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DE BOAS PRÁTICAS
EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE
DE SUPORTE
EXTRACORPORAL
DE VIDA:
Um desafio para
a prática
especializada
G U I A O R I E N TA D O R D E B O A S P R ÁT I C A S
Ficha técnica
Título
Guia Orientador de Boas Práticas – Cuidados à pessoa em situação crítica dependente de
suporte extracorporal de vida: um desafio para a prática especializada.
Grupo de trabalho
Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica:
Paulo Alexandre Dinis Oliveira (Coordenador)
Ana Carina Alves Farias
Dalva Manuela Dias da Silva Pinto da Costa Gomes
Fernando José de Araújo Miranda
João Alberto Rodrigues Dantas
Michelle de Sousa Viríssimo
(Nomeados em NI BAST 2017/23 de 08/08/2017)
Colaboração
Ricardo Miguel Martins Gomes Cruz
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica
Nídia Celsa Oliveira Alves (infografia ilustrativa)
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Peritos
Mário Rui Correia Branco
Filipe Alexandre Morgado Ramos
O Grupo de Trabalho que elaborou este GOBP esteve em atividade entre junho de 2017 e
fevereiro de 2019.
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Índice
09 14 15 16
Abreviaturas Mensagem de Mensagem Introdução
e siglas Bastonária e Presidente de Presidente do
do Conselho Colégio da
de Enfermagem Especialidade de
da Ordem Enfermagem
dos Enfermeiros Médico-Cirúrgica
22 22 24 33
1. O Desenvolvimento 1.1 Do conceito inicial 1.2 Da era moderna à 2. Conceitos e
do suporte à era moderna expansão global definições no
extracorporal de vida suporte
extracorporal
33 38 45 45
2.1 Conceitos e 2.2 Indicações e 3. Modalidades do 3.1 Modalidade
definições contra-indicações do suporte extracorporal veno-venosa
suporte extracorporal de vida
46 47 51 51
3.2 Modalidade 3.3 Modalidades 4.Componentes do 4.1 Acessos venosos
veno-arterial híbridas suporte extracorpo- e arteriais (cânulas)
ral de vida
55 56 60 62
4.2 Circuitos 4.3 Bombas 4.4 Membranas 4.5 Unidades
extracorporais de sangue permutadoras de permutadoras de
gases (membranas calor
oxigenadoras)
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63 63 68 68
4.6 Misturadores de 4.7 Sensores de 5. Princípios 5.1 Fisiologia das
gases (sweep gas) pressões/fluxos/ar fisiológicos trocas gasosas no
corpo humano
69 73 73 74
5.1.1 Quantidade 5.1.2 Distribuição de 5.1.3 Consumo 5.2 Gestão das trocas
de O2 O2 (DO2) de O2 (VO2) gasosas: O equilíbrio
hemodinâmico na
pessoa com ECMO
83 83 88 89
6. Início, manuten- 6.1 Canulação 6.2 Priming 6.3 Início, estabilização
ção e finalização do do circuito e manutenção da
suporte de vida circulação sanguínea
extracorporal extracorporal
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168
Recursos humanos
e materiais
necessários na
descanulação
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Índice de quadros
33 39 73 79
Quadro 1: Quadro 2: Quadro 3: Quadro 4:
Definições no Índice de oxigenação Teor de O2 Relação
suporte DO2/VO2/SvO2
extracorporal
de vida
86 89 90 92
Quadro 5: Quadro 6: Quadro 7: Quadro 8:
Ações/orientações Ações/orientações para Ações/orientações Algoritmo da
da canulação ao o início do suporte para o início do ventilação
início do suporte ECMO VV suporte ECMO VA de repouso
97 98 103 105
Quadro 9: Quadro 10: Quadro 11: Quadro 12:
Richmond Agitation Manutenção da pessoa Orientações para o Descanulação do
Sedation Scale - em suporte ECMO desmame em trial off suporte ECMO
RASS do suporte ECMO VV
e VA
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Índice de figuras
45 47 48 52
Figura 1: Figura 2: Figura 3: Figura 4:
Modalidade VV Modalidade VA Modalidade Cânulas de acesso/
híbrida VV-A venosas (azuis) e
cânulas de retorno/
arteriais (vermelhas)
54 54 55 57
Figura 5: Figura 6: Figura 7: Figura 8:
Cateter/Introdutor Cânula de Circuito Bomba de sangue
de reperfusão do duplo-lúmen extracorporal oclusiva ou de
membro inferior (conjunto de tubos) rolamentos
58 59 60 62
Figura 9: Figura 10: Figura 11: Figura 12:
Bomba centrífuga Bomba centrífuga Membrana Membranas permutadoras
com cones permutadora de gases (membranas
concêntricos de gases oxigenadoras)
63 63 64 64
Figura 13: Figura 14: Figura 15: Figura 16:
Unidades Misturador de Detetor Monitor do Cardiohelp®
permutadoras gases (Blender) de ar (informações das
de calor pressões/fluxos)
68 69 70 71
Figura 17: Figura 18: Figura 19: Figura 20:
Circulação extracorporal Trocas gasosas Quantidade de PaO2
de sangue pouco no alvéolo oxigénio fornecida
oxigenado e sangue pulmonar e a efetivamente
oxigenado consumida
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71 72 72 74
Figura 21: Figura 22: Figura 23: Figura 24:
Sat.O2 Teor, Teor de O2 (PaO2 Fisiologia Pulmonar:
distribuição e consumo e Sat.O2) Difusão
de O2
77 78 85 94
Figura 25: Figura 26: Figura 27: Figura 28:
Relação Relação DO2/VO2 Modo de suporte Reflexo da curva da
CaO2/Sat.O2/PaO2/Hb VenoArterial -Venosa linha arterial ao
(VA-V) aumentar o fluxo de
bomba de sangue
no suporte ECMO
122 122
Figura 29: Figura 30:
Hipoperfusão dos Monitorização dos
membros membros com NIRS
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Abreviaturas e siglas
ACT Activated Clotting Time
ANOR Abdominal Normothermic Oxygenated Recirculation
APT Activated Partial Thromboplastin Time
AT3 Antitrombina III
BIS Índice Bispectral
C12H22C aO14 Gluconato de Cálcio 10%
Ca++ Cálcio
CAM‐ICU Confusion Assessment Method for the ICU
CaO2 Conteúdo arterial de O2 ou Teor de O2
CC Centímetros Cúbicos
CE Concentrado Eritrocitário
Conventional Ventilation Support vs Extracorporeal Membrane
CESAR
Oxygenation for Severe Adult Respiratory Failure
Ch Charrière
ClCa2 Cloreto de Cálcio 10%
cmH2O Centímetros de água
CO 2 Dióxido de Carbono
DAV Dispositivo de Assistência Ventricular
DC Débito Cardíaco
DEHP Di-etilhexil ftalat
DGS Direcção-Geral da Saúde
DO 2 Distribuição de Oxigénio
DPCC Dadores em Paragem Cardiocirculatória
ECCO2 R Extracorporeal Carbon Dioxide Removal
ECECLS Enfermeiro Competente em Extracorporeal Life Support
ECG Eletrocardiograma
ECLS ExtraCorporeal Life Support
ECMO ExtraCorporeal Membrane Oxygenation
ECMO VA ExtraCorporeal Membrane Oxygenation ArterioVenous
ECMO VAV ExtraCorporeal Membrane Oxygenation Venous ArterioVenous
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Abreviaturas e siglas
ECMO VV ExtraCorporeal Membrane Oxygenation VenoVenous
E-CPR Reanimação Cardiopulmonar Extracorporal
EEEMC Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Saúde Infantil
EEESIP
e Pediatria
EEG Eletroencefalograma
EESO European Extracorporeal Life Support Organization
EISOR ExtraCorporeal Interval Support for Organ Retrieval
ELSO Extracorporeal Life Support Organization
EPE Empresa Publica Empresarial
FiO 2 Fração inspirada de Oxigénio
Fr French .
FR Frequência Respiratória
g Grama
GOBP Guia Orientador de Boas Práticas
Hb Hemoglobina
HITT Trombocitopenia Trombótica Induzida por Heparina
HLS HeartLung Support Set
Ht Hematócrito
I:E Inspiração:Expiração
IO Índice de Oxigenação
K+ Potássio
Kg Quilograma
L Litro
L/M ou L/min Litro por Minuto
m2 Metro quadrado
MAP Pressão Média das vias Aéreas
Mesa do Colégio da Especialidade em Enfermagem
MCEEMC Médico-Cirúrgica
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Abreviaturas e siglas
mEq mil Equivalente
mEq/L mil Equivalente por Litro
mg miligrama
mg/dl Miligrama por decilitro
ml mililitro
ml/Kg mililitros por Quilograma
ml/kg/min mililitro por kilograma por minuto
ml3 mililitro cúbito
mmHg Milímetro de Mercúrio
mm3 Milímetro cubico
mmol/L milimole por litro
Na+ Sódio
NaHCO3 Bicarbonato de Sódio 8,4%
NECMO Normothermic ECMO
NIRS Near InfraRed Spectroscopy
NPT Nutrição Parenteral Total
O2 Oxigénio
OP-ECMO Organ-Preserving Extracorporeal Membrane Oxygenation
PaCO 2 Pressão Parcial de Dióxido de Carbono
PAM Pressão Arterial Média
PaO 2 Pressão Parcial de Oxigénio
PAP Pressão Arterial de Pulso
PCC Paragem Cardiocirculatória
PCR Paragem Cardiorrespiratória
PEEP Positive End-Expiratory Pressure
PFC Plasma Fresco Congelado
pH potencial de Hidrogénio
PLS Permanent Life Support
PP Prone Position
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Abreviaturas e siglas
Pplat. Pressão de Plateau
PVC Policloreto de Vinil
RASS Richmond Agitação-Sedação Score
RCR Ressuscitação Cardiorrespiratória
RMN Ressonância Magnética Nuclear
RPM Rotações por minuto
Rx Radiografia
Sat. Pós Ox. Saturação de Pós Oxigenação
Sat. Pré Ox. Saturação de Pré Oxigenação
Sat.O2 Saturação de Oxigénio no sangue
SCM Suporte Circulatório Mecânico
SDRA Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda
SGRQ St. George's Respiratory Questionnaire
SNG Sonda Nasogástrica
SvO 2 Saturação venosa central e mista de oxigénio
TC Tomografia Computorizada
TEG Tromboelastografia
TET Tubo EndoTraqueal
TSFR Técnicas de Substituição da Função Renal
U Unidade
U/Kg Unidade por Quilograma
U/Kg/h Unidade por Quilograma por hora
U/ml Unidade por mililitro
UCI Unidade de Cuidados Intensivos
VA VenoArterial
VA-V VenoArterial - Venosa
VE Ventrículo Esquerdo
VO 2 Consumo de O2
VV VenoVenoso
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Abreviaturas e siglas
VV-A VenoVenosa - Arterial
VV-V VenoVenosa - Venosa
µm Micrómetro
10^9 Milhar de milhão
% Percentagem
Diminuição
Aumento
+/- Mais ou Menos
< Menor
≤ Menor ou Igual
> Maior
≥ Maior ou Igual
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Mensagem de Bastonária
e Presidente do Conselho
de Enfermagem da Ordem
dos Enfermeiros
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Mensagem de Presidente
do Colégio da Especialidade de
Enfermagem Médico-Cirúrgica
A Ordem dos Enfermeiros tem
como desígnio fundamental
promover a qualidade dos
cuidados prestados à população. Nesta
senda, a Mesa do Colégio da Especiali-
Suporte Extracorporal de Vida: Um
novo desafio para a prática especiali-
zada. A oxigenação por membrana
extracorporal é uma modalidade
terapêutica utilizada no suporte
dade de Enfermagem Médico-Cirúrgi- temporário da função cardíaca e/ ou
ca, regulamentou em 2018 o perfil de respiratória, permitindo que o coração
competências específicas do Enfermei- e/ou o pulmão recuperem de uma
ro Especialista em Enfermagem Médi- situação reversível perante o insucesso
co-Cirúrgica de acordo com o alvo e dos tratamentos convencionais, otimi-
contexto de atuação, reformulando a zando os fluídos, o estado nutricional, o
área de enfermagem à Pessoa em equilíbrio ácido-base e normalizar o
Situação Crítica. A pessoa em situação fornecimento de oxigénio.
crítica é aquela cuja vida está ameaça-
da por falência ou eminência de falên- Este Guia Orientador de Boa Prática
cia de uma ou mais funções vitais e evidencia o cuidado à pessoa, família/
cuja sobrevivência depende de meios cuidador a vivenciar processos
avançados de vigilância, monitorização complexos de doença crítica e/ou
e terapêutica, sendo imperativo a dota- falência orgânica, nomeadamente na
ção dos enfermeiros na compreensão e pessoa submetida a oxigenação por
manuseamento dos mesmos, para que membrana extracorpórea, desde o
tenham uma resposta atempada e pré-hospitalar à unidade de cuidados
correta às suas necessidades. intensivos. Pretendemos que este
documento possa evidenciar os cuida-
O avanço no conhecimento técnico e dos especializados e contribuir para a
científico requer que o Enfermeiro uniformização da atuação dos Enfer-
Especialista desenvolva uma prática meiros Especialistas em Enfermagem
baseada nas mais recentes evidências, Médico-Cirúrgica.
orientada para resultados sensíveis
aos cuidados de enfermagem. Foi Este Manual foi desenvolvido por
neste contexto que surgiu a necessida- peritos na área a quem esta Mesa do
de de realização do presente docu- Colégio gostaria de deixar o seu mais
mento, intitulado Cuidados à Pessoa sincero agradecimento.
em Situação Crítica dependente de
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Introdução
A Ordem dos Enfermeiros tem
como desígnio fundamental
promover a defesa da qualida-
de dos cuidados prestados à popula-
em Enfermagem Saúde Infantil e
Pediátrica (EEESIP) ou Enfermeiro
Competente em Extracorporeal Life
Support (ECECLS).
ção, bem como desenvolver, controlar
e regular o exercício profissional, A noção de competência é entendida
conforme descrito no Decreto de Lei no Parecer MCEEMC de 10/2017 (págs.
n.º 104/98, publicado em Diário da 2-3), como um “conjunto de saberes
República a 21 de abril. Neste âmbito, a indissociavelmente ligados à formação
Ordem dos Enfermeiros em Padrões de inicial de base e à experiência da ação
Qualidade dos Cuidados de Enferma- adquiridas ao longo do tempo que
gem (2001), reconhece que os Guias sobressai em situações concretas das
Orientadores de Boa Prática (GOBP) práticas clínicas. O saber profissional
de Cuidados de Enfermagem consti- de enfermagem é um saber de ação,
tuem um contributo importante para a não se constituindo somente de execu-
melhoria contínua da qualidade do ção ou de reprodução de atos, mas
exercício profissional dos enfermeiros. engloba igualmente a capacidade de
adaptar a conduta à situação comple-
As boas práticas advêm da aplicação xa, fazendo apelo aos conhecimentos”.
de linhas orientadoras baseadas na Os cuidados de enfermagem à pessoa
evidência científica disponível e na em situação crítica são, por conseguin-
opinião de peritos. O objetivo é obter te, cuidados que se revestem de uma
as melhores respostas na resolução de importância extrema e que englobam
problemas de saúde específicos das uma avaliação diagnóstica e uma
pessoas, refletindo um compromisso monitorização constante por forma a
para partilhar a excelência a nível local conhecer continuamente a situação da
e nacional. Este Guia Orientador de pessoa alvo dos cuidados, prevendo e
Boas Práticas toma como foco de detetando precocemente as complica-
atenção os cuidados à pessoa em ções e assegurando uma intervenção
situação crítica dependente de Extra- precisa, concreta, eficiente e em tempo
corporeal Life Support (ECLS1) e à sua útil2 .
família por parte do Enfermeiro Espe-
cialista em Enfermagem Médico-Cirúr- O Regulamento n.º 429/2018, publica-
gica (EEEMC), Enfermeiro Especialista do no Diário da República de 16 de
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1
Termo abrangente que engloba diversos modos de suporte de vida baseadas no uso de um circuito extracorporal e utilizados
na falência cardíaca e/ou pulmonar tendo como finalidades a oxigenação, a remoção de dióxido de carbono e/ou o suporte
cardíaco. Exclui-se desta definição a circulação extracorporal utilizada nos procedimentos cirúrgicos cardiotorácicos e/ou
vasculares realizados em contexto operatório (bypass cardiopulmonar).
2
Coimbra, N. & Amaral, T. (2016). Acompanhamento de Enfermeiro no Transporte Primário do Doente Critico. Revista Nursing,
Fevereiro, p.1
3
Regulamento n. º 429/2018, publicado no Diário da República n.º 135/2018, Série II de 2018-07-16
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4
ELSO - Extracorporeal Life Support Organization. (2010). Guidelines for Training and Continuing Education of ECMO
Specialists version 1.5.
5
Firmin, R. K. et al (1996). Role of extracorporeal membrane oxygenation. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren &
G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
6
O’Rourke P. P. et al (1989). Extracorporeal membrane oxygenation and conventional medical therapy neonates with
persistent pulmonary hypertension of the newborn: a prospective randomized study. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
7
Bartlett, R. H., et al (1985). Extracorporeal circulation in neonatal respiratory failure: a prospective randomized study. In T.
Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição)
(pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
8
Harvey, C. (2017). Extracorporeal Life Support Organization (2016) - ELSO Registry International Summary. In T. Brogan, L.
Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11).
Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
9
Baffes, T. G. et al (1970). Extracorporeal circulation for support of palliative cardiac surgery in infants. In T. Brogan, L.
Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 307 –
319). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE DE SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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1. O Desenvolvimento
do suporte
extracorporal de vida
A pesar de notável e extraordina-
riamente complexo, o desen-
volvimento do suporte de vida
extracorporal parte de uma simples
va restabelecer a corrente sanguínea1,2.
Praticamente meio século após esta
formulação, Benjamin Richardson
conduz, em 1860, experiências labora-
formulação: é possível imitar a função toriais nas quais é tentada uma circula-
cardiopulmonar do corpo humano e ção artificial num modelo animal2,
dessa forma recuperar um organismo sendo construído em 1885, por Max
cujas funções fundamentais se encon- Von Frey e Max Gruber, o primeiro
tram gravemente comprometidas? protótipo de dispositivo coração-pul-
mão, utilizada para estudar em labora-
1.1 Do conceito inicial à era moderna tório a perfusão de determinados
órgãos2.
Tendo apenas como objetivo perceber
se o líquido a que se convencionou É no século XX que o desenvolvimento
chamar sangue poderia ser transferido do suporte de vida extracorporal
entre duas espécies distintas, Jean ganha uma nova dimensão. Com efeito,
Baptiste Denis, ao tentar uma transfu- a descoberta do anticoagulante hepa-
são sanguínea entre um ser humano e rina por McLean e Howell, em 19162,
um cordeiro1,2, marcou em 1693 o início possibilita uma evolução significativa
de um conceito que se foi desenvol- quer da técnica quer dos equipamen-
vendo nos séculos seguintes, à medida tos que se viriam a desenvolver. Não
que progrediam igualmente outras obstante o contributo de Sergei
áreas do conhecimento científico. Em Brukhonenko e dos seus colaborado-
1812, Julian Jean Cesar le Gallois suge- res, em 1920, para o desenvolvimento
riu que uma parte do corpo humano do primeiro oxigenador de bolhas que
poderia eventualmente ser preservada viria a ser utilizado com sucesso em
por um qualquer mecanismo externo experiências animais3, foram John e
de perfusão, ao observar partes de Mary Gibbon, respetivamente um
animais aparentemente mortos que cirurgião cardíaco e uma perfusionista,
pareciam ganhar vida quando se tenta- os pioneiros na utilização do suporte
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G U I A O R I E N TA D O R D E B O A S P R ÁT I C A S
Peek (2017). Extracorporeal Life Book (5ªEdição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor,
Suport – The ELSO Red Book (5ªEdi- Michigan: Extracorporeal Life Support
ção) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Organization.
Extracorporeal Life Support Organiza-
tion. 16 Bartlett, R.H. et al (1977). Extracor-
poreal membrane oxygenator support
13 Kolobow T. et al. (1970). Partial for cardiopulmonary failure. Experien-
Cardiopulmonary bypass lasting up to cie in 28 cases. In T. Brogan, L. Lequier,
seven days in alert lambs with mem- R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek
brane lung blood oxygenation. In T. (2017). Extracorporeal Life Suport –
Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 –
MacLaren & G. Peek (2017). Extracor- 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorpore-
poreal Life Suport – The ELSO Red al Life Support Organization.
Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann
Arbor, Michigan: Extracorporeal Life 17 Bartlett, R.H. (1985). Esperanza. In T.
Support Organization. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren & G. Peek (2017). Extracor-
14 Kolobow, T et al. (1968). Partial poreal Life Suport – The ELSO Red
extracorporeal gas exchange in alert Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor,
newborn lambs with a membrane Michigan: Extracorporeal Life Support
artificial lung perfused via an AV shunt Organization.
for periods up to 96 hours. In T.
Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. 18 Bartlett, R.H. (2003). Artificial
MacLaren & G. Peek (2017). Extracor- organs: basic science meets critical
poreal Life Suport – The ELSO Red care. In T. Brogan, L. Lequier, R. Loru-
Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, sso, G. MacLaren & G. Peek (2017).
Michigan: Extracorporeal Life Support Extracorporeal Life Suport – The ELSO
Organization. Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann
Arbor, Michigan: Extracorporeal Life
15 Hill, J.D. et al (1972). Prolonged Support Organization.
extracorporeal oxygenation for acute
post-traumatic respiratory failure 19 Wolfson, P.J. (2003). The develop-
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Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren & G. Peek (2017). Extracor- MacLaren & G. Peek (2017). Extracor-
poreal Life Suport – The ELSO Red poreal Life Suport – The ELSO Red
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MacLaren & G. Peek (2017). Extracor- Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michi-
poreal Life Suport – The ELSO Red gan: Extracorporeal Life Support
Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Organization.
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Organization. 30 Noah, M. A. et al (2011). Referral to
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brane oxygenation. In T. Brogan, L. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017).
Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Extracorporeal Life Suport – The ELSO
Peek (2017). Extracorporeal Life Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann
Suport – The ELSO Red Book (5ª Arbor, Michigan: Extracorporeal Life
Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michi- Support Organization.
gan: Extracorporeal Life Support
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Recent research in extracorporeal life
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ventilator support versus extracorpo- MacLaren & G. Peek (2017). Extracor-
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adult respiratory failure (CESAR): a Book (5ªEdição) (pp. 1 – 11). Ann
multicenter randomized controlled Arbor, Michigan: Extracorporeal Life
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Arbor, Michigan: Extracorporeal Life nization Registry Report. In T. Brogan,
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29 Davies, A. et al (2009). Extracorpo- Suport – The ELSO Red Book (5ªEdi-
real membrane oxygenation for 2009 ção) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan:
influenza A (H1N1) acute rerspiratory Extracorporeal Life Support Organiza-
distress syndrome. In T. Brogan, L. tion.
Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G.
Peek (2017). Extracorporeal Life
Suport – The ELSO Red Book (5ª
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GUIA ORIENTADOR
CONCEITOS E DEFINIÇÕES NO SUPORTE EXTRACORPORAL
DE BOAS PRÁTICAS
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EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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2. Conceitos
e definições no suporte
extracorporal
A A expansão global do suporte
extracorporal de vida e o
desenvolvimento dos equipa-
mentos a ele associados levou ao
poderem ser utilizados de forma
consistente e consensual em qualquer
localização geográfica e em qualquer
língua, contribuindo assim para uma
surgimento de uma multiplicidade de interpretação comum entre todos os
termos e expressões cuja complexida- intervenientes.
de e ambiguidade dificultam, por
vezes, a sua compreensão. Empregues 2.1 Conceitos e definições
frequentemente quer na prática clínica
quer na investigação científica, estes O quadro 1, resume as definições
termos e expressões associados ao utilizadas no suporte extracorporal de
suporte ECMO foram alvo de uma vida, aprovadas pela ELSO.
uniformização internacional de modo a
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A hipoplasia pulmonar que muitas para cerca de 500 crianças por ano,
vezes surge em consequência do com taxa de sobrevida global de 58%
desenvolvimento da patologia assu- com alta hospitalar ou transferência.
me-se como algo irreversível no trata- Assim, as principais indicações da
mento posterior conduzindo a situa- falência pulmonar em Pediatria são:
ções de falência respiratória crónica. • Pneumonia viral
Serão casos de mau prognóstico e que • Pneumonia bacteriana
terão de ser muito ponderados antes • Síndrome de Dificuldade Respiratória
de avançar para a técnica de suporte. Aguda (SDRA)
• Pneumonite/pneumonia por aspira-
Indicações na falência pulmonar em ção
Pediatria • Agudização de estado asmático
As indicações em Pediatria para início
de suporte ECMO VV são mais diver- Indicações na falência cardíaca em
sas e difíceis de serem definidas do que Neonatologia e Pediatria
na faixa dos neonatais. Contudo, nos Relativamente ao suporte da falência
últimos anos, o número de casos respi- cardíaca na população neonatal, a
ratórios relatados à ELSO aumentou modalidade VA encontra-se indicada,
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10
O Score Murray tem como objetivo avaliar a gravidade da lesão pulmonar. Quatro critérios são tidos em conta: Número de
quadrantes pulmonares infiltrados na radiografia de tórax; PaO2/FiO2 expressa em milímetros de mercúrio (mmHg); Nível de
Positive End-Expiratory Pressure (PEEP), expresso em centímetros de água (cmH2O) e a Compliance do sistema respiratório,
expresso em mililitros por centímetro de água (ml/cmH2O). O valor final do score é obtido adicionando os valores de cada item
e dividindo o resultado por 4 (número de parâmetros)8
Score Final: 0 = sem lesão Pulmonar; 01-2,5 = lesão pulmonar leve ou moderada e > 2,5 = lesão pulmonar grave (SDRA).
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3. Modalidades do suporte
extracorporal de vida
H
Há diferentes estratégias de mecânica convencional otimizada, a
canulação e configuração do canulação VV é a configuração de
ECMO. O modo de canulação escolha1.
afeta a fisiologia cardiopulmonar neste
tipo de tratamento e é um fator deter- 3.1 Modalidade veno-venosa
minante no outcome. Visto isto, a canu-
lação caracteriza a configuração do A modalidade VV é utilizada na falên-
ECMO. Este pode ser caracterizada por cia pulmonar. Aqui o sangue é drenado
ECMO VA ou ECMO VV. a partir da circulação venosa (na
imagem a veia femoral) sendo poste-
A decisão de estabelecer a configura- riormente devolvido à circulação
ção VV ou VA no ECMO dependerá da venosa (na imagem, a veia jugular
natureza e severidade da doença de interna), oxigenado com baixo teor de
base e da rapidez de declínio funcional. CO2. Neste modo, o sangue que
Se a indicação primária para ECMO é provém do circuito extracorporal irriga
falência cardíaca com choque cardio- sequencialmente os pulmões e o
génico refratário, o ECMO VA deve ser coração (fisiologia em série), não
realizado. Se a indicação para ECMO foi conferindo qualquer suporte hemodi-
primariamente hipoxemia progressiva nâmico na falência cardíaca.
ou hipercapnia, apesar da ventilação
Figura 1: Modalidade VV
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Figura 2: Modalidade VA
11
EISOR refere-se habitualmente ao contexto de óbito por paragem cardiorrespiratória.
12
OP-ECMO é geralmente associado ao contexto de doação por morte cerebral e cardíaca
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13
A síndrome de Harlequim é uma situação que ocorre na modalidade ECMO VA onde ocorre a incapacidade de fornecer
sangue oxigenado suficiente para as necessidades metabólicas superiores do corpo pelo que é necessário introduzir uma
cânula adicional na veia jugular interna de modo a introduzir sangue oxigenado à circulação pulmonar1
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Referências bibliográficas
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4. Componentes do
suporte extracorporal
de vida
O s sistemas de suporte extracor-
poral de vida baseiam-se, na
sua essência, nos equipamen-
tos de bypass cardiopulmonar utiliza-
uma monitorização absolutamente
fundamental para a segurança deste
suporte extracorporal.
dos dentro do bloco operatório, em Apesar da sua dimensão cada vez mais
contexto de cirurgia cardíaca. A evolu- reduzida e do seu uso ser cada vez
ção destes equipamentos, sobretudo mais intuitivo, os sistemas de suporte
ao nível dos materiais utilizados, extracorporal de vida, produzidos em
permitiu igualmente a evolução dos materiais biocompatíveis, representam
sistemas extracorporais utilizados fora ainda um elevado nível de complexida-
do contexto operatório sendo de de sendo fundamental um conheci-
realçar a sua significativa miniaturiza-mento aprofundado acerca de cada um
ção. dos seus componentes, de modo a ser
possível resolver, de uma forma rápida
Os componentes básicos de um siste- e segura, um qualquer funcionamento
ma extracorporal de vida incluem deficiente de um ou mais destes
cânulas, tubos condutores (circuito), componentes.
uma bomba de sangue, a membrana
permutadora de gases (oxigenador) e 4.1 Acessos venosos e arteriais
uma unidade permutadora de calor, (cânulas)
responsável pela regulação da tempe-
ratura no circuito extracorporal. Os O termo cânula refere-se aos cateteres
modernos sistemas extracorporais que são colocados nos vasos sanguíne-
possuem igualmente, integrados no os e por onde o sangue é recolhido
seu circuito principal, diversos senso- (acesso) para o sistema extracorporal e
res cuja função passa pela monitoriza- posteriormente devolvido (retorno)
ção das diferentes pressões, tempera- por este. Esta nomenclatura permite
turas, saturações, parâmetros hemodi- distinguir estes cateteres dos restan-
nâmicos e fluxos bem como, pela tes utilizados em outros procedimen-
deteção de entrada acidental de ar, tos não relacionados com o suporte
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Fonte: https://www.getinge.com3
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5. Princípios fisiológicos
A compreensão da fisiologia do
suporte extracorporal de vida e
da sua interação com a fisiolo-
gia do organismo pressupõe o entendi-
suporte, independentemente da sua
modalidade, como a circulação extra-
corporal de sangue pouco oxigenado e
saturado com CO2 através de uma
mento de alguns conceitos fundamen- membrana permutadora de gases
tais ao nível das trocas gasosas que onde este é hiperoxigenado e do qual é
ocorrem tanto a nível pulmonar como removido o excesso de dióxido de
na superfície da membrana permuta- carbono sendo posteriormente devol-
dora de gases. Esquematicamente com vido à circulação.
base na figura 17, podemos definir este
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Fonte: https://ligadafisiointensiva.blogspot.com/2016/05/mecanismos-de-hipoxemia6
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Fonte: https://www.google.com/search?q=rela%C3%A7%C3%A3o+entre
+conte%C3%BAdo+de+oxig% C3%A9nio,+sat+de+oxig%C3%A9nio+pao2
+e+hemoglobina&rlz=1C1GCEU_pt8
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Fonte: https://slideplayer.com.br/7
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↑ ↔ ↑
↔ ↑ ↓
↔ ↓ ↑
↓ ↑ ↓↓↓
↑ ↑ ↔
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6. Início, manutenção e
finalização do suporte
de vida extracorporal
A O circuito ECMO é composto
por uma bomba, um oxigena-
dor (Membrana permutadora
de gases), um permutador de calor,
da, o sangue é devolvido ao cliente,
usualmente pela veia jugular interna
com a sua ponta situada na aurícula
direita. Em pessoas obesas poderá ser
cânulas e um circuito extracorporal necessário um outro acesso venoso
(conjunto de tubos) para conectar o através da veia femoral para uma
dispositivo á pessoa. Em caso de melhor drenagem venosa1,2.
ECMO VA (suporte cardíaco) serão
necessárias, uma cânula venosa (aces- 6.1 Canulação
so) e uma cânula de arterial (retorno).
Esta canulação arterial normalmente é A escolha das cânulas é fundamental
feita pela artéria carotídea (mais para o ECMO funcionar de forma ideal
frequente nas crianças) ou na artéria com o mínimo de complicações possí-
femoral no caso de adultos, com o veis. Há uma infinidade de cânulas,
intuito de devolver o sangue á pessoa, classificadas de acordo com o seu
que, entretanto, foi submetido a trocas diâmetro interno, o comprimento e o
gasosas na membrana. Um outro seu tratamento. Elas são constituídas
acesso alternativo à artéria carotídea é em poliuretano biocompatível,
a artéria femoral. apresentam uma ponta de contornos
para facilitar a penetração nos vasos
Em caso ECMO VV (suporte respirató- (especialmente para a abordagem
rio), são utilizadas duas cânulas veno- percutânea), bobinas de metal para
sas (ou uma cânula de venosa que tem reforçar a cânula (de forma a prevenir o
uma saída e uma entrada). Convencio- risco de dobras kinking), uma porção
nalmente, o sangue venoso é drenado proximal rígida com uma ligação de
da pessoa a partir de uma veia de encaixe e visíveis ao controlo radiológi-
grande calibre, a mais comum, a veia co. O termo “cânula acesso” é usado
femoral14, por meio de uma bomba e, para cânula de drenagem venosa e
em seguida, é oxigenado e descarboxi- “cânula retorno” para a cânula que
lado através da membrana. Em segui- transporta o sangue oxigenado a partir
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(transtorácica pós-cardiotomia)
Deve-se recorrer à ecografia em tempo
A técnica de colocação é escolhida pelo real para a canulação, sobretudo para a
clínico e depende da situação da punção da artéria superficial de forma
pessoa, dos recursos existentes1,2,4,5,11 e a ser puncionada em segurança. Poste-
pode ser: riormente à canulação, é importante
14
Devido a acontecimentos de recirculação e com o desenvolvimento de cânulas maiores quer em comprimento quer em
largura com paredes estreitas e fenestradas, constatou-se um método preferencial no acesso venoso de drenagem que é a veia
femoral e infusão pela veia jugular interna, permitindo altas taxas de fluxo com recirculação mínima3.
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Fonte: https://www.getinge.com3
No entanto, devido à baixa contractili- sangue este que por sua vez provém
dade do miocárdio, o sangue fica do pulmão da pessoa e mudando
estagnado levando à formação de assim, o modo de suporte a VA-V,13.
coágulos e à distensão e disfunção da
aurícula esquerda, atrasando deste Nesta mesma modalidade (ECMO VA),
modo a recuperação da função. Neste caso a cânula de acesso seja inserida
caso a terceira cânula fica ligada em Y na femoral e se o fluxo arterial distal
à cânula venosa para onde drena o para o membro inferior é inadequado,
sangue existente na aurícula esquerda, deve ser colocada uma linha de reper-
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Ação/Orientação Justificação
Identificar o cliente Gestão risco e segurança
Explicar á pessoa todos os procedimentos
(se aplicável) Tranquilizar a pessoa
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Ação/Orientação Justificação
Efetuar registo
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Ação/Orientação Justificação
Iniciar o suporte lentamente:
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Ação/Orientação Justificação
Baixar o fluxo lentamente até atingir o
valor mínimo necessário à adequação do
suporte, ou seja, Sat.O2 arterial > 85% e
SvO2 > 60%
Obtenção de nível de suporte ideal.
Nota: os valores de Sat.O2 arterial e SvO2
referem-se á pessoa com parâmetros
ventilatórios de repouso.
Ação/Orientação Justificação
Iniciar o suporte
Registar o valor de fluxo máximo permitido Obtenção do valor de fluxo máximo que
pelas cânulas e pela pessoa (tolerância se pode atingir em caso de necessidade.
hemodinâmica).
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Ação/Orientação Justificação
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Ação/Orientação Justificação
Pesquisar de 2/2 horas, com uma luz (foco), a Deteção precoce e prevenção de complicações
presença de coágulos, fibrina ou ar no sistema (Ver capítulo 7)
Pesquisar de 2/2 horas uma possível perda de Deteção precoce e prevenção de complicações
líquido na membrana permutadora de gases (Ver capítulo 7)
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Ação/Orientação Justificação
Avaliar ACT de acordo com protocolo existente Prevenção de complicações (Ver capítulo 7)
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Ação/Orientação Justificação
Colher amostra de sangue para gasometria pré Avaliação do estado da membrana permutadora
e pós-membrana permutadora de gases, pelo de gases
menos uma vez/dia Avaliação da adequação de suporte
Efetuar registos
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exceto em alguns casos especiais, tais na pessoa nas 24 horas seguintes, após
como, hemorragia descontrolada2. lavagem das mesmas com solução
salina e heparina. Caso seja necessário
No desmame do ECMO VV em o reinício do suporte ECMO deve-se
adultos, deve-se diminuir o fluxo da colocar novo circuito, se não existirem
bomba de sangue, 1 L/min com o FiO2 dúvidas sobre a necessidade do
de 100% ou diminuir o fluxo da bomba reinício do ECLS, é recomendado remo-
de sangue 2 L/min com diminuição do ver as cânulas após desmame do
FiO2 de forma a obter Sat.O2 > 95%. Se suporte ECMO2.
for mantido o fluxo ideal mínimo
suficiente para garantir um suporte No desmame da ECMO VV, geralmente
adequado, o desmame vai sendo o ventilador é programado com
realizado naturalmente13. Nestes casos parâmetros moderados de suporte
devemos ter cuidado com o risco de mecânico, como descritos :
15
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O algoritmo que se apresenta abaixo menor possível (> 2,5 L/min para evitar
serve para gerir o desmame ECMO VA a coagulação do circuito)
com dois critérios que são realizados
concomitantemente, são eles7,16,17,18: Esta última abordagem pode acelerar o
- função cardíaca adequada com níveis processo de desmame, no entanto, não
aceitáveis de agentes vasoativos é a mais adequada para o desmame da
(desmame do suporte circulatório). falência do ventrículo direito.
- função pulmonar adequada (desma-
me do suporte pulmonar). Desmame do suporte pulmonar
Em alguns serviços ou centros com
Desmame do suporte circulatório suporte ECMO, pode-se realizar o
Podem ser usadas duas abordagens: desmame através das seguintes
1. Redução do fluxo de sangue extra- opções:
corporal (recomenda-se ≥ 1 L/min) Opção 1: Reduzir progressivamente a
- Monitorização hemodinâmica com FiO2 do misturador até ser possível a
vasoativos e avaliação da função cardí- oxigenação da pessoa apenas com a
aca por ecocardiograma (contratilida- ventilação. Manter o fluxo de sangue.
de cardíaca) Opção 2: Suspender de imediato fluxo
• Se hemodinamicamente estável de gás do misturador, verificando se é
↑
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Ações/Orientações Justificação
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Ações/Orientações
Justificação
Assegurar que o consumo de O2 não está aumentado (ex. Promoção de trocas gasosas
febre, dor, ansiedade) adequadas
Nota: no caso da modalidade VV esta é a última ação Avaliação da função pulmonar nativa
antes de avançar para a descanulação. Após o seu do cliente
sucesso, é possível proceder à finalização do suporte e à
descanulação, conforme decisão da equipa Início do processo de trial-off
multidisciplinar
Na modalidade VA, após desmame com sucesso e
indicação médica, clampar as cânulas e parar a bomba Avaliação da função cardíaca nativa do
durante 2 minutos (120 segundos) cliente
Nota: O sistema pode permanecer parado durante
aproximadamente 2 minutos (120 segundos) sem Início do processo de trial-off
formação de coágulos (com ACT=200 segundos)
Seguir a seguinte ordem:
1. Clampar linha de retorno Prevenção de complicações
2. Clampar linha de acesso (Ver capítulo 7)
3. Desligar a bomba
Efetuar registos
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Ações/Orientações Justificação
Diminuição da ansiedade
Informar e instruir a pessoa sobre o procedimento
Obtenção da colaboração do cliente
Conhecer o valor de hemoglobina da pessoa e assegurar Prevenção de complicações
a disponibilidade de hemoderivados, caso a pessoa
necessite. (Ver capítulo 7)
Fonte: https://www.getinge.com3
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Ações/Orientações Justificação
Prevenção de complicações
Em ambos os casos, ainda podemos recorrer à
(Ver capítulo 7)
compressão direta [manual ou com sistema de
contenção vascular com controlo de pressão
(compressor FemoStop®)]
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Ações/Orientações Justificação
Efetuar registos
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE DE SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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7. Complicações
A avaliação, o planeamento e a
intervenção de enfermagem á
pessoa submetida a ECMO são
orientados por três objetivos princi-
to pelo princípio ético da beneficên-
cia/não maleficência2.
Complicações Clínicas
Hemorragias/Embólicas
Neurológicas
Hematológicas
Cardiopulmonares
Renais
Infeção
Nutricionais
Imobilidade
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integrado no circuito pré bomba ECLS. DGS, bem como as normas institucio-
Outro fator a considerar, são os softwa- nais, considerando ainda o Programa
res das TSFR, pois existem alguns que Nacional de Prevenção e Controlo de
não permitem o seu início devido à Infeções e de Resistência a Antimicro-
magnitude das pressões negativas na bianos. Em todo o modo, ao contrário
linha pré bomba ECLS. Num circuito dos restantes cateteres, as cânulas não
ECLS com uma bomba centrífuga, podem ser substituídas por suspeita
recomenda-se que o circuito das TSFR de colonização e a troca do circuito
seja conectado pós bomba ECLS. Este acarreta sempre riscos significativos.
método é simples, menos dispendioso
e deverá ser realizado por um profis- Complicações nutricionais – Gestão
sional em ECLS. As desvantagens do suporte/aporte nutricional
deste método poderá ser a recircula- As complicações do trato gastrointes-
ção no circuito das TSFR reduzindo a tinal incluem a hemorragia, que pode
sua eficiência, múltiplos desequilíbrios ocorrer como resultado de stress,
eletrolíticos sobretudo em crianças e isquemia ou tendências hemorrágicas.
descalibração das balanças dos moni- A Hiperbilirrubinemia direta e cálculos
tores de TSFR o que poderá levar a biliares podem ocorrer secundaria-
uma diferença entre o volume ultrafil- mente ao jejum prolongado, Nutrição
trado e o os fluídos de reposição forne- Parenteral Total (NPT), hemólise e
cidos11. diuréticos4.
Prevenção Prevenção
A monitorização do débito urinário e as Vários estudos têm demonstrado que,
TSFR serão os meios para melhorar a sob a supervisão clínica adequada, a
lesão renal. nutrição entérica deve ser iniciada o
mais precocemente possível, uma vez
Complicações infeciosas – Gestão que é bem tolerada pelos pessoas em
das medidas de controlo da infeção ECMO, independentemente da modali-
O risco de infeção aumenta com a dade17. “A nutrição entérica é conside-
manipulação e o número de dispositi- rada a via de eleição para o suporte
vos envolvidos. As cânulas colocadas nutricional nas pessoas críticas”16.
nos vasos femorais acarretam um
maior risco de infeção5.Os tratamentos Complicações associadas à imobili-
dos locais de inserção das cânulas dade – prevenção de úlceras por
devem ser realizados tendo em consi- pressão e autocuidados comprometi-
deração as normas orientadoras da dos
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Hipotensão Persistente
Hipertensão Persistente
Isquemia do membro
Hipoxia diferencial
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9 Pinho, J. A., Carneiro, H., Alves, F., 13 Nunes et al. (2012). Índice Bispectral
Nunes, M. M., & Duarte, J. C. (2011). e Outros Parâmetros Processados do
Resultados – Plano Nacional de Avalia- Eletroencefalograma: uma Atualização.
ção da Dor. Sociedade Portuguesa de Artigo de Revisão. Revista Brasileira de
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE DE SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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8. Resolução de problemas
e atuação de emergência
C onsiderando que a condição de
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Hemorragia
intracraniana • Avaliar a dor em pessoas capazesde
comunicar de forma verbal ou motora
• Avaliar a qualidade e profundidade da
- Aplicar a escala numérica
Hipóxia sedação
Behavioral Pain Scale
(diminuição do • Monitorizar a atividade cerebral em
- Aplicar a escala RASS
fluxo por respostas a diversas combinações de
- Monitorizar por BIS
canulação da sedativos e anestésicos no cérebro
(índice bispetral)
carótida) • Avaliar o tamanho e a reatividade
- Monitorizar por NIRS
pupilar, do estado de consciência, dos
Neurológicas - Avaliar a Glasgow
Embolia reflexos, dos movimentos corporais e
Coma Scale
(migração de da presença de atividade convulsiva
- Avaliar os reflexos,
coágulo ou bolha • Realizar exames complementares de
dos movimentos
de ar – ECMO corporais e da diagnóstico para despiste de
VA) alterações neurológicas
presença de atividade
convulsiva • O ideal será a pessoa estar acordado o
suficiente para interagir com a família e
PIC elevada com os profissionais, de preferência
(canulação da com respiração espontânea
veia jugular
interna)
Maior
consumo
(coagulopatia
de consumo)
Diminuição da
produção (por
- Despistar sinais de • Administrar PFC, plaquetas,
Hematológicas hipoxia dos
trombocitopenia fibrinogénio, entre outros
(Trombocitopenia) órgãos
- Hemograma diário • Evitar procedimentos invasivos
produtores)
Sequestração
(esplenomegal
ia)
Diluição no
sangue
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Disfunção
Cardíaca
Hipertensão
Pulmonar
Cardio - Despistar sinais de
• Protocolos de atuação nas
pulmonares complicações
Edema Agudo do complicações cardiopulmonares
cardiopulmonares
Pulmão
Embolia
Pulmonar/
cardíaca
Pneumotórax
hipertensivo
- Despistar sinais de
• Protocolos de atuação nas
Intratorácicas Hemotórax maciço complicações
complicações intratorácicas
intratorácicas
Tamponamento
Cardíaco
Resposta
inflamatória com
fuga de líquido
Renais - Avaliar débito urinário • Tratamento diurético
para o espaço
Oligúria – primeiras
extravascular - Avaliar balanço hídrico • Administrar expansores de volume
24 –48 horas Diminuição do
fluxo sanguíneo
renal
Agudização de
doença anterior
Cateteres
vasculares
Circulação
sanguínea
extracorporal
Ventilação - Cumprimento das
mecânica • Atuar conforme as orientações
orientações da DGS,
Infeção descritas nas normas institucionais e
Feridas cirúrgicas PPCIRA e institucionais
do serviço
na prevenção da infeção
Imunodepressão
Ambiente
Outras…
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Hemorragia
• Iniciar protocolo de nutrição entérica sob
Stress supervisão clínica adequada, o mais
- Gerir a nutrição entérica precoce possível
Isquemia e a eliminação intestinal • Controlar valores de glicemia segundo
Nutricionais
- Iniciar precocemente a protocolo
Hiperbilirrubinema nutrição entérica
• Vigiar eliminação intestinal e iniciar
direta
protocolo de eliminação (obstipação ou
diarreia)
Cálculos biliares
Hipovolemia (↓↓
• Administrar expansores de volume
preload)
- Vigiar tensão Arterial
Hipotensão Sistólica, Diastólica e
Persistente Má função (↓↓ Média
• Administrar inotrópicos
(PAM < contratilidade) - Monitorizar com monitor
65mmHg) hemodinâmico
↓↓ Resistências (PiCCO®)
vasculares • Administrar vasoativos
periféricas
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Fluxo da bomba
de sangue muito • Aumentar fluxo de bomba de sangue
baixo
Hemoglobina • Administrar CE
baixa
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15
É um fenómeno específico para ECMO VV implantado em femorojugular e resulta numa execução ECMO ineficiente. O
sangue oxigenado entregue pelo ECMO na cânula jugular (eferente) é imediatamente aspirada pela cânula femoral (aferente),
sem passar através da circulação geral. Nesse caso, os órgãos não são eficientemente oxigenados2
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Oxigénio
desconectado da
• Conectar oxigénio à membrana
membrana
- Vigiar Sat.O2
PaCO2 Alta - Vigiar bomba de sangue
(> 45mmHg) Disfunção da - Vigiar conexão do
membrana oxigénio • Substituir membrana
Superfície da
membrana
insuficiente • Colocar membrana adicional de forma
(pessoa com peso paralela (em Y)
corporal > 100 Kg)
Fluxo de sangue
para o membro é - Comparar a temperatura
baixa ou de ambos os membros
inexistente pode - Observar o aspeto do
ser no membro membro onde está inserida
inferior onde está a Cânula: Rigidez e Cor
Isquemia - Uso em ambos os
inserida a cânula • Inserir uma linha de reperfusão na
(ECMO VA) membros de Oximetria e
ou no membro artéria femoral ou axial superficial e
superior quando NIRS. ligá-lo à cânula para permitir perfusão
a cânula está do membro inferior
inserida na
jugular (menos
frequente)
Linha de retorno
obstruída (ex: • Procurar fonte de obstrução e
Pressão de clampada, resolver
retorno coágulo,
elevada posicionamento)
(Não exceder + 400
mmHg) • Diminuir o fluxo de sangue e logo que
Cânula arterial de possível, substituir cânula por uma de
baixo calibre maior calibre
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Disfunção
cardíaca extrema,
(o coração está a
bater e a válvula - Para detetar e / ou
aórtica não está a diagnosticar hipoxia
abrir). ECMO VA diferencial, o oxímetro
é proporcionar de pulso deverá ser
100% do fluxo de colocado sobre um
sangue da pessoa dedo da mão direita, e
Hipoxia e oxigenação. Se
Diferencial os gases sanguíneos
a função (gasometria) deve ser
(ECMO VA) pulmonar é realizada na artéria
Síndrome prejudicada, a • Inserir uma cânula jugular para
Harlequin ou radial direita, o que
taxa de fluxo fornecer oxigénio para o cérebro
síndrome de reflete o débito cardíaco
ECMO VA típico da pessoa.
duas circulações
ou Síndrome Norte/ (80% de - Observar a cabeça da
Sul rendimento pessoa que apresenta
cardíaco uma tonalidade azul,
completo) pode enquanto as
resultar em extremidades inferiores
sangue apresentam uma
dessaturado do coloração vermelha
ventrículo
esquerdo, do
cérebro e artérias
coronárias.
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Problema
mecânico mais
comum
Fluxo de sangue
baixo
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No acesso (venoso):
• Colocar uma pinça na linha
vermelha
• Certificar que a bomba está parada
• Apertar a cânula venosa atrás e à frente
do conector, tendo o cuidado para não
o danificar
• Remover a linha venosa da cânula
venosa, de modo a que o ar presente
no sistema de tubos seja expulso
• Deixar que o ar no sistema de tubos
- Manter PO2 pós membrana < seja expulso através da linha venosa
600 mmHg desconetada e conecte depois a linha
- Evitar oclusão das cânulas venosa, já sem ar, à cânula venosa ou
PaO2 muito alta (circuito dobrado, clampado, fazer circular a(s) bolha(s) de ar até à
(>600 mmHg). A vincado, posição da pessoa) membrana oxigenadora e aspirar
pressão do O2 - Vigiar permanentemente o • Fixar a cânula de acordo com as
Ar no Sistema excede a pressão circuito e prevenir fraturas indicações no manual de instruções
(presença de ar do sangue e do sistema
• Iniciar novamente a perfusão a abra
no circuito de bolhas - Utilizar dispositivo detetor de as pinças nas linhas, azul e vermelha
ECMO) de ar são ar autorregulador
transferidas para - Evitar manuseamento do
o lado onde circuito por equipa sem No retorno (arterial):
circula o sangue experiência Quando o ar ultrapassa a membrana e
- Preencher e canular o passa para a linha de retorno exige ação
sistema efetuado por equipa rápida:
experiente • Clampar circuito arterial próximo da
pessoa
• Parar a bomba
• Parâmetros ventilatórios de urgência
• Tentar remover o ar por aspiração
• Se não for possível, mudar o circuito
• Identificar a origem do ar e solucionar
(Cardiohelp®)
o “Intervenções”
o “Abrir alarme de bolhas ativo”
o “Repor” e “confirmar”
• Substituir o sistema, se necessário
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Coagulação das
fibras (coágulos no
Falha na oxigenador)
Membrana • Substituir a membrana permutadora de
Permutadora de Rutura da gases (oxigenador)
Gases membrana
permutadora
(incapacidade de (oxigenador)
oxigenar o
sangue) Rutura no
permutador de
calor
• Ligar a bateria secundária (se
Falha de energia aplicável)
elétrica • Utilizar a bomba manual (rotações
Falha de energia ideais: 2250-4750 RPM) até ao
(bateria e fonte restabelecimento da energia
externa) • Parâmetros ventilatórios de urgência
Falha Mecânica
Aumento
repentino de
ruido de - Manter a unidade de
bomba emergência sempre
Hemoglobinúri disponível
Anomalia ou
a e aumento - Manter sempre a bateria
Falência da da ligada à fonte externa
Bomba hemoglobina - Proteger a bomba de
• Utilizar bomba manual (rotações ideais:
livre (hemólise impactos esternos
2250-4750 RPM) até à substituição da
por aumento
bomba de sangue
da temperatura
• Parâmetros ventilatórios de urgência
gerada por
ineficiente
funcionamento
da bomba)
Falha mecânica
do motor
Impacto acidental
com queda de
bomba
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Fratura ou fissura
de um dos • Isolar imediatamente o local de rutura
componentes do (clampar antes e depois da zona de
sistema - Sistema sempre visível
rutura)
para evitar impactos ou
• Parar a bomba de sangue
Rutura do Sistema Corte ou punção punções inadvertidas
(falha/fissura em acidental do • Colocar parâmetros ventilatórios de
- Não usar soluções
qualquer parte do sistema urgência
sistema)
alcoólicas na limpeza do
• Substituir segmento danificado ou
SITUAÇÃO sistema
Limpeza do substituir circuito completo
EMERGENTE sistema com - Usar braçadeiras de plástico
soluções para reforço das
alcoólicas junções/ligações do sistema Esta técnica está descrita
esquematicamente no final deste
Pressão muito subcapítulo.
elevada
Descanulação –
remoção
acidental de uma
cânula:
Relacionados
com a sua
inserção
Dilaceração
da jugular
interna e/ou
veia cava - Colocar as cânulas com
superior controlo ecocardiográfico e
Disseção da subsequentes controlos
• Clampar imediatamente o circuito
carótida - Fixar cuidadosamente as
próximo da cânula removida e parar a
comum cânulas
bomba
Colocação da - Posicionar a pessoa • Colocar a pessoa em
cânula - Suportar o peso das
Associado às Trendelemburg
arterial na cânulas à cama (atenção
Cânulas • Comprimir o local de inserção da cânula
artéria Aorta durante o posicionamento)
(evitar perda sanguínea)
descendente - Registar o nível de
• Parâmetros ventilatórios de
Colocação da inserção de cada cânula
urgência
cânula - Garantir que a pessoa não
• Administrar expansores de volume
arterial na exterioriza as cânulas
Válvula Aorta - Circuito sempre visível para
Cânula evitar “trações” inadvertidas
arterial
encostada ao
endotélio do
Ventrículo
esquerdo
Obstrução
(dobra, presença
de coágulos,
posicionamento)
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Referências bibliográgicas
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE DE SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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9. Outcomes do suporte
de vida extracorporal:
follow-up da pessoa
e família pós-ECMO
A
o longo dos anos temos assisti- dade de vida dos sobreviventes.
do a uma alteração no paradig-
ma da saúde, sendo crescente Até recentemente o foco de atenção
a preocupação em implementar medi- dos cuidados prestados á pessoa
das que avaliem, não só o impacto da dependente de suporte ECMO esteve
doença e o compromisso nas ativida- relacionado com a sua sobrevivência
des de vida diárias, mas sobretudo a ao próprio suporte extracorporal e com
qualidade de vida relacionada com a o sucesso do seu desmame/descanula-
saúde. Os tradicionais indicadores de ção. Efetivamente, a complexidade
mortalidade e morbilidade revelam-se envolvente e as características deste
insuficientes quando se pretende suporte como técnica de resgate e de
analisar a qualidade dos cuidados último recurso podem ter contribuído
centrados nas pessoas e no seu para uma maior preocupação com as
bem-estar a longo prazo. Neste senti- consequências imediatas da sua
do, têm surgido vários instrumentos de utilização em detrimento das implica-
avaliação da qualidade de vida relacio- ções a longo termo na vida das pesso-
nada com a saúde, embora sejam ainda as. Assim sendo, apesar da comprova-
escassos os resultados de evidência da eficácia na sobrevida das pessoas,
decorrentes da sua aplicação. pouco se sabe sobre o impacto do
suporte extracorporal na sua qualida-
A duração do suporte de ECMO pode de de vida após a alta hospitalar.
ser bastante variável, sendo propícia a
ocorrência de múltiplas complicações Estudos recentes1,2,3 de follow-up em
neste período. Os efeitos nefastos adultos submetidos a ECMO VV
destas intercorrências encontram-se referem taxas de sobrevida (6 a 12
bem caracterizados a curto prazo, mas meses após a alta) superiores a 60%,
pouco se conhece sobre a sua reper- sendo que, nos casos de ECMO VA,
cussão a médio-longo prazo na quali- outros estudos4 demonstram (num
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16
SF-36 instrumento de medição genérico que avalia 8 dimensões do estado de saúde: função física, desempenho físico e
emocional, dor física, saúde em geral, vitalidade, função social e saúde mental
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.
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Perante o exposto é notória a impor- 2 Hodgson, C. L., Hayes, K., Everard, T.,
tância do acompanhamento prolonga- Nichol, A., Davies, A. R., Bailey, M. J.,
do destas pessoas após a alta hospita- Pellegrino, V. (2012). Long-term quality
lar, em programas estruturados de of life in patients with acute respiratory
follow-up. A avaliação do estado de distress syndrome requiring extracor-
saúde e da qualidade de vida dos poreal membrane oxygenation for
sobreviventes de ECMO pode ajudar refractory hypoxaemia. Critical Care,
os enfermeiros a determinar interven- 16(5), R202.
ções para melhorar efetivamente a http://doi.org/10.1186/cc11811
qualidade de vida relacionada com a
saúde destas pessoas e dos seus 3 Lindén et al. (2009). ECMO in ARDS:
familiares11. De acordo com Chen et al. A long-term follow-up study regarding
(2016)10, Intervenções multidisciplina- pulmonary morphology and function
res baseadas em evidência devem ser and health-related quality of life. Acta
implementadas antes ou logo após a Anaesthesiologica Scandinavica, 53(4),
alta hospitalar no sentido de ajudar os 489–495. http://doi.org/10.1111/j.1399-
sobreviventes da ECMO nos problemas -6576.2008.01808.x
físicos, psicológicos e sociais que estes
experienciam. 4 Burrell, A. J. C., Pellegrino, V. A.,
Wolfe, R., Wong, W. K., Cooper, D. J.,
Kaye, D. M., & Pilcher, D. V. (2015).
Long-term survival of adults with
cardiogenic shock after venoarterial
extracorporeal membrane oxygena-
tion. Journal of Critical Care, 30(5),
949–956.
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G U I A O R I E N TA D O R D E B O A S P R ÁT I C A S
7 Schiller, R. M., Madderom, M. J., 11 Hsieh, F.-T., Huang, G.-S., Ko, W.-J., &
Reuser, J. J. C. M., Steiner, K., Gischler, S. Lou, M.-F. (2016). Health status and
J., Tibboel, D., IJsselstijn, H. (2016). quality of life of survivors of extra
Neuropsychological Follow-up After corporeal membrane oxygenation: a
Neonatal ECMO. Pediatrics, 138(5), cross-sectional study. Journal of
e20161313–e20161313. Advanced Nursing, 72(7), 1626–1637.
http://doi.org/10.1542/peds.2016-1313 http://doi.org/10.1111/jan.12943
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
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EXTRACORPORAL DE VIDA:
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neonatalpediatricecmopatientfollowu-
p.pdf
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GUIA ORIENTADOR
DE BOAS PRÁTICAS
CUIDADOS À PESSOA EM SITUAÇÃO
CRÍTICA DEPENDENTE DE SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA:
UM DESAFIO PARA
A PRÁTICA ESPECIALIZADA
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G U I A O R I E N TA D O R D E B O A S P R ÁT I C A S
17
A Pirâmide de Miller é um modelo conceitual que ilustra as bases cognitivas (“saber” e “saber como fazer”) da prática
profissional (“fazer”) e a necessidade da avaliação de habilidades e competências práticas (“mostrar como faz”), especialmente
interessante nas áreas clínicas. Ferramenta importante para o desenvolvimento de métodos de construção do conhecimento e
de avaliação, bem como, para a construção de objetivos de aprendizagem9.
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CONCLUSÕES Guia Orientador
de Boas Práticas –
Cuidados à pessoa em
situação crítica
dependente de
suporte extracorporal
de vida: um desafio
para a prática
especializada
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18
ELSO (Extracorporeal Life Support Organization. (2010). Guidelines for Training and Continuing Education of ECMO
Specialists version 1.5. [online] Disponível na Internet via https://www. elso.org/Portals/0/IGD/Archive/FileMana-
ger/97000963d6cusersshyerdocumentelsoguidelinesf ortrainingandcontinuingeducationofecmospecialists.pdf. Arquivo
capturado em 25 de novembro de 2018.
19
Coimbra, N. & Amaral, T. (2016). Acompanhamento de Enfermeiro no Transporte Primário do Doente Critico. Revista Nursing,
Fevereiro, p.1OPCODPCC (2014) - Operacionalização do Programa de Colheita de Órgãos em Dadores em Paragem CardioCircu-
latória. Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP [online] Disponível na Internet via http://www.ipst.pt/files/-
TRANSPLANTACAO/Paragem_Cardiocirculatoria.pdf Arquivo capturado em 25 de Novembro de 2018.
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ANEXOS Guia Orientador
de Boas Práticas –
Cuidados à pessoa em
situação crítica
dependente de
suporte extracorporal
de vida: um desafio
para a prática
especializada
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Fórmulas de cálculo
Teor de O2 arterial
Teor de O2 venoso
Distribuição de O2
Simplificando
Consumo de O2
Simplificando
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Fonte: Disponível:https://www.icudelirium.org/
medical-professionals/downloads/resources-by-category
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Recursos Materiais
Mesa cirúrgica:
• Caixa de ferros para colocação de
cateter por desbridamento (se
aplicável)
• Kit de pensos
• Compressas esterilizadas
• Clorohexidina 2%
• Linhas de sutura (conforme indica-
ção médica)
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DE BOAS PRÁTICAS
EM SITUAÇÃO
CRÍTICA
DEPENDENTE
DE SUPORTE
EXTRACORPORAL
DE VIDA:
Um desafio para
a prática
especializada