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Menopausa e Andropausa
1.1. Menopausa
Segundo Almeida (2012), a mulher nasce com todos os seus oócitos primários
(gametas femininos), de 1 a 2 milhões deles, armazenados nos ovários dentro de folículos. No
entanto, cerca de 500 amadurecerão, podendo ser fecundados, dando origem a um novo ser. A
partir da puberdade, mensalmente um grupo de folículos retoma o seu desenvolvimento, no
entanto, apenas um folículo completa a maturação, em que o ovócito primário completa
a meiose iniciada ainda no período embrionário, dando origem ao oócito secundário, o qual será
liberado dos ovários por meio da ovulação.
Se esse oócito for fecundado, ele completará seu desenvolvimento dando origem a um óvulo
maduro, que se desenvolverá e dará origem a um novo ser. Caso não ocorra a fecundação e a
implementação do embrião no útero, uma queda nos níveis dos hormônios ovarianos
desencadeará a desintegração de parte do revestimento uterino, o qual é eliminado
pela menstruação, dando início a um novo ciclo. Todo esse processo é regulado por dois
hormônios, a progesterona e o estrogénio, produzidos pelos ovários (ALMEIDA:2012).
Após cerca de 500 ciclos, quando ocorre a maturação dos últimos oócitos, encerra-se a ovulação
e a menstruação. Esse evento é a menopausa. A partir desse momento, a produção de
progesterona e o estrogénio cai de forma irreversível. Como mencionado, a menopausa é um
processo natural, no entanto, ela pode ocorrer também devido a outros factores, como a
realização de cirurgia ginecológica em que se retira os ovários.
Muitas vezes a menopausa é chamada também de climatério, no entanto, não são a mesma coisa.
A menopausa é o evento em que se encerra a ovulação e a menstruação; o climatério é o nome
dado ao período que vai do fim da fase reprodutiva da mulher até a senilidade. A menopausa
ocorre dentro desse período. Durante o climatério, ocorre o declínio das funções ovarianas,
desencadeando alterações endócrinas que afectam os ciclos menstruais, causando irregularidades
menstruais e evoluindo para a amenorreia (ALMEIDA:2012).
A perimenopausa é o período que antecede a menopausa e segue até um ano após o fim das
menstruações. Dura cerca de cinco anos e não tem um início bem definido, mas que pode ser
caracterizado pelo surgimento das irregularidades menstruais a partir dos 40 anos de idade.
Entretanto, deve-se ficar atento, pois esse tipo de tratamento não é recomendado para todas as
mulheres. Ele deve ser evitado, por exemplo, por quem já teve câncer de mama ou de
endométrio, tromboembolismo, doenças hepáticas, doença coronariana, acidente vascular
cerebral, sangramento genital sem causa definida, entre outras doenças que deverão ser avaliadas
pelo médico.
Essa restrição deve-se ao fato de a reposição hormonal apresentar certo risco de desenvolvimento
de algumas doenças, como trombose, embolia pulmonar, câncer de mama e acidente vascular
cerebral. Diante disso, deve ser feita uma avaliação profunda dos benefícios e malefícios que o
tratamento pode causar em cada paciente. Esse tratamento também não pode exceder os cinco
anos, para evitar efeitos indesejados (HILL:2014).
É importante destacar que muitas mulheres apresentam melhora significativa dos sintomas com
mudanças de hábitos, por exemplo, passando a praticar actividades
físicas regularmente, alimentando-se de forma saudável, controlando o peso, e evitando o
tabagismo e o excesso de álcool (HILL:2014).
1.2. Andropausa
De modo diferente das mulheres, os homens não têm um sintoma específico como a interrupção
da menstruação para marcar a transição. Alguns sintomas relatados por pacientes nesta fase são:
Perda da massa muscular e óssea;
Fadiga;
Aumento da gordura (visceral);
Queda da libido;
Disfunção eréctil;
Alterações do orgasmo;
Ejaculação retardada e volume ejaculatório reduzido;
Queda de cabelos;
Irritabilidade e insónia;
Depressão (em alguns casos).
É importante procurar um médico (mesmo sem sintomas) para dosar os níveis de hormônios no
sangue e verificar se a utilização de algum medicamento se faz necessária. Factores de risco para
o desencadeamento da andropausa são: estresse psicológico, álcool, acidentes, cirurgias,
medicação, obesidade e infecções (CARDOSO:2014).
Tanto a andropausa quanto a menopausa também são acompanhadas de uma série de sintomas
que podem aparecer em maior ou menor intensidade e que envolve uma série de problemas que
podem comprometer consideravelmente as rotinas de ambos (CARDOSO:2014).
Ambos podem ter os seus sintomas tratados através de terapias de reposição hormonal orientadas
por um médico especialista (endocrinologista ou, no caso das mulheres, também o
ginecologista).
Em primeiro lugar, enquanto a menopausa deixa a mulher infértil (já que ela para de ovular),
a andropausa não compromete a fertilidade do homem.
O estrogénio cumpre algumas funções importantes no organismo e, portanto, sua queda acaba
trazendo até mesmo um maior risco de doenças que pode acometer a mulher, enquanto a
transição da andropausa já é menos danosa a longo prazo. Além disso, a diminuição é bem
menos drástica para os homens.
Enquanto todas as mulheres, em algum momento da vida, irão passar pela menopausa, não são
todos os homens que passam pela andropausa, de forma que pode existir homens que não sofram
com essa queda (NEGREIROS:2017).
2. Bibliografia
Cardoso, P., Hipogonadismo de Início Tardio. In F. Barros e R. Figueiredo (Org.). Manul de Medicina
Sexual: Visão Multidisciplinar, 2014.