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Raquel Dias Duarte de Castro – Acadêmica de Medicina

Cosme Rezende Laurindo – Acadêmico de Enfermagem


O que é?

 A uroanálise é um teste laboratorial simples, não


invasivo e de baixo custo que pode rapidamente
fornecer valiosas informações a respeito do trato
urinário e de outros sistemas corporais

 Introduzido na prática clínica em Paris no ano de 1837


por François Rayer e Eugene N. Vigla
É composto por 3 etapas:

 Pré- analítica : coleta


 Analítica: análise

 Pós -analítica : geração dos resultados


Fase Pré –Analítica- Coleta
 Primeira urina, pela manhã (mais concentrada)
 Limpeza suave dos genitais, com antisépticos ou água e
sabão neutro
 Mulher: abrir os grandes lábios
 Coletar o jato médio
 Recipiente descartável, limpo, seco
 Etiquetar com nome, data e hora da coleta
 Examinar até 1 hora após a coleta (refrigerada/4horas)
RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES AO PACIENTE
PARA REALIZAÇÃO DO EXAME

 Não é necessário que o paciente esteja em jejum para


coletar amostra de urina. No entanto, quanto o mesmo
fazer uso de medicamento, orienta-lo sobre a
possibilidade de fazer o uso após a coleta da urina.
Fase Analítica
Se realizam as seguintes análises:

Análise Física
Análise Química
Análise Microscópica
Exames Confirmatórios
Análise Física
 Cor: varia de incolor a preta
 Aspecto: : refere-se a transparência da amostra de
urina que pode ser transparente, opaca ou turva
 Odor: o odor normal é ligeiramente aromático, com o
passar do tempo o cheiro de amônia torna-se mais
proeminente
Análise Química

 É realizada com as tiras reagentes, as quais possuem


almofadas absorventes impregnadas com substâncias
químicas aderidas a uma tira de plástico;
 Cores → Reações Químicas;
 Análise semiquantitativa: normal, traços, 1+, 2+, 3+ ou
4+;
 Leitores automatizados
Qual é a técnica?
 Submergir totalmente a tira na amostra de urina
(máximo de 1 segundo)
 Retirar o excesso de urina por capilaridade, na borda
do frasco
 Esperar 2 minutos
 Comparar a cor das áreas reativas com a escala
cromática correspondente.
 Fazer a leitura em local com boa iluminação
Cuidados com as tiras reagentes

Estocar em recipiente
opaco, com dessecante, Conservar abaixo de
e hermeticamente Não expor a vapores
30ºC, não congelar
fechado

Não utilizar após a data Não utilizar se as Remover as tiras


de vencimento almofadas reativas imediatamente antes
estiverem descoloridas de usar
Análise Química – pH da urina
 Os rins são reguladores do conteúdo ácido- básico;
 O pH urinário reflete a capacidade do rim em manter a
concentração normal dos íons hidrogênio no liquido
extracelular
 4,5 a 8 é o pH dito normal
Significado Clínico do pH
Análise Química – Densidade
 1.015 a 1.025 / urina de 24 h
 1.010 a 1.030 / amostras ao acaso
 Sinaliza a incapacidade renal de concentrar ou diluir

Exemplos de alterações:
 Densidade aumentada
 Diabetes melitus
 Hipersecreção de ADH (meningites, TU etc)
 Densidade diminuída
 Diabetes insípidus
 Álcool
Análise Química- Proteína
PROTEINÚRIA
Resultado em cruzes Resultado em mg/dL
É o mais indicativo de doença renal
Traços < 50
+ < 100
++ < 150
+++ > 150
 Significado Clínico:

• Hemólise intravascular • Síndrome de Faconi


• Lesão muscular • Agentes tóxicos/metais
• Proteínas reativas de fase pesados
aguda Pré- Doença • Infecções virais graves
• Mieloma múltiplo Renal Tubular

Pós-
• Doenças glomerulares Renal • Infecções/inflamações do
Renal
• Doenças do complexo imune trato urinário inferior
• Amiloidose • Lesões/traumas
• Agentes tóxicos • Contaminação menstrual
• Nefropatia diabética • Fluido prostático/esper-
• Exercício extenuante matozóides
• Desidratação • Secreções vaginais
• Hipertenção
• Proteinúria postural
Análise Química - Glicose
GLICOSE
 Molécula pequena
 Facilmente filtrável
 Reabsorvida no TCP

 Aparece na urina:
Quando acima de 160-180 mg/dL no sangue
Defeito no TCP (Síndrome de Fanconi)
 Significado Clínico:

Associados à
Associados aos Rins
Hiperglicemia
• Diabetes mellitus • Síndrome de Falconi
• Pancreatite • Doença Renal
• Câncer pancreático Crônica
• Acromegalia • Osteomalacia
• Síndrome de Cushing • Gravidez
• Hipertireoidismo
• Lesão do SNC
• Estresse
• Diabetes gestacional
Análise Química - Cetonas
 Representa três produtos intermediários do
metabolismo da gordura: acetona, ácido acetoacético e
ácido beta-hidroxibutírico;
 Aparecem quando usa-se gordura para fornecer
energia.

Significado Clínico
Acidose metabólica Vômito
Acompanhamento da Má-absorção/ doenças
dosagem de insulina pancreáticas
Jejum Erros inatos do metabo-
Exercício extenuante lismo de aminoácidos
Análise Química - Sangue
 Formas: hemácia íntegra, hemoglobina e mioglobina;
 Negativo
 Positivo: + a ++++
 Significado Clínico:

Hematúria Hemoglobina Mioglobina


→ Cálculo Renal → Reações transfusionais → Trauma muscular/
→ Glomerunefrite → Anemias hemolíticas síndrome do esmaga-
mento
→ Pielonefrite → Queimaduras graves
→ Coma prolongado
→ Tumores → Infecções/malária
→ Convulsões
→ Trauma → Exercício intenso/
trauma de glóbulos → Alcoolismo/embriaguez
→ Anticoagulante
vermelhos → Abuso de drogas
→ Exercício físico
→ Picada de aranha → Exercício intenso
→ Agentes químicos tóxicos eremita marrom → Medicação redutora de
colesterol, estatina
Análise Química - Bilirrubina

 Colúria
 Pode indicar doença hepática;
 Negativo ou Positivo (+ a ++++)
Significado Clínico:

• Hepatite
• Cirrose
• Outros distúrbios hepáticos
• Obstrução biliar (litíase
biliar, carcinoma)
Análise Química - Urobilinogênio

 Normal: 0,1 a 1,0 mg/dL


 Positivo: + a ++++

Significado Clínico:
• Detecção precoce de doença
hepática;
• Disfunção hepática, hepatite,
cirrose, carcinoma;
• Distúrbios hemolíticos.
Análise Química - Nitritos
 A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na
urina transforma esses nitratos em nitritos.

 Significado Clínico:

• Infecção bacteriana
• Avaliação da terapia
antibiótica
• Acompanhamento de
pacientes com alto risco de
infecção do trato urinário
• Triagem de amostras para
urocultura
Análise Química - Leucócitos
 A presença de leucócitos, células de defesa, na urina
costuma indicar que há alguma inflamação nas vias
urinárias.
 Negativo ou Positivo (+ a +++) - leucocitúria

Significado Clínico:
Doenças Infeciosas Doenças não Infeciosas
Pielonefrite Glomerulonefrite
Cistite Lúpus eritematoso sistêmico
Prostatite e uretrite Tumores
Análise Microscópica
 Hemácias;
 Leucócitos;
 Células epiteliais;
 Cilindros (hialino, hemático, leucocitário, epitelial,
granuloso, céreo, gorduroso);
 Cristais (fosfato de cálcio, biurato de amônia, tirosina,
cistina)
 Muco;
 Flora bacteriana.
Análise
Física
Análise
Química

Análise
Microscópica Análises
Confirmatórias

Liberação do resultado
Referências Bibliográficas
 BERTGES, Prof. Luiz Carlos. Interpretação clínica do exame de
urina simples (EAS). Juiz de Fora: Faculdade de Ciências Médicas e da
Saúde de Juiz de Fora - Suprema, [2010]. 57 slides, color.
 DELLALIBERA-JOVILIANO, Renata. Uroanálise: abordagens
gerais. Revista Epeq Fafibe, São Paulo, v. 1, n. 1, p.69-82, nov. 2010.
Anual.
 STRASINGER, Susan K.; LORENZO, Marjorie S. di. Urinálise e
Fluidos Corporais. 3. ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista - Lmp,
[200-].

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