Você está na página 1de 11

GÔNADAS

MASCULINAS e FEMININAS
E O SISTEMA REPRODUTOR

O Sistema Reprodutor apresenta função não homeostática. Formado pelas GÔNADAS


(testículos e ovários), os quais são as estruturas reprodutivas responsáveis pela produção de
gametas e de hormônios.
Essas células são 2n = 46 e produzem células n = 23 através da MEIOSE na
GAMETOGÊNESE (espermatogênese e ovogênese).

ESPERMATOGÊNESE

Células espermatogônias tipo A passam por um


período germinativo de mitose, em que se multiplicam.
No momento de preparação para a meiose, as
espermatogônias tipo B passam por um período de
crescimento, em que ficam maiores e se tornam
espermatócito primário. Passa por meiose I, vira
espermatócito secundário. Passa por meiose II e vira
espermátide. Ocorre a espermiogênese e essas
células tornam-se espermatozóides.

OVOGÊNESE
Ovogônia faz mitose e se multiplica. Passa
pelo crescimento celular e se torna ovócito
primário. Ao passar pela meiose I, torna-se
ovócito II. Passa por meiose II e se torna
óvulo. Apesar de serem formadas 4
células, apenas 1 é funcional, a qual
apresenta muito citoplasma que serve para
a fecundação. Só tem um para que o
direcionamento das gametas seja mais eficiente.

FECUNDAÇÃO: forma-se o zigoto, mas sua determinação sexual depende de 4 níveis de


classificação
1. Sexo cromossômico (critério citogenético)
- Definido pelo espermatozóide, o qual pode conter X ou Y
- O cromossomo masculino Y apresenta o gene SRY
2. Sexo gonadal (critério histológico)
- A gônada indiferenciada apresenta córtex e medula. Se
recebe o cromossomo Y com SRY, esse gene se
expressa na medula e ela se desenvolve, crescendo
como testículo.
- Sem SRY, o córtex da gônada indiferenciada se
desenvolve naturalmente em ovário
3. Sexo Anatômico Ductal (critéio anatômico interno)
- Em estágios indiferenciados, existe o ducto
mesonéfrico (Wolff) que é conectado à gônada primitiva, e há o
ducto paramesonéfrico (Muller).
- Com a presença de SRY, o testículo produz testosterona, a qual
age nos ductos de Wolff e faz com que eles se desenvolvam nos
órgãos internos masculinos, como ductos deferentes, ducto
ejaculatório, glândula seminal, próstata). Além disso, o testículo
produz HAM (hormônio anti mulleriano), o qual atua na
regressão do ducto de Muller, levando-o à degeneração.
- Sem SRY, o ovário se desenvolve, os ductos de Wolff
naturalmente entram em degeneração e os ductos de Muller
se desenvolvem, formando os canais internos femininos, como útero, tuba
uterina, vagina.
4. Sexo Anatômico Genital (critério anatômico externo)
- O broto genital indiferenciado recebe estímulo de testosterona, fazendo com
que sua porção superior cresça como um pênis e seus arredores se
desenvolvem como o escroto
- Sem testosterona, a porção superior involui para clitóris e os arredores viram
a vulva, lábios maiores e menores do pudendo.
Qualquer mabiguidade/divergência entre esses sexos leva a um estado intersexual, por
exemplo, a Síndrome Adrenocortical que apresenta ovário e pênis. + alterações no processo
de diferenciação por problemas cromossômicos (Síndrome de Turner e de Klinefelter),
quimera e mutações.
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Órgãos: testículo, epidídimo, ducto deferente, ducto
ejaculatório, glândula seminal, próstata, uretra e pênis.

TESTÍCULO
- Gônada masculina composta por túbulos
seminíferos
- Túbulos seminíferos apresentam lúmen com
espermatozóides, os quais são produzidos nas
suas paredes pela espermatogênese
continuamente.
- Células do testículo: células germinativas,
células de Sertoli e células de Leydig

As células de Sertoli têm sua população


estabelecida antes da puberdade, são estruturas com
núcleos piramidais e nucléolo evidente. Sua
proliferação e diferenciação dependem do FSH e do
T3. Seu número determina o tamanho do testículo e a
magnitude da produção espermática.
Funções das células de Sertoli:
● Fagocitose de restos citoplasmáticos na
espermiogênese
● Produção de fluido testicular dentro do túbulo
seminífero para transporte dos espermatozóides
● Nutrição e sustentação das células germinativas
● Barreira hematotesticular ou barreira de células de Sertoli com junções oclusivas que
impedem o contato entre o sangue e as células germinativas mais maduros (tanto
agentes nocivos que poderiam gerar mutações quanto anticorpos que não
reconhecem as células).
● Produção do HAM (fator inibidor dos ductos de Muller)
● Produção de inibida, regulação dos hormônios na espermatogênese

As células de Leydig são encontradas fora do túbulo seminífero, no interstício, e são


responsáveis pela produção de hormônios, sobretudo de testosterona e de
diidrotestosterona.

Controle Hormonal no testículo


Eixo hipotálamo-hipófise-gônadas
GnRH (hormônio liberador das gonadotrofinas) → Adeno Hipófise (LH e FSH,
gonadotrofinas) → Testículos (testosterona, inibina, ABP)
- LH: hormônio luteinizante. No homem, também é chamado de ICSH (hormônio
estimulante das Leydig
Através do complexo HR (hormônio receptor), o LH estimula as células de Leydig a
secretarem testosterona. Esse hormônios é distribuído pelo organismo através do
sangue e confere as características masculinizantes, além de estimular a
espermatogênese e a maturação das células germinativas
Feedback negativo testo/LH: hipófise produz LH, aumentando a produção de
testosterona nas células de Leydig e, assim, sua concentração plasmática. Quando
chega na hipófise, diminui a secreção de LH = quanto mais testosterona, menos LH
- FSH: hormônio folículo estimulante
Estimula as células de Sertoli pelo complexo HR a produzirem ABP (proteína ligadora
de andrógenos, a qual irá reter a testosterona nos túbulos seminíferos. O FSH também
estimula a meiose I dos espermatócitos primários (início da espermatogênese)
Feedback negativo inibina/FSH: inibina das células de sertoli atua na hipófise,
diminuindo a produção de FSH para estimular menos as células de sertoli = quanto
mais inibina, menos FSH.

DUCTO EFERENTE: líquido com espermatozóides direcionados do testículo ao epididimo.


EPIDÍDIMO: responsável pela maturação e pelo armazenamento dos espermatozóides,
tornando-os móveis e capacitados para liberarem enzimas digestivas acrossomais
DUCTO DEFERENTE: armazenamento dos espermatozóides e os mantém férteis por 30
dias. Se não forem usados, são reabsorvidos
VESÍCULA SEMINAL: glândula secretora. Secreção mucosa com frutose, ácido cítrico,
prostaglandinas e fibrinogênio, sêmen volumoso com material
nutritivo. Este conteúdo é lançado no DUCTO
EJACULATÓRIO.
PRÓSTATA: glândula que secreta o líquido ralo e leitoso com
pH entre 6,5 e 7,5, com citrato e cálcio. A cápsula da glândula
se contrai durante a ejaculação, jogando o líquido prostático e
juntando ao sêmen da glândula seminal. O líquido prostático
aumenta o pH seminal, deixando-o levemente alcalino (7,5),
algo importante para a motilidade e para a fertilidade dos
espermatozóides.
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS ou de Cowper: secreta pequena quantidade de líquido
que serve para neutralizar o pH e lubrificar o pênis e a vagina.
● SÊMEN: pH médio de 7,5, é a junção de espermatozóides com o líquido seminal
(oriundo das glândulas seminais 60%, próstata e glândulas bulbouretrais, e canais
deferentes).
- Como já mencionado, é uma secreção mucosa com frutose, ácido cítrico,
prostaglandinas e fibrinogênio, sêmen volumoso com material nutritivo.
- As prostaglandinas agem no muco do colo do útero, tornando-o mais receptivo,
e ajuda nas contrações peristálticas reversas, que favorecem a entrada dos
espermatozóides.
- Existe uma enzima coaguladora prostática que age no fibrinogênio, formando
um coágulo de material ejaculado, permitindo a agregação dos
espermatozóides ao saírem ao meio externo. Após 15/20 minutos da
ejaculação, o coágulo se dissolve por ação da enzima FIBRINOLISINA,
liquefaz o sêmem, assim, a mobilidade dos espermatozóides é aumentada.
- Volume do ejaculado: 3,5 mL de líquido seminal contendo 400 milhões de
espermatozóides
Reação acrossômica do espermatozóide
- O ovócito apresenta uma dupla camada protetora: CORONA
RADIATA que é um aglomerado de células derivadas do
folículo ovariano e a ZONA PELÚCIDA, uma camada
gelatinosa ao redor do ovócito.
- O acrossomo tem enzimas digestivas e quando o ápice do
espermatozóide toca na superfície do ovócito, há o estímulo
para a secreção delas, a fim de abrir caminho. Assim, alguns
espermatozóides quebram a barreira da corona radiata,
outros quebram a zona pelúcida, até que 1 chega e toca o
ovócito mesmo, liberando seu núcleo ali. A membrana do
ovócito sofre uma mudança imediata, a fim de impedir a entrada de outro
espermatozóide. O núcleo masculino e feminino se fundem.

Sensações sexuais masculinas


- Órgãos sensitivos terminais na glande do pênis: bem sensíveis às sensações sexuais.
Mandam as informações pelo nervo pudendo, chega à medula espinhal, e vai ao
cérebro como uma sensação sexual
- Elemento psíquico: estímulo que aumenta/potencializa a capacidade sexual do
indivíduo (sistema nervoso autônomo). É importante, mas não é necessário para a
ereção e para a ejaculação, pois a estimulação local já é suficiente. Sabe-se isso, pois
o indivíduo com medula espinhal seccionada (sem conexão cérebro e glande) tem
ereção e ejaculação, mesmo sem ter sensação.

Etapas do ato sexual masculino:


1. Ereção: impulsos PARASSIMPÁTICOS
(porção sacral da medula) com o
neurotransmissor óxido nítrico = há
dilatação das artérias penianas cavernosas,
chega o fluxo sanguíneo com alta pressão
nos corpos cavernosos (tecido erétil) que
apresenta vários vasos sinusóides. O
sangue entra, espalha e aumenta o volume
dos vasos, tendo tumefação do pênis,
devido ao revestimento fibroso
2. Lubrificação: impulsos
PARASSIMPÁTICOS chegam às glândulas bulbouretrais e uretrais, estimulando a
secreção do muco que flui pela uretra e auxilia na lubrificação do coito.
3. Emissão: impulsos SIMPÁTICOS permitem a junção dos líquidos e dos
espermatozóides na próstata, que contrai e mistura tudo.
4. Ejaculação (projeção do sêmen): impulsos SIMPÁTICOS fornecem uma contração
rítmica dos órgãos genitais masculinos internos, dos músculos isquiocavernosos e
dos músculos bulbocavernosos (base do pênis). Contração muscular e ductal = jato.
5. Resolução: relaxamento muscular e os ductos se recompõe.

TESTOSTERONA: hormônio de maior ação masculinizante. Quando entra na célula alvo,


é convertida em diidrotestosterona (adição de um H2), a qual comanda as ações
intracelulares = ação em receptores intracelulares nucleares = proteína nuclear que ativa o
processo de transcrição e posteriormente a produção de proteínas específicas.

Efeitos da testosterona na puberdade:


- Crescimento do testículo e do pênis (órgãos sexuais)
- Distribuição de pelos corporais sem padrão
- Hipertrofia da mucosa laríngea, proeminência laríngea que engrossa a voz
- Aumento da espessura da pele para aumentar a resistência
- Músculos aumentam em 50% em relação às mulheres
- Crescimento ósseo e deposição de íons cálcio

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


Órgãos: ovários, tubas uterinas (fímbrias), útero,
vagina, colo do útero, clitóris, vestíbulo da vagina.

Resposta sexual feminina


- Estimulação mecânica e psicológica = ativação
do Sistema Nervoso Autônomo
- Inchaço e alongamento do clitóris, tecido erétil
que fica cheio de sangue
- Terminações sensitivas no clitóris aumentam o nível de excitação
- Durante o ato sexual, há a ereção mamilar, secreção vaginal viscosa e lubrificante
- Com o orgasmo, há contrações rítmica da vagina e do útero

Dentro do ovário (gônada): produz óvulos e hormônios.


Apresenta FOLÍCULOS PRIMORDIAIS (1), regiões
ovarianas com células reprodutoras em estado imaturo
relativo, OVÓCITOS I. Ainda no período fetal, a mulher já
tem o ovário passando por meiose, fazendo com que
milhares de células reprodutoras femininas já estejam em
prófase I no momento do nascimento, ou seja, já
nascemos com muitos ovócitos primários dentro dos
folículos primordiais. Durante toda a infância, acredita-se
que as células da granulosa ofereçam nutrição para o
óvulo e secretam um fator inibidor da maturação do
oócito. Temos milhares desses folículos primordiais, sendo que nenhum novo é formado
durante a vida. Estão todos armazenados, podendo ficar nesse estado para sempre, ou
alguns que são convertidos. Assim, alguns folículos primordiais crescem e se tornam
FOLÍCULOS PRIMÁRIOS (2). Todo mês eles se desenvolvem em FOLÍCULOS
SECUNDÁRIOS (3), crescem e acumulam líquido folicular. Esse líquido é produzido pelas
células da zona granulosa e se acumula para promover uma pressão para expelir o ovócito.
Quanto mais crescem e mais acumulam líquido, torna-se um FOLÍCULO MADURO (Graaf,
4), o qual vai expelir o ovócito II na ovulação (ovocitação). Cerca de 400 a 500 dos ovócitos I
serão convertidos em OVÓCITOS II durante a puberdade por influência hormonal do FSH, 4
horas antes da ovulação. Sai tanto o ovócito quanto o líquido, o que sobra naquele folículo
irá acumular gordura no interior, sendo chamado de CORPO LÚTEO ou amarelo (5). Esse
é um corpo glandular, produtor de hormônios que, depois de certo tempo, regride/involui,
tornando-se uma cicatriz esbranquiçada, os CORPOS ALBICANS (6).
Imagens: folículo secundário e maduro.

Eixo hipotálamo-hipófise-ovário
● Hormônio hipotalâmico liberador das gonadotrofinas: GnRH
● Hormônios gonadotróficos da adeno hipófise: LH luteinizante que estimula a formação
do corpo lúteo, e FSH estimula o crescimento do folículo
● Hormônios ovarianos: estrogênio (produzido a partir do
folículo primário e do secundário) e progesterona
(produzido a partir do corpo lúteo)
Os hormônios hipofisários gonadotróficos são
glicoproteicos, portanto, são hidrossolúveis e se transportam
livremente no plasma. São produzidos ciclicamente com
elevação e diminuição de FSH e de LH, gerando variações
ovarianas cíclicas.

CICLOS FEMININOS: ciclo menstrual - ciclo ovariano e ciclo


uterino
Ocorrem ao mesmo tempo: fase folicular ocorre junto à fase
menstrual e à proliferativa e a fase lútea junto à fase secretora

❖ CICLO OVARIANO: dura 28 dias e apresenta 2 fases:


● FOLICULAR: do dia 1 ao dia 14 com o desenvolvimento do folículo
1. Desenvolvimento dos folículos primordiais independentemente entre si. A cada
mês, algumas dezenas deles por influência
hormonal, sobretudo do FSH, tornam-se
folículos primários, crescem e desenvolvem 3
regiões:
- TECA: mais externa
- GRANULOSA: média
- ZONA PELÚCIDA: mais interna
Elas vão envolver o ovócito, além da corona radiata que ficaria entre a zona
pelúcida e a camada granulosa.
Durante o folículo primordial e primário é a fase pré antral
2. A grande diferença entre o folículo primário (multilaminar) e secundário ocorre
nessa fase, em que é criada uma cavidade na camada granulosa chamada
ANTRO (fase antral precoce), a qual vai armazenar o líquido de pressão que
é produzido pelas células da granulosa. Quanto mais vai crescendo o antro,
mais líquido cabe e vai enchendo o folículo. Até que chega no folículo maduro
e toda a região que tinha células granulosas é substituída pelo antro com
líquido (fase antral tardia).
3. Apenas 1 folículo secundário, chamado de dominante, irá tornar-se maduro.
Os 11 restantes passam pelo processo de atresia e involuem. Até então, os
ovócitos I estavam estacionados em prófase I desde o nascimento. Quando
chega ao folículo maduro e por influência do FSH, 4 horas antes da ovulação,
a meiose I termina, tornando-se ovócito II.
4. O ovócito II vai entrar em meiose II e termina esse processo quando o
espermatozóide toca na sua parede. Torna-se portanto óvulo. Ou seja, o óvulo
é um período celular muito pequeno, dura apenas quando o espermatozóide
toca na parede até a junção dos núcleos feminino e masculino para a formação
do zigoto.
5. Assim, o que o ovário libera é o ovócito II, o óvulo vai aparecer só na tuba
uterina durante esse período de tempo. Para liberar, há a pressão do líquido
dentro do folículo maduro e a atuação do LH nas células da teca, fazendo com
que elas se fragilizem e assim, tenha o rompimento do folículo, liberando o
ovócito II. Esse será capturado pelas fímbrias da tuba uterina e direcionado ao
útero.
A partir da liberação do ovócito II, inicia-se a fase lútea
● LÚTEA: do dia 14 ao dia 28 com alterações do corpo lúteo
1. Desenvolvimento do que resta no folículo maduro para o corpo lúteo, células
granulosa e da teca são transformadas em células luteínicas na luteinização.
O corpo lúteo vai começar a atuar como glândula, produzindo e secretando
estrógeno (estradiol) e progesterona.
2. Se houver fecundação, o corpo lúteo é mantido produzindo progesterona que
mantém a parede do útero íntegra. Durante a gestação, o corpo lúteo vai ser
mantido pelo hCG, produzido pelo embrião em desenvolvimento.
Sinciciotrofoblasto -> hCG -> corpo lúteo -> progesterona -> endométrio
*sem fecundação, ele regride a corpo albican, porque reduz a progesterona, tendo a
menstruação

❖ CICLO UTERINO - 3 fases


● MENSTRUAL: do 1° ao 5° dia, houve regressão do corpo lúteo, que leva à
diminuição da produção de estrógeno e de progesterona. Como o endométrio
é mantido pela progesterona, ele passa a se deslocar nas paredes uterinas e
há o rompimento de vasos, tendo SANGRAMENTO. Existe uma ajuda do
organismo para evitar um sangramento tão intenso, tendo vasoconstrição
● PROLIFERATIVA: do 5° ao 14° dia, há um trabalho uterino para a
recomposição do endométrio que depende da ação de estrógeno, produzido
pelos folículos secundários. O estrógeno atua na parede endometrial:
aumenta o número de vasos sanguíneos e as ramificações e desenvolve
glândulas na região endometrial.
● SECRETORA: do 14° ao 28° dia, há a eliminação do ovócito II no 14° dia.
Assim, há a formação do corpo lúteo e a secreção de progesterona, hormônio
importante para garantir o ótimo desenvolvimento da reconstituição
endometrial, realizando:
- Aumento do tamanho das glândulas uterinas
- Promoção de intensa ramificação arterial
- Estímulo às glândulas secretarem um líquido rico em glicogênio, útil
para um eventual embrião que chegue ali
- Estímulo para as glândulas secretarem um muco que tampa o colo do
útero e impede a entrada de agentes patogênicos que possam
atrapalhar a nidação
*O embrião, quando nida na parede, precisa ser nutrido (glicogênio) e protegido dos
microorganismos (muco tampão).
- Nessa etapa, o útero começa a se preparar novamente para a chegada
de um embrião, aumentando os vasos, líquido, muco… tudo por ação
da progesterona do corpo lúteo que fica na expectativa que ocorra
fecundação.
Se há fecundação, o embrião envia hCG, mantendo o corpo lúteo vivo e produzindo
progesterona durante os primeiros 3 meses. Depois desse tempo, a placenta assume essa
produção. Sem embrião, não há hCG e o corpo lúteo regride, começando outro ciclo uterino.

Alterações hormonais no ciclo ovariano


● FASE FOLICULAR INICIAL E MÉDIA: regressão do corpo lúteo
- Queda na produção de estrógeno e de progesterona, tendo o
descolamento das paredes uterinas
- Há um leve aumento de FSH e de LH pela hipófise por feedback
- Com o aumento do FSH, há crescimento e proliferação da camada granulosa
e do folículo
- Com o aumento do LH, as células da camada
teca (mais externa da granulosa) crescem também. O LH
age nessas células de modo a aumentar a produção de
andrógenos, os quais são quebrados pela enzima
aromatase na camada granulosa
- Esse aumento de estrógenos gera um
feedback negativo no hipotálamo e na hipófise e
aumenta o número de receptores para LH nas células da
zona granulosa (a serem usados posteriormente)
- Folículos produzem inibida, tendo feedback
negativo sobre o FSH

Hipotálamo tem aumento de GnRH = aumento de LH e


de FSH na adenohipófise
FSH: desenvolvimento folicular (granulosa) e aumenta
inibida (granulosa) = feedback negativo FSH
LH: aumenta andrógenos (teca), aumentando
estrógenos (granulosa) = feedback negativo FSH e LH e
desenvolvimento folicular
Tanto a inibina quanto o próprio estrógeno vão agir para
um feedback negativo de FSH e de LH.

● FASE FOLICULAR TARDIA


- Aumento do estrógeno gera feedback positivo
sobre o hipotálamo e sobre a hipófise
- Pico de LH e de FSH (sobretudo LH). O LH no
folículo dominante age nas células glandulares,
promovendo 3 ações: 1. final da meiose I dos
ovócitos, formando os ovócitos II e corpúsculo polar
por sinalização parácrina nas células granulosas; 2.
rompimento da parede do folículo através de enzimas e da sinalização
parácrina (ovulação); e 3. age nas células da zona granulosa e nas células da
teca, promovendo diferenciação em células do corpo lúteo.

● FASE LÚTEA
- O corpo lúteo produz e secreta muita
progesterona, estrógeno e inibina.
Isso tudo promove um feedback
negativo na adeno hipófise e no
hipotálamo, tendo queda de FSH e de
LH.
- Corpo Lúteo para de produzir e passa só
a secretar, diminuindo de tamanho e
tornando corpo albican = há queda de
estrógeno e de progesterona =
MENSTRUAÇÃO

Dia 1: no útero, há menstruação, então o endométrio está


cagado, tudo sangrando e destruído. Como a menstruação
ocorre pelo fim do corpo lúteo, então significa que não tem
hormônios. Logo, a adeno hipófise libera LH e FSH. No
ovário, está tendo crescimento folicular tranquilo,
desenvolvendo as camadas do folículo e tudo mais. Com o
fim da fase menstrual, o útero começa a se reconstruir para
poder receber um potencial embrião, recebe os hormônios
fruto do aumento de FSH e de LH. Mas como eles aumentam
na circulação, há um feedback negativo para eles
(diminuindo entre os dias 5 e 14). No final da fase folicular,
algo faz com que aumento de estrógenos determine um
feedback positivo, tendo ainda mais FSH e LH. Assim há um
PICO que é responsável pelo término da meiose I, ovulação (folículo maduro expulsa o
ovócito II) e transição para a fase lútea e secretora. O corpo lúteo se forma e o útero vai
ficando mais receptivo ao embrião. Como o corpo lúteo aumenta muito o nível dos hormônios,
há um feedback negativo sobre o FSH e o LH. Sem o embrião para produzir hCG, também
tem queda de progesterona e de estrógeno produzidas pelo corpo lúteo, assim há a
menstruação ocorra, tudo recomeça e o corpo lúteo regride a corpo albican.
Outros efeitos dos hormônios femininos:
● ESTRÓGENO na puberdade promove características sexuais secundárias:
- Alargamento do quadril
- Crescimento ósseo
- Deposição de gordura nas mamas, quadris e nádegas
● Ausência de estrógeno na menopausa:
- Encolhimento das mamas e genitais naturalmente
- Ondas de calor (climatério)
- Aumento do risco de doenças coronarianas e de fraturas ósseas (osteoporose)

GESTAÇÃO
Durante a gestação, nos 3 primeiros meses o corpo lúteo é mantido por ação do hCG
(gonadotrofina coriônica), uma vez que esse corpo produz a progesterona responsável pela
manutenção do endométrio. A beta hCG é produzida por células mais externas do embrião
(trofoblasto). Após 3 meses, surge a placenta, a qual produz estrógeno e progesterona.
Assim, diminui o hCG, há degradação do corpo lúteo e sua regressão a corpo albican.
Ação da progesterona na gestação:
- Aumento do tecido glandular mamária
- Supressão da contração muscular uterina
- Mantém a fase secretora uterina, a fim de manter o endométrio bem
Ação do estrógeno na gestação:
- Desenvolvimento de ductos e de gordura nas mamas por onde sai o leite
- Estimula a secreção de PRL pela adeno hipófise para produção de leite de qualidade
- Estimula contrações da musculatura lisa uterina

PARTO
Trabalho de parto consiste em contrações uterinas que são percebidas por receptores
de estiramento da parede uterina e encaminhadas à neuro hipófise, onde há estímulo para a
secreção de ocitocina. Esse é o hormônio do parto, o qual vai agir diretamente na contração
intensa do músculo uterina e indiretamente pela liberação de prostaglandinas no útero,
também tendo contrações. Assim, quanto mais contrai, mais os
mecanorreceptores são estimulados, mais ocitocina é liberada e
mais contrações têm = feedback positivo até a expulsão do feto.

AMAMENTAÇÃO
A sucção do mamilo pelo bebê causa estímulo de receptores
táteis que encaminham a informação ao hipotálamo, tendo secreção
de PRHs (TRH e serotonina) e inibição de PIHs (GAP e dopamina),
a fim de aumentar a atividade das células neurossecretoras e ter
mais secreção de PRL e do, assim, do leite pelos alvéolos
mamilares (parede revestida por células glandulares produtoras de
leite, fica ali armazenado até a contração das células mioepiteliais e
poder ser encaminhado pelo ducto lactífero para o bebê). Com isso,
também há maior liberação de ocitocina pela neurohipófise = ejeção
do leite.

Você também pode gostar