstico de rotura prematura pre termo de membrana
▶ História e exame clínico. Em aproximadamente 90% dos casos, o diagnóstico da RPM é feito pela
história da paciente, que revela deflúvio abundante de líquido pela vagina. O exame com espéculo estéril
confirma o diagnóstico ao visualizar líquido escorrendo pelo orifício cervical. O toque vaginal aumenta o
risco de infecção e nada acrescenta ao diagnóstico; deve ser evitado, a menos que a paciente esteja em
pleno trabalho de parto.
▶ Testes laboratoriais. Recomendam-se dois testes simples, de leitura imediata, no líquido vaginal
coletado de preferência no fundo de saco posterior: papel de nitrazina (para a determinação do pH) e
cristalização. Enquanto o pH da secreção vaginal é ácido e varia entre 4,5 e 6,0, o do LA é alcalino e se
situa entre 7,1 e 7,3 (ACOG, 2013). Na ruptura, o papel de nitrazina assume a coloração azul (pH > 6,5).
Informação adicional pode ser obtida pela coleta de líquido vaginal, secado por 10 min em lâmina e
observado ao microscópio; arborização (cristalização) define a amniorrexe. Recentemente incorporado à
prática obstétrica, o AmniSure® é um teste rápido, imunocromatográfico, que detecta a proteína
microglobulinaalfa-1 placentária (PAMG-1) no meio vaginal (MEUFRJ, 2013).
▶ Ultrassonografia. A ultrassonografia é utilíssima para confirmar a oligoidramnia (maior bolsão de líquido
amniótico < 2 cm), mas não é diagnóstico da ruptura – cerca de 50% das amniorrexes ocorrem sem
oligoidramnia. Do mesmo modo, o diagnóstico pela ultrassonografia (e pela ressonância magnética) de
hipoplasia pulmonar nas RPMP de < 24 semanas não tem sido efetivo. Afastadas as malformações urinárias
fetais (ultrassonografia morfológica) e a insuficiência placentária (Doppler umbilical), a hipótese de RPM é
muito sugestiva para explicar a oligoidramnia.
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8) Descreva qual conduta na rotura prematura pre termo de membranas entre 24 e 34 semanas
Entre 24 e 34 semanas, na ausência de complicações, o melhor tratamento é o expectante com a paciente
hospitalizada (Figura 26.6). A paciente deve manter o repouso relativo no leito (evitar atividade física) e
pélvico (proibido o coito e o toque vaginal) e, concomitantemente, a gestante deve ser observada para a
evidência de infecção, DPP, compressão do cordão umbilical, sofrimento fetal e início do parto. A avaliação
fetal é feita pelo monitoramento eletrônico de seus batimentos cardíacos e pelo perfil biofísico fetal (PBF)
simplificado. A frequência desses testes pode ser diária ou 2/semana, dependendo do resultado. É razoável
considerar a indução do parto quando a gravidez chegar a 34 semanas.
10) descreva qual a conduta na rotura prematura pre termo de membranas após 34 semanas
À semelhança do que ocorre para a RPM a termo, o melhor tratamento para a RPMP após 34 semanas é o
parto imediato.
11) Em um pre natal de baixo risco devemos realizar a pesquisa de estreptococos do grupo B?
quando e qual a conduta se positivo
A infecção por GBS (Streptococcus agalactiae) é a principal causa de infecção neonatal precoce e a maior
causa de sepse no recém-nascido. Ela também é reconhecida como importante agente etiológico de
infecção materna – corioamnionite, endometrite, infecção urinária e septicemia. As recomendações dos
organismos responsáveis norte-americanos são de que todas as grávidas (entre 35 e 37 semanas da
gestação) sejam rastreadas pela cultura vaginorretal para colonização por GBS (CDC, 2010). Cerca de 10
a 30% das grávidas estão colonizadas por GBS na vagina ou no reto, 50% dos recém-nascidos serão
colonizados e 2% terão a infecção neonatal precoce (sepse, pneumonia, meningite). Essas mulheres
colonizadas deverão receber profilaxia antibiótica intraparto (PAI) para a prevenção da infecção perinatal
pelo GBS. Por outro lado, mulheres cujos resultados da cultura forem desconhecidos devem ser tratadas de
acordo com os critérios de risco no parto (Tabela 39.4): gestação com < 37 semanas, duração da ruptura
das membranas ≥ 18 h ou temperatura ≥ 38°C. A profilaxia intraparto também está indicada para mulheres
com bacteriúria por GBS na gravidez atual ou naquelas com bebê prévio com doença GBS invasiva. O
fármaco escolhido para a PAI é a penicilina G, na dose de 5 milhões de UI IV, seguidas de 2,5 milhões de
UI a cada 4 h até o nascimento. A ampicilina, 2 g IV, seguidos por 1 g a cada 4 h, é alternativa aceitável.
Para aquelas alérgicas à penicilina, é indicada a cefazolina, 2 g IV, depois 1 g a cada 8 h até o nascimento.
O MS (2012) e o RCOG (2012) não recomendam a cultura vaginorretal para GBS de rotina na gravidez.
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para se referir àquele nascido entre 37+0 e 38+6 semanas. Recém-nascidos pré-termo tardios (PTT) ou a
termo precoces (TP) constituem um grupo especial de RN que apresentam morbidade (Tabela 28.1) e
mortalidade neonatais mais altas). O RN pré-termo (< 37 semanas) pode ser categorizado em 4 subgrupos:
Pré-termo extremo: < 28 semanas (5%)
Muito pré-termo: 28 a 30+6 semanas (15%)
Pré-termo precoce: 31 a 33+6 semanas (20%)
Pré-termo tardio: 34 a 36+6 semanas (60%).
13) Qual a importância epidemiológica do parto pré termo
No ano de 2010, ocorreram 14,9 milhões de partos pré-termo no mundo, o que corresponde a 11,9% dos
nascidos vivos; nos Estados Unidos, a incidência foi de 12,0% dos nascidos vivos e vem aumentando nas
duas últimas décadas. Na América Latina e no Caribe, também em 2010, a taxa foi de 8,6% dos nascidos
vivos. O parto pré-termo é um problema de saúde pública e representa a causa principal de morbidade e de
mortalidade neonatal precoce e tardia, em face do risco aumentado de complicações no
neurodesenvolvimento, respiratórias e gastrintestinais, como síndrome de angústia respiratória (SAR),
doença pulmonar crônica, enterocolite necrosante, hemorragia intraventricular e paralisia cerebral. A
prematuridade superou os defeitos congênitos como a principal causa de mortalidade neonatal. O
prognóstico tardio dos RN de baixo peso é comprometido pelo risco elevado de doença cardiovascular
(infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial), diabetes melito do tipo 2 e,
possivelmente, câncer.
15) Descreva quais os testes você conhece para avaliação de maturidade fetal
Os exames de avaliação da maturidade fetal restringem-se, quase exclusivamente, à investigação da
maturidade pulmonar e não prescindem da amniocentese para coletar amostras do líquido amniótico (LA).
Atualmente é rara a indicação de amniocentese para avaliar a maturidade pulmonar fetal, visto que é um
procedimento invasivo e não isento de riscos. A administração universal de corticoide por 48 h entre a 24a
e a 34a semana da gestação tornou obsoletos os exames de maturidade pulmonar fetal.
▶ Teste de Clements e determinação da relação lecitina/esfingomielina. Ambos os testes têm por
finalidade avaliar a concentração de lecitina existente no LA, fosfolipídio de atividade surfactante a ser mais
bem estudado posteriormente. A dosagem bioquímica da lecitina, trabalhosa e sujeita a erros, pela variação
do volume do LA, é substituída pela determinação cromatográfica da relação lecitina/esfingomielina (relação
L/E) ou pela sua avaliação qualitativa por meio do teste de Clements. A relação L/E positiva é ≥ 2,0. O teste
de Clements baseia-se na propriedade da lecitina, quando misturada ao etanol, de produzir borbulhas
estáveis após agitação. Para estimar a maturidade pulmonar, empregase inicialmente o teste de Clements
na diluição 1:2. Os resultados falso-positivos (relação L/E < 2,0) com o teste de Clements são raros; os
falsonegativos (relação L/E ≥ 2,0), bastante comuns, chegam a mais de 40%. Nesses casos, o teste de
Clements na diluiçao 1:1 é opcional e útil apenas quando não se dispõe da relação L/E. O teste de Clements
na diluição 1:1 possibilita separar os casos intermediários e os negativos. Os resultados intermediários
quase sempre correspondem à relação L/E ≥ 2,0, mas os falsos-negativos, mesmo na diluição 1:1, ainda
são frequentes.
Determinação do fosfatidilglicerol. O fosfatidilglicerol (FG) é importante potencializador da ação
surfactante da lecitina e, quando ausente, pode contribuir para o desenvolvimento da SAR, mesmo estando
a relação L/E madura.
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avaliar o pós-maduro na gravidez prolongada e apenas o PBF para acompanhar a vitalidade fetal no
diabetes sem complicação vascular que, em vez de exibir oligoidramnia, mostra polidramnia/macrossomia.
O PBF, desenvolvido por Manning, em 1980, é um teste de avaliação anteparto da vitalidade fetal, que
observa quatro variáveis sonográficas durante 30 min: movimento respiratório fetal (MRF) (Figura 59.5),
movimento fetal, tônus e vLA. Se houver membranas intactas, rim funcionante e sistema urinário
desobstruído, a diminuição do vLA significa redução da filtração renal pela redistribuição do débito cardíaco
com prejuízo do rim, em resposta à hipoxia crônica (Figura 59.6). Os componentes sonográficos do perfil e
a inclusão da CTG recebem nota 2 (presente) ou 0 (ausente) (Tabela 59.2). A contagem 8 a 10 (desde que
o vLA receba 2) é considerada normal; 6, equivocada e ≤ 4, anormal. O vLA avalia a existência de
oligoidramnia (Figura 59.7). O diâmetro vertical do maior bolsão de LA é normal quando mede entre 2 e 8
cm; < 2 cm, configura a oligoidramnia e > 8 cm, a polidramnia.
Tabela 59.2 ■ Variáveis do perfil biofísico fetal (PB
F).
Variável Critério
1. Aceleração da frequência cardíaca fetal (FCF) 2 acelerações
2. Movimento respiratório fetal (MRF) 1 episódio contínuo com 30 s de duração
3. Movimento fetal 3 movimentos do corpo ou dos membros
4. Tônus fetal
1 episódio de extensão/flexão dos membros ou de tronco ou abertura/fechamento das
mãos
5. Volume do líquido amniótico (vLA) Bolsão vertical > 2 cm
Duração do teste: 30 min. Nota da variável: presente = 2; ausente = 0.
17) O que é uma cardiotocografia
A cardiotocografia (CTG) é o registro contínuo da frequência cardíaca fetal (FCF) instantânea
(cardiotacometria) e da contratilidade uterina. No monitoramento externo, tanto o transdutor para o registro
das contrações uterinas e dos movimentos fetais como o que possibilita captar a FCF são colocados no
ventre materno (monitoramento abdominal, indireto ou não invasivo).
18) Como deve ser realizada a corticoterapia na gestação e qual seu objetivo
O uso do corticoide está consagrado em obstetrícia. Foram trabalhos pioneiros os de Liggins (1969) em
ovelhas, logo transpostos para a espécie humana (Liggins & Howie, 1972). O corticoide estimula a síntese
e a liberação de material surfactante no alvéolo pulmonar. A betametasona e a dexametasona atravessam
a barreira placentária e, por via intramuscular, são os corticoides preferidos para a corticoterapia antenatal.
O corticoide é capaz não só de reduzir a incidência de SAR como também de outras complicações no bebê,
tais como hemorragia intraventricular, leucomalacia periventricular, retinopatia da prematuridade,
enterocolite necrosante, persistência do canal arterial e, o que é mais importante, a taxa de mortalidade
neonatal. A administração do corticoide está associada à redução de 50% na incidência de SAR, e sua
eficácia fica mais evidente quando o parto ocorre após 24 h e dentro de 7 dias de sua utilização. A Revisão
Cochrane (2007) recomenda um único curso de corticoide, que pode ser a betametasona, 12 mg via
intramuscular repetida 2 vezes com intervalo de 24 h sempre que houver risco de parto pré-termo, incluindo:
Grávidas com ruptura das membranas
Grávidas com pré-eclâmpsia
Pacientes com gestação múltipla
Aquelas em que o parto pode ocorrer em menos de 24 h
E na prática neonatal moderna em que o surfactante é disponível.
São recomendações do ACOG (2008):
Não há evidências de que a betametasona deva ser preferida em relação à dexametasona
Os seguintes esquemas podem ser utilizados:
Duas doses de 12 mg de betametasona por via intramuscular, espaçadas de 24 h
Dexametasona na dose de 6 mg por via intramuscular a cada 12 h (4 doses)
Apenas um curso de corticoide deve ser administrado em pacientes entre 24 e 34 semanas de
gestação, que correm risco iminente de parto pré-termo dentro de 7 dias
Apenas um curso de corticoide deve ser utilizado em pacientes com RPMP entre 24 e 32
semanas de gestação
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21) Há alguma droga a ser utilizada para neuro proteção no parto prematuro? Qual e quando ela deve
ser utilizada
O sulfato de magnésio (Mag) utilizado para a neuroproteção fetal está indicado na gestação entre 23 e 31+6
semanas quando o parto é iminente ou a gravidez deve ser interrompida nas 24 h seguintes [Society of
Obstetricians and Gynaecologists of Canada (SOGC), 2011)]. No parto pré-termo com indicação clínica, o
Mag deve ser iniciado 4 h antes da interrupção. A Revisão Cochrane (2009), avaliando o uso do Mag para
a neuroproteção fetal, encontrou risco relativo de 0,71, vale dizer, redução de 30% de paralisia cerebral.
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PROBLEMA 6
Objetivos
Sandra, 15 anos, primigesta, gestante de 35 semanas pela data da última menstruação e por
ultrassonografia precoce, procura o PS com queixa de cefaleia intensa e epigastralgia há 2 horas. Refere
ganho de peso muito rápido durante a gestação, sobretudo nas últimas semanas. Faltou às duas últimas
consultas de pré-natal por achar que estava tudo bem. Ao exame, encontra-se em regular estado geral,
agitada, PA de 200 x 130 mmHg, pulso de 92 bpm, edema de membros inferiores, de mãos e de
pálpebras. A cardiotocografia ante parto mostrou-se normal. Constatou-se proteinúria maciça no exame
isolado de urina. Enquanto colhia os exames de sangue preconizados, se compensava a PA e se iniciava
a terapia adequada, a mesma apresentou convulsão. Os resultados de exames iniciais mostraram
plaquetopenia e elevação de enzimas hepáticas. Depois de estabilizado o quadro, indicou-se a interrupção
da gravidez.
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PROBLEMA 7
Márcia, 36 anos, G3P2, tipagem sanguínea O negativo, grávida na 37ª semana, tabagista, acorda pela
manhã com as roupas encharcadas pela perda de sangue por via vaginal. Na semana anterior tinha
realizado uma ultrassonografia que demostrava placenta baixa. Ao exame físico apresentava PA:
90/50mmHg, descorada 2+/4+, taquicárdica e dispneica. No exame especular apresentava sangramento
moderado, indolor e colo aparentemente impérvio; não foi realizado toque vaginal. O feto encontrava-se
em apresentação anômala confirmada pela palpação, batimentos cárdio-fetais presentes e tônus uterino
normal. O plantonista orientou ao residente, a resolução da gestação por parto cesariana devido ao
sangramento importante (Hemogloina:8.0 / Hematócrito:24%). No intra-operatório foi submetida à
histerectomia puerperal consequente a sangramento incoercível mesmo após tentativa de coibir o
sangramento com uterotônicos. O recém-nascido apresentou-se em boas condições; pesando 2900g, com
Apgar 9/10 e tipagem sanguínea A+.
Objetivos
Estudar sangramentos de terceiro trimestre (Placenta prévia, Descolamento Prematuro da Placenta,
Rotura uterina e seus diferenciais).
Estudar as inserções normais e anormais da placenta e cordão umbilical.
Estudar as condutas no acretismo placentário.
Estudar aloimunização Rh (sobretudo profilaxia).
3) Cite e justifique com qual idade gestacional podemos classificar uma placenta como prévia
e por que somente nesta idade gestacional
O diagnóstico da placenta prévia deve ser realizado por ultrassonografia transabdominal de 20 a 24
semanas, mas a confirmação é feita pela ultrassonografia transvaginal, muito mais precisa que a abdominal,
bem aceita pela paciente e segura, pois não causa sangramento. Estima-se que cerca de 90% das placentas
prévias diagnosticadas na ultrassonografia de 2º trimestre resolvam-se na ultrassonografia de 36 semanas,
pela expansão do segmento inferior no 2º e no 3º trimestre, fenômeno conhecido como “migração
placentária”.
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4) Um parto vaginal é possível em uma paciente com placenta prévia? Se sim descreva em que
condições
Pacientes que apresentam distância entre a borda da placenta e o OI ≥ 2 cm podem sercandidatas ao parto
vaginal. Aquelas com essa distância < 4 cm (placenta baixa) apresentarão sangramento intenso no pós-
parto.
8) Descreva quais as condutas obstétricas podem ser necessárias após um parto com
acretismo placentário
O parto vaginal pode ser tentado na placenta baixa, quando a borda placentária está a mais de 2 cm do OI
do colo. Mulheres com placenta prévia cuja margem placentária está a mais de 2 cm do OI no 3º trimestre
devem ser operadas por cesárea. A cesárea eletiva deve ser realizada com 38 a 39 semanas, nas
assintomáticas com placenta prévia menor e com 36 a 37 semanas nas assintomáticas com placenta prévia
maior. As pacientes com placenta acreta assintomáticas serão operadas com 34 semanas. A placenta acreta
é a maior indicação (38%) de histerectomia- cesárea (NICHD, 2009). A histerectomia-cesárea tem
particularidades: cesárea clássica (incisão corporal longitudinal), nenhuma tentativa de retirada da placenta
e histerectomia com a placenta in situ. É válida a espera pelo secundamento espontâneo, face à possível
imprecisão do diagnóstico sonográfico. Quando a contratilidade uterina estiver prejudicada, são
recomendadas 3 ordenhas do cordão para evitar a anemia do bebê. Muitas pacientes com placenta percreta
e invasão da bexiga necessitam de cistectomia parcial. Em caso de placenta acreta-cesárea, abre-se o útero
longe da placenta (cesárea clássica) e extrai-se o feto sem tentar descolar a placenta; ato contínuo procede-
se à histerectomia-cesárea com a placenta in situ. Em muitos casos, o diagnóstico de acretismo só é feito
no 3o período do parto, quando na ausência de plano de clivagem entre o útero e a placenta, a qual fica
retida qualquer tentativa de extração da placenta pode levar à hemorragia massiva. O tratamento é
ahisterectomia. Enquanto se aguarda a histerectomia, pode ser tentada a colocação do cateterbalão de
Bakri para interromper o sangramento.
10) Descreva quais os fatores de risco para descolamento prematuro de placenta Os fatores de risco
para o DPP incluem a história do acidente em gravidez anterior (taxa derecorrência de 8,8%), trauma,
tabagismo, uso de cocaína, gravidez múltipla, hipertensão, préeclâmpsia,idade materna avançada, ruptura
prematura das membranas pré-termo (RPMP),placenta circunvalada, infecção intrauterina (corioamnionite),
dengue, polidramnia e Doppler de uterina anormal. A hipertensão está relacionada com 20 a 30% dos casos
de DPP. A associação DPP e toxemia é denominada gestose hemorrágica. O DPP tem sido recentemente
associado ao uso de cocaína, que é conhecida por apresentar efeitos hipertensivos e vasoconstritivos.
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12) Defina sangramento oculto no descolamento prematuro de placenta e justifique seu pior
prognóstico
Não importa a etiologia do DPP, o sangue chega à zona de clivagem deciduoplacentária e inicia a
separação; vasos maternos se abrem e o espaço retroplacentário é invadido. O útero, que reage com
hipertonia, aumenta a tensão no local da coleção sanguínea, provocando o descolamento de novas áreas.
Parte do sangue coagula, fica aprisionada atrás da placenta e será eliminada somente após o parto,
constituindo o hematoma retroplacentário. Outra parte descola as membranas e flui para o exterior,
configurando a hemorragia externa, que ocorre em 80% dos casos (Figura 23.1); nos 20% restantes, o
sangue fica totalmente retido, determinando a hemorragia oculta, situação de maior gravidade devida ao
maior risco de retardo diaagnóstico
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ocorram,devem ser tratados. Muitos casos de DPP estão associados à pré-eclâmpsia grave, que também
deve ser medicada.
16) O que é o exame de coombs indireto e quando ele deve ser solicitado no período gestacional
▶ Aloimunização materna (teste de Coombs). Os anticorpos anti-Rh são identificados por meio de exame
imunoematológico no período pré-natal (teste de Coombs indireto). A determinação da sorologia materna é
o primeiro passo para determinar sua aloimunização e, para esse objetivo, é utilizado o teste de Coombs
indireto. Considera-se o título do teste de Coombs anormal quando associado a risco elevado de determinar
hidropisia fetal. Esse valor varia de acordo com a experiência da instituição, mas em geral se situa entre
1:16 e 1:32. À 1a consulta de gestante Rh-negativa (com marido Rh-positivo), deve-se realizar pesquisa de
anticorpos anti-Rh. Resultado negativo obriga à repetição do teste com 28 semanas.
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vasodilatação periférica. Esse evento poderia, em parte, explicar o aparecimento do polidrâmnio. O outro
efeito da hemólise é o aumento na produção da bilirrubina (Bb) do tipo não conjugado, que é transportada
no plasma ligada à albumina. No feto, o complexo Bb-albumina é transportado pela placenta, onde a
albumina é dissociada e a Bb não conjugada é metabolizada no organismo materno (Guariento e Delascio,
1987). A Bb não agride o feto, daí não se verificar icterícia intraútero mesmo nos casos graves de doença,
pois o pigmento é metabolizado pelo fígado materno. Após o parto, a situação é drasticamente alterada pelo
desaparecimento repentino do compartimento materno, eficiente depósito de Bb. Quando os níveis
sanguíneos de Bb não conjugada começam a se tornar excessivamente elevados, pode haver difusão deles
pela barreira hematoencefálica e impregnação dos núcleos da base do cérebro, levando ao quadro de
encefalopatia bilirrubínica, conhecida por kernicterus.
18) Descreva quais as técnicas podemos usar para diagnosticar anemia fetal
▶ Doppler. Método não invasivo atualmente consagrado na avaliação do grau de anemia fetal.
Parâmetros ultrassonográficos
Cordocentese. A cordocentese promove o acesso direto à circulação fetal, especialmente
para detectar o seu grau de anemia.
19) Descreva qual a indicação do uso de gamaglobulina hiper imune na gestação e no puerpério
Gestante rh negativas coombs indireto negativo
28 semanas
Sangramento durante a gestação
Procedimentos invasivos fetais
Pós parto até 72 horas se recém nato fot Rh positivo
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PROBLEMA 8
Objetivos
Aparecida, 40 anos, G4P3, branca, com ensino fundamental completo, diarista, natural e residente em
Maringá (PR). Enquanto aguardava ser chamada para colocação de DIU, engravidou e hoje se encontra
no 7° mês de gestação, estando em acompanhamento pré-natal na UBS próxima à sua residência no
programa mãe paranaense. Todos os exames preconizados para o pré-natal foram realizados
oportunamente. O médico da UBS resolveu encaminha-la para ambulatório especializado em gestação de
alto risco, pelo fato dos exames laboratoriais da paciente revelarem diabetes gestacional, segundo ele.
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7) Quais são as principais vacinas que fazem parte do calendário vacinal das gestantes? (Quando
houver necessidade)
R. Contra hepatite B, influenza sazonal; tétano e coqueluche (dTpa).
8) Em que momento a gestante deverá ter alta do pré-natal?
R. Após o nascimento do RN.
9) Qual o diagnóstico de uma gestante no primeiro trimestre com glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL?
R. Diabetes mellitus prévio (pré-gestacional).
10) Qual a conduta diante de uma glicemia de jejum < 92 mg/dL nos exames pré-natal de primeiro
trimestre?
R. Solicitar o teste oral de tolerância a glicose (TOTG 75g) para rastreamento/ diagnóstico de diabetes
gestacional.
11) Em relação ao planejamento familiar pós-parto, a partir de quanto tempo a mulher pode iniciar
atividade sexual?
R. 30-40 dias pós-parto.
12) Em que momento pós-parto pode ser inserido o dispositivo intrauterino (DIU)?
R. Nas primeiras 48 horas pós-parto ou após 4 semanas.
13) Defina puerpério.
R. Período que se inicia após a expulsão da placenta e caracterizado pelo retorno dos órgãos maternos ao
estado pré-gravídico.
14) Defina planejamento familiar.
R. Conjunto de ações que auxiliam o casal a planejar a chegada dos filhos, e também a prevenir gravidez
não desejada.
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PROBLEMA 9
Objetivos
Estudar as fases do puerpério, dequitação e loquiação
Reconhecer quadro de hemorragia puerperal precoce e tardia, seu diagnóstico, etiologias e
tratamento
Estudar fisiologia da lactação
Estudar as patologias da amamentação (ingurgitamento mamário, fissuras papilares, mastite
puerperal e dor a amamentação)
Sra. Maria das Graças de Souza , 38 anos G4P3A0 (partos vaginais prévios), gestante de 36 semanas de
gestação gemelar dá entrada ao serviço de urgência obstétrica com queixa de dor abdominal em cólicas
há 2 horas associada a saída de secreção muco sanguinolenta via vaginal. Ao exame admissional
encontra-se em bom estado geral, corada, hidratada, eupneica, PA 13 x 8 mmHg, frequência cardíaca de
88 bpm. Ao exame obstétrico altura uterina de 42 cm, presença de contrações uterinas 3 em 10 minutos
com duração superior a 30 segundos cada, frequência cardíaca fetal 144 e 160 bpm. Colo dilatado para 8
cm, bolsa amniótica integra com liquido claro com grumos, apresentação cefálica em plano 0 de De Lee.
Encaminhada a sala de parto onde foi realizada amniotomia e evoluiu para parto de recém nascidos
cefálicos pesando 2700 e 2880g. A dequitação aconteceu de forma espontânea após 10 minutos e a Sra.
Maria das Graças foi encaminhada ao puerpério em alojamento conjunto.
O residente foi chamado ao quarto 1 hora após o parto, pois a paciente apresentava hemorragia uterina
abundante, descorada +++/4+, pulso 130 bpm, PA de 9x4 mmHg; identificada atonia uterina e foi
reencaminhada a unidade cirurgica onde foi submetida a reposição volêmica e hemotransfusao seguida de
histerectomia puerperal.
A evolução pós cirúrgica foi adequada e reencaminhada a alojamento conjunto. Após 48 horas do parto
apresentava ingurgitamento mamário. Teve alta com 72 horas mas retomou ao hospital no sétimo dia de
puerpério com febre, calafrios e queixa de dor mamária associada a hiperemia da mesma.
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sangue. Maior a paridade ou mais prolongados os três primeiros estágios da parturição, tende a crescer o
tempo de indiferença miouterina. O mesmo ocorreria após partos excessivamente rápidos, polidrâmnio,
gravidez múltipla e feto macrossômico, devido à excessiva distensão da matriz.
7) Frente a um quadro de hemorragia pós parto descreva qual sua conduta (atendimento a
hipovolemia e diagnóstico da causa)
Reposição volêmica e sanguínea; atendimento ao choque hipovolêmico
Avaliação tônus uterino; revisão de canal de parto, avaliação de retos ovulares; avalição de coagulopatias
10) A paciente foi submetida a histerectomia puerperal, você considera a conduta correta? Há outras
técnicas cirúrgicas que podem ser usadas na tentativa de preservação do órgão?
Sim técnica acerada devida a condição cíinica associado a paridade da paciente.
▶ Ligadura das artérias uterinas. É procedimento relativamente seguro, de fácil exequibilidade, baixa
prevalência de complicações e com maior índice de sucesso em casos de hemorragia de pequena a
moderada monta e com o segmento inferior como foco de origem principal. A ligadura dos vasos uterinos é
feita com fio absorvível (cromado 0 ou vicryl 0) lateralmente ao segmento uterino inferior no local onde
normalmente é realizada a histerotomia da cesárea, o mais próximo possível do colo uterino. Se após a
realização da ligadura bilateral o sangramento ainda não houver sido debelado, pode-se ainda realizar
segunda ligadura na junção entre o ligamento uterovariano e o útero, bloqueando assim o fluxo colateral
das artérias ovarianas Essas medidas são responsáveis pela resolução de cerca de 90% dos casos de
hemorragia de origem uterina. Entre 6 e 8 semanas após a ligadura bilateral já é possível observar a
existência de circulação colateral. Nenhum caso de necrose uterina foi descrito na literatura até o momento,
sendo raro o comprometimento da função ovariana.
▶ Sutura B-Lynch. Procedimento idealizado por B-Lynch et al. (1997) para controlar hemorragia pós-parto
massiva por atonia uterina. Deverá ser precedido por prova terapêutica compressiva da face anterior com a
posterior do útero. Se houver diminuição do sangramento transvaginal, haverá oportunidade favorável para
proceder-se à sutura B-Lynch.
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12 Qual a explicação fisiológica para ocorrer a apojadura, se a prolactina está alta durante todo o
ciclo gravídico puerperal por que não há produção láctea?
A lactogênese é considerada o início da produção láctea, que não ocorre na gravidez em função do efeito
inibitório da progesterona, que impede a atuação da PRL nos seus receptores nas células mamárias. Após
o parto, com o declínio acentuado dos esteroides ovarianos placentários, desaparecem os efeitos inibidores
sobre os receptores de PRL, que se constitui como o principal hormônio da lactogênese. A produção láctea
adequada pressupõe que a glândula mamária esteja plenamente desenvolvida, sendo relevante a
contribuição de outros hormônios, como insulina, corticoides, tireoxina. Os mecanismos neuroendócrinos
envolvidos na lactação são complexos. A progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário humano
(hPL), assim como a PRL, o cortisol, a tireoxina e a insulina, agem em conjunto para estimular o crescimento
e o desenvolvimento do aparelho lácteosecretor da glândula mamária. Após o parto há queda abrupta e
profunda dos níveis de progesterona e de estrogênio, o que remove a influência inibitória da progesterona
na produção da lactalbumina-α pelo retículo endoplasmático, promovendo a ação da PRL. O aumento da
lactalbumina-α estimula a secreção da lactose láctea.
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18) Quais os critérios para internação e tratamento cirúrgico e clínico hospitalar de uma mastite
puerperal
ABCESSO MAMÁRIO
MAU ESTADO GERAL - SEPSE
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