Você está na página 1de 104

MATERIAL COMPLEMENTAR

Bioquímica Clínica

Profa. Dra. Renata Zani


Diagnóstico e monitoramento do diabetes melito

 Diabetes tipo 1 – Sistema imunológico ataca, equivocadamente, as células beta. Logo, pouca
ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em
vez de ser usada como energia.

 Diabetes tipo 2 – Organismo não consegue usar, adequadamente, a insulina que produz, ou
não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
 Hipoglicemia.
 Hiperglicemia.

Fonte: Pixabay.
Diabetes gestacional

 Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, ocorrem mudanças hormonais.


A placenta, por exemplo, produz os hormônios que reduzem a ação da insulina; o pâncreas,
tenta compensar este quadro, aumentando a produção de insulina.
 Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre; consequentemente, ocorre o
aumento do nível de glicose no sangue.
 Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose pode ocorrer a macrossomia
fetal e, consequentemente, partos traumáticos e, até, a obesidade e diabetes na
vida adulta.

Fontes: Pixabay.
Quais são os fatores de risco?

 Idade materna mais avançada e gestação múltipla (gravidez de gêmeos);


 Ganho de peso excessivo durante a gestação;
 Sobrepeso ou obesidade;
 Síndrome dos ovários policísticos;
 Histórico familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
 História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
 Hipertensão arterial na gestação.
 O diabetes pode ser diagnosticado usando-se a glicose no plasma venoso ou hemoglobina
glicada (HbA1c).

 A HbA1c é uma forma modificada de hemoglobina, cuja concentração reflete a concentração


de glicose predominante durante um período de tempo.

Hemoglobina

Glicose

HbA1C (hemoglobina contendo


derivado de glicose ligado
de modo não enzimático)
Fonte: Adaptado de: Baynes & Dominiczak (2019).
Teste de Tolerância à Glicose (TOTG)

 O teste de tolerância à glicose também é um importante exame de monitoramento glicêmico.


 (75 g de dextrose).
 Dosagem em intervalos de,
aproximadamente, 30 min. durante 2 h.
 Diabetes – 200 mg/dℓ, 2 h após a dose
provocativa de dextrose oral.

Fonte: Murphy et al. (2019).


Doença hepática

Viral: Ocasionadas por bactérias ou parasitas:


 Hepatite A, B, C, D e E;  Leptospirose;
 Vírus Epstein-Barr;  Tuberculose;
 Citomegalovírus;  Calazar (leishmaniose visceral);
 Herpes simples.  Amebíase;
 Malária.

Helmíntica:
 Ascaridíase;
 Esquistossomose.
Induzida por fármacos/toxinas: Doença do trato biliar/obstrução:
 Álcool;  Tumores;
 Fármacos;  Cálculos biliares;
 Venenos.  Doença hepática policística;
 Fibrose hepática congênita.

Autoimune:
 Hepatite autoimune;
 Cirrose biliar primária.
Doença hepática – Hepatite C

Sintomas
Sequência de alterações
sorológicas da hepatite C

Exposição Anti-VHC
ALT

RNA do VHC

0 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
Meses Anos
Doença hepática induzida pelo álcool

 Hepatopatia alcoólica. B Encefalopatia hepática

 Hepatopatia esteatótica. Icterícia


Telangiectasia facial
Hálito hepático
 Cirrose.
Nervos araneiformes
Varizes esofágicas
 (A) Esteatose hepática. Microscopia eletrônica Perda de massa
muscular
Ginecomastia
Esplenomegalia
onde os citoplasmas dos hepatócitos estão Alterações fibróticas Cabeça de Medusa
distendidos por gordura, deslocando os núcleos do fígado periumbilical
para a periferia. Ascite Eritema palmar

(B) Manifestações clínicas da cirrose. Hemorroidas


Fonte: Adaptado de: Grossman & Porth (2015).
A Atrofia dos
testículos

Púrpura

Edema
INTERVALO
Bioquímica Forense

 Perícia criminal é a atividade de cunho técnico-científico, prevista no Código de Processo


Penal, que visa a analisar os vestígios.

Vítima e suspeito

Fontes: Pixabay.
Bioquímica Forense

 É indispensável para a elucidação de crimes.


 Condenar os suspeitos de crimes.
 Inocentar as pessoas que foram presas injustamente.
 Descrever qual é o tempo de morte (através da análise de ácidos produzidos pela
decomposição de ossos e músculos).
 Metodologia utilizada na(o) morte/crime (intoxicação, envenenamento).
 Perícia ambiental.
Bioquímica Forense

Vestígios e evidências

Fontes: Pixabay.
Bioquímica Forense

 Preservação das evidências para evitar a contaminação.

Fonte: Pixabay.
Amostras

Vestígios biológicos:  Sangue;


 Líquido seminal;
 Amostras colhidas da cena de crime;  Pelos;
 Amostras colhidas da vítima viva;  Urina;
 Amostras colhidas da vítima post mortem;  Saliva;
 Busca de material genético;
 Alimentos.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bloo
d_Stained_Floorboard_Treated_with_Lumino
l_(1424860617).jpg
Análise toxicológica

 Cocaína.
 Crack.
 Maconha.
 Drogas sintéticas.
 Demais substâncias, como: medicamentos, anabolizantes,
constatação de venenos (carbamatos e organofosforados)
em amostras não biológicas.
 Identificação de demais drogas em objetos
(como: facas, balanças, cédulas etc.).

Fontes:
Pixabay.
Técnicas bioquímicas utilizadas na perícia

 Luminol – Quimiluminescência – Manchas não visíveis (manchas latentes).


 Imunocromatografia – Análise de amostras de sangue e saliva (amilase).
 Espectrometria de massa – Identificação de drogas ilícitas.
 Cromatografia – Detecção de drogas de abuso, como: o álcool, a maconha e a cocaína.
 Colorimetria – Análise de drogas de abuso e diversas outras análises.

 Reação em cadeia de polimerase (PCR) – Análise de DNA (pelo, saliva, sangue,


espermatozoide) – podem ser retirados dos mais variados locais (desde as amostras de
bituca de cigarro, talheres, roupas etc.).

 Neste caso, é importante o banco de código genético de


antigos suspeitos ou condenados.
Padrão Mãe Filho Pai
1 2

Fontes:
(1)
https://upload.wikimedia.org/wiki
pedia/commons/b/be/Teste_de_
paternidade.png;
(2)
https://upload.wikimedia.org/wiki
pedia/commons/a/a5/Eppendorf
_Mastercycler_Pro_S.jpg
Referências

 BAYNES, J. W.; DOMINICZAK, M. H. Bioquímica Médica. 5. ed. Rio de Janeiro:


Grupo GEN, 2019.
ATÉ A PRÓXIMA!
UNIDADE I

Bioquímica Clínica

Profa. Dra. Renata Zani


Bioquímica Clínica

 A ciência bioquímica é fundamental para a prática clínica, ela fornece base para descrições
de diversos processos patológicos e explicações em nível molecular para várias doenças.

Estudos bioquímicos:
 Diagnóstico, Ensino, Saúde Pública, Pesquisa, Indústria Farmacêutica e Cosméticos.

Técnicas:
 Manuais, semiautomatizadas e automatizadas.

Fonte: Pixabay
Fases de Análises e tipos de amostras

 Fase pré-analítica – etapa laboratorial que antecede o processamento das amostras (preparo
do paciente, jejum, coleta).

 Fase analítica – realização do ensaio propriamente dito.

 Fase pós-analítica – obtenção dos resultados (interpretação e liberação do laudo).


PORCENTAGEM DE ERROS EM CADA FASE

Pós-analítica

Pré-analítica
Analítica

Fonte: adaptado de: Lima-Oliveira et al. (2009).


Amostras Biológicas utilizadas na Bioquímica Clínica

Amostras biológicas utilizadas nas análises bioquímicas:


 Sangue total, plasma, soro, líquor, saliva, urina, sêmen, líquidos especiais (sinovial, pleural,
ascítico etc.).

Fonte: Pixabay
Coleta de sangue

 Coleta de sangue (Seringa e agulha ou a vácuo).

 Deve-se seguir o POP (procedimento operacional padrão) e CLSI (Clinical & Laboratory
Standards Institute) para a sequência de tubos.

 É importante se certificar da utilização dos equipamentos de segurança (EPIs).


 Preparar o paciente, os tubos de coleta previamente identificados, assim como o
procedimento a ser utilizado.
 A correta homogeneização dos tubos é de extrema importância.

Fonte: Pixabay
Tipos de tubos para coleta e seus respectivos anticoagulantes

 Existem vários tipos de tubos de coleta e anticoagulantes específicos para diferentes


amostras e objetivos.
 É importante que se siga uma sequência adequada para se garantir a preservação das
amostras, assim como a ação dos anticoagulantes, conforme a CLSI.
 EDTA (Hemograma, tripagem sanguínea, hemoglobina glicosilada).
 Heparina (Gasometria, hematologia e imunologia).
 Citrato (Exames de coagulação).
 Fluoreto (Bioquímica – Glicose).
 Tubo seco, sem anticoagulante (Bioquímica em geral, imunologia).

Fonte: adaptado de:


Lima-Oliveira et al. (2009).
Interatividade

Durante o processo para obtenção de um resultado laboratorial fidedigno é importante seguir


corretamente algumas fases, um paciente que não fez jejum correto pode implicar em
resultados incoerentes. Neste caso, qual é a fase correspondente à falha do preparo
deste paciente?
a) Fase analítica.
b) Fase pré-analítica.
c) Fase pós-analítica.
d) Fase interpretativa.
e) Fase laudal.
Resposta

Durante o processo para obtenção de um resultado laboratorial fidedigno é importante seguir


corretamente algumas fases, um paciente que não fez jejum correto pode implicar em
resultados incoerentes. Neste caso, qual é a fase correspondente à falha do preparo
deste paciente?
a) Fase analítica.
b) Fase pré-analítica.
c) Fase pós-analítica.
d) Fase interpretativa.
e) Fase laudal.
Principais métodos analíticos utilizados em bioquímica clínica

 É importante o conhecimento de diversas técnicas laboratoriais com o intuito de melhor


fornecer o diagnóstico laboratorial.
 Reações colorimétricas medem o produto da reação formada em que sua concentração é
diretamente proporcional à intensidade de uma cor.
 É amplamente utilizada com as metodologias cinéticas que envolvem a velocidade da
formação de um produto em um certo intervalo de tempo. Nesta técnica pode ainda ser
adicionada uma coenzima favorecendo o aumento da velocidade da reação.
 A intensidade da cor é capturada por espectrofotômetro.

Prisma

Leitor

Fonte de Luz Cubeta com


amostra
Monocromador Fonte: adaptado de: livro-texto.
Quimioluminescência e eletroquimioluminescência

 Quimioluminescência é a emissão de luz produzida em algumas reações químicas quando


moléculas passam do estado de excitação. (Ex.: Luminol).

 Eletroquimioluminescência consiste na análise quimioluminescente com uma aplicação de


corrente elétrica (eletrodos com polos positivos e negativos).

 As duas técnicas utilizam anticorpos ligados a marcadores luminescentes (cromógenos).


A Sítio de B
ligação ao Sítio de
antígeno ligação ao Sítio de
Sítio de
ligação ao antígeno ligação ao
antígeno antígeno

Domínio Fab
Domínio Fab

Domínio Fc

(A) Imunoglobulina IgG, (B) Representação IgG


Fonte: adaptado de: Berg et al. (2014).
ELISA

 Elisa (Enzyme-lynked Immunosorbent Assay) – Ensaio Imunoenzimático de ligação.


 Esta técnica utiliza a ligação específica entre antígenos e anticorpos, associados a uma
enzima que serve como marcador do anticorpo, em que o produto final é analisado
por calorimetria.

Ag
Ac
Enzima
ELISA Sanduíche
Substrato

ELISA Indireto

Fonte: adaptado de: Vaz et al. (2014); Abbas et al. (2019).


Utilização da técnica de ELISA

 Pode ser quantitativo ou qualitativo.


Placa de ELISA

 Pesquisa para Ag e Ac.


 Marcadores tumorais – PSA.
 Hormônios.

Fonte: adaptado de: Vaz et al. (2014).


Cromatografia

 A cromatografia é uma técnica utilizada para a análise, identificação e separação dos


componentes de uma mistura, baseado na interação dos mesmos com a fase estacionária e
com a fase móvel.

 Dependendo da natureza dessas fases, tem-se diversas cromatografias: sólido-líquido


(coluna, camada fina ou delgada, papel); líquido-líquido (High performance liquid
chromatography – HPLC); gás-líquido (cromatografia gasosa acoplada ao espectrofotômetro
de massa – Lc-Em). 0,24

Proteína com
A B 0,20

Absorbância em 220 nm
carga positiva
liga-se ao grão
com carga 0,16
negativa
0,12

0,08
Proteína com
carga negativa 0,04
(A) Troca Iônica, flui pelo
(B) HPLC. Fonte: sistema
Adaptado de: Berg 0
et al. (2014). 0 5 10
Tempo (minutos)
Eletroforese

 O princípio básico da eletroforese é o deslocamento de moléculas eletricamente ativas


através de um gel após a aplicação de uma corrente elétrica, consiste em separar moléculas
de acordo com seu peso molecular.
 Gel de agarose (DNA)
 Gel de poliacrilamida (proteínas)
 WB ou immunoblotting B
A
Mistura de
macromoléculas

Eletroforese
Direção da
eletroforese
Gel poroso

Eletroforese em gel de poliacrilamida. Fonte: adaptado de: Berg et al. (2014).


PCR (Reação em cadeia da polimerase)

 Essa técnica possibilita a síntese de fragmentos de DNA a partir de sequências-alvo de DNA


definidas, capazes de gerar uma quantidade essencialmente ilimitada de uma sequência
de interesse.

 Desnaturação: separação da dupla hélice do DNA-alvo em duas fitas simples.

 Anelamento: pareamento dos primers por meio de ligações de hidrogênio ao DNA-alvo


de fita simples.

 Extensão: síntese da cadeia complementar de cada cadeia


molde catalisada pela DNA polimerase, enzima responsável
por adicionar os dNTP à nova fita.
PCR (Reação em cadeia da polimerase)

Amostra Primers Nucleotídeos


Polymerase chain reaction - PCR
de DNA
original DNA
to be replicated

Taq Tampão de PCR Tubo


polimerase amostra

Termociclador Ciclo de PCR DNA primer


nucleotide

Denaturation at 94-96 ºC
Annealling at ~68 ºC
Elongation at ca. 72 ºC

Fonte: adaptado de: Lipay & Bianco. (2015);


https://bit.ly/3wCPx1t. Acesso em: 31. jul. 2021.
PCR (Reação em cadeia da polimerase)

(A) Gel de agarose (B) RT - PCR

Fonte: (A) https://commons.wikimedia.org/wiki/File:05-0339_b.jpg


(B) https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Qpcr-cycling.png
Acesso em: 01 ago. 2021.
Interatividade

A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2,


potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Atualmente a técnica
molecular de diagnóstico utilizada para a pesquisa do antígeno (vírus) é:

a) Cromatografia de camada delgada.


b) ELISA (ensaio imunoenzimático de ligação).
c) Teste de Scott.
d) RT-PCR.
e) Teste de Mayer.
Resposta

A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2,


potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Atualmente a técnica
molecular de diagnóstico utilizada para a pesquisa do antígeno (vírus) é:

a) Cromatografia de camada delgada.


b) ELISA (ensaio imunoenzimático de ligação).
c) Teste de Scott.
d) RT-PCR.
e) Teste de Mayer.
Controle de qualidade em Bioquímica Clínica

 O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, de forma


fidedigna e consistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando que
não representem o resultado de alguma interferência no processo.

 Para criar um padrão e poder aplicá-lo em todos os setores e processos laboratoriais,


foram criados programas de acreditação brasileiros, como o Programa de Acreditação de
Laboratórios Clínicos (Palc), da SBPC/ML, e o Departamento de Inspeção e Credenciamento
de Qualidade (DICQ), da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).

Fonte: Pixabay
Boas práticas laboratoriais

 As boas práticas laboratoriais (BPLs) são normas fundamentais para se estabelecerem


padrões de qualidade e confiabilidade em todo o processo técnico-científico.

 Estas normas condicionam o funcionamento, a organização e as condições em que as


análises laboratoriais deverão ser planejadas, armazenadas e liberadas.

 Consideram a preservação e o descarte das amostras e de que forma os dados


serão arquivados.
Métodos estatísticos de controle

 As medidas de tendência central informam o valor em torno do qual os dados se distribuem.

 Descrevem características dos valores numéricos de um conjunto de observações em torno


de um “ponto de equilíbrio” dos dados.

 Média
 Mediana
 Moda
 Medidas de dispersão
 Amplitude
 Variância
 Desvio padrão
 Coeficiente de variação
Fonte: Pixabay
Modelo probabilístico normal: curva de Gauss

 Analisa a simetria em torno do valor central.


 Representa a extensão das variáveis a fim de serem minimizadas.

Curva de Gauss Distribuição normal sobre um histograma


0,2
0,18
0,16

Frequência relativa
0,14
0,12
0,1
X 0,08
0,06
0,04
0,02
0

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

Fonte: adaptado de: Vieira (2021). Perímetro torácico de homens, em polegadas


Regras de Westgard

 Utiliza cinco regras de controle diferentes para julgar a aceitabilidade de uma corrida
analítica.

 x ± 2 DP (média mais ou menos dois desvios padrão).


 x ± 3 DP (média mais ou menos três desvios padrão).
+3DP
Regra 12s violada
+2DP

+1DP

Média

-1DP

-2DP

-3DP

Fonte: adaptado de: livro-texto. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12


Gráfico de Levey-Jennings e aplicação das regras de Westgard

 O gráfico de Levey-Jennings é um gráfico de controle em que os resultados da corrida


analítica são plotados em função do tempo ou do número de corridas. Ele é um importante
aliado do profissional de laboratório no controle interno da qualidade ao evidenciar o estado
do sistema analítico e ajudar a garantir a confiabilidade dos resultados entregues.

Fonte: https://bit.ly/35Aww4b.
Acesso em: 31 jul. 21.
Interatividade

O controle de qualidade é importante para assegurar a fidedignidade dos resultados


laboratoriais. É realizado todos os dias e os resultados da corrida analítica em função do tempo
ou do número de corridas é liberado através de um gráfico conhecido como:

a) Gráfico de Levey-Jennings.
b) Gráfico de Westgard.
c) Gráfico de Jeneway.
d) Gráfico de dispersão.
e) Gráfico de Stuart.
Resposta

O controle de qualidade é importante para assegurar a fidedignidade dos resultados


laboratoriais. É realizado todos os dias e os resultados da corrida analítica em função do tempo
ou do número de corridas é liberado através de um gráfico conhecido como:

a) Gráfico de Levey-Jennings.
b) Gráfico de Westgard.
c) Gráfico de Jeneway.
d) Gráfico de dispersão.
e) Gráfico de Stuart.
Perfil bioquímico renal e dos fluidos corporais

 Sistema urinário: Rins e vias urinárias.


 O volume médio de sangue filtrado (180 L), o que corresponde a uma filtração glomerular de
125 mL por minuto. Aorta abdominal
Pirâmide na medula renal
Artéria renal direita Artéria renal esquerda Coluna renal

Rim esquerdo Córtex


Rim direito
renal
Cálice renal
Papila maior
renal
Artéria renal

Primeira Artérias
constrição – junção testiculares Seio Hilo
ureteropélvica renal renal
Ureter
Ureter
Segunda Artéria ilíaca Veia renal
comum Cálice
constrição Pelve renal
renal
– abertura Artéria menor
superior ilíaca
da pelve interna Artéria ilíaca
Ureter
Terceira externa
constrição
– entrada
na bexiga Bexiga

Fonte: adaptado de: Drake et al. (2013).


Perfil bioquímico renal e dos fluidos corporais

 As funções dos rins incluem a regulação, o balanço de água, eletrólitos e equilíbrio ácido-
base, produção de eritropoietina.
 Excreção dos produtos do metabolismo de proteínas e do ácido nucleico, tais como ureia,
creatinina e ácido úrico. O néfron Túbulo proximal
(quando a maior
parte da reabsorção
ocorre)
Túbulo distal
(secreção)

Ducto coletor
(reabsorção de água)
Alça de Henle
(concentração do filtrado)
O glomérulo

Capilares
Filtrado glomerulares
glomerular
em direção Fonte: adaptado de:
ao túbulo Murphy et al. (2019).
Testes laboratoriais para avaliação de função e lesão renal

 Os principais fatores que comprometem a função renal são: diabetes, hipertensão


arterial sistêmica, idade avançada, tabagismo, anemia, dislipidemias, obesidade
e disfunção endotelial.

 Creatinina – compostos do catabolismo da fosfocreatina encontrada principalmente na


musculatura esquelética.
 A taxa de filtração glomerular (TFG)

Equação de Cockcroft-Gault: Depuração de creatinina ou Creatinina urinária (mg/dL) x volume urinário (ml/min)
Clearance de creatinina
= creatinina sérica (mg/dL)

TFG = (140 – idade) x Peso (Kg)


creatinina sérica (mg/dL) x 72

* Para mulheres, multiplicar por 0,85


Testes laboratoriais para avaliação de função e lesão renal

 Ureia – Formada no fígado a partir da amônia e gás carbônico através do ciclo da Ureia, é
filtrada, parte reabsorvida pelo rim e cerca de 90% deve ser eliminada.

 Ácido úrico – O ácido úrico é proveniente do catabolismo das purinas (adenina e guanina)
que é metabolizado principalmente no fígado. Em níveis elevados no sangue, formam cristais
de urato, gerando precipitação nas articulações e provocando gota.

Fonte: Murphy et al. (2019).


O exame de urina tipo 1: aspectos físico-químicos

Exame de características físicas:


 Volume
 Cor
 Aspecto
 Densidade

Fonte: Bidoia & Klimesch (2020).


O exame de urina tipo 1: aspectos físico-químicos

Exame de características químicas:


 pH
 proteínas
 hemoglobina
 glicose
 bilirrubinas
 urobilinogênio
 corpos cetônicos
 nitrito
 leucócitos
Fonte: Bidoia & Klimesch (2020).

 Para isso, podemos utilizar as fitas reagentes (análise manual


ou semiautomática do exame) ou os aparelhos automatizados.
Análise bioquímica dos principais líquidos cavitários

 Análise bioquímica do líquido peritoneal (ou ascítico) – chamada de paracentese.

 Análise bioquímica do líquido pleural – chamada de toracocentese.

Periósteo
 Análise bioquímica do líquido sinovial – chamada de artrocentese.
Ligamento
Cavidade articular
 Na análise bioquímica – concentrações de glicose, (contendo líquido sinovial)

proteína, lactato e LDH. Costela IX Pulmão Membrana


Nervo fibrosa
Músculo intercostal Cápsula
intercostal articular Membrana
externo
sinovial Cartilagem
Músculo intercostal articular
interno Osso
Parte diafragmática compacto
Excesso de líquido da pleura parietal
na cavidade pleural
Diafragma
Parte diafragmática
do peritônio parietal
Costela X Ramo colateral de
Fígado
nervo intercostal
Parte costal da
pleura parietal
Fonte: Adaptado de: Sagar et al. (2017).
Análise bioquímica dos principais líquidos cavitários

Análise bioquímica do liquor (líquido cefalorraquidiano):

 Na análise bioquímica, as concentrações de glicose, proteína, lactato e LDH são dosadas


rotineiramente no exame do liquor e fornecem informações fidedignas para uma correta
interpretação clínica.

 Os níveis de glicose e LDH são utilizados para diferenciar meningites bacterianas de virais. A
dosagem de proteína é útil para detectar doenças do sistema nervoso central.
Análise bioquímica dos principais líquidos cavitários

Análise bioquímica do líquido seminal:

 O sêmen é composto de células e do plasma seminal. Nesse plasma, encontramos várias


substâncias que fornecem suporte nutricional para os espermatozoides e substâncias que
são produzidas nas glândulas acessórias, como vesícula seminal e próstata.

 A determinação da frutose, um açúcar presente no plasma seminal, consiste na fonte de


energia dos espermatozoides, quando ausente ou diminuída em várias condições que
causam infertilidade masculina.

 O pH do líquido seminal é alcalino. Pacientes com prostatites


apresentam pH acima de 7,5. Já em pacientes com alteração
na vesícula seminal e nos ductos ejaculatórios, os valores
ficam abaixo de 7,0.
Interatividade

A insuficiência renal ocorre quando o rim perde a capacidade de filtrar resíduos, sais e líquidos
do sangue. Doenças como diabetes e hipertensão arterial podem levar à insuficiência e
eventualmente necessidade de tratamento. Entre os analitos descritos nas alternativas,
quais são os melhores na avaliação renal?
a) Ureia e Glicose.
b) Ureia e Creatinina.
c) Creatinina e LDH.
d) Ureia e proteínas totais.
e) Creatinina e Glicose.
Resposta

A insuficiência renal ocorre quando o rim perde a capacidade de filtrar resíduos, sais e líquidos
do sangue. Doenças como diabetes e hipertensão arterial podem levar à insuficiência e
eventualmente necessidade de tratamento. Entre os analitos descritos nas alternativas,
quais são os melhores na avaliação renal?
a) Ureia e Glicose.
b) Ureia e Creatinina.
c) Creatinina e LDH.
d) Ureia e proteínas totais.
e) Creatinina e Glicose.
Referências

ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. & PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. São Paulo:
Elsevier Brasil, 2019.
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. & GATTO Jr, G. J. Bioquímica. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
DRAKE, R.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M. Gray's Anatomia Básica. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2013.
LIMA-OLIVEIRA, G. D. S.; PICHETH, G.; SUMITA, N. M. & SCARTEZINI, M. Quality control in
the collection of diagnostic blood specimens: illuminating a dark phase of preanalytical
errors. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 45(6), 441-447, 2009.
LIPAY, B. E. Biologia Molecular – Métodos e Interpretação. Rio
de Janeiro: Grupo GEN, 2015. Disponível em:
https://grupogen.vitalsource.com/books/9788527727679.
MURPHY, M.J.; SRIVASTAVA, R.; DEANS, K. Bioquímica
Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019.
Referências

SAGAR, D.; ALFONSI, J. E., AGUR, A. M. R.; DALLEY, A. F. Anatomia Clínica – Integrada
com Exame Físico e Técnicas de Imagem. Rio de Janeiro. Grupo GEN, 2017.
VAZ, A. J.; TAKEI, K. & BUENO, E. C. Imunoensaios: fundamentos e aplicações. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. pp. 372-372.
VIEIRA, Sonia. Introdução à Bioestatística. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
ATÉ A PRÓXIMA!
UNIDADE II

Bioquímica Clínica

Profa. Dra. Renata Zani


Perfil bioquímico hepático e pancreático

 O fígado está localizado na cavidade abdominal e é muito importante no metabolismo,


participando de processos de biotransformação de diferentes substâncias e na produção de
proteínas plasmáticas fundamentais para o controle do fluxo de energia e de nutrientes e
para a desintoxicação e excreção de produtos residuais do metabolismo.
Fígado – vista anterior
Ligamento coronário
Lobo direito Ligamento triangular esquerdo

Ápice

Lobo esquerdo

Ligamento falciforme

Ligamento redondo do fígado


Margem inferior
Vesícula biliar
Fonte: Adaptado de: SAGAR et al., 2017.
Perfil hepático

Entre as provas bioquímicas mais utilizadas para a avaliação das funções hepatobiliares e as
lesões hepáticas, destacam-se as dosagens de:
 aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT)
 fosfatase alcalina (FAL)
 gama-glutamil transferase (GGT) Diafragma

 tempo de protrombina (TP) Fígado Ducto hepático


Ducto hepático esquerdo
 albumina direito

 bilirrubinas totais e frações Vesícula biliar Baço

Ducto cístico Ducto hepático


comum

Ducto biliar comum


Ampola
hepatopancreática
(Vater) Cauda do pâncreas
Esfíncter de Oddi
Duodeno Ducto pancreático
Cabeça do pâncreas

Fonte: Adaptado de: GROSSMAN; PORTH, 2015.


 Enzimas intracelulares. Enzimas e tecidos

 Utilizadas no diagnóstico CK
ALT
AST
de doenças. AST FA
As enzimas
intracelulares GGT
aparecem no
plasma como
TROPONINA consequência
Enzimas Enzimas da renovação
CKMB
celular normal
CK
AMILASE
AST
LIPASE
LDH

Aumento das
concentrações
plasmáticas de
AST enzimas devido FA
a dano celular
LDH
ou proliferação
celular

Fonte: Adaptado de: MURPHY et al., 2019.


A gama-glutamil transferase (GGT) e a fosfatase alcalina (FAL)

 A GGT é uma enzima primordialmente, mas não exclusivamente, hepática. Com função
no transporte de aminoácidos e peptídeos através das membranas celulares. É o principal
marcador bioquímico empregado rotineiramente para a avaliação diagnóstica e evolução
clínica do alcoolismo.

 A FAL é predominantemente originada nos ossos, entretanto, também tem atividade nos
canalículos biliares. Dessa forma, a FAL é uma enzima hepática que apresenta boa
sensibilidade para o diagnóstico de doenças do trato biliar.

 Sua elevação pode ainda estar presente nas hepatites e


cirrose, mononucleose infecciosa, carcinoma hepatocelular,
tumores ósseos, câncer de cabeça de pâncreas.
Sistema hepatobiliar – bilirrubinas

 A maior parte da bilirrubina é derivada da decomposição de heme, que deriva das


hemácias senescentes.

 É dividida em frações de bilirrubina direta (BD) e indireta (BI), que se ligam à albumina.

 As alterações de bilirrubinas sugerem a presença de doenças de bases hepáticas ou do trato


biliar, que podem variar de triviais a fatais, especialmente em neonatos.

 Icterícias pré-hepáticas; icterícias de causa hepática; icterícias pós-hepáticas.

Icterícia esclerótica.
Fonte: GROSSMAN; PORTH, 2015.
Avaliação do funcionamento pancreático endócrino e exócrino

 Insulina e Glucagon (Endócrino).


 O pâncreas – produtor de hormônios hipoglicemiante insulina (ilhotas beta de Langerhans),
glucagon hormônio hiperglicemiante (alfa).

 Enzimas pancreáticas (Exócrino).


 Amilase (pancreática e salivar) – cliva o amido e o glicogênio. Essa alterada pancreatite
aguda, carcinoma de pâncreas e obstruções, além de lesões de glândulas salivares.

 Lipase – função de hidrólise – pancreatite aguda, carcinoma de pâncreas.


Glicemia

 Glicose no sangue (69 mg/dL a 99 mg/dL).


 Hipoglicemia.
 Hiperglicemia.

Diabetes:
 Diabetes melito tipo 1 (DM1) é caracterizado pela destruição autoimune das
células beta-pancreáticas.
 Diabetes melito tipo 2 (DM2) – resistência à insulina, que eventualmente sobrecarrega a
capacidade secretória da insulina.
Diagnósticos das alterações glicêmicas

 Glicemia de jejum no plasma.


 Glicemia pós-prandial de 2h.
 HbA1c (hemoglobina glicada).
 Teste de tolerância à glicose oral (TTGO).
 Glicosúria.
 Frutosaminas.
 Insulina plasmática de jejum.
 Dosagem de peptídeo C.

Fonte: MURPHY
et al., 2019.
Interatividade

Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina,


hormônio que regula a glicose no sangue. A evolução dos métodos para o controle glicêmico
é fundamental para o ajuste no tratamento. São ferramentas associadas ao controle
glicêmico, exceto:
a) Dosagem de glicemia em jejum.
b) Dosagem de glicemia pós-prandial.
c) Teste de tolerância à glicose.
d) HbA1c.
e) Dosagem de lipase em jejum.
Resposta

Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina,


hormônio que regula a glicose no sangue. A evolução dos métodos para o controle glicêmico
é fundamental para o ajuste no tratamento. São ferramentas associadas ao controle
glicêmico, exceto:
a) Dosagem de glicemia em jejum.
b) Dosagem de glicemia pós-prandial.
c) Teste de tolerância à glicose.
d) HbA1c.
e) Dosagem de lipase em jejum.
Perfil bioquímico lipídico, cardíaco e de transtornos musculares

 As doenças cardíacas e coronarianas afetam cerca de 26 milhões de pessoas


no mundo inteiro.

 A investigação dos níveis de marcadores cardíacos possibilita a confirmação ou exclusão


diagnóstica de doenças cardíacas, como infarto agudo do miocárdio (IAM), anginas,
dentre outras.

 O IAM é um quadro obstrutivo isquêmico das artérias coronárias. De etiologia aterosclerótica


ou trombótica, a obstrução vascular acaba por restringir a irrigação sanguínea no coração.
Marcadores de função cardíaca

 Creatinofosfoquinases (CPK) total e a sua fração cardíaca (MB)


 Troponinas (I e T)
 Aspartato aminotransferase (AST)
 Desidrogenase lática (LDH)
 Mioglobina

Fonte: MURPHY et al., 2019.


Dislipidemias, aterosclerose e IAM

 Dislipidemias são caracterizadas pela elevação nos níveis de colesterol total, suas frações e
os níveis de triglicerídeos, as dislipidemias são fatores de risco para a aterosclerose.

 Colesterol total é dividido em 3 frações:


 HDL-colesterol (high density lipoproteins)
 LDL-colesterol (low density lipoproteins)
 VLDL-colesterol (very low density lipoproteins)

 Dislipidemia primária (genética)


 Dislipidemia secundária (estilo de vida)
Frações de colesterol

 A LDL oxidada é fagocitada pelos macrófagos, os quais formam as foam cells (células
espumosas). Essas foam cells têm capacidade aterogênica, formando as placas de ateroma.

 O HDL colesterol possui função de remover da circulação sanguínea as frações


de colesterol não esterificado, o HDL-colesterol desempenha função protetora
contra doenças cardiovasculares. Aderência e
entrada de leucócitos
Aderência e
agregação de
plaquetas

Formação Fonte:
de células Liberação de Adaptado de:
espumosas espécies tóxicas GROSSMAN;
Linfócitos Migração de de oxigênio PORTH,
músculo liso 2015.
Gasometria

 O pH é a unidade de medida para a determinação


da concentração de íons H+ nos líquidos do organismo,
determinando, assim, o seu nível de acidificação e alcalinidade.

 Pequenas variações do pH podem produzir alterações


na velocidade das reações químicas das células.

Fonte: MURPHY et al., 2019.


Gasometria

 Os agentes ácidos e básicos do nosso organismo têm origem no metabolismo celular,


com a dissociação de ácidos orgânicos, do metabolismo da glicose, lipídeos e proteínas.

 Já a sua eliminação acontece principalmente por duas vias: as vias renais e pulmonares.

 Os ácidos são eliminados tanto pela via pulmonar (ácido carbônico – H2CO3) como pela via
renal (ácido lático e outros ácidos alimentares).

 As bases têm sua eliminação exclusivamente por via renal,


com a liberação de bicarbonato pela urina.
Distúrbios do equilíbrio ácido-básico – acidose e alcalose respiratória
e metabólica
 A acidose respiratória é caracterizada pela diminuição do pH sanguíneo devido à elevação
da concentração de CO2 e, consequentemente, devido ao aumento da produção
de ácido carbônico.

 A acidose metabólica é caracterizada pela diminuição do pH sanguíneo, diminuição dos


níveis de HCO3- e, consequentemente, elevação de íons H+.

 A alcalose respiratória é caracterizada pelo aumento do pH sanguíneo devido ao aumento da


eliminação de CO2 pelos pulmões e, consequentemente, à diminuição da produção de ácido
carbônico.

 A alcalose metabólica é caracterizada pelo aumento do pH


sanguíneo, aumento dos níveis de HCO3- e,
consequentemente, diminuição de íons H+.
Distúrbios do equilíbrio ácido-básico

 A coleta é feita em tubo


contendo anticoagulante. Valores de Referência para Gasometria

Parâmetro Descrição Arterial Venoso


 Heparina.
Define acidose/alcalose
pH 7,35 a 7,45 7,32 a 7,43
sanguíneo

35 a 45 38 a 50
pCO2 Marcador respiratório
mmHg mmHg

Fonte: Adaptado de: SHOLTIS et al., 2011. 80 a 102 35 a 40


pO2 Marcador respiratório
mmHg mmHg
Marcador respiratório avalia
SatO2 95 a 100% 60 a 75%
saturação de oxigênio no sangue
22 a 28 22 a 29
HCO3 Marcador metabólico
mmol/L mEq/L
Marcador metabólico – excesso +3 a -3 +2 a -2
BE
de base no sangue mmol/L mmol/L
Interatividade

Com os seguintes resultados da gasometria arterial, podemos concluir que trata-se de:
pH = 7,31; PCO2 = 45 mmHg; PO2 = 95 mmHg; SatO2 = 96 %; HCO3 = 18 mmol/L;
BE = +1 mmol/L.

a) Acidose metabólica.
b) Acidose respiratória.
c) Alcalose metabólica.
Valores de Referência para Gasometria
d) Alcalose respiratória.
e) Acidose respiratória e metabólica (mista). Parâmetro Arterial Venoso
pH 7,35 a 7,45 7,32 a 7,43
pCO2 35 a 45 mmHg 38 a 50 mmHg

pO2 80 a 102 mmHg 35 a 40 mmHg


SatO2 95 a 100% 60 a 75%
HCO3 22 a 28 mmol/L 22 a 29 mEq/L
BE +3 a -3 mmol/L +2 a -2 mmol/L
Resposta

Com os seguintes resultados da gasometria arterial, podemos concluir que trata-se de:
pH = 7,31; PCO2 = 45 mmHg; PO2 = 95 mmHg; SatO2 = 96 %; HCO3 = 18 mmol/L;
BE = +1 mmol/L.

a) Acidose metabólica.
b) Acidose respiratória.
c) Alcalose metabólica.
d) Alcalose respiratória.
e) Acidose respiratória e metabólica (mista).
Perfil bioquímico das enfermidades ósseas

 Cálcio, fósforo e magnésio são os cátions principais do corpo humano. São ingeridos com a
dieta, absorvidos no intestino, filtrados, reabsorvidos ou eliminados na urina.

 Em torno de 99% do cálcio, 85% do fósforo e 50 a 60% do magnésio estão localizados


nos ossos.

 Tais quantidades de cálcio, fósforo e magnésio são reguladas direta ou indiretamente pela
vitamina D e pelo hormônio paratireoidiano (PTH).

 Obs.: as necessidades diárias de ingestão de cálcio variam


conforme a faixa etária, sendo maior na infância e
adolescência, na gravidez e na lactação e na atividade física.
Patologias mais comuns ligadas ao metabolismo de cálcio,
fósforo e magnésio
 Osteoporose – redução da densidade dos ossos, enfraquecendo-os e possibilitando fraturas.

 Osteomalácia – enfraquecimento e desmineralização dos ossos no adulto, circunstância que


os deixa fracos e sujeitos a fraturas.

 Raquitismo – consiste em uma patologia relacionada a defeitos na mineralização óssea,


defeitos estes iniciados na infância.
Perfil funcional tireoidiano

 A glândula tireoide é constituída de 2 lobos situados na região inferior do pescoço, um de


cada lado da traqueia, ligados a uma camada fina de tecido denominado istmo, que lhe
confere o formato de borboleta.

 Sua principal função é secretar tiroxina ou tetraiodotironina (T4) e a tri-iodotironina (T3), que
regulam processos essenciais para o controle do crescimento e do metabolismo durante o
desenvolvimento e na fase adulta.

Osso hioide
Cartilagem tireoidea

Cartilagem cricoidea
Lobo da tireoide
Músculo
Istmo da tireoide esternocleidomastoideo

Incisura jugular do Fonte: Adaptado


manúbrio do esterno Clavícula de: DUGANI et
Manúbrio do esterno Traqueia al., 2017.
Perfil funcional tireoidiano

Os hormônios da tireoide (T3 e T4) atuam em várias reações químicas do organismo:


 regulando o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas;
 influenciando desde o crescimento e desenvolvimento do organismo até questões como ciclo
menstrual, fertilidade, perda de cabelos, emagrecimento etc.

 TSH (thyroid-stimulating hormone) é o principal regulador da função tireoidiana. É liberado


pela hipófise através da ação do hipotálamo.
Patologias relacionadas com o funcionamento da tireoide

 Hipertireoidismo – altas de hormônios tireoidianos. Afinamento capilar Ansiedade


Oftalmopatia
 perda de peso, apesar do apetite normal ou aumentado associada à tireoide

 sudorese e intolerância ao calor Bócio

 palpitações – taquicardia Osteoporose

 agitação e tremor Fibrilação atrial/


 fraqueza muscular generalizada, angina taquicardia sinusal

e insuficiência cardíaca Perda de peso

 diarreia
 bócio Tremor

Fraqueza
muscular

Fonte: Adaptado de: MURPHY et al., 2019.


Patologias relacionadas com o funcionamento da tireoide

 O hipertireoidismo pode resultar em doença de Graves (bócio tóxico difuso).

 Doença autoimune na qual os anticorpos contra o receptor do TSH mimetizam a ação desse
hormônio. Consequentemente, o controle regulatório normal da síntese e secreção de T4
está ausente.

Retração da pálpebra
e exoftalmia em um
paciente com doença
de Graves.
Fonte: MURPHY et al.,
2019.
Patologias relacionadas com o funcionamento da tireoide

 O hipotireoidismo é causado pela deficiência de hormônios tireoidianos.


 Primário – insuficiência da própria glândula tireoide; secundário – falha da hipófise em
secretar TSH.
 letargia e cansaço, ganho de peso
 intolerância ao frio
 secura e aspereza da pele e do cabelo
 rouquidão etc.

Mais de 90% dos casos de hipotireoidismo ocorrem


em consequência de:
 destruição autoimune da tireoide (doença de Hashimoto);
 radioiodoterapia ou tratamento cirúrgico de hipertireoidismo.
Interatividade

O hipotireoidismo é uma das doenças endócrinas mais comuns, caracterizado pela


baixa atividade da tireoide, que faz com que esta produza menos hormônios necessários para
o funcionamento ideal de muitas funções do corpo, levando ao aparecimento de sintomas
como cansaço, diminuição do débito cardíaco, ganho de peso, queda de cabelo e pele seca.
Quais são os hormônios tireoidianos?

a) Tiroxina ou tetraiodotironina (T4) e tri-iodotironina (T3).


b) Prolactina.
c) Testosterona.
d) Progesterona.
e) Hormônio folículo estimulante (FSH).
Resposta

O hipotireoidismo é uma das doenças endócrinas mais comuns, caracterizado pela


baixa atividade da tireoide, que faz com que esta produza menos hormônios necessários para
o funcionamento ideal de muitas funções do corpo, levando ao aparecimento de sintomas
como cansaço, diminuição do débito cardíaco, ganho de peso, queda de cabelo e pele seca.
Quais são os hormônios tireoidianos?

a) Tiroxina ou tetraiodotironina (T4) e tri-iodotironina (T3).


b) Prolactina.
c) Testosterona.
d) Progesterona.
e) Hormônio folículo estimulante (FSH).
Marcadores tumorais e avaliação bioquímica de tumores

 A proliferação celular descontrolada pode acarretar na formação de um tumor.


 Benigno – divisão que origina células semelhantes à original (miomas, lipomas).
 Maligno (câncer ou neoplasia) – velocidade de proliferação, células novas apresentando
características próprias. Mitose
Ciclo celular (divisão
nuclear)

M
G2

Interfase

S G0
G1

Fonte: Adaptado de:


GONÇALVES et al., 2013.
Causas do câncer

 Considerações genéticas. Hélice dupla do DNA

 Considerações ambientais.

Histona
 Oncogenes (“genes do câncer”). DNA
Nucleossomos

 Controle Genético do Crescimento 200 pb de DNA


Solenoide
e Diferenciação Celular.
 Genes Supressores de Tumor
(controlam a divisão celular).

Cromatina

Alça de
cromatina contém
aproximadamente
100.00 pb de DNA

Fonte: Adaptado de: LYNN et al., 2017. Cromátide


Marcadores tumorais: enzimas

 LD-desidrogenase lática (ou lactato desidrogenase): liberada quando ocorre lesão ou


destruição celular.
 Níveis séricos elevados: vários tipos de câncer (como leucemias, linfomas não Hodgkin,
câncer de fígado, testículo, mama, estômago, cólon, pulmão e neuroblastoma).

 Fosfatase alcalina (ALP): encontrada em fígado, ossos, rins, intestino e placenta, mas as
maiores concentrações de fosfatase alcalina estão no fígado e nos ossos.
 Níveis séricos elevados: câncer hepático primário ou metastático, câncer ósseo, leucemias,
sarcomas e linfomas com infiltração hepática.

 Creatina quinase (CK-BB): pode ser encontrada


principalmente no cérebro, mas também nos pulmões.
 Níveis séricos elevados: câncer de cérebro, de pulmão, de
pequenas células, de seio, de ovário e de rim.
Marcadores tumorais: glicoproteínas

 Antígeno carcinoembrionário (CEA ou ACE): encontrado na superfície da membrana celular.


 Níveis séricos aumentados: câncer de cólon, pâncreas (pancreatite), estômago (úlcera
péptica), pulmão (bronquite), mama, mas também em fumantes, pessoas com colite
ulcerativa, doença inflamatória intestinal e doenças do fígado (alcoolismo, hepatite crônica
ativa, doença biliar primária e infecção do pulmão).

 Antígeno prostático específico (PSA): glicoproteína produzida pela próstata com alterações
benignas ou malignas.
 Níveis séricos aumentados: câncer de próstata, prostatite, trauma.
Marcadores tumorais: glicoproteínas

 Gonadotropina coriônica (ß-hCG): hormônio glicoproteico sintetizado e secretado


por células trofoblásticas.

 Diagnóstico, prognóstico e monitoramento de tumores de células germinativas e neoplasia


trofoblástica da placenta e tumores de testículo.

 Níveis séricos aumentados podem ainda ser encontrados em tumores endócrinos


pancreáticos, além de serem usados para confirmar gestação.
Marcadores tumorais: glicoproteínas

 Antígeno carboidrato (CA 15-3): sequência de mucinas chamadas de PEMs (mucinas


epiteliais polimórficas) – frequentemente estão superexpressas nas superfícies celulares
de células glandulares malignas do câncer de mama.
 Pode ainda estar elevado em hepatites, cirrose, tuberculose e lúpus eritematoso sistêmico.

 Antígeno carboidrato 19-9 (CA 19-9): bem parecido com o anterior, porém encontrado em
células tumorais de câncer colorretal, gástrico e pancreático.

 Obs.: pode ser usado no prognóstico e monitoração da terapia.


Marcadores tumorais: glicoproteínas

 CA 125 antígeno glicoproteico de alto peso molecular expresso por mais de 80% dos
carcinomas ovarianos.

 Também é usado clinicamente no acompanhamento de tumores uterinos, endometriose,


cistos de ovário, cirrose hepática.

 É usado tanto em análise do prognóstico, terapêutica, como em avaliação do sucesso


cirúrgico.
Interatividade

Os marcadores tumorais são proteínas ou outras substâncias produzidas em grandes


quantidades por células cancerígenas. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes,
tumores ou em outros tecidos ou fluidos corporais. Com base em seus conhecimentos, qual a
glicoproteína produzida pela próstata com alterações benignas ou malignas?
a) PSA.
b) Calcitonina.
c) ß-hCG.
d) Fosfatase alcalina.
e) CA 125.
Resposta

Os marcadores tumorais são proteínas ou outras substâncias produzidas em grandes


quantidades por células cancerígenas. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes,
tumores ou em outros tecidos ou fluidos corporais. Com base em seus conhecimentos, qual a
glicoproteína produzida pela próstata com alterações benignas ou malignas?
a) PSA.
b) Calcitonina.
c) ß-hCG.
d) Fosfatase alcalina.
e) CA 125.
Referências

 ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. Elsevier
Brasil, 2019.
 BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L.; GATTO Jr., G. J. Bioquímica. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
 DRAKE, R.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray's anatomia básica. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2013.
 DUGANI, S.; ALFRONSI, J. E.; AGUR, A. M. R.; DALLEY, A. F. Anatomia clínica: integrada
com exame físico e técnicas de imagem. Grupo GEN, 2017.
 GONÇALVES, P. M.; MOURA, G. C. V.; BARROS, S. Genética essencial. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2013.
 GROSSMAN, S.; PORTH, C. M. Fisiopatologia. 9. ed. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2015.
 LIMA-OLIVEIRA, G. D. S.; PICHETH, G.; SUMITA, N. M.;
SCARTEZINI, M. Quality control in the collection of diagnostic
blood specimens: illuminating a dark phase of preanalytical
errors. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina
Laboratorial, 45(6), 441-447, 2009.
Referências

 LIPAY, B. E. Biologia molecular: métodos e interpretação. Grupo GEN, 2015. Disponível em:
https://grupogen.vitalsource.com/books/9788527727679.
 LYNN, J. B.; CAREY, C. J.; BAMSHAD, M. J. Genética médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2017.
 MURPHY, M. J.; SRIVASTAVA, R.; DEANS, K. Bioquímica clínica. 6. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2019.
 SAGAR, D.; ALFONSI, J. E.; AGUR, A. M. R.; DALLEY, A. F. Anatomia clínica: integrada
com exame físico e técnicas de imagem. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
 SHOLTIS, B.; SMITH, S.; WILKINS, L. Brunner & Suddarth. Exames complementares. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2011.
 VAZ, A. J.; TAKEI, K.; BUENO, E. C. Imunoensaios:
fundamentos e aplicações, 2014, p. 372-372.
 VIEIRA, Sonia. Introdução à bioestatística. 6. ed. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2021.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar