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DISCIPLINA: BIOQUÍMICA CLÍNICA

AULA 1 – INTRODUÇÃO A BIOQUÍMICA CLÍNICA

PROF. DAYANE COSTA DE SOUZA LIMA


EMENTA
1) Introdução à Bioquímica
2) Análise das enzimas, marcadores do IAM e metabolismo mineral
3) Análise das proteínas e hepatograma
4) Diabetes mellitus e lipidograma
5) Função renal, dos distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásico
6) Hormônios e marcadores tumorais bioquímicos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GARCIA, M.A.T.; KANAAN, S. Bioquímica clínica. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
Disponível em: http://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/174668

PINTO, W.J. Bioquímica clínica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Disponível em:
http://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527731478/cfi/6/2!/4/2/2@0
:25.0

VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 4 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2013. Disponível em:
http://integrada.minhabiblioteca.com.br.com.br/books/9788582710050
OBJETIVOS

 Conhecer a importância do laboratório de Bioquímica.


 Saber quais são os Procedimentos Analíticos.
 Aplicar o Controle de Qualidade para minimizar erros e falhas.
IMPORTÂNCIA DA
BIOQUÍMICA CLÍNICA

 Diagnóstico
 Exclusão de diagnóstico

AMOSTRAS ANALISADAS
SANGUE
 Acompanhamento/Monitoramento

URINA
MAIOR PARTE DAS INVESTIGAÇÕES
LABORATORIAIS LÍQUOR

Diabetes mellitus, infarto agudo do


miocárdio, alterações hepáticas, SALIVA
renais, pancreáticas
 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS
• Orientações ao paciente
• Coleta da amostra
Fase • Transporte e armazenamento da amostra
Pré-analítica • Processamento
Variáveis podem influenciar
nos resultados.
• Equipamentos (calibração)
Fase • Dosagem do marcador bioquímico
Analítica

• Expressão dos resultados


• Avaliação do controle de qualidade
Fase • Liberação do laudo
Pós-analítica
 COLETA DA AMOSTRA

- Quantidade adequada;
- Identificação do paciente e da amostra;
- Informações sobre o caso clínico;
- Registro do paciente e da amostra;
- Tipo de tubo para coleta;
- Viabilidade da amostra.
1) Fase pré-analítica

LÍQUIDO LÍQUIDO
LÍQUOR
SINOVIAL AMNIÓTICO

LÍQUIDO LÍQUIDO
URINA
PLEURAL ASCÍTICO

SANGUE
LÍQUOR

Funções:
- Fornecimento de nutrientes ao cérebro
- Proteção mecânica das células neuronais

Diagnóstico:
- Suspeita de acidente vascular cerebral
- Meningite
- Doença desmielinizante
- Leucemias
- Linfomas 150-270 mililitros
Dosagens bioquímicas:
de líquor circulando
no SNC.
- Glicose e lactato (meningites)
- Proteínas (redução nas leucemias)
- Cloretos, Ureia, Lactato desidrogenase
COLETA DO LÍQUOR

- Coleta sem anticoagulante;


- O líquor é obtido por uma punção lombar,
entre L3 e L4 ou L4 e L5.

a) Límpido
Tubos: b) Xantocrômico (proteínas,
1) Bioquímica e imunologia hemoglobina e bilirrubina)
2) Microbiologia c) Hemorrágico
3) Citologia (elementos figurados do LCR,
hemácias, leucócitos, células tumorais,
leveduras e fungos)
4) Testes adicionais
LIQUÍDO SINOVIAL

Funções:
- Preenchimento dos espaços livres intra-
articulares
- Movimentos articulares sem causar danos
- Produção e reabsorção de líquidos
- Equilíbrio fisiológico

Diagnóstico:
- Retirado das articulações (artrocentese)
- Diferenciação no tipo de artrite (infecciosa ou
não)

Dosagens bioquímicas:
- Glicose (redução na artrite infecciosa)
- Proteínas totais
- Ácido úrico
LIQUÍDO AMNIÓTICO
Funções:
- Crescimento externo simétrico do embrião
- Barreira contra infecções
- Proteção mecânica contra traumatismos
- Movimento do feto
- Nutrição
- Excreção

Diagnóstico:
- Doenças congênitas
- Maturidade fetal
- Infecção intrauterina

Dosagens bioquímicas:
- Fosfolipídios (lectina, fosfatidilglicerol)
- α-fetoproteina
LIQUÍDO PLEURAL

Função:
 Lubrificação pulmonar

Diagnóstico:
 Transudato (insuficiência cardíaca
congestiva, cirrose hepática)

 Exsudato (tuberculose, neoplasias)

Permeabilidade aumentada:
Dosagens bioquímicas:
 Proteínas no líquido pleural/soro
≥ - Proteínas
0,5 ≥ - LDH
 LDH no líquido pleural/soro 0,6 - pH < 7,3 (neoplasia, infecção, inflamação)
7,3 – 7,4 (condições benignas)
- Amilase
LIQUÍDO ASCÍTICO

GASA (gradiente de albumina soro-ascite) 


Representa a diferença entre a concentração da albumina sérica e do
líquido ascítico

GASA = Albumina sérica – Albumina do líquido ascítico

1. Ascite com GASA aumentado (≥ 1,1 g/dl):


Hipertensão portal (Cirrose, hepatite alcóolica,
metástases hepáticas, fibrose portal idiopática e
trombose da veia porta), Síndrome de Budd- Chiari e 2. Ascite com GASA diminuído (<1,1 g/dl): 
Insuficiência Cardíaca. Carcinomatose peritoneal, Tuberculose peritoneal,
Pancreatite, Serosite e Síndrome Nefrótica.
LIQUÍDO ASCÍTICO

Ascite com GASA diminuído (<1,1 g/dl): 


LIQUÍDO ASCÍTICO

Ascite com GASA aumentado (≥ 1,1 g/dl):


LIQUÍDO ASCÍTICO

BASILIO et al., 2016.


URINA

URINA COM PRIMEIRA


URINA DE 24 URINA
OUTROS URINA DA
HORAS ALEATÓRIA
INTERVALOS MANHÃ
• Creatinina • Amilase • Proteínas • EQU
• Eletrólitos totais
• Proteínas • Albumina
totais
• Albumina
SANGUE

 Uso de EPIs
 Realizar antissepsia
 Uso do garrote
 Coleta à vácuo, seringas ou lancetas
 Tubo correto e identificado
COLETA DE SANGUE VENOSO

 As veias transportam sangue da periferia para o coração.


 Veias mediana, cefálica ou basílica
 Dobra do cotovelo
 Ângulo de aproximadamente 30° para coleta
COLETA DE SANGUE ARTERIAL

Sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado pelo coração para os tecidos.


 Coletado em nível hospitalar;
 Artéria radial, braquial e femoral;
 Ângulo para coleta de 30-45º(radial), 45-60º(braquial) e 45-90º(femoral).15
COLETA DE SANGUE CAPILAR

Mistura de sangue arterial e venoso.


 Ponta do dedo, lóbulo da orelha e planta do pé
 Controle de glicemia e tempo de sangramento
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS DE SANGUE

2.500 rpm
10 min

MARIEB., 2004.
TUBOS DE COLETA
ERROS NA FASE PRÉ-ANALÍTICA

 Tempo de jejum
 Erro na identificação
 Garroteamento prolongado
 Tubo incorreto
 Armazenamento incorreto
 Amostra insuficiente
 Hemólise e lipemia
HEMÓLISE
Proteína totais e albumina
 Transferência do sangue de forma
Transaminases
 Inadequada;
Cálcio
 Homogeneização brusca;
Fósforo
 Uso do tubo secundário;
Bilirrubina
 Temperaturas anormais;
Amilase
 Interrupção brusca da centrifugação
Creatinina

LIPEMIA

Amilase
 Ingestão de alimentos gordurosos;
Sódio
 Usuários de retrovirais.
Potássio
EQUIPAMENTOS DE LEITURA

 Analisadores urinários:
Determinação de urobilinogênio, glicose, bilirrubina, corpos cetônicos, densidade, sangue, pH,
proteína, nitrito e leucócitos.

Avaliação de aspectos físicos e químicos e contagem de células totalmente automatizadas.


 Fotômetro de chama:
Átomos de metais emitem luz, após aquecimento por uma chama.
Dosa-se lítio (Li+), sódio (Na+), potássio (K+), magnésio (Mg2+)

 Eletrodos íons seletivos:


Eletrodos que respondem seletivamente a alguns íons, medindo o
potencial de um íon específico em solução. Serve para a dosagem de
cálcio (Ca2+), sódio (Na+), cloreto (Cl-)

 Aparelhos de quimiluminescência:
A quimioluminescência é a emissão de luz em consequência de uma
reação química. Dosa-se T 3, T 4, T SH,
 Turbidímetro:
Turbidimetria e nefelometria. Dosa-se PCR, α1-glicoproteína ácida,
imunoglobulinas, ferritina, transferrina

 Espectrofotômetro:
Manual (visível ou visível e UV), sem cubeta termostatizada.

Semi-automático: com cubeta termostatizada. Requer utilização


de reagentes líquidos

Automático: método 100% automatizado


ESPECTROMETRIA

Quantidade de luz absorvida é


proporcional a concentração do analito
 Classificação das reações espectrofotométricas

Produto formado:
 Reações colorimétricas
Formação de produtos coloridos (400 –800nm)
Lâmpada de tungstênio
Cubetas de plástico ou vidro.

 Reações ultra-violetas
Produtos absorvem energia na região do ultra-violeta (200 –400 nm)
Lâmpada de hidrogênio
Cubetas de quartzo

Procedimento:
 Reação de ponto final
 Reação cinética contínua
 Reação cinética de dois tempos
 Classificação das reações espectrofotométricas

Procedimento:
 Reação de ponto final
A concentração do produto formado atinge um valor máximo, permanecendo inalterada por algum tempo.
 Reação cinética contínua
A velocidade de formação do produto é medida em intervalos de tempo, 3 no mínimo. Necessário
cubeta termostatizada.
 Reação cinética de dois tempos
É uma variante da reação cinética contínua.
É realizada leitura aos 30 e aos 90 seg (outros tempos podem ser utilizados).
Necessário cubeta termostatizada.
FASE PÓS-ANALÍTICA

 Cálculos e expressão dos resultados (mg/dL, U/L...)


 Controle de qualidade
 Comparação com o valor de referência
 Comparação com o quadro clínico
 Emissão do laudo
LAUDO

a) identificação do laboratório;
b) endereço e telefone do laboratório;
c) identificação do Responsável Técnico (RT);
d) nº.de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional ;
e) identificação do profissional que liberou o exame;
f) nº.de registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de
classe do profissional
g) nº.de registro do Laboratório Clínico no respectivo conselho de classe
profissional;
h) nome e registro de identificação do cliente no laboratório;
i) data da coleta da amostra;
j) data de emissão do laudo;
k) nome do exame, tipo de amostra e método analítico;
l) resultado do exame e unidade de medição;
m) valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para
interpretação;
n) observações pertinentes.
CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO

 Realizado para verificar se as dosagens estão corretas e portanto se seus resultados são
confiáveis e podem ser liberados, evitando erros.

Exemplo: Lote 1001


Glicose: 212 mg/dL
Colesterol: 168 mg/dL
Triglicerídeos: 168 mg/dL
Uréia: 90 mg/dL

Recomendação: cada laboratório pode desenvolver o seu próprio


intervalo de confiança. Para isto, analisar o soro controle no mínimo 20
vezes e em 20 dias diferentes.
SORO CONTROLE ALTERADO

Recomendação: cada laboratório pode desenvolver o seu


próprio intervalo de confiança. Para isto, analisar o soro
controle no mínimo 20 vezes e em 20 dias diferentes.
CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO

 Assegura que os resultados dos laboratórios situem-se o mais próximo


possível do valor real dos marcadores analisados.

 Visa padronizar os resultados de diferentes laboratório s através da


comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material.

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