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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PALMAS

CURSO DE BACHARELADO EM

SABERES FARMACÊUTICOS

BIOLÓGICOS

Prof. Me. Rodrigo Batista de Almeida

FORMAÇÃO DO ESPERMA
Biologia Celular

Yasmin Araujo da
Silva

Agosto 2022
1. INTRODUÇÃO

Os seres humanos, assim como outros mamíferos, possuem sua


reprodução sexuada. Para tanto, a formação de um zigoto necessita da
fecundação entre um espermatozóide e um óvulo. Contudo, para que esse
processo ocorra, tanto o óvulo como o espermatozóide precisam estar maduros
e isso exige uma série de ocorrências no sistema reprodutivo.
Em síntese a formação do esperma possui quatro etapas: multiplicação,
crescimento, maturação e diferenciação ou espermiogênese. Dessa forma, caso
haja a ocorrência de alguma falha no processo, vários problemas podem ocorrer
como por exemplo: infertilidade.
A infertilidade não é causada apenas por falhas na divisão e diferenciação
dos espermatozóides, mas sim por vários outros motivos, como: vírus da
caxumba, medicamentos (ex.: quimioterapia), pesticidas, substâncias tóxicas,
radiação, entre outros. Da mesma maneira que não só a produção do esperma
é afetada, mas sim o percurso dos espermatozóides, de forma que não consigam
atingir e penetrar o óvulo.
À vista disso, faz-se importante a realização de um espermograma em
homens que desejam ser pais, uma vez que o exame consiste em fazer a análise
do sêmen e avaliar seu potencial fértil, de modo que se houver algum problema,
possam ser consideradas outras maneiras de reprodução.
Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo esclarecer as etapas
que formam os espermatozóides saudáveis.
2. OBJETIVOS

Conhecer como ocorrem as etapas da formação do esperma humano.


3. DESENVOLVIMENTO

A formação do esperma se dá inicialmente pela formação da célula do


espermatozóide em si. O processo se inicia através da gametogênese, ou seja, a
formação das células sexuais ou germinativas, que são especializadas para a
reprodução e recebem o nome de gametas.
A gametogênese ocorre dentro das gônadas ou testículos, que possuem as
células germinativas primordiais que migraram ali durante a embriogênese, e o indivíduo
do sexo masculino as possui no interior de seus túbulos seminíferos, nos testículos,
onde os espermatozóides serão formados pelo processo da espermatogênese.
Além disso, os testículos, além de produzirem os gametas masculinos, também
produzem e secretam os hormônios sexuais, como a testosterona. No entanto, sua
ocorrência se dá em diferentes partes do órgão e por diferentes células. Portanto:
células de Leydig, ou intersticiais, são responsáveis pela secreção de hormônios e os
túbulos seminíferos estão encarregados da produção dos espermatozóides.
Já as células de Sertoli são grandes responsáveis pelos processos da
espermatogênese, uma vez que captam hormônios FSH (Hormônio folículo estimulante)
e testosterona para estimulação do processo de formação dos espermatozóides, e na
liberação desses para a luz do túbulo seminífero, assim como tem função de nutrição e
sustentação. Ademais, as células de Leydig desempenham papel fundamental na
espermatogênese, pois o principal hormônio necessário para concluir o processo é
secretado na corrente sanguínea por elas, a testosterona.
Existem dois processos da gametogênese, em que por um lado se produz os
óvulos nos organismos do sexo feminino e por outro se produz os espermatozóides em
organismos do sexo masculino, e ambos possuem três fases semelhantes:
multiplicação, crescimento e maturação, e ainda, de forma exclusiva para os homens, a
espermiogênese.
Em relação ao processo de multiplicação e crescimento, há dois tipos de divisões
celulares presentes na formação dos espermatozóides: a mitose e a meiose. A
ilustração abaixo representa a espermatogênese do lado esquerdo e a ovulogênese do
lado direito.
Figura 1

Divisão Celular das células germinativas (Gametogênese)

Enquanto a mitose é realizada em células somáticas, resultando em constância


genética e aumento de células iguais, a meiose acontece apenas nas células
germinativas, nesse caso, as células que produzem espermatozóides, resultanto em
diversidade genética a partir do crossing-over, que consiste no embaralhamento do
material genético para novas combinações gênicas.
Sendo a mitose, portanto, responsável pelo aumento do número das células
sexuais, as espermatogônias (diploides) são formadas a partir das células germinativas
primordiais através dessa divisão.
Já a fase de crescimento, se dá pelo aumento de tamanho das gônias que se
diferenciam em citos primários denominados espermatócitos primários ou de primeira
ordem. Os espermatócitos primários passam pela meiose I, ou primeira divisão meiótica
e resultam em espermatócitos secundários (haploides). Esses ainda sofrem a segunda
divisão meiótica, meiose II, na maturação em que o produto é 4 espermátides
(haploides).
Após o processo de diferenciação, crescimento e maturação, há a
espermiogênese em que as espermátides sofrem mudanças a fim de formarem os
espermatozóides. As mudanças sofridas são morfológicas, fazendo com que as
espermátides: desenvolvam flagelo para a locomoção dos espermatozóides até o óvulo
e percam considerável quantidade do citoplasma (fagocitado pelas células de Sertoli),
diminuindo seu volume.
Figura 2

Formação do espermatozóide (Gametogênese)

Assim que os espermatozóides são finalizados na diferenciação, são


impulsionados para os túbulos do epidídimo para maior maturação e armazenamento.
Figura 3

Estrutura do canal germinal (SCHNEIDER)


4. CONCLUSÃO

Diante da presente pesquisa, entende-se as complexas etapas que as células


que originam os espermatozóides passam para que a ejaculação possa acontecer.
Além disso, também compreende-se que mesmo seguindo todos esses processos, os
espermatozóides ainda podem ser anormais tanto por influências externas como
internas. Isto posto, é importante que homens façam espermograma no momento em
que sentirem o desejo de reproduzir.
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