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SISTEMA REPRODUTOR

MASCULINO

Participa, na reprodução, produzindo os gametas masculinos, os


espermatozóides, que são células haplóides (contendo apenas
metade dos cromossomas de uma célula normal). Além disso é
responsável pela ejaculação dos tais gametas masculinos no interior
do aparelho reprodutor feminino, onde eventualmente um gameta
masculino se junta ao feminino, propiciando a fecundação. Produz
também uma considerável quantidade de hormônio masculino, a
testosterona, responsável em grande parte pelo desenvolvimento dos
caracteres sexuais primários e secundários no homem.

Participam do Sistema Reprodutor Masculino as seguintes estruturas:


2 testículos (alojados no interior de uma bolsa denominada bolsa
escrotal), 2 canais deferentes, 2 vesículas seminíferas (ou seminais),
próstata, glândulas bulbo-uretrais, glândulas uretrais, uretra e pênis.

TESTÍCULOS:
São 2, localizados no interior de um saco denominado bolsa escrotal.
No interior de cada testículo existem cerca de 900 túbulos seminíferos,
cada um com aproximadamente 60 cm. de comprimento. No interior
dos túbulos seminíferos é que, a partir de certa fase da puberdade,
ocorre a espermatogênese, isto é, a produção dos espermatozóides.
Estes são produzidos em grande quantidade (milhões) a cada dia, a
partir de células mais primitivas, as espermatogônias que, com o
estímulo hormonal a partir da puberdade, passam por uma série de
divisões celulares e formam, através destas divisões, outros tipos de
células que evoluem até que sejam formadas as espermátides, que se
transformam em espermatozóides.
As etapas pelas quais passam as células, desde as espermatogônias
até a sua transformação em espermatozóides, são as seguintes:
Espermatogônias - espermatócitos primários - espermatócitos
secundários - espermátides - espermatozóides.
Quando cada espermatócito primário se divide para formar 2
espermatócitos secundários, os cromossomas não se replicam, como
ocorreria em qualquer outro processo de divisão celular através de
mitose. Esta divisão, sem a replicação dos cromossomas, faz com que
cada célula então formada tenha apenas metade dos cromossomas
da célula que as deu origem. Trata-se de uma divisão celular
denominada meiose.
Em meio às células que formam o epitélio germinativo do homem, no
interior dos túbulos seminíferos, existem também outras células.
Destacam-se as células de Sertoli (ou células de sustentação). São
responsáveis, entre outras coisas, pela produção de determinadas
enzimas e hormônios (especialmente estrogênio), necessários ao
desenvolvimento da espermatogênese. As células de Sertoli são
também responsáveis, em grande parte, pela absorção do líquido
citoplasmático das espermátides, durante a transformação das
mesmas em espermatozóides.

Externamente aos túbulos seminíferos existem também outras células


muito importantes: as células de Leydig, responsáveis pela produção
do hormônio testosterona, extremamente necessário tanto à
espermatogênese normal como também ao desenvolvimento de todo
o aparelho reprodutor masculino que ocorre durante a puberdade.

A partir da puberdade, algumas células da glândula hipófise anterior


(adenohipófise) iniciam, sob estimulação hipotalâmica (LRF), a
produção de hormônios como FSH (Hormônio Folículo-estimulante) e
LH (Hormônio Luteinizante). O FSH estimula o desenvolvimento do
epitélio germinativo, responsável diretamente pela espermatogênese.
O LH estimula as células de Leydig a produzirem testosterona,
também necessário à normal espermatogênese.

Milhões de espermatozóides são produzidos a cada dia no interior dos


túbulos seminíferos. Mas, no interior destes túbulos, tais
espermatozóides são ainda imaturos. A maturidade ocorre durante sua
passagem através de um outro túbulo, bem mais comprido e único em
cada testículo, o epidídimo. Durante alguns dias os espermatozóides
passam pelo interior do epidídimo e, durante este tempo, adquirem a
maturidade, isto é, a capacidade de se locomover e fecundar um
óvulo.

CANAIS DEFERENTES:

Na medida em que os espermatozóides vão deixando o epidídimo,a


cada lado, vão passando por um outro túbulo, mais calibroso e que os
transportará desde a bolsa escrotal até o interior da cavidade pélvica,
acima, onde se juntará à uretra, no interior da próstata.
No interior dos canais deferentes, embora já maturos, os
espermatozóides permanecem imóveis. Isto se deve principalmente
ao pH ácido encontrado no interior dos canais deferentes.

VESÍCULAS SEMINÍFERAS:
São duas, uma em cada canal deferente, pouco antes que este atinja
a próstata. Pouco antes da ejaculação, durante o ato sexual, cada
uma destas glândulas secreta o líquido seminal, um líquido viscoso e
amarelado, rico em nutrientes, açúcares e demais substâncias,
importantes aos espermatozóides durante o trajeto dos mesmos no
interior do aparelho reprodutor feminino.

PRÓSTATA:

Outra importante glândula, localizada abaixo da vesícula e no interior


da qual passa a uretra, que drena a urina. No interior da próstata o
líquido contendo os espermatozóides, proveniente dos canais
deferentes, se junta à uretra que, a partir de então, faz parte tanto do
aparelho urinário como também do aparelho reprodutor no homem.
Durante o ato sexual, pouco antes da ejaculação, a próstata secreta
no interior da uretra o líquido prostático, um líquido esbranquiçado,
leitoso e alcalino. O pH alcalino é importante para neutralizar a acidez
encontrada no interior dos canais deferentes e no interior da vagina.
Como citado acima, na presença de pH ácido os espermatozóides não
se locomovem.

GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS:

São duas, localizadas no segmento bulbar da uretra. Também durante


o ato sexual, pouco antes da ejaculação, drenam muco ao interior da
uretra.

URETRA:

Longa no homem, inicia-se abaixo da bexiga, passa pelo interior da


próstata (onde recebe o sêmem) e, após passar próxima à sínfise
pubiana (segmento bulbar), atinge o pênis. Através do interior deste,
atravessando-o longitudinalmente por completo, a uretra finalmente se
exterioriza.

PÊNIS:

Formado em grande parte por tecido erétil (2 corpos cavernosos e 1


corpo esponjoso), é o grande responsável pela introdução do material
germinativo do homem no interior do aparelho feminino durante o ato
sexual. Os tecidos eréteis, em seu interior, são formados por grande
quantidade de cavidades semelhantes a esponja, por onde passa
sangue durante todo o tempo. Durante o ato sexual, com a excitação
masculina, estes tecidos recebem um suprimento de sangue ainda
maior, o que os tornam entumecidos e inflados. O pênis, com isso,
aumenta de volume, tornando-se rígido e ereto. Tal fenômeno é
conhecido como ereção. A irrigação sanguínea aumentada durante a
ereção é causada por estimulação de um circuito nervoso localizado
na região sacral da medula espinhal e transmitida aos vasos
sanguíneos através de nervos autônomos parassimpáticos.

ATO SEXUAL MASCULINO:

Como descrito acima, a primeira fase do ato sexual masculino é a


ereção, que ocorre através de fenômenos vasculares que propiciam
uma congestão sanguínea nos tecidos eréteis do pênis, tornando-o
ereto, rígido e com maior volume. O fenômeno da ereção ocorre,
como descrito acima, através de excitação na região sacral da medula
espinhal e transmitida por meio de nervos parassimpáticos.
Com o prosseguimento da excitação, um circuito neuronal localizado
na região lombar alta da medula espinhal também se excita e, por
meio de nervos autônomos simpáticos, provocam uma série de
fenômenos que proporcionarão a emissão e, logo em seguida, a
ejaculação.
Durante a emissão ocorrem contrações do epidídimo, canais
deferentes, vesículas seminíferas, próstata, glândulas bulbo-uretrais e
glândulas uretrais. A uretra, então, se enche de líquido contendo
milhões de espermatozóides.
Com a ejaculação, ocorrendo logo a seguir, aproximadamente 3,5 a 5
ml. de sêmem são expelidos ao exterior do aparelho masculino. Este
volume de sêmem contém cerca de 200 a 400 milhões de
espermatozóides. O líquido prostático neutraliza a acidez da vagina,
possibilitando o movimento dos espermatozóides no interior do
aparelho reprodutor feminino.

TESTOSTERONA:

É o grande responsável pelo desenvolvimento tanto dos caracteres


primários como os secundários no sistema reprodutor masculino.

Já mesmo antes do nascimento, durante a vida embrionária,


desenvolvem-se as células produtoras de testosterona. Sob estímulo
de um hormônio placentário - gonadotropina coriônica - tais células
iniciam a produção de testosterona. A partir de então dá-se início ao
desenvolvimento dos órgãos que constituirão, ao nascimento, os
caracteres sexuais primários masculinos: Pênis, bolsa escrotal,
testículos, canais deferentes, próstata, etc.
A partir do nascimento, ao ser separado da placenta, as células de
Leydig interrompem a produção de testosterona e somente retornarão
a produzí-lo a partir da puberdade, desta vez sob estímulo do
hormônio Luteinizante (LH).
Sob estímulo do LH, durante todo o restante da vida, ocorrerá
produção de testosterona pelos testículos do homem. Durante a
puberdade este hormônio promove um significativo desenvolvimento
nos órgãos do aparelho reprodutor: Aumento de volume do pênis, da
bolsa escrotal, dos canais deferentes e das demais estruturas
internas. Desenvolvem-se também os caracteres sexuais secundários
do homem: Hipertrofia da laringe, tornando a voz mais grave;
crescimento dos ossos longos; aparecimento de pêlos na face e em
diversas outras regiões do corpo; maior deposição protéica na pele,
tornando-a mais espessa; maior síntese protéica muscular, tornando
estes tecidos mais hipertrofiados; calvície quando houver
predisposição genética para tal.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Formado pelas seguintes estruturas: Canal vaginal, útero, 2 tubas


uterinas e 2 ovários, ligados ao útero, de cada lado, através de
ligamentos ovarianos. Externamente, ao redor da abertura da vagina,
temos 2 lábios vaginais de cada lado e, anteriormente, um pequeno
tecido erétil chamado clitoris. Esta região externa é conhecida como
vulva.
A função do aparelho reprodutor feminino é receber os gametas
masculinos durante o ato sexual, propiciar as condições favoráveis à
fecundação, isto é, a união de um espermatozóide com um óvulo
(gameta feminino) formando um zigoto e, ocorrendo de fato uma
fecundação, possibilitar, durante vários meses, o desenvolvimento do
embrião e do feto até que este novo ser esteja em condições de viver
fora do corpo de sua mãe. Ainda assim, mesmo após o nascimento,
durante vários meses, a alimentação básica da criança depende de
nutrientes produzidos por sua própria mãe (leite materno). O
desenvolvimento das mamas, para que a produção de leite seja
possível, também depende de hormônios produzidos pelas gônadas
femininas.

OVÁRIOS:

Os dois ovários apresentam em seu estroma desde o nascimento,


aproximadamente, 300.000 folículos imaturos denominados folículos
primários. Cada folículo primário apresenta, em seu interior, um óvulo
ainda imaturo denominado oócito primário. A partir da puberdade, sob
influência de hormônios hipofisários (FSH), a cada mês,
aproximadamente, alguns (apenas alguns) dos centenas de milhares
de folículos passam por modificações suscessivas a cada dia,
passando por diversas fases: folículos primários - folículos em
crescimento - folículos veliculares - folículos maturos.

Os folículos, durante o crescimento, produzem uma considerável


quantidade do hormônio estrogênio.
Após alguns dias de constante crescimento os diversos folículos
atingem um grau máximo de desenvolvimento e passam a ser
denominados folículos maturos. Supostamente devido a uma alta
quantidade de estrogênio produzido pelos diversos folículos maturos,
a adenohipófise passa a secretar, subitamente, uma grande
quantidade do hormônio LH (Hormônio Luteinizante). Este fenômeno,
de aumento súbito na secreção do LH é conhecido como "pulso do
LH". O pulso do LH é um dos mais importantes fatores responsáveis
pela ovulação: Um dos diversos folículos maturos encontrados nos
ovários, de repente, sob influência da alta concentração de LH, rompe-
se e libera o óvulo para fora do ovário. A partir deste momento, todos
os demais folículos maturos passam, imediatamente, a entrar num
processo de degeneração, deixando de produzir estrogênio. Os
folículos, degenerando-se, transformam-se em tecido fibroso e
gorduroso denominado corpo albicans. Já o folículo que ovulou, sob
influência do LH, não se degenera imediatamente. Durante
aproximadamente 2 semanas sobrevive na forma de um corpo
amarelado conhecido como corpo lúteo. Durante estas 2 semanas, na
forma de corpo lúteo, produz grande quantidade de estrogênio e
progesterona. Passado este período, com a queda constante do LH,
também se degenera transformando-se em corpo albicans.
Com a degeneração do corpo lúteo caem significativamente os níveis
dos hormônio estrogênio e progesterona, que estavam sendo
produzidos pelo mesmo. A queda dos níveis destes 2 hormônios faz
com que a hipófise novamente passe a secretar quantidades
crescentes de FSH. O FSH promove, então, nos ovários o
desenvolvimento de novos folículos até então primários. Estes novos
folículos passam a crescer a cada dia, produzindo novamente
estrogênio e, tudo o que foi descrito nos parágrafos anteriores, passa
a acontecer novamente.

Estes eventos repetem-se aproximadamente a cada 28 dias durante


toda a vida fértil da mulher. A cada ciclo temos uma fase onde diversos
folículos se desenvolvem, produzindo estrogênio. Ao final desta fase
ocorre uma ovulação. A partir da ovulação entramos numa outra fase
onde predomina a existência de um corpo lúteo, que produz
estrogênio + progesterona.
A cada ovulação, um óvulo (ainda na fase de oócito secundário) ao ser
expulso do ovário, com muita probabilidade, acaba se aderindo a uma
das fímbrias que se encontram na extremidade de cada uma das
tubas uterinas. Aos poucos o óvulo vai se deslocando para o interior
da tuba e, desta, em direção à cavidade uterina. Não ocorrendo a
fecundação (o que geralmente ocorre), o óvulo morre antes de atingir
a cavidade uterina e o que resta do mesmo é expelido durante o fluxo
menstrual seguinte.

CICLO ENDOMETRIAL:

As alterações cíclicas hormonais descritas acima produzem alterações


bastante significativas no tecido que reveste internamente a cavidade
uterina (endométrio):

Durante a fase de desenvolvimento e crescimento dos diversos


folículos ovarianos, a cada ciclo, o estrogênio secretado por tais
folículos em crescimento estimula a ocorrência de uma proliferação
celular por todo o endométrio. As células endometriais se proliferam, o
endométrio torna-se mais expesso, os vasos sanguíneos dilatam-se
proporcionando um maior fluxo sanguíneo, as glândulas endometriais
desenvolvem-se tornando-se mais longas e tortuosas. Esta fase dura
aproximadamente 11 dias e é conhecida como fase proliferativa.
Passada a ovulação, entramos numa outra fase, caracterizada pela
intensa atividade secretória das glândulas endometriais. A secreção é
estimulada pelos altos níveis de progesterona, além de estrogênio,
ambos sendo secretados pelo corpo lúteo. Esta fase dura
aproximadamente 12 dias e é conhecida como fase secretória.

Como o corpo lúteo também se degenera, os níveis dos hormônios


estrogênio e progesterona caem provocando uma degeneração no
endométrio: os vasos sanguíneos se tornam espásticos, o fluxo
sanguíneo se reduz acentuadamente, as células endometriais
descamam-se, as glândulas endometriais deixam de secretar e um
sangramento constante ocorre fazendo-se fluir através do canal
vaginal. Tal fase, que dura aproximadamente 5 dias, é conhecida
como fase menstrual.

ESTROGÊNIO E PROGESTERONA:

A partir da puberdade e durante toda a vida fértil da mulher, enquanto


folículos se desenvolvem, a cada ciclo, em seus ovários verificamos
uma significativa produção de estrogênio. Cada vez que se forma um
corpo lúteo, também a cada ciclo, além de estrogênio ocorre também
produção de progesterona. Estes dois hormônios são muito
importantes no desenvolvimento e no adequado funcionamento do
sistema reprodutor feminino.

O estrogênio, a partir da puberdade, é o grande responsável pelo


desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos: Os
ossos longos crescem rapidamente até aos 16 anos, quando perdem
a capacidade de crescimento pela calcificação dos discos epifisários;
os ossos da pelve também crescem, alargando o canal pélvico; pêlos
pubianos aparecem; a vulva se desenvolve e passa a apresentar os
grandes e pequenos lábios vaginais; a parede vaginal se torna mais
resistente; o pH da vagina se torna mais ácido devido ao
desenvolvimento de bactérias saprófitas que passarão a habitar esta
cavidade; aumenta o volume da vagina, do útero e das tubas uterinas;
as mamas se desenvolvem e, em seu interior, acumulam-se tecido
gorduroso e fibroso, além de se desenvolverem células produtoras de
leite agrupadas em alvéolos, com ductos dirigidos em direção ao
mamilo. A cada ciclo, durante a vida reprodutiva da mulher, as
oscilações de estrogênio também causam modificações significativas
no endométrio, como as descritas acima.

A progesterona, cada vez que é secretada, promove uma intensa


atividade secretória no endométrio, preparando-o a receber um óvulo
fecundado para se implantar no mesmo. A secreção endometrial é rica
em carboidratos, aminoácidos, gordura e diversos minerais,
importantes para a nutrição embrionária durante a fase inicial da
gravidez.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

GRAVIDEZ
Durante toda a vida fértil da mulher, entre 13 aos 45 anos, a cada 28
dias, aproximadamente, um óvulo é expelido do ovário e atinge uma
das tubas uterinas.

O óvulo permanece vivo e em condições de ser fecundado durante um


período entre 8 a 24 horas.

Durante o ato sexual o aparelho reprodutor masculino, através do


pênis, ejacula um líquido contendo entre 200 a 400 milhões de
espermatozóides no interior da vagina. Os espermatozóides, então,
através de movimentos de sua cauda, movem-se através do canal
vaginal em direção à cavidade uterina e em direção às tubas uterinas.
Contribuem também para o deslocamento dos espermatozóides as
contrações rítmicas que ocorrem no canal vaginal, útero e tubas
uterinas durante a fase de excitação máxima no ato sexual feminino
(orgasmo).
A grande maioria dos espermatozóides morrem durante sua jornada,
tanto na cavidade vaginal como na uterina. Mesmo assim, poucos
minutos após o côito, algumas centenas ou alguns milhares de
espermatozóides atingem a tuba uterina. Os espermatozóides
permanecem vivos durante 24 a 48 horas. Se, durante este período,
um óvulo se encontrar também vivo em uma das tubas uterinas,
centenas de espermatozóides se aproximarão do mesmo. Na medida
em que uma grande quantidade de espermatozóides aproxima-se de
um óvulo, uma camada de células epitelióides que o envolvem (corona
radiata), aos poucos, vai se dispersando. Um dos motivos é a
liberação de enzimas proteolíticas liberadas pela cabeça dos
espermatozóides. Outro motivo seria a presença de secreção alcalina
na tuba uterina. Com tal dispersão a corona radiata vai se desfazendo
e a membrana do óvulo torna-se menos protegida, possibilitando a
penetração de um espermatozóide.
A partir do momento em que um espermatozóide atravessa a
membrana do óvulo, uma alteração química ocorre na mesma
impedindo a penetração de qualquer outra célula. O óvulo, então,
passa a ter 2 núcleos que neste momento são denominados pró-
núcleos (1 pró-núcleo masculino e 1 pró-núcleo feminino). Cada pró-
núcleo contém 23 cromossomas. Aproximam-se um do outro e
finalmente se fundem, formando um núcleo com 23 pares de
cromossomas.

O óvulo fecundado, a partir deste momento, passa a ser denominado


zigoto. As contrações uterinas empurram o zigoto, lentamente, em
direção à cavidade uterina.

Conforme o zigoto vai se deslocando em direção à cavidade uterina,


divisões celulares vão ocorrendo e, em menos de 1 semana, ao se
implantar no endométrio, teremos um conjunto de células, já se
diferenciando, denominado blastocisto. Surgem então as chamadas
células trofoblásticas que, por sua vez, iniciam a produção de um
importante hormônio: gonadotropina coriônica. As células
trofoblásticas sintetizam e secretam enzimas proteolíticas que digerem
substâncias secretadas pelo endométrio. Estas células também
fagocitam o produto da secreção endometrial e são grandes
responsáveis pela implantação do embrião na parede endometrial.
Aos poucos, durante as semanas seguintes, as células trofoblásticas
em conjunto com as células endometriais vão formando um tecido que
se constituirá, mais tarde, numa placenta. Portanto, enquanto não se
forma a placenta, a nutrição embrionária ocorre às custas das células
trofoblásticas - fase trofoblástica de nutrição embrionária.

O hormônio gonadotropina coriônica vai sendo secretado em


quantidades crescentes nas semanas seguintes até atingir um grau
mais elevado de secreção por volta da 12ª semana. A partir de então,
sendo produzido pela placenta, o nível de secreção cai
gradativamente até que, por volta da 20ª semana, permanece em
nível baixo até o final da gestação.
Enquanto é secretado em quantidade maior, pelas células
trofoblásticas, a gonadotropina coriônica estimula o corpo lúteo
(formado na ocasião da ovulação). O corpo lúteo então, sob estímulo
deste hormônio, se desenvolve, aumenta de volume e aumenta a
secreção dos hormônios estrogênio e progesterona. Estes dois
hormônios fazem com que o endométrio se prolifere e se desenvolva
ainda mais ao invés de se descamar. Consequentemente, a
menstruação não mais ocorre.
Aos 28 dias um coração primitivo já pulsa e o embrião, com menos de
1 cm. se desenvolve muito rapidamente.

Com 6 semanas, medindo entre 2 a 3 cm. de comprimento, apresenta


um sistema nervoso primitivo. Desenvolvem-se aparelho digestivo e
dedos nos pés e nas mãos.

Com 8 semanas o embrião se transforma em feto. A partir de então já


apresenta a forma humana. Apresenta também as estruturas internas,
embora imaturas, já formadas: fígado, rins, pulmões, baço, músculos,
etc. Nas semanas seguintes sofrerá um grande crescimento e
maturação das estruturas internas formadas durante a vida
embrionária.

Com 12 semanas, medindo entre 6 a 7 cm., apresenta ossos, os


músculos se contraem, e os órgãos genitais já são visíveis a uma
ultrassonografia.

A partir desta etapa uma placenta já está presente e a nutrição passa


a ser feita através da mesma, de forma muito mais eficiente do que
antes. A placenta proporciona uma troca gasosa entre o sangue fetal e
o materno (respiração placentária), passagem de nutrientes do sangue
materno ao fetal e excreção, do sangue fetal para o materno, das
diversas substâncias metabólicas que diariamente são produzidas
pelas células fetais e que devem ser continuamente eliminadas.

A placenta produz quantidades cada vez mais elevadas de hormônios


como estrogênio e progesterona, além de outros como lactogênio
placentário, somatomamotropina coriônica e gonadotropina coriônica
(estes em baixa quantidade).

O estrogênio, em alto nível de secreção, produz alterações bastante


significativas no corpo da gestante: O canal pélvico e o canal vaginal
tornam-se mais distensíveis, o útero aumenta bastante de volume, as
mamas se desenvolvem com aumento na deposição de gordura e de
nutrientes, além de um grande desenvolvimento das células
produtoras de leite.

A progesterona inibe as contrações uterinas e promove uma grande


deposição de nutrientes como carboidratos, gordura e aminoácidos
nos tecidos produtores de leite.

Aos 4 meses o feto pesa aproximadamente 110 g., e já demonstra


apresentar a percepção tátil e auditiva.
Aos 5 meses, com 300 g. de peso, aparecem pêlos e cabelos.
Movimenta-se mais intensamente (podendo-se perceber os pontapés).

Aos 6 meses (630 g.), o tato já é perceptível por toda a pele, ouve
bem melhor e aparecem as unhas.

A partir de 7 meses, com 25 cm. de comprimento, passa a ganhar


peso numa velocidade maior. Já chupa o dedo.

Com 8 meses já pesa cerca de 1.800 g., a cabeça se dirige para baixo
e os sistemas respiratório e digestório já se encontram quase prontos.

Com 9 meses seu peso é de aproximadamente 3.000 g. Sua estatura


de 50 cm. As mãos agarram com firmeza, brinca com o cordão
umbilical. Nesta fase já se encontra pronto para nascer. O hipotálamo
secreta, então, quantidades crescentes do hormônio ocitocina. A
placenta, envelhecida, reduz a secreção de seus hormônios,
principalmente a progesterona que, de certa forma, inibia as
contrações uterinas. Principalmente sob estímulo da ocitocina, o útero
se contrái cada vez com mais intensidade e frequência e assim dá-se
início ao trabalho de parto.

A mulher ganha, aproximadamente, 10 kg. durante a sua gravidez. Tal


ganho de peso se deve: feto - 3,0 kg.; útero - 0,9 kg.; placenta e
membranas - 0,9 kg.; mamas - 0,7 kg.; aumento de gordura, de
sangue, eletrólitos e líquido extra-celular - 4,1 kg.

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