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ENZIMOLOGIA

CLÍNICA
Objetivos

Enzimologia
Clínica

Aumento da Redução nos Utilidade


Aspectos
liberação de níveis de diagnóstica
Introdução Clínico-
enzimas para atividade das enzimas
laboratoriais
o plasma enzimática plasmáticas
Industrial Diagnóstica Farmacêutica Bioquímica

Fabricação de Desenvolvimento Desenvolvimento de Participação em


bebidas de “kits” para medicamentos vias metabólicas
fermentadas, diagnóstico de (inibidores
Erros inatos do
enzimáticos)
iogurte, queijo doenças metabolismo
Tratamento de
Enzimas gota,
Digestão de
musculares, hipercolesterolemia
alimentos
hepáticas, , etc
pancreáticas, etc

Fonte:Profa. Lívia Vieito – ICBN/UFTM


Enzimologia
Clínica Introdução
Introdução
Plasma
específicas
Aumento da
liberação de
enzimas

Redução nos
níveis de atividade
ENZIMAS
enzimática

Diagnóstico
por enzimas Secretadas Celulares
plasmáticas

Aspectos
Clínico-laboratoriais
Enzimologia Aumento da liberação de
Clínica
enzimas para o plasma
Introdução

Lesão celular extensa


Aumento da
liberação de
enzimas
Proliferação celular e aumento na
renovação celular
Redução nos
níveis de atividade Aumento na síntese enzimática
enzimática
Obstrução de ductos
Diagnóstico
por enzimas Redução da remoção na IR ou
plasmáticas
clearance hepático
Aspectos
Clínico-laboratoriais
Enzimologia
Clínica Redução nos níveis de
atividade enzimática
Introdução

Aumento da
liberação de Menos comuns
enzimas
Síntese enzimática reduzida
Redução nos
níveis de atividade Deficiência congênita de enzimas
enzimática
Variantes enzimáticas inerentes
Diagnóstico
por enzimas com baixa atividade biológica
plasmáticas

Aspectos
Clínico-laboratoriais
Enzimologia Utilidade diagnóstica das
Clínica
enzimas plasmáticas
Introdução

Indicadores sensíveis de lesão ou


Aumento da
liberação de proliferação celular
enzimas
Localizar a lesão tecidual
Redução nos
níveis de atividade Monitorar o prognóstico da
enzimática doença
Diagnóstico Monitorar o tratamento
por enzimas
plasmáticas

ESPECIFICIDADE???
Aspectos Resposta:
Clínico-laboratoriais Avaliar vários parâmetros
(várias enzimas, [tecidual], isoformas)
Enzima Principais Fontes Principais
Aplicações Clínicas

Amilase Glândulas salivares, Enfermidade pancreática


pâncreas, ovários

Antígeno Prostático Próstata Carcinoma de próstata


Específico

Creatina Quinase Músculo esquelético, liso, Infarto do miocárdio,


coração, cérebro enfermidades musculares

Fosfatase Ácida Próstata, eritrócito Carcinoma de próstata

Fosfatase Alcalina Fígado, osso, mucosa Doenças ósseas,


intestinal, placenta, rim enfermidades hepáticas

γ-glutamiltransferase Fígado, rim Enfermidade hepatobiliar,


alcoolismo

Lactato Coração, fígado, músculo Infarto do miocárdio,


Desidrogenase esquelético, eritrócito, hemólise, doenças do
plaquetas, nódulos parênquima hepático
linfáticos

Lipase Pâncreas Enfermidade pancreática

Transaminases Fígado, músculo Doenças do parênquima


esquelético coração, rim, hepático, musculares e
eritrócito infarto do miocárdio

Distribuição de algumas enzimas de importância diagnóstica. Livro: Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações (Motta, 2003)
Enzimologia Aspectos Clínico-Laboratoriais
Clínica

Amilase
Introdução
Lipase

Aumento da Fosfatase Ácida


liberação de
enzimas Antigeno Prostático Específico

Redução nos Fosfatase Alcalina


níveis de atividade Transaminases
enzimática γ-Glutamiltransferase

Diagnóstico Lactato Desidrogenase


por enzimas
plasmáticas Creatina Quinase

Outras
Aspectos
Clínico-laboratoriais
AMILASE
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Amilase

Produtos da hidrólise do AMIDO pela alfa-amilase


glicose

maltose dextrina maltotriose


-limite alfa-amilase
ligação 1:6
ligação 1:4
Digestão de carboidratos

Parte da molécula do amido


dextrina

+ = maltotriose

Ligação α-1,4 Ligação α-1,6 maltose

Fonte:www.cristina.prof.ufsc.br/
Digestão de carboidratos

Glicosidases

(2) Íons Na+


Transporte
ativo
Glicose SGLT1 utilizando
gradiente de
sódio
Galactose
GLUT5 Transporte
Frutose facilitado

Fonte:www.cristina.prof.ufsc.br/
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Amilase
• Hiperamilasemia (diagnóstico diferencial para pancreatite aguda, até 10x)

Hiperamilasemia
Pancreática
(carcinoma, abcessos,
trauma cirúrgico) Hiperamilasemia
Não Pancreática
(IR, lesões gl. salivares,
macroamilasemia)
Hiperamilasemia
por desordens
de origem complexa
(eventos intra-abdominais,
Cetoacidose, alcoolismo agudo,
Observações
Cirrose hepática)
1 – 20% casos de pancreatite: normal;
2 – Causas GI: amilase alta e lipase normal.
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Amilase

• Amilase Urinária (quase sempre junto com hiperamilasemia)

• Depuração da amilase

Amilase na urina (U/dL) x Creat. no soro (mg/dL)


_________________________________________ x 100 = %
Amilase. no soro x Creat. na urina


Normal: 1 – 4%

Pancreatite: 7 – 15% (bastante inespecífica: cetoacidose, queimaduras, etc)

Macroamilasemia: menor que 1%
LIPASE
Aspectos Clínico-Laboratoriais- Lipase

• Introdução

Enzima
+
Sais biliares
+
Colipase
Aspectos Clínico-Laboratoriais- Lipase
• Diagnóstico de desordens pancreáticas (pancreatite aguda)
• Hiperlipasemia

TG + 2 H2O → 2-MAG + 2 AG

Baixo PM (45kD);
100% reabsorvida (ao contrário da amilase);
Pancreatite aguda: aumento (Início 4-8hs, Pico 24hs, Normal 8-14 dias);
Pancreatite crônica: diminuição (eventual);
FOSFATASE ÁCIDA
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Fosfatase Ácida Total e Fração
Prostática
• Introdução

 Grupo heterogêneo não-específico de fosfatases;

 pH ótimo: 4,5 a 7,0;

 Monoéster fosfórico: álcool e grupo fosfato;

 Próstata (50% da total em ♂ adultos; atividade 1000x em


relação a outros tecidos), osteoblastos, fígado, etc;
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Fosfatase Ácida Total e Fração
Prostática
Hiperfosfatasemia ácida

Carcinoma
Prostático
Hipertrofia
Prostática
Benigna (HPB)
Cirurgia ou
Terapia anti-
androgênica

Palpação retal

Outros
(prostatite,etc)
FOSFATASE ALCALINA
AMINOTRANSFERASES
GAMA GLUTAMILTRANSFERASE
Localização das enzimas no
hepatócito humano
Liberação das enzimas relaciona-
se com o tipo de lesão celular
Enzimas hepatocelulares
(parenquimatosas)
Enzimas colestáticas (obstrutivas)
FOSFATASE ALCALINA
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Fosfatase Alcalina
• Introdução

 Relativamente inespecífica;

 Hidrólise de fosfomonoésteres em pH ≈ 10;

 Fígado (canalículos biliares), intestino, túbulos renais,


baço, ossos (osteoblastos), placenta;

 Diagnóstico diferencial de doenças hepáticas (lesões


obstrutivas x hepatocelulares).
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Fosfatase Alcalina
• Hiperfosfatasemia alcalina

Obstrução
Intrahepática
(2-3x - 10-15x) Obstrução
Extrahepática
(3-10x)

Enfermidades Ósseas

Diminuições:
Hipofosfatemia, anemia, etc.
TRANSAMINASES
(AMINOTRANSFERASES)

TGO TGP
(AST) (ALT)
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Aminotransferases (Transaminases)

Introdução (TGO ou TGP)


Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Transaminases
• Aumentos das Transaminases

Infarto do Distrofia muscular


Desordens
Miocárdio progressiva e
Hepatocelulares
(6-8hs) dermatomiosite

Insuficiência
Embolia Pancreatite
Cardíaca
Pulmonar Aguda
Congestiva
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Transaminases
• DIAGNÓSTICO: DOENÇAS HEPÁTICAS
AGUDAS E CRÔNICAS

ALT (citoplasma) x AST (mitocondrial)


Dano Moderado (ALT) x Lesão grave (AST)
Relação ALT/AST

Hepatite aguda: ALT/AST > 1 (20-50x, até 100x)


• Cirrose hepática:ALT/AST < 1 (até 5x)
• IAM: aumento de ambos (principalmente AST)
• Distrofia muscular progressiva e dermatomiosite: aumento de AST
GAMA-GLUTAMIL TRANSFERASE
(γ-GT)
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Gama Glutamiltransferase (γ-GT)

Introdução Significado clínico

Colestases biliares;

Transferase;
(intra e extra-

Canalículos hepáticas);
hepáticos;

Trato biliar; γ-GT x FAL;

Rim: maior
Alcoolismo
atividade;
(indução e toxicidade;

Soro: hepatobiliar Etilista social: não!)
Aspectos Clínico-Laboratoriais: γ-GT

• Aumentos na atividade de γ-GT

Obstrução Hepatite infecciosa


Intra e Extra Hepática Esteatose hepática
(5-30x) Fibrose Cística

Enfermidades Outras
Hepáticas Condições
(lupus, hipertireoidismo)
(induzidas pelo álcool)
Localização das enzimas no
hepatócito humano
Liberação das enzimas relaciona-
se com o tipo de lesão celular
Enzimas hepatocelulares
(parenquimatosas)
Enzimas colestáticas (obstrutivas)
LACTATO DESIDROGENASE
(LDH)
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Lactato Desidrogenase (LD)

Introdução
Isoenzimas:
• Oxidoredutases;
LD-1(HHHH): miocárdio e
eritrócitos
LD-2(HHHM): miocárdio e
• Citoplasma de todas as células;
eritrócitos
LD-3(HHMM): pulmão,
linfócitos, baço,
pâncreas
LD-4(HMMM): fígado,
musc. esquelético
LD-5(MMMM): fígado,
musc. esquelético
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Lactato Desidrogenase
Aumentos na Atividade de LD

 Infarto agudo do miocárdio Enfermidade hepática ou


(Até 10x; Pico:18-24hs) renal
 ICC, miocardite, choque ou Trauma muscular e
insuficiência circulatória exercícios muito
intensos
(mais de 5x)
 Anemia megaloblástica Mononucleose infecciosa
 Válvula cardíaca artificial Embolia pulmonar
Pneumocistose
LD-1 e LD-2 LD-5
CREATINA CINASE
(CK)
Aspectos Clínico-Laboratoriais-
Creatina Quinase (CK)
Isoenzimas:
Introdução
CK-BB ou CK-1:
predominantemente no cérebro.

CK-MB ou CK-2: forma híbrida,


predominante no miocárdio.
HOJE: CK-MB massa (SBC,
2009)

CK-MM ou CK-3: predominante no


músculo esquelético e cardíaco.

IAM: CKMB > ou = 6% CK total (98% casos)


Elevação (4-8hs); Pico (12-24hs); Normal (48-72hs)
Aspectos Clínico-Laboratoriais-CK
Correlação Clínica
 Enfermidades do músculo Enfermidades cardíacas
esquelético Infarto do miocárdio
• Distrofia muscular Miocardite

progressiva Condições e procedimentos


cardíacos
• Miosite viral e polimiosite
• Hipertermia maligna Enfermidades da tireóide
• Polimiopatia necrosante Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
• Drogas, elevações em
doses farmacológicas
Enfermidades do sistema
• Estados psicóticos agudos nervoso central
Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM)
Testes não-enzimáticos

Mioglobina
(elevação: 2hs; pico: 8hs)
normal:24-36hs);

Troponina (T e I)
(início: igual CK-MB;
elevação: até 7 dias)
Motta (2005)
Troponinas T e I
CK-MB massa
SBC (2013-2015) Figura: Profa Lívia V. L. Teodoro – ICBN/UFTM
Infarto Agudo do Miocárdio

SBC (2013-2015)
Infarto Agudo do Miocárdio

Erichsen (2009); Motta (2009); SBC (2013-2015)


Outras Enzimas

 Aldolase (ALD): doenças musculares.

 Isocitrato desidrogenase (ICD): doença hepática parenquimatosa.

 5’-Nucleotidase: doenças hepáticas; diferencial câncer hepático e ósseo


(isoenzima da FAL).

 Colinesterase: inativa succinilCoA (evita apnéia fatal desse


relaxante muscular, anestesia).
Aspectos Clínico-Laboratoriais

 Amilase: soro?

 Amilase: exames complementares?

 Lipase: normal e amilasemia alta?

 LDH: significado de aumentos!


Paciente 1 Exercícios I
AMR, Masculino, 49 anos

Vômitos, alteração do nível de consciência, mal-estar geral.


Acompanhante relata que o paciente sofre de alcoolismo crônico desde os 15 anos de idade. Relata também
dificuldade de alimentação há vários meses.
Exame físico: abdômem aumentado, mucosas amareladas.
Exames Laboratoriais:
Sangue Venoso:

Glicemia = 59 mg/dL (60 – 99 mg/dL) TGO (AST) =106 U/L (5 – 34 U/L)


Proteínas totais = 3,1 mg/dL (6 – 8 g/dL) TGP (ALT) = 84 U/L (6 – 37 U/L)
Albumina = 1,2 g/dL (3,4 – 4,7 g/dL) Fosfatase Alcalina = 122 U/L (20 – 105 U/L)
Bilirrubina total = 4,5 mg/dL (0,2 - 1,0 mg/dL) Uréia = 12 mg/dL (15 – 38 mg/dL)

a) Explique os valores alterados dos exames.


b) Qual a provável causa do quadro?
c) Seria interessante algum outro teste enzimático?
d) O valor de uréia pode explicar algum(ns) sintoma(s)?
e) Algum outro exame laboratorial poderia auxiliar?
Encefalopatia hepática

Strauss & Alvares da Silva (2012)


Carmo (2009)
Encefalopatia hepática

Carmo (2009)
Referências Bibliográficas
 HIAL, V. et al. Textos Básicos de Bioquímica Clínica.
Uberaba: Cenecista Dr. José Ferreira, 2008. 244 p.

 LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M.


Princípios de Bioquímica. 4ª edição. São Paulo: Sarvier,
2006, 1202p.

 MOTTA, V. T. Bioquímica Clínica: Princípios e


Interpretações. EDUCS. 2002, 419p.

 MOTTA, V. T. Bioquímica básica. EDUCS. 2005, 374p.

 RAFFA, R. B. et al. Atlas de Farmacologia de Netter.


Porto Alegre: Artmed, 2006, 440p.

 VIEIRA, E. C. et al. Química Fisiológica. 2ª edição. São


Paulo: Atheneu, 1995, 411p.

 VIEIRA, E. C.; GAZZINELLI, G.; MARES-GUIA, M.


Bioquímica Celular e Biologia Molecular. 2ª edição.
Rio de Janeiro-São Paulo: Atheneu, 2002, 375p.
OBRIGADO!

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