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Dor Pélvica

Anatomia

Os ossos Ílios, Ísquios e Púbis formam a parte


óssea da pelve, se reunindo na região do
acetábulo e se juntando na região anterior,
mais especificamente na articulação
denominada Sínfise Púbica.
Musculos

Os músculos que revestem a pelve são Piriforme,


Obturador, Isquiocóccigeo e os Levantadores do
Ânus (Íliocóccigeo, Pubococcígeo e Puboretal). E
juntos formam o diafragma pélvico comumente
conhecido como “bacia”.

Os músculos responsáveis pelo revestimento da


região perineal são os esfíncteres anal e uretral,
transversos profundo e superficial,
ísquiocavernoso, bulboesponjoso e o grupo de
levantadores do ânus.
Dor Pélvica

A dor pélvica pode ser subdivida em Dor Pélvica


Crônica (DPC), que se caracteriza por ser uma dor
de longa duração na região da pelve, persistindo
por seis meses ou mais.

Ou aguda, que se caracteriza por ter a duração de


aproximadamente dois ou três meses.
Dor Pélvica

Pode ser classificada de acordo com a sua localização (localizada,


generalizada ou referida); Profundidade (superficial ou profunda); ou
também de acordo com a sua origem ( somática visceral, somática não
visceral, neuropática ou psicogênica).
Dor Pélvica

Fatores externos ou internos como atividades


físicas, atividades sexuais, problemas na
defecação e /ou micção, condições climáticas,
ovulação e menstruação (no caso das mulheres),
podem alterar a forma e a intensidade com que
os sintomas aparecem em cada indivíduo.
Causas

Podem ser causadas por:


Lesões no peritônio (peritonites; Aderências Peritoniais, entre
outros);
Afecções Gastrenterológicas (apendicite aguda, obstrução
intestinal, hérnias, entre outros);
Afecções Urológicas (infecções urinárias, dor uretral, afecções
vesicais, etc);
Afecções ginecológicas (dismenorreia, endometriose, câncer
ginecológico,etc).
Incidencia

Estima-se que o risco de uma mulher desenvolver Dor Pélvica


Crônica (DPC) durante a vida é de 5%. Mas essa porcentagem
aumenta para 20% quando a mesma tiver histórico pregresso
de doenças pélvicas inflamatórias.
Artigo

Em um estudo realizado com 5.263 mulheres de idades entre 18 a 50 anos


constatou-se que aproximadamente 773 dessas mulheres apresentavam dor
pélvica crônica. No mesmo estudo foi possivel constatar também que a DPC
foi o principal agente causador de ausências no trabalho em 789 dessas
mulheres e que 205 já perderam pelo menos um dia no trabalho pelo mesmo
motivo; Reduziu a produtividade no cotidiano de 2.368; 578 delas alegaram
que reduziam as atividades de casa devido à dor, 626 relataram a diminuição
da frequencia de atividade sexual devido a dor e 831 alegaram fazer o uso de
medicamentos analgésicos afim de diminuir ou cessar a dor.
Avaliação Fisioterapêutica

História Clínica Exame Físico

Inspeção Tratamento
História Clínica

Antecedentes pessoais
Fatores que podem melhorar ou acentuar a dor
Combinação da algia com o ciclo menstrual
Tratamentos anteriores e se houve melhora
Qual o padrão menstrual da paciente
Dismenorreia
História Clínica

Características da dor:
localização
intensidade
duração
se tem ligação com fatores cotidianos
História Clínica

Fatores que contribuem com a dor


Fatores psicológicos
sociais
ambientais
histórico de abuso sexual ou físico
Exame físico

O exame tem como objetivo procurar as condições patológicas, e


reproduzir a dor da paciente para ter a identificação dos contribuintes
físicos.
palpação
modo de andar
posturas antálgicas
expressões faciais
exame vaginal
Exame físico

observa-se as paredes vaginais, bem Use a palpação bimanual com a mão apoiada
como sua elasticidade e rugosidade. E na parte inferior do abdome para determinar
mais, sua consistência, posição, e o a posição do útero
direcionamento do colo uterino.
Caso Clínico

M.H.S., 32 anos, casada, parda, mãe de dois filhos, foi ao ginecologista com
queixa de fortes dores na região pélvica, a queixa principal era dor nas
cólicas menstruais, dor, inchaço, gases, ciclo menstrual desregulado. O
sintomas se iniciou a 5 meses, mas que piorou nos últimos 3 meses teve um
aumento intensificado da dor, e não consegue trabalhar devido a sua
condição. Relata que não faz o uso de medicamentos contínuos. Disse que
não pratica exercícios físicos, bebe socialmente e que é tabagista.
Paciente relata que teve inicio do seu ciclo menstrual com 13 anos, e iniciou
a sua vida sexual com 16 anos.
Com exames de imagem foi identificado a endometriose.
O que é endometriose

A endometriose se caracteriza por ser uma


patologia ginecologica que surge devido ao
crescimento de tecido endometrial fora da
cavidade do endométrio e atinge cerca de cinco a
quinze porcento das mulheres em idade fértil em
escala mundial.
Se caracteriza também por ser uma doença que
ocorre devido a presença de uma inflamação
crônica, que pode variar de acordo com as
oscilações hormonais, sendo seu principal sintoma
a dor na região pélvica.
Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na apresentação clínica do paciente (queixas


de dor pélvica e achados no exame físico). Exames de imagem como
Ultrassonografia transvaginal podem ser úteis, mas não definitivos
para o diagnóstico. O melhor método diagnóstico é a cirurgia
laparotomia ou laparoscopia. A laparoscopia é o método mais comum
pois é menos invasiva e às vezes pode ser realizada sob anestesia local.

Em alguns casos, embora implantes endometriais não sejam


identificados, a biópsia confirma o diagnóstico de endometriose.
Diagnóstico

Os exames complementares tanto de laboratório como de imagem são


para a exclusão de outras afecções associadas e programação
terapêutica. Podem ser usados a dosagem de beta-hCG, a análise
urinária, teste para gonorreia, clamídia e trichomonas e teste para
infecção intestinal. Na imagem, estão disponíveis a ultrassonografia
pélvica para mulheres com massa anexial, anormalidades estruturais
no exame físico e sangramento uterino anormal como queixa associada
a ressonância nuclear magnética (RNM) quando há suspeita de
endometriose profunda pela história ou exame físico; e a tomografia
computadorizada se há evidências de colite ou enterite aguda.
Prognóstico

Embora não haja cura para a endometriose, os tratamentos são muito


úteis para controlar os sintomas. Os sintomas geralmente desaparecem
após a menopausa. Complicações dessa condição podem incluir
dificuldade para engravidar e formação de tecido cicatricial dentro do
abdômen.
Embora seja possível engravidar com endometriose, a doença, sem
tratamento, ainda é uma das principais causas da infertilidade feminina.
Cerca de 15% a 45% das pacientes com endometriose, de fato, têm
dificuldade de engravidar.
Prognóstico

No entanto, a literatura científica é inconclusiva quanto aos benefícios dos


exercícios físicos para pacientes com endometriose.
Estudos realizados nos Estados Unidos indicaram que a prática
sistemática do exercício físico mostrou associação com ausência ou
poucos sintomas depressivos ou de ansiedade. Sintomas depressivos pela
ausência de filhos e ansiedade/depressão foram observados em 56% e 36%,
respectivamente, das mulheres com endometriose investigadas.
Prognóstico

Os distúrbios psicológicos podem comprometer a Qualidade de Vida das


pacientes, portanto, é recomendável a prática de atividade física. Os
exercícios físicos também foram capazes de reduzir a dor e outros
sintomas da endomentriose, juntamente com o uso multidisciplinar que
abrange o uso de fármacos, inativação dos pontos-gatilho (infiltração com
anestésicos, agulhamento seco, acupuntura), fisioterapia, reeducação
postural e suporte psicossocial também proporcionam a melhora
significativa da dor e da qualidade de vida.
Tratamento

Ultrassom
Objetivo: : alívio de dor
Conduta: ultrassom contínuo, com a seguinte
parametrização: 1MHZ, intensidade de
1,5W/cm² por 3 a 5
min, aplicado na região de quadrado lombar
para redução de quadro álgico.
Tratamento

A fisioterapia pélvica está a tornar-se cada vez mais popular entre as


portadoras de Endometriose.
Exercício Pilates Ponte
• Deite-se no chão;
• Flexione os joelhos e coloque os pés no chão.
Alinhe os joelhos com a largura dos quadris;
• Mantenha a lombar protegida, contraia os
músculos do assoalho pélvico e levante os quadris
do chão, sempre mantendo as costas retas.
• Segue essa posição por 10 segundos;
• Solte;
• Repita.
Tratamento

Exercicios no solo
Objetivo: alongamento dos músculos, alívio de dor

Deite-se de barriga para cima, abrace as pernas e


traga em direção ao peitoral. Conte até 10 e repita
três vezes.
Tratamento

Exercicios sobre a bola


Objetivo: exercícios de propriocepção,
resistência dos músculos do assoalho pélvico.

Sentada sobre uma bola ou banquinho, faça


movimentos de vai e vem com a pelve. Realize 3
vezes com 10 repetições.
Tratamento

Exercicios sobre a bola


Objetivo: Liberação miofascial na região lombar
e abdominal após exercícios de contração.

Melhora do padrão postural e alivio da dor, pois


promove a liberação das restrições das camadas
profundas da fáscia.

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