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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE MEDICINA

RESUMO DE BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Felipe Romão.

EMBRIOLOGIA – Prof. Lorraine

P1 - Gametogênese

As células germinativas primordiais (CGPs) se formam ainda na fase na embrionária, sua


origem é bastante discutida na literatura, porém o que parece mais consistente é que sua
origem se derive do EPIBLASTO, da segunda para a terceira semana de desenvolvimento.

O que é epiblasto?

O epiblasto é o folheto embrionário multipotente do blastocisto (fase pré-gastrulação do


desenvolvimento) – portanto, anterior à divisão em mesoderma, ectoderma e endoderma.

As células indiferenciadas sofrem especializações e migram para o saco vitelino e


posteriormente para a região dorsal do embrião.

Este processo ocorre a partir de sinalização especifica a partir do microambiente da matriz


extracelular, parte das células formam células somáticas (endodérmicas, ectodérmicas ou
mesodérmicas) e outras formam células germinativas.

Após o reconhecimento de elementos da matriz, as células germinativas primordiais migram


para a parede do saco vitelino, após isto, migram para uma região onde encontra-se o
intestino primitivo, ou mesentério, por último, alojam-se na região dorsal, mais
especificamente nas cristas genitais, estruturas que originarão as gônadas.

Para isto é necessária uma ação cordenada entre as quimiocinas (fatores quimiotáticos que
podem ser atraentes ou repelentes), moléculas da MEC e vias de sinalização celular.

O que é um Teratoma?

É um tipo de tumor benigno formado a partir de células germinativas primordiais. As células


germinativas primordiais que não seguem com sucesso as vias de migração até as cristas
genitais normalmente fazem apoptose, porém, caso este processo não ocorra como esperado,
estas CGPs se estabelecem fora das gônadas e originam teratomas.
A especificação destas células se dá por contato célula-célula.

A inibição de Blimp1, induzida por BMP4, faz com que as CGPs se diferenciem das células
somáticas.

Células primordiais do epiblastos por ação do BMP4 se tornam competentes e passam a


expressar um gene chamado Fragillis, algumas destas células se tornam precursores de CGP
expressando o gene Blimp1, e no fim, tornam-se CGPs ao expressarem o gene Stella.

O que são morfógenos?

Um morfógeno é uma molécula que atuando sobre uma célula é muda o destino desta célula.
São contexto dependentes, atuam de formas diferentes em diferentes momentos do
desenvolvimento e em diferentes locais do embrião. Fazem-no a partir de influencias que
alteram a expressão genica da célula.

Além de Blimp1, outros genes, Prd14 e AP2 ɣ atuam na especificação: tanto REPRIMINDO
quanto INDUZINDO a expressão de genes característicos das CGPs.

O que são Gônodas?

Estruturas formadas a partir das cristas gonodais, indiferenciadas até a 7ª semana de


desenvolvimento. Após este período estas estruturas passam a diferenciarem-se em gônadas
masculinas ou femininas.

A determinação do sexo depende de fatores determinantes, no desenvolvimento dos


testículos o fator determinante do testículo é uma proteína formada a partir do gene SRY,
presente exclusivamente no cromossomo Y, mais especificamente na REGIÃO DETERMINANTE
DO SEXO. Logo, o TDF e o fator de transcrição Sox9 atuam na formação dos testículos.

No desenvolvimento de ovários, a ausência de TDF ( fator determinante de testículo) é o que


induz a determinação sexual.

Ao chegarem as gônadas as CGP ainda continuam se multiplicando por mitose por um tempo e
então iniciam a gemetogênese.

No processo de gametogênese, as CGPs são convertidas em gametas maduros.

Nos homens as CGP permanecem dormentes da sexta semana de desenvolvimento


embrionário até a puberdade. onde ocorre a maturação dos túbulos seminíferos e as CGP
diferenciam-se em espermatogônias. Estas sofrem sucessivas ondas de meiose gerando
espertozóides maduros.
Nas mulheres, as CGP proliferam e diferenciam-se em ovogônias. Por volta do quinto mês de
desenvolvimento fetal, todas as ovogônias iniciam meiose e então passam a se chamar de
ovócitos primários. Nos estágios iniciais da meiose o processo para e os ovócitos primários
ficam em dormência até a puberdade.

ESPERMATOGÊNESE

Os espermatozoides são produzidos a partir de espermatogônias presentes nos túbulos


seminíferos do testículo.

Mitose das espermatogônias, tem início nos testículos primitivos e durante a puberdade
ocorre em ondas periódicas, ocorre durante toda a vida do homem.

Meiose só ocorre após a puberdade, o processo de transformação de uma espermatogônia


em espermatozoide leva cerca de 2 meses, todo o processo ocorre nos túbulos seminíferos
dos testículos.

Para que serve a testosterona nisso?

Na puberdade, os testículos secretam TESTOSTERONA.

A testosterona induz o desenvolvimento das características sexuais secundárias, dispara o


crescimento dos testículos, a maturação dos túbulos seminíferos e início da espermatogênese.

Após isto, vão para o epidídimo onde os espermatozoides ficam armazenados por algumas
horas onde receberão uma modificação em sua membrana por um fator de decapacitação que
tem a função de impedir sua maturação completa antes do tempo correto. Algumas de suas
características somente serão ativadas novamente durante o processo de capacitação que
ocorre no sistema reprodutor feminino.

Os ductos deferentes são os canais condutores dos espermatozoides maduros que vão do
epidídimo até as vesículas seminais que com o estímulo ejaculatório tem sua mistura com
secreções que formam o sêmen.

As vesículas seminais são glândulas que produzem até 80% das secreções que compõe o
sêmen.

O que é espermiação?

É a liberação dos espermatozoides no lúmen do túbulo seminífero.

As espermatogônias só se diferenciam e fazem mitose a partir da puberdade, a mitose das


espermatogônias ocorre em ondas durante toda a vida do homem, este processo é ativado
pela presença da testosterona.
Primeiro o hipotálamo secreta hormônio regulador de gonadotrofinas, ou GnRH que atua na
hipófise promovendo a secreção das gonadotrofinas FSH e LH, (hormônio folículo
estimulante e hormônio luteinizante, respectivamente) o FSH induz as células de Leydig a
secretarem testosterona.Aa presença de testosterona ativa as células de sertoli nas paredes
do tubo seminífero, o LH atua nestas células fazendo com que estas produzirem inibina, ABP e
GDNF, este fato induz a espermatogênese.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

AS ESPERMATOGÔNIAS SÃO CÉLULAS ESPECIALIZADAS, OU SEJA SÃO AINDA CÉLULAS


TRONCO, NÃO SÃO DIFERENCIADAS!!!

PROCESSO DE ESPERMATOGENESE

A espermatogônia (2n) amadurece nos túbulos seminíferos e realiza mitoses, a partir dai
formam espermatócitos primários (2n) que passam por meiose redutora e dão origem a
espermatócitos secundários (n), estes fazem uma segunda meiose, esta porém, equacional,
resultando em espermátides (n), nestas ocorre um aumento de fatores de transcrição que
induz o processo de espermiogênese.

PROCESSO DE ESPERMIOGÊNESE

É a diferenciação das espermátides em espermatozoides.

O aumento nos fatores de transcrição nas espermátides promove a redução do núcleo e uma
compactação extrema do material genética, as histonas são substituídas por protaminas.

A vesícula acrossomal surge com a partir do complexo de golgi, as mitocôndrias se organizam


em uma arquitetura específica na peça intermediária, por fim, o flagelo é formado a partir do
alongamento da membrana plasmática e polimerização de microtúbulos.

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