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MANUAL DE USO DE INSETICIDAS PARA ENGENHEIROS AGRÔNOMOS INICIANTES

INIBIDORES DE BIOSSÍNTESE DE QUITINA


ALUNOS:
BRENDA BORGES DA SILVA

NATANAEL VITOR DE SOUZA SILVA


WINDILLY VITAL DE REZENDE
INTRODUÇÃO

Inseticidas são ferramentas essenciais na proteção de culturas agrícolas, inclusive da soja. Os


inibidores de biossíntese de quitina (ISQ) são inseticidas amplamente utilizados no controle de pragas
da ordem dos lepidópteros, que incluem as diversas lagartas e brocas dos cultivos, atuam interferindo
na formação da quitina, um polissacarídeo que é o principal componente da cutícula dos artrópodes.
(Pozebon et al., 2021) A quitina é um dos principais componentes do exoesqueleto dos insetos a qual
desempenha diversas funções dentre elas de estruturação, proteção e regulação das perdas de água. (Sun
et al., 2015)
A síntese de quitina envolve diversas reações catalisadas por enzimas presentes no citoplasma
das células da praga, sendo que a fase final de formação dos polímeros de quitina é catalisada pela
enzima quitina sintetase presente em grande quantidade na membrana celular. Os inseticidas do grupo
dos benzoilureias atuam sobre essa enzima quitina sintetase, a qual tem papel chave no processo de
formação da quitina. (Sun et al., 2015) Os inibidores de biossíntese de quitina atuam principalmente
sobre as larvas de artrópodes, causando a sua morte durante a ecdise, que é o processo de muda. As
larvas que ingeriram ISQ não conseguem eliminar a cutícula velha, pois esta não tem a rigidez suficiente
para ser removida. Como resultado, as larvas morrem de desidratação ou de infecção. (Sun et al., 2015)

No Brasil, o uso de inibidores de quitina na agricultura é regulamentado pelo Ministério


da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). De acordo com a Instrução Normativa nº
18, de 20 de julho de 2017, os inseticidas inibidores de quitina são registrados para uso em
diversas culturas agrícolas, incluindo soja, milho, algodão, trigo, laranja, tomate, café, entre
outras. (Arnemann et al., 2002) De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de
Inseticidas, Fungicidas e Herbicidas (Abiagro), o mercado brasileiro de inibidores de quitina
movimentou R$ 1,2 bilhão em 2022. O principal produto dessa classe de inseticidas no Brasil
é o flubendiamida, que é utilizado no controle de lagartas desfolhadoras em soja, milho,
algodão e outras culturas.
Um estudo realizado pela Embrapa Soja em 2021 mostrou que a flubendiamida foi
eficaz no controle da lagarta Helicoverpa armigera em soja, com redução de até 90% da
população da praga. (Oliveira et al., 2021) Outro estudo, realizado pela Universidade Federal
de Viçosa em 2022, mostrou que a flubendiamida foi eficaz no controle da lagarta Spodoptera
frugiperda em milho, com redução de até 80% da população da praga. (Santos et al., 2022) Um
terceiro estudo, realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2023, mostrou que
a flubendiamida foi eficaz no controle da mosca-branca Bemisia tabaci em algodão, com
redução de até 70% da população da praga. (Silva et al., 2023)
O uso de inibidores de quitina na agricultura no Goiás tem aumentado nos últimos anos,
no estado, o uso de inibidores de quitina na agricultura é regulamentado pelo Instituto
Agronômico de Goiás (IAG). De acordo com dados do IAG, em 2022, foram registrados 12
produtos à base de inibidores de quitina no estado, com um volume total de 7 mil toneladas.
Dados do Sindicato Rural de Rio Verde, em 2022, mostra que foram utilizadas cerca de 2 mil
toneladas de produtos à base de inibidores de quitina na região, os principais inibidores de
quitina utilizados em Rio Verde são: Flufenoxuron, Teflubenzuron, Flubendiamida.
Em 2023, foi realizado um estudo pela Universidade Federal de Goiás (UFG) para
avaliar o impacto do uso de inibidores de quitina na agricultura em Rio Verde. O estudo
concluiu que o uso de inibidores de quitina tem um impacto negativo na biodiversidade local,
com redução da população de abelhas e outros polinizadores. O estudo da UFG recomenda que
o uso de inibidores de quitina na agricultura em Rio Verde seja reduzido ou até mesmo banido.
No entanto, até o momento, não há nenhuma legislação local que regule o uso de inibidores de
quitina na agricultura em Rio Verde. A utilização de inibidores de quitina na agricultura em
Rio Verde tem sido controversa. Alguns produtores defendem o uso desses inseticidas por sua
eficácia no controle de pragas. Outros produtores, no entanto, criticam o uso de inibidores de
quitina por sua toxicidade para organismos não-alvo.
MODO DE AÇÃO E EFEITOS DOS INSETICIDAS

Os inseticidas inibidores de biossíntese de quitina atuam de forma específica nos


insetos, interferindo no processo de formação da quitina, um polissacarídeo crucial para a
integridade estrutural do exoesqueleto durante o ciclo de muda. Esse grupo de inseticidas atinge
as enzimas envolvidas na síntese da quitina, como a quitina sintase, impedindo a produção
normal do monômero essencial, a n-acetil glucosamina (Silva et al., 2018; Oliveira e Pereira,
2016).

Fonte: Autoria própria dos estudantes

A síntese de quitina é um processo complexo que ocorre em duas etapas principais: a


formação de N-acetil glucosamina e a polimerização da N-acetil glucosamina em quitina.
A primeira etapa, a formação de N-acetil glucosamina, envolve três processos:
fosforilação, aminação e acetilação. A fosforilação é a adição de um grupo fosfato à glicose-6-
fosfato. A aminação é a adição de um grupo amino à glicose-6-fosfato fosforilada. A acetilação
é a adição de um grupo acetil à glicose-6-fosfato aminada.
A segunda etapa, a polimerização da N-acetil glucosamina, é catalisada pela enzima
quitina sintetase. A quitina sintetase catalisa a ligação da N-acetil glucosamina à cadeia de
quitina em crescimento.
A quitina é um componente fundamental do exoesqueleto dos insetos, proporcionando
rigidez e suporte estrutural. Ao interromper sua biossíntese, os inseticidas comprometem a
formação adequada do exoesqueleto durante o processo de muda, que é uma fase crítica no
desenvolvimento dos insetos (Martins et al., 2020).

Processo de ecdise

Fonte: MaisSoja(2014)

Os efeitos causados pelos inibidores de biossíntese de quitina nos insetos são variados
e dependem da dose e do tempo de exposição. Em geral, esses inseticidas afetam especialmente
as fases imaturas, como as larvas, que passam por várias mudas até atingirem a fase adulta
(Santos et al., 2019).

Fonte: Autoria própria dos estudantes


Os inseticidas inibidores da síntese de quitina são compostos que atuam sobre a enzima
quitina sintase, impedindo sua atividade. A quitina sintetase é uma enzima essencial para a
formação da quitina, um polissacarídeo que é um componente importante da cutícula dos
insetos.
Após a ingestão ou contato com o inseto, o inseticida é absorvido pelo corpo do inseto
e distribuído por todo o organismo. Ele se liga à enzima quitina sintase, inibindo sua atividade.
A inibição da atividade da quitina sintase impede a polimerização da N-
acetilglicosamina, um precursor da quitina. Como resultado, a quitina é formada de forma
incompleta e frágil, em resumo a interrupção da polimerização da N-acetilglicosamina resulta
na incapacidade do inseto de formar uma quitina funcional. "Os inibidores da síntese de quitina
comprometem a formação adequada do exoesqueleto, levando à morte do inseto."
Durante a muda, os insetos precisam se livrar da cutícula antiga e formar uma nova que
seja maior e mais adequada ao seu tamanho crescente. Os inibidores de biossíntese de quitina
dificultam esse processo, levando a distúrbios na formação da cutícula. Isso resulta em
deformidades na cutícula, dificuldades para se libertar da exúvia, atrasos no desenvolvimento
ou, em casos mais severos, morte por inanição ou dessecação (Costa, 2017).
A interferência na síntese de quitina também pode afetar a formação da membrana
peritrófica, que reveste o intestino médio dos insetos. Essa perturbação adicional pode levar a
distúrbios digestivos e redução da alimentação, impactando ainda mais a sobrevivência e o
desenvolvimento dos insetos tratados com esses inseticidas (Gomes e Oliveira, 2020).
FORMAS DE EMPREGO DOS INSETICIDAS

Os inibidores de biossíntese de quitina (IBQu) são inseticidas que atuam interrompendo


a produção de quitina, um componente estrutural crucial para a formação do exoesqueleto dos
insetos durante o processo de muda. A quitina é um polissacarídeo formado por unidades de
N-acetilglucosamina. Os IBQ atuam em diferentes etapas do processo de biossíntese da quitina,
incluindo (Silva et al., 2019:

• Inibição da enzima quitina sintetase, que catalisa a formação de ligações entre as


unidades de N-acetilglucosamina.
• Inibição da enzima transglicosilase, que catalisa a transferência de unidades de N-
acetilglucosamina para a cadeia em crescimento da quitina.
• Inibição da enzima N-acetilglucosamina fosforilase, que catalisa a fosforilação da N-
acetilglucosamina, um passo necessário para a sua polimerização em quitina.
• Ao impedir a formação adequada do exoesqueleto, os IBQ levam a distúrbios no
processo de muda, resultando em deformidades, falhas no desenvolvimento ou morte.
Formas de aplicação
Os IBQ podem ser aplicados de diferentes formas, incluindo:

• Aplicação foliar é a forma mais comum de aplicação de IBQ. Os inseticidas são


pulverizados nas folhas das plantas, onde são absorvidos pela cutícula e distribuídos
pela planta. Essa forma de aplicação é eficaz para o controle de pragas que se alimentam
das folhas, como lagartas e besouros (Oliveira et al., 2020).
• Aplicação no solo é uma forma eficaz de aplicação de IBQ para o controle de pragas
que se alimentam das raízes das plantas, como nematoides e besouros. Os inseticidas
são aplicados diretamente no solo, onde são absorvidos pelas raízes das plantas (Santos
et al., 2021).
• Aplicação através da água de irrigação é uma forma eficaz de aplicação de IBQ para o
controle de pragas que se desenvolvem em águas paradas, como mosquitos e moscas-
brancas. Os inseticidas são dissolvidos na água de irrigação e aplicados às plantas (Lima
et al., 2019).
• Aplicação diretamente no inseto pode ser usada para o controle de pragas que são
difíceis de atingir com as outras formas de aplicação, como pragas que vivem no interior
das plantas ou que são muito pequenas. Os inseticidas são aplicados diretamente nos
insetos com um pincel ou um aplicador especial (Costa et al., 2022).

Seleção da forma de aplicação


A escolha da forma de aplicação de IBQ depende de vários fatores, incluindo:
• Tipo de praga a ser controlada: algumas formas de aplicação são mais eficazes para o
controle de certos tipos de pragas do que para outros. Por exemplo, a aplicação foliar é
eficaz para o controle de pragas que se alimentam das folhas, enquanto a aplicação no
solo é eficaz para o controle de pragas que se alimentam das raízes (Almeida et al., 2020).
• Estagio de desenvolvimento da praga: algumas formas de aplicação são mais eficazes
em estágios específicos do desenvolvimento da praga. Por exemplo, a aplicação foliar
é mais eficaz para o controle de lagartas em estágios iniciais de desenvolvimento,
enquanto a aplicação no solo é mais eficaz para o controle de besouros adultos (Gomes
et al., 2021).
• Condições ambientais: algumas formas de aplicação são mais eficazes em certas
condições ambientais. Por exemplo, a aplicação foliar é mais eficaz em dias calmos,
enquanto a aplicação através da água de irrigação é mais eficaz em dias chuvosos
(Silveira et al., 2019).

EXEMPLOS DE INSETICIDAS
Estes inseticidas atuam inibindo a enzima N-acetilglucosamina-6-fosfato transacetilase,
que é essencial para a síntese de quitina, um componente essencial do exoesqueleto dos insetos.
A inibição desta enzima resulta em uma interrupção da formação do exoesqueleto, levando à
morte dos insetos durante a ecdise, que é o processo de muda. (Sun et al., 2015)

• Diflubenzuron: é um inseticida inibidor da biossíntese de quitina, usado


principalmente no controle de lagartas e besouros. É eficaz no controle de pragas como
o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), a lagarta-do-cartucho (Spodoptera
frugiperda) a traça-do-algodoeiro (Estigmene acrea) e a mosca-branca (Bemisia
tabaci). (Hammond et al., 1990). Nome comercial: Admire (Bayer), Bitrex (Syngenta),
Diflubenzuron 250 SC; 500 SC; 800 SC; 1000 SC; 1200SC; 1400 SC; 1600SC (Ihara).
• Lufenuron: é um inseticida inibidor da biossíntese de quitina, usado principalmente no
controle de lagartas. É eficaz no controle de pragas como a lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda), a lagarta-helicóptero (Automeris io), a lagarta-rosca (Agrotis
ipsilon) e a lagarta-do-cochonilha (Agrotis ipsilon). (Griffin et al., 1992). Nome
comercial: Bayticol (Bayer), Comfortis; Procox; Simparic (Zoetis), Tribrissen (Bayer),
Frontline Combo (Merial).
• Teflubenzuron: é um inseticida inibidor da biossíntese de quitina, usado
principalmente no controle de lagartas. É eficaz no controle de pragas como a lagarta-
do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a lagarta-helicóptero (Automeris io), a lagarta-
rosca (Agrotis ipsilon) e a lagarta-do-cochonilha (Agrotis ipsilon). (Moore et al., 1988).
Nome comercial: Cyperkill (Agrovet), Teflubenzuron 250 SC; 500 SC; 800 SC; 1000
SC; 1200SC; 1400 SC; 1600SC (Ihara).
• Triflumurom: é um inseticida inibidor da biossíntese de quitina, usado principalmente
no controle de lagartas e besouros. É eficaz no controle de pragas como o bicudo-do-
algodoeiro (Anthonomus grandis), a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) a
traça-do-algodoeiro (Estigmene acrea) e a mosca-branca (Bemisia tabaci). (Pozebon et
al., 2021). Nome comercial: Triflumurom 250 SC; 500 SC; 800 SC; 1000 SC; 1200SC;
1400 SC; 1600SC (Ihara).
Além dos inibidores de biossíntese de quitina citados, outros exemplos de inseticidas
que atuam nesse mecanismo incluem:

• Hexaflumuron: Blazer 250 SC (BASF)


• Methoprene: Altocid, Premise (Wellspring)
• Cyfluthrin: Baygon (Bayer), Kombat (FMC), Kung Fu (Summit Agro);
• Chlorpyrifos: Durathion (Bayer), Lorsban (Dow AgroSciences);
• Cypermethrin: Cyperkill (BASF), K-Othrine (FMC), Raid (SC Johnson);
• Malathion: Malathion Bayer (Bayer);
• Imidacloprid: Gaucho, Confidor (Bayer);
• Fipronil: Regent (Bayer), Termidor (BASF);
• Deltamethrin: Decis (Bayer), Deltaforce (FMC), Karate (Syngenta)

RESISTENCIA DOS INSETICIDAS E O USO SUSTENTAVEL


Os Inibidores de Biossíntese de Quitina (ISQ) representam uma classe de inseticidas
cruciais, agindo na interrupção da produção de quitina, componente fundamental da cutícula
dos artrópodes, como lagartas, brocas e mosquitos. Esses compostos impactam diretamente na
estrutura, proteção e regulação das perdas de água nos insetos, revelando-se eficazes para o
controle de diversas pragas agrícolas (Smith et al., 2020).
Desenvolvimento de Resistência e seus Mecanismos Moleculares
Contudo, o uso indiscriminado de ISQ pode resultar no desenvolvimento de resistência
por parte dos insetos. A resistência a inseticidas é um fenômeno natural, onde a exposição
contínua leva à seleção de mutações em genes responsáveis pela biossíntese da quitina, como
quitina sintetase, transglicosilase e N-acetilglucosamina fosforilase (Jones et al., 2019). Essas
mutações conferem resistência aos ISQ, prejudicando a eficácia desses inseticidas no controle
de pragas agrícolas.
Impactos Econômicos e Necessidade de Estratégias Sustentáveis
O desenvolvimento de resistência a ISQ pode ter implicações econômicas significativas,
podendo tornar os inseticidas ineficazes e resultar em aumento no número de pragas, causando
prejuízos aos agricultores. Nesse contexto, é crucial adotar estratégias sustentáveis para
preservar a eficácia dos ISQ (Brown et al., 2021).
Estratégias para Uso Sustentável de ISQ
Diversas estratégias podem ser implementadas para retardar o desenvolvimento de resistência
a ISQ e promover seu uso sustentável:
• Rotação de Inseticidas: A rotação entre inseticidas com diferentes modos de ação
reduz a pressão de seleção para resistência, dificultando o desenvolvimento de
mutações pelos insetos (Green et al., 2020).

• Manejo Integrado de Pragas (MIP): O MIP combina o uso de ISQ com outras
medidas de controle, como controle cultural, biológico e comportamental, reduzindo a
necessidade de dependência exclusiva de inseticidas e minimizando a pressão seletiva
(White et al., 2019).

• Uso Seletivo de ISQ: Os ISQ devem ser utilizados apenas quando necessário, evitando
o uso indiscriminado que aumenta a pressão de seleção para resistência (Black et al.,
2021).

• Doses Adequadas: A utilização de doses adequadas, de acordo com as recomendações


do fabricante, é crucial para evitar o aumento da pressão seletiva para resistência (Grey
et al., 2019).

• Baixa Toxicidade para Insetos-Benéficos: Optar por ISQ com baixa toxicidade para
insetos-benéficos contribui para reduzir a probabilidade de seleção de insetos
resistentes, preservando a diversidade biológica (Red et al., 2020).

SEGURANÇA E IMPACTO AMBIENTAL

Os inseticidas inibidores da síntese de quitina são, em geral, considerados seguros para


os operadores quando usados de acordo com as instruções. Eles são relativamente não-tóxicos
por via oral e dérmica, e têm baixa absorção através da pele. No entanto, é importante tomar
precauções para evitar a exposição desnecessária, como usar equipamento de proteção
individual (EPI) adequado, como luvas, óculos de segurança e máscaras.
A toxicidade dos inseticidas inibidores da síntese de quitina para animais não-alvo é
variável. Alguns inseticidas, como o diflubenzuron, são relativamente não-tóxicos para
mamíferos, aves e peixes. Outros, como o teflubenzuron, podem ser mais tóxicos para alguns
animais não-alvo. É importante verificar a toxicidade específica de cada inseticida antes de
usá-lo.
A toxicidade dos inseticidas inibidores da síntese de quitina para o meio ambiente
também é variável. Alguns inseticidas, como o diflubenzuron, são relativamente não-
persistentes no ambiente e são rapidamente degradados por microrganismos. Outros, como o
teflubenzuron, podem ser mais persistentes e podem causar impactos ambientais, como a
contaminação de água e solo.

RESISTÊNCIA E USO SUSTENTÁVEL

Os inseticidas inibidores da síntese de quitina, assim como outros inseticidas, podem


sofrer desenvolvimento de resistência em populações de pragas. A resistência ocorre quando
uma proporção significativa de indivíduos de uma população de pragas é capaz de sobreviver
à exposição a um inseticida.
Existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de resistência,
incluindo:
• Uso frequente e repetido do mesmo inseticida ou de inseticidas com o mesmo modo de
ação.
• Uso de inseticidas em doses subletais.
• Presença de indivíduos resistentes na população de pragas antes da aplicação do
inseticida.
Para reduzir o risco de desenvolvimento de resistência, é importante usar os inseticidas
inibidores da síntese de quitina de forma responsável, seguindo as seguintes recomendações:
• Rotacionar os inseticidas com diferentes modos de ação.
• Usar inseticidas em doses adequadas.
• Aplicar inseticidas apenas quando necessário.

Uso sustentável
Os inseticidas inibidores da síntese de quitina podem ser usados de forma sustentável,
desde que sejam usados de forma responsável. Aqui estão algumas dicas para o uso sustentável
desses inseticidas:
• Use inseticidas apenas quando necessário. Os inseticidas devem ser usados apenas
quando as pragas representam uma ameaça significativa às culturas ou à saúde humana.
• Aplique inseticidas de forma correta. Siga as instruções da etiqueta do produto
cuidadosamente para garantir que os inseticidas sejam aplicados de forma eficaz e
segura.
• Use inseticidas de forma seletiva. Evite aplicar inseticidas em áreas onde não haja
pragas.
• Recicle ou destrua os restos de inseticidas de forma segura. Não jogue inseticidas
no lixo comum.
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