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Sistema reprodutor masculino

Fisiologia – caso 3
túbulos seminíferos
As funções reprodutoras masculinas podem ser Gametogênese e secreção de hormônios
divididas em três grandes divisões: sexuais
Conjunto de túbulos com fundo cego, são
organizados em lóbulos dentro do testículo.
Os espermatozoides produzidos nos túbulos
seminíferos não estão 100% prontos, precisa
ocorrer uma maturação.
Produção do gameta, determinação sexual do
hormônio masculino no embrião, características Epidídimo
primárias e secundarias do sexo masculino,
Desenvolvimento da capacidade da mobilidade (18
diferença fenotípica do sistema reprodutor,
a 24 horas)
envolve participação hormonal.
Os espermatozoides vão adquirir a capacidade
de nadar, no epidídimo, à medida que sai da
Túbulo seminíferos → Ductos deferentes → cabeça do epidídimo, passa pelo corpo para na
Epidídimo → Vesícula seminal → adentra na região da cauda e parte do ducto deferente vão
próstata → Forma os ductos ejaculatórios → ficar armazenados, com estímulos oportunos
Uretra prostática → Uretra peniana para o vão ser ejetados pelos túbulos seminíferos
espermatozoide sair para o meio externo. deferente, se junta com os fluidos da vesícula
seminal, secreta mucosa e outros produtos que
vão dá condições de nutrir e líquidos prostáticos
Testículos que também, tem função importante para a
Testículos vai ter a produção dos gametas e manutenção da sobrevida da mielinidade da
hormônios masculinizantes, principalmente sobrevivência desse espermatozoide fora do
testosterona. Pequenas quantidades de outros corpo.
hormônios também são liberadas, como estradiol. O sêmen vai ser ejaculado pela uretra peniana.

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Próstata O espermatozoide é produzido continuamente,
diariamente. Os hormônios masculinos são
Secreta líquido leitoso, levemente alcalino,
regulados a cada hora para garantir uma
contendo cálcio, fosfato, enzima de coagulação
gametogênese e a produção de hormônio.
(mantêm o sêmen nas regiões profundas da
vagina) e uma prófibrinolisina (espermatozoide Célula precursora dos gametas é a célula
fica muito móvel) germinativa primordial, os meninos quando
nascem, não tem as espermatogônias ainda, eles
têm células germinativas, que tem o potencial
Vesículas seminais que quando chega na puberdade se transforma
Secreta material mucoso contendo frutose, em espermatogônia., que aparece na puberdade.
ácido cítrico e prostaglandinas Posição do testículo – depois de 2 ou 3 anos o
testículo tem que descer, porque as células
germinativas que ficam no testículo masculino
Canal deferente infantil têm um potencial cancerígeno muito
Estocagem do espermatozoide (estado inativo) grande. Se ela fica em um ambiente dentro do
canal inguinal ou em locais que tem uma
temperatura maior, ela tem um potencial
cancerígeno porque as células que estão lá, são
pluripotentes.
Espermatogênese – Fatores hormonais
Somente a partir da puberdade, de fato, quando
começa a produzir hormônios masculinos, a
TESTOSTERONA: essencial para o crescimento célula germinativa se divide e começa a produzir
e a divisão das células germinativas testiculares espermatogônia que são as células troncos dos
gametas masculino adultos.
A espermatogônia se divide por mitose. Se
HORMÔNIO FOLÍCULOESTIMULANTE: estimula divide, prolifera, prolifera, prolifera e as células da
as células de Sertoli (conversão das espermatogônias quando se diferenciar para
espermátides em espermatozoides) formar um gameta, de fato masculino no final.
Espermatogônia temos a formação do
HORMÔNIO LUTEINIZANTE: estimula as células espermatócitos primário.
de leydig a secretar testosterona Há espermatogônia é uma célula de 46
cromossomos, várias mitoses ocorrem e na
última mitose forma o espermatócitos primários.
ESTROGÊNIOS: formados a partir da
testosterona pelas células de Sertoli A partir do espermatócitos primário vai ter a
(espermiogênese) meiose 1, formação do espermatócitos 2, vai ter
23 fitas duplas.
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO: controla as
funções metabólicas basais dos testículos

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Testículos – A gônada masculina

Os testículos tem um epitélio germinativo,


estratificado, sendo que eles são extremamentes
organizados.
Dentro do túbulo seminífero, a espermatogônia
Continua a meiose, e a quantidade do material tem que ficar na base.
genético no final fica N° fita simples. O espermatócito primário tem que subir
Graças a meiose ocorre o crossing over que é Espermátide tem que ficar no topo ate
a variabilidade genética que ocorre com os desvincular como espermatozoide.
gametas. Tem uma quantidade reduzida de
cromossomos pela metade. Quem orquestra a organização das células são
as células de Sertoli.. Sartolli da nutriente a
A imagem retrata o tempo de formação do gameta, vai da barreira hematocircular, produz
espermatozoide que na fase 1 são 64 proteína de ligação andrógeno (garante que
espermatozoides. dentro do túbulo seminífero tenha altas
Espermatogênese dura em torno de 2 meses. concentrações de testosterona, essa
Se começar a produção de espermatozoide testosterona elevada é determinante para
hoje, esses espermatozoides que começaram a espermatogênese) assim como estrógeno.
ser produzido só finaliza em torno de 72 dias.
Mas, os espermatozoides são produzidos
diariamente. Os testículos são constituídos de: túbulos
seminíferos (80% da massa testicular) e tecido
Ocorre uma onda de síntese de intersticial (vasos sanguíneos e células produtoras
espermatozoides, todos os lóbulos em uma certa de testosterona (células de Leyding)
etapa da espermatogênese. Isso garante a
produção contínua. Os túbulos seminíferos são constituídos por dois
tipos de células: as germinativas (grande poder
proliferativo) e as de Sertolli.

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Células de Laydig tem receptores para LH
O LH age em Laydig estimulando síntese de
testosterona e o FSH age em Sertoli estimulando
toda as funções das células de Sertoli, conversão
de testosterona em estradiol pela enzima
aromatase.
Aromatase é quem converte testosterona em
estradiol, produz proteínas de ligação andrógena,
produção de inibina
As espermátides estão adjacentes ao lúmen dos Produção de inibina – feedback negativo para o
túbulos seminíferos e são envolvidas pelo eixo-hipófise-testículo, vai inibir FSH
citoplasma das células de Sertoli;
Outros fatores de crescimento que vão ajudar
A íntima junção entre as células de sertoli e o no processo de espermatogênese e na saúde
espermatozoide em desenvolvimento, permite a do testículo, estimulando atividades de algumas
passagem de substâncias (nutrientes, glicose, células.
testosterona);
Estímulos do LH produz testosterona que
O citoplasma da célula de Sertoli fornece o quando liberado na circulação sanguínea faz o
ambiente adequado para a maturação das células feedback negativo bem especifico para o LH
germinativas.
Existe uma pulsatilidade, na hora que o FHS está
mais aumentado, o Lh está mais baixo.
As células de Leydig – não está dentro do túbulo O FSH aumentado estimula Sertoli, que secreta
seminífero, se encontra do lado de fora. Ela inibina e inibina inibe o FSH.
produz testosterona.
Enquanto inibi o FSH, o LH tem a oportunidade
A testosterona sai dos agrupamentos da célula de agir estimulando a testosterona
de Leydig, entra no túbulo seminífero e lá vai
fornecer as funções ou invés de entrar no
túbulo, sai da circulação sanguínea para fornecer A lâmina basal, todo epitélio precisa de uma
os efeitos biológicos da testosterona. lâmina basal. A célula epitelial é o Sertoli. Nessa
A lâmina basal separando o ambiente dentro do lâmina basal tem algumas células e no intesticio
túbulo seminífero e intersticial, onde tem a célula que tem tecido conjuntivo tem Laydig.
de Laydig, célula de Laydig do lado de fora e Por conta de a célula produzir proteína de
célula de Sertoli do lado de dentro do túbulo ligação a andrógeno, a testosterona se liga a
junto com alguns gametas e espermatozoides proteína e as concentrações de testosterona faz
terminando de ser formado do polo apical da as difusões, apesar do local ter mais testosterona,
célula de Sertoli. ela facilita a passagem.
Sertoli tem receptores FSH (produzido na
hipófise)
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A importância de quem faz uso de anabolizante Além da testosterona, DI-
a base de testosterona exógena. Acontece que, HIDROTESTOSTERONA E
com a testosterona exógena, você inibiu a ANDROSTENEDIONA;
produção do LH endógeno e bloqueia a
Os testículos também contêm a enzima
produção e essa testosterona que está no
aromatase, a qual converte testosterona em
sangue não entra. Ocorre uma baixa de
estradiol (principal estrogênio em seres
testosterona não ocorre adequadamente a
humanos).
espermatogênese. A espermatogênese fica
comprometida porque não tem produção
endógena de testosterona. A testosterona é derivada do colesterol, é um
a espermatogônia tem o mesmo DNA que as hormônio esteroide
células somáticas, quando produz o A Di-hidrotestosterona é mais potente.
espermatócito primário, ele já tem uma
combinação genética diferente do individuo A testosterona age nos seus receptores, e a Di-
original. Então ele passa pela barreira, os hidrotestosterona age 3 vezes mais é mais
espermatozoides ficam em um ambiente eficiente.
imunologicamente protegido. Quem faz a diferenciação sexual da genitália
externa é a di-hidrotestosterona, a testosterona
sozinha não da conta.
O termo “androgênio” significa qualquer
hormônio esteroide que tenha efeitos A 5α-reductase age nos tecidos perifericamente
masculinizantes. essa enzima pode ser encontrada fora dos
testículos, na pele, genitália, próstata, para o
Andrógeno é usado por todas as substâncias desenvolvimento da genitália masculina.
produzida por nós e coletivamente confere
caracteres masculinizantes. A aromatase converte testosterona em estradiol,
acredita-se que muitos efeitos por exemplo, no
Andrógenos temos: testosterona, DI- osso a testosterona é a conversão em estradiol.
Hidrotestosterona, androstenediona. Eles são Os efeitos da testosterona tecido de gordura há
endógenos. uma conversão de testosterona em estradiol na
Ambos os sexos produzem androgênios e região, aumentando os níveis de estradiol, por
estrogênios; exemplo, nesses indivíduos podendo levar a
impotência sexual.
Nos homens, a maior parte da testosterona é
secretada pelos testículos, entretanto, cerca de
5% provem do córtex da adrenal;
A testosterona é convertida nos tecidos
periféricos em seu derivado mais potente, ADI-
HROTESTOSTERONA (DHT);

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Vias de controle dos esteroides sexual
Os caminhos que regulam a reprodução
começam com a secreção de hormônios
peptídicos, proteicos e glicoproteínas produzidos
pelo hipotálamo e adeno-hipófise. Esses
hormônios tróficos controlam a secreção dos
esteroides sexuais, incluindo andrógenos e
estrógenos. Praticamente, NÃO é produzida testosterona
durante a infância, até cerca das idades de 10 a
13 anos
É importante a secreção da testosterona para a
diferenciação sexual, um ser embrião se
desenvolvendo, se vai ser homem ou mulher,
A produção da testosterona começa no
precisa de testosterona.
hipotálamo que secreta Hormônio Liberador da
Gonodatrofinas, vai para adeno-hipófise nas O embrião masculino produz a testosterona para
células gonadotrofos, o gonadotrofos secreta a diferenciação sexual.
gonadotrofinas, que libera FSH e LH.
Mesmo durante a vida fetal, os testículos são
No testículo o FSH vai agir na Sertoli e o LH em estimulados pela Gonadotropina Coriônica,
Leydig e estimula Laydig a produzir testosterona proveniente da placenta, a produzir quantidades
que converte em estradiol porque expressa a moderadas de testosterona por todo o período
aromatase. de desenvolvimento fetal e por 10 semanas ou
mais, após o nascimento.
A produção de testosterona aumenta
rapidamente, sob estímulo dos hormônios
gonadotrópicos da hipófise anterior, no início da
puberdade, permanecendo assim pela maior
parte do resto da vida, diminuindo após os 50
anos e caindo para 20% a 50% dos valores
máximos, aos 80 anos.
A testosterona durante a infância é silenciada e
retomado o eixo ativo na puberdade. Para ser
silenciado ocorre estímulos neurais vão esta o
tempo todo inibindo a ação do hipotálamo para
fazer a pulsatilidade do GnRH.
A secreção dos hormônios sexuais depende de
um eixo endócrino.

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LH e FSH são hormônios glicoproteicos, a Efeito na distribuição dos pêlos corporais: púbis,
testosterona é um hormônio esteroide.
face, tórax, dentre outras
Quando o hormônio é proteico normalmente ele
vai agir de acordo com o tecido alvo.
Aumento da taxa metabólica basal: anabolismo
proteico, aumentando a quantidade enzimas
Funções da testosterona
Desenvolvimento fetal: desenvolvimento das Efeito no equilíbrio hídrico e eletrolítico: aumento
características do corpo masculino, incluindo a na reabsorção de Na+ (volume de sangue e
formação do pênis e do saco escrotal; também líquido extracelular aumentam de 5% a 10% em
atua na descida dos testículos relação ao peso corporal). Retenção hídrica.

Padrão da calvície masculina: herança genética +


Metabolismo da testosterona: síntese e
grandes quantidades de hormônios androgênicos
armazenamento

Desenvolvimento muscular: elevação na


quantidade de proteínas

Aumento das hemácias: aumento do


metabolismo. Não interfere na eritropoetina

Efeito na voz: hipertrofia da mucosa laríngea e


alargamento da laringe São lipofílicos ou lipossolúveis (=hidrofóbicos), ou
seja, difundem-se facilmente através das
membranas, tanto para fora da célula de origem,
Aumenta a espessura da pele e pode contribuir quanto para dentro das células-alvo;
para o desenvolvimento de acne: rigidez dos
tecidos subcutâneos e secreção excessiva pelas Não são armazenados em vesículas – Sintetizam
glândulas sebáceas seus hormônios de acordo com a sua
necessidade;
Quando um estimulo ativa a célula endócrina,
Aumento da matriz óssea e indução na retenção precursores que existem no citoplasma são
de cálcio: anabolismo proteico rapidamente convertidos em hormônios ativos.

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ativa o sistema nervoso autonômico
parassimpático.
Disfunção Erétil
Quando libera acetilcolina nos vasos cavernoso, a
É a “incapacidade recorrente de obter e manter vasodilatação ocorre nas artérias helicinas, ela
uma ereção que permita atividade sexual
leva o sangue para os espaços cavernosos.
satisfatória”.
Quando a artéria se dilata, o corpo cavernoso fica
mais preenchidos de sangue, há um aumento do
fluxo sanguíneo e existe um desvio desse
A DE não constitui uma doença, mas sim, uma
sangue para o corpo esponjoso e ele também
manifestação sintomatológica de patologias
fica mais preenchido de sangue. Há uma
isoladas ou associadas
congestão vascular e acaba comprimindo a saída,
as veias dorsais vão receber menos fluxo de
sangue e isso mantem a ereção.
Ereção
Um mediador extremamente importante é o
Eventos do Sistema Nervoso Central Estímulo
óxido nítrico (NO), porque ele é um vasodilatador.
psicogênico é gerado através de estímulos
visuais, táteis e fantasias sexuais. O óxido nítrico aumenta o AMP-cíclico e a
manutenção desse amp-cíclico vai garantir a
Para um melhor EREÇÃO desempenho da
ereção peniana.
ereção, esses dois estímulos agem em conjunto.
O óxido nítrico é produzido pelo endotélio e o
quando tem o AMP-cíclico garante a
Eventos do Sistema Nervoso Periférico O vasodilatação.
estímulo é conduzido pelo nervo pudendo até o
A congestão sanguínea se não for retornado a
centro reflexo da medula, que contém o sistema
normalidade após o coito, pode ocorrer a
nervoso autônomo parassimpático, cujo estímulo
necrose (priapismo).
leva à vasodilatação das artérias penianas,
permitindo um maior fluxo de sangue para os
corpos cavernosos. O momento da excitação aumenta a atividade
colinérgica e adrenérgica e ao longo do percurso
a medula vai diminuindo o estimulo
parassimpático e vai aumenta o tônus simpático.
O aumento do tônus simpático é importante
para contração da musculatura lisa para induzir a
contração vasculares das artérias helicinas,
reduzindo a congestão sanguínea e o pênis fica
flácido novamente.
O estimulo que leva a excitação pode ser
mecânico ativando as vias sensitivas, o nervo
somático pudendo. O nervo pudendo é ativado
que vai para medula sacral e esse arco reflexo

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Uma serie de fatores interferem negativamente Etiologia relacionada à drogas: Fumo (alterações
nesse mecanismo e estão associados à de tais morfológicas do endotélio, estresse oxidativo e
como: hipertensão arterial sistêmica, diabetes diminuição de NO), álcool (aumento da ereção e
mellitus, tabagismo, dislipidemia, doenças do desejo sexual pela ação vasodilatadora /
neurológicas, distúrbios hormonais, uso crônico sedação, diminuição da libido)
de alguns medicamentos e distúrbios
Etiologia Neurológica: doença de Parkinson
psicológicos.
(tratamento farmacológico), demências, doenças
desmielinizantes e lesões medulares em níveis
que afetam a ereção e/ou a ejaculação.
FISIOPATOLOGIA DA DISFUNÇÃO
ERÉTIL Etiologia relacionada à intervenção urológica:
câncer de próstata (prostatectomia) relação com
Etiologia Psicológica: o procedimento cirúrgico, fatores psicológicos e
- Ansiedade de desempenho; a idade dos pacientes

- Transtornos psiquiátricos (ansiedade e


depressão); A HAS pode estar diretamente relacionada à
- Conflitos no relacionamento. diminuição da quantidade de óxido nítrico (NO),
substância essencial para a ereção peniana
Etiologia Orgânica:
- Endócrinas;
Glicação não enzimática de proteínas e liberação
- Neurológicas; de radicais livres que reagem com o NO gerando
- Relacionadas a drogas; um potente oxidante (peroxinitrito)
- Intervenções urológicas; - Causas vasculares;
Combinação de ambas. A testosterona e o DHT estimulam a expressão
do gene NOS, o que aumenta os seus níveis de
NO – importante vasodilatador
Etiologia vascular: doença traumática arterial, a
aterosclerose e a hipertensão arterial sistêmica
(HAS) – diminuição de NO e interferência
hemodinâmica (medicamentos antihipertensivos)

Etiologia Endócrina: Diabetes Mellitus (glicação


não-enzimática de proteínas que se depositam
na camada subendotelial), Síndrome Metabólica
(aumento da enzima aromatase) e alterações dos
hormônios sexuais

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Resumo Silverthon cap. 26 – Sistema produção de hormônios não é tão sensível à
reprodutor masculino temperatura quanto a produção de
espermatozoides. Como os testículos que não
REPRODUÇÃO MASCULINA descem são propensos a se tornarem
O trato genital masculino é constituído de cancerígenos, a saúde pública recomenda que
testículos, genitália interna (glândulas acessórias e sejam levados para o escroto via tratamento
ductos) e genitália externa. A genitália externa com testosterona ou, se necessário,
consiste no pênis e no escroto, uma estrutura cirurgicamente.
em forma de saco que contém os testículos. A O desenvolvimento fetal da próstata, como o da
uretra atua como uma via comum de passagem genitália externa, está sob o controle da DHT. A
para o esperma e a urina, embora isso não descoberta do papel da DHT no crescimento da
ocorra simultaneamente. A uretra está situada ao próstata levou ao desenvolvimento da finasterida,
longo da parte ventral do eixo do pênis e é um inibidor da enzima 5α-redutase, que
circundada por uma coluna de tecido esponjoso, bloqueia a produção de DHT. Esse fármaco foi o
chamada de corpo esponjoso. O corpo primeiro tratamento não cirúrgico para a
esponjoso e duas colunas de tecido, hiperplasia prostática benigna.
denominadas corpos cavernosos, constituem o
tecido erétil do pênis.
O escroto é um saco externo para dentro do Os testículos produzem espermatozoides
qual os testículos migram durante o e hormônios
desenvolvimento fetal. A sua localização externa
Os testículos humanos são estruturas pares
à cavidade abdominal é necessária, pois o
ovoides com cerca de 5 cm por 2,5 cm.
desenvolvimento normal dos espermatozoides
requer uma temperatura de 2 a 3°C inferior à Os testículos possuem uma cápsula externa
temperatura corporal. Os homens que possuem fibrosa resistente que envolve uma massa de
quantidade limítrofe ou baixa de túbulos seminíferos enrolados, agrupados em
espermatozoides. cerca de 250 a 300 compartimentos. Entre os
túbulos seminíferos existe um tecido intersticial,
A falha na descida de um ou de ambos os
onde ficam os vasos sanguíneos e as células
testículos é conhecida como criptorquidismo e
intersticiais de Leydig produtoras de
ocorre em 1 a 3% dos recém-nascidos
testosterona. Os túbulos seminíferos constituem
masculinos. Em cerca de 80% dos casos de
aproximadamente 80% da massa testicular de
criptorquidismo, o testículo descerá
um homem adulto. Cada túbulo individual tem 0,3
espontaneamente mais tarde. Aquele que
a 1 metro de comprimento, e, se todos fossem
permanecer no abdome durante a puberdade se
esticados e colocados ponta a ponta.
torna estéril e não será capaz de produzir
espermatozoides. Os túbulos seminíferos deixam os testículos e se
unem, formando o epidídimo, um ducto único
Ainda que os testículos criptorquídeos percam o
que forma um cordão firmemente enovelado na
seu potencial de produzir espermatozoides, eles
superfície da cápsula testicular. O epidídimo
podem produzir androgênios, indicando que a
origina o vaso deferente, também conhecido
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como ducto deferente. Esse ducto passa para compartimento basal na face basolateral da célula
dentro do abdome, onde finalmente desemboca de Sertoli e o líquido intersticial externo à lâmina
na uretra, a passagem da bexiga urinaria para o basal. Devido às barreiras entre esses
meio externo. compartimentos, o líquido luminal tem uma
composição diferente do líquido intersticial, com
baixas concentraçõesde glicose e altas
Túbulos seminíferos concentrações de K+ e de hormônios esteroides.
Os túbulos seminíferos são o local de produção
de espermatozoides e contêm dois tipos de
células: espermatogônias, em diversos estágios Células de Sertoli
de desenvolvimento de espermatozoides e as A função das células de Sertoli é regular o
células de Sertoli, que são células de suporte. desenvolvimento dos espermatozoides. Outro
O desenvolvimento dos espermatócitos ocorre nome das células de Sertoli é células
em colunas, da borda externa do túbulo em sustentaculares, pois elas dão sustento, ou
direção ao lúmen. Entre cada coluna existe uma nutrição, às espermatogônias em
única célula de Sertoli que se estende da borda desenvolvimento.
externa até o lúmen do túbulo. Circundando o As células de Sertoli produzem e secretam
lado de fora do túbulo existe uma lâmina basal proteínas que vão desde hormônios, como a
que atua como uma barreira, impedindo que inibina e a ativina, a fatores de crescimento,
certas moléculas grandes do líquido intersticial enzimas e a proteína ligadora de androgênios
entrem no túbulo, mas permitindo que a (ABP, do inglês, androgen binding protein). A ABP
testosterona entre facilmente. As paredes é secretada no lúmen dos túbulos seminíferos,
basolaterais das células de Sertoli repousam onde se liga à testosterona. A testosterona ligada
sobre a lâmina basal, criando um compartimento à proteína é menos lipofílica e não pode se
basal entre as células e a lâmina. difundir para fora do lúmen tubular.
As extremidades apicais das células de Sertoli
estão voltadas para o lúmen. As células de Sertoli
adjacentes de um túbulo são unidas umas às Células intersticiais
outras por junções oclusivas que formam uma As células intersticiais (células de Leydig),
barreira adicional entre o lúmen do túbulo e o localizadas no tecido intersticial entre os túbulos
líquido intersticial que fica do lado de fora da seminíferos, secretam testosterona. Elas tornam-
lâmina basal. Essas junções oclusivas algumas se ativas inicialmente no feto, quando a
vezes são chamadas de barreira testosterona é necessária para determinar o
hematotesticular porque funcionalmente se desenvolvimento das características masculinas.
comportam como os capilares impermeáveis da Após o nascimento, as células tornam-se inativas.
barreira hematencefálica, restringindo o Na puberdade, elas retomam a produção de
movimento de moléculas entre compartimentos. testosterona. As células intersticiais também
A lâmina basal e as juncões oclusivas criam três convertem parte da testosterona em estradiol.
compartimentos funcionais: o lúmen tubular, o

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Quando os espermatócitos alcançam a
extremidade luminal das células de Sertoli, eles
sofrem duas divisões e se tornam espermátides.
As espermátides permanecem inseridas na
membrana apical das células de Sertoli enquanto
completam a sua transformação em
espermatozoides, o que envolve a perda de
grande parte do seu citoplasma e o
desenvolvimento de uma cauda flagelada.
As mitocôndrias produzem energia para o
movimento do espermatozoide e se
concentram na peça intermediária do corpo do
espermatozoide, junto com os microtúbulos que
se estendem para dentro do flagelo. O resultado
é a formação de um gameta pequeno e móvel
que tem pouca semelhança com a espermátide
Produção de espermatozoides que o originou.
As espermatogônias, células germinativas que Os espermatozoides são liberados dentro do
sofrem divisão meiótica para dar origem ao lúmen dos túbulos seminíferos, junto ao líquido
espermatozoide, são encontradas agrupadas secretado. A partir daí, estão livres para se
próximo à extremidade basal das células de mover para fora dos testículos. O processo todo
Sertoli, no lado interno da lâmina basal dos de desenvolvimento – da divisão da
túbulos seminíferos. Neste compartimento basal, espermatogônia até a liberação do
elas sofrem mitose para dar origem a células espermatozoide – ocorre em cerca de 64 dias.
germinativas adicionais. Algumas Em qualquer momento, regiões diferentes dos
espermatogônias permanecem aqui para dar túbulos contêm espermatócitos em diferentes
origem a futuras espermatogônias. Outras estágios de desenvolvimento. O escalonamento
espermatogônias iniciam a meiose e se dos estágios de desenvolvimento permite que a
diferenciam em espermatócitos. produção de espermatozoides permaneça
À medida que os espermatócitos se diferenciam praticamente constante, a uma taxa de 200
em espermatozoides, eles movem-se em milhões de espermatozoides por dia.
direção ao lúmen do túbulo seminífero, sendo Os espermatozoides recém-liberados a partir das
continuamente circundados pelas células de células de Sertoli ainda não estão maduros e são
Sertoli. As junções oclusivas da barreira incapazes de nadar. Eles são empurrados para
hematotesticular se rompem e se formam fora do lúmen tubular por outros
novamente ao redor das células que estão espermatozoides e pelo fluxo de massa do
migrando, assegurando que a barreira líquido secretado pelas células de Sertoli. Os
permaneça intacta. espermatozoides completam a sua maturação
durante os cerca de 12 dias de transporte no

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epidídimo, auxiliados por secreções proteicas das A espermatogênese é um processo bastante
células epididimais. difícil de ser estudado in vivo ou in vitro, e os
modelos animais disponíveis não refletem com
precisão o que ocorre nos testículos dos seres
A espermatogênese requer humanos. Por essas razões, será necessário
gonadotrofinas e testosterona algum tempo para que possamos dizer com
certeza como a testosterona e o FSH regulam
O hormônio hipotalâmico GnRH promove a a espermatogênese.
liberação de LH e FSH da adeno-hipófise. O FSH
e o LH, por sua vez, estimulam o testículo. As
gonadotrofinas foram originalmente Os androgênios influenciam as
denominadas por seus efeitos nos ovários, características sexuais secundárias
porém os mesmos nomes foram mantidos nos
homens. Os androgênios têm diversos efeitos no corpo
além da gametogênese. Esses efeitos são
A liberação do GnRH é pulsátil, com picos a cada
divididos em características sexuais primárias e
1,5 hora, e a liberação do LH segue o mesmo
secundárias. As características sexuais primárias
padrão. Os níveis de FSH não são tão são os órgãos sexuais internos e a genitália
obviamente relacionados à secreção do GnRH, externa, que distinguem os homens das
uma vez que a secreção do FSH também é
mulheres. Como você já aprendeu, os
influenciada pela inibina e pela ativina.
androgênios são responsáveis pela diferenciação
O FSH tem como alvo as células de Sertoli. da genitália masculina durante o desenvolvimento
Diferentemente dos ovócitos, as células embrionário e pelo seu crescimento durante a
germinativas masculinas não possuem puberdade.
receptores de FSH. Em vez disso, o FSH As características sexuais secundárias são outras
estimula nas células de Sertoli a síntese de
características que distinguem os homens das
moléculas parácrinas, que são necessárias à
mulheres. A forma do corpo do homem é
mitose das espermatogônias e à
algumas vezes descrita como um triângulo
espermatogênese. Além disso, o FSH estimula a
invertido, com ombros largos e quadris estreitos.
produção da proteína ligadora de androgênios e
O corpo da mulher, em geral, tem forma de
da inibina.
pera, com quadris largos e ombros estreitos. Os
O alvo principal do LH é a célula intersticial (célula androgênios são responsáveis por traços
de Leydig), que produz testosterona. Por sua vez, masculinos típicos, como o crescimento de barba
a testosterona faz retroalimentação e inibe a e de pelos corporais, desenvolvimento muscular,
liberação de LH e de GnRH. A testosterona é espessamento das pregas vocais tornando a voz
essencial para a espermatogênese, porém as mais grave e efeitos comportamentais, como o
suas ações parecem ser mediadas pelas células desejo ou impulso sexual, também chamado de
de Sertoli, que possuem receptores de libido.
androgênios. Os espermatócitos não possuem
Os androgênios são hormônios anabólicos que
receptores de androgênios e não podem
promovem a síntese proteica, o que dá a eles o
responder diretamente à testosterona.
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nome comum de esteroides anabolizantes. O seu
uso ilícito por atletas ocorre amplamente, apesar
dos possíveis efeitos colaterais adversos, como
tumores no fígado, infertilidade e agressividade
excessiva (“raiva esteroide”). Um dos efeitos
colaterais mais interessantes é a dependência
dos esteroides anabólicos. Os sintomas
relacionados à interrupção da sua ingestão estão
associados a mudanças comportamentais, que
incluem depressão, psicose ou agressividade.
Esses transtornos psiquiátricos sugerem que a
função encefálica humana pode ser modulada
pelos esteroides sexuais, assim como ocorre
com a função encefálica de outros animais.
Felizmente, muitos efeitos colaterais dos
esteroides anabólicos são reversíveis assim que
seu uso é descontinuado.

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