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Docente
MCS. Manuel Tapela Chicava
Módulo
Geriatria
Tema
Saúde da Mulher e Saúde do Homem
Pemba
Junho de 2022
GARCIA E. at al. Essências em geriatria clínica; Editora edipurcus; Pontifícia da Universi-
dade Rio Grande do Sul; Porto Alegre; 2018
As alterações nos grandes e pequenos lábios, clitóris, introito e vestíbulo vaginal causa-
das pela SGUM podem gerar sintomas como irritação, desconforto, dor e prejuízo na fun-
ção durante as relações sexuais. A vulva perde panículo adiposo, as glândulas de Bartho-
lin se atrofiam e a vagina apresenta-se menos rugosa e elástica (FREITAS e PY, 2016).
Devido à fragilidade desenvolvida, os tecidos vaginais também ficam mais propensos a
lesões, ferimentos e sangramentos durante a relação sexual. A dor pode fazer com que o
sexo deixe de ser mais prazeroso (NAMS, 2013). É importante que o médico avalie a pre-
sença desses sinais e sintomas sem esquecer que saúde física, bem-estar psicológico e
qualidade de relacionamento também são importantes fatores prognósticos de uma vida
sexual satisfatória (NAMS, 2013).
Diagnóstico
O médico que atende mulheres climatéricas precisa ser muito versátil para solucionar tan-
to os problemas relacionados à SM quanto diminuir os riscos de problemas de saúde co-
mumente relacionados com o hipoestrogenismo. O exame clínico geral e ginecológico
deve ser criterioso, pois auxilia na avaliação geral da paciente e permite observar as mu-
danças orgânicas que acontecem devido ao hipoestrogenismo. É indispensável a realiza-
ção de uma investigação complementar incluindo: análises laboratoriais (hemograma
completo, glicemia de jejum, ureia, creatinina, colesterol total e frações, EQU, TSH e T4
livre), colposcopia e colpocitologia oncótica (é imprescindível para que se possa iniciar
uma terapia de reposição hormonal), mamografia de alta resolução (exame obrigatório
antes de iniciar a terapia de reposição hormonal para afastar possibilidade de neoplasias)
e ultrassonografia transvaginal (para avaliar o endométrio) (FREITAS et al., 2016). Quan-
do atendemos mulheres, mas, principalmente, as que estão passando pela transição me-
nopausal, é preciso informá-las sobre a importância que mudanças no estilo de vida po-
dem trazer para diminuir o desconforto associado com a SM. Sabe-se que um estilo de
vida saudável baseado em prática regular de exercícios físicos, dieta equilibrada, controle
do peso, uso de bebidas alcoólicas de maneira moderada e em cessação do tabagismo
contribuem muito para melhorar o bem-estar e diminuir a intensidade dos sintomas
(NAMS, 2013).
SAÚDE DO HOMEM
Manifestações clínicas
Diagnóstico
Tratamento
Após a menopausa, ocorre a atrofia dos tecidos dos pequenos lábios, clitóris, vagina e
uretra. Essa atrofia pode causar em irritação crônica, secura e secreção vaginal. A mulher
fica mais propensa a ter Infecções vaginais. Também após a menopausa, o útero, as
trompas de Falópio e os ovários ficam menores.
Uma vez que há menos estrogênio para estimular os dutos de leite, os seios diminuem de
tamanho. O tecido conjuntivo que sustenta os seios também diminui, levando à flacidez e
contribuindo para mudanças no formato. O tecido fibroso nos seios é substituído por gor-
dura, tornando os seios menos firmes.
Para a maioria das mulheres, as mudanças relacionadas à idade nos órgãos reprodutores
não interferem na atividade sexual ou prazer sexual após a menopausa. Algumas mulhe-
res desfrutam mais as atividades sexuais após a menopausa, possivelmente porque elas
não estão mais preocupadas em engravidar. Além disso, após a menopausa, os ovários e
as glândulas adrenais continuam a produzir hormônios sexuais masculinos. Os hormônios
sexuais masculinos ajudam a manter o desejo sexual, retardam a perda de tecido musclar
e contribuem para um sentimento geral de bem-estar.
Síndrome geniturinária da menopausa
A síndrome geniturinária da menopausa é conjunto de sinais e sintomas decorrentes das
alterações relacionadas à baixa de estrogênio, por falência ovariana, no climatério. Aco-
mete aproximadamente 24% a 84% das mulheres nessa fase, causando um grande im-
pacto na qualidade de vida e na função sexual; e, se não identificados e tratados preco-
cemente, tendem a agravar-se progressivamente.
Infelizmente essa condição é desconhecida ou ignorada em cerca de 70 % das mulheres
climatéricas, tendo em vista a aceitação de sua condição cronológica e só reconhecendo
o problema após abordagem pelo ginecologista. A deficiência de estrogênio promove alte-
rações morfológicas e secretoras da uretra, bexiga, vulva e vagina, redução da vasculari-
zação e fluxo sanguíneo e consequentemente alterações em sua lubrificação, perda da
elasticidade da mucosa, assim como, adelgaçamento e friabilidade do epitélio vaginal,
atingindo diretamente a parede vesical, devido à sua íntima relação anatômica com a va-
gina. Todos esses sinais locais contribuem para os sintomas da síndrome geniturinária,
dentre eles ardência, ressecamento vaginal, prurido (coceira) local, dispareunia (dor na
relação sexual), disúria (dor ao urinar), urgência e infeções urinárias recorrentes.
Tratamento
O tratamento tópico hormonal é o padrão ouro para terapia dos sintomas vaginais na pós-
menopausa, promovendo restauração da integridade do epitélio, restabelecimento da flora
vaginal, melhorando as queixas locais da paciente. Há alternativas de tratamento tópico,
como os lubrificantes, hidratantes vaginais, testosterona tópica, técnicas de tratamento
fisioterapêuticos e terapias baseadas em energia como os lasers e radiofrequência.
O tratamento contribui para a melhoria na qualidade de vida social e sexual das mulheres
na sua longevidade.
SAÚDE DO HOMEM
Estudos mostram que este declínio de testosterona pode acarretar riscos em outros pro-
blemas de saúde, como doenças cardíacas e ossos frágeis. Com isto, tudo ocorre em
uma época da vida em que muitos homens começam a questionar seus valores, realiza-
ções e objetivos de vida. É difícil perceber que as mudanças são ligadas mais a proble-
mas hormonais do que só as condições externas.
A maioria dos homens, diferentemente das mulheres, chega ao fim da vida com níveis de
testosterona (hormônio masculino) dentro dos valores normais. Entretanto de 5 a 7% dos
homens após os 40 anos e 20 a 30% deles após 60 anos podem, em função de algumas
doenças ou condições, ter queda acentuada dos seus níveis hormonais. Quando isso
acontece, chamamos de Deficiência Androgénica do Envelhecimento Masculino (DAEM),
que, além da parte sexual, afeta também outras funções do homem como: memória, raci-
ocínio, músculos, ossos, produção do sangue, etc. A queda dos hormônios masculinos
afeta substancialmente a função sexual, causando diminuição ou falta de libido (desejo
sexual), além de disfunção erétil (dificuldade de ereção).
Diagnóstico
Uma vez diagnosticada a DAEM, o homem deve ser tratado, e a testosterona deve ser
reposta através de injeções intramusculares e de aplicação de soluções de gel na pele ou
ainda, quando for possível, estimular a sua produção no testículo por meio de medica-
mentos específicos.
A parceira tem um papel fundamental na recuperação desse homem com a queda dos
níveis de testosterona. O conhecimento da causa dos sintomas do parceiro permite que
ela compreenda que a falta de desejo e a dificuldade de ereção se devem à queda hor-
monal, e não a problemas no relacionamento ou outros interesses do parceiro.
Manifestações clínicas
A retórica masculina de que mulher sofre com mais doenças e que, por isso, vai mais ao
médico não condiz com a realidade. Na verdade, o homem está muito mais exposto a di-
versos fatores de risco que ajudam a explicar essa maior mortalidade. O homem ainda
fuma mais, ingere mais bebida alcoólica, morre mais por doenças cardiovasculares e
também está no topo das estatísticas de morte por homicídios, acidentes de trânsito, de
trabalho e câncer. O resultado disso é que o número de homens em comparação com as
mulheres, entre pessoas com mais de 60 anos, vem reduzindo progressivamente.
A grande dificuldade dos sistemas de saúde em transformar essa realidade está nas dife-
renças de aspectos social e cultural existentes entre homens e mulheres. O mito da invul-
nerabilidade, da potência, do super-homem prejudica muito o autocuidado do homem.
São valores aprendidos e incorporados que impedem o homem de adotar condutas mais
saudáveis e preventivas. Nesse sentido, ter uma mulher atenta ao lado é um fator que
pode influenciar positivamente.
A relação do homem com o trabalho também resulta em grande dificuldade de ele organi-
zar o tempo para cuidar da saúde. Numa fase mais tardia da vida, com a aposentadoria,
seria momento propício para esses cuidados. Porém, muitos se entregam ao sedentaris-
mo, alcoolismo, ganham peso e se deprimem. A verdade é que, se essa cultura preventi-
va não teve início na vida adulta, dificilmente ela virá na terceira idade. Tudo isso colabora
para um envelhecimento com pior qualidade de vida, acarretando uma fragilidade que
chegará mais precocemente.
Mais uma vez a solução está na educação, na conscientização de que estamos ou não
construindo uma velhice ativa e cheia de propósitos, ou estamos assistindo, de forma
alheia, a um processo interno de autodestruição, em que o tempo cobra seu preço. Então,
sejamos mais sábios, façamos boas escolhas para que tenhamos saúde plena, não só
física, mas psíquica e espiritual.]