Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conceitos importantes:
Menorragia: fluxo aumentado em volume ou em número de dias. Ciclo regular.
Metrorragia: sangramento irregular fora do ciclo menstrual.
Menometrorragia: fluxo aumentado + fluxo irregular.
Hipermenorreia: fluxo aumentado em volume. Ciclo regular.
Hipomenorreia: fluxo diminuído e regular.
Oligomenorreia: intervalo entre as menstruações >35 dias.
Polimenorreia: intervalo entre as menstruações <21 dias.
Etiologia: causado por uma grande variedade de doenças locais e sistêmicas ou relacionado ao
uso de medicamentos. No entanto muitos casos estão relacionados à gravidez, afecções
intrauterinas (leiomiomas, pólipos, adenomiose), à anovulação, distúrbio de coagulação ou
neoplasia. Trauma e infecções são menos comuns.
Orgânicas: gravidez, doenças sistêmicas, doenças pélvicas, trauma e uso de
medicamentos.
Disfuncional: sangramento atribuído a alteração nos mecanismos endocrinológicos que
controlam a menstruação. O sangramento uterino disfuncional é um diagnóstico de
exclusão.
pág. 1
GABRIELA CARVALHO ABREU
CAUSA DE SUA POR FAIXA ETÁRIA
NEONATOS ADOLESCENTES
PERIMENOPAUSA ADULTAS
- Anovulação - Anovulação
- Câncer - Gravidez (ectópica, mola hidatiforme, aborto)
- Pólipos cervicais e endometriais, - Câncer (cervical invasivo, de endométrio, de vagina)
leiomiomas e adenomiose - Pólipos cervicais e endometriais, leiomiomas, adenomiose
- Disfunção de tireoide - Infecção
- Disfunção endócrina (SOP, adenoma de hipófise, doenças da tireoide,
PÓS-MENOPAUSA diabetes mellitus)
- Afecções sistêmicas (disfunções renais e hepáticas)
- Atrofia - Discrasia sanguínea
- Câncer ou hiperplasia endometriais - Medicamento/uso de hormônio exógeno (ACO)
- Outros tumores: vulvares, vaginais,
cervicais
- Terapia de reposição hormonal
- Pólipos endometriais e cervicais
Abordagem diagnóstica: a avaliação começa sempre por uma anamnese detalhada e com
exame físico minucioso. Os exames laboratoriais são indicados quando houver suspeitas de
doenças relacionadas (TSH, T4 livre, coagulograma, contagem de plaquetas, provas de função
hepática, prolactina).
NÃO
(PRESUMIR
SIM (MANEJO SIM SIM SIM SUD)
OBSTÉTRICO) (TRATAMENTO (TRATAMENTO (INVESTIGAÇÃO)
ESPECÍFICO) ESPECÍFICO)
pág. 2
GABRIELA CARVALHO ABREU
SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL EM IDADE REPRODUTIVA
SUD PRESUMIDO
Fatores de risco para carcinoma de endométrio: anovulação crônica, obesidade, nuliparidade, idade maior que 35 anos,
diabetes mellitus, uso de tamoxifeno
NÃO SIM
Tratamento:
Tratamento do SUA por miomas uterinos: os miomas submucosos e intramurais com
componentes submucoso importante devem ser retirados por via histeroscópica. Na
existência de 2 ou mais nódulos intracavitários localizados em paredes uterinas opostas
está indicado miomectomia em dois tempos devido ao risco de formação de sinéquias
uterinas após procedimento. Miomas submucosos maiores ou iguais a 4cm, deve ser
usado análogo de GnRH por 3 a 4 meses antes da cirurgia, por diminuir o sangramento
perioperatório. Miomas predominantemente intramurais sintomáticos devem ser
pág. 3
GABRIELA CARVALHO ABREU
abordados por via laparotômica ou laparoscópica em pacientes que desejem preservar
o útero. Na presença de múltiplos nódulos prefere-se via laparotômica.
Tratamento do SUA por pólipos uterinos: podem ser pediculados ou sésseis, e incidem
com mais frequência a partir de 40 anos. A maioria é assintomática, mas podem se
manifestar com SUA na menacme e no climatério. O tratamento recomendado é a
polipectomia histeroscópica, pólipos de até 1 a 2cm podem ser facilmente retirados
ambulatorialmente. Pólipos maiores, múltiplos ou de implantação fúndica, devem ser
retirados em ambiente hospitalar, mediante sedação para dilatação do colo uterino até
9mm e passagem de ressectoscópico.
Tratamento do SUA por adenomiose: tratamento definitivo é a histeroscopia. Formas
alternativas incluem sistema intrauterino liberador (SIU) de progesterona,
progestágeno, análogos do GnRH, antagonistas de GnRH, ACO, ressecção de focos de
adenomiose e ablação endometrial. Entretanto, apesar de diminuir a hemorragia e a
dismenorreia, a interrupção dos tratamentos hormonais está associada ao retorno dos
sintomas e do volume uterino.
Na grande maioria acomete mulheres nos extremos da vida reprodutiva. São mais frequentes
no menacme e inclui os seguintes tipos de sangramento:
Sangramento da ovulação: ocorre com mais frequência ao final da vida reprodutiva.
Geralmente escasso e coincide com o período ovulatório, que pode ser identificado por
secreção mucosa, clara, abundante e filante que se apresenta com rajada de sangue e
eventualmente está associada à dor da ovulação. Sangramento pode durar de um a três
dias e é possivelmente secundário a formação de pequenos trombos nos vasos
endometriais, secundário à elevação de estrogênio. Pacientes em uso de ACO são mais
sujeitos.
Polimenorreia: ciclo com menos de 24 dias de intervalo. Resultado do encurtamento da
fase folicular.
Descamação irregular: sangramento prolongado e abundante com intervalos regulares.
Sangramento pré-menstrual: perda escassa de sangue, geralmente escuro, tipo borra
de café, que antecede alguns dias o sangramento menstrual. É mais frequente na vida
reprodutiva (acima de 35 anos) e associada a deficiência de progesterona.
Hipermenorreia ou menorragia: causas orgânicas como miomas, pólipos, adenomiose
e distúrbios da coagulação que cursam paralelamente com ciclos ovulatórios. Sendo
diagnóstico de exclusão.
Persistência do corpo lúteo (síndrome de Halban): esporádico. Diagnóstico geralmente
não é feito. É frequente confundir com gravidez ectópica. Atraso menstrual, seguido de
perdas irregulares, dor em baixo ventre e presença de massa anexial representada por
um corpo lúteo hemorrágico. Diagnóstico correto é confirmado por USG e beta-HCG.
pág. 4
GABRIELA CARVALHO ABREU
policísticos. No climatério se deve à falência de ovários quando ainda produzem estrogênio,
mas não ovulam e consequentemente não produzem progesterona.
Tratamento hormonal:
Progestágenos: forma uma camada endometrial compacta e permitem descamação
universal. Essa terapia pode ser usada por pacientes anovulatórias, com ciclos
irregulares.
ACO: qualquer dosagem é efetiva nas pacientes com SUD. Podem ser administrados, no
período de sangramento prolongado, de 12/12h ou até de 8/8h, durante 7 dias. Novo
sangramento ocorrerá de 2 a 5 dias após suspensão da medicação. No quinto dia de
fluxo, inicia-se novo ciclo com uma pílula de baixa dosagem durante 21 dias e intervalo
de 1 semana, por 3 meses.
Estrogênio: sangramento vaginal intermitente (spotting) está associado à baixas doses
de estrogênio, o que leva a estímulo endometrial mínimo. Como não causa repercussões
sérias, a conduta adotada pode ser expectante, e consiste no registro menstrual
prospectivo, tranquilização frequente da paciente e acompanhamento rigoroso. Em
sangramentos intensos, emprega-se estrogênios conjugados, na dose de 2,5mg, VO,
6/6h, até diminuição significativa do sangramento. Deve-se reduzir a dose de estrogênio
pela metade após interrupção ou redução significativa e introduzir o acetato de
medroxiprogesterona 10mg, VO, a partir do 20º dia do uso de estrogênio. A terapia de
pág. 5
GABRIELA CARVALHO ABREU
manutenção pode ser feita com ACO de média dosagem por 21 dias, com intervalo de 7
dias, por 3 ciclos.
Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel: se tornou possível através do mirena.
Sua eficácia é semelhante a histerectomia no tratamento de menorragia. Uma boa
opção para pacientes com sangramento de difícil controle, secundários à doenças
crônicas como insuficiência renal ou pacientes com sangramento importante e ciclos
ovulatórios.
Antiandrogênios (Danazol): promove bloqueio da função ovariana e leva à atrofia
endometrial. É eficaz na diminuição do fluxo menstrual e reduz em 80% a intensidade
do sangramento. Tem como efeitos colaterais: acne, ganho de peso e voz grave; sendo
seu uso limitado. O emprego é restrito à curtos períodos. O uso contínuo por mais de 6
meses foi associado à osteopenia e osteoporose.
Antiprogestágeno (Gestrinona): apresenta efeito antiprogestagênico, antiestrogênico
e antiandrogênico. Promove redução de sangramento e amenorreia em 50% das
pacientes.
Agonistas de GnRH: provocam supressão ovariana, que resulta em hipoestrogenismo e
atrofia endometrial, diminuindo o sangramento. Os efeitos colaterais são a menopausa
medicamentosa – fogachos, ressecamento vaginal, ostopenia/osteoporose, limitam seu
emprego. Seu uso é permitido por no máximo 6 meses.
Tratamento cirúrgico:
Ablação endometrial: indicada na persistência ou agravamento do sangramento.
Também indicadas a pacientes que não podem se submeter à histerectomia. Consiste
na destruição do endométrio em toda sua extensão e espessura. A mais empregada é a
ressecção endometrial eletrocirúrgica, esse procedimento requer cirurgião experiente,
devido ao risco de perfuração uterina. A presença de lesões hiperplásicas ou neoplásicas
é contraindicação absoluta.
Curetagem uterina: promove redução temporária do sangramento no primeiro mês,
que volta a aumentar em ciclos subsequentes. Pode ser feita na falha do tratamento
clínico. Sendo um método não curativo, e causa devendo ser adequadamente tratada.
Histerectomia: garante solução definitiva. Deve ser realizada em mulheres com prole
constituída e em casos de falha de tratamentos menos agressivos.
2) CITOLOGIA ONCÓTICA
QUANDO REALIZAR?
MANEJO DIANTE DOS RESULTADOS?
ATIPIAS, NIC I, NIC II E NIC II
Quando realizar: rastreamento é indicado dos 25 aos 64 anos de idade, trienal, após dois
exames negativos, com intervalo anual. Pode interromper aos 64 anos se dois exames vierem
negativos consecutivos nos últimos 5 anos. Mulheres acima de 64 anos que nunca realizaram o
exame deve realizar 2 exames no intervalo de 1 a 3 anos, se ambos forem negativos, essas estão
dispensadas do rastreamento.
pág. 6
GABRIELA CARVALHO ABREU
Imunossuprimidas: intervalos semestrais no 1º ano, se normal seguimento deve
anual. Mulheres HIV positivas com CD4 abaixo de 200 devem ter priorizada a
correção nos níveis de CD4, enquanto isso devem ter o rastreio citológico a cada 6
meses.
pág. 7
GABRIELA CARVALHO ABREU
Critérios de preocupação para câncer de mama em mulheres na 5ª década:
Assintomática (tumores subclínicos).
Tumor palpável unilaterial, endurecido e indolor.
Derrame papilar em água de rocha ou sanguinolento, uniductal, espontâneo,
intermitente. Ocasionalmente é serossanguinolento.
Descarga mamilar semelhante ao do CA de mama do tipo sanguinolento, uniductal,
unilateral – hipótese diagnóstica: papiloma (mais comum). Não apresenta alteração
lesão palpável, ou seja lesão areolar, se tal achado estiver presente deve-se pensar
em CA de mama.
o Papiloma intraductal: corresponde a causa mais comum de derrame
papilar sanguinolento (50% dos casos) ou serossanguinolento (50% dos
casos). Normalmente, acomete os ductos principais subareolares e pode
gerar nódulo subareolar palpável, em alguns casos, visível. Em geral, não
excede 2 a 3 mm, é solitário e se localiza nos ductos terminais. O pico de
incidência desta afecção ocorre entre os 30 e 50 anos. Comumente, a
abordagem terapêutica consiste em incisão justareolar ou periareolar com
exérese do(s) ducto(s) atingido(s).
Em casos de achados semelhantes ao CA de mama pode-se fazer citologia oncótica,
contudo essa não é capaz de fechar diagnóstico.
Descarga bilateral, leitosa, deve-se pensar em causas como gravidez,
hiperprolactinemia, hipotireoidismo ou idiopática, devendo-se solicitar B-HCG, TSH,
prolactina. Sendo que a investigação começa pela dosagem de B-HCG e TSH.
Tumores benignos:
- Fibroadenoma: mulheres jovens, nódulos nítidos, firme, móvel e múltiplo. Acompanhamento
e exérese.
- Papiloma intraductal: derrame sanguinolento ou seroso, com presença de nódulo. Exérese.
- Lipoma: nódulo amolecido, bem delimitado. Exérese.
- Hiperplasia: associado a atipias, ductais ou lobulares, risco é bilateral. Exérese.
Todo nódulo deve ser investigado por meio de PAAF.
Citologia negativa não encerra investigação de nódulo suspeito.
Não deve realizar exérese de nódulo como primeira abordagem.
pág. 8
GABRIELA CARVALHO ABREU
Nódulos:
pág. 9
GABRIELA CARVALHO ABREU
4) ENDOMETRIOSE – TRATAMENTO
Glândulas e estromas endometriais fora do sítio normal.
Mulheres em idade reprodutiva: 25-30 anos.
Locais: diafragma, intestino, pelve (mais comum), pleura, bexiga e outros.
Clínica não está associada à extensão da lesão.
Para o tratamento é necessário pesar o desejo de fertilidade.
Fatores de risco:
o História familiar.
o Baixo IMC.
o Nuliparidade.
o Menarca precoce.
o Fluxo menstrual aumentado.
o Primiparidade tardia.
o Malformações uterinas.
o Ciclos menstruais curtos.
Clínica:
o Infertilidade.
o Dor pélvica crônica.
o Dismenorreia (cólicas iniciam antes da menstruação e penduram durante a
mesma).
o Dispareunia.
o Em exame físico: nódulos azulados ou marrons no entroíto, endometriomas
e sensibilidade no fórnice posterior.
Diagnóstico definitivo: videolaparoscopia com biópsia (padrão-ouro). Investigação
normalmente se inicia com USGTV ou RM (mas esses não fazem diagnóstico
definitivo).
Paciente com endometriose e deseja engravidar com dor pélvica, a orientação é que
a mesma tente por um período de 1 ano, se nesse período não houver sucesso e
ainda houver sintomas de endometriose é necessário solicitação de
videolaparoscopia com biópsia para definição de diagnóstico.
pág. 10
GABRIELA CARVALHO ABREU
Tratamento:
o Hormonal: ACO, Danazol, análagos de GnRH.
Pensando-se em sangramento que leva a quadro de dor o melhor é
optar por uso de ACO, visto que o uso de progestágenos está
relacionado a spotting.
o AINE
o Cirúrgico definitivo.
ENDOMETRIOSE
Patologia:
Fatores genéticos: sobretudo em parentes de primeiro grau e evidenciada uma
concordância em gêmeos. Para ocorrência da doença é necessária uma tendência genética
associada à exposição à diversos fatores facilitadores.
Fatores imunológicos: deficiência na imunidade celular que resultaria em inabilidade de
reconhecer a presença de tecido endometrial em localizações atípicas. A atividade de células
natural killer pode estar reduzida, o que acarreta diminuição da citotoxicidade ao
endométrio autólogo. Assim, não ocorre destruição do tecido endometrial ectópico antes
da sua implantação.
Fatores hormonais: os focos de endometriose exibem alterações moleculares relacionadas
à produção e ao metabolismo estrogênico. A atividade da aromatase anormal é
potencializada pela PGE2, que estimula a produção contínua de estrogênio no endométrio.
A ausência da enzima 17βHSD tipo 2 endometrial, combinada com altas concentrações de
estrogênio, pode ajudar a estabelecer e a estimular a doença.
pág. 11
GABRIELA CARVALHO ABREU
Fatores predisponentes:
Evolução das lesões: as lesões são classificadas de acordo com a característica e a idade em:
vermelhas, muito ativas (lesão recente), pretas que são menos ativas e brancas, que são restos
cicatriciais. A evolução da lesão vermelha para branca demora em média 7 a 10 anos.
Exame físico: se fundamenta na identificação por visão direta de nódulos azulados ou marrons
da vagina e do colo do útero pelo exame especular ou através de vaginoscopia nas pacientes
virgens. Na palpação abdominal, grandes endometriomas podem estar presentes em fossas
ilíacas, assim como a queixa de dor à palpação profunda. O toque bimanual permite a
investigação tátil. Os achados físicos em mulheres com endometriose são variáveis e dependem
da localização e do tamanho dos implantes. Este deve ser realizado preferencialmente à época
da menstruação, quando a sensibilidade é mais facilmente detectada. O mais comum dos
achados corresponde à sensibilidade ao toque do fórnice posterior.
pág. 12
GABRIELA CARVALHO ABREU
Exames laboratoriais: dosagem de CA 125 – não é um marcador sensível para endometriose,
encontrando-se elevada em casos de endometriose moderada ou grave, mas em diversas outras
situações. Por esse motivo, não é usada exclusivamente para diagnóstico, mas sim como
indicativo de sua progressão pós-tratamento. A melhor época para dosagem, é em relação ao
ciclo menstrual, entre o primeiro e terceiros dias. Sua dosagem possui alta sensibilidade para
quadros graves e baixa especificidade.
Exames de imagem:
Ultrassonografia Transvaginal (USGTV): é capaz de confirmar a presença de massa
pélvica. Os endometriomas são bem visualizados pela USG, pelas suas características
ecogênicas típicas. Podem conter septações, paredes espessas e modularidades nas
paredes, mas não são achados frequentes. Falha em detectar pequenos implantes
peritoneais e a presença de aderências pélvicas.
Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal: o uso de enema retal, uma hora
antes do exame, reduz os resíduos fecais e a aerocolia, melhorando a acurácia do
método. O exame permite a definição do número de lesões intestinais, assim como da
camada intestinal acometida por cada uma destas lesões, as quais constituem
informações fundamentais na definição da estratégia cirúrgica.
Ressonância magnética de abdome e pelve: é um exame não invasivo que permite
mapeamento da doença, além de avaliar áreas inacessíveis ao videolaparoscópio. No
entanto, a ressonância magnética não pode substituir a videolaparoscopia por
apresentar algumas limitações, como a detecção de pequenos implantes peritoneais.
Cistoscopia, urografia excretora e urorressonância: permite melhor avaliação do
sistema urinário nos casos em que há suspeita de acometimento.
Videolaparoscopia: é o método diagnóstico de escolha e definitivo, pois permite a
visualização direta dos implantes e, preferencialmente, a biópsia para estudo
histopatológico das lesões suspeitas. Não deve ser realizada apenas com objetivo
diagnóstico. Está indicada na presença de dor e ausência de resposta ao tratamento
clínico. As indicações de infertilidade devem ser individualizadas. Seu objetivo é
restaurar a anatomia pélvica e remover focos da doença. No entanto, não deve ser
realizada durante ou dentro do intervalo de três meses após o tratamento hormonal
para endometriose, para evitar erro diagnóstico. Pacientes que apresentam lesões
endometriais clássicas e sintomas atípicos devem ser tratados como tal, mesmo na
ausência de confirmação histopatológica.
pág. 13
GABRIELA CARVALHO ABREU
paciente tem dor pré-menstrual leve por endometriose mínima, não tem anormalidades
no exame pélvico e não deseja fertilidade imediata.
Anticoncepcionais orais (ACO): são uma boa escolha para pacientes com sintomas
mínimos ou leves. Qualquer pílula de baixa dosagem pode ser eficaz no tratamento,
devendo ser tomado preferencialmente de forma ininterrupta. O uso contínuo de ACOs
mostrou ser efetivo em diminuir a dismenorreia e também pode retardar a progressão
da endometriose.
Progestogênios: causam decidualização no tecido endometriótico. O acetato de
medroxiprogesterona oral pode ser prescrito como uma dose diária de 10-30 mg. Um
esquema alternativo é o acetato de noretindrona 5 mg por dia ou acetato de megestrol
prescrito como uma dose de 40 mg por dia. O acetato de medroxiprogesterona de
depósito, 150 mg, administrado intramuscularmente também pode ser fornecido como
uma injeção única a cada três meses. O dispositivo intrauterino liberador de
levonorgestrel também mostrou alívio na dor pélvica e dismenorreica. Pode provocar
como efeitos colaterais retenção hídrica, hemorragia de privação, náusea e ganho
ponderal.
Danazol: age no nível hipotalâmico para inibir a liberação de gonadotrofinas. O danazol
também inibe enzimas esteroidogênicas no ovário, que são responsáveis pela produção
de estrogênio. A dosagem de danazol é 400 a 800 mg/dia em doses divididas por seis
meses. Os efeitos colaterais do danazol incluem acne, pele oleosa, engrossamento da
voz, ganho de peso, edema e alterações adversas na lipoproteína plasmática. A maioria
das mudanças é reversível ao término da terapia, mas algumas (como voz grossa)
podem não ser.
Gestrinona: mecanismo de ação e efeitos colaterais são semelhantes aos do danazol
(porém menos intensos). Apresenta como vantagem a comodidade posológica, uma vez
que a dose preconizada é de 2,5 a 10 mg por via oral, duas vezes por semana. Assim
como as outras opções de tratamento clínico, também não melhora a infertilidade.
Agonistas do GnRH: eliminação da esteroidogênese ovariana e supressão de implantes
endometriais. Os agonistas do GnRH podem ser administrados intra-muscularmente,
intranasalmente, ou subcutaneamente. O uso desses agentes é geralmente limitado a 6
meses em razão dos efeitos adversos particularmente a perda de densidade mineral
óssea. Outros efeitos colaterais incluem sintomas vasomotores, secura vaginal e
alterações de humor. Muitos efeitos colaterais podem ser minimizados se for fornecida
terapia add-back além dos agonistas de GnRH.
Tratamento cirúrgico: a cirurgia está indicada quando os sintomas são graves,
incapacitantes ou agudos, quando os sintomas não apresentam melhora ou pioram com
o tratamento conservador, em casos de infertilidade, ou quando a doença é avançada.
A cirurgia é preferível ao tratamento clínico quando existe distorção da anatomia
pélvica, cistos endometrióticos (endometriomas) maiores que 3 cm, ou obstrução
intestinal ou do trato urinário. O tratamento pode ser laparotômico ou laparoscópico,
sem diferença aparente na melhora da dor entre as duas vias, apesar da abordagem
laparoscópica está associada com uma estadia hospitalar mais curta e menos morbidade
e é mais custo-efetiva. São cirurgias extensas e que muitas vezes envolvem resseções
intestinais e de bexiga, uterólise, reimplante ureteral e apendicectomia. O objetivo é
ressecção ou fulguração dos focos endometrióticos, restauração da anatomia pélvica,
lise de aderências e cistectomia (exérese da cápsula dos endometriomas).
o Laparoscópica conservadora (preservação da reprodução): presença de
endometriomas maiores que 3cm e doença associada à extensas aderências.
pág. 14
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Cirurgia definitiva: consiste em histerectomia com ou sem retirada dos ovários,
acompanhada de ressecção de focos endometrióticos. Indicado quando doença
significativa está presença e futuro reprodutivo não é desejado, sintomas
persistem após cirurgia conservadora ou tratamento clínico ou quando afecções
pélvicas coexistentes seriam beneficiadas por histerectomia.
pág. 15
GABRIELA CARVALHO ABREU
5) DST (NOME DA PATOLOGIA + CARACTERÍSTICAS NO EXAME FÍSICO)
Úlcera genital: podem ser traumáticas, doença de BC, foliculites ou pensar em DST.
Relacionadas a DST:
o Sífilis primária: cancro duro, lesão limpa, borda elevada e endurecida e indolor.
Tratamento é penicilina benzatina.
o Herpes genital: múltiplas vesículas que se transformam em úlceras,
coalescentes, dolorosas, bilaterais e podem ou não apresentar prurido.
Tratamento é aciclovir.
o Cancro mole: haemofilus tipo B, única, dolorosa, lesão suja, e apresenta uma
linfadenopatia importante, pode supurar.
o Donovanose: apresenta linfadenopatia bilateral, intensamente supurativa,
múltiplas e dolorosa. Tratamento é ciprofloxacino.
o Clamídia: é única, pouco dolorosa, pode flutuar e apresenta linfadenopia
unilateral. Tratamento é azitromicina e doxiciclina.
Climatério = hipoestrogenismo
Sintomas: secura vaginal, perda de libido, alteração do humor, fogachos, irregularidade
menstrual, incontinência urinária, alteração em unha e cabelo, insônia, aumento de
risco cardiovascular, aumento de flacidez e atrofia vaginal.
Mudanças no padrão menstrual: ciclos curtos ou longos e sangramento irregular.
Nem sempre é indicado a reposição. Essa pode ser oral, transdérmica ou vaginal.
Terapia de reposição hormonal:
o Basicamente estrogênica, mas pode-se fazer uso de formulações com
progesterona.
Contraindicações absolutas: TEP/TVP, DCV grave, história pessoal
de câncer de mama, ovário e endométrio, doença hepática ativa,
pág. 16
GABRIELA CARVALHO ABREU
lúpus com anticorpos antifosfolípides positivos, colagenoses,
sangramento uterino anormal de causa desconhecida.
Contraindicações formais: tabagismo acima de 35 anos (15 cigarros
ou mais por dia), HF de CA estrogênio dependente, HAS, DM,
vasculopatias.
É necessário ponderar o risco x benefício.
o Tibolona:
Pró-hormônio sintético.
Estrogênico, progestagênico e androgênico.
Não estimula o endométrio.
Controle de fogachos, sudorese e ressecamento vaginal.
Não aumenta densidade mamográfica, reduz SHBG, aumenta
testosterona, aumenta densidade óssea.
Reduz sangramentos cíclicos e spottings.
Uso contínuo aumenta risco de CA de mama de e endométrio.
o Tratamento não hormonal:
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da adrenalina:
Paroxetina e Sertralina.
Inibidores da recaptação da serotonina e adrenalina: Venlafaxina e a
Desvenlafaxina.
Clonidina (agonista alfa-adrenérgico): tratamento da hipertensão.
Gabapentina: anticonvulsivante.
o Pode-se também usar testosterona tópica.
CICLO MENSTRUAL
pág. 17
GABRIELA CARVALHO ABREU
Fases do ciclo ovariano:
Fase Folicular:
o Vai do 1º dia da menstruação até o pico de LH, no meio do ciclo. O fluxo
menstrual é considerado um novo ciclo (1º dia = 1º dia do ciclo). No entanto, já
no final do ciclo anterior há elevação do FSH, explicado pelo fato de haver
diminuição do estradiol, progesterona e da inibina A, o que determina
retrocontrole positivo sobre FSH, estimulando os folículos destinados a ovular,
esses passam por diversos estágios que vão desde o estágio de folículo
primordial, pré-antral, antral e pré-ovulatório.
o O folículo dominante caracteriza-se por uma maior atividade da enzima
aromatase (que lhe permite uma maior produção de estradiol), um maior
número de receptores de FSH e por uma expressão de receptores de LH
também nas células da granulosa.
Fase Ovulatória:
o O estradiol determina retrocontrole positivo para liberação de LH e posterior
ovulação. Para que o pico de estradiol seja eficaz a concentração deve ser maior
que 200pg/ml e deve persistir por aproximadamente 50 horas. A ovulação
ocorre de 32 a 36h após elevação do LH e cerca de 10 a 12 horas do seu pico
máximo.
Fase Lútea:
o Muitas vezes considera-se apenas duas fases, a fase folicular e a fase lútea,
quando são consideradas 3 fases, a fase lútea consiste no período em que o
folículo ovulatório se converte em corpo lúteo. O folículo dominante (com maior
concentração de receptores) torna-se luteinizado após a ovulação.
o Nessa fase, progesterona aumenta seus níveis de forma aguda. Sua função é
secretar mucopolissacarídeos para receber o ovo fecundado. Além de aumentar
a atividade de enzimas proteolíticas, responsáveis juntamente com as
prostaglandinas por digerir e romper a parede folicular.
o Caso não haja fecundação após +/- 14 dias irá haver regressão do corpo lúteo
(corpo amarelo), fase essa que envolve ação luteolítica do próprio estrogênio,
mediada por alteração local das prostaglandinas, óxido nítrico, endotelina e
outros fatores. Nesse período ocorrerá diminuição dos hormônios esteroides e
descamação endometrial.
Anotações aula:
pág. 18
GABRIELA CARVALHO ABREU
Amenorreia primária: ausência de menstruação aos 14 anos sem desenvolvimento
sexual secundário ou ausência de menstruação aos 16 anos de idade com
desenvolvimento normal. Causas: anatômicas e hormonais, deve-se realizar cariótipo e
anamnese detalhada. US e RM em caso de distorções complexas.
Tratamento: doses baixas de estrogênio por 6 meses e após esse período deve-se usar
ACO de baixa dosagem. Se a causa for anatômica deve-se realizar cirurgia.
Amenorreia secundária: ausência de menstruação por 3 ciclos consecutivos regulares
ou ausência de menstruação por 6 meses com ciclos irregulares. Causas: menopausa,
falência ovariana, causas autoimunes, cirurgia, tumor e causas idiopáticas.
Tratamento: cirúrgico, paliativo e sintomático (depende da etiologia de base). Se a causa
for medicamentosa (indicado início ou suspensão), reposição hormonal no caso de
falência ovariana, e tratamento cirúrgico em outras causas.
Exames que devem ser solicitados
o B-HCG.
o Teste de progesterona + prolactina = teste da progesterona avalia se o
endométrio é secretor, se o mesmo for positivo, ou seja na privação ocorrer
descamação quer dizer que o endométrio consegue proliferar. Teste de
prolactina investiga causas como hiperprolactinemia.
o Teste de progesterona + estrogênio = teste de estrogênio é sequencial e se o
mesmo for negativo nos mostra que o problema é a falta de estímulo (ex:
sinéquia).
o FSH e LH.
o TSH: avaliar hipotireoidismo.
o RM e TC: pensando em distopias complexas.
pág. 19
GABRIELA CARVALHO ABREU
pág. 20
GABRIELA CARVALHO ABREU
Fluxograma de investigação:
1) Descartar gravidez: dosagem de beta-HCG.
2) Descartar hiperprolactinemia e hipotireoidismo – dosagem de prolactina e TSH.
a) Principais causas de hiperprolactinemia: drogas e prolactinomas.
b) Drogas associadas: antagonistas de dopamina, neurolépticos, antidepressivos
tricíclicos e entre outros.
3) Teste da progesterona:
a) Teste positivo: anovulação, estrogénos normais e trato de saída pérvio.
b) Teste negativo: seguir fluxograma.
4) Teste de estrogênio e progesterona:
a) Teste positivo: causa ovariana, hipofisária ou hipotalâmica.
b) Teste negativo: causa uterina ou endometrial.
5) Dosagem de FSH:
a) FSH elevado: origem ovariana.
b) FSH baixo: origem hipofisária ou hipotalâmica. Seguir fluxograma.
6) Teste de GnRH:
a) Elevação de gonadotrofinas: origem hipotalâmica.
b) Ausência de elevação das gonadotrofinais: origem hipofisária.
Principais causas:
Abortamento: 1ª causa mais frequente.
Ectópica: 2ª causa mais frequente.
Mola hidatiforme: mais raro.
ABORTAMENTO
Interrupção da gestação com produto conceptual < 500g e/ou 20/22 semanas.
80% dos abortos ocorrem até 12 semanas.
50% dos abortos ocorrem devido a anomalias cromossômicas (principal causa) e 30%
devido a ovo anembrionado.
pág. 21
GABRIELA CARVALHO ABREU
Trissomia 16 e triploidias até 8 semanas.
Causas maternas:
o Insuficiência istmo cervical – aborto tardio: em alguns casos pode ser feita a
cerclagem para preservação da gestação e quando a criança for nascer o ponto
é retirado.
o Alterações uterinas: miomas (se muitos), malformações/alterações anatômicas
(dentre as que existem: o útero septado é o que mais se relaciona com
abortamento de repetição, útero bicorno e o de Delph são os menos propícios
ao aborto).
o Infecção materna.
o Doenças maternas.
o Fatores hormonais (anovulação crônica hiperandrogênica).
Ameaça de abortamento:
Conduta: repouso relativo, abstinência sexual, analgesia simples, orientações e uso de
imunoglobulina Rh.
o O repouso e a abstinência sexual visam mais a preservação do estado psíquico-
emocional da paciente.
o O uso de imunoglobulina Rh está indicado para mãe Rh negativo
independentemente do tipo sanguíneo da criança, uma vez que ainda não se
tem informação.
Aborto em evolução/inevitável:
Conduta: em alguns casos solicita-se ultrassom, quando o obstetra não vê o produto da
concepção.
pág. 22
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Conduta expectante: apenas se a paciente está em bom estado geral e o
sangramento já está diminuindo.
o Curetagem uterina: é o que é feito na prática.
Aborto completo:
Eliminação total de todos os componentes da gravidez. Frequente até 8 semanas.
Ultrassom e β-HCG para confirmação diagnóstica.
Conduta: nesses casos é necessário apenas orientação.
Abortamento incompleto:
Ultrassom – sempre solicitado. Evidência de retenção de produtos gestacionais intra-
útero.
Conduta: tratamento conservador x curetagem uterina.
o Resolução completa em 91% dos casos quando sangramento discreto.
o Quando o US mostra endométrio menor que 15 mm a conduta pode ser
expectante, endométrio maior que 15 mm, tem que fazer curetagem.
o A curetagem pode ser uma escolha da mulher.
Aborto retido:
Definição diagnóstica: ultrassom de saco gestacional com diâmetro de 20 mm tem que
visualizar o embrião e os BCF devem ser visualizados quando o CCN for de 6mm.
Conduta expectante x curetagem uterina:
o Conduta expectante até 30 dias do diagnóstico, é mandatório; melhor para a
paciente, porque é mais fácil fazer a curetagem com o colo aberto.
o Se tem partes ósseas (surgem após 12-13 semanas), deve-se fazer indução da
expulsão com Misoprostol e em seguida deve-se proceder com a curetagem.
pág. 23
GABRIELA CARVALHO ABREU
malformação, pois se tiver malformação recomenda-se a evolução natural. Esse
procedimento é contraindicado se a mulher já estiver em trabalho de parto prematuro
por IC. Uma vez que nesses casos, o colo encontra-se apagado, fino e o procedimento
aumentará o risco de infecção.
GRAVIDEZ ECTÓPICA
Óvulo fecundado implanta-se e se desenvolve em qualquer local fora da cavidade
endometrial. Tubária: 95% - região da ampola (75%).
Principal causa de morte materna no primeiro trimestre.
50% das pacientes que apresentam gravidez ectópica, não possuem nenhum fator de
risco para tal – ocorre apenas o atraso no transporte do ovo.
Fatores de risco:
o Cirurgia prévia na trompa.
Fatores de risco mais importantes.
o História prévia de ectópica.
o Exposição uterina a progesterona em altas doses.
o DIU: se a mulher engravidar com o DIU, tem mais chance de ser ectópica.
o Moderados: infertilidade, infecção pélvica, endometriose (aderências),
múltiplos parceiros (DST).
Manifestações clínicas:
o Dor em baixo ventre, unilateral e progressiva + amenorreia.
Ectópica íntegra: paciente é assintomática.
Ectópica rota:
Irritação peritoneal.
Sinal de Laffont (dor referida no ombro).
Abaulamento do fundo de saco (grito de Douglas).
Sangramento de pequena quantidade: 40 a 50%.
Diagnóstico:
o Dosagem de β-HCG limitado, mas ajuda principalmente nas ectópicas
íntegras.
O β-HCG em uma gestação normal dobra a cada 48 horas. Na ectópica
não dobra.
β-HCG quantitativo:
pág. 24
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Medicamentoso: metotrexato em caso de ectópica íntegra e se cumprir os
seguintes critérios: massa (sem embrião) ao US < 3,5 cm, β-HCG < 10.000, sem
BCF.
Efeitos colaterais: náusea, vômitos, diarreia, estomatite, elevação de
enzimas hepáticas.
Múltiplas doses: 1mg/Kg.
IM: 1º, 3º e 5º dias e 0,1 mg/Kg.
Ácido folínico: 2º, 4º e 6º dias.
Faz-se dosagem diária de β-HCG até cair 15% em 48 horas.
Pode ser administrado até 4 doses de tratamento com intervalo de 7
dias entre os esquemas.
PARTOGRAMA
Construção:
Duas linhas diagonais devem ser traçadas: a da esquerda corresponde a linha de alerta
e a da direita corresponde a linha de ação. Logo abaixo, observamos registros de hora
em hora do exame: frequência cardíaca fetal, contrações uterina, estado da bolsa das
águas, administração de medicamentos e procedimentos efetuados durante o trabalho
de parto.
O registro deve ser iniciado quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de
parto, ou seja apresentar 2 a 3 contrações eficientes em 10 minutos e dilatação cervical
de 3 a 4 centímetros. A dilatação cervical deve ser indicada no ponto correspondente
do gráfico, traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha de alerta e, em paralelo,
4h após, a linha de ação.
Obs: velocidade de dilatação de 1cm/hora, verificada em dois toques sucessivos,
confirma o diagnóstico de fase ativa de trabalho de parto.
Novo conceito para fase ativa do trabalho de parto: 5cm de dilatação com contrações
dolorosas e regulares, com apagamento e dilatação do colo.
Interpretação: as marcações devem ser iniciadas na fase ativa do trabalho de parto, anotando-
se os registros da hora que foram iniciadas. A taxa normal de dilatação do colo varia em torno
de 1,5cm/h. Se a dilatação for inferior a 1cm/h, as marcações irão de aproximar da linha de
alerta, que implica necessidade de melhor observação. Se houver parada ou atraso maior da
dilatação, as marcações irão ultrapassar a linha de ação, indicando necessidade de correção do
problema.
Linha de alerta e linha de ação servem como auxílio na avaliação da evolução da dilatação
cervical e não da descida da apresentação.
pág. 25
GABRIELA CARVALHO ABREU
A forma mais comum de montar o partograma é colocar na abscissa o tempo em horas, e na
ordenada à esquerda, a dilatação cervical, e, na direita, a apresentação da descida, ambas em
centímetros (planos de De Lee).
Distócias do parto:
Fase latente prolongada: dilatação cervical menor que 3/4cm apesar do tempo
excessivo de contrações dolorosas e regulares. Definida como duração maior que 20h
em primíparas e 14h em multíparas.
Fase ativa prolongada: dilatação cervical menor que 1cm/hora (ultrapassa linha de
alerta), decorrente geralmente de discinesias uterinas.
pág. 26
GABRIELA CARVALHO ABREU
pacientes com fase ativa do trabalho de parto. Causas: DCP ou alterações da posição da
apresentação fetal (não passa de 10 cm e pode ou não insinuar).
Parada secundária da descida: diagnosticada por dois toques sucessivos com intervalo
de pelo menos 1 hora, desde que a dilatação esteja completa. É a parada da descida
fetal por pelo menos 1 hora após a dilatação completa. Causas: desproporção ou
alteração da posição da apresentação fetal (não passa do plano 0 de De Lee, chega a 10
cm e não insinua).
O parto pode evoluir de forma muito rápida, o que é chamado de parto precipitado ou
taquitócio. Definido pela dilatação, descida e expulsão do feto que ocorrem em um período
de 4 horas ou menos. Estão presentes taquissistolia e hipersistolia.
pág. 27
GABRIELA CARVALHO ABREU
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em
três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença
é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa
impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para
diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má
formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no
3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores).
O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como
cegueira, surdez e deficiência mental.
Diagnóstico materno:
o Pesquisa do Treponema pallidum: campo escuro,
imunoflorescência.
o Provas sorológicas:
Não treponêmicos - VDRL: diagnóstico e
controle de cura.
Treponêmicos - FTA-abs: confirma o
diagnóstico.
Tratamento no pré-natal:
Sífilis primária: Penicilina benzatina 2.400.000 UI via IM em dose única (1,2 milhões, IM,
em cada glúteo). Dose total 2,4 milhões de UI.
Sífilis secundária ou latente recente: Penicilina benzatina 2.400.000 UI, via IM, repetida
após uma semana. Dose total de 4,8 milhões UI.
Sífilis terciária ou latente tardia ou com duração ignorada: Penicilina benzatina
2.400.000 UI, via IM, semanal, por 3 semanas. Dose total de 7,2 milhões UI.
Gestantes ou nutrizes comprovadamente alérgicas à penicilina, após teste de
sensibilidade à penicilina, devem ser dessensibilizadas e posteriormente tratadas com
penicilina. Na impossibilidade, deverão ser tratadas com eritromicina (estearato) 500
mg, por via oral, de 6/6 horas durante 15 dias, para a sífilis recente, ou durante 30 dias,
para a sífilis tardia. Nestes casos, a gestante não será considerada adequadamente
tratada para fins de transmissão fetal, sendo obrigatória a investigação e o tratamento
adequado da criança logo após seu nascimento.
Realizar o controle de cura mensal por meio do VDRL, considerando resposta
adequada ao tratamento o declínio dos títulos:
o Após o tratamento adequado, os testes não-treponêmicos (VDRL) na sífilis
primária e secundária devem declinar cerca de 4 vezes após 3 a 6 meses (ex.:
1:64 para 1:16) e 8 vezes após 6 a 12 meses (1:16 para 1:2), com níveis não-
reagentes após os 12 meses.
o Na infecção latente precoce, a queda de 4 vezes no título ocorre, geralmente,
após um ano.
o Pacientes tratadas no estágio latente tardio ou que tiveram múltiplos episódios
de sífilis podem mostrar um declínio mais gradual dos títulos.
pág. 28
GABRIELA CARVALHO ABREU
14) TRABALHO DE PARTO PREMATURO (NIFEDIPINO - DROGA DE ESCOLHA/ 32 SEMANAS
SULFATO DE MAGNÉSIO/ ABAIXO DE 34 SEMANAS CORTICOTERAPIA)
PREMATURIDADE
Fisiopatologia:
Estresse materno e fetal mediado pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal-placenta,
liberação precoce dos fatores determinantes do trabalho de parto, geralmente
liberação de citocinas inflamatórias.
Infecções ascendente (liberação de citocinas inflamatórias – interleucinas que agem
sobre o miométrio e estimulam a contração uterina precoce e a paciente entra em
trabalho de parto prematuro). Mais comum.
o Como a infecção urinária ascendente é a mais prevalente, esse é o motivo de
solicitar exame de urina durante o pré-natal e medicar as gestantes com
bacteriúria assintomática.
o As infecções genitais por Gardnerela, Neisseria também podem ascender e
desencadear um trabalho de parto prematuro, por isso devem ser tratadas em
gestantes assintomáticas.
Hemorragia decidual (da região da placenta) com formação de trombina e aumento das
prostaglandinas.
Hiperdistensão uterina (gemelar, polidrâmnio).
Predição:
Marcadores clínicos:
o Exame físico: exame pélvico (toque + palpação
uterina) para avaliar alterações cervicais.
o Índice de parto pré-termo (índice de tocólise):
avalia se a paciente está evoluindo com risco de
entrar em trabalho de parto prematuro, se ela
tem indicação de internar para tentar inibir esse
TPPM ou se não tem mais tempo hábil para
fazer mais nada.
pág. 29
GABRIELA CARVALHO ABREU
< 6 sem risco de TPPM.
Entre 6 e 10 indica inibição do TPPM.
> 10 indica parto iminente.
Marcadores biofísicos:
o US endovaginal para medição da espessura do colo uterino entre 20 e 24
semanas de gestação.
o Considera-se colo uterino curto, a medida abaixo de 2,5 cm: essa é a melhor
predição para ver o risco de trabalho de parto prematuro, uma vez que nesse
caso a paciente está assintomática.
Prevenção:
Primária: identificação de pacientes de risco e mudança no estilo de vida.
Secundária:
o Repouso de leito e hidratação.
o Monitorização ambulatorial das contrações.
o Pesquisa de bacteriúria assintomática – é realizado de rotina.
o Pesquisa de infecções genitais (não é feito de rotina).
o Pesquisa de Streptococos do grupo B está relacionado com sepse precoce e
tardia do RN.
Uso de progesterona é a principal prevenção:
o Intravaginal (BRA) ou intramuscular. A paciente que tem indicação pode utilizar
até a 36ª semana. O SUS não fornece.
o Indicações:
História prévia de parto prematuro independente da medida do colo
uterino. Inicia entre 20 e 24 semanas.
Em gestantes que realizaram medida do colo uterino ao US entre 20 e
24 semanas e o resultado foi menor que 2,5cm (colo curto).
Tocólise: inibição do trabalho de parto prematuro que já foi deflagrado e que apresenta bolsa
íntegra. Paciente já está com colo aberto e com contração.
Intervenção farmacológica para prevenção secundária do parto prematuro.
Deve ser utilizada entre 24 e 34 semanas.
Eles geralmente interrompem a atividade uterina e previnem o parto prematuro por 48
a 72 horas em 70 a 80% das pacientes. Esse tempo é importante para o corticoide fazer
efeito e para se conseguir fazer outras profilaxias.
Medicamentos: bloqueador de canal de cálcio: nifedipina.
Corticoterapia:
Reduz a incidência de insuficiência respiratória neonatal e hemorragia intraventricular,
diminuindo a mortalidade perinatal.
Deve ser realizado entre 24 e 34 semanas de gestação.
Droga de escolha: betametasona, mas pode ser feito dexametasona.
Faz junto com a inibição, com a paciente internada.
pág. 30
GABRIELA CARVALHO ABREU
Deverá ser realizada a profilaxia em todas as pacientes em TPPT, exceto naquelas que
possuem cultura negativa para Streptococos nas últimas 4 semanas. Cultura para
Spretococos é recomendada para toda gestante entre 35 e 37 semanas, com swab
perivaginal ou anal.
Droga de escolha: penicilina cristalina (dose de ataque + dose de manutenção).
Efetividade maior se realizada pelo menos 4 horas antes do nascimento.
PUERPÉRIO PATOLÓGICO
HEMORRAGIAS
Perda sanguínea superior a 500mL no parto normal e 1000 mL na cesariana.
Perda de 10% do hematócrito entre a admissão da gestante e o período pós-parto.
FIGO – sangramento excessivo que torna a paciente sintomática e/ou resulta em sinais
de hipovolemia.
Classificação:
o Precoces – primeiras 24 horas.
o Tardias – entre 24 horas e 12 semanas.
Hemorragias precoces:
Hipotonia uterina: anestesia geral, parto prolongado, superdistensão uterina, parto
precipitado, infecções genitais anteparto.
Ocorre quando há ineficiência na manutenção da contração miometrial.
Mecanismo de hemostasia no puerpério imediato se dá pela contração miometrial -
Ligaduras de Pinard.
Fluxo sanguíneo de 800 a 1000 mL por minuto: choque muito precoce.
Conduta:
o Medidas gerais:
Acesso venoso calibroso com infusão rápida de 2000 a 3000 mL de SF
0,9%.
Reserva de sangue.
Sonda vesical de demora para monitorização do volume urinário.
Massagem do fundo uterino.
o Tratamento farmacológico:
Úterotônicos: são drogas que irão promover a contração uterina.
Ocitocina – contínua, não deve ser feita em bolus.
Metilgonovina.
Misoprostol (prostaglandina – Cytotec).
o Tratamento cirúrgico: realizado em casos refratários às medidas anteriores.
Compressão uterina bimanual: manobras de Hamilton:
realizada com anestesia.
Revisão do canal de parto, a fim de detectar e tratar possíveis
lacerações do trajeto do parto, pois em partos vaginais, a
origem mais provável do sangramento é o canal vaginal.
Curetagem uterina.
Uso de balão intrauterino.
pág. 31
GABRIELA CARVALHO ABREU
Laparotomia:
Hemostasia do sítio de sangramento.
Ligadura bilateral das artérias uterinas.
Suturas de B-Lych: suturas para forçar a contração uterina.
Ligadura das artérias ilíacas internas (hipogástricas).
Histerectomia.
Prevenção:
o Conduta ativa na dequitação placentária.
o Clampeamento oportuno do cordão umbilical.
o Tração controlada do mesmo.
o Administração de ocitocina 10 UI, intramuscular, logo após a expulsão do feto.
Obs: uso de fórceps e realização de manobras obstétricas aumentam a chance de
lacerações do trajeto pélvico. Tratamento é feito com a revisão sistemática do canal de
parto com hemostasia imediata.
Coagulopatias (CIVD):
o Liberação abrupta de tromboplastina placentária.
o Consumo rápido de fibrinogênio em hematoma retroplacentário.
o Sempre que houver hemorragia refratária ao tratamento inicial, deve-se pensar
em coagulopatia.
o Necessário avaliar o coagulograma e decidir por transfusão de hemácias, plasma
congelado e/ou plaquetas.
o A paciente com distúrbio de coagulação apresenta maior dificuldade de contrair
o útero.
Hemorragias tardias:
Restos ovulares: retenção de cotilédones, lobos sucenturiados ou acretismo
placentário.
Infecção intrauterina.
Hematomas puerperais.
Infecção puerperal.
As hemorragias tardias são menos complicadas que as precoces.
INFECÇÃO PUERPERAL
Qualquer infecção bacteriana que acometa órgãos genitais femininos após o parto.
Principal sinal de infecção é a febre.
o Febre puerperal: temperatura axilar > 38 graus em 4 ocasiões distintas.
o Febre superior a 39 graus nas primeiras 24h sugere infecção grave:
Streptococus.
Fatores de risco:
o Baixo nível socioeconômico.
o Desnutrição.
o Diabetes.
o Obesidade.
o Infecções maternas.
o TPPT e RPPM.
o Excesso de toques vaginais.
o Uso de fórceps.
o Via de parto.
pág. 32
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Retenção de restos placentários e hemorragias.
Infecção do canal de parto:
o Raro.
o Lacerações não suturadas, hematomas e laceração do reto.
o Dor local.
o Exame físico: hiperemia, calor, edema e saída de secreção purulenta.
o Tratamento: explorar a ferida com drenagem da secreção purulenta e usar ATB
(cefalosporinas).
Infecção de ferida operatória:
o Surge do 5º ao 7º dia de pós-operatório.
o Sinais flogísticos podem se limitar ao sítio cirúrgico e alguns casos podem evoluir
para abscesso.
o Deve ser colhido cultura da secreção.
o Em casos de acometimento de pele/epiderme: deve-se realizar exploração e
ATB ambulatorial.
o Em casos de celulite com comprometimento sistêmico, deve-se internar a
paciente e fazer uso de ATB (Clindamicina e Gentamicina – podem ser
administrados em pacientes que estão amamentando).
Endometrite e endomiometrite:
o Infecção mais comum.
o Contaminação do leito placentário e acometimento da musculatura uterina.
o Principal sinal é febre (> 38 graus).
o Ex. físico: dor a palpação abdominal, útero aumentado de volume e amolecido.
Colo dilatado e eliminação de secreção purulenta com odor fétido. Toque: útero
doloroso, subinvoluído e amolecido.
o Ex. laboratoriais: hemograma, EAS e gram de gota.
o Tratamento:
Antibióticos endovenoso (Clinda+ Genta).
Curetagem indicada apenas nos casos de retenção placentária.
Outras infecções:
o Peritonite – abscesso – necessidade de exploração cirúrgica – avaliar
histerectomia e ATB de amplo espectro.
o Fasceite necrotizante: infecção grave, causada por Streptococus do grupo A.
Exame físico: celulite e crepitação dos tecidos adjacentes à ferida operatória.
o Tratamento: desbridamento cirúrgico com retirada do tecido necrosado e ATB
de amplo espectro.
pág. 33
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Longitudinal: o maior eixo do feto está no mesmo
sentido do maior eixo materno.
o Transversal: o maior eixo do feto está perpendicular ao
maior eixo da mãe.
o Oblíqua: menos comum.
Posição: relaciona pontos de referência do feto com abdome
materno, utiliza o dorso da criança como referência.
Apresentação: relação entre o polo fetal e o estreito superior da bacia óssea materna.
Cefálica: cabeça na pelve. Pélvica: bumbum na pelve.
pág. 34
GABRIELA CARVALHO ABREU
Estreito médio: situa-se entre as espinhas isquiáticas, medindo 10 cm. Esse é o menor
diâmetro da pelve materna, quando o polo cefálico o atinge, o feto encaixou, está fixo.
Estreito inferior: é a saída da bacia.
o No sentido longitudinal, estende-se da
extremidade do cóccix até a borda inferior da
sínfise púbica, medindo aproximadamente 9,5 cm.
No momento do desprendimento do feto, o polo
fetal empurra a articulação sacrococcígea para trás,
aumentando sua extensão para quase 10,5 cm.
Momento em que a mulher sente mais dor.
o No sentido transversal, a distância mede por volta
de 10,5 cm e vai da tuberosidade isquiática de um
lado até a do outro lado.
Trabalho de parto:
Preparatório – fase latente: longa duração, durante a fase latente o útero contrai de forma
descoordenada, são as contrações de Braxton-Hits que começam a se tornar coordenadas e mais
fortes.
Início das contrações regulares (fase latente) até o fim da fase de aceleração da
dilatação. É a fase de amadurecimento cervical.
A contratilidade miometrial começa a adquirir orientação, polarização e coordenação
com o passar do tempo, caminhando para a fase ativa.
Pouco se observa dilatação do colo ou descida da apresentação – velocidade de
dilatação: 0,6 a 1 cm/h.
Duração:
o 16 - 20 horas NULÍPARA.
o 12 - 16 horas MULTÍPARA.
Obs.: A bolsa não precisa estar rota para a mulher entrar ou estar em trabalho de parto.
pág. 35
GABRIELA CARVALHO ABREU
Pélvico – fase ativa:
Descida fetal e o delivramento.
Exploração, pela apresentação fetal, do trajeto pélvico. Usualmente, a descida da
apresentação se inicia no trabalho de parto ativo.
Duração: 1 - 2 horas.
Mecanismo do parto:
É o conjunto de fenômenos mecânicos que leva o concepto a atravessar o canal de parto até a
vulva. São eles: contração uterina, contração dos músculos abdominais e do diafragma.
Planos de De Lee:
Estreito médio/plano O de De Lee: criança está
encaixada.
0 a 5 cm. Na prática: 0-3 dedos.
Em 80% da primíparas, o feto encaixa antes da gestante entrar em TP.
pág. 36
GABRIELA CARVALHO ABREU
Rotação externa: o occipital retorna para o mesmo lado da coluna.
Sinclitismo e Assinclitismo:
Sinclitismo: polo cefálico penetra no estreito superior com a sutura sagital direcionada
para o diâmetro transverso com igual distância entre o pube e o sacro. Adequado e
esperado.
Assinclitismo: são movimentos de adequação do polo cefálico para o feto conseguir
encaixar na pelve materna – ocorre quando um parietal passa antes do outro. Não é
patológico, mas pode dificultar o trabalho de parto. Alterna em:
o Posterior mais comum (Litzman): sutura sagital aproxima-se muito da sínfise
púbica.
o Anterior (Nagelle): sutura sagital está mais próxima do occipital.
GEMELARIDADE
Etiologia:
Dizigóticos.
Monozigóticos.
Placentação – corionicidade:
o Dicoriônica: duas placentas.
o Monocoriônica: uma única placenta.
Determinação da corionicidade (número de placentas): é melhor de ser feita no US de
rotina do 1° trimestre, podendo nesse fornecer até 100% de acurácia. Conforme passa
pág. 37
GABRIELA CARVALHO ABREU
o tempo fica mais difícil, até porque nas gestações que apresentam duas placentas,
essas podem se fundir com 14-15 semanas. A determinação do número de placentas é
importante porque a gestação que apresenta uma única placenta, tem maiores riscos.
Monocoriônicas:
o Monoamnióticas (1 bolsa).
o Diamnióticas (2 bolsas).
Dicoriônicas:
o Diamnióticas (2 bolsas) sempre.
Fetos dizigóticos:
o Dois óvulos diferentes fecundados por dois espermatozoides diferentes.
o Sempre será uma gestação: dicoriônica e diamniótica.
Obs.: o raciocínio contrário não é válido. Mas é verdadeiro afirmar que
uma gestação monocoriônica/monoamniótica é monozigótica.
o Geralmente são divitelinos, irmãos fraternos, mas não são necessariamente
irmãos idênticos.
Fetos monozigóticos: um óvulo, um espermatozoide que formaram dois embriões.
Nesses há casos em que um apresenta má-formação e outro não, e algumas alterações,
isso porque depois que ocorre a divisão pode haver determinadas diferenciações.
Diagnóstico:
Suspeita clínica: não é possível fazer diagnóstico clinicamente.
o Crescimento uterino maior que o esperado: medida útero-fita maior do que o
esperado para a idade gestacional.
o Ausculta de mais de um batimento cardíaco fetal.
o À palpação abdominal palpa-se dois polos cefálicos.
Ultrassom:
o Confirmação: diagnóstico de certeza.
o Avaliação da IG.
o Tipo de placentação.
o Identificação de membrana amniótica.
Evolução:
Incidência de trabalho de parto prematuro (TPPT) > 50%.
Prematuridade:
o Maior risco de rotura prematura pré-termo de membrana (RPPTM).
o Complicações fetais ou maternas.
Risco de paralisia cerebral.
As gestações monocoriônicas/monoamnióticas (monozigóticas): apresentam maior
taxa de mortalidade fetal o que aumenta risco de decesso, entrelaçamento de cordão.
Translucência nucal: método de rastreamento de alterações cromossômicas.
Complicações maternas:
o Aborto espontâneo > 2x mais frequente.
o Hiperêmese gravídica.
o Pré-eclâmpsia.
o Maior expansão do volume vascular.
o Exacerbação da anemia fisiológica.
o Intolerância à glicose.
o Polidrâmnio: líquido amniótico aumentado.
Complicações intraparto:
pág. 38
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Acidentes de cordão: está relacionado com a maior incidência de distocia de
apresentação.
o Distocia de apresentação: a estática dos fetos é bastante variável.
o Sofrimento fetal agudo (SFA).
o Hipotonia uterina (redução da capacidade de contração uterina): hemorragia
pós-parto.
o OBS.: as mais importantes são distocias de apresentação e hipotonia uterina.
Todo parto gemelar a mulher terá uma perda de sangue superior ao habitual,
mesmo que tenha evoluído tudo de modo adequado.
pág. 39
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Hipovolemia.
o Anemia.
o Hipotensão.
o Oligúria.
o Oligohidrâmnio.
o CIUR.
o Falência cardíaca.
o Hidropisia.
Tratamento:
o Medicamentos:
Indometacina: mais utilizada, pode ser utilizada até a 32ª semana.
Digoxina.
o Amniodrenagem:
Melhora da sobrevida em 30 a 80% dos fetos. Mas não trata.
o Obstrução das anastomoses:
Substâncias específicas.
Laser (padrão-ouro): identifica-se os shunts arteriovenosos e faz a
cauterização/secção desses; porém é muito caro, depende de
conhecimento específico e aparelhagem adequada.
Óbito de um feto:
Problema nas gestações monocoriônicas, pois nessas há compartilhamento de fluxo
sanguíneo. Quando ocorre o óbito de um feto em uma gestação mais avançada, mas
ainda está muito prematuro, tem que manter os dois na barriga, mesmo que isso
aumente o risco de formar trombos, que podem ir para o outro feto. Nas gestações
dicoriônicas não há problema para o outro feto.
Conduta:
o Óbito nas últimas 24h:
Gestações iniciais:
TIU pode ser considerada.
Gestações avançadas:
Considerar interrupção.
o Mais de 24h:
Aconselhamento materno.
US/ US transfontanela neonatal.
18) PRÉ-ECLÂMPSIA
DHEG: inicia-se na gravidez, agrava-se durante sua evolução, complica-se quase sempre
na sua fase final e desaparece totalmente após o término da gestação, quase sempre
sem deixar sequelas.
PRÉ-ECLÂMPSIA: é uma síndrome multifatorial complexa, cuja incidência encontra-se
entre 5 a 7% das gestações. Patologia de maior morbi-mortalidade materno-fetal. Suas
formas clínicas, o início do aparecimento de sintomas ao longo da gestação e a
gravidade das manifestações são variáveis. O avanço no conhecimento de seus
mecanismos fisiopatológicos tem permitido uma revisão de sua classificação baseada
pág. 40
GABRIELA CARVALHO ABREU
não apenas em achados clínicos (leve ou severa) e seu tempo de aparecimento (precoce
e tardia), mas que seja capaz de refletir a complexidade de seu mecanismo patogênico.
Fatores de risco:
o Pré-eclâmpsia na gestação anterior.
o História familiar positiva de primeiro grau de pré-eclâmpsia.
o Hipertensão arterial crônica.
o Diabetes.
Definição de Pré-eclâmpsia:
o HIPERTENSÃO: PA > 140 x 90 mmHg (em duas ou mais ocasiões, com no
mínimo 4-6 horas e menos de 7 dias de intervalo entre as aferições).
o PROTEINÚRIA: > 300 mg/24h.
o Em mulheres previamente normotensas, após 20 semanas de gestação.
Não se fala em pré-eclâmpsia antes de 20 semanas de gestação, devido
à segunda onda de invasão trofoblástica, que não ocorre de forma
adequada.
Existe a possibilidade de haver pré-eclâmpsia sem proteinúria, porém,
deve-se considerar como critério necessário a presença de proteinúria
somado ao aumento da PA, após 20 semanas.
o O diagnóstico de PE é fácil nas gestantes que iniciaram o pré-natal
precocemente e o fizeram corretamente, sendo difícil nas que começaram
tardiamente ou então não receberam qualquer tipo de assistência pré-natal. O
diagnóstico se fundamenta na epidemiologia, na sintomatologia clínica, no
exame físico e em determinados exames laboratoriais.
Etiopatogenia:
o Placentação normal: implantação do blastocisto: citotrofoblasto (intersticiais e
endovascular) liberam fatores vasodilatores (ON) e destroem camada média
muscular das artérias espiraladas remodelamento de vasos, formando um
fluxo de baixa resistência na placenta.
o Placentação anormal = pré-eclâmpsia: calibre inadequado das artérias
espiraladas (vasos pequenos e estreitos) perfusão ineficaz stress oxidativo
desbalanço entre fatores angiogênicos e antiangiogênicos dano
endotelial. Esse dano endotelial é o responsável pela proteinúria.
o 1º estágio na pré-eclâmpsia: o citotrofoblasto não se infiltra na porção
miometrial das artérias espiraladas, os vasos permanecem pequenos e
estreitos, com menor capacidade de contrair, o que resulta em hipoperfusão
placentária e hipóxia. Ocorre antes do aparecimento de manifestações clínicas
da doença.
o 2º estágio na pré-eclâmpsia: resposta inflamatória à placentação anormal e
subsequente hipóxia placentária. Esta leva à disfunção das células endoteliais
nas artérias espiraladas maternas.
pág. 41
GABRIELA CARVALHO ABREU
PRÉ-ECLAMPSIA PRECOCE X TARDIA:
Mesma fisiopatologia, se manifestando em grau mais leve ou severo, com consequente
variação na intensidade dos sintomas e época de manifestação.
PRECOCE (10-20%):
o < 32/34 semanas.
o Placentação anormal em grau mais pronunciado, com mais dano placentário.
Maior desequilíbrio entre os fatores angiogênicos e antiangiogênicos.
o Resultado materno/ peri-natal mais grave.
o CIUR precoce associado, necessitando resolução da gestação mais
precocemente.
TARDIA (80 – 90%)
o > 32/34 semanas.
o Placentação anormal em grau mais leve, com menos dano placentário.
o Resultado materno/ peri-natal menos grave.
o Gestações resolvidas mais tardiamente.
pág. 42
GABRIELA CARVALHO ABREU
IMPACTO SOBRE A AVALIAÇÃO PLACENTÁRIA:
Avaliação placentária: rastreamento
o IP das uterinas em qualquer período da gestação (isoladamente melhor no 2º
trimestre).
o Marcadores bioquímicos – exprimidos na hipoperfusão placentária.
PE precoce:
o Quando rastreamento positivo, possibilidade de prevenção:
AAS: 100 mg/dia, início antes de 16 semanas (12 a 13 semanas até 36
semanas).
PE tardia:
o Quando rastreamento positivo: paliativo/seguimento especializado.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
Sinais e sintomas de PE e eclâmpsia:
o Cerebrais: cefaleia, tontura, zumbido, sonolência, taquicardia e febre.
o Visuais: diplopia, escotomas, embaçamento visual e amaurose.
o Gastrointestinais: náusea, vômito, epigastralgia e hematêmese.
o Renais: oligúria, anúria, hematúria, hemoglobinúria.
Tratamento definitivo:
o Interrupção da gestação.
Conduta conservadora:
o Gestação pré-termo.
o Casos selecionados.
pág. 43
GABRIELA CARVALHO ABREU
Medicação anti-hipertensiva:
o Não previne pré-eclâmpsia.
o Diminui pela metade a incidência de formas graves de hipertensão, em
gestantes com hipertensão leve.
o Indicações:
Sem comorbidades: manter PAS 130-155mmHg e PAD 80-105mmHg.
Com comorbidades: manter PAS 130-139mmHg e PAD 80-89mmHg.
o Drogas de escolha:
Metildopa, labetolol, nifedipina.
Inibidores da ECA são contraindicados.
Atenolol e prazosin não são recomendados.
pág. 44
GABRIELA CARVALHO ABREU
HELLP SÍNDROME:
Complicação da pré-eclâmpsia, doença de diagnóstico laboratorial.
Critérios para diagnóstico da síndrome HELLP:
o Hemólise: provocada pelas alterações endoteliais.
o Esfregaço periférico evidenciando esquizócitos.
o Bilirrubina total maior que 1,2.
o Elevação das enzimas hepáticas (TGO, TGP e LDH)
o Plaquetopenia: baixa de plaquetas.
Cuidados:
o Interrupção da gestação.
o Anestesia geral.
o Hemostasia e drenagem cirúrgica generosas.
o Transfusão de plaquetas se < 50.000 mm3.
o Na rotura hepática: tentar tamponamento sem tentar hemostasia.
o Dexametasona 10 mg/200 ml de soro fisiológico a cada 12 horas até a
normalização das plaquetas (B).
CUIDADOS NA ECLÂMPSIA:
Estabilizar a paciente é o primeiro passo.
Anticonvulsivante: sulfato de magnésio.
Suporte:
o Aspirar secreções e inserir protetor oral.
o Oxigênio por cateter nasal (3 litros/min).
o Cateter vesical para diurese e amostra de urina.
o Manter paciente em decúbito lateral.
Anti-hipertensivo: ação rápida.
Exame específico: TC se sinais de localização central e/ou agravar o estado de
consciência.
Cuidados com o feto:
o Avaliar a vitalidade e maturidade fetal pelo perfil biofísico e Doppler.
o Interromper a gestação.
PLACENTA PRÉVIA:
Implantação placentária sobre o orifício cervical interno total ou parcial – menos de 5
cm do orifício interno do colo uterino.
Só chama placenta prévia após 30 semanas, antes disso se fala em inserção baixa,
porque abaixo de 30 semanas ela pode migrar para regiões mais superiores.
Etiologia:
o Multiparidade: sobretudo se devido à cesarianas sucessivas.
o Endometrite.
o Idade materna avançada: 3,5x.
o Curetagem anterior ou abortos.
o Ovo hipoativo – evolução de mórula até o blastocisto superior a 7 dias.
pág. 45
GABRIELA CARVALHO ABREU
Classificação:
o PP prévia total: recobre a área do orifício interno do colo uterino.
o PP prévia parcial: obstrução parcial do colo uterino.
o PP prévia marginal: margem placentária se aproxima do orifício
interno.
Diagnóstico:
o Clínico: sangramento intermitente e indolor, BCF sem alterações e tônus
uterino normal.
o Ultrassonográfico: acurácia de 95%. O diagnóstico é por US, mas a suspeita é
clínica, a paciente que começa a sangrar após a 30ª semana. O US de preferência
é o endovaginal, tem maior acurácia.
o RNM: auxilia na programação da cesariana, ou seja, auxilia na tomada de
conduta pós diagnóstico.
Tratamento:
o Expectante: habitualmente, pois em geral não haverá repercussão grave para o
feto, o sangramento tende a se interromper sozinho. Deve-se fazer
acompanhamento e manter a paciente em repouso e esperar até o nascimento
a termo. Mas existem aquelas placentas prévias que sangram indefinidamente
e que por isso a cesárea deve ser programada.
o Evita-se coito e toque vaginal: deve-se fazer o exame especular para ver o
sangramento.
o Depende da IG e estabilidade hemodinâmica: apenas interrompe-se aquelas
gestações em que há franca instabilidade hemodinâmica.
o Em gestações com menos de 37 semanas (prematuros): cuidados para
programação de parto precoce.
Internação para avaliar sangramento e contrações.
Repouso relativo.
Drogas uterolíticas se trabalho de parto prematuro.
Corticoterapia se menos de 34 semanas.
Evitar toque.
Reposição de ferro.
Administração de imunoglobulina Rh se gestante for Rh negativo.
Complicações:
o Parto pré-termo.
o Hemorragias.
o Amniorexe prematura.
o Acretismo placentário – cesariana anterior.
pág. 46
GABRIELA CARVALHO ABREU
o Pode ocorrer hemorragia interna (oculta) ou externa.
Fatores de risco:
o Pré eclampsia – ppal.
o Doenças maternas.
o HAC.
o Pré-eclâmpsia + HAC: risco até 8x mais.
o Rotura prematura de membranas (RPM).
o RPM + infecção: 9x mais.
o Tabagismo.
o Cocaína.
o Trauma abdominal.
o História pregressa de descolamento prematuro de placenta: 20x mais.
Sintomas:
o Sangramento genital: 70 a 80%.
o Alterações BCF: até 70%. Feto encontra-se em sofrimento, bradicárdico.
o Dor abdominal: 66%. Dor absurda, diferentemente da placenta prévia.
o Hipertonia uterina: 34%. Hipertonia é constante.
o Hemoâmnio: 50%. Sangue no líquido amniótico.
o 20% das gestantes não referem dor ou sangramento.
Predição: alfa feto proteína aumentada sem malformação: 10x.
Diagnóstico:
o Essencialmente clínico. Diagnóstico diferencial com a placenta prévia.
o Nas pacientes assintomáticas: US é importante para fazer diagnóstico
diferencial com placenta prévia.
o Achados ultrassonográficos:
Coágulo retroplacentário.
Hematoma marginal.
Hematoma subcoriônico.
Hematoma intra-amniótico.
Conduta:
o Manejo obstétrico.
o Individualizado.
o Estabilização materna imediata: acesso venoso, reserva sangue.
o Amniotomia: vantagens.
Reduz compressão da veia cava.
Dificulta a ampliação da área de descolamento.
Melhora a hipertonia.
Coordena as contrações.
Diminui a hemorragia.
Identifica o hemoâmnio.
Diminui risco de coagulopatias.
Acelera o trabalho de parto.
o Conduta obstétrica:
No concepto vivo e viável, impõe-se a resolução imediata – parto
cesárea ou vaginal. Se o parto vaginal não puder ser realizado de
imediato, deve-se dar preferência a cesariana.
Em casos de decesso fetal, opta-se por monitorar a gestante e conduzir
o parto via baixa.
pág. 47
GABRIELA CARVALHO ABREU
Puerpério imediato: atonia com apoplexia miometrial (útero de
Couvelaire: perdeu a capacidade de contratilidade).
Histerectomia indicada nos casos graves.
ROTURA UTERINA:
Definição: rompimento do miométrio durante a gravidez e/ou trabalho de parto. Uma
das principais causas de morte materna e perinatal.
Classificação:
o Parcial: caracterizada por preservar a serosa uterina e quase sempre
relacionada à deiscência de cicatriz cirúrgica prévia.
o Completa: envolve também a serosa uterina.
Espontânea.
Traumática: ocitócitos, manobras intempestivas (Kristeler).
Fatores predisponentes:
o Macrossomia fetal.
o Multiparidade: cesáreas prévias.
o Gemelaridade.
o Trabalho de parto prolongado.
o Uso de ocitócitos ou prostaglandinas.
o Manobras e instrumentação do parto.
o Trauma.
o Intervalo entre cesariana e trabalho de parto menor que 18 meses.
o Histerotomia corporal em cesariana prévia: em prematuridade.
Diagnóstico:
o Sinais de iminência uterina:
Contrações intensamente dolorosas.
Sinal de Bandl – distensão do segmento inferior, formando uma
depressão em faixa infraumbilical, útero em aspecto de ampulheta.
Sinal de Frommel – estiramento dos ligamentos redondos, desviando-
se o útero anteriormente.
Alterações da frequência cardíaca fetal.
Quadro clínico:
o Dor intensa.
o Súbita parada de contratilidade uterina.
o Sangramento vaginal.
o Subida da apresentação fetal.
o Sinais de perda volêmica.
o Bradicardia fetal importante.
Complicações:
o Maternas: histerectomia, TVP, endomiometrite e morte materna.
o Peri-natais: decesso fetal, encefalopatia hipóxico-isquêmica, APGAR abaixo de
5, acidemia fetal e morte neonatal.
Conduta: o tratamento é sempre cirúrgica, tem que agir rapidamente após o
diagnóstico. Histerectomia é o mais comum.
Prevenção: evitar instrumentalização do parto e manobras desnecessárias, assim como
cesarianas sem indicação.
20) GESTAÇÃO
pág. 48
GABRIELA CARVALHO ABREU
OUTRAS COISAS IMPORTANTES:
INDICAÇÕES DE CARDIOTOCOGRAFIA:
Indicações maternas:
Síndromes hipertensivas
Endocrinopatias
Cardiopatias
Hemopatias
Pneumopatias
pág. 49
GABRIELA CARVALHO ABREU
Risco relacionado à indução:
Ruptura uterina
Infecção intracavitária
Prolapso de cordão umbilical
Prematuridade iatrogênica
Sofrimento ou morte fetal
Falha na indução, com aumento nos índices de cesarianas
pág. 50
GABRIELA CARVALHO ABREU