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SAÚDE DA MULHER I - N3 08/12/22

SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA)


DEFINIÇÃO: Sintoma. Mulheres no menacme (período reprodutivo), o SUA compreende
alterações na duração, quantidade ou frequência dos ciclos menstruais, ou mesmo o
sangramento entre os ciclos.

P: pólipo C: coagulopatia

A: adenomiose O: ovulatório

L: leiomioma E: endometriose

M: malignidade I: iatrogenia

N: não especificado

SUD: manifesta-se mais frequentemente como sangramento uterino irregular e fora dos
padrões normais, associado à função ovariana anormal e anovulação, podendo, porém,
ocorrer em ciclos ovulatórios.

DX: Histeroscopia – padrão ouro

Tratamento:
- Objetivos:
1)Interromper o sangramento
2)Recuperar os mecanismos naturais de controle do tecido endometrial
3)Tratar a anovulação:
- Não hormonal: – AINES, Ácido tranexâmico
- Hormonal: ACO, DIU c LEVONORGESTREL
- Cirúrgico: Polipectomia, Miomectomia, Histerectomia

AMENORRÉIA
Durante a vida reprodutiva: menarca -> ciclos mesntruais -> menopausa.
Padrões Menstruais:

DEFINIÇÃO:
- Primária: Ausência da 1ª menstruação até os 15 anos de idade
- Secundária: Ausência da menstruação por um período de 3 ou mais meses em uma
mulher que já menstruou.
Causas:
• Fisiológicas ou induzidas:
- Amamentação (aumento prolactina inibe gonadotrofinas)
- Gestação
- ACO
- Menopausa e climatério
• Anormalidades do aparelho reprodutor:
- Sd. de Ashermann
- Malformações Mullerianas
• Insuficiência ovariana primária:
- Idiopática
- Autoimune
- Quimioterapia ou Radioterapia : FOP (Falencia Ovariana Prematura)
- Anomalia genética: Sd. de Turner
- Tumores
• Desordens hipotalâmicas ou hipofisiárias
- Atletas (maratonistas) podem desenvolver a chamada tríade da atleta feminina:
distúrbio alimentar, amenorreia e osteoporose.
- Hiperprolactinemia: elevados níveis de prolactina sérica podem levar a amenorreia
por inibir a ação dos gonadotrofos.
- Infarto hipofisiário: Síndrome de Sheeran devido a sangramento pós-parto,
hipovolemia e choque.
- Síndrome de Kallmann: hipogonadismo hipogonadotrófico associado a olfato
diminuído (hiposmia) ou ausente (anosmia).
• Outras alterações endocrinológicas
- SOP: Ciclos irregulares (1): longos ou ausentes (oligoamenorreias) são a
manifestação mais comum. Hiperandrogenismo (2): excesso de pelos faciais e
corporais (hirsutismo), acne e, ocasionalmente, calvície masculina. Ovários
policísticos (3): padrão ovariano caracterizado pela grande quantidade de folículos à
ultrassonografia.
- HIPO e Hipotireoidismos: níveis aumentados de TRH podem elevar os níveis de
prolactina, contribuindo para a amenorreia associada ao hipotireoidismo, por
exemplo.
Consequências:
- Infertilidade
- Estresse
- Dor pélvica
- Osteoporose
- Doença cardiovascular

Tratamento:
- ACO quando indicado
- Restauração de fertilidade
- Corrigir hiperprolactinemia e outras causas de base.

PUBERDADE
DEFINIÇÃO: transição entre a infância e a idade adulta com mudanças biológicas e físicas,
cognitivas e psicossociais que transformam a menina em mulher no sentido da maturidade
sexual. A maioria das meninas inicia a puberdade entre 8 e 13 anos de idade.
- Precoce: < 8 anos
- Normal: 8 a 13 anos
- Tardia: > 13 anos ou quando a menstruação não ocorre 5 anos após o início da
puberdade.
● Com o estímulo do estradiol (E2) acontecem várias mudanças no organismo
feminino. As mais marcantes são o estirão de crescimento e o surgimento dos
caracteres sexuais secundários: telarca e pubarca. Escala Marshall and Tanner
avalia o desenvolvimento púber al feminino.
CENTRAL PERIFÉRICA

Hamartomas: secreta GnRH Tumor/ cisto funcionante de ovário

Tumor SNC Hiperfunção gl. suprarrenais

Lesão SNC HIPOtireoidismo primário

Alteração genética rara Iatrogenia ou acidental

Sd. McCune- Albright: PPP, manchas café


com leite na pele e displasia fibrosa
poliostótica

Investigação / diagnóstico: Anamnese + EF


Puberdade Tardia:
DOR PÉLVICA AGUDA:
DEFINIÇÃO: dor de início súbito e intenso que acomete a região da pelve (quadrantes
inferiores do abdome / abaixo da cicatriz umbical), com ou sem irradiação para as regiões
lombossacra e glútea.

● 1º PASSO- descartar GRAVIDEZ se pct em idade reprodutiva


● No diagnóstico das emergências ginecológicas, a história e um exame de ultrassom
focalizado formaram a combinação mais bem sucedida, enquanto o exame isico não
adicionou valor diagnóstico substancial.
● TC se suspeita de causas não ginecológicas

Causas:
- Dismenorreia: Comum. O quadro pode incluir sudorese, náuseas, vômitos, diarreia,
síncope. Anti-inflamatórios não esteróides ou anti-espasmódicos (EV ou VO), como
ibuprofeno, naproxeno e escopolamina são tratamentos de 1a linha para o controle
da dor. Os contraceptivos orais são comumente recomendados.
- Mioma Uterino: Miomas são uma fonte muito comum de hipermenorreia,
menometrorragias, mas dificilmente causam dor pélvica aguda, a menos que
apresentem degeneração, torção ou estejam sendo “paridos”.
- DIU: sangramentos pós-inserção e cólicas uterinas, verificar se não há evidências
de perfuração, realizar US pós inserção.
- Cistos ovarianos: risco de dor aguda/intensa aumenta com a ovulação. O risco é
aumentado com tratamentos de indução da ovulação e diminuído com o uso de
ACO. A USTV é a modalidade de imagem de escolha.
- Torção Anexial: Verifica-se dor pélvica ou abdominal inferior, geralmente unilateral e
comumente náuseas e vômitos. Descrito como dor como aguda, intermitente/em
cólica e intensa.
- DIP: infecção do trato genital superior em mulheres e pode incluir o útero, as
trompas de Falópio e os ovários. As sequelas a longo prazo incluem risco
aumentado de gravidez ectópica, infertilidade, infecções recorrentes e dor pélvica
crônica. A maioria das infecções agudas (<30 dias de duração) são resultantes de
DSTs não tratadas, incluindo N. gonorrhoeae e C. trachomatis ou micróbios
associados à vaginose bacteriana. Sintomas: dor pélvica, corrimento vaginal, disúria
e sangramento pós-coito. US está indicada.

DOR PÉLVICA CRÔNICA:


DEFINIÇÃO: Dor persistente, não cíclica, percebida em estruturas relacionadas à pelve.
Considera-se crônica uma duração (arbitrária) maior que 6 meses.
● A história e o exame físico são os componentes mais importantes da avaliação.
ANAMNESE:
- detalhamento da queixa dolorosa principal (dor pélvica)
- detalhamento de sintomas associados (se presentes)
- fatores agravantes e atenuantes
- associação ou não com fases específicas do ciclo menstrual
● A USTV é útil para identificar algumas alterações como adenomiose, miomas
Causas:

Tratamento:
O objetivo do tratamento é maximizar a qualidade de vida e a função geral, com ênfase no
envolvimento do paciente no autogerenciamento
- Analgésico e AINE (não se endometriose)
- A histerectomia é o último recurso devido à sua maior morbidade e benefício limitado

DISMENORRÉIA:
DEFINIÇÃO: dor pélvica que ocorre antes e/ou durante o período menstrual. Dor em cólica,
recorrente, localizada no abdome inferior que ocorre um pouco antes ou durante o período
menstrual.
- Primária: FUNCIONAL. Dor em cólica, recorrente, localizada no abdome inferior, que
ocorre um pouco antes ou durante o período menstrual, na ausência de doenças que a
justifiquem. Inicia poucos dias antes ou concomitantemente ao fluxo menstrual, diminuindo
gradualmente e desaparecendo após o término do sangramento. Se leve ou moderada, não
interfere no
cotidiano e melhora com o uso de analgésicos e/ou anti- inflamatórios. Se intensa costuma
interferir nas atividades diárias ou impossibilitá-las.
- Os fatores de risco associados à maior intensidade são: idade precoce de menarca,
períodos menstruais longos, fluxo menstrual intenso, tabagismo e história familiar
positiva.
-
Clínica: dor em cólica e sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, cefaleia, sudorese,
tonturas e síncopes são os mais referidos em associação com a dismenorreia.
Tratamento:
● O tratamento de 1ª linha para dismenorreia é feito com Anti-inflamatórios
não-esteróides (AINE), iniciado 1 a 2 dias antes do fluxo menstrual e mantendo por 2
a 3 dias (ou até o término do fluxo).
● Os fármacos mais empregados são o ácido mefenâmico, ibuprofeno e naproxeno.
● Pacientes sem melhora com os anti-inflamatórios ou que apresentem
contraindicações ao seu uso devem receber tratamento de 2a linha: ACO em
esquema cíclico (inicialmente) ou contínuo (na ausência de resposta).

- Secundária: ORGÂNICA.
- Tende a ser progressiva, severa, certas vezes incapacitante e também pode ser
acompanhada de náuseas, vômitos, diarreia, cefaleia, entre outros.
- Início em qualquer período da vida reprodutiva e é consequência de alguma
alteração do sistema reprodutor (doenças ou anormalidades anatômicas
canaliculares congênitas ou adquiridas) que afetem os órgãos pélvicos
● As causas mais comuns são: endometriose (EDT), adenomiose, leiomioma, pólipo
endometrial, doença inflamatória pélvica e uso de dispositivo intrauterino (DIU).

Causas:

Tratamento: deve ser direcionado a etiologia na dismenorreia 2ª.


HIPERANDROGENISMO
DEFINIÇÃO: distúrbios na esteroidogênese ovariana ou adrenal resultando na elevação dos
níveis de androgênios na mulher. Os androgênios circulantes mais importantes são a
Δ4-androstenediona (A4) e a Testosterona (T).

Diagnóstico:
Conceitos:
HIRSUTISMO: crescimento excessivo de pelos grossos e negros em mulheres em
localizações que são mais npicas do homem (bigode, barba, região mediotorácica, ombros,
abdome inferior, dorso e face lateral interna das coxas). OBS: a quantidade de crescimento
dos pelos que é considerada excessiva depende da etnia e interpretação cultural.

HIPERTRICOSE: crescimento aumentado de pelos em qualquer área do corpo. Doença


extremamente rara conhecida também pela “Síndrome do Lobisomen” ou “Síndrome de
Ambras”

Tratamento:
- Inibir/ eliminar fonte androgênica
- Medidas não farmacológicas: reduzir o peso, dieta hipocalórica e hipolipídica
- Tratar acne
- Regularidade ciclo menstrual com ACO
- Combater a resistência à insulina
- Melhorar o perfil metabólico: glicêmico e lipídico
- Indicar tratamento cirúrgico, nos casos específicos.
SOP
DEFINIÇÃO: é um distúrbio hormonal muito comum, caracterizado pela presença de
cistos – pequenas bolsas que contêm material líquido ou semissólido – que pode
causar problemas simples, como irregularidade menstrual e acne, até outros mais
graves, como obesidade e infertilidade
EPIDEMIOLOGIA E INVESTIGAÇÃO DA INFERTILIDADE CONJUGAL
Diminui a fertilidade conforme TEMPO vai passando:
- Alimentação inadequada
- Álcool
- Fumo
- Drogas
- Poluição
- Aumento risco de: Endometriose, Leiomioma, Ca mama.

QUANTIDADE oocitária: Hormônio AMH. O ESTADO DE SUBFERTILIDADE se inicia a


partir da idade de 30–31 anos, quando o número remanescente de folículos corresponde a
uma fração do número inicial. Aos 37–38 anos, um ESTADO CRÍTICO é atingido.
QUALIDADE oocitária: IDADE. O declínio da fer:lidade feminina e o aumento do risco de
abortos estão diretamente associados a anormalidades nos oócitos. Com a progressão da
idade, o fuso meiótico passa a apresentar falhas.
● Infertilidade é uma doença, definida pela falha em se obter uma gestação bem
sucedida após, no mínimo, 12 meses de relações sexuais sem qualquer tipo de
anticoncepção.

Infertilidade MASCULINA pode ser classificada com:


Infertilidade FEMININA pode ser por:
- Oligoanovulação

- Alteração Tuboperitoneal
- Endometriose Crônica
- Endometriose (EDT)

- Espermograma
- Investigação genética
- Avaliação da reserva ovariana
- USTV
- Histerossalpingografia
- Videolaparoscopia

VIOLÊNCIA SEXUAL
DEFINIÇÃO: evento sexual realizado por uma pessoa sobre a outra, SEM O SEU
CONSENTIMENTO. Maior prevalência em adolescentes e mulheres jovens
● Aspectos Éticos e Legais:
- Notificação obrigatória – via ficha do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de
Notificação)
- Conselho Tutelar para menores de idade
- Locais de atendimento: medidas preventivas, emergência, coleta de vestígios, seguimento,
reabilitação, psicologia, serviço social, aborto previsto em lei.

Consequências físicas imediatas + distúrbios emocionais


● Gravidez
● Infecções sexualmente transmissíveis

Dados imprescindíveis na anamnese:


● Dia, horário, duração
● Local
● Número de agressores
● Agressores conhecidos
● Se agressores familiares
● Se houve coação ou violência moral, agressão física previamente ao abuso
● Tipo de penetração: oral, vaginal, anal
● Penetração com corpo estranho/objeto
● Se houve ejaculação
● Penetração com preservativo
● Vítima lavou-se após o abuso
● Já havia tido relações sexuais previamente ao abuso
● Última relação antes do abuso? Com ejaculação?
● DUM? MAC?

Exames laboratoriais (NÃO DEVE ATRASAR A PROFILAXIA )


- HIV, sífilis, hepatites, função hepática
- Coleta de secreção vaginal e anal para clamídia, ureaplasma, micoplasma e gono
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA:
- Levonorgestrel 1,5 mg dose única ou 0,75 mcg 12/12 horas até 5 dias após o
ocorrido
- Método de Yuspe – 100 mcg etinilestradiol + 0,5 mcg levonorgestrel a cada 12
horas, duas doses
- DIU de cobre – até 05 dias da relação

Prevenção de DSTs e hepatites (risco entre 16 e 18%)


● Não há profilaxia para algumas DSTs – herpes, HPV
● Não há profilaxia para hepatite C
● Hepatite B – vacinar com a primeira dose nas primeiras 48
horas
● Casos de violência crônica – sem indicação de profilaxia

Profilaxia para HIV (risco entre 0,8 a 2,7%)


● Tipo de exposição
● Número de agressores
● Suscetibilidade pessoal
● Exposição a secreções ou sangue
● Presença de IST ou úlcera sexual
● Carga viral do agressor
● Início precoce do TARV ( melhor até 2h após)

Seguimento
● Avaliação psicológica
● Assistência social
● Retorno ambulatorial – exames, aderência ao tratamento, efeitos adversos da
medicação

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