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UNIFAI – Centro Universitário de Adamantina – MEDICINA

A SERVICOS DE SAUDE NA COMUNIDADE IV

PROFESSORAS: MARÍLIA SORNAS E ROSEMARY IDALGUE

ALUNA: FLÁVIA DE SOUZA ARAÚJO

RA: 0371/23
A SÍNDROME DO CLIMATÉRIO

INTRODUÇÃO

O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da
vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período
reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher. A menopausa é um marco dessa
fase, correspondendo ao último ciclo menstrual.

Fase do ciclo reprodutivo que corresponde ao seu final, oposta à puberdade e


adolescência; mudança da fase reprodutiva para a não reprodutiva. Bastante duradoura,
acontece em etapas: o organismo feminino necessita de um período razoável para
adaptar-se à condição de infertilidade. Para atingir a última menstruação o organismo
elabora uma suspensão gradativa, com menstruações irregulares que podem vir em
intervalos cada vez mais longos: perimenopausa.

Fases do Climatério

• Pré menopausa: primeiras quedas dos hormônios sexuais, geralmente sutis e


lentas, entre 38 e 42 anos. Termina por volta dos 49-52 anos. Características:
irregularidade menstrual com encurtamento dos ciclos inicialmente, e depois
espaçamento, com diferença de cerca de 7 dias
• Menopausa: última menstruação, em média aos 50 anos, num período de meses
a anos cercado de irregularidades menstruais, com hipermenorréia, menorragias
e amenorréias ou hipomenorréias
• Pós menopausa: 55 até 65 anos. Redução hormonal mais drástica; a mulher
sintomatiza e pode ter perdas funcionais importantes.

ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO CLIMATÉRIO

A mulher possui em média cerca de 1.000 folículos que gradativamente perdem sua
função e que passam a responder inadequadamente ao estímulo hormonal hipofisário
e a produzir menor quantidade de inibina em razão do menor número e pior qualidade
dos folículos recrutados. Altera-se concomitantemente o pico de LH e, dessa forma,
ocorre a anovulação. Aumenta-se, a posteriori, o nível circulante de LH numa tentativa
compensatória de luteinizar os folículos não-rotos. Os níveis de progestagênio caem,
uma vez que não há ovulação e formação de corpo lúteo. Essa queda hormonal
progressiva é responsável pelas manifestações clínicas nos tecidos que possuem
receptores para esses hormônios levando a alterações: menstruais, vasomotoras,
neurogênicas, psicogênicas, metabólicas (óssea e lipídica), mamárias, urogenitais,
urinárias, osteomusculares e tegumentares (pele e anexos).
SINTOMATOLOGIA

Os sinais e sintomas da menopausa apresentados pela mulher climatérica são


decorrentes da deprivação hormonal, e apresentam intensidade variável para cada
paciente, que pode estar relacionada a fatores biológicos, condição da transição
hormonal (abrupta ou gradativa) e a fatores socioculturais. As principais manifestações
da síndrome climatérica podem ser divididas em:

1. Neurogênicas: ondas de calor (fogachos), sudorese, calafrios, insônia,


palpitações, cefaleia, tonturas, parestesias.
2. Distúrbios menstruais: sangramento uterino disfuncional (menorragia,
metrorragia, hipermenorreia, amenorreia).
3. Psíquicas: depressão, ansiedade, irritabilidade.
4. Sistêmicas: osteoporose, aterosclerose, alteração no metabolismo lipídico
(queda do HDL e elevação do LDL-colesterol).
5. Urogenitais: vulvovaginite atrófica, prurido vulvar, síndrome uretral (disúria,
frequência, urgência e noctúria sem infecção por micro-organismo),
incontinência urinária de esforço.
6. Sexuais: diminuição da libido, secura vaginal, dispareunia, sangramento pós-
coital, corrimento vaginal.
7. Osteomusculares: artralgia, mialgia.
8. Dermatológicas: atrofia epidérmica.
9. Alterações cardiovasculares: a queda hormonal deixa o sistema
cardiocirculatório desprotegido, aumentando o risco de doenças
cardiovasculares como infarto do miocárdio, AVC/E, arteriosclerose, hipertensão
arterial e hiperlipidemia.
10. Tendência à aumento de peso
PROPEDÊUTICA NO CLIMATÉRIO

A propedêutica complementar para mulheres no climatério deve ser realizada de


maneira criteriosa. O benefício e o risco de cada exame devem ser observados. Exames
complementares sem uma definição específica de plano diagnóstico e terapêutico
devem ser evitados.

• Iniciar colhendo a história clínica: queixas da paciente.

• Realizar uma avaliação completa da paciente, considerando aspectos biológicos,


emocionais e comportamentais, com exame físico, anamnese e solicitação de
exames complementares.

• Identificar sinais de doenças crônico-degenerativas: hipertensão arterial,


aterosclerose, diabetes.

• Identificar alterações relacionadas com a deficiência hormonal: osteoporose,


doença coronariana, depressão, ansiedade, alterações sexuais, etc.

• Recomenda-se que esta abordagem seja feita no nível básico de saúde.

• Realizar escuta terapêutica e avaliação da saúde mental da mulher Exames


necessários: Exame das mamas: exame clínico das mamas (ECM), Exame
ginecológico/genital: com espéculo para visualizar o colo uterino, Exame de
papanicolau: prevenção do câncer do colo uterino.

• Não se justifica dosagem hormonal, a menos que seja para diagnosticar


menopausa precoce: FSH estará elevado e estrogênio muito baixo.

• Recomenda-se que seja realizada propedêutica complementar para investigação


dos sintomas e exclusão de outras causas de irregularidade menstrual.

EXAMES COMPLEMENTARES PARA A INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA

Mamografia

Ultrassonografia mamária: tem as mesmas indicações da mamografia, porém é indicada


para mulheres mais jovens e com a mama mais glandular.

Ultrassom endovaginal: avalia o endométrio e os ovários para o rastreamento de câncer.

Densitometria óssea: avalia as condições ósseas para risco de osteoporose.

Exames laboratoriais: hemograma, glicemia de jejum, colesterol total, HDL e


triglicérides.

RECOMENDAÇÕES

A consulta ginecológica é uma excelente oportunidade de suprir essas necessidades.


Com o objetivo de sistematizar a propedêutica mínima durante a consulta ginecológica
da mulher climatérica.
Para mulheres com idade superior a 45 anos e sintomas sugestivos de hipoestrogenismo
como ondas de calor típicas, o diagnóstico de síndrome do climatério é clínico. A
definição da data da menopausa é feita retrospectivamente, após 12 meses de
amenorreia em uma mulher com mais de 45 anos. Quando houver dúvida,
recomendam-se duas dosagens de hormônio folículo-estimulante (FSH) com intervalo
de 4-6 semanas. Valores acima de 25 mUI/mL indicam o início da transição menopausal.
Para mulheres com idade inferior a 45 anos que apresentam queixas de sangramento
uterino com padrão irregular e ciclos menstruais pouco frequentes, recomenda-se que
seja realizada propedêutica complementar para investigação.

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