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Bases Morfofuncionais da Medicina – Gametogênese: Espermatogênese e Ovogênese

1. GAMETOGÊNESE 1.1 – ESPERMATOGÊNESE

É o processo de formação dos gametas


TÚBULO SEMINÍFERO
masculinos (espermatozoides) e dos
Ocorre no túbulo seminífero, dentro
gametas femininos (óvulos).
dos testículos.
Ocorre a produção de células
haploides, com a redução do número

de cromossomos da célula para a


metade, na função de produzir os

gametas, por meio da meiose.

Para que tal processo ocorra, é


necessário:

- Uma duplicação de DNA;

- Divisão celular primária: Meiose I:


apresenta a fase inicial (Prófase I)

prolongada, para que ocorra o


crossing-over, que permite aumento

da variabilidade genética. Separa os


cromossomos homólogos.

- Divisão celular secundária: Meiose II:


Um túbulo seminífero é dividido em
responsável pela separação das
três regiões:
cromátides irmãs.
- Lúmen: região central;
O processo de formação dos gametas
- Epitélio Seminífero: rico em células
masculinos é conhecido como
epiteliais;
espermatogênese, enquanto a dos
gametas femininos é conhecida como - Células mióides: células que
ovogênese. apresentam as características de uma
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célula muscular, como a contração. TECIDO CONJUNTIVO


Responsáveis pela contração do lúmen SEMINÍFERO
e pela liberação do líquido produzido
Localizado entre os túbulos
neste local.
(intertúbulo). Neste tecido, existem
vasos sanguíneos, vasos linfáticos e as
EPITÉLIO SEMINÍFERO
Células de Leydig: produção de
Epitélio / Células Espermatogênicas:
testosterona.
responsáveis pela produção dos

espermatozoides. PRINCIPAIS CÉLULAS

Células de Sertoli: comanda todos os ESPERMATOGÔNIAS: são as células

eventos que ocorrem entre as células mais superficiais vistas abaixo, com

espermatogênicas. Absorvem os núcleos redondos. Sofrem o processo

corpos residuais do processo. de mitose. Portanto, uma célula desta


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origina duas células filhas idênticas à ESPERMATÓCITOS SECUNDÁRIOS: são


original. Após um certo número de semelhantes aos espermatócitos

mitoses – que varia de acordo com a primários, mas apresentam um núcleo


espécie – essa célula passa a sofrer o menor em função da redução dos

processo de meiose. cromossomos. Sofrem a MEIOSE II, na


qual ocorre a separação das
ESPERMATÓCITOS PRIMÁRIOS:
cromátides irmãs e originam as
Sucessores da espermatogônia,
espermátides.
apenas pelo crescimento, são os que
sofrem o processo de MEIOSE I, onde ESPERMÁTIDES: células que não

há a separação dos cromossomos sofrem processos de divisão celular,


homólogos. Esse processo gera duas mas sim processos de alongamento

células filhas denominadas de dos núcleos para a formação do


espermatócitos secundários. espermatozoide. Cabe ressaltar que a
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partir de um espermatócito primário, Ocorrem, durante esse período:

são originadas quatro espermátides.


- Surgimento e alongamento da cauda.

Um centríolo é responsável pela sua


FORMAÇÃO DO
formação e o outro forma um anel em
ESPERMATOZOIDE
torno da cauda, responsável por
No esquema acima, é observado a
demarcar o final da ocupação
transformação da espermátide em um
mitocondrial;
espermatozoide. A presença das

mitocôndrias é importante para que - Criação da vesícula acrossômica por

haja energia para movimentação da meio do grânulo acrossômico, até a

cauda do gameta, enquanto o formação do acrossomo (área

Complexo de Golgi armazena densamente ocupada pelas enzimas);

substâncias produzidas pelo Retículo


- Posicionamento das mitocôndrias no
celular. Este último é extremamente
anel próximo à cauda;
importante para o armazenamento de
- Achatamento do núcleo, deixando de
proteínas e enzimas responsáveis pela
ter um formato arredondado, para
penetração do gameta no óvulo, no
conferir hidrodinâmica ao gameta;
momento da fecundação.
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Com a formação do espermatozoide, - A duplicação do DNA é uma fase


sempre existe a sobra e excreta do necessária pois vão existir duas

citoplasma não utilizado. As Células de divisões seguintes a este processo


Sertoli são responsáveis pela absorção (Meiose I e Meiose II). Durante a

destes corpos residuais. Meiose I, o espermatócito primário


origina dois espermatócitos
A cauda do espermatozoide é dividida
secundários por meio da separação
em peça intermediária (mitocôndrias),
dos cromossomos homólogos.
peça principal (cabeça) e peça final
Durante a Meiose II, os espermatócitos
(cauda). Em algumas literaturas
secundários originam duas
observa-se o termo ‘colo’ para tratar
espermátides por meio da separação
da parte que conecta a peça principal
das cromátides irmãs. Neste
ao restante do gameta, sendo a parte
momento, a divisão celular cessa e a
mais frágil da célula.
formação dos espermatozoides se dá
O tamanho dos espermatozoides varia por meio da diferenciação celular.
de 65 a 70 micrômetros.
- O espermatozoide (n) possui metade

CONSIDERAÇÕES FINAIS do número de cromossomos da célula


original (2n)
- Uma ejaculação possui cerca de 200
milhões de espermatozoides. - A junção dos gametas masculinos
com o feminino forma uma célula
- Cada cromossomo no espermatócito
diploide com 46 cromossomos (2n).
primário apresenta duas cromátides

irmãs e dois cromossomos homólogos.


PLOIDIA DAS CÉLULAS

- Os cromossomos homólogos fazem Espermatogônias: 2n


Cresc.
crossing-over no espermatócito
Espermatócito I: 2n
primário.
R! I
Espermatócito II: n
- Uma célula diploide humana
R! II
apresenta 46 cromossomos (2N). Espermátide: n
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1.2 – OVOGÊNESE

Processo de formação do gameta


feminino. No corte acima, pode-se

observar, à esquerda, a denominada


zona cortical e, à direita, zona medular.

A zona cortical é preenchida por

folículos ovarianos nos ovários da


mulher desde o início da vida.

FOLÍCULO PRIMORDIAL: Conjunto do


ovócito I envolvido por uma camada
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de células foliculares. Sua célula é A partir de certo tamanho, o Folículo


achatada, possuindo epitélio Primordial passa a ser chamado de

pavimentoso em seu revestimento. O Folículo Primário Unilaminar.


ovócito I já é existente em mulheres
FOLÍCULO PRIMÁRIO UNILAMINAR:
desde seu nascimento. A ovogônia
Consiste ainda no ovócito I envolto por
(que seria a célula análoga à
uma camada de células foliculares,
espermatogônia) só é encontrada na
mas, desta vez, cúbicas, que
fase intrauterina, sendo raríssimos
aumentam de tamanho e se
seus encontros no pós-nascimento.
proliferam.

É envolto em um tecido conjuntivo


FOLÍCULO PRIMÁRIO MULTILAMINAR
denominado estroma, que tem a

função de nutrir a célula. Ovócito I envolto em várias camadas


de células foliculares. A partir do
A liberação de estrógeno e
momento em que estas formam um
progesterona promove o crescimento
grande conglomerado de células, o
do folículo primordial por meio do
seu conjunto passa a se chamar células
aumento das células foliculares,
da granulosa (apenas quando em um
transformando-as em células epiteliais
Folículo Primário Multilaminar).
cúbicas, antes, pavimentosas.
Neste momento, começa a
organização do estroma ao redor do

Folículo. Cabe ressaltar que não é


possível misturar o tecido epitelial

(células da granulosa) com o tecido


O ovócito, entretanto, não altera conjuntivo (estroma), sendo estes
significativamente seu tamanho. Cabe separados por uma membrana
ressaltar que pode existir mais de um glicoproteica denominada de lâmina
folículo crescendo ao mesmo tempo. basal.
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Na medida em que o Folículo aumenta FOLÍCULO MADURO (DE GRAAF):


de tamanho, existe uma lâmina Folículo com o antro no tamanho

semelhante que separa o ovócito das máximo. A partir desse momento, o


células da granulosa, denominada de ovócito, que estava no centro do

zona pelúcida. Folículo, é deslocado para a sua


periferia.
Quando as células da granulosa
começam a secretar líquidos, ocorre o

surgimento de espaços entre estas


células. Portanto, além de crescer, o

Folículo cria este espaço, denominado


de antro, dando origem à nova fase.

FOLÍCULO SECUNDÁRIO OU
Até este momento, o ovócito I se encontra
FOLÍCULO ANTRAL:
estagnado na fase da Prófase I.

Em comum ao Folículo Primordial, o


Folículo Maduro (de Graaf) ainda
apresenta o ovócito I. Portanto, ainda não
sofreu divisão celular até a formação deste
último.

Compõe o Folículo Maduro: ovócito I,


Neste momento, o estroma já se antro significativo, camada granulosa,

encontra organizado. Suas células são lâmina basal e tecas.

subdivididas em tecas. A teca interna é Corona Radiata: conjunto de células


a mais próxima da camada granulosa, granulosas que rodeia o ovócito I no
enquanto a teca externa é a mais Folículo Maduro. Suas células permitem a
distante. A função da teca é cobrir o comunicação e a nutrição do ovócito I.

Folículo. O antro vai aumentado seu Para a nutrição deste, os nutrientes são

tamanho até atingir seu máximo. obtidos por meio do tecido conjuntivo
(tecas), uma vez que o epitélio não é
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vascularizado e o conjuntivo sim. a segunda se chama Primeiro


Portanto, o produto deve passar do Corpúsculo/Glóbulo Polar. O ovócito II
conjuntivo (tecas) para a granulosa e, por inicia o processo da Meiose II, mas é
fim, para o ovócito I. estacionado na Metáfase II, em função da
secreção de substâncias inibidoras de
O ovócito I não pode ser fecundado, uma
meiose pela Corona Radiata. Portanto,
vez que apresenta 46 cromossomos
conclui-se que a célula que sai durante a
(diploide), estagnados em prófase.
fecundação e é fecundada é o ovócito II.
A manutenção do ovócito I em Prófase I
ocorre em função da secreção de
substâncias inibidoras de meiose que
passam do tecido conjuntivo para as
células granulosas, pelo Cumulus

oophorus, Corona Radiata e, por fim, no


ovócito I. Entretanto, é possível haver
produção de substâncias inibidoras nas
células da granulosa.

Cumulus oophorus: é a região responsável

por manter o ovócito I e sua Corona


Radiata no restante das células da
granulosa. Um pouco antes da ovulação, o
cumulus se desfaz, libertando o ovócito I e

a Corona Radiata das células da granulosa.


Uma vez que essa ligação for rompida, as
substâncias inibidoras de meiose não
conseguem mais chegar no ovócito,
libertando-o para completar a divisão
celular.

Neste momento, o ovócito I realiza a


Meiose I e origina duas células filhas. A
primeira célula é denominada ovócito II e
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As mulheres liberam apenas um ovócito IV. O espermatozoide é uma célula


por ovulação, portanto, não é necessária pequena e móvel, enquanto o ovócito
uma grande população de ovogônias é uma célula grande, que não
entrando em mitose (fase pré-natal).
apresenta mobilidade.
Durante a fase intrauterina, há a
multiplicação de ovogônias até seu final. V. Quanto à constituição

Sendo assim, a mulher já nasce com cromossômica, existem dois tipos de


milhares de ovócitos primários. espermatozoides: 23X (ou 22+X) e 23Y

(ou 22 + Y). Já a mulher produz apenas


DIFERENÇAS ENTRE OS
um tipo de gameta quanto à
PROCESSOS
constituição cromossômica: 23X.
I. A espermatogênese é um processo
contínuo, enquanto a ovogênese está
relacionada e é determinada de acordo

com o ciclo reprodutivo da mulher.

II. Na espermatogênese, cada célula


precursora (espermatogônia) produz

quatro espermatozoides (célula final).


Na ovogênese, cada ovogônia dá

origem a apenas um ovócito, além de


células inviáveis denominadas

corpúsculos polares.

III. A produção dos gametas


masculinos é um processo que se

estende até a velhice, enquanto a


produção de gametas femininos cessa
com a menopausa.

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