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QUEIXAS MAIS PREVALENTES

Adolescência

- Irregularidade menstrual (ciclos anovulatórios)

- Dismenorreia/TPM

 Primária ou essencial
 Secundária progressiva - endometriose

- Corrimentos – candidíase

- Contracepção

- ISTs – Vacina (HPV – 9 aos 14ª11meses)

Menacme

- Alterações menstruais

- Corrimento

- ISTs

- Dor pélvica

 Durante o ciclo – dismenorreia (primária/secundária – se progressiva, suspeitar de


endometriose ou adenomiose - + aumento de fluxo)
 Aguda: cisto ovariano, torção anexial (dor em facada), gestação ectópica, DIP, “dor do
meio” (dor da ovulação, pela rotura do folículo, com discreta irritação peritoneal)
 Crônica (> 6 meses): endometriose, adenomiose, aderências pélvicas, varizes pélvicas,
mioma uterino (sensação de peso), prolapso genital (sensação de bola na vagina).

Climatério

- Sangramento uterino anormal

- Síndrome climatérica: fogacho, irritação

- Incontinência urinária

- Prolapsos genitais

- Neoplasias genitais

- Sangramento genital pós-menopausa: sempre investigar!

Principal causa de sangramento é atrofia nessa faixa

SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL

Como precisar o padrão de sangramento da paciente?


- Intervalo e duração: anotar na agenda – regular (ciclo mais longo – ciclo mais curto): <= 7 a 9
dias; resumidademente +/-4
- Volume: pela história da paciente lembrando que é uma medida subjetiva e imprecisa (leve,
normal, aumentado)

1. Regularidade: regular/irregular
2. Frequência:
 Frequente (< 24 dias)
 Normal (24-38 dias)
 Infrequente (> 38 dias – ciclos longos)
3. Duração:
 Prolongado (> 8 dias)
 Normal (<= 8 dias)
4. Volume do fluxo
 Intenso: > 80 mL
 Normal (5-80 mL)
 Leve (< 5 mL)

Sangramento uterino anormal

- Crônico: duração de 6 meses

- Agudo: episódio de sangramento intenso em quantidade suficiente para exigir intervenção


imediata

- Sangramento intermenstrual (IMB): ocorre entre menstruações cíclicas bem definidas e


previsíveis. Pode ser indicativo de endometrite por clamídia.

CAUSAS

- Bebê: retirada do estrogênio materno

- Infância: corpo estranho, trauma (abuso sexual), infecção/irritação vulvar (candidíase),


prolapso uretral, sarcoma botrioide, tumor ovariano, puberdade precoce.

- Adolescência: anovulação (imaturidade do eixo, se < 2 anos da menarca), anormalidades


hematológicas (PTI, doença de Von Willebrand)

- Menacme: anormalidades da gravidez, pólipos, leiomiomas, adenomiose, câncer (cervical,


de endométrio, de vagina), infecção, doenças hepáticas, causas renais e endócrinas (SOP,
adenoma hipofisário, doenças da tireoide), anovulatórias, discrasia sanguínea, medicamentos
(ACO, DIU)

- Climatério: anovulação, CA, pólipos, leiomiomas, adenomiose, disfunção tireoideana

- Pós-menopausa: atrofia, CA ou hiperplasias endometriais, outros tumores (vulva, vagina,


cervical), TRH, pólipos. Pede USG e se tiver tecido endometrial espessado, pedir histeroscopia
com biópsia.
CAUSAS ESTRUTURAIS – USG é o primeiro exame a ser pedido

PÓLIPOS – vai para histeroscopia

ADENOMIOSE – RM é o padrão-ouro para confirmar; USG pode sugerir

LEIOMIOMA - USG

MALIGNIDADE (CA DE ENDOMÉTRIO) – histeroscopia com biópsia

CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS

COAGULOPATIA

OVULAÇÃO DISFUNCIONAL

 Pensar quando a paciente tem ciclo irregular, com TPM/dismenorreia/muco no meio do


ciclo
 Extremos da idade reprodutiva: adolescência e transição da menopausa
 SOP, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, estresse, obesidade, anorexia, perda de peso,
exercício extremo (atletas de elite), iatrogenia (esteroides gonadais, drogas que afetam
o metabolismod a dopamina)
 > 30 anos, dosa FSH para excluir falência ovariana precoce

ENDOMETRIAL

 Sangramento menstrual cíclico e previsível, ciclos ovulatórios típicos, nenhuma outra


causa identificada
 Se intenso: problemas na hemostasia local (excesso de vasodilatação, falta de
vasoconstrição)
 Se sangramento intermenstrual ou prolongado: deficiência no reparo do endométrio
(inflamação ou infecção endometrial, aberrações na vasculogênese endometrial).
Pensar em endometrite por Chlamydia trachomatis

IATROGÊNICA

 Uso de medicações: contraceptivos afetam hipotálamo, pituitária, ovário, endométrio,


“breakthrough bleeding” (Mirena nos primeiros 3 meses de uso)
 Agentes que interferem na dopamina: antidepressivos tricíclicos e fenotiazinas

NÃO CLASSIFICADA

 Não é passível de diagnóstico por nenhum exame complementar

ANAMNESE

- Idade

- Medicações em uso

- Qual método contraceptivo em uso

- Exame físico geral e ginecológico


- Exames complementares: hemograma, coagulograma, função tireoideana, beta HCG, dosagem
FSH, LH, prolactina, androgênios, USG transvaginal, USG abdominal, histeroscopia, biópsia
endometrial

TRATAMENTO

- Estabilizar e/ou manter estabilidade hemodinâmica

- Corrigir anemia aguda ou crônica

- Tratar causa orgânica, se houver

- Retornar o padrão de ciclos menstruais normais, e prevenir a recorrência de SUA

FASE AGUDA (PRONTO-SOCORRO)

Venoso

 Transamin: 1 g de 8/8 h pra começar


 AINES: Ponstan 1 cp 8/8h

Pílula

 ACO 8/8h por 15 dias (ou de 8/8 por 7 dias ou 12/12 7 dias) – a seguir, progesterona
10 mg por 14 dias

FASE CRÔNICA

- PP segunda fase (14 ao 24 dia do ciclo):

- ACO: na menacme, que não quer engravidar

- Mirena (com o tempo há amenorreia) – é bom pra adenomiose

CIRÚRGICO
 Curetagem: sangramento de causa obstétrica; sangra muito, sem parar (não pode ter
sangramento ativo para fazer histeroscopia)
 Ablação de endométrio: só pode fazer em pacientes com prole constituída, com útero
pequeno.
 Histerectomia

Em pacientes em pós-menopausa

USG (eco fino) ------- atrofia

Se sangramento persistir, pode fazer histeroscopia. Alguns tipos de CA de endométrio podem


deixar o endométrio fino.

- Eco espessado: videohisteroscopia diagnóstica

SÍNDROMES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS


Síndrome do corrimento genital: inferior e superior

Inferior

 Vulvovaginites e vaginoses infecciosas


 Não infecciosas: vulvovaginite inespecífica, vaginite atrófica, vaginose citolítica
 Uretrites/cervicites: gonocócias e não-gonocócica (clamídia)

Síndrome do corrimento uretral

Síndrome da úlcera genital

Síndrome da verruga genial

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTs)


VULVOVAGINITES. Vaginose, candidíase e tricomoníase e vaginite descamativa.

ÚLCERAS. Sífilis, cancro mole, herpes, linfogranuloma, donovanose

CERVICITE/URETRITE/DIP. Gonococo, clamídia

VIRAIS. HIV e HPV

VULVOVAGINITES (INFECCIOSAS) E CERVICITES

Vulvovaginite: cursa com inflamação; queixa-se de: prurido, ardor

VAGINOSE BACTERIANA
 Primeira causa mais comum de vulvovaginite infecciosa
 Causa mais comum de corrimento
 50% das infecções genitais baixas
 Desequilíbrio do ecossistema vaginal com queda de lactobacilos e crescimento de
gardnerella vaginallis + bactérias anaeróbias (Mobiluncus e Bacteroides). Isso leva ao
aumento do pH – cadaverina, putrescina – odor amoniacal. A vaginose exacerba em
pH mais básico.
 Quadro clínico
o Sintoma cardinal: Corrimento abundante, homogêneo, branco acinzentado,
odor fétido (piora após coito/menstruação --- Gardnerella), pequenas bolhas
(microbolhas).
o Metade das pacientes é assintomática
o Piora após coito e durante a menstruação. Há um processo de volatilização das
aminas. pH fica mais alcalino e volatiliza cadaverina, putrescina e metilamina.
Agente: polimicrobiana (Gardnerella, vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp., Mycoplasma
hominis, Peptoestreptococcus sp.). Alteração do equilíbrio promovem proliferação de
anaeróbios e menor presença de lactobacillus.

Diagnóstico

Critérios de Amsel (3 de 4 critérios)

- Característica do corrimento: branco-acinzentado, homogêneo, fino, e que pode formar


microbolhas.

- pH vaginal > 4,5. Monta fita de pH na pinça de Cherron e coloca (a ponta colorida) na parede
lateral da vagina, por cerca de 1 min. Depois compara com o parâmetro de referência.
- Whiff test (teste das aminas) positivo (goteja KOH, sobe um cheiro podre por volatilidade das
aminas): pega a espátula de Ayres (lado que não tem chanfradura) e coleta na parede lateral.
Parede posterior tem ação de exsudatos e transudatos, com fatores que não são de interesse.
Coloca na lâmina e goteja KOH. Sobe um cheio de peixe podre. Esse teste também pode ser
positivo na tricomoníase. No entanto, é mais característico na vaginose bacteriana.

- Exame a fresco (microscopia – clue cells). Pega lâmina e a espátula de Ayres e material da
parede lateral. Coloca na lâmina, pinga uma gota de soro fisiológico. Depois coloca uma lamínula
e vai pro microscópio. Sinônimos de clue cells: células-índice, células-alvo, células indicadoras.
Clue cells são características da vaginose bacteriana. São células epiteliais com contorno
preenchido por bactérias anaeróbias, tornando o contorno grânulos e impreciso (Gardnerella
vaginalis e Mobiluncus sp. são as mais comuns). Até 60% das pacientes tem clue cell

Na prova: se tiver pelo menos 2 critérios, marca como infecção por vaginose bacteriana. O
quadro é muito típico. Na prática, nem precisa do teste das aminas. Já percebe o cheiro
desagradável no exame físico.
Macrobolhas: tricomoníase.

Tratamento

Tratamento VO é a 1ª opção
De acordo com o SUS

 Metronidazol 250 mg ----- 28 comprimidos. Tomar 2 comprimidos, VO, de 12/12hrs por 7 dias
(1ª escolha) -
 Clindamicina VO (2ª opção)

- Tinidazol 2g VO DU

- Secnidazol 2g VO DU

- Tianfenicol 2,5 g VO DU

- Clindamicina 300 mg VO 12/12 7 dias: se alergia a metronidazol

- Metronidazol 2g/dia VO DU (5 cps)


Gestante: metronidazol 2g DU ou 250 mg 8/8 por 7 dias (e também em casos de
recidivas e insucessos). Não usar clindamicina no 2º trimestre de gravidez. A Gardnerella
é fator de risco para corioamnionite, ruprema, endometrite

- Não ingerir bebidas, pelo efeito antabuse (náusea, vômito, gosto metálico na boca,
diarreia). No período do tratamento e até 72hs depois da suspensão do metronidazol
oral.

- Se houver muita recorrência, pode se tratar o parceiro. Normalmente não trata o


parceiro. Não é IST, ocorre por desequilíbrio da flora da paciente.

- Ácido bórico: em vaginoses de recorrência, que facilita ação do

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
- 2ª causa mais comum de vulvovaginite infecciosa
- 75% das mulheres vão ter 1 episódio na vida; 40 a 50% pelo menos 2; 5% - candidíase de
repetição.

- Pode ter em homem

Agente. Candida albicans (predomina), outras espécies de Candida estão associadas a quadros
de difícil manejo.

Órgãos de choque: rever qualidade do sono; diminuir trigo, açúcar, glúten; MEV: exercícios, ioga,
meditação. O objetivo é melhorar

Fatores predisponentes: gestação, DM descompensado, antibióticos de largo espectro (p/


tratar uma amigdalite), uso de imunossupressores e corticoides, doenças crônicas, neoplasias,
infecção por HIV, alterações imunológicas e reações alérgicas ou contato com substâncias
irritantes (sabonete, camisinha), estresse, obesidade, uso de ACO com alta dose de estrogênio
(35 mcg de etinilestradiol), hábitos de higiene e vestuário.

Quadro clínico

Secreção vaginal branca e espessa tipo “leite coalhado” com aderência às paredes vaginais,
grumoso, de coloração branca, amarelo claro ou até esverdeado. Paciente queixa-se de prurido
intenso, ardência vaginal, disúria e dispareunia. Ao exame físico: secreção aderente às paredes
vaginais, hiperemia de vagina e vulva, edema e escoriações na vulva.

- Corrimento grumoso com aspecto de leite coalhado, branco, sem odor e aderido.

- Prurido vulvovaginal intenso, e pode ter ardência. Prurido, disúria, dispareunia, edema,
hiperemia.

- Prurido vulvovaginal é o sintoma mais importante

Diagnóstico

- Exame a fresco. Detecção de pseudohifas (achado mais comum)

- pH vaginal ≤ 4,5

- Quadro clínico + EF

Tratamento

Ministério da saúde

 Miconazol e nistatina
 Creme vaginal: Nistatina é a primeira escolha. Está atrelada a menor resposta
terapêutica e muita recorrência. Precisa usar por pelo menos 10 dias.
 Oral: fluconazol e itraconazol (1ª opção)

- Itraconazol 200 mg VO 12/12 1 dia (4 cps de 100 mg/dia)

- Fluconazol 150 mg VO DU (mais usado na profilaxia da candidíase recorrente)

- Uso tópico:

 Miconazol, clotrimazol, terconaozol, isoconazol por 5 a 10 dias


 Fenticonazol/butoconazol – dose única
 Nistatina por 10 a 14 dias (não albicans)

1 episódio: itraconazol + clotrimazol (ginocanesten)

Clotrimazol, miconazol e nistatina: gestantes. Só pode propor tratamento tópico para gestante
(Nistatina 100.000 UI, por 14 dias).

- Simples: tto tópico ou sistêmico


- Complicada (sintomas intensos): tto sistêmico, repetir em 5 a 7 dias + AINH ou anti-histaminico

- Complicada (c. Não albicans): nistatina vaginal 14 dias.

- Recorrente (> 3 episódios/ano): sistêmico + AINH ou anti-histamínico e manutenção por 6


meses no período pré-menstrual. Fluconazol 1x/semana, durante 4 semanas

Tratar parceiro, somente se sintomas.

TRICOMONÍASE (IST)
- 3ª causa de infecções vaginais (vulvovaginite infecciosa)

Agente. Trichomonas vaginalis (protozoário)

Secreção amarelo-esverdeada, fluida, com microbolhas; é intensa, fétida (ou não);

Quadro clínico

- Corrimento abundante, bolhoso, com mau cheiro, e por vezes purulento

- Sintomas: dor local, dispareunia, irritação vaginal, prurido, hiperemia, colpite, sintomas
urinários.

- Colpite. Colo em framboesa, devido a dilatações puntiformes. Com ácido acético, fica com
aspecto tigroide (pelo processo inflamatório intenso).

Colo em framboesa/em aspecto de morango é característico do tricomonas

Diagnóstico

 Quadro clínico
 Exame ginecológico: hiperemia multifocal
 Teste do pH > 4 (≥ 5 – entre 5 e 6)
 Whiff test/sniff test/teste das aminas (KOH) - positivo
 Exame direto a fresco com solução fisiológica (80 a 90%): trichomonas móvel e
polimorfonucleares. Bacterioscopia: gram – e numerosos PMN (achado de citologia)

Tratamento

Não faz tratamento tópico, pois não atinge nível terapêutico na uretra da paciente
(acometimento das glândulas de Bartolhin, parauretrais de Skinner)

Ministério da saúde

 Metronidazol 400 mg, VO, DU (5 comprimidos – 2g) – 5 cps. Efeito antabuse.


 Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO, 12/12 horas, por 7 dias (indicado para
vaginose bacterina, primariamente)

- Tinidazol 2g VO DU

- Secnidazol 2g VO DU

- Metronidazol 400 mg 8/8h por 7 dias


- Gravidez: tratar a partir do 2ª trimestre (já pode tratar a partir de 12 semans)

- Lactação: tratar com dose única (suspender amamentação por 24 horas)

- Sempre tratar o parceiro. Convocar o parceiro para que seja examinado e tenha o tratamento
adequado.

- Rastrear outras ISTs na paciente (VDRL, anti-HIV, HbsAg e anti-Hbs)

VULVOVAGINITE DESCAMATIVA
- 4ª causa de vulvovaginite infecciosa (menos comum)

- Sem causa conhecida

- Há presença de SGB em 70% dos casos


- Clínica. Vaginite purulenta crônica na ausência de processo inflamatório cervical ou do trato
genital superior.

Diagnóstico
- Conteúdo vaginal purulento em grande quantidade

- pH vaginal alcalino

- Microscopia com processo descamativo vaginal intenso

- Flora vaginal tipo 3 (ausência de lactobacilos)

- Número elevado de polimorfonucleares

Tratamento

Clindamicina creme a 2% - 5 g via vaginal, à noite, por 7 dias

CERVICITES
- Agentes etiológicos: gonococo e clamídia (se subir, gera DIP)

- 60% dos casos é assintomática

- Evolução para DIP (30% - clamídia; 40% - gonorreia)

- CDC e ACOG: rastreamento anual de Chlamydia por PCR com < 25 anos ou > 25 anos + risco
(novo parceiro ou múltiplos parceiros ou parceiro com múltiplas parceiras)

- Gestantes: rastrear Chlamydia e Gonocco nos 1ª e 3ª trimestres.

QUADRO CLÍNICO

- Corrimento vaginal mucopurulento

- Sangramento vaginal anormal (após relaxão sexual ou metrorragia)

- Disúria (uretrite por clamídia)

EXAMES COMPLEMENTARES

- PCR (secreção cervical ou uretral): padrão-ouro

- Cultura para gonococo

- Não se solicita sorologia para clamídia.


COMPLICAÇÕES

- Síndrome uretral aguda, uretrite; bartholite; infecção de trato genital superior; perihepatite,
artrite reativa, infertilidade tubária, gravidez ectópica.

TRATAMENTO

Gonococo

- Ciprofloxacino 500 mg, VO, dose única

- Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única (Rocefin)

- Tianfenicol 2,5 g, VO, DU

Clamídia

- Azitromicina 1g, VO, DU

- Doxicilina 100 mg, VO, 12/12, por 7 dias

- Estearato de eritromicina 500 mg 6/6 h por 7 dias

Se paciente apresentar corrimento inespecífico para candidíase, vaginose ou tricomonas: creme


de amplo espectro, Rocefin e azitromicina.

Se suspeitar de gonorreia ou clamídia, tratar o parceiro.

DIP (síndrome corrimento genital superior)


Processo infeccioso do trato genital feminino superior, em que microrganismos do trato genital
inferior disseminam-se por via canalicular ascendente.

- Paciente histerectomizada não pode ter DIP

Expressões clínicas

- Endometrite, salpingite, abscesso tubo-ovariano, pelviperitonite e perihepatite (aderências


subdiafragmáticas – Síndrome Fitz-Hugh-Curtis)

Agentes etiológicos.

Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, micoplasma e outros

- DIP gonocócica: início mais agudo que clamídia

- DIP clamídia: pode evoluir de forma indolente, assintomáticas. Acompanhar pacientes com
comportamento de risco.

Fatores de risco

Coitarca precoce, IST prévia, DIP prévia, parceiro com IST


Quadro clínico

- Endocervicite: secreção varignal purulenta ou com muco

- Endometrite: alterações do ciclo menstrual


- Perihepatite: dor pleurítica à D e dor à inspiração profunda em hipocôndrio direito (colecistite
– diagnóstico diferencial)

- Uretrite disúria, urgência e frequência

- Peritonite: sinais de irratação peritoneal e sintomas sistêmicos

Diagnóstico – 1 critério elaborado ou 3 maiores + 1 menor

Achados videolaparoscópicos

- Padrão-ouro para DIP

- Aderências entre o peritônio parietal e visceral (corda de violão)

- Abscessos pélvicos

- Forma catarral (útero e trompas edemaciados, com vasos sanguíneos dilatados)

Diagnóstico diferencial

- Abortamento, gravidez ectópica, ruptura ou torção de cisto ovariano, sangramento de corpo


lúteo, dor no meio do ciclo, dismenorreia, degeneração de miomas.
- Apendicite, diverticulite, linfadenite mesentérica, ITU, litíase urinária, verminoses, constipação
crônica, cólon irritável, enterite, etc.

Classificação

Tratamento

Ambulatorial, se não tiver peritonite

- Ceftriaxona 500 mg, IM, DU + doxicilina 100 mg, VO, 12/12h, por 14 dias

- Tianfenicol 2,5g, VO, dose única + doxicilina 100 mg, VO, 12;12h, por 14 dias
Indicação de cirurgia: não há melhora após 48 a 72 h de tto clínico (mesmo com antibiótico
venosos) e quando há aumento do volume do abscesso ou suspeita de ruptura; abscessos > 10
cm (drena abscesso e lava cavidade abdominal).

ÚLCERAS GENITAIS
- Infecção herpética ativa na gestação é indicação de CESARIANA

- Úlceras que doem Chora de dor (cancro mole e herpes)

- Cancro mole (fundo sujo) e herpes (fundo limpo, de base eritematosa)

- Principal úlcera que não dói: sífilis

- Múltiplas úlceras: suspeitar de cancro mole e herpes

- Herpes

- Sífilis

- Cancro mole

- Linfogranuloma

- Donovanose

1. Fundo cor de carne, bordos endurecidos, indolor, com linfadenomegalia inguinal


indolor: sífilis
2. Úlceras pequenas e irregulares: herpes
3. Úlcera maior, com bordos escavados, fundo sujo com material purulento
Diagnóstico

- Exame físico + informações do paciente

- Na ausência de testes laboratoriais, fazer tto sindrômico das úlceras (raspado da lesão e PCR é
o padrão-ouro)

- Herpes genital, sífilis, cancro mole, linfogranuloma venéreo e donovanose

SÍFILIS
- Agente etiológico: treponema pallidum (espiroqueta)

Formas clínicas

Primária. Cancro duro: úlcera única, indolor que some, bordo elevado (mesmo sem tratamento)
Secundária. Condiloma plano, roséola sifilítica, madarose, lesão palmoplantar

Terciária. Gomas sifilíticas, tabes dorsalis, aneurisma aórtico e artropatia de Charcot.

Cancro duro (protossifiloma) aparece 2 a 3 semanas após contato sexual (21 dias); 50% das
mulheres e 30% dos homens a lesão de 1º não é visualizada. Regride espontaneamente em até
3 semanas (4-6 semanas) sem deixar cicatrizes.

Úlcera indolor, endurecida, única, circular, de 1 a 2 cm, fundo liso e limpo, bordos infiltrados e
cor de carne.

Geralmente há enfartamento ganglionar regional, indolor, móvel, sem sinais flogísticos, 1 a 2


semanas após o cancro.

Diagnóstico

- Raspado da lesão e pesquisa do treponema em campo escuro (diagnóstico na 1ª fase – cancro).


Exame de campo escuro é padrão-ouro na sífilis primária (cancro duro).

- VDRL (sorologia não treponêmica): positivo em 2-3 semanas após lesão primária. Serve para
triagem e acompanhamento.

- FTA-abs/teste rápido (treponêmico): confirma se é sífilis ou não.

Teste treponêmico positiva primeiro. Se der negativo em mulher com úlcera, avalia há quanto
tempo a mulher tem a úlcera, pois pode não ter dado tempo do organismo reagir.

Começa com teste treponêmico. Se der positivo, pede VDRL ---- sífilis

VDRL positivo – tenta confirmar com teste treponêmico (FTA-Abs).

Na gestante, se um der positivo, já começa tratamento enquanto aguarda resultado do segundo


exame para confirmar.

Ministério da saúde

Diagnóstico: VDRL + e teste rápido +

Controle de cura: VDRL trimestral (exceto gestante: controle mensal)

Teste treponêmico permanece positivo pro resto da vida.

Tratamento

Sífilis primária/secundária/latente recente

- Penicilina G benzatina 2.400.00 U, IM, dose única.

- Se alérgica

 Eritromicina 500 mg, VO, 6/6h


 Tetraciclina 500 mg, VO, 6/6 h (15 dias)
 Azitromicina 1g, VO, dose única por semana, por 4 semanas
Sífilis terciária/duração indeterminada

- 3 doses de 2,4 milhões UI, IM (3 semanas – 1x/sem)

- Sempre tratar o parceiro

- Abstenção sexual até cura

- Repetir VDRL 1,3,6, 12 meses após tratamento

- Se titulação estável ou ascendente – indica falha no tratamento ou neurossífilis

HERPES
- IST ulcerativa incurável e recorrente, sendo a mais frequente e com incidência aumentada
(principalmente entre adolescentes).

DIAGNÓSTICO

Múltiplas úlceras, dolorosas com fundo limpo (sem aspecto purulento), de base eritematosa.
Vesículas e úlceras dolorosas e limpas; adenopatia dolorosa que não fistuliza (pode aumentar
linfonodo).

Dica: úlcera limpa e vesículas. Somente herpes tem úlcera com vesícula.

Pode ter sintomas prodrômicos: febre, mialgia, mal-estar sistêmico

Herpes primário (prurido >> vesícula >> úlcera)

- Pródromos: prurido, ardência, hipersensibilidade, queimação e parestesia (as lesões cutâneas


aparecem após horas ou dias)

- Pápulas-vesículas – ulcerações dolorosas – crostas

- Em até 50% dos casos, há adenopatia dolorosa inguinal bilateral

Recorrente

- Diminuem com o tempo

- Mais brandas, com menor duração e menos lesões

- Reativação associada: episódios febris, exposição solar, estresse, frio intenso, menstruação e
traumas.

Diagnóstico

- Raspado da lesão e PCR (padrão-ouro)


Tratamento

- Permanganato K – pra evitar infecção secundária; passar AINES

- Tratamento específico do 1º episódio

 Aciclovir 400 mg, VO, 8/8 h, 7-10 dias (gravidez) – na primo-infecção (diminui chance de
recidiva)
 Fanciclovir 250 mg VO, 8/8h, 7-10 dias
 Valaciclovir 1g, VO, 12/12 h, 7-10 dias

- Forma recorrente

 Trata por 5 dias


 Tomar assim que começar o prurido, para tentar reduzir duração da crise
 Penvir 1g (4cps) duas vezes ao dia (4 manhã e 4 à noite)
 Associar creme com VO
 Encefalite, hepatite, pneumonite: necessita de internação
 Tratamento supressivo: se recorrência mensal e na fase prodrômica (aciclovir oral 8/8h
por 6 meses)

Primoinfecção tem mais chance de contaminação vertical na gestante que a recorrência;


interromper gestação por via alta na presença de lesões ativas em canal de parto; infecção
neonatal ocorre no momento do parto em 85% dos casos.

CANCRO MOLE
Após primo-infecção (3-5 dias – até 2 semanas):

Agente. Haemophilus ducreyi

Múltiplas úlceras, dolorosas, com fundo sujo (amarelado); adenopatia que fistuliza por 1 orifício.
(Característica indicativa de cancro mole --- Não precisa de laboratório, já trata).

Diagnóstico

Raspado da lesão e PCR

Tratamento

- Ceftriaxona 500 mg, IM, DU

- Azitromicina 1g, VO, DU


Herpes é um diagnóstico diferencial importante.

Trata o parceiro (todas as úlceras) e rastreia outras ISTs.

LINFOGRANULOMA VENÉREO
Agente. Chlamydia trachomatis (bactéria gram -), sorotipos L1, L2 e L3

Diagnóstico é feito pelo bubão inguinal.

Úlcera/pápula indolor, desaparece sozinha; tem adenopatia dolorosa que fistuliza em “bico de
regador”

Quadro clínico tem 3 fases

Lesão inicial (após 1-3 semanas de contágio): pápula indolor ou vesícula, ulceração e desaparece
sem sequela . Apos 1 a 6 semanas, vem a fase da linfadenopatia inguinal (2ª fase) superficial
dolorosa (bubões); pode supurar e fistulizar por orifícios múltiplos (bico de regador)

Sintomas: febre, mal estar, anorexia, emagrecer, artralgia, sudorese noturna, meningismo

Se não tratada, pode causar complicações devido a obstrução linfática: proctocolite, fístulas e
estenose retal.

Confirmação diagnóstica: PCR. Aspira material com agulha grossa e faz PCR.

Tratamento

- Doxiciclina 100mg, 12/12 horas, por 21 dias (na donovanose, até desaparecimento da lesão)
DONOVANOSE
Agente. Klebsiella granulomatis (bacilo gram -)

Úlcera profunda, indolor e crônica, que vai crescendo; biópsia com corpúsculos de Donovan.

Doença crônica progressiva de baixa contagiosidade, então o parceiro não precisa ser tratado.
O agente etiológico é Calymmatobacterium granulomatis (bacilo gram -); pode ocorrer
contaminação por contaminação fecal ou auto-inoculação; geralmente adenopatia inguinal está
ausente.

Lesão: úlcera verrucosa sangrante de aspecto vertiginoso

Diagnóstico laboratorial: biópsia com identificação dos corpúsculos de Donovan pela coloração
de Wright, Giemsa ou Leishman ou PRC do raspado da lesão.

Ou Azitromicina 1g VO 1x/semana por 3 semanas (MS)

Doxiciclina por 21 dias ou até desaparecer a lesão


VIOLÊNCIA SEXUAL

- Notificação obrigatória (até 24hrs)

- Contracepção. Levonorgestrel 1,5 mg VO

- Profilaxia DSTs.

Virais

HIV: Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir (28 dias)

Se violência aconteceu há mais de 72 horas, não faz profilaxia para HIV

HBV: Vacina e imunoglobulina em sítios diferentes (paciente não imunizada)

Não virais

Penicilina benzatina (1 dose de 2,4 milhões UI, IM), azitromicina (1g, DU – clamídia, cancro
mole), ceftriaxone (gonococo) e metronidazol (2g – tricomoníase)

Alguns retrovirais sofrem influência com metronidazol. Se usar esquema diferente, deixa pra
fazer metronidazol quando acabar esquema de profilaxia retroviral.

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