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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA I
ANTECEDENTES
OBSTÉTRICOS
Peso, altura, PA
Estado geral
Ectoscopia
Palpação da tireóide
Ausculta cardíaca e pulmonar
Avaliação de extremidades
Assimetria mamária:
Inspeção dinâmica: realçar as
possíveis retrações e
abaulamentos e verificar o
comprometimento dos planos
musculares, cutâneos e do
gradil costal
Abaulamentos podem ser
decorrentes de processos
benignos e malignos.
Retrações frequentemente
decorrentes de processos
malignos.
Pigmentação areolar
castanho-escuro indica
estimulação estrogênica
prévia, como na gravidez.
Incidência de câncer de
mama de acordo com os
quadrantes:
50% QSL
17% retro areolar
15% QSM
11% QIL Polimastia: mama na axila e
6% QIM outra no peitoral.
Posicionamento: posição de
litotomia em mesa
ginecológica- decúbito dorsal,
nádegas junto à borda da
mesa de exame, com coxas e
joelhos fletidos com pés ou
fossa poplítea nos estribos
(perneiras).
Inspeção
Distribuição e característica
dos pêlos
Trofismo vulvar
Lacerações de períneo
Secreção
Condilomas ou outras lesões
cutâneas
Tamanho de pequenos lábios e
clitóris
Região anal: plicomas,
hemorróidas, fissuras ou
prolapsos
Palpar linfonodos inguinais
Vestíbulo e entróito vaginal:
Avaliar sob esforço (valsalva)–
descida da mucosa vaginal,
exteriorização
Com 2 dedos na entrada da
vagina, observa-se qual
parte prolapsa: parede
anterior (cistocele), uretra
(uretrocele), ângulo posterior
(retocele), colo uterino/útero
(prolapso uterino), cúpula
vaginal (elitrocele)
Palpação do vestíbulo:
contração anal e avalia-se a
força que os músculos
perineais e elevadores do ânus
exercem – rotura perineal ou
diástase – pressão mínima
sobre os dedos geralmente Introdução oblíqua, com
associada a uma menor aprofundamento em direção ao
quantidade de tecido entre fundo da vaginal e rotação
vagina e reto. para a direita até a posição
transversa do espéculo
Coleta de secreção vaginal,
endocervical, células para o
citopatológico, colposcopia
Exame especular:
Colposcopia:
Toque vaginal:
Quatro semanas:
Amenorréia: é o sinal mais
precoce, em pacientes com
ciclos regulares e vida sexual
ativa
Cinco semanas:
Náuseas: matutinas,
geralmente seguida de vômitos
e anorexia (˜50%)
Aumento do apetite, não
sendo rara extravagância
Toque retal: alimentar
Útil nas avaliações de Congestão mamária: mama
pacientes com dor ou massa congesta e dolorida
pélvica identificada, suspeita
de endometriose ou neoplasia, 8ª semana:
na presença de sintomas Aréola mais pigmentada e
intestinais ou sangramento. surgem tubérculos de
Montgomery (glândulas
EXAMES COMPLEMENTARES produtoras de sebo que
protege mamilo de infecções e
Exame de secreção vaginal – formação de fissuras)
fundo de saco - Lâmina com
Aumento do volume uterino-
verificado através do toque
bimanual
6 semanas: volume de uma
tangerina
10 semanas: volume de uma
laranja
12 semanas: tamanho de uma
cabeça fetal a termo sendo
16ª semana: palpável acima da sínfise
Produção de colostro e púbica
aumento da circulação venosa
– rede de Haller Oito semanas:
Alteração da consistência
uterina: adquire consistência
cística, elástico-pastosa,
principalmente no istmo, ao
toque vaginal (sinal de Hegar)
20ª semana:
Aréola secundária: aumento
da pigmentação em volta do
mamilo
Alteração do formato
uterino:
o Sinal de Piskacek: útero
cresce de maneira assimétrica,
desenvolvendo-se mais
acentuadamente na zona de
implantação. Esse sinal pode
ser percebido pela palpação do
fundo uterino
2º e 3º mês de gestação
(polaciúria): devido ao útero
com maior volume e em
anteversoflexão acentuada,
comprimindo a bexiga
2. SINAIS DE
PROBABILIDADE
Seis semanas:
Amenorréia: após 10-14 dias
de atraso menstrual
Sinal de Nobile-Budin: fundo
de saco ocupado pelo útero
com formato globoso
Dezoito semanas:
Percepção e palpação dos
movimentos ativos do feto
Sinal de Osiander: percepção Palpação dos segmentos fetais
dos batimentos do pulso
vaginal no fundo de saco 20-21 semanas:
Ausculta dos batimentos
Inspeção da pele e exame cardiofetais pelo estetoscópio
especular (8 semanas): de Pinard
Movimentos fetais:
Aumento do volume uterino: Aproximadamente com 18-20
Útero palpável acima de 12 semanas de gestação
semanas de gestação (multíparas podem sentir
16 semanas: entre a cicatriz antes)
umbilical e sínfise púbica
20 semanas: cicatriz umbilical Ultrassonografia:
Após 20 semanas: ~4 cm/ Uma das formas mais
mês confiáveis de datar a gestação
Nuligesta, primigesta,
secundigesta, tercigesta..
Primípara, multípara, nulípara
Paridade: risco maior em
primíparas e para pacientes
que pariram mais que 4x
Intervalo interpartal: menor
risco quando o intervalo é
maior que 2 anos
Evolução dos ciclos
ANAMNESE gravídico-puerperais
anteriores: intercorrências em
Identificação: gestações anteriores-
Idade: após os 35 anos abortamentos, patologias,
aumento expressivo de aleitamento, peso dos recém
anomalias fetais e distocias nascidos, trabalho de parto
Etnia prematuro
Profissão: exposição ao
álcool, chumbo, fósforo,
nicotina
Estado civil: maior morbidade
e mortalidade materna e fetal
entre solteiras
Nacionalidade e domicílio:
rastrear enfermidades que
podem influenciar a gestação
(doença de Chagas,
esquistossomose, malária)
Antecedentes familiares:
Diabetes, HAS, história de EXAME FÍSICO
malformações (parceiro
também), gêmeos, pré- 1. INSPEÇÃO
eclâmpsia Cabeça:
Formação de lanugem junto ao
Antecedentes pessoais couro cabeludo: sinal de
DUM, características do fluxo Halban
menstrual, doenças Pigmentação difusa ou
cardiovasculares, diabetes, circunscrita mais nítida em
nefropatias, pneumopatias, zonas expostas à luz: cloasma
cirurgias prévias ou máscara gravídica
(miomectomias,
perineoplastias..)
Pacientes com
miomectomias não podem
fazer parto vaginal
Antecedentes obstétricos
Gesta e para: G0; G1P0;
G3P0A1; G2P2; G3Pc3
Pescoço: Linea nigra: hiperpigmentação
Hipertrofia de tireóide, da linha Alba
aumentando sua Estrias ou víbices
circunferência, mais evidente
no 5º e 6º mês
Glândula mamária:
Volume maior
A partir de 16 semanas:
secreção de colostro
Sinal de Hunter: aréola
gravídica – aréola secundária
menos pigmentada
Tubérculos de Montgomery:
glândulas mamárias acessórias
ou sebáceas hipertrofiadas
Membros inferiores:
Rede de Haller: trama de
Varizes aumentadas
vasos venosos na pele
Edema
Abdômen:
Globoso ou ovóide
Diástase de retos
abdominais: multíparas
2. PALPAÇÃO
Altura uterina: borda superior 2º tempo: deslizamento das
da sínfise púbica delimitando o mãos do fundo uterino em
fundo uterino com a fossa direção ao pólo inferior do
cubital da mão útero – sentir dorso fetal e
região das pequenas partes
fetais para determinar sua
posição
3º tempo: sentir o pólo fetal
que se coloca em direção ao
canal de parto e sua
mobilidade
4º tempo: examinador de
frente para os pés da gestante
e com a ponta dos dedos
exerce pressão em direção ao
eixo da entrada pélvica – grau
de penetração da
apresentação e seu grau de
flexão
POSIÇÃO FETAL
Ausculta em gemelares:
2 focos, não sincrônicos, com
frequência cardíaca divergindo
de 8-10 bpm
3. AUSCULTA
Os batimentos cardiofetais
podem ser auscultados a partir
de 12 semanas de gestação
com o sonar- doppler e com 20
semanas de gestação com o
estetoscópio de Pinard
Variam de 110-160 bpm
EXAME ESPECULAR
Coleta de citopatológico
Avaliação da secreção vaginal
Diagnóstico de amniorrexe
(diagnóstico clínico)
TOQUE VAGINAL
SECREÇÃO FISIOLÓGICA
Constituição: secreção
sebácea, esfoliação vaginal e
Alteração do fluxo vaginal. cervical e secreção das
Uma das principais causas de glândulas de Bartholin e Skene
consulta ginecológica. Predomínio de aeróbios
Infecções da vagina, cérvice, 1% anaeróbios
trato genital superior e causas Nem sempre o fluxo genital é
não infecciosas como agentes patológico e nem toda
químicos ou irritantes (duchas patologia é infecciosa
vaginais, espermicidas), Variável em cada mulher
deficiências hormonais e
Sofre influências hormonais, Vulvovaginite mais comum
orgânicas e psíquicas Associada a redução de
Coloração transparente/ lacobacilos e um
esbranquiçada crescimento polimicrobiano
Variação conforme a fase do Crescimento excessivo de
ciclo menstrual e presença de organismos anaeróbios
glicogênio facultativos (Gardnerella
Relacionada à concentração vaginalis) e anaeróbios
de estrogênio e utilização de estritos (Peptostreptococcus,
hormônios Prevotella sp., Bacterioides sp.,
pH ~4,5 Mobiluncus sp, Mycoplasma
Microscopia: menos de 1 hominis)
leucócito por campo e Predomínio de Gardnerella
eventualmente clue cells vaginalis e alguns casos de
(células impregnadas de Mycoplasma hominis
bactérias) 50-70% assintomáticas
5-10% mucorréia (aumento da Sintomas: queixas após
secreção vaginal). Essa relação sexual ou menstruação
condição não é patológica e 40% das vulvovaginites em
não representa vulvovaginite. mulheres no menacme
Fator de risco para infecções
Lactobacilos são bactérias bacterianas ascendentes:
que mantem o pH vaginal salpingites, peritonites,
ácido. São também infecções após procedimentos
conhecidos como “bacilos cirúrgicos ginecológicos e
de Doderlein” endometrites pós-parto ou
cesariana
VULVOVAGINITES Associada a múltiplos
parceiros, duchas vaginais e
Desequilíbrio da flora vaginal. aquisição de doenças
Diminuição/ausência do sexualmente transmissíveis
número de lactobacilos com
aumento do número de QUADRO CLÍNICO
leucócitos e bactérias.
Outras causas: vaginite Maioria assintomática
atrófica (pós-parto e Sintoma típico: secreção com
menopausa), química, irritativa, odor fétido semelhante a peixe
alérgica podre (odor de aminas)
Piora durante a menstruação e
VAGINOSE BACTERIANA o coito, pois pH se torna mais
alcalino, facilitando a
volatilização de aminas.
Corrimento vaginal:
Fluido (não fica “preso” nas
paredes vaginais)
Homogêneo
Branco-acinzentado ou
amarelado
Pequena quantidade
Não aderente
Pode formar microbolhas
Parede vaginal de aparência
normal
Gestantes:
Primeiro trimestre:
Clindamicina 300 mg, VO,
2x/dia, por 7 dias.
Após o primeiro trimestre:
Metronidazol 250 mg, VO, 8/8
hrs por 7 dias.
COMPLICAÇÕES NA Colpite focal ou difusa: “colo
GESTAÇÃO em framboesa” ou “colo em
morango” é um achato
Abortamento altamente especifico
Parto prematuro
Rotura prematura de
membranas ovulares
Corioamnionite
Infecção placentária
Infecção pós-cesariana
Colonização no recém nascido
TRICOMONÍASE
Homens: assintomáticos
SINAIS INFLAMATÓRIOS NA
VAGINA
Recorrências/profilaxia:
Cetoconazol 100-200mg 1cp
ao dia por 6 meses
Fluconazol 150mg 1cp ao dia 6
meses
Ácido bórico 600mg VV 7-14
dias
DIAGNÓSTICO
CERVICITES
Quadro clínico
Exame a fresco: pseudo-hifas Inflamação do epitélio
no estudo da lâmina KOH glandular do colo uterino
Candidíase de repetição: principalmente por clamídia
cultura por meios de ágar- (Chlamydia trachomatis) e
sabouraun para avaliar gonococo (Neisseria
espécies não-albicans gonorrhoae).
Mais de 4 episódios/ano Outros agentes: Mycoplasma
hominis, Ureaplasma
urealiticum, Herpes simplex,
bactérias da flora vaginal e
Trichomonas vaginalis
NEISSERIA GONORRHOAE
TRATAMENTO
Primeira opção:
Miconazol creme (7 dias)
Clotrimazol creme (7 dias)
Tioconazol creme/óvulo/
Butoconazol creme (dose Diplococo gram-negativo
única) intracelular
Tropismo: COMPLICAÇÕES
Epitélio glandular e transicional
do TGU Se não tratadas: DIP
Epitélio glandular e cérvice Sequelas: infertilidade,
uterina gravidez ectópica e dor pélvica
Faringe, conjuntiva, crônica
articulações
Facilita a transmissão do HIV DIAGNOSTICO E TRATAMENTO
NEISSERIA
CHLAMYDIA TRACHOMATIS
Diagnóstico:
Cultura com método Thayer-
Martin de amostra endocervical
PCR + cultura: padrão ouro
Tratamento:
Ceftriaxone 250mg IM dose
única ou
Ciprofloxacino 500mg VO dose
única
Bacilo gram-negativo DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
intracelular obrigatório. DE CHLAMYDIA
Tropismo:
Células epiteliais colunares da Diagnóstico:
conjuntiva, uretra, endocérvice, Cultura em células de McCoy
endométrio, trompa. (poucoacessível)
17 sorotipos diferentes: PCR e ELISA do material
sorotipos D e K responsáveis endocervical
pelas infecções genitourinárias;
L1, L2, L3 responsáveis pelo
Tratamento:
linfogranuloma venéreo.
Azitromicina 1g em dose única ou
Doxiciclina 100mg VO 12/12h
QUADRO CLÍNICO
por 7 dias
70-80% assintomáticos
DOENÇA INFLAMATÓRIA
Corrimento purulento
PÉLVICA
Dispaurenia
Disúria
Sangramento vaginal pós-coito
Complicação mais comum das FATORES DE RISCO
ISTs.
Ascensão e disseminação de Idade < 25 anos
microorganismos da vagina Início precoce da atividade
e/ou endocérvice ao trato sexual
genital superior (acima do Estado civil: solteiras, mais de
orifício interno do colo do um parceiro sexual
útero) Baixo estado
socioeconômico
Tabagismo/ alcoolismo/ uso
de drogas ilícitas
Múltiplos parceiros sexuais
Parceiro sexual portador de
uretrite
História previa de IST ou DIP
Vaginose bacteriana (facilita a
ascendência)
Uso de ACO (não protege
contra IST, o que favoreceria
DIP, mas altera o muco
cervical, o que protegeria
contra DIP). Ainda controverso!
EPIDEMIOLOGIA Procedimentos ou condições
de quebra da barreira cervical
Faixa mais prevalente: 15-25 Inserção de DIU: nas
anos primeiras 3 semanas após sua
Taxa de mortalidade baixa inserção (corpo estranho que
Alta morbidade: passou pelo canal vaginal)
Infertilidade por fator tubário
12,5 a 50% das pacientes, FISIOPATOLOGIA
aumentando com o número de
episódios Inicia pela ascensão dos
Aumento de incidência de microorganismos pelo trato
gravidez ectópica em 6-10x genital (orifício interno colo
Dispaurenia e dor pélvica uterino)
crônica 18% das pacientes Facilitação durante o período
acometidas perimenstrual e pós-
menstrual imediato (abertura
AGENTES ETIOLÓGICOS do colo, fluidez do muco
cervical pelo estrogênio e
Agentes etiológicos sucção de conteúdo vaginal
primários: Neisseria devido à contratilidade uterina)
gonorrhoeae e Chlamydia Manifestação inicial:
trachomatis (2/3 dos casos) endometrite, caracterizada pela
Os agentes primários presença de plasmócitos no
favorecem a instalação de estroma endometrial
agentes secundários, sendo Em virtude da endometrite, a
que frequentemente a paciente queixa-se de dor à
microbiologia é mobilização do colo uterino e
polimicrobiana dor abdominal infraumbilical
Após acometer endométrio,
causa inflamação da
superfície tubária: lesão
direta e indireta no epitélio
ciliar, com presença de edema
e infiltrado leucocitário. Isso
gera dor à palpação de Pode progredir em direção a
anexos cavidade peritoneal, levando a
formação de um abscesso em
fundo de saco de Douglas ou
entre alças intestinais ou no
espaço subdiafragmático.
Paciente desenvolve sinais de
irritação peritoneal
Síndrome de Fitz-Hugh-
Gurtis: pequenos abcessos
na superfície hepática
Fase aguda: presença de
exsudato purulento na
cápsula de Glisson
Fase crônica: aderências
Inflamação da superfície
tipo corda de violino
tubária: formação de
Dor pleurítica à direita e dor
aderências, que provocam dor
em hipocôndrio direito
pélvica crônica
As aderências podem provocar
oclusão do lúmen tubário
(infertilidade por fator tubário)
ou formação de traves
(responsáveis pelo aumento de
gravidez ectópica)
Aglutinação das fímbrias
pode formar oclusão tubária
total, levando à formação de
piossalpinge
Em alguns casos, as fímbrias
envolvem o ovário e formam o
abscesso tubo-ovariano
QUADRO CLÍNICO abscessos tubo-ovarianos e
pélvicos
Descarga vaginal purulenta Biopsia de endométrio:
(50%) confirma a presença de
Dor abdominal infraumbilical endometrite (um dos principais
em topografia anexial e à critérios para diagnóstico de
mobilização do colo uterino DIP)
Febre (30-40%) Videolaparoscopia:
Sintomas atípicos: diagnóstico acurado nos casos
sangramento uterino anormal, de salpingite e diagnóstico
dispaurenia e sintomas bacteriológico mais completo
urinários
Disúria (20%) DIAGNÓSTICO
DIP assintomática: 60% são
silenciosas Achados clínicos
(3) três critérios maiores + (1)
A dor pélvica é o principal um critério menor OU (1) um
sintoma critério elaborado
Exacerba-se com manobras de
palpação de hipogástrio e/ou
das fossas ilíacas
Toque vaginal: dor a
mobilização do colo uterino
Progressão da doença:
irritação peritoneal,
exacerbação da dor, náuseas e
vômitos
EXAMES COMPLEMENTARES
Tardias:
Infertilidade
Gravidez ectópica
Dor pélvica crônica
Dispaurenia
Recorrência de DIP
AULA 4: PATOLOGIAS
BENIGNAS DO CORPO DO
ÚTERO
Dr. Márcio Saciloto
MIOMAS
Histeroscopia:
Maior aporte tecnológico- Histerossonografia:
hospitalar Infusão de soro fisiológico na
Miomas submucosos cavidade endometrial
(visualização direta) Melhora o contraste na imagem,
Terapêutica minimamente melhorando a acurácia do
invasiva ultrassom
Pode ser usado em paciente Grande acurácia para detecção
menopausada de miomas submucosos
Reduz necessidade de
histeroscopias
Histerossalpingografia:
Método invasivo, injeta-se
contraste e faz radiografia
seriada
Indicada na avaliação de
permeabilidade tubária em
casos de infertilidade Ressonância magnética:
Custo elevado (4-5x mais caro Maioria dos casos
que ecografia) Pacientes assintomáticas
Melhor método para mapear Controle anual
miomas
RM > USTV, especialmente em TRATAMENTO CLÍNICO
útero grande, 4 ou mais miomas
AINES:
Primeira linha de escolha;
Objetivo: controlar a dor pélvica.
Pouco efeito sobre sangramento
(metrorragia);
Uso limitado a médio e longo
prazo (uso prolongado de AINEs
–alterações gástricas, toxicidade
renal)
Anticoncepcionais:
Controle na menorragia;
Combinado ou só progestágeno
contínuo (oral, injetável,
implante, mirena → de escolha,
por reduzir necessidade de
DIAGNÓSTICO histerectomia em até 60% dos
DIFERENCIAL casos);
Contraindicado no
Endometriose tromboembolismo.
Adenomiose
Carcinoma de endométrio Análogos do GnRH:
SUAD Hipogonadismo
Pólipos hipogonadotrófico (reduz
produção de estrogênio e
TRATAMENTO progesterona – induz estágio
menopáusico na paciente)
Capacidade de evitar Objetivos:
aparecimento de novos nódulos Diminuição do sangramento:
e reduzir aqueles já existentes redução significativa da
ou remanescentes de menorragia em 48h, amenorreia
procedimento conservador; em 2/3 das mulheres
Baixa toxicidade para minimizar Diminuição do volume do
o impacto na qualidade de vida mioma: reduz 77% em 90 dias
da paciente, aumentando assim Uso pré-operatório mostrou
a aderência ao tratamento; benefícios
Aliviar e controlar sintomas como Contraindicado a longo prazo
menorragia e dor;
Administração VO ou de TRATAMENTO CIRÚRGICO
depósito;
Testado em estudos Destina-se a casos em que
comparativos e controlados; houve falha no tratamento
Baixo custo clínico, menos invasivo.
Miomectomia: destina-se a
TRATAMENTO EXPECTANTE mulheres que desejam preservar
o útero para gestações futuras para reduzir o volume do mioma,
ou pelo desejo de manter fluxo assim diminuindo a dificuldade
menstrual da ressecção e sangramento
Histerectomia: quando não há transoperatório, melhorando os
interesse reprodutivo por parte resultados do procedimento
da paciente
MIOMECTOMIA
o Histeroscópica
Procedimento intracavitário para
miomas submucosos;
Bom método para ser realizado
na pós-menopausa em mulheres
com diagnóstico de lesão intra-
cavitária.
Indicado também para útero de o Laparotômica
tamanho normal e não mais que Indicação clássica. É possível
2 miomas (no máximo 2 miomas ressecar qualquer tipo de mioma
podem ser ressecados por (submucoso, subseroso e
procedimento); intramural)
Bom para investigação para Múltiplos miomas e/ou
infertilidade; volumosos
Miomas maiores de 5 cm não Mais aderências
devem ser abordados com essa
técnica
o Laparoscópica HISTERECTOMIA
Indicada para miomas
subserosos e intramurais o Laparoscópica
Menos invasivo Quando a ressecção dos
Por se tratar de um miomas não é suficiente para
procedimento mais complexo, tratar as pacientes
necessita maior treinamento do Úteros menores (viável de ser
operador removido pela cavidade vaginal)
Via destinada a pequeno número Benefícios gerais da
de miomas (um ou dois) laparoscopia
Em miomas mais volumosos, Menos processos aderenciais
pode ser administrado GNRH Possibilidade de anexectomia
PÓLIPOS
o Vaginal
Via excelente para melhor pós
operatório
Úteros menores
Pacientes com algum grau de
prolapso e idade mais avançada Pólipo é o termo clínico
25-50% menos morbimortalidade aplicável a qualquer formação,
Limitação: úteros maiores séssil ou pediculada, que faça
(280g), processos aderenciais, relevo a partir da área de
necessidade de anexectomia implante em relação à
superfície adjacente,
independente de sua estrutura
histológica.
o Pólipo Endocervical ou
Cervical
Hiperplasia do epitélio
cilíndrico do canal cervical;
Não evolui para câncer;
o Abdominal (laparotomia) Geralmente é assintomático;
Úteros volumosos Sintomas: metrorragia
Quando há necessidade de (sangramento em qualquer
anexectomia fase do ciclo) e sinusorragia
Tromboembolismo (até 4,7%): (sangramento ao coito);
previne com a remoção precoce, Não precisa ser retirado se
voltar às atividades normais o paciente for assintomática
quanto antes
Infecções da ferida operatória o Pólipo Endometrial
(até 6%): adequada técnica
cirúrgica Projeta-se a partir do
Aumenta chance de prolapso da endométrio
cúpula no pós-operatório- São lesões benignas, com
técnica que preserve as fibras da baixo potencial de evolução
fáscia endopélvica neoplásica, contudo a
possibilidade de virar
neoplasia não deve ser
ignorada
Relação com multiparidade,
50-70 anos, aumenta com a
faixa etária, hiperplasia e
câncer
Malignidade associada a AULA 5: ANTICONCEPÇÃO
pólipos varia de 0,59 a 3,2% Dr. Felipe Costa
Pré-menopausa: sangramento
uterino normal ou infertilidade Eficácia: resultado obtido
Pós-menopausa: quando o uso se processa em
assintomáticos (70-75%), ou condições ideais (uso perfeito)
eventualmente associado a um Efetividade: resultado do uso
pequeno sangramento corrente, tanto correto como
incorreto (uso corrente)
CLASSIFICAÇÃO Índice de Pearl (índice de
falha): número de gestações/
Refere-se ao tipo de epitélio 100 mulheres/ano
que o recobre (estudo
histopatológico): Quanto menor o índice de
Funcionais Pearl, maior é a eficácia de
Atróficos um método contraceptivo
Hiperplásicos
Anticoncepção não horrmonal
DIAGNÓSTICO Métodos comportamentais
Métodos de barreia
Sintomas: aumento do fluxo DIU de cobre
(menorragia) pode dar Métodos irreversíveis
metrorragia, anemia,
sangramento oculto. 10-30% Anticoncepção hormonal
dos casos de SUA Via oral, intramuscular, vaginal,
Ultrassom transvaginal: transdérmica, subdérmica, intra-
rastreamento. Ponto de corte 5 uterina
mm
Histeroscopia: padrão ouro,
com biopsia dirigida
Alternativa: curetagem
endometrial
TRATAMENTO
Polipectomia histeroscópica
(padrão-ouro)
Indicação cirúrgica: sintomas
ou pós-menopausa
Menacme: 70% de melhora do
sangramento, melhora da
infertilidade, risco de
malignidade praticamente nula
Pós-menopausa: 90% de
melhora com maior risco de
malignidade 1. MÉTODOS
Uso de medicamento (TH, COMPORTAMENTAIS
tamoxifeno)
Curetagem semiótica como São baseados na percepção da
alternativa fertilidade pela mulher, impondo
conhecimento adequado do ciclo em 2 dias consecutivos para que
menstrual, abstinência sexual o sêmen não dificulte a
periódica ou interrupção do coito avaliação do muco.
Alto índice de falha Muco filante, pegajoso (após
Exige ciclo menstrual regular 24 horas a mulher ovula)
MÉTODO DE OGINO-
KNAUS (TABELINHA)
2. MÉTODOS DE BARREIRA
3. DIU DE COBRE
5. ANTICONCEPÇÃO
HORMONAL
Drospirenona
VIA ORAL
Anticoncepcionais
combinados: monofásicos,
bifásicos, trifásicos
Anticoncepcionais só de
progestagênios: minipílulas,
anovulatórios de progestagênios,
anticoncepção de emergência
ACOS COMBINADOS
Formulação: estrogênio
(etinilestradiol) + progestogênio
Levonogestrel: melhor ação (acetato de ciproterona,
androgênica. Indicado para levonorgestrel, gestodeno,
mulheres com queixa de perda desogestrel, norgestimato ou
de libido. Pode levar a acne, drosperinona)
hirsutismo (efeito adversos dos Em 2011 foi lançado o primeiro
androgênicos) ACO com estrogênio natural
Ciproterona, dienogest, (valerato de estradiol) +
drospirinona, clormadinona: progestogênio (dienogest)
melhor ação antiandrogênica. Podem ser: monofásicos,
Indicado para pacientes com bifásicos, trifásicos, tetrafásicos
acne, pele muito oleosa Maioria é monofásica, o que
Drospirinona: melhor ação significa que todas as pílulas têm
antimineralocorticoide. Indicado a mesma dose de estrogênio e
para mulheres com queixa de progestogênio; os bifásicos têm
inchaço, edema duas doses ao longo da cartela;
os trifásicos têm três doses ao
longo da cartela e os tetrafásicos
quatro.
Falha teórica: 0,14
Falha de uso: 2
MECANISMO DE AÇÃO DO ACO
Bloqueio da ovulação: o
progestogênio bloqueia a
secreção de LH e, por precisa ser no primeiro dia da
conseguinte, a ovulação, ao menstruação.
passo que o componente Sempre que baixar dose ou não
estrogênico inibe a secreção de usava método hormonal antes,
FSH e consequentemente a utilizar método de barreira na
foliculogênese. primeira caixinha.
O componente estrogênico
estabiliza o endométrio, INTERAÇÕES
permitindo que o sangramento MEDICAMENTOSAS
ocorra a intervalos regulares.
Diminuição da efetividade do
Para paciente que usa pílula ACO: rifampicina (único
o FSH e LH estão antibiótico confirmado que reduz
baixíssimos, pois o eixo a efetividade), topiramato,
hipotálamo hipófise ovário fenitoína, fenobarbital,
está bloqueado. carbamazepina (todos os
anticonvulsivantes, exceto ácido
Espessamento do muco valpróico)
cervical: que se torna Diminuição da efetividade do
inadequado para o transporte fármaco: hipoglicemiantes orais,
dos espermatozoides, uma ação warfarin, hormônios da tireoide e
tipicamente progestínica. anticonvulsivantes
Alterações endometriais: o Aumento das concentrações
progestogênio deixa o do fármaco: diazepam,
endométrio decidualizado e com betametasona, alprazolam,
glândulas atróficas, pouco prednisona
receptivo à implantação
embrionária. EFEITOS ADVERSOS DO
Alterações da motilidade ACOs
tubária: alterando o transporte
de gametas e a fertilização, uma Estrogênio: cefaleia, náuseas e
ação do componente vômitos, tonturas, câimbras,
progestogênico. irritabilidade, nervosismo,
meteorismo, edema pré-
MODO DE USAR
menstrual, ingurgitação venosa,
mastalgia, cloasma.
Primeiro dia do ciclo (primeiro
Progestagênio: fadiga,
dia da menstruação) se a
depressão (mais comum em uso
paciente não está usando
de progestogênio isolado),
nenhum método hormonal. Se
alteração da libido, aumento do
começar na metade do ciclo tem
apetite, ganho de peso, acne,
mais chance de dar escape.
hirsutismo, queda de cabelo,
Existem pílulas de 21 dias, com
seborreia, exantema,
pausa de 7 dias; pílulas de 24
hipomenorreia e amenorreia
dias e pausa de 4 dias; pílulas
(pílulas 24+4 às vezes a
de 28 dias, sendo 4 pílulas só
paciente não menstrua na
de farinha (para não se perder)
pausa, isso porque o
Se já vem usando um método
componente progestogênico
hormonal não precisa de
atrofia demais o endométrio, e
adaptação. Termina a caixinha
não tem o que menstruar na
de um e passa para outro, não
pausa → ou só vem uma borra 30x. Etinilestradiol associado
ou não vem nada) à progestágeno
antiandrogênico é maior
RISCOS DOS ACOs entre todas as combinações
CRITÉRIOS DE MINIPÍLULAS
ELEGIBILIDADE (OMS)
Indicação maior na
Categoria 1: método pode ser amamentação (altera só muco)
empregado sem restrições
Categoria 2: método pode ser ANOVULATÓRIO DE
empregado, pois as vantagens PROGESTOGÊNIO
geralmente superam os riscos
Categoria 3: método não deve 75μg de desogestrel (só
ser empregado, a menos que o progestagênio, mas não é a
médico julgue que o paciente minipílula)
possa usá-lo com segurança. Os Inibe a ovulação e atua sobre o
riscos superam os benefícios, muco cervical
devendo ser o método de ultima Eficácia similar aos ACOs
escolha Associado a sangramento
Categoria 4: o método não deve irregular
ser empregado, pois apresenta Opção no puerpério e nas
risco inaceitável mulheres com contraindicação
vascular ao uso de estrogênio
Tabagista > 35 anos: categoria (tabagista, HAS, trombose
4 venosa prévia). Não pode ser
Cefaleia: categoria 1 usada em casos de câncer de
Enxaqueca com aura: categoria mama e endométrio prévio.
4
Tabagista < 35 anos: categoria PÍLULA DO DIA SEGUINTE
2 (ANTICONCEPÇÃO DE
HAS controlada: categoria 3 EMERGÊNCIA)
Formulações combinadas
mensais
Formulações trimestrais (só
progestogênio)
ACETATO DE
MEDROXIPROGESTERONA
DE DEPÓSITO
Via intrauterina
Progestágeno isolado Sistema intrauterino liberador de
Mecanismo: atrofia, alteração levonorgestrel
de muco cervical e trofismo DIU de cobre
tubário Implante subdérmico
Mirena e Kyleena (este último
só pode ser usado para AULA 6: SANGRAMENTO
contracepção) UTERINO ANORMAL
Aprovado para 5 anos Dr. Felipe Costa
O mecanismo de ação é sobre o
muco cervical, com efeitos O sangramento uterino
endometriais (atrofia), inibição anormal é uma entidade clinica
da motilidade espermática, muito comum nas consultas
reação a corpo estranho e efeito ginecológicas
mínimo no eixo hipotálamo- Tem grande importância pela
hipófise-ovário, com mais de sua freqüência e por afetar
85% das mulheres com ciclos negativamente aspectos
ovulatório físicos, emocionais, sexuais e
Liberação de 20μg/d de profissionais, piorando a
levonorgestrel no primeiro ano qualidade de vida das
de inserção e 15μg do segundo mulheres
ao quinto ano
Tende a produzir irregularidade
menstrual nos 3 primeiros meses
de uso, seguida de redução do
volume do fluxo e amenorréia
em até 50% dos paciente após
um ano de uso
Há tendência a redução das
cólicas menstruais e benefício
sintomático até em portadoras
de dismenorreia por
endometriose
Opção a pacientes que tem
contraindicação ao estrogênio O SUA pode ocorrer nas
DIU de cobre se deslocar pode diferentes faixas etárias,
engravidar, o DIU hormonal se tendo uma contribuição causal
desloca ainda tem a ação distinta e variando conforme o
hormonal status hormonal e doenças
predominantes em cada etapa Menometrorragia: é o
de vida da mulher. sangramento que ocorre
Pode ocorrer até na pós- durante o período menstrual e
menopausa fora dele. Caracteriza-se por
É uma manifestação clínica fluxo prolongado ocorrendo em
com múltiplas causas intervalos irregulares.
Em mulheres na menacne, o
SUA compreende alterações O SUA é um sintoma e não um
na duração, quantidade e diagnóstico. Por isso, o
freqüência dos ciclos estabelecimento de sua causa
menstruais, ou mesmo específica permitirá um
sangramento entre ciclos. É tratamento apropriado.
qualquer sangramento que A etiologia do sangramento
foge dos padrões normais uterino anormal (SUA) pode
Na pós-menopausa, o SUA ser dividida em 2 grandes
inclui sangramento vaginal 12 categorias:
meses ou mais após a última Anormalidades estruturais
menstruação uterinas (PALM)
Anormalidades não
PADRÕES NORMAIS DE estruturais (COEIN)
SANGRAMENTO
CLASSIFICAÇÃO PALM-COEIN
Quantidade: perda sanguínea (FIGO)
em torno de 40 ml
Duração de fluxo: 2 a 7 dias
Frequência: entre 21 e 35 dias
(intervalo dentro desse período
é regular). Irregular é abaixo de
21 ou acima de 35 dias.
NOMENCLATURA DE
PADRÕES ANORMAIS DE
SANGRAMENTO
Menorragia/ hipermenorreia:
sangramento prolongado por
mais de 8 dias, e/ou
quantidade excessiva (> 80ml), P: Pólipos
com intervalos regulares A: Adenomiose
Hipomenorreia: fluxo de L: Leiomioma
duração < 3 dias e/ou M: Malignidade (hiperplasia e
quantidade inferior a 30 ml câncer de endométrio)
Polimenorreia: caracteriza um C: Coagulopatia
ciclo curto, cuja frequência é O: Ovulatório (anovulação,
menor a 21 dias endocrinopatias, imaturidade
Metrorragia: é o sangramento do eixo H-H-O.
uterino que ocorre fora do Hiperprolactinemia, estresse,
período menstrual. Ocorre em obesidade, anorexia, atividade
intervalos irregulares, mas física intensa)
freqüentes E: Endométrio (endometrite)
I: Iatrogênico (ACO, TRH, sangramento de início abrupto
DIU, anticoagulantes) e anormal é uma gestação não
N: Não classificado (nenhuma diagnosticada.
anterior)
EXAMES COMPLEMENTARES
PRINCIPAIS CAUSAS POR PARA AVALIAÇÃO DE
FAIXA ETÁRIA SANGRAMENTO UTERINO
ANORMAL
Antes da menarca: trauma,
abuso sexual, corpo estranho Beta-Hcg quantitativo:
Puberdade pós-menarca: menacme
coagulopatia e anovulação TSH, prolactina: suspeita de
Menacme: gravidez e suas anovulação
complicações, anovulação, Provas de coagulação,
contracepção hormonal, plaquetas: principalmente em
endocrinopatias, miomatose adolescentes com menorragia
uterina. Qualquer sangramento Ultrassonografia: primeira
que ocorre em mulheres na escolha para avaliar
menacne - descartar gravidez. anormalidades estruturais
Perimenopausa: anovulação, uterinas. Permite avaliar a
hiperplasia e câncer de espessura endometrial, o
endométrio miométrio, a forma e o volume
Pós-menopausa: atrofia uterino e dos anexos.
endometrial, hiperplasia e Consegue determinar com boa
câncer de endométrio, TH. precisão pólipos, miomas e
Sempre afastar hiperplasia e tumorações.
câncer de endométrio, Histerossonografia: pode
especialmente se paciente aumentar a sensibilidade para
obesa. Causa mais comum de lesões intracavitárias como
sangramento na pós- pólipos e miomas submucosos.
menopausa é a atrofia Histeroscopia: padrão ouro
endometrial para avaliação da cavidade
uterina, pois além da
DIAGNÓSTICO visualização direta do
endométrio e da cavidade,
Anamnese permite biópsia dirigida,
Exame físico podendo também ser
Exames laboratoriais terapêutica na medida em que
/complementares permite a exclusão de pólipos,
Objetivo: fazer diagnóstico miomas e sinequias, e a
diferencial de SUA realização de ablação
Exames laboratoriais serão endometrial.
solicitados de acordo com a Curetagem uterina
história e sua suspeita clínica, Biópsia de endométrio: a
podendo orientar o diagnóstico avaliação histológica é o
em direção a uma ou outra padrão ouro para o diagnóstico
causa específica. de patologias endometriais.
Deve-se sempre ter em mente Sempre fazer quando há
o diagnóstico de gestação, por fatores de risco para câncer de
a causa mais comum de um endométrio
SANGRAMENTO UTERINO de necrose focal difusa na
DISFUNCIONAL camada superficial, resultando
em sangramentos pontuais de
Diagnóstico de exclusão de acordo com a área necrótica, o
SUA, quando se afastaram que leva ao descompasso
patologias orgânicas que entre diferentes áreas
possam explicar as causas de endometriais e ao SUD
sangramento anormal
INVESTIGAÇÃO DE
SANGRAMENTO SANGRAMENTO UTERINO
DISFUNCIONAL ANORMAL NO MENACNE
ANOVULATÓRIO
INVESTIGAÇÃO DE
SANGRAMENTO URETINO
ANORMAL NA PÓS-
MENOPAUSA
TRATAMENTO DEFINITIVO
Adenoniose: histerectomia
Miomas: miomectomia ou
histerectomias
Polipose: polipectomia
histeroscópica
Sangramento não estrutural
ovulatório (disfuncional):
tratamento a ase de Ocorre por no mínimo de 6
hormônios. meses;
Se não há contraindicação à Relacionada ou não ao
terapia hormonal: pílula período menstrual e/ou relação
anticoncepcional combinada. sexual;
Se contraindicação vascular
a ACO: pílula de CAUSAS
progestogênio isolado, DIU
hormonal. Ginecológicas: endometriose
Se contraindicação à terapia (causa + comum de dor pélvica
hormonal: AINE, ácido crônica), adenomiose,
tranexâmico (antifibrinolítico) miomatose, aderências
Podem-se associar métodos (resultado de cirurgias ou
não hormonais com métodos seqüela de DIP), vulvodínia
hormonais em pacientes em (dor na vulva e assoalho
contraindicação pélvico, independente de
relação sexual)
Conduta mais realizada: Urológicas: cistite intersticial-
tratamento com pílula síndrome da bexiga dolorosa
anticoncepcional em alta Gastrointestinais: síndrome
dose (3 comprimidos ao dia) do colón irritável, DII,
associado a anti-inflamatório constipação crônica, doença
(AINE). Após cessar diverticular
sangramento, interromper Muscoloesqueléticas: dor
AINE e continuar com pílula. miofascial, síndrome do
músculo elevador do ânus,
Manejo cirúrgico de síndrome do piriforme,
sangramento anormal fibromialgia
disfuncional: última opção,
quando todos os tratamentos ENDOMETRIOSE
clínicos falharam. Nesse caso,
alternativas possíveis são a
ablação endometrial e
histerectomia.
FATORES DE RISCO
Genéticos ou familiares
(filhas de mães com
endometriose tendem a
Em rosa: adenomiose
apresentar)
(invasão de tecido endometrial
Raça branca
para miométrio)
Fatores menstruais: menarca
Endometriose invadindo
precoce, menopausa tardia
bexiga, reto, FSD, formando
(maior exposição ao estrogênio
cisto no ovário (endometrioma)
pelo maior período na
menacne)
APRESENTAÇÃO
Gestação tardia
Obstrução ao fluxo
60% dos casos de apresentam
menstrual (hímen imperfurad,
como doença superficial, só é
por exemplo): isso determina
possível ver na laparoscopia.
maior quantidade de refluxo
40% dos casos se apresentam
menstrual
como doença profunda,
Hormonal
acometendo a região
Imunológico
retrocervical, vagina, bexiga,
ureteres e retossigmoide.
É uma doença com
Endometriose profunda:
componentes inflamatórios,
presença de implantes de
imunológicos, genéticos e
tecido endometrial com
hormonais
profundidade maior que 5 mm,
fibrose e hiperplasia muscular
Em nível microscópico, todas
abaixo do peritônio, tendo o
as lesões têm glândulas e
seu diagnóstico e manejo
estroma endometrial em uma
dificultados. Pode envolver os
localização extrauterina
ligamentos uterossacros, septo
Em nível macroscópico, a
retovaginal, cúpula vaginal,
endometriose pélvica poderá
ureteres, parede anterior do
ser dividida em 3 entidades
retossigmóide e bexiga.
clinicamente distintas:
Peritoneal (superficial)
QUADRO CLÍNICO
Ovariana (endometrioma- cisto
no ovário)
Podem ocorrer poucos ou
Profunda (infiltrativa, invade
múltiplos sintomas, e nem
fundo de saco de Douglas,
sempre são preditivos da
reto, bexiga)
doença.
Sintomas mais clássicos:
EXEMPLO DE ACOMETIMENTO
PELA ENDOMETRIOSE NA dismenorréia (cólica
menstrual), dispareunia. Não
CAVIDADE PÉLVICA
são específicos da doença;
Cerca de 30-40% das DIAGNÓSTICO DA
pacientes são assintomáticas, ENDOMETRIOSE
podendo ser a infertilidade o
único achado. Anamnese:
Há graus variados de Dismenorreia progressiva
dismenorreia, dispaurenia, Dor pélvica crônica ou acíclica
dor pélvica crônica, SUA, Dispaurenia de profundidade
sintomas urinários ou Sintomas urinários cíclicos
intestinais. Disquezia e/ou hematoquezia
Não existe relação entre a cíclica
intensidade dos sintomas e a Alterações do hábito intestinal
quantidade dos implantes ou o com distensão abdominal
estadiamento da doença. Dificuldade de engravidar
Porém, existe relação com a
localização e o tipo de dor O ginecologista deve
(exemplo: implantes em reconhecer os sintomas
ligamentos uterossacros ou relacionados à endometriose
FSD tendem a causar mais em sua prática diária, pois
dispaurenia do que doença essa é a ferramenta
superficial). imprescindível para o
diagnóstico precoce dessa
MECANISMO DE PRODUÇÃO doença.
DE DOR NA ENDOMETRIOSE
EXAME FÍSICO
Produção de substancias
mediadoras da resposta Lesões achocolatadas no colo
inflamatória (fatores de uterino ou vagina
crescimento e citocinas) por Nódulos ou espessamentos
macrófagos ativados e outras dolorosos em fundo de saco de
células associadas aos douglas e ligamentos
implantes endometrióticos. uterossacros ao toque
Efeitos diretos e indiretos do Útero em retroversão fixa e
sangramento dos implantes. dolorosa
Irritação ou invasão do plexo Massas anexiais
neural pélvico, especialmente (endometrioma)
em implantes profundos no
FSD. Os sintomas clínicos
associados ao exame físico
DISTÚRBIOS ASSOCIADOS E são capazes de levantar a
RISCOS hipótese diagnóstica em cerca
de 70% dos casos
Miomas uterinos e adenomiose
Fibromialgia e enxaqueca EXAMES COMPLEMENTARES
Síndrome do intestino irritável
e colite ulcerativa Endometriose peritoneal:
Síndrome da bexiga dolorosa videolaparoscopia
Depressão e ansiedade Endometriose profunda e
Doenças autoimunes ovariana: ultrassonografia
Câncer de ovário transvaginal com preparo
Doença cardiovascular
intestinal ou ressonância manifesta seus principais
magnética sintomas.
O tratamento deve ser
Esses são os principais direcionado para as queixas
métodos de imagem para da paciente, assim como para
detecção e estadiamento da a localização e extensão da
endometriose profunda e doença.
ovariana. O diagnóstico por O objetivo principal é o alívio
imagem possui papel da dor e melhora da
fundamental na identificação e qualidade de vida, a
no mapeamento da doença, obtenção de gravidez e a
sendo ferramenta de grande prevenção de recorrências
importância para o quando submetida à cirurgia
aconselhamento terapêutico e citorredutora.
planejamento cirúrgico. São
fundamentais para um Tratamento de escolha é
diagnóstico pré-operatório clínico com base na
preciso. supressão da função
ovariana, deixando a
Tratamento inicial da paciente em amenorréia.
endometriose é clínico, não
cirúrgico Quando a opção for
cirúrgica, deve ser feita uma
TIPOS DE LESÕES VISTAS NA ciorredução, com eliminação
LAPAROSCOPIA de todos os focos de
endometriose
Lesões típicas:
Pigmentadas: vermelhas, TRATAMENTO CLÍNICO
arroxeadas
Líquido em FSD O tratamento clínico é eficaz
Aderências pélvicas no controle da dor pélvica e
deve ser o tratamento de
Lesões atípicas: escolha na ausência de
Não pigmentadas: isoladas ou indicações absolutas para a
em placas, brancas ou opacas cirurgia.
(cicatriciais), elevadas ou não, O seguimento deve ser
polipoides e vesiculares realizado por equipe
Defeitos peritoneais: fendas multidisciplinar com terapia
ou falhas medicamentosa hormonal e
Hipervascularização analgésica e, quando
Petéquias ou vesículas necessário, por terapias
complementares (atividade
TRATAMENTO física, fisioterapia vaginal,
acupuntura, psicologia)
A endometriose deve ser
abordada como uma doença TERAPIA MEDICAMENTOSA
crônica e merece
acompanhamento durante a Como se trata de uma doença
vida reprodutiva da mulher, estrogênio- dependente, o
momento no qual a doença tratamento baseia-se na
suspensão da atividade Há redução nos índices de
ovariana, que pode ser obtida gravidez, inclusive naquelas
com o uso de agentes submetidas à FIV.
hormonais. As drogas
disponíveis apresentam Uma paciente com
eficácia semelhante na endometriose tem menos
redução da dor, com diferentes sucesso na fertilização in
perfis de efeitos adversos e vitro do que uma paciente
custos As medicações usadas com obstrução tubária
são:
a-GnRH Uma mulher infértil tem 6 a 8
ACO vezes mais chances de ter
Danazol endometriose.
Gestrinona
AMP de depósito MECANISMOS QUE
DIU de levonorgestrel JUSTIFICAM A INFERTILIDADE
Progestogênio isolado de via EM MULHERES COM
oral ENDOMETRIOSE
AINEs
Distorção da anatomia
TRATAMENTO CIRÚRGICO pélvica: processo inflamatório
que leva a aderências
O objetivo da cirurgia Alteração do microambiente
(laparoscopia) é a remoção peritoneal pela presença de
completa de todos os focos de macrófagos ativados,
endometriose, restaurando a prostaglandinas, interleucinas,
anatomia e preservando a fator de necrose tumoral e
função reprodutiva. proteases
São indicações da cirurgia: Presença de anticorpos ou
Ausência de melhora da dor autoanticorpos no endométrio
com o tratamento clínico Alterações hormonais
Endometrioma > 6 cm Disfunções da fase lútea
Lesão em ureter, íleo, Alterações ovulatórias
apêndice ou retossigmóide
(com sinais de suboclusão) TRATAMENTO DA
Lesões superficiais: exérese INFERTILIDADE
ou ablação de lesões
Endometrioma: excisão da Na ausência de dor:
cápsula do endometrioma reprodução assistida de baixa
Lesões profundas: excisão de ou alta complexidade. Se não
lesões profundas obtiver gestação após duas
FIV, realizar tratamento
ENDOMETRIOSE E cirúrgico.
INFERTILIDADE Na presença de dor pélvica,
bom prognóstico reprodutivo
Associação bem estabelecida (idade, tempo de infertilidade,
entre endometriose e reserva ovariana, outros
infertilidade. fatores de infertilidade) realizar
tratamento cirúrgico.
Se mau prognóstico Redução numérica dos folículos
reprodutivo, realizar FIV e, se
não obtiver gestação, Redução da inibina B
tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico será Prejuízo no feedback negativo
de escolha na presença de sobre a hipófise
endometrioma > 6cm, lesão
em ureter, íleo, apêndice ou Aumento do FSH (antecede as
retossigmoide (com sinais de manifestações clínicas do
suboclusão). Neste caso climatério)
avaliar reserva ovariana
previamente, e se necessário, Desenvolvimento acelerado dos
realizar criopreservação antes folículos
da cirurgia.
Encurtamento da primeira fase
AULA 7: MENOPAUSA do ciclo menstrual e ciclos mais
Dr. Felipe Costa curtos.
RISCOS DA TH
Modificações cervicais
(modificações do colo do
útero): avaliado pelo exame
físico e exame ecográfico.
Dilatação do colo é um achado RASTREAMENTO
presente no exame físico, ou um
colo uterino de comprimento Indicado para todas as
menor que o esperado no US. gestantes um USTV entre 20-
Contrações uterinas: 24 semanas para medir
identificado pela percepção da comprimento do colo uterino.
paciente (barriga endurecida e Esse ultrassom, além de avaliar
dolorosa) e pelo aspectos morfológicos do feto,
tocodinamômetro também deve medir o
Sangramento vaginal: é uma comprimento do colo para
consequência da dilatação do identificar mulheres com risco de
colo do útero (rompimento de trabalho de parto prematuro
vasos do colo do útero)
Escores de alto risco para TOCÓLISE
parto prematuro: levam em
consideração história clinica da Tocolíticos são medicações com
paciente. objetivo de interromper
Alteração do bem estar fetal contrações uterinas
Condições para uso de
DIAGNÓSTICO tocolíticos:
Trabalho de parto com dilatação
Diagnóstico clínico é incerto cervical < 3 cm.
(pacientes obesas ou Esvaecimento não pronunciado
primigestas tem mais dificuldade (apagamento do colo)
de perceber contrações uterinas) Idade gestacional entre 22 e 34
Dilatação: parâmetro ≥ 2 cm semanas e 6 dias (parâmetro
apresenta sensibilidade de 50- das UTIs no Brasil é 24
70% e especificidade de 91-94% semanas, não 22 semanas).
Contraindicação para uso de Dose de manutenção: 20mg a
tocolíticos cada 4-6h
Morte fetal Efeitos adversos: hipotensão,
Sofrimento fetal cefaleia, edema periférico, rubor
Malformações incompatíveis
com a vida INDOMETACINA
Restrição do crescimento fetal
Rotura da bolsa d’água É uma medicação
Descolamento prematuro de antiinflamatória, com ação de
placenta inibir a prostaglandina-sintetase
Placenta prévia sangrante Atua, portanto, na causa das
Síndromes hipertensivas contrações, que é a liberação de
Diabetes insulinodependente prostaglandinas
instável Dose de ataque: 100mg retal
Cardiopatias Dose de manutenção: 25mg
Hipertireoidismo não VO a cada 6h
compensado Máximo 3 dias
Anemia falciforme Mais de 2 dias: doppler do
ducto arterioso
SULFATO DE MAGNÉSIO Não é muito utilizada no Brasil
GESTAÇÕES
MONOCORIÔNICAS
Sequência de anemia-
Síndrome de Transfusão policitemia gemelar:
Feto-fetal:
Causada por anastomoses
Nas placentas, há presença de menores que 1 mm, que gera
anastomoses arteriovenosas, fluxo entre os gemelares
fazendo com que um gêmeo Discordância entre as
compartilhe com o outro a hemoglobinas dos fetos, sendo a
quantidade de sangue do diferença entre eles maior que
sistema 8g/dl
Um dos bebês terá policitemia, e
o outro, anemia
Diagnóstico pelo Doppler: pico
de velocidade na artéria cerebral
média
NASCIMENTO
Feto Acárdico ou
Sequência de Perfusão Dicoriônica e diamniótica: 37-
Arterial Reversa (TRAP) 38 semanas (a termo)
Monocoriônicas e
Malformação de um dos fetos diamnióticas: 34-36 semanas
(“acárdico”), tem uma pequena Monocoriônicas e
evolução por fluxo reverso do monoamnióticas: 32-34
outro gemelar semanas (risco de enovelamento
Feto normal pode desenvolver de cordões umbilicais)
insuficiência cardíaca
Tratamento: ligadura e ablação VIA DE PARTO
com laser do cordão umbilical do
acárdico Dependem das apresentações
fetais, idade gestacional e
experiência do obstetra.
Gestação gemelar não é
indicação absoluta de
cesariana
Gestações diamnióticas:
primeiro feto estando cefálico,
pode-se realizar parto vaginal
PÓS-PARTO
Ultrassom transvaginal:
endométrio espessado, com
medida maior que 5 mm em
mulheres na pós-menopausa.
Em mulheres em idade fértil,
valor de corte é de 12 mm.
TRATAMENTO
Endométrio proliferativo
persistente por estimulação Progestágeno cíclico ou acíclico
estrogênica prolongada na Histerectomia
ausência de progesterona
Simples: glândulas dilatadas ou CARCINOMA DE
císticas, regulares, com aumento ENDOMÉTRIO
da razão glândulas/estroma sem
aglomeração celular e sem 6540 casos/2020; 1936
atipia. óbitos/2019
Complexas: arquitetura RS: 6,5/100000 (2019)
glandular complexa (brotamento Raro antes dos 45 anos
e invaginação), células Maior após 55 anos
aglomeradas e sem atipias. Brancas: mais comum
Negras: mais agressivo
Atipia celular: grandes núcleos
de tamanhos e formas variáveis, FATORES DE RISCO
perda de polaridade, aumento da
razão núcleo/citoplasma (maior
quantidade de material
genético), nucléolos
proeminentes, cromatina
irregularmente condensada
Risco de câncer associado a
intensidade de atipia
Hiperplasia simples: 1%
Hiperplasia simples atípica:
8%
Hiperplasia complexa: 3% Estimulação estrogênica
Hiperplasia complexa atípica: prolongada sem oposição
29% Nuliparidade (2-3x)
Ciclos anovulatórios (infertilidade
POTENCIAL MALIGNO: e irregularidade)
FATORES DE RISCO Menopausa após 52 anos (2,4x)
Obesidade/ sedentarismo
Idade SOP
Doenças ovarianas Tumor ovariano funcionante
Endocrinopatia TH sem progesterona
Obesidade Tamoxifeno (2-3x)
DM II (1,3-2,8x) Quando têm manifestação
HAS clínica, 90% desses casos terão
História familiar de câncer de sangramento ou corrimento
endométrio, colón e ovário vaginal
Síndrome de Linch II Desconforto ou pressão
pélvica: sugere disseminação
Segundo fatores Metrorragia: 62%
epidemiológicos e prognósticos: Dor no hipogastro
(compressão): 30%
o Tipo 1 Irregularidade menstrual: 24%
Relacionado à exposição Corrimento sanguinolento:
estrogênica 8,1%
Fatores de risco bem definidos Emagrecimento: 7,5%
Neoplasias de baixo grau, Tumor abdominal: 6,8%
diferenciadas, melhor
prognóstico Achados ginecológicos:
Hiperplasia atípica Útero aumentado de volume:
80% das neoplasias de 58%
endométrio Tumor abdominal: 19%
Mais característico da paciente Exame físico normal: 14%
na perimenopausa Paramétrios espessos: 10%
Ascite: 4%
o Tipo 2: Tumor vaginal: 2,7%
Não relacionado à exposição
estrogênica, sobre um fundo DIAGNÓSTICO
atrófico
Sem fatores de risco evidentes USTV
Alto grau, indiferenciado, pior o Pós-menopáusicas: até 4 mm
prognóstico de espessura é normal (99 a
Células típicas de mau 100% VPN)
prognóstico (seroso papilar e o Pós-menopáusicas usuárias
células claras) de tamoxifeno: até 8-10 mm de
20% das neoplasias de espessura é normal
endométrio o Pré-menopáusicas: até 12 mm
Pós-menopausa (70-80 anos), de espessura é normal
negras, magras, asiáticas.
DIAGNÓSTICO
SINAIS CLÍNICOS
2. CARCINOMA MUCINOSO
Curetagem uterina semiótica
Arquitetura glandular bem
TIPOS HISTOLÓGICOS definida
Bom prognóstico
Adenocarcinoma Semelhante ao adenocarcinoma
endometrioide Coloração perinuclear + com
Carcinoma mucinoso vimentina sugere origem
Carcinoma seroso papilar endometrial
Carcinoma de células claras
Carcinoma escamoso 3. CARCINOMA SEROSO
PAPILAR
GRAUS HISTOLÓGICOS (FIGO)
Porcentagem do componente
sólido do tumor.
Grau I (até 5%): melhor
prognóstico
Grau II (6-50%)
Grau III (>50%): pior prognóstico
1. ADENOCARCINOMA
ENDOMETRIÓIDE
4. CARCINOMA DE CÉLULAS
CLARAS
Padrão histológico misto
Células com núcleo altamente I: Limitado ao corpo uterino
atípico e citoplasma claro ou Ia: Cavidade uterina < 8 cm
eosinofílico abundante Ib: Cavidade uterina > 8 cm
Idosas II: Envolve o corpo e o colo, mas
Muito agressivo não se estende para fora do
Sobrevida geral de 33-64% útero
III: Estende-se para fora do
5. CARCINOMA ESCAMOSO útero, mas não para fora da
pelve verdadeira
Raro IV: Estende-se para fora da
Inflamação crônica pelve verdadeira ou envolve
Piometra (pus na cavidade nitidamente a mucosa da bexiga
endometrial) ou do reto
Estenose cervical IVa: Disseminação para órgãos
Prognóstico sombrio adjacentes
IVb: Disseminação para órgãos
AVALIAÇÃO CLÍNICA distantes
Exame físico ESTADIAMENTO CIRÚRGICO
Linfonodos
Massas abdominopélvicas Lavado da cavidade peritoneal
Busca de metástases à distância para citologia
ou doença locorregional Exploração abdomino-pélvica
Pesquisa de sangue oculto nas com excisão de lesões
fezes suspeitas
RX de tórax Cirurgia padrão: histerectomia
ECG total, parametrectomia e
LAC (HMG, TP, TTP, função anexectomia bilateral
renal, função hepática) Exploração de linfonodos:
USTV e RNM linfadenectomia pélvica bilateral
CA125 Omentectomia infracólica,
especialmente para tumores não
ESTADIAMENTO CLÍNICO DO endometrióides
CARCINOMA DE ENDOMÉTRIO Amostragem de linfonodos
(FIGO) para-aórticos se necessário
Cirurgia ideal: cirurgia IIIc: metástase para linfonodos
citorredutora (não fica tecido pélvicos e/ou paraórticos
neoplásico visível a olho nu) IVa: invasão tumoral da mucosa
vesical e/ou intestinal
INDICAÇÃO DE DISSECÇÃO IVb: metástase a distância,
SEETIVA DOS LINFONODOS incluindo linfonodos intra-
PÉLVICOS E PARAÓRTICOS abdominais e/ou inguinais
TRATAMENTO
Ia: ausência de invasão do
miométrio
o Cirurgia
Ib: invasão de menos da metade
Histerectomia abdominal total
do miométrio
com anexectomia bilateral
Ic: invasão de mais da metade
Histerectomia vaginal
do miométrio
Cirurgia laparoscópica
IIa: extensão para as glândulas
Histerectomia radical (padrão
endocervicais
ouro): remoção de paramétrios
IIb: invasão do estroma cervical
e parte superior da vagina,
IIIa: citologia positiva na serosa
linfadenectomia pélvica bilateral
uterina, nos anexos e/ou
peritônio
o Radioterapia
IIIb: metástase vaginal
Subsequente à cirurgia primária devido à alta taxa de mitose
Tratamento primário mais aceito desse epitélio).
e efetivo em carcinomas
inoperáveis
SEGUIMENTO
Exame ginecológico:
1º ano: 3/3 meses
2º ano: 4/4 meses
3º ao 5º ano: 6/6/ meses
Após: anual
CP anual
RX tórax anual
CA 125 anual
TC ou RNM Aproximadamente 570 mil
casos novos por ano no mundo
o Taxa de recorrência Mortalidade: cerca de 300 mil
Maioria até 2 anos mulheres/ano
Estagio I e II: 15% Incidência duas vezes maior
Estágio III: 35% em países menos
desenvolvidos
CONSIDERAÇÕES FINAIS Evidente na faixa etária de 20
a 29 anos (maior atividade
Avaliação de sangramentos sexual)
uterinos pós-menopáusicos Risco aumentado: pico na
Rastreamento ineficaz (5,10,12 faixa etária de 40 a 60 anos
mm) Alto potencial de prevenção
Fatores de risco e cura (100%), principalmente
Prevenção em casos de diagnóstico
precoce
AULA 15: CÂNCER DE COLO Incidência mundial: 4º lugar
UTERINO
Dr. Flávio Jobim
HISTOLOGIA
Métodos diretos: realizado LIE BG (lesão intraepitelial de
por biologia molecular, que baixo grau)
identifica partículas de DNA no
interior das células. PCR e
Captura híbrida II (identifica os
tipos de HPV).
ETIOPATOGÊNESE
Infecção por HPV oncogênico no
epitélio metaplásico na JEC
Persistência da infecção pelo
HPV
Progressão de um clone das
células epiteliais para uma
infecção viral persistente para o NIC I: terço basal inferior,
pré-câncer hipercromasia, aumento do
Desenvolvimento do carcinoma núcleo, coilócitos – baixa taxa de
e invasão através da membrana evolução para câncer
basal
LIE AG (lesão intraepitelial de
alto grau)
CÂNCER
Superfície irregular, erosões,
aparências granulares, necrose,
massas, projeções
Vasos atípicos
Lesão exofítica
NIC III:
Invariavelmente posicionadas ao
longo da JEC
Maculares, espessamento
generalizado, elevadas ou
achatadas
Contorno regular, arredondado
ou reto
Bordas se desprendendo
Cor cinza-ostra opaco, branco
denso
Vasos dilatados em padrões
grosseiros
Orifícios glandulares espessados
CONDUTAS
desenvolver câncer de colo de
útero
Estudos clínicos: ainda não há
evidencia suficiente da eficácia
da vacina; real impacto da
vacinação contra o câncer de
colo de útero só poderá ser
observado após décadas
Vacinas no Brasil:
quadrivalente (16, 18, 6 e 11) e
bivalente (16 e 18)
Meninos: 11-13 anos
Meninas: 9-13 anos
Homens imunodeprimidos 9-
26 anos
Mulheres imunodeprimidas: 9-
45 anos
o Prevenção Secundária
RASTREAMENTO Preventivo:
Principal estratégia utilizada para
População-alvo: mulheres de detecção precoce dessa doença
25 a 64 anos no Brasil é através do
Periodicidade: iniciar com rastreamento com Papanicolau,
preventivo anual. Se 2 dirigido a mulheres de 25 a 59
preventivos anuais normais, anos, que devem submeter-se
pode-se repetir a cada 3 anos. ao exame periodicamente.
Cobertura: todas as mulheres Atenção para pacientes que
em idade de rastreamento iniciaram vida sexual
devem realizar o exame precocemente.
seguindo a periodicidade
recomendada DIAGNÓSTICO
Quando parar? O exame pode
ser interrompido quando a
paciente com mais de 64 anos
apresentar pelo menos dois
exames negativos consecutivos
nos últimos cinco anos.
PREVENÇÃO
o Prevenção Primária:
preservativo, vacina (9-26 anos),
controle dos fatores de risco.
Vacina:
Objetivo: prevenir a infecção
por HPV, reduzir o número de
pacientes que venham a
Anamnese: barrel shaped pelos
Deve ser dirigida aos fatores de anglossaxônicos.
risco e sinais e sintomas
relacionados ao câncer. Tumor ulcerativo:
Frequentemente associado com
Exame físico: infecção e apresenta secreção
Incluir palpação do fígado, purulenta.
regiões supraclaviculares e
inguinais para excluir Tumor infiltrativo:
metástases quando se estiver Determina aumento do volume
diante de doença localmente cervical, com pequena ou
avançada. nenhuma área de tumor visível.
O colo do útero se apresenta
Exame especular: endurecido, chamado stone-hard
Lesão exofítica, endofítica, cérvix. Na evolução pode
ulcerativa ou polipoide; apresentar sangramento e fluxo
Se o tumor se origina do epitélio purulento
glandular no canal cervical, a
ectocérvice pode parecer ASPECTOS HISTOLÓGICOS
macroscopicamente normal;
Espinocelulares: 80%
Adenocarcinoma:15%
Citologia oncótica:
Adenoescamosos,
É o principal método de
neuroendócrinos e outros
rastreamento do câncer cervical,
(menor freqüência)
embora o tecido necrótico,
sangramento e células
Na avaliação histológica
inflamatórias possam prejudicar
interessam o tamanho, o tipo de
a visualização de células
tumor, o grau de diferenciação e
neoplásicas. A taxa de falso
a presença ou ausência de
negativo da citologia pode
invasão do espaço linfovascular
ultrapassar 50%.
Colposcopia e biopsia
dirigida:
São etapas fundamentais na
propedêutica do carcinoma
invasor inicial do colo uterino,
tendo a primeira a finalidade de
delimitar a extensão da doença
no colo e na vagina e a segunda,
a confirmação do diagnóstico
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Tumor exofítico ou vegetante:
Forma clinica mais frequente e
apresenta-se sangrante e com
odor fétido. O crescimento pode
ocorrer para o canal cervical,
ocasionando o aumento do
volume do colo, denominado
avaliação hepática, do trato
urinário, de estruturas ósseas,
bem como avaliação de
linfadenomegalias. Se
disponível, deve ser solicitada a
partir do estádio IB2
Uretrocistoscopia e
retossigmoidoscopia: são
exames opcionais, estando
indicados quando houver
suspeita de envolvimento,
respectivamente, da bexiga ou
do reto
ESTADIAMENTO
EXAMES BÁSICOS
Laboratoriais:
Hemograma completo
Coagulograma
Glicose
Ureia
Creatinina sérica
Eletrólitos
Urinálise
Raios X de tórax
ECG
Anti-HIV com consentimento do
paciente
TGO, TGP, FA
US abdominopélvica: não
permite avaliação linfonodal,
portanto, está indicada somente
nos estádios iniciais até IB1
TC abdominopélvica: é um
exame opcional que permite
TRATAMENTO braquiterapia, associadas à
quimioterapia
Estádio Ia1: não havendo
invasão do espaço linfovascular
o tratamento preferencial é a
histerectomia simples, via
abdominal ou via vaginal. Se
houver interesse em preservar a
fertilidade, o tratamento pode se
limitar à conização, se as
margens do espécime retirado
estiverem livres de lesão.
FATORES DE RISCO
História Familiar:
A intensidade do risco depende
CARACTERÍSTICAS do número de familiares de 1º
e 2º graus com diagnóstico da
Sintomas tardios doença
Pouca resposta ao tratamento Mulheres com alto risco: um
Prognóstico sombrio ou mais familiares de 1º grau
Metástases no diagnóstico com história de carcinoma de
inicial ovário na pré-menopausa/duas
ou mais familiares de 1º ou 2º
SINAIS E SINTOMAS graus na pós-menopausa
Existem 3 síndromes familiares
Assintomática em estágios descritas:
iniciais Câncer ovariano familiar local
Dor associada à torção do específico: há o
pedículo vascular ovariano desenvolvimento somente de Ca
(cistos funcionais, de ovário, geralmente 10 anos
antes que o usual
Síndrome do câncer familiar Tabagismo e alcoolismo: não
de mama/ovário: associado ao aumentam risco para neoplasia
gene BRCA1, com de ovário
acometimento desses dois
órgãos em uma idade inferior à DIAGNÓSTICO
média.
Síndrome de Lynch 2: envolve USTV
a combinação de câncer de Imagens de lesões com
cólon não polipóide e tumores superfície irregular, projeções
malignos ovarianos, papilares internas e/ou externas,
endometriais, de mama e outras cisto com septações, cisto com
neoplasias gastrointestinais e componente sólido, paredes
genitourinárias espessas e vascularização são
sugestivas de malignidade
o Recomendações do American Cistos simples ou com septo fino
College of Obstetrics and são considerados de baixo risco,
Gynecologists para mulheres mas podem ser malignas em até
com forte história familiar: 6% dos casos
Prole incompleta: rastreamento
semestral; considerar Doppler:
salpingooforectomia bilateral Neovascularizações
após alcançar a prole desejada; Padrões bizarros
Uso de ACO precoce (é Anastomoses arteriovenosas em
anovulatório: mantêm o ovário número maior que o normal
“congelado”) Diminuição da resistência ao
Mulheres com Lynch 2: as fluxo sanguíneo e do índice de
duas acima e rastreamento com pulsatilidade.
mamografia, colonoscopia e Índice de resistência <0,4 e
biopsia de endométrio índice de pulsatilidade <1,0
indicam lesões provavelmente
História Concepcional: malignas
Mulheres acima dos 50 anos
nulíparas e sem Marcador tumoral: pouca
anticoncepcionais orais são importância para o diagnóstico
mais propensas Ca 125 II: proteína das células
Existe uma clara relação entre do epitélio celômico
infertilidade e uso de indutores Normal: até 35U/ml
da ovulação > 35U/ ml: alterado, na pós-
Cada gravidez reduz o risco menopausa
em cerca de 10%. A lactação e > 200U/ ml: alterado, na pré-
o uso de ACO também são menopausa
fatores de proteção Entre 35 e 200 na pré-
menopausa: outras condições
Hábitos Alimentares podem aumentar (endometriose,
Ingestão de carne e gordura miomatose, período menstrual)
animal Níveis > 35U/ml na pré-
Exposição a elementos menopausa: podem estar
químicos como asbesto e presentes em algumas
silicatos condições benignas
LESÕES OVARIANAS QUE Brenner (1%): urotélio
NECESSITAM DE 20% são indiferenciadas
INVESTIGAÇÃO CIRÚRGICA
Tumores sólidos em qualquer o Grau de diferenciação:
faixa etária; G1, G2, G3
Tumores císticos (maioria dos G1: neoplasia maligna de
cistos é funcional, foliculares, em baixo grau: progressão lenta,
ovulação que não ocorreu): bom prognóstico, áreas
> 8 cm em mulheres em idade benignas/ borderline
reprodutiva G2/G3: neoplasia maligna de
< 8 cm, mas que não tenham alto grau: atipia celular,
regredido após dois ciclos estágios mais avançados,
menstruais evolução desfavorável
Qualquer tamanho e que
apresente características de o Tipo I:
malignidade, como septações 25%
ou papilas; pacientes pré- Baixo grau
púberes; pacientes pós- Tipos histológicos mais
menopáusicas (considerar até 5 favoráveis
cm) Mutação dos genes KRAS e
BRAF
Outros exames: pré- Lesão precursora: benigno-
operatórios, US abdome, CP, borderline- maligno
biópsia de endométrio (se
necessário), RX de tórax o Tipo II:
(citologia se derrame pleural), 75%
raramente cistoscopia ou Alto grau
colonoscopia. Serosos de alto grau,
indiferenciados,
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES carcinossarcomas
EPITELIAIS Lesão intraepitelial tubária-
ovulação- ovário
1. NEOPLASIA DERIVADA DO
Genes p53, BRCA1, BRCA2
EPITÉLIO CELÔMICO
CLASSIFICAÇÃO DOS
Tipos histológicos dependem
TUMORES NÃO-EPITELIAIS
da teoria da metaplasia
reversa, em que o epitélio 1. NEOPLASIA DERIVADA DE
maduro sofre metaplasia para CÉLULAS GERMINATIVAS
célula totipotente (se
transforma em qualquer tipo de Origem embrionária (ectoderma,
tecido): mesoderma ou endoderma)
Seroso (65%/85%): epitélio Origem extraembrionária (saco
tubário gestacional e trofoblasto)
Mucinoso (10%): Pacientes jovens (crianças e
endocervicais adolescentes), 16 a 20 anos
Endometrióides (15%): 20-25%, mas apenas 5% destes
endométrio são malignos
Células claras (5%):
endométrio na gestação
Crescimento rápido, Tratamento: lesão única
compressão, abdome agudo envolve salpingooferectomia
(ruptura e torção) unilateral e estadiamento da
75% dos casos são cavidade, com preservação do
diagnosticados em estágio I: útero e ovário contralateral.
cirurgia conservadora Quimioterapia adjuvante nos
Tipos histológicos: casos de doença além do ovário.
Disgerminoma (unilateral e bom Taxas de sobrevida elevadas
prognóstico) devido a eficácia do tratamento
Teratoma imaturo: teratoma quimioterápico.
maduro mais comum de todos Tumor do seio endodérmico:
Tumor do seio endodérmico Terceiro grupo de tumores
malignos germinativos em
Disgerminoma: frequência.
É um tumor de crescimento Ocorre em pacientes
rápido, que pode causar adolescentes e é unilateral em
sintomas compressivos e quadro quase 100% dos casos.
de abdome agudo, secundário à É entre os tumores germinativos
sua ruptura ou torção de seu malignos o de pior prognóstico.
pedículo vascular Alfa-fetoproteína é útil na
75% são diagnosticados no monitorização do tratamento.
estádio I e a salpingooforectomia Todas as pacientes necessitam
unilateral, com preservação do de quimioterapia adjuvante.
útero e ovário contralateral é o
tratamento apropriado. 2. NEOPASIA DERIVADA DE
É recomendada biópsia do ESTROMA
ovário contralateral pelo não ESPECIALIZADO
desprezível índice de
bilateralidade (10-15%). 7% de todos os tumores
A citorredução está indicada em Origem do estroma e das células
doença além do ovário. sexuais
É cada vez mais frequente a Hormonalmente ativo:
opção por cirurgia conservadora característica clínica dos
mesmo em estádios mais pacientes é a pseudopuberdade/
avançados devido aos virilização
resultados satisfatórios da Baixo grau de malignidade com
poliquimioterapia; a radioterapia curso mais benigno, bom
é considerada segunda linha no prognóstico
tratamento. Tipos histológicos:
Androblastomas
Teratoma Imaturo Células da Granulosa e Teca
Segunda neoplasia maligna
germinativa mais comum. 3. NEOPLASIA DERIVADA DO
Normalmente unilateral. MESÊNQUIMA NÃO
Quanto maior for o grau de ESPECIALIZADO
maturação dos elementos
tumorais, maior será o Tipos histológicos:
potencial metastático e pior Fibromas
será o prognóstico. Linfomas
Sarcomas
4. NEPLASIA METASTÁTICA 8. Redução tumoral (1 cm): se
DO OVÁRIO considera uma ressecção ótima
quando o resíduo tumoral não
Krukenberg: origem do TGI, passe de 1cm aos olhos nus
prognóstico reservado 9. Linfadenectomia pélvica e para-
Mama aórtica
Endométrio 10. Omentectomia infracólica
Linfoma (implantes tumorais nessa área)
11. Apendicectomia? no momento é
DISSEMINAÇÃO indicada quando o tumor
também envolve o apêndice
Transcelômica (contiguidade
12. Descrição minuciosa ao final da
do epitélio celômico):
cirurgia, de todo inventário da
esfoliação de células
cavidade
cefalicamente, pode estar
presente nos derrames Importante: a rotina de
cavitários (derrame pleural, estadiamento cirúrgico deve
ascite), pode causar ser sempre realizada, mesmo
suboclusão intestinal frente a lesões
Linfática: linfonodos pélvicos, macroscopicamente
paraórticos e inguinais em confinadas ao ovário.
casos mais avançados
Hematogênica: fase tardia da Estádio I: limitada ao ovário
doença, pulmão e fígado, Estádio II: doença
prognóstico reservado, extraovariana, mas limitada à
sobrevida em 5 anos pelve
expressivamente menor Estádio III: extrapélvica, mas
limitada a cavidade abdominal,
ESTADIAMENTO sem metástase profunda ao
fígado
Estadiamento eminentemente Estádio IV: metástases a
cirúrgico: distância além da cavidade
1. Se avaliação prévia sugere abdominal ou metástase
malignidade, realizar incisão profunda no fígado (além da
mediana cápsula de Glisson)
2. Coleta de líquido ascítico ou, se
não houver, lavados peritoneais TRATAMENTO
de fundo-de saco e goteiras
3. Avaliação diafragmática com Base terapêutica é a cirurgia
palpação, lavado e biópsia se primária completa com
área suspeita estadiamento minucioso, com
4. Retirada do tumor, se possível retirada total da massa
intacto (congelação) tumoral, sem deixar doença
5. Exploração de toda a cavidade residual, macroscópica.
com biópsias de lesões Uma vez indicada a laparotomia,
suspeitas, se não houver, deve-se proceder ao
realizar biópsias aleatórias estadiamento do tumor que será
6. Biópsia da cápsula de Glisson o principal determinante da
7. Histerectomia total extrafacial terapêutica cirúrgica e pós-
com salpingooforectomia cirúrgica
bilateral
TRATAMENTO CONFORME Pode ser solicitado a cada 3
ESTADIAMENTO meses no 1o ano, de 6/6
meses no 2o ano, e
Estádio I: tumor limitado ao anualmente após. Tem alto
ovário. Cirurgia primária valor preditivo positivo, porém
completa com estadiamento. um baixo valor preditivo
QTX conforme risco: negativo.
Estádio II: tumor ovariano com
extensão pélvica. Cirurgia
primária completa + QTX
sistêmica pós-operatória
Estádio III: tumor ovariano
com extensão para fora da
pelve. Cirurgia citorredutora +
QTX sistêmica pós- operatória
Estádio IV: tumor ovariano
com metástases à distancia.
Tratamento cirúrgico (casos
individualizados) e/ou
poliquimioterápico exclusivo e
QTX intraperitoneal.
Tratamento padrão é a CONTROVÉRSIAS
poliquimioterapia. Cirurgia
deve ser individualizada Cirurgia de second look:
(quando pode fazer a realizada compulsoriamente
ressecção da massa tumoral após o tratamento
sem aumentar a morbidade do quimioterápico, independente
paciente) da clínica ou suspeita
laboratorial de recidiva. Não
SEGUIMENTO demostrou influenciar na taxa
de sobrevida, alto-custo,
Deve ser multidisciplinar morbimortalidade cirúrgica, alto
Avaliação e exame físico número de resultados falsos-
trimestral no primeiro ano, e negativos. Restrita a protocolos
após torna-se semestral de pesquisa.
Anualmente: RX de tórax, Cirurgia de intervalo:
ecografia abdominal total ou realizada quando há tumores
tomografia, prova de função irressecáveis à primeira
hepáticas, exame citológico abordagem, pelo risco de
cervicovaginal e colposcopia aumentar a morbidade do
quando necessário paciente, faz-se uma cirurgia
Dosagem do CA-125: parcial. Realiza-se 3 ciclos de
Importância bem documentada quimioterapia antes da
no acompanhamento dos citorredução, objetivando-se
pacientes, especialmente nos remissão tumoral. O
casos em que estava elevado tratamento quimioterápico é
no momento da doença. Sua continuado após a cirurgia.
elevação pode preceder a Cirurgia de citorreudução
recorrência da doença em 1 a secundária: é a reexploração
15 meses, em média 5 meses. cirúrgica visando a nova
ressecção tumoral em casos Sangramento
de recidiva ou persistência da Secreção vaginal
doença.
Ooforectomia profilática: DIAGNÓSTICO
Paciente >40 anos, com prole
completa, que se submete à Manejo das massas anexiais:
cirurgia pélvica por doença Crescimento intraluminal: é o
benigna. Pacientes >35 anos, que diferencia do sitio primário
com síndromes hereditárias do ovário envolvimento da
relacionadas à neoplasia mucosa (raramente tumor
ovariana. metastático de ovário acomete
Manejo laparoscópico de mucosa da trompa)
massas anexiais: Deverá ser Quando o patologista enxerga
reservada para manejo de transição do epitélio benigno-
tumores supostamente maligno
benignos ao USTV e dosagem Quando tumor é maior que do
de CA-125. Ocorrendo ovário ou endométrio,
suspeita de malignidade, é considera-se o sitio primário
necessária laparotomia aquele que tiver maior tumor
imediata.
Rastreamento de patologia ESTADIAMENTO
ovariana: não é recomendado
para a população feminina Igual ao de ovário.
geral. É útil na população de Estágio I: limitado a trompa
alto risco (história familiar, Estágio II: extratubário, mas
síndromes neoplásicas limitado a pelve
hereditárias), e deve ser Estágio III: extrapélvico, limitado
realizado a partir dos 40 anos a cavidade abdominal
através da ecografia Estágio IV: metástase a
transvaginal. O uso isolado do distância, além da cavidade
CA-125 para rastreamento não abdominal, ou quando acomete
tem se mostrado eficaz. parênquima hepático
TRATAMENTO
NEOPLASIA DE TUBA
UTERINA Principal: cirurgia primária
e/ou citorredutora (ótima:
Mais rara neoplasia
menor carga tecidual residual)
ginecológica (sítio primário);
Rotina do estadiamento
Idade média de 55 anos;
Quimioterapia sistêmica,
Padrão de disseminação
mesmo em doença inicial
semelhante à de ovário;
30% são bilaterais;
SOBREVIDA
85% são metastáticas.
Tipos histológicos: Depende do estadiamento
Seroso (50%) inicial e volume de doença
Endometrioide (25%) residual
Células transicionais (15%)
AULA 17: CÂNCER DE MAMA
SINAIS E SINTOMAS
Dr. Flávio Jobim
Dor pélvica Alta freqüência
Efeitos psicológicos, sexualidade ETIOPATOLOGIA
e imagem pessoal
Incidência com crescimento Iniciação genética: lesão no
rápido após os 40 anos gen. As células sofrem o efeito
Aumento da incidência nos dos agentes cancerígenos.
últimos anos Herdada ou adquirida
Uma das principais causas de Promoção: estimulo continuado.
morte entre as mulheres Para que ocorra essa
transformação, é necessário um
INCIDÊNCIA longo e continuado contato com
o agente cancerígeno promotor.
Afeta regiões mais A suspensão do contato com
desenvolvidas agentes promotores muitas
Ao que tudo indica, o câncer de vezes interrompe o processo
mama é o resultado da nesse estágio.
interação de fatores genéticos Progressão: é o terceiro e
com estilo de vida, hábitos ultimo estagio e se caracteriza
reprodutivos e o meio ambiente. pela multiplicação descontrolada
e irreversível das células
alteradas. Nesse estágio o
câncer já está instalado,
evoluindo até o surgimento das
primeiras manifestações clinicas
da doença.
FATORES DE RISCO
SINTOMAS
Geralmente silencioso
Nódulo
Erosão
Retração
Abaulamento
Prurido (próximo a mamilo e
aréola)
Secreção (espontânea,
sanguinolenta, líquido em água
de rocha)
À esquerda: automutilação Restrito ao ducto
À direita: berne Não tem capacidade de se
expandir e atingir outros
órgãos
Tratamento: cirurgia
À esquerda: escoriação
À direita: nevus
CARCINOMA LOBULAR
INVASIVO
TRIPLO NEGATIVO
TRATAMENTO