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DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Embriologia – 05/02/2020 – Prof. Alessandra Danziger


Introdução

INTRODUÇÃO À EMBRIOLOGIA
O QUE É EMBRIOLOGIA?
- Embriologia é a ciência que estuda as origens e as experiências pré-natais.
- TERATOLOGIA é um ramo da Embriologia e da Patologia que estuda as
anomalias e defeitos de nascimento causados por fatores genéticos e/ou
ambientais.
- O médico precisa ser uma fonte segura de informações para a gravidez, para o
controle de nascimento, doação de gametas etc.
- De 3 a 4% dos nascidos vivos apresentam e/ou são diagnosticados com alguma
má formação.
- O sistema nervoso é o mais imaturo ao nascimento, leva anos para completar
a sua maturação e é o que mais se modifica durante a vida.
Concepto: é o embrião e todos seus anexos desenvolvidos através do zigoto,
bem como a placenta e suas membranas.
Abortus: é todo o produto do aborto, ou seja, o embrião/feto + placenta e
membranas + anexos embrionários e extraembrionários.
- Não há evidências médicas de que assistir ou presenciar cenas impactantes
cause defeitos no desenvolvimento do concepto. Porém, os aspectos
psicológicos têm muita influência sobre o SNC.
Gestação a termo: é uma gestação que conseguir finalizar o seu tempo
essencial (38 a 40 semanas).
Fecundação/Fertilização: oócito + espermatozoide = concepto
 Do ponto de vista médico, a gestação é dividida em 3 trimestres.
Primeiro trimestre (1, 2, 3): crucial no desenvolvimento porque há proliferação
de células (multiplicações/mitoses). Ocorre a maturação celular (diferenciação),
evoluindo para células primitivas e depois para as funcionais (ativas). E acontece
também a gastrulação (migração celular).
Segundo trimestre (4, 5, 6)
Terceiro trimestre (7, 8, 9)
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 Do ponto de vista embriológico, a gestação é dividida em 3 períodos:


período do ovo, do embrião e do feto.

1. Período do ovo
Começa com a fertilização e origina o concepto que passa por várias fases do
desenvolvimento ate chegar à implantação, ou seja, vai da formação do zigoto
até o final da primeira semana de desenvolvimento. Dentro dele há três fases:
a-) ZIGOTO: é formado pela fertilização e é assim chamado até o momento
em que passa a ser multicelular. Sofre processos de divisão, originando células
idênticas e aumentando o número de células pelas mitoses (clivagens).
b-) MÓRULA: é o zigoto multicelular. Quando começa a reter fluido forma a
cavidade blastocística (blastocele), tornando-se o blastocisto. Cada célula que
compõe a mórula é chamada de blastômeros.
c-) BLASTOCISTO: estágio mais avançado da mórula, apresentando já uma
grande cavidade repleta de líquido. É implantado entre o 5º e o 6º dia de
gestação na mucosa uterina. Possui uma massa celular interna que dará origem
ao embrião, chamado embrioblasto. Também possui massa celular com células
trofoblásticas que darão origem a placenta chamada trofoblasto.

2. Período embrionário
* Tem início no final da 1º semana de desenvolvimento e vai até a 8º semana.
* Período da organogênese onde todos os sistemas de órgãos são formados
imaturos. O mais perigoso da embriologia, crucial no desenvolvimento humano
(proliferação, diferenciação e migração celular).
* Período mais crítico do desenvolvimento, quando o embrião está mais
propenso a sofrer má formação ou alterações estruturais em sua constituição,
pois é nesse período que todos os tecidos estão sendo desenvolvidos.
- Assim, é necessário que a grávida evite receber radiação e que não se
exponha a infecções.
- Por exemplo, o Zika vírus consegue atravessar a placenta e se instalar
nos tecidos do embrião, especialmente no encéfalo, causando atrofia cerebral
(microcefalia), acúmulo de líquido no encéfalo (ventriculomegalia grave) e
contração excessiva dos músculos e consequente defeitos ósseos
(aterogripose). Outros vírus também podem causar má formação durante esse
período, como a sífilis e a rubéola.
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3. Período fetal
* Inicia na 9º semana e dura até o nascimento.
* Podem ocorrer má formações, mas em menor frequência que no período do
embrião.
* Ocorre o crescimento maturacional dos órgãos, ganho de peso e
funcionalidade dos órgãos.

LINHAGEM SOMÁTICA: dá origem ao indivíduo propriamente dito, formando


células ósseas, teciduais etc.
- Ocorre a partir da mitose e tem como finalidade fazer o reparo de lesões e o
crescimento das células.
- Origina 2 células filhas geneticamente idênticas à célula mãe.

Interfase: replicação das organelas em G1, duplicação dos cromossomos em S,


revisão e crescimento celular em G2.
Prófase: cromossomos bivalentes alongados, começo da condensação.
Pró-metáfase: rompimento da carioteca e do nucléolo, cromossomos
condensados, início da formação do fuso mitótico.
Metáfase: grau máximo de condensação cromossômica, duplicação dos
centríolos, formação da placa equatorial, migração dos cromossomos para a
região central da célula.
Anáfase: separação das cromátides-irmãs devido à divisão longitudinal dos
centrômeros.
Telófase: reorganização da carioteca e do nucléolo e descondensação
cromossômica.

LINHAGEM GERMINATIVA: dá origem às células germinativas, isto é, aos


gametas (n), através da meiose. A finalidade desse processo é formar gametas,
manter o número cromossômico constante e manter a diversidade genética.
Prófase I: condensação e pareamento cromossômico (sinapse). Crossing-over e
formação dos quiasmas.
Metáfase I: idem a mitose.
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Anáfase I: idem a mitose.


Telófase I: 1º divisão meiótica. Uma célula 2n=46 forma duas células filhas n=23
bivalentes.

Prófase II: não há duplicação do DNA, pois eles já estão bivalentes.


Metáfase II: idem a metáfise I.
Anáfase II: idem a anáfase I.
Telófase II: 2º divisão meiótica. Formação de 2 células filhas n=23
monovalentes.

Alterações na meiose
Pode ocorrer não-disjunção das cromátides-irmãs na meiose I ou II (na
mitose, é mais raro de acontecer). O normal é que um membro de cada par de
cromossomos homólogos vá para cada célula filha. Quando a separação não
ocorre, há formação de gametas com 24 cromossomos e outros com 22. A
idade materna avançada é um fator contribuinte para essa anomalia.
Se houver fertilização entre um gameta de 24 com um de 23, o zigoto
formado terá trissomia (cariótipo com 47 cromossomos). É o caso da síndrome
de Down (trissomia do 21), síndrome de Patau (trissomia do 13) e síndrome de
Edwards (trissomia do 18).
Se houver fertilização entre um gameta 23 e um gameta 22, o zigoto terá
monossomia (cariótipo com 45 cromossomos). É o caso da síndrome de Turner.

Fases da embriologia humana


1ª fase: gametogênese  gametas
2ª fase: fertilização  zigoto
3ª fase: clivagem  mórula
4ª fase: gastrulação  camadas germinativas
5ª fase: morfogênese  formação do plano corporal
6ª fase: organogênese  órgãos e sistemas de órgãos
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Embriologia – 10/02/2020 – Prof. Alessandra Danzinger


Gametogênese

GAMETOGÊNESE
 Conversão de células germinativas (células tronco – 2n diploide) em
gametas masculino e feminino.
 Formação de células haploides em uma única célula diploide.
 Acontece durante a gametogênese tanto mitoses quanto meioses, onde
vão ser formados os gametas.

As células germinativas primordiais (CGPs)


Também chamada de gonócitos
- Os primeiros precursores reconhecíveis dos gametas
- Vão formar os gametas.
- São identificadas entre a 4ª e 6ª semana de desenvolvimento.
- Surgem pela primeira vez na membrana do saco vitelínico, iniciam o processo
de proliferação e migram através do mesentério intestinal em formação para se
instalarem na parede dorsal corporal, ou seja, nos primórdios das gônadas do
embrião, próximo ao mesonefro (rim embrionário).
- Se instalam, justamente, onde vão se formar as cristas gonadais – a primeira
estrutura que se forma – elas antecedem as gônadas. As cristas são iguais nos
dois sexos morfologicamente, porque geneticamente o sexo do embrião é
determinado na fertilização. Até a 7ª semana não há distinção de sexo
morfológico, o que existe é o tubérculo genital e depois disso passa a diferenciar
em vagina e pênis.
- As próprias CGPs que se instalaram na região emitem diversos estímulos
(estimulam) as células do epitélio celômico a se diferenciarem em células
somáticas de suporte (CSS). As CSS se dividem por mitoses e formam uma
protuberância próxima ao mesonefro
CSS + CGPs = cristas genitais

Células somáticas de suporte (CSS)


 Vão dar todo suporte nutricional para a gametogênese.
 As CSS formam tecidos que nutrem e regulam a formação das células
sexuais.
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Vão se diferenciar:
Gônada feminina: células foliculares - células que vão dar origem aos folículos
ovarianos. As cristas genitais vão ser constituídas por folículos ovarianos que + o
oócito vai formar um folículo *que em uma frase mais precoce é chamado de
folículo primitivo.
Células foliculares + oócitos + CGPS = cristas genitais
Gônada masculina: células de Sertoli presente nos túbulos seminíferos.
Células de Sertoli + CGPs = cristas genitais

TERATOMAS: situação clinica patológica em que as CGPs ficam “encalhadas” em


outros lugares por onde elas passam e, assim, formam tumores.
Podem acontecer em todos os lugares do corpo, mas são muito comuns
na região orofaríngeo e sacrococcígeo.
São constituídos por qualquer tipo de tecido, tem uma constituição
complexa, osso, cabelo, pele, dente... porque as CGPs são células tronco e
podem se diferenciar em qualquer tipo de tecido.
Geralmente esses bebês tem outras más formações.

Oogênese: No embrião feminino


* Processo de formação do oócito (gameta feminino).
* Acontece durante anos.
* No 3º mês as CGPs se diferenciam em oogônias ou ovogônias, são milhões de
células, colonizando as gônadas.
* Em torno do 5º mês essas oogônias passam a sofrer processo de atresia
celular (morte). Essas células se tornam atrésicas e milhões passam a ser em
torno de 600 a 800 mil.
* Ao mesmo tempo, as ovogônias dão inicio a primeira divisão meiótica.
- Na primeira divisão meiótica essa célula se diferencia em oócito
primários e se estacionam em estágio diplóteno, em prófase I, chamada de
parada meiótica. O Hormônio Inibidor da Maturação do Oócito (IMO), expresso
pelo próprio oócito, mantém essa célula nesse estágio em parada meiótica,
persistindo nessa fase até a puberdade.
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* Nos ovários de uma recém nascida encontram-se oogônias circundadas por


células foliculares e oócitos em uma fase mais avançada de maturação,
circundadas por células foliculares em prófase I. Isso vai se alongar até a
puberdade.
Na puberdade
O oócito vai dar continuidade a sua maturação.
Ocorre a ativação hormonal, ou seja, ativação dos ovários que passam a
sofrer estímulos hormonais e começam a produzir hormônios gonadotróficos:
hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
As células foliculares passam de achatadas para cuboides formando um
epitélio estratificado e são a partir de agora chamadas de granulares.
Forma-se também uma camada chamada de zona pelúcida (circunda o
oócito), conjunto de diversas glicoproteínas que são produzidas pelo próprio
oócito quanto pelas células granulares.
1. Zona pelúcida I
2. Zona pelúcida II
3. Zona pelúcida III – é a mais importante por ser a mais externa, e,
assim, é ela quem vai ter contato com o espermatozoide.
Fundamental para o mecanismo de fertilização, só vai acontecer a
fertilização se a ZP3 reconhecer um outro receptor na cabeça do
espermatozoide.
* Fertilização - é a interação de dois receptores: o ZP3 e o SPP1 e não é só a
junção do gameta masculino e feminino.
Sob estímulos daqueles hormônios (FSH e LH) vai haver retenção de um
líquido e conforme ele vai penetrando, vai formando uma cavidade no folículo,
chamada de antro. Agora esse folículo vai ser chamado de folículo antral ou
vesicular maduro ou de GRAAF, aumentando cada vez mais de tamanho.
Quando chega próximo da oocitação (ovulação) o folículo vai apresentar
o ápice de seu volume e de seu tamanho por causa do antro. Circundando o
folículo tem a teca interna e a teca externa (em relação ao ovário), elas têm
como função a secreção de enzimas, importante para o processo de fertilização.
Existem também a teca capsular, que protege o oócito.
Folículos primordiais – não tem antro.
Folículos ovariano secundário – tem antro.
Com o pico do LH ele completa a primeira divisão meiótica, estimulando
o término da meiose I e forma-se 2 células filhas: oócito secundário (que possui
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praticamente todo o citoplasma) e o 1º corpúsculo polar (localizado entre a


membrana plasmática do oócito e as ZPs, quase não tem citoplasma e assim vai
degenerar). Esse oócito secundário é o que vai ser ovulado (oocitado), dá início
a segunda divisão meiótica e estaciona-se na metáfase II (segunda parada
meiótica).
* Oocitar é a expulsão do oócito de dentro do folículo secundário, para o
ovário. Sob estimulo do pico de LH, essa expulsão ocorre dois fenômenos
primordiais:
- Ativação de enzimas líticas vão agir em cima do tecido fazendo com que haja
degradação das células granulares para formar o orifício pro oócito passar.
- Contrações na parede do ovário, se deve a enzimas prostaglandinas, que
promovem a migração para que esse oócito seja liberado.
* O aumento do LH faz com que de 15 a 20 oócitos comecem a maturação,
porém, apenas 1 completa o processo e se torna dominante. Os demais folículos
atrésicos se degeneram.
* Só se completa a oogênese se o oócito for fertilizado.
Termina a segunda divisão meiótica.
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Espermatogênese:
 Processo pelo qual se formam os gametas masculinos, os espermatozoides,
a partir de células germinativas primordiais, as espermatogônias.
 O tempo de duração da espermatogênese é diferente da oogênese.
 Ocorre dentro dos tubos seminíferos, que é revestido por células de Sertoli,
derivadas das células somáticas de suporte (CSS).
 É a diferenciação dos gonócitos em espermatozoides.
 Tem início com a puberdade, com um pico de testosterona.
 Acontece em torno de 74 dias, diferentemente da oogênese, que dura anos.
 Todos os espermatozoides tem origem com as CGPs.
Na espermatogênese, as CGPs ficam em latência desde a 4ª ou 6ª
semana até a puberdade, vão colonizar os tubos seminíferos e elas serão
ativadas na puberdade. Diferentemente do das meninas, que amadurecem com
o tempo.
Durante toda infância as CGPs permanecem latentes, ou seja, não se
diferenciam (amadurecem), permanecem nessa forma de maturação até a
puberdade. Elas vão sofrer processos de divisão celular (mitoses) para que
produzam mais e se renovam.
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Com o início da puberdade, sob estímulo hormonal, elas se tornam ativas


devido ao estímulo da testosterona - produzida pelas células intersticiais de
leydig – que além disso, estimula a maturação dos testículos e dos túbulos
seminíferos (onde ocorre a espermatogênese) e o surgimento das
características masculinas secundárias.

Células importantes da espermatogênese:


Células de Sertoli: células de sustentação da espermatogênese
 Nutrem as células em desenvolvimento.
 Fagocitam espermatozoides
 Fagocitam o citoplasma das células precursoras da maturação da
espermatogênese, que vai se reduzindo até chegar no
espermatozoide.
 Entre elas estão as CGPs.
Células intersticiais de Leydig: são células produtoras de testosterona -
em torno da 7º e 8º semana do desenvolvimento.
* Até a 7ª semana existe um tubérculo indiferenciado que está tanto em
homem, quanto em mulher. A partir da 7ª semana que há a diferenciação
(modificações fisiológicas) do sexo.
Com o pico hormonal da testosterona, as CGPs, além de se dividirem por
mitose para se autorrenovarem, elas também passam a se diferenciar em
espermatogônias do tipo A por sucessivas mitoses.
As espermatogônias do tipo A (2n – 46 cromossomos) vão se diferenciar
em espermatogônias do tipo B (2n – cromossomos bivalentes, com as
cromátides duplicadas), e depois vão se tornar espermatócitos primários (2n –
92 cromossomos). Esses dão início a primeira divisão meiótica e se diferenciam
em espermatócitos secundários (n), eles completam a 2ª divisão meiótica e se
diferenciam em espermátides (n), elas ganham cauda (flagelo) se diferenciando
em espermatozoide.
Inicialmente, as GPs estão bem ligadas a membrana basal dos tubos
seminíferos, conforme as células vão se diferenciando, elas vão migrando em
sentido da luz dos tubos seminíferos. Quando chega na fase de espermatozoide,
essas células perdem contato com as células de Sertoli, para que o
espermatozoide possa ser lançado na luz dos tubos e se misturar com o liquido
seminal produzido pelas vesículas seminais e em menor quantidade pela
próstata, assim é produzido o sêmen.
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AMADURECER: é a mudança constitucional da célula para se tornar uma


célula funcional. Ferramentas são produzidas na célula para que ela possa ser
ativa.

Principais modificações fisiológicas do espermatozoide – ESPERMIOGÊNESE:


 Redução drástica do citoplasma.
 Ganho da cauda.
 Formação do acrossomo.
 Condensação do núcleo.
 Formação do colo, porção media e cauda.
 Perda de maior parte do citoplasma e dos corpos residuais que são
fagocitados pelas células de Sertoli, que vão se tornando cada vez
maiores.
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* Espermatozoide + líquido seminal = SEMEN

ESPERMATOZOIDE
ESTRUTURA:
Cabeça funcional - onde está o material genético, ela quem penetra na zona
pelúcida porque é lá que esta o DNA.
Peça intermediária - onde estão as organelas responsáveis pelo metabolismo
dos espermatozoides.
Flagelo ou cauda – responsável pela movimentação dos espermatozoides.

GAMETOGÊNESE ANORMAL:
* Não disjunção dos cromossomos:
- Resulta em defeitos no nascimento, gametas com 22 e gametas com 24
cromossomos. A incidência é maior em mulheres acima dos 35 anos de idade.

PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO


Fertilização:
 Fusão de membranas entre o gameta feminino (oócito na metáfase II) e o
masculino (espermatozoide).
 Interação entre dois receptores: ZP3 e SED1.
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* Os espermatozoides são depositados no canal vaginal. Eles têm que ser


capazes de migrar desde o canal vaginal, passar pelo colo do útero. Adentrando
pelo orifício externo do colo, ele chega até o canal endocervical, passando pelo
corpo uterino, entra na tuba uterina ou trompas de falópio, percorrendo toda
tuba até chegar na ampola - região mais próxima do ovário, local ideal para
fertilização.
* Eles são atraídos por quimiotaxia, substancias químicas que atraem.
* Durante a ovulação o oócito secundário foi liberado e vai migrar até a ampola,
onde normalmente ocorre a fertilização. Ela também pode ocorrer em outros
locais, mas não é normal.
Para a fertilização ocorrer, é preciso que o espermatozoide sofra dois processos:
1. Reação de capacitação: uma reação de preparação do espermatozoide para
que ele consiga percorrer todos os lugares no útero até chegar na ampola.
Acontece na tuba uterina e dura cerca de 7 horas. É a interação entre o epitélio
do espermatozoide e o da tuba uterina. Consiste na digestão de uma capa de
glicoproteínas que vai proteger o espermatozoide, principalmente do ambiente
vaginal porque lá tem pH ácido 4,5 e o sêmen tem pH alcalino. Se essa capa não
for removida, o spz não está apto a atravessar a zona pelúcida do oócito. Essa
reação de capacitação ocorre após a ejaculação, removendo a capa de
glicoproteínas e expondo o acrossomo.
2. Reação acrossômica: apenas os spz que sofreram reação de capacitação
passam por essa segunda reação. Ela consiste na liberação de enzimas
acrossômicas (acrosina e tripsina) que permitem a penetração do spz na ZP, pois
elas degradam a ZP. Acontece no momento da fertilização.
* O sêmen é espesso e ejaculado com coágulos, chamado de grumos, que se
formam por fatores de coagulação do próprio sêmen, mas eles precisam se
liquefazer pelas enzimas de liquefação, permitindo com que os
espermatozoides possam movimentar. A partir disso ele é capacitado.

Fases da fertilização:
1. Penetração da coroa radiada: são constituídas pelas células granulares.
* Coroa radiada é o conjunto de células expulsas do ovário junto com o oócito.
- essa fase consiste na passagem pelas células granulares.
2. Penetração da zona pelúcida: barreira de lipoproteína que tem pelo menos 3
camadas, ZP1, ZP2 e a ZP3. A interação entre a ZP3 + SED1 vai levar uma
ativação de sinais, chamada de reação acrossômica, que consiste na liberação
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de enzimas líticas: acrosina, tripsina e hialuronidase e no local vai levar a


digestão dessa glicoproteínas permitindo a passagem.
Outras moléculas de adesão: Tetraspanina é uma glicoproteína da membrana
do oócito. IZU-MO é uma imunoglobulina. ADAM (30) é uma glicoproteína com
desintegrinas que formam o ADAM-2.
Imediatamente após a fusão de membrana ocorre duas reações:
a-) Reação cortical: emissão de zonas de cálcio a partir do oócito que foi
fertilizado, após a fusão de membrana, para formar uma barreira física para que
outros espermatozoides não consigam interagir com a zona pelúcida. A fim de
impedir a poliespermia (vários embriões em um oócito).
b-) Reação de zona: grânulos da membrana do oócito liberam enzimas
para impedir poliespermia. Granum por exocitose liberam inúmeras enzimas.
Ocorre a fusão das membranas.
O oócito definitivo é chamado de óvulo, e possui 23 cromossomos
monovalentes condensados para formar o pró-núcleo feminino. Os 23
cromossomos do spz se condensam para formar o pró-núcleo masculino e a
cauda dele se degenera. Os prónúcelos fundidos sofrem mitose e formam as 2
primeiras células do zigoto.
Resultado da fertilização
- Restauração da quantidade
diploide de cromossomos.
- Determinação do sexo.
- Início da clivagem.

- Gravidez ectópica: ocorre fora do lugar ideal/original, que é a parede anterior


ou posterior do endométrio.
* A primeira semana vai da fertilização até a implantação do concepto.
* A implantação adequada do concepto ocorre pelo tecido trofoblasto.

Primeira semana:
Clivagem:
 Tem início na tuba uterina.
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 O zigoto migra da ampola para o endométrio uterino através de mitoses


sucessivas (clivagem). Isso forma os blastômeros.

 Até 9 blastômeros (terceira divisão mitótica), as células não estão associadas


entre si. A partir de 9 células, há compactação. Essa junção celular é feita pela:
- Junção dos blastômeros
- Associações nas células
- Sofrem modificações na membrana, integrinas, laminina, selectina,
fibronectina (moléculas de adesão).
- Junções celulares: junções comunicantes, desmossomos, junções gap,
oclusivas, moléculas de adesão

 Quando os blastômeros têm de 12 a 32 células (vão aumentando de número


e diminuindo de tamanho), ele passa a se chamar mórula a partir do terceiro
dia.
MÓRULA: concepto com múltiplos blastômeros a partir de 16, ou em
torno de 12 a 32 blastômeros compactados.

 Após 4 dias, a mórula retém líquido e forma uma cavidade chamada de


blastocele. A partir desse momento, passa a ser chamada de Blastocisto.

- O blastocisto possui dois polos:


a) embrioblasto: (polo embrionário/massa celular interna) dará origem a
todos as estruturas do embrião; essa é a parte mais interna do
blastocisto.
b) trofoblasto: (polo abembriônico/células trofoblásticas e polo
embrionário) é formado por células fortemente unidas por junções
oclusivas e desmossomos. É responsável por formar a placenta, contribui
para a nutrição e o transporte de O2 através da enzima ATPase sódio/K+,
isto é, as trocas de nutrientes entre o blastocisto e o útero (bomba de
troca iônica entre as células uterina e as células do blastocisto).
- O trofoblasto gera a proteína de fator de gestação inicial no soro
materno que é o primeiro hormônio produzido. Essa é a primeira forma de
detectar a gestação, já que pode ser observada de 24 a 48h após a
fertilização. Ele é imunopressor, para evitar que o sistema imunológico
expulse o concepto. Depois de 2 semanas, o HCG (gonadotrofina coriônica)
é produzido e exerce a mesma função.

* A hipótese interna-externa diz que as células expressam genes que produzem


fatores de transcrição que têm função na formação do blastocisto. Todos os
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blastômeros expressam Oct4 e Nanog, que são reespressos nas células da massa
celular interna e são deprimidos pelas células trofoblásticas. Essas proteínas são
inativas nas células do trofoblasto (expressa Cdx 22 e Tbox Eomes), mas ativas
no embrioblasto.

Implantação:
- as células do embrioblasto são células tronco pluripotentes que são capazes
de diferenciar em todos os tecidos do embrião, com exceção dos anexos. Elas
originam o embrião todo, com todos os seus tecidos.

- as células do zigoto (mórula) são os blastômeros (células tronco totipotentes)


se diferenciam em todas as células do embrião e anexos. Só durante essa fase
da vida que possuímos células totipotenciais.

- o blastocisto (próprio embrião bem primitivo) geralmente implanta na parede


anterior ou posterior do canal endocervical, na região superior do útero. O
útero é um órgão oco. O canal encocervical é recoberto pelo endométrio.

- endométrio é tecido colunar endometrial, por isso seu nome é endométrio.


Suas células são cuboides, mais curtas. Todo o canal endocervical é revestido
por tecido colunar e a parte superior é revestido por tecido colunar
endometrial.

- o trofoblasto que dá inicio a implantação. Modificações ocorrem no


trofoblasto e no endométrio. No endométrio há:

* Endométrio gravídico: é modificado, é o endométrio da gestante. Ele se torna


secretor, ou seja, o corpo lúteo, após a ovulação, sofre mitoses e se prolifera, o
seu ápice de maturação é de 9-10 dias, ele também é uma estrutura endócrina
(secreta hormônios) então a sua função é manter a gestação por meio de
hormônios gonadotróficos que preparam o endométrio para receber o
blastocisto. Assim, o corpo lúteo secreta os hormônios gonadotróficos,
estrógeno e progesterona, agindo na região superior do endométrio fazendo
com que ele mude a sua característica, se tornando gravídico. O endométrio de
uma gestante é diferente, ele é gravídico: o endométrio se prepara para receber
o blastocisto. As células do endométrio aumentam de tamanho - de cuboides,
incham e aumentam de tamanho pois passam a acumular glicogênio que é
fonte de glicose. A célula passa a acumular gordura, AG (fonte de ATP –
energia)- as células também proliferam: endométrio fica mais espesso.

* Endométrio decídua: é o endométrio modificado, é mais largo, com mais


camadas e com células com maior numero de nutrientes que vão nutrir o
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concepto. Decídua é o local onde é implantado o blastocisto. Células deciduais


são as células do endométrio modificadas, prontas para receber o concepto.
Elas passam a expressar moléculas de adesão na sua membrana, que promovem
a adesão do concepto.

- ao mesmo tempo em que ocorrem essas mudanças no endométrio também há


mudanças no trofoblasto: ele prolifera e emite varias projeções a partir da sua
superfície que penetram pela decídua em três fases (todas as fases promovem
interações entre as duas estruturas):

* 1°  captura do trofoblasto: A selectina (molécula de adesão) interage com


receptores de carboidratos expressos pelas células deciduais e promovem a
captura do trofoblasto. As integrinas vão agir com as lamininas (ambas são
moléculas de adesão expressas pelo trofoblasto ou por células da decídua) e vão
fazer com que o trofoblasto penetre e se ligue na decídua. A penetração ou
migração também envolve moléculas de adesão: fibronectina + integrinas. As
moléculas de adesão contribuem para captura, adesão e migração do
trofoblasto. Isso ocorre em torno de 6 dias após a fertilização.
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- A decídua se torna mais vascularizada (aumenta o numero de vasos, pois o


sangue é fonte de oxigênio e nutrientes)

- O blastocisto tem que implantar totalmente pela decídua. O blastocisto tem


que fazer um orifício na decídua para poder penetrar, precisa rompê-la. O
próprio trofoblasto passa a expressar enzimas que fazem lise, as enzimas líticas
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são expressas para causar a morte, destruição de células onde o blastocisto está
implantando para poder formar o orifício de passagem para o trofoblasto
passar. A célula da decídua que sofre morte contém carboidrato, ácido graxo,
elas são fontes de nutrientes para o blastocisto. Outras moléculas de adesão
participam desse processo.

- o trofoblasto também é endócrino. O corpo lúteo está produzindo hormônios


e possui um ápice de maturação em torno de 9-10 dias, mas permanece ativo
até o 4° mês de gestação (se não houve fertilização ele degenera: luteólise).

- O fator gestacional inicial liberado pelo trofoblasto antecede o HCG. O fator


gestacional inicial pode ser notado após 24 horas da fertilização e é produzido
até a segunda semana de gestação. A partir dai (14-15 dias) é que o HCG
(gonadotrofina coriônica humana). Corio significa placenta, trofoblasto. Quem
também produz HCG é a célula do trofoblasto e o corpo lúteo (produz até o 4°
mês de gestação, depois disso a placenta assume essa função). O blastocisto
será encontrado após ter implantado completamente na decídua. Assim, o
orifício de passagem se fecha por processos de coagulação.

- O blastocisto pode implantar em qualquer lugar, inclusive fora do ambiente


ideal e isso gera a gravidez ectópica ou extrauterina. Em 80% dos casos o
blastocisto implanta na própria ampola (que é parte da tuba), 12% dos casos,
fica na tuba. Isso leva a sangramentos, dor abdominal. Gravidez ectópica pode
estar relacionada a drogas, álcool, infecções, tabagismo.

*se o endométrio não ficar espesso, não há gravidez, o blastocisto não


implanta.

 Doença trofoblástica gestacional (DTG): o problema está no


trofoblasto. Ela pode ser benigna e maligna.

- A benigna mais comum é a mola hidatiforme (gestação molar) a mulher gesta


uma mola, apenas trofoblasto. {Hidati=água}

- A forma maligna é mais rara e a mais comum é a Neoplasia trofoblastica


gestacional.
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- Neoplasia é um tumor: proliferação exagerada de células que forma uma


massa, um acúmulo de células. Neoplasia pode ser benigna (células do tumor
são parecidas com as células normais do tecido) ou maligna (células atípicas,
células diferentes das normais. Quanto mais atípica for a célula, mais agressivo
é o câncer, o tumor)

Mola Hidatiforme: gestante gera um tumor de células trofoblasticas. É


resultado da proliferação exagerada do trofoblasto. É uma anomalia placentária.

- MOLA HIDATIFORME COMPLETA (MHC): que não há tecido


embrionário, não há vestígios de embrião. É caracterizada por uma massa
muito grande de trofoblasto. Tem mais atipias. A mulher gera só
trofoblasto. É resultado de uma fecundação de um oócito sem núcleo
ativo. Todos os genes dessa célula são de origem paterna. 90% dos casos
tem cariótipo 46XX e 10% tem cariótipo 46XY.

-MOLA HIDATIFORME PARCIAL (MHP): forma um tumor, mas tem um


feto ou vestígios de tecido fetal, depende de até aonde a gestação
chegou. Geralmente a gestação não dura muito tempo. Relacionada com
oócitos fertilizados por dois ou mais espermatozoides. Pode ser causada
por uma triploidia, tetraploidia.

- MOLA HIDATIFORME INVASIVA (MI): que é um excesso de trofoblasto


que invade outros tecidos (invasão extrauterina). As formas malignas são
mais raras, um exemplo é: a mulher gera um tumor (câncer) de
trofoblasto chamado de coriocarcinoma.

- O tumor tem vesículas ricas em água (hidrópica) que surgem da degeneração


do estroma. As molas têm vascularização ausente.

- Qualquer mulher pode ter gestação molar, independente do histórico familiar.

- a mola se permanecer na mãe, pode matá-la ou dependendo do tamanho da


mola deve-se retirar todo o útero causando infertilidade.

Como fazer o diagnóstico: gestação molar mimetiza (imita) uma gravidez


normal, pois o útero também aumenta de volume, mas por conta do tumor, não
por conta do feto. Na maioria das vezes, o útero fica muito grande (o diâmetro,
volume uterino fica muito grande). A presença do tumor pode causar dor na
região, pode haver sangramento, o tumor cresce tanto que gera hemorragia
podendo levar ao óbito. O que chama a atenção na gravidez molar é o
sangramento, o volume uterino pode estar maior, pode haver emissão de
vesículas pela vagina (patognomônico de mola hidatiforme. OBS:
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Patognomonico significa diagnostico de), ausência de batimentos cardíacos


fetais, hiperemese (náuseas e vomito), sinais de hipertireoidismo (pois
trofoblasto é um órgão endócrino), taquicardia, aumento bilateral dos ovários,
insuficiência respiratória (acontece se o trofoblasto já invadiu o aparelho
respiratório).

- se deparar com esses sintomas, deve-se fazer um ultrassom obstétrico


imediatamente. No ultrassom, pode ser visto as vesículas (favo de mel). Outro
recurso para diagnosticar, é dosar o HCG pois ele é produzido pelo trofoblasto.
Numa gestação molar, sua concentração estará altíssima. Quando confirmado a
mola, a gestante deve ir direto para o centro cirúrgico, passar por uma correção
cirúrgica: será retirado todo o tumor e todas as células da decídua. Faz uma
limpeza chamada de curetagem (retirada completa de todo o tecido
trofoblastico. Deve tirar tudo, pois enquanto houver o tecido trofoblastico a
mulher continua sangrando).

- é importante fazer um raio X de tórax para ver se há comprometimento,


invasão do tecido respiratório. Pode haver metástases pulmonares que levam a
dispneia.

Segunda Semana
- É caracterizada por um disco bilaminar: o embrião se torna um disco que
apresenta uma região superior larga (desenvolve as estruturas da cabeça do
embrião) e inferior estreita (cauda, membros inferiores). É bilaminar, pois o
embrião se diferencia em duas lâminas, camadas de tecidos.

- é chamada de semana do 2 porque tudo vira 2;

 8° dia: o embrioblasto se diferencia em 2 camadas sendo elas: epiblasto


(superior) e hipoblasto (inferior).

- O trofoblasto também se modifica e especifica em duas camadas: + interna


(inferior) é uma única camada de células troflobasticas cuboides curtas e é
chamado de citotrofoblasto; a camada superior se multiplica, prolifera e forma
um tecido sincicial, multinucleado, é chamado de sinciciotrofloblasto que
produz o HCG.

- A cavidade amniótica formada pela retenção de liquido que ocorre na região


superior do epiblasto e é circundada por uma membrana chamada membrana
amniótica (amnio) que circunda a cavidade amniótica (futura bolsa amniótica).
A membrana é formada por células amnióticas que surgem da derivação do
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epiblasto (algumas células do epiblasto se diferenciam em células amnióticas,


que se organizam formando a camada amniótica). Amnio é um anexo, assim
como o trofoblasto, ele cobre toda a bolsa amniótica e também o cordão
amniótico (cordão umbilical). A segunda estrutura que forma é o saco vitelínico
que deriva da cavidade blastocística.

 9° dia: as células do hipoblasto vão proliferar, migrar e cobrir toda a antiga


cavidade blastocística. A partir do momento que o hipoblasto e as células
hipoblásticas cobrem a blastocele surge a cavidade exocelômica. Ela é o antigo
blastocele e é o primórdio do saco vitelínico, ela o antecede.

- saco vitelínico também é um anexo, mas é derivado da cavidade blastocistica


revestida por células do hipoblasto. No inicio tem um saco vitelínico primitivo.

- Outra coisa que se modifica é o sincício. Algumas de suas células passam a


sofrer apoptose. O sincício além de penetrar cada vez mais na decídua, tem
algumas células que sofrem apoptose e começa a formar vacúolos no sincício.
Esses vacúolos vão fazer anastomose: se juntam para formar lacunas no
sincíciotrofoblasto. O sincício está na fase lacunar (sincício aumenta e apresenta
muitas lacunas), então é chamado de estagio lacunar. Essas lacunas existem
porque as células do hipoblasto que revestem a cavidade exocelômica formam
uma membrana, chamada membrana de heuser, que é a membrana de células
hipoblasticas que revestem o saco vitelínico.
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- nesse estágio o concepto já implantou totalmente pela decídua. E assim, há


uma coagulação no orifício pelo qual o concepto passou. Então forma um
coagulo de fibrina no local onde o blastocisto penetrou. A implantação acaba no
9° dia do desenvolvimento.

 10° ao 12° dia: o sincício forma lacunas no nono dia pois ele vai
penetrando pela decídua até cada uma de suas lacunas encontrar os vasos
sanguíneos da decídua. Nesse momento haverá anastomose entre o sincício e
os vasos para que o sincício passe a ser banhado com sangue materno que vai
nutrir o embrião. É nessa fase que há um aumento do fluxo de sangue para o
endométrio, decídua. É nesse momento em que algumas mulheres podem
perder um pouco de sangue, o que é geralmente confundido com menstruação.
Isso ocorre entre o 10 e o 12° dia: forma a circulação entre útero e placenta
(circulação uteroplacentária) que é resultante das lacunas trofoblasticas que se
tornam contínuas com os sinusoides maternos (vasos maternos)

- sinciciotrofoblasto não faz parte do embrião.

- o citotrofoblasto também se modifica: Ele era uma camada única e se


prolifera, passa a formar várias colunas chamadas colunas citotrofoblasticas.

- a membrana de heuser também muda: uma nova população de células


surgem, é um novo tecido chamado de mesoderma que não é embrionário
(extraembrionário) que apresenta, se divide em duas camadas:
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*Mesoderma extraembrionário somático ou parietal: cobre a cavidade


amniótica e o interior do citotrofoblasto.

*Mesoderma extraembrionário esplâncnico ou visceral: ele cobre a


membrana de Heuser (cavidade exocelômica)

Entre os folhetos de mesoderma há vacúolos, chamados de cavidade


extraembrionaria. O mesoderma está todo vacuolizado.

 13° dia: a circulação úteroplacentária está completamente formada.


Aqueles vacúolos exodérmicos se anastomosam formando uma nova cavidade
importantíssima: a cavidade coriônica. Ela forma da fusão entre os vacúolos do
mesoderma extraembionario (somático e esplâncnico). Corion é a parede da
cavidade coriônica, por isso também é chamado de placa coriônica. O corion é
um outro anexo (não faz parte do embrião).

- pedículo embrionário é o futuro cordão umbilical. O cordão umbilical também


é um anexo e ele é derivado de um tecido mesodérmico extraembrionário
(tanto somático quanto esplâncnico). Para virar cordão umbilical, o pedículo
tem que apresentar vasos: sendo duas artérias e uma veia. Todos os nossos
vasos sanguíneos são derivados de mesoderme. Então o pedículo embrionário é
constituído em mesoderme pois é esse tecido que se diferencia em vasos
sanguíneos.
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- a placa corionica (corion) é constituída de mesoderme extraembrionário


somático, citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. A partir desse momento, ao
fazer o ultrassom (que é feito a partir da 6 semana) já consegue observar-se o
cório. O diâmetro da cavidade coriônica é usado para estimar o tempo de vida
desse embrião. A placa coriônica é uma membrana que envolve o conjunto e
demais anexos, ela reforça a proteção oferecida pelo âmnio. É mais uma parede
para proteger o embrião.

- O cisto exocelômico que se forma na cavidade coriônica, não serve para nada,
ele é formado pelo pincelamento de células do hipoblasto. Ele desaparece com
o tempo.

- o conjunto cavidade amniótica, saco vitelínico, disco bilaminar, está suspenso


dentro da cavidade coriônica pelo pedículo embrionário.

- na gestação gemelar há dois corions.

 Diabetes mellitus gestacional (DMG): é um estado de hiperglicemia


crônica que a gestante passa a apresentar, ele surge na/durante a gestação. A
mulher não tinha diagnostico prévio de diabetes.
A placenta é um órgão endócrino e por isso, ela provoca um estado
diabetogenico. A gravidez é uma situação diabetogenica, pois a placenta produz
diversos hormônios, como o lactogenio placentário, que é responsável por essa
situação. Esses hormônios causam resistência à insulina, gerando um estado de
hiperglicemia e como consequência há o aumento da produção de insulina na
gestante uma vez que a insulina é um hormônio hipoglicemiante, a insulina é
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produzida pelas células beta pancreáticas. A ativação excessiva dessas células


beta pancreáticas pode causar disfunção dessas células, gerando hiperglicemia
constante, crônica. A placenta produz enzimas que degradam a insulina ou
prejudicam a sua função e isso contribui para gerar a hiperglicemia. Por isso a
gestante precisa acompanhar a glicose na gestação. DMG geralmente não
aparece no inicio da gestação, então seu diagnostico só é feito durante a
gestação, no segundo, terceiro trimestre. O problema disso é que cerca de 2/3
da glicose em excesso no sangue da mãe consegue passar pela membrana
placentária e chegar ao feto, aumentando o nível de glicose no feto. Isso pode
causar um estado de hiperinsulinemia no feto estimulando o seu pâncreas,
como a insulina é um hormônio anabolizante ela pode causar uma hiperplasia
de órgãos e pode resultar em uma hipofunção ou má formação desses órgãos.
Ou seja, insulina em excesso se torna um teratógeno potente. Além disso, a
insulina estimula a síntese de proteínas e gorduras, por isso recém-nascidos de
mães diabéticas nascem grandes (fetos macrossômicos/macrossomia) em
decorrência do resultado da insulina (lipogênese, glicogênese e síntese
proteica). Também favorece o polidrâmnio que é o excesso de líquido
amniótico, aumenta a incidência de cesariana, traumas no canal do parto,
tocotraumatismo (traumas na criança durante o parto).

- De acordo com as diretrizes, é considerada glicose alterada para uma gestante,


acima de 92mg/dL.

- poliglobulia ou eritrocitose: também é presente nos recém-nascidos de mães


diabéticas. Correspondem ao aumento das hemácias, da massa eritrocitária. É
visível através de hemograma. Ela é gerada em decorrência de um estado de
hipóxia intrauterina (redução da oferta de oxigênio no ambiente uterino). Assim
o rim, que executa funções importantes no sistema urinário, produz a EPO
(eritropoietina: poetinha é formar e eritro: hemacias) que é um hormônio
expresso pelos rins e estimula a produção de hemácias pela medula óssea. Ela é
um fator de crescimento hematopoiético. Assim é necessário um aumento do
número de hemácias para poder transportar mais oxigênio. Isso ocorre por ação
da eritropoietina. Descobriu-se ao fazer a amniocentese: retirada de líquido
amniótico para fazer uma avaliação, que a EPO estava em níveis elevados. Ela
acontece em níveis elevados devido aos baixos níveis de oxigênio. Em
consequência disso, as hemácias fetais sofrem hemólise (quebra da hemácia,
lise). Eritrócitos transportam hemoglobina. O produto da hemólise (que ocorre
no baço) é a hemoglobina, assim aumenta a hemoglobina plasmática no sangue
da criança. A hemoglobina é degradada, conjugada para se tornar hidrossolúvel
e ser excretada. Um dos produtos da degradação da hemoglobina é a
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bilirrubina indireta, que é lipossolúvel (solúvel em lipídeos), assim ela tem a


capacidade de penetrar nos tecidos, causando amarelão nas crianças que
devem tomar banho de luz ultravioleta, o qual degrada a bilirrubina, fazendo o
papel do fígado que ainda está preguiçoso, imaturo. A bilirrubina indireta por
ser lipossolúvel pode penetrar no SNC, causando lesões irreversíveis, como o
retardamento mental.

Terceira Semana

- Tem-se início a gastrulação, que é migrar.

- A gastrulação tem início com a formação da linha primitiva, que é a chave da


gastrulação. É ela quem norteia a gastrulação. Ela forma todos os folhetos
embrionários. Ela se forma no epiblasto, na sua superfície. (todos os órgãos e
tecidos são derivados do epiblasto)

- Também há a formação da notocorda: é o eixo primitivo do embrião, que é o


que antecede a coluna vertebral do embrião. Ela é o eixo central que antecede a
coluna vertebral do embrião.

- Formação das três camadas germinativas.

- O disco bilaminar, passa a ser um disco trilaminar (no ensino médio era
gástrula). Esse processo ocorre no epiblasto: as células do epiblasto vão se
proliferar e migrar para a região central do disco. Elas formam uma depressão
no epiblasto, chamado de sulco primitivo (fosseta primitiva). Ele apresenta
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duas laterais mais avantajadas, que é a própria linha primitiva. As células do


epiblasto vão colonizar a região média do disco formando uma depressão (sulco
primitivo) e as células se depositaram na linha média do disco do sentido cranial
ao sentido caudal formam a linha primitiva. O nó primitivo é uma parte da linha
primitiva, ele é um aglomerado, uma condensação de células epiblásticas na
região cefálica da linha primitiva. É ele que monitora e norteia toda a
gastrulação: ele é o organizador da gastrulação.

- Nesse momento são formadas duas membranas: bucofaríngea (oreofaríngea)


– na região cefálica - e a membrana cloacal – na região cloacal -, ambas de
constituição ectoendodérmica.

-FGF8: fator de crescimento de fibroblasto 8, é fundamental para estimular as


células do epiblasto a fazerem a diferenciação e migração. Ele é expresso pelas
células do epiblasto e estimula a proliferação e migração dessas células para
formar a linha primitiva.

- Um teratógeno potente nessa fase é o álcool, etanol, que tem uma


propriedade de destruir as células da linha primitiva.

- Após formar o nó as células da linha primitiva vão se descamando, soltando,


migrando. E se diferenciam em células do tecido conjuntivo embrionário,
chamadas de células mesenquimais ou mesenquima. Essas células
mesenquimais, deslocam o hipoblasto (forçam ele pra baixo), e ele é
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diferenciado em endoderma (que é o próprio hipoblasto). As células


mesenquimais que permanecem acima do endoderma, entre endoderma e
epiblasto, se diferenciam em mesoderma embrionário. Ao mesmo tempo as
células do epiblasto que não migram, se diferencia em ectoderma.

Processo Notocordal
- A notocorda é derivado do epiblasto, pois surge a partir da diferenciação de
células mesenquimais que migram a partir da linha primitiva e formam um
bastão de células mesenquimais (celular) formado da região cefálica até a
região caudal, e ele é chamado de processo notocordal. O processo notocordal
se torna continuo ao endoderma e ganha uma abertura, um canal, formando o
canal neuroentérico que conecta a cavidade amniótica e o saco vitelínico. Ao
mesmo tempo, o processo notocordal ficou contido na endoderme.

- A notocorda termina com a fusão completa do processo notocordal. Ela


fornece sustentação para o embrião, sinais para o desenvolvimento das
estruturas do sistema nervoso central e também contribui para a formação dos
discos vertebrais.

-Pode haver formação de cordomas, que são tumores. A notocorda vai


desaparecer completamente, ela se desintegra completamente, as células
mesenquimais da notocorda só não desintegra na região do núcleo pulposo,
que é uma região da coluna vertebral. Isso ocorre normalmente. Em alguns
casos a notocorda não desintegra, fincando vestígios, virando tumores:
cordomas. 1/3 aparece na base do crânio e pode se estender para nasofaringe.
Eles têm crescimento lento. Mas as formas malignas podem se infiltrar no osso.
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- Ao mesmo tempo forma a membrana oreofaringea ou bucofaringea: se forma


pela migração de células mesenquimais da linha primitiva. Na região central elas
se diferencial em ecto e exoderma, e também migram para a região caudal
formando a membrana cloacal.

- Forma o mesoderma cardiogênico: a área/região cardiogênica se forma na


região cefálica e lateral do disco. É a área que é a primeira estrutura, o
primórdio do coração. Ela surge também de células mesenquimais da linha
primitiva. As células mesenquimais se diferenciam em cardiogênicas. São
derivadas do mesoderma (são o próprio mesoderma). Forma-se o primeiro e
segundo campo cardíaco (PCC e SCC). Todas as células do coração se derivam de
PCC e SCC. Tem ação do FGF8.
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Mapa da gastrulação

- As células as que migram para a região cefálica e reta, vão dar origem a
notocorda.

- As células da linha primitiva que migram para sentido cefálico e discretamente


lateral são mesoderma paraxial (vai se diferenciar em estruturas da coluna
vertebral: esqueleto axial). Ele é um mesoderma intraembrionario.

-As células da linha primitiva que migram para o sentido lateral e central do
disco (não vão para a região cefálica) são as células mesenquimais que vão
diferenciar em mesoderma intermediário. A partir dele se forma estruturas do
aparelho urogenital.

-As células que migram para o sentido lateral e mais caudal, não vão para o
centro nem cefálica, elas se diferenciam em mesoderma da placa lateral que
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contribui para a formação de todo o revestimento do embrião, revestimento


corporal.

-As células que migram só para sentido caudal se diferenciam em mesoderma


extraembrionário que contribui para formar as estruturas: forma o cordão
umbilical (pedículo), cório (cavidade coriônica: somático ou parietal), saco
vitelínico (esplâncnico ou visceral)

Eixos Corporais
-Toda gastrulação é regida por genes. A ativação de genes, leva a transcrição de
fatores de crescimento que agem por todos esses momentos.

- Todo o mapa da gastrulação tem como controle a formação dos eixos


corporais através da ativação e desativação dos genes.

Eixo anteroposterior: são as estruturas da cabeça do embrião.

- A família nodal expressa a proteína nodal. A formação da linha primitiva se dá


pelo estimulo dos genes nodal, que expressam proteínas nodal. É um membro
da família TGF-β O aumento da expressão desses genes vai fazer com que as
estruturas do embrião se desenvolva, uma vez que ele estimula a linha primitiva
(a partir dela todas as estruturas são formadas).

-BMP4 (Proteína Morfogênica Óssea): também é um membro da família TGF-β.


É expresso em todas as células do disco embrionário. É importante para a
formação das estruturas do embrião. A BMP4 + FGF vão estimular a formação
de várias estruturas a partir do mesoderma, atuando em sinergismo (conjunto).
O mesoderma vai se diferenciar em intermediário (forma estruturas
urogenitais), paraxial (coração) e da placa lateral. A especificação ou
diferenciação desses mesodermas e estimulado pela BMP4 + FGF.

- CHORDIN + NOGGIN + FOLLISTATIN eles antagonizam a atividade da BMP4.


Então, eles inativam a BMP4 para que ela aja no mesoderma e esse mesoderma
cranial do disco se diferencie em notocorda, somitos e somitômeros.

*Somitos e somitômeros são derivados do mesoderma paraxial. São eles


que se diferenciam na coluna vertebral. A coluna é derivada de somitos e
somitômeros que são o próprio mesoderma paraxial.

- HNF-3β é um fator de transcrição que vai agir, fazendo com que as células do
epiblasto se diferenciem em células ectodérmicas que é induzido a formar a
placa neural. A placa neural vai dar origem ao tubo neural, que por sua vez, dá
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origem a 3 vesículas. No próprio tubo neural, forma 3 vesículas primárias


chamadas de vesículas encefálicas.

*prosencéfalo: é um tecido encefálico anterior. A partir dela surgem


outras duas vesículas

*mesencéfalo: é uma vesícula mediana.

*rombencéfalo: é a vesícula posterior. Também se diferencia em 2


vesículas.

- qualquer fator que possa agir nesses fatores de transcrições podem levar a
malformações. Um exemplo é a cabeça duplicada, que envolve o gene da BMP4.
Alterações envolvendo essa proteína, sendo o excesso ou a falta, podem levar a
malformações. Os teratógenos (qualquer coisa – molécula, composto químico,
físico ou biológico – que possa interferir na embriogênese) agem nesses genes e
alterando suas funções e desenvolvem os defeitos de nascimento: o defeito
congênito, que são malformações. Exemplos de teratogênios são vírus da sífilis
(casos estão aumentando por promiscuidade), rubéola, zica.

- GENE BRACHYURY (T): são genes produzidos pelas células do nó primitivo


pelas células notocordais. Eles vão especificar e estimular o mesoderma a
originar as estruturas medial e caudal do embrião.

- TBOX/ HOX/ HOMEOBOX: são genes que controlam todas as fases da


embriologia. São chamados de homeoproteinas que atuam em genes que
codificam moléculas de adesão, fatores de crescimento e proteínas da matriz
extracelular.

- ÁCIDO RETINOICO: é um derivado da vitamina A. O ácido retinoico


industrializado é a isotretinoína (roacutan), utilizada para o tratamento de pele.
O problema é que o acido retinoico e seus derivados são morfógeno: essenciais,
necessários para todo o processo embriológico. Ele codifica genes para a
expressão de moléculas de adesão, a divisão, proliferação e migração celular. E
isso é ser morfógeno. Dessa forma, o ácido retinoico é necessário na gestação
pois ele regula a expressão dos genes HOMEOBOX. Mas ele pode se tornar um
potente teratógeno em excesso ou falta. Causa embriopatias como: alterações
craniofaciais, fenda palatina, defeitos do tubo neural, malformações cárdicas,
orelhas pequenas e ausentes, alterações renais, retardo mental.

Eixos Corporais Esquerdo e Direito:

- Os fatores de transcrição são fatores de crescimento que vão agir no disco


embrionário promovendo a diferenciação das estruturas no embrião.
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- É sabido que o estabelecimento dos eixos corporais esquerdo e direito é


regido por vias de sinalização. A via de sinalização esquerda está mais bem
estabelecida do que a direita. Então, a via de lateralidade esquerda já é mais
conhecida e corresponde as vias que vão sinalizar a formação das estruturas do
lado esquerdo do disco. A vida de lateralidade direita não é muito conhecida.

- A via de lateralidade esquerda tem início com dois grupos de proteínas: um


deles é o nodal (expressos no lado esquerdo do disco) elas são expressas pelas
células do nó primitivo. As células da linha primitiva (são células epiléticas) e as
células do nó primitivo, estimulam a produção das proteínas nodal, que vão se
acumular do lado esquerdo do disco. Assim, as células do lado esquerdo do
disco são ricas em nodal. Além disso, o FGF8 também vai agir. Ele também é
expresso pelas células do nó primitivo (células da linha primitiva). Ambos os
fatores vão dar início a cascata que consiste na ativação dos genes que vão
produzir fatores de crescimento (fatores de transcrição) e vão promover a
diferenciação das estruturas do lado esquerdo do disco.

-Ao mesmo tempo, um tecido ectodérmico vai se expressar e isso é responsável


por formar a placa neural que se diferencia em tubo neural. As células da placa
neural também vão contribuir para a expressão dos fatores de crescimento.

-Esses fatores de crescimento (nodal e FGF8) estimulam a expressão da 5HT


(serotonina) que é o ponto de partida da via esquerda. Ela é expressa pelas
células do lado esquerdo do disco por estimulo do nodal e FGF8. A serotonina só
se acumula nas células do lado esquerdo do disco. Ela não se acumula do lado
direto porque lá existe uma enzima chamada MAO (Monoamina oxidase) que
degrada a serotonina.

- A serotonina estimula a transcrição de dois fatores, duas vias vão ser iniciadas:
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

* LEFTY-2: estimula a formação de um outro fator de transcrição o PITX,


que é o último fator de transcrição que culmina com a ativação das
células do lado esquerdo do disco. O PITX2 corresponde a um grupo de
fatores de transcrição que vão ser expressos para que aja o estímulo da
formação das estruturas do lado esquerdo.

* a própria serotonina passa a ativar a expressão do nodal e do FGF8 e


leva a expressão para um novo grupo de fatores de transcrição que é o
LEFTY-2, que gera a transcrição do fator PITX2, que resulta no estímulo
das estruturas do lado esquerdo do disco.

- Existem teratógenos que agem nessa via de sinalização: os antidepressivos, por


exemplo, inibem a recaptação de serotonina, eles podem influenciar na via de
lateralidade esquerda e gerar malformações. Qualquer substancia que
provoque alterações na receptação da 5HT e pode causar teratogenicidade,
malformações, como:

*situs inversus: é quando o indivíduo possui todos os órgãos do lado


esquerdo e direito, contrários. Corresponde a inversão dos órgãos do
abdômen, tórax. Se não ocorre com todos os órgãos ocorre com, pelo
menos, mais de um.

* dextrocardia: quando o coração está virado do lado contrário, a ponta


do coração está para o lado direito. O paciente que possui dextrocardia,
se não há nenhuma alteração de valvas, funcional, ele não tem clínica. A
dextrocardia isolada não gera clínica, não gera cianose, problemas
cardíacos, porque o defeito é só de localização. Agora, se indivíduo tem
dextrocardia mais outra ou outras alterações morfológicas ele terá
clínica.

* inúmeros defeitos cardíacos.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

-GENES BRACHYURY (T): eles vão ativar a notocorda e células da placa neural e
vão produzir alguns fatores de crescimento que é a via de sinalização esquerda,
que vai sinalizar a lateralidade esquerda.

- FATOR SHH (Sonic hedgehog): acredita-se que ele age nos genes do lado
esquerdo fazendo com que eles não atuem do lado direito e vice-versa. É
expresso pelas células da notocorda e regula, reprime a expressão dos genes de
um lado para que não expresse do outro.

- A via de lateralidade direita ainda está em especulações. Um fator de


transcrição que age lá e já foi identificado é o SNAIL. Ele age no lado direito,
outros fatores estão sendo estudados ainda.

- Ainda não se sabe porque a cascata é iniciada do lado esquerdo, mas acredita-
se que as células da notocorda são células ciliadas, com cílios, que batem para
que a serotonina fique do lado esquerdo, se acumule lá. Isso é uma hipótese. Os
cílios do nó fazem com que a serotonina se acumule do lado esquerdo do disco.

Teratógenos

-medicamentos: *talidomida é uma droga que não é mais vendida em farmácia.


Hoje só existe em nível hospitalar para tratar a hanseníase. Ela foi usada para
tratar náuseas durante a gestação, mas é extremamente teratogênea. Assim
tem-se a geração da talidomida que são adultos com ausência de membros.

* Ácido Retinoico: isotretinoina, é um morfógeno, mas em quantidades


não indicadas causa malformações.

*antidepressivos: inibidores seletivos de receptação de serotonina.

- Doenças maternas: diabetes mellitus

- Infecções: zika, rubéola, toxoplasmose, sífilis

- Radiação: gestante deve evitar radiação, principalmente na região abdominal

- Agentes químicos: mercúrio, chumbo. Relacionada com a fenda labiopalatina.

- Drogas: fumo, cocaína, álcool, tabaco.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Etanol

- Deve ser evitado qualquer forma de etanol. Qualquer espécie de álcool em


qualquer volume deve ser evitada na gestação pois ele é comprovadamente um
teratogênio.

- Pode causar a síndrome alcoólica fetal: malformações de faces, orelhas, nariz.


Elas não são as piores, o pior é o retardamento mental (lesões irreversíveis no
SNC). Quanto mais precoce na gestação a ingestão de álcool, pior é. Pois o
período crucial da embriogenese é o embrionário, que vai da 2 a 8 semana. Ele é
crucial pois todos os órgãos do embrião serão formados nesse momento. As
células em divisão são mais sensíveis a ação de teratógenos.

- O álcool tem a capacidade de ultrapassar a membrana placentária. Assim ele


tem acesso ao feto que está dentro da bolsa amniótica que é cheio de líquido
amniótico. O líquido amniótico se torna um reservatório de etanol. Isso ocorre
porque o fígado do feto é imaturo e não consegue metabolizar esse álcool. A
placenta também não tem capacidade de metabolizar todo esse álcool.

- Após 24 semanas a pele do feto se modifica e fica mais queratinizada para


evitar um dano maior ao feto, limitando a absorção de álcool. O feto ingere o
líquido amniótico que é absorvido e urinado. Assim, o álcool é absorvido, vai
para a circulação do feto, volta para a circulação materna e há um mecanismo
de excreção muito pequeno que não é suficiente para remover todo o álcool do
feto.

- Quando o álcool aparece na fertilização até as primeiras semanas (período


embrionário) ele é citotóxico e mutagênico, pode gerar aberrações
cromossômicas graves (malformação no SNC e coração)

-No 1° trimestre, continua sendo teratogênico. Ocorre risco de malformação e


dimorfismo facial: implantação baixa de orelha, fendas labiopalatinas. É uma
fase crítica para a organogênese.

- No 2º trimestre aumenta o risco de aborto. Pois o feto está em um ambiente


impróprio, rico em etanol.

- No 3º trimestre, pelo US já consegue ver as malformações. Lesões do sistema


nervoso, microcefalia, retardo do crescimento intrauterino, aumento do risco
de infecções, descolamento prematuro da placenta, hipertonia uterina
(contração uterina), trabalho de parto prematuro, presença de mecônio (fezes
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do feto) no líquido amniótico – geralmente o mecônio aparece somente no final


da gravidez, quando aparece precocemente indica sofrimento fetal.

Holoprosencefalia: é um caso extremo do álcool. É uma alteração neurológica


que faz com que o prosencéfalo se forme e se junte no centro do sistema
nervoso, no sentido mediano da face.

Linha do tempo:

- Começa com a fertilização. Da fertilização até segunda semana, existe zigoto,


mórula e blastocisto. Ao entrar na segunda semana, vira embrião que vai até a
8°semana, e é nesse período que ocorre a organogênese. Então, ao final da
8°semana, todos os órgãos estão formados, mas são imaturos. Na 9°semana, ele
passa a ser um feto, e é chamado assim até o nascimento, quando passa a ser
recém-nascido. No período de feto, ocorre maturação dos órgãos,
funcionalidade adequada, crescimento dos órgãos. No segundo trimestre, o feto
vai crescer (em altura, comprimento – é a fase que ele mais cresce), ganhar
peso, mas muito pouco. Ele mais cresce do que ganha peso. Já no 3° trimestre o
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

feto ganha mais peso, continua crescendo mas ganha mais peso do que cresce.
Ele fica mais arredondado. O recém-nascido tem todos os órgãos imaturos,
durante a gestação eles ganham certa maturidade, mas não ficam
completamente maturo. O sistema nervoso é o mais imaturo, demora cerca de
10 anos para amadurecer, por isso a infância dos humanos é muito grande. Os
pulmões só completam maturidade aos 2 anos de idade. O momento ideal de
parto (a termo) é a partir de 38 semanas, até 40 semanas.

MESODERMA
- Desenvolvimento dos somitos que são derivados do mesoderma paraxial.

-Somitos correspondem a condensação cuboide do mesoderma paraxial que


está localizado ao lado do tubo neural e da notocorda formando blocos de
mesoderma paraxial.

-Somitômeros são os primeiros somitos da região cefálica do disco.

- os somitos cobrem os dois lados do tubo neural. Se contar os somitos dá pra


estimar o tempo de vida do embrião.

-Somatopleura são dois tecidos unidos: ectoderma + mesoderma da placa


lateral somático. Forma o revestimento corporal do embrião.

- Esplancnicopleura: MPL esplâncnico + endoderma. Ela é o futuro intestino do


embrião, forma todo o revestimento do trato gastrointestinal.

- Pregas neurais: condensação do ectoderma.

- Algumas vias de sinalização são importantes nesse período para diferenciação


dos somitos.
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- Celoma intraembrionário é uma cavidade, cisto preenchido com liquido. É a


futura cavidade abdominal do embrião (é um primórdio dela). É repletamente
revestido por paredes mesodérmicas.

- Nesse momento ocorre o desenvolvimento das primeiras células sanguíneas


do embrião. Assim como o coração, que começa a bater em torno de 21 dias.

- As primeiras células sanguíneas se formam na parede do saco vitelínico pois lá


há revestimento de mesoderma, e é o mesoderma que vai dar origem a essas
células, pois ele vai se diferenciar em ilhotas sanguíneas. As ilhotas sanguíneas
são um aglomerado de células mesodérmicas que se diferenciam e originam a
primeira célula sanguínea e o revestimento dos vasos sanguíneos.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As células laterais das ilhotas se diferenciam em células endoteliais, ou seja, as


células da periferia das ilhotas vão dar origem aos primeiros vasos sanguíneos,
pois os revestimentos dos vasos sanguíneos são endoteliais.

-Todas as células das ilhotas são chamadas de hemangioblastos (blasto jovem.


Hemangio é parede, vaso). Os primeiros hemangioblastos derivam das células
mesodérmicas da parede do saco vitelínico. Dois fatores de transcrição são
importantes aqui, o FGF2 e o VEGF (estimula a produção dos vasos, endotélio,
vai estimular as células mesodérmicas a se diferenciarem em hemangioblastos).

- As células do centro se diferenciam em células sanguíneas. Elas vão se


diferenciar em células tronco hematopoiéticas que são multipotentes. Elas vão
formar todas as células do sangue, são precursoras das células sanguíneas:
hemácias ou eritrócitos, as plaquetas ou trombócitos e os leucócitos.

- Esse processo é transitório, passageiro. Até a 4º semana, essas células das


ilhotas migram da parede do saco e vão se instalar no fígado do embrião. Esse
processo tem início na membrana do saco vitelínico. O fígado é o principal
órgão hematopoiético do feto. Ele é o principal produtor de células sanguíneas
do feto até próximo do nascimento. No 7° mês, o fígado deixa de ser
hematopoiético, porque as células colonizam o fígado, mas o embrião está se
desenvolvendo como ele já tem osso, ele tem medula. Outros órgãos
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

hematopoiéticos do sangue são medula óssea (tímida no período intrauterino),


timo, baço. Após o nascimento a medula óssea assume a função
hematopoiética, até o óbito do indivíduo.

- além das células do saco vitelínico que migram pro fígado, numa região
próximo ao mesonefro (rim do embrião) também aparecem células
hematogenicas (derivadas do mesoderma). Essa população de células próximas
ao mesonefro são mesodérmicas e também se diferencia em ilhotas que
também migram para o fígado, a partir daí o fígado é o principal órgão
hematopoiético, após a gestação a medula óssea assume completamente essa
função.

- os órgãos que são hematopoiéticos são:

*sistema imunitário: composto pelo sistema linfoide central ou primário


(medula óssea e timo), sistema linfoide secundário ou periférico (baço,
linfonodos, amigdalas, tecido linfático – acúmulos submucosos de
linfócitos presentes no trato respiratório, trato gastrointestinal, trato
genital).
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-Após o nascimento a medula óssea assume a função hematopoiética, ela é o


principal órgão hematogenico, seguido do restante do sistema linfoide.

HEMATOPOESE PÓS NATAL

- Ocorre na medula óssea que é o principal órgão hematogênico, seguido do


sistema linfoide.

- Ocorre na medula óssea vermelha que contem células tronco hematopoiéticas


também chamadas de stem cell hematopoéticas. Essas células tronco são
multipotentes (originam as diferentes células sanguíneas). Essas células tronco
se diferenciam inicialmente em dois progenitores:

*stem cell mieloide: elas se diferenciam sofrendo mitoses e amadurecem. As


células derivadas da linhagem mielóide são eritrócitos (hemácias), plaquetas
(trombócitos), granulócitos (eosinófilos, neutrófilos e basófilos) e monócitos.

- também é chamada de unidade formadora de colônia GEMM (granulócitos,


eritrócitos, monócitos e megacariócitos – originam as plaquetas).

- UFC GEMM se diferencia em BFU-E: unidade de explosão eritroide, que por


divisão e maturação se diferencia em UFC-E que é uma célula muito jovem e por
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diferenciação e maturação se diferencia em proelitroblasto, que é a primeira


célula reconhecível da célula vermelha. Ele também se diferencia a amadurece e
se diferencia em eritroblasto basófilo que por D e M se diferencia em
eritroblasto policromático, que por D e M se diferencia em eritroblasto
ortocromático (nessa fase é a fase em que ocorre expulsão do núcleo),
amadurece e se diferencia em reticulócito que antecede a fase de hemácia. Ele
amadurece e se torna eritrócitos. Esse processo demora aproximadamente 7
dias. A principal função dos eritrócitos é transportar a hemoglobina, que
transporta O2. Assim eles fazem oxigenação tecidual.

- UFC-GEMM também se diferencia em UFC-GM: é biopotencial pois é capaz de


formar monócitos e neutrófilos (granulócitos). Ela se divide e amadurece,
tornando UFC-M e UFC-G (neutrófilo). A UFC-M por D e M se diferencia em
monoblasto que por D e M se diferencia em pro-monócito que só amadurece e
se torna monócito que é um leucócito agranulócito. O monócito é lançado na
corrente sanguínea, são sempre células teciduais. Nos tecidos eles se
diferenciam em macrófagos que são uma potente célula do nosso sistema
imune inato, é um importante fagócito. A UFC-G por D e M se diferencia em
mieloblasto que por D e M se diferencia em promielócito que por D e M se
diferencia em mielócito neutrófilo que por D e M se diferencia em
matamielócito neutrófilo que por M se diferencia em bastão neutrófilo que por
maturação se torna segmentado neutrófilo que á a célula ativa, madura,
também é um potente fagócito, potente célula inflamatória, defesa contra
bactéria.

- UFC-GEMM se diferencia por D e M em UFC-Eo (eosinófilo) que por D e M se


diferencia em mieloblasto que por D e M se diferencia em probielócito que por
D e M se diferencia em mielócito eosinófilo que por D e M se diferencia em
metamielócito eosinófilo que não se divide mais e se diferencia em bastão
eosinófilo que amadurece em segmentado eosinófilo (célula madura, leucócito
granulócito potente para infecções parasitarias e reações alérgicas). O eosinófilo
vai para os tecidos mas continua sendo chamado de eosinófilo.

-UFC-GEMM se diferencia por D e M em UFC-Bas (basófilo) que por D e M se


diferencia em Mieloblasto que por D e M se diferencia em promielócito que por
D e M se diferencia em mielócito basófilo que se diferencia por D e M em
metamielócito basófilo que não se divide mais apenas por M se diferencia em
bastão basófilo que por maturação se torna segmentado basófilo (envolvido
em relações de hipersensibilidade, alergia.). Isso demora aproximadamente 15
dias para ocorrer dentro da medula óssea. No tecido os basófilos se diferenciam
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em mastócitos, que é uma potente célula envolvida nas regiões alérgicas de


hipersensibilidade.

- Os granulócitos passam pela mesma fase de maturação o que diferencia é o


tipo de granulação especifica produzida, expressa no citoplasma a partir do
mielocito.

- Possuímos 3 granulocitos pois possuímos granulocitos com grânulos


eusinofílicos, neutrofílicos e basofílicos.

- Todos os granulócitos são derivados do mielobalsto e somente na fase de


mielócito é que há o início da síntese dos grânulos específicos.

-UFC-GEMM por D e M se diferencia em UFC-Meg (megacariócito – célula que


origina as plaquetas) se divide por mitoses e se diferencia em megacarioblasto
que por M se diferencia em megacariócito e não se divide mais. Plaquetas são
fragmentos do megacariocito. O megacariocito se fragmenta no citoplasma e
libera inúmeras plaquetas na corrente sanguínea. Plaquetas fazem hemostasia
primaria.

*stem cell linfoide: também sofrem mitoses e amadurecem as células derivadas


da linhagem linfoide são linfócitos B e linfócitos T.

-STL por D e M se diferencia em linfoblasto que por D e M se diferencia em pro-


linfócitos que por maturação se diferencia em linfócitos. Os linfócitos que
utilizam a via MO e órgãos linfoides secundários, serão linfócitos B. os que
utilizam MO, órgãos linfoides secundários e o timo são os linfócitos T os
linfócitos são responsáveis pela nossa resposta imune adaptativa por meio
celular – exercida exclusivamente pelas células T - e tumoral- exercidos
exclusivamente pelas células B.

- Por isso há duas linhagens sanguíneas: algumas derivam do progenitor


mieloide e outras em linfoide.
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ANGIOGENESE E VASCULOGENESE:

-Processos de formação de vasos sanguíneos. Eles dão origem ao endotélio que


é vaso. Elas se originam através do mesoderma. Os primeiros vasos e células
sanguíneas de um embrião são formados a partir de um mesoderma presente
no saco vitelínico. Esse processo é transitório e se migram para o fígado.

- vasculogenese: são os vasos que surgem das ilhotas sanguíneas. Quando há


formação de vasos a partir de vasos já existentes, ou seja, quando novos vasos
surgem da ramificação, isso é chamado de angiogenese.

- Esse processo é regido, principalmente pela VEGF (Fator estimulador de


vasos).

 Doença correlata

- Esse processo pode ocorrer de forma exagerada formando os hemangiomas


que são muito frequentes. Hemangiomas capilares são massas de vasos
sanguíneos que se formam pelo processo de angiogenese e vasculogenese de
forma exacerbada. Isso forma um tumor de vasos sanguíneos. Eles não são
formas malignas. Eles podem aparecer em qualquer local. Podem aparecer de
forma múltipla (em vários locais do corpo) ou de maneira isolada (próximo à
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

pálpebra, geralmente aparecem na região da face). O problema é quando ele se


forma na cavidade oral, ele a obstrui, sendo todo interiorizado. Isso pode levar a
óbito, inclusive no período intrauterino. Há um tratamento cirúrgico para
retirar, pois se continuar a criança não come nem respira. Dependendo da sua
localização e extensão, os hemangiomas podem se tornar patogênicos. Por ser
uma massa de vaso, é sensível. Deve evitar sol, traumas. Hemangiomas também
podem ser internos e causam, geralmente, maiores problemas como perca de
movimento.

SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO


-É o primeiro sistema de órgãos a funcionar no embrião. Ele é o primeiro a se
tornar funcional (21 dias).

-Tem origem no mesoderma cardiogênico, formado na região cefálica e lateral


do embrião. Esse sistema cardiogênico é derivado das células mesodérmicas
mesenquimais que migram da linha primitiva e se instalam nessa região e se
diferenciam em células mesodérmicas, formando o mesoderma cardiogênico.

-O primeiro sinal do embrião é o mesoderma cardiogênico, derivado das células


mesenquimais que migram a partir da linha primitiva e vão se diferenciando em
mesoderma. Na região cefálica, elas formam uma colônia de células que é o
próprio mesoderma cardiogênico. Todo o coração e suas estruturas são
derivados do PCC e SCC.

- As células mesodérmicas cardiogênicas se diferenciam em células endoteliais


que vão formar dois tubos endocárdicos. Esses dois tubos endocárdicos são o
primeiro sinal do coração. Eles se fusionam e formam um único tubo
endocárdico que é o coração. Quem tem coração partido é que teve fusão
incompleta. Se houver dois corações, não houve a fusão.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Isso forma todo o sistema circulatório no embrião. Como está ocorrendo


vasculogênese e angiogênese o tubo cardíaco vai se fusionar as artérias dos
arcos faríngeos, aos vasos da placa coriônica, aos vasos do cordão umbilical, aos
vasos do saco vitelínico, aos vasos presentes em todo o embrião. Aos mesmo
tempo, as células sanguíneas estão sendo formadas e começa a dar as primeiras
batidas do coração que ocorrem em torno de 21 dias de gestação. Ocorre a
formação de todo o sistema circulatório do embrião: como está ocorrendo
vasculogenese e angiogenese, esse tubo cardíaco vai se fusionar com os vasos
do embrião já formados. Então o tubo cardíaco se fusiona com os vasos e
artérias dos arcos faríngeos que também estão se formando, aos vasos da placa
coriônica, aos vasos do cordão umbilical, aos vasos do saco vitelínico, vai se
fusionar a todo o restante dos vasos presentes no embrião, dando origem a
corrente circulatória. Ao mesmo tempo que ocorre a fusão de todos esses
vasos, as células sanguíneas já estão sendo formadas e assim começa um
bombeamento de sangue para esses vasos e a partir disso o coração começa a
bater (em torno de 21 dias).

- Na ultrassonografia com doppler, aproximadamente a partir da 5° a 7° semana


já dá para ouvir o coração bater. As batidas são rápidas, em torno de 110 bpm.
O fluxo deve ser rápido devido as trocas a serem feitas com a placenta. Após o
nascimento ele desacelera (60-100bpm) até o óbito quando para.
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Ectoderma

-Quarta semana: o ectoderma vai se espessar e ao mesmo tempo ele


forma uma depressão. Esse espessamento do ectoderma forma o sulco neural e
ambas as extremidades são a chamada placa neural. O estímulo do ectoderma
se dá pela notocorda.

-Todos os elementos do sistema nervoso central têm origem do tubo neural, do


ectoderma.

- Tubo neural é um derivado da placa neural que é derivada do espessamento


do ectoderma.

- A placa neural vai se proliferar e vai se juntar no meio do disco. As pregas


neurais se fusionam no centro do disco, se unindo completamente. Assim elas
formam o tubo neural. As duas extremidades do tubo ficam abertas,
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inicialmente, tanto a cefálica quanto a caudal. A fusão se forma do centro para


as extremidades.

- As duas aberturas são: abertura cefálica chamada de neuróporo cranial ou


anterior. E uma abertura caudal que ocorre na cauda do embrião. Chamado de
neuróporo posterior. Esse tubo neural não pode persistir aberto. Abaixo dele há
a medula espinhal. Se ficar abertura vão gerar anomalias do sistema nervoso,
isso é a anomalia neural mais frequente. A abertura também pode ocorrer na
região media no disco devido a fusão incompleta das pregas neurais, seja em
qualquer extensão do tubo neural. São os chamados defeitos de fechamento
de tubo neural (DFTN ou DTN) ou defeitos de tubo neural. Esses defeitos de
fechamento podem ocorrer em qualquer embrião, independente de histórico
familiar, de fatores genéticos. Mas eles também envolvem fatores genéticos: se
a gestante já teve um filho assim ou se há casos na família, a chances de ter é
maior. Comprovadamente, envolvem gestantes que não fizeram a
suplementação adequada com ácido fólico. A deficiência de ácido fólico numa
gestante poderá causar uma DTN. Toda gestante deve fazer uso do
medicamento ácido fólico nos primeiros 3 meses, em concentrações muito
maiores. Ele é presente em folhas verdes, mas só a dieta não é suficiente para
suplementar a necessidade da gestante. O recomendável e fazer uso desse
medicamente 3 meses antes da gestação, pois ele reduz em 75% a chances de
DFTN. Ácido fólico é um substrato para a síntese das bases púricas e pirimídicas
do DNA celular de células em proliferação. Ele é um substrato para a síntese do
DNA celular.
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- neuróporo anterior é o primeiro que se fecha, em torno de 23 dias. Até 25 dias


o posterior também já se fechou. Então em torno de 28 dias ambos já devem
estar fechados. O SN de um embrião com 28 dias é um tubo completamente
fechado, se não fechou é um DFTN. Ele apresenta a região cefálica dilatada.

- O resto do ectoderma: o tubo se descola do ectoderma e em ambos os lados


do tubo neural, as células do ectoderma migram e vão colonizar os dois lados do
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tubo, se diferenciando em células das cristas neurais (derivados do ectoderma)


Elas vão dar origem aos gânglios periféricos.

Neurulação secundaria: ocorre na cauda do embrião. Somadas a neurulação


primaria + secundaria = SNC

-Tem início com a condensação de um mesenquima (células mesenquimais).

- Células mesenquimais são células tronco multipotentes: formam o tecido


conjuntivo embrionário que se diferencia em diferentes tecidos. Nos adultos
essa célula tronco mesenquimal está presente na medula óssea vermelha. Por
serem multipotentes, elas são capazes de se diferenciar em diferentes tecidos.
Essas células tronco que são utilizadas para a terepia celular: tratar paciente
com células, para regenerar os tecidos.

- As células mesenquimais se condensam na cauda do embrião. Ocorre nesse


momento o dobramento do embrião e assim ele conquista uma cauda. Essas
células condensadas formam o cordão medular, que numa fase inicial, é sólido.
Na quarta semana, esse cordão sofre uma cavitação: as células mesenquimais
do centro desse condensado sofrem apoptose, morrem e dão lugar a uma luz
ou canal. Assim, o tubo já está pronto para se fusionar no tubo neural já
existente. A fusão completa do canal medular com o tubo neural, completa-se a
formação do sistema nervoso. Ele se liga da região cefálica a região caudal.

- A partir disso, a região cranial do tubo neural sofre dilatação formando 3


vesículas encefálicas primarias (pois são as primeiras a se formar). Assim,
entramos na quinta semana. São elas:

*prosencefalo: vesícula encefálica anterior

*mesencéfalo: vesícula encefálica media

*rombencéfalo: vesícula encefálica posterior, é mais próxima a medula


que está se formando também.
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- Entre essas vesículas aparecem duas flexuras: (4º semana)

*flexura cervical: junção entre rombencéfalo e medula espinhal: ela


separa os dois

* flexura cefálica: é na região do mesencéfalo.

- No final da 4 semana o prosencéfalo se dilata assim como o rombencéfalo e


formam novas vesículas. O mesencéfalo não sofre novas dilatações. Com essas
dilatações, termina-se a 5 semana, com pelo menos, 5 vesículas encefálicas
secundarias, sendo elas:

*telencefalo: formado no prosencefalo. Ele é os hemisférios cerebrais. A


porção mediana e duas protuberâncias laterais são os próprios
hemisférios cerebrais primitivos.

*diencéfalo: a partir dele há o desenvolvimento de diversas vesículas


ópticas.

*metencéfalo: a partir do rombencéfalo. É a vesícula anterior do


rombencéfalo. Origina a ponte e cerebelo.

*mielencéfalo: região posterior do rombencéfalo. Origina o bulbo ou


medula oblonga.

- Com essas divisões aparecem nossas flexuras:

*entre o metencéfalo e mielencéfalo: flexura pontina

* flexura que separa mesencéfalo de rombencéfalo: istmo do


rombencéfalo.
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CEREBRO

1- Tronco encefálico: corresponde ao mielencéfalo, ponte do metencéfalo e


mesencéfalo
2- Centros superiores: cerebelo e hemisférios cerebrais.

ROMBENCEFALO

MIELENCEFALO: - origina o bulbo. É o próprio bulbo. Ela estabelece


comunicação entre o cérebro e a medula espinhal.

- O mielencéfalo se dilata, a dilatação ocorre aqui e vai subindo para todas as


outras vesículas. Essa dilatação do mielencéfalo forma placas ou colunas, onde
se formam os neurônios. Então essas placas são constituídas de um
neuroepitelio, que é o mesmo que um neuroectoderma. Esses neurônios são
diferentes, possuem:

*Placas basais: possuem neurônios motores: são áreas motoras. As placas


basais, contem 3 nucleos de neurônios motores. Eles correspondem ao núcleo
de neurônio

- eferente visceral geral lateral

-eferente visceral especial intermediário

- eferente somático medial

*Placas alares: contem núcleos de neurônios sensoriais: são áreas sensoriais. As


placas alares contem 3 núcleos de neurônios sensoriais:

-aferente somático lateral

- aferente visceral especial

- aferente visceral geral

- Entre essas placas há um sulco.


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METENCEFALO: também se formam as placas.

- As basais também possuem 3 núcleos de neurônios motores (eferente visceral


geral, eferente visceral especial e eferente somático medial)

- As placas alares também cotem 3 núcleos de neurônios sensoriais (aferente


somático, aferente especial e aferente visceral geral)

- É onde se forma a ponte, ela surge da dilatação do metencéfalo. Ambas as


suas laterais se dilatam originando a ponte que contem feixes de neurônios,
fibras nervosas. Ela contém núcleos contínuos, que são neurônios também. A
ponte é um local de passagem das fibras nervosas.

- As placas alares se dilatam novamente e se dobram. Essa dobra forma o lábio


rômbico que é o primórdio do cerebelo. É o próprio cerebelo, só que muito
primitivo. Quando esses lábios se formam, há a placa cerebelar que é o
primórdio do cerebelo e é o próprio lábio rômbico.

- A placa cerebelar deve se especificar, dando origem as regiões do cerebelo.


Num embrião de 12 semanas, já se tem formado o primórdio do cerebelo
chamado de lobo floculonodular. A placa cerebelar já consegue diferenciar a
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

região extraventricular e intraventricular. Essa placa sofre uma compressão


central e forma os dois hemisférios cerebelares que podem ser distinguidas:
ambas laterais da placa cerebelar na sua porção extraventricular correspondem
aos hemisférios cerebelares. A região central da placa cerebelar é o vermis. O
nódulo e o floculo correspondem a região intraventricular. Na extraventricular é
distinguido o hemisfério cerebelar e o vermis. Isso é a versão mais primitiva do
cerebelo. Isso é aproximadamente 12 semanas.

Estágios de desenvolvimento do cerebelo/ placa cerebelar

- A placa tem como constituição um neuroepitelio que é um neuroectoderma,


que é um ectoderma que se especifica em células nervosas, tecido nervoso. Esse
neuroepitelio possui camada marginal e do manto. A do manto é a porção mais
inferior e a marginal é superior. Essas células da camada neuroepitelial vão se
diferenciar em neurônios que migram para a porção marginal da placa cerebelar
ou neurônio. Esses neurônios granulares, formam a camada granular externa do
cerebelo. Eles são chamados de granulares pois possuem axônio localizado:
curto, pequeno. Próximo do 6 mês esses neurônios granulares passam a migrar
para a região inferior do cerebelo, para a camada do manto, formando a
camada granular interna do cerebelo. Conforme essas células granulares
migram, um novo neurônio surge. Esse neurônio possui axônio grande, são as
células de purkinje que também surge da neuroepitelio.

- Ao nascimento, o córtex do cerebelo contém: células de purkinje (neurônios


de Golgi I). Os neurônios de golgi tipo II são os neurônios granulares, da camada
granular, possuem axônio localizado, forma a camada granular interna e
externa. O tamanho definitivo de cerebelo é definido após o nascimento. A
maturação se completa durante a infância.
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MESENCEFALO:

- Placas alares e basais também aparecem. As alares possuem núcleos de


neurônios sensoriais. E os basais núcleos de neurônios motores. Mas aqui
aparecem apenas 2 núcleos de neurônios e não 3.

- Coliculos anterior e posterior são as placas alares do mesencefalo. Os coliculos


anteriores contem núcleos de neurônios importantes para a visão e o posterior
núcleos de neurônios auditivos.
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PROSENCEFALO

DIENCEFALO: formam as vesículas ópticas, glândula pineal, cálice e pedículo,


vesículas hipotalâmicas, hipófise.

-Também é chamado de região hipotalâmica, pois é onde se forma o


hipotálamo.

-Forma a placa do teto do diencéfalo, na qual se forma o plexo coroide que é


importante pois sintetiza o líquido cerebro-espinhal (céfalo raquidiano) que
protege o embrião física e mecanicamente. O plexo coroide tem constituição
dupla: uma camada ependimaria com vasos; e recoberta com mesenquima
vascular.

- A glândula pineal se forma na região posterior. Ela é derivada de uma dilatação


do neuroectoederma que forma um divertículo, chamado de divertículo pineal.
Ele é uma protuberância que é a própria glândula pineal, é o primórdio dela. O
crescimento do divertículo pineal corresponde a própria vesícula pineal.

- Tálamo, hipotálamo e epitálamo se forma do espessamento da terceira parede


do diencéfalo, que já é a região hipotalâmica. Ele sofre 3 dilatações: a superior é
o epitálamo que é separado por um sulco epitalâmico da região talâmica. O
sulco hipotalâmico separa o tálamo do hipotálamo.

-Hipófise: existe a adeno e neuro hipófise. Elas possuem diferenças fisiológicas.


A hipófise é derivada de dois tecidos embriológicamente diferentes. Uma parte
dela é derivado do próprio diencéfalo. E um derivado do ectoderma oral (deriva
do estomodeu) que forma um divertículo hipofisario, que é uma bolsa e é uma
parte da hipófise. Ele é formado através da bolsa de Rathke (projeção do
ectoderma de estomodeu) que origina a adeno hipófise.

A neuro hipófise é derivada do neuroectoderma do diencéfalo. É uma região do


próprio diencéfalo, que se projeta para baixo, formando o divertículo neuro
hipofisário.
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TELENCEFALO: são os próprios hemisférios cerebrais

- É a vesícula encefálica mais rostral

-Ele vai crescer acompanhando o crescimento do feto. Seus hemisférios


cerebrais possuem curvas, chamadas de convoluções que são dobras. Isso forma
sulcos característicos nos hemisférios cerebrais.

- Forma-se também a insula.

-Nos hemisférios cerebrais ocorrem evaginações laterais de sua parede. Até a


metade do 2° mês terá formado: corpo estriado, plexo coroide e hipocampo
(função primaria olfato). O corpo estriado está na porção basal dos hemisférios
que se dilata, cresce rapidamente e forma uma estrutura estriada (por isso
chama corpo estriado). O forame de Monro é uma abertura que faz a conexão
entre os ventrículos cerebrais. No corpo estriado pode-se diferenciar duas
regiões: ele se dilata formando dois núcleos. O núcleo caudado e o núcleo
lentiforme e ambos são preenchidos por neurônios.
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- Inúmeros feixes de fibras atravessam a linha media que conectam a metade


direita e esquerda dos hemisférios. Surgem as comissuras, que são feixes de
neurônio.

- Comissura anterior é o primeiro feixe de neurônio que parece. As fibras


conectam o bulbo olfatório e as áreas cerebrais relacionadas de um hemisfério
as do lado oposto.

- Comissura hipocampal ou de fónix: são feixes que surgem no hipocampo.

-Corpo caloso: comissuras que conectam os lados direitos e esquerdo do


hemisfério. Eles surgem a partir da 10° semana.

- Comissura posterior ou avenular: surge ao lado da glândula pineal.

- Quiasma óptico: cruza na região central e é a comissura mais anterior, nostral.


Surge entre os hemisférios direitos e esquerdo.

MEDULA ESPINHAL
- A medula espinhal surge o neuroepitelio. As camadas neuroepiteliais do manto
e marginal se diferenciam em neuroepitelio (derivado da parede do tubo
neural).

-As células neuroepiteliais vão se diferenciar em neuroblastos que vão compor a


camada do manto e a camada marginal da medula espinhal. Os neuroblastos
que compõe a camada do manto, formam a substancia cinzenta da medula
espinhal. Os neuroblastos que compõe a camada mais externa da medula
espinhal compõe a camada marginal da medula e formam a substancia branca
da medula espinhal.

- o espessamento ventral do tubo neural formam as placas basais que contem


feixes de neurônios motores. E o espessamento dorsal do tubo neural formam-
se as placas alares que contem núcleos de neurônios alares.

- Placas do teto e assoalho da medula espinhal não contem neuroblastos por


isso não produz neurônios. Elas são vias de passagem de neurônios na medula
espinhal. Então os neurônios são produzidos a partir de duas regiões
ectodérmicas da medula: a placa do teto e assoalho.
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- os neuroblastos são células que originam os neurônios. Esses neuroblastos se


diferenciam em neuroblasto apolar numa fase mais madura se diferencia em
neuroblasto bipolar que por sua vez se diferencia em neurônio que é a célula
funcional do SN.

-O glioblasto vai se diferenciar em astoblasto que também são células do


sistema nervoso (são células de sustentação e proteção dos neurônios). Os
astroblastos são derivados do mioblasto que é derivado do neuroblasto. Há dois
tipos de astroblasto que se diferencia em astrocitos: astrocitos
protoplasmáticos e atroscitos fibrilares. Astrocitos são células de sustentação do
SN.

- o glioblasto, que é um derivado do neuroblasto, vai dar origem ao


oligodendrocito que é uma célula que faz fagocitose e protege os neurônios.
Oligodendrocito também produz a bainha de mielina, a partir das células de
Schawn.

- as células neuroepiteliais vão dar origem as células ependimarias que fazem o


revestimento do SN e da medula espinhal.

- na segunda metade de desenvolvimento surgem um novo grupo de célula, as


células da micróglia, derivadas do mesenquima, que também são fagócitos,
também são células de proteção do sistema nervoso.
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NEURÔNIO – são células funcionais do SNC. Ate o nascimento num recém-nascido tem dois
bilhões de neurônios aproximadamente, aos o nascimento nos são produzidos novos
neurônios, com exceção dos neurônios do cerebelo e bulbo olfatório e os neurônios
sensoriais primários, que são produzidos por toda a vida.
As células da crista neural são as células que vão dar origem aos gânglios sensoriais dos
nervos espinhais. As células da crista neural migram lateralmente ao tubo neural e vão
originar os gânglios sensoriais dos nervos espinhais.
Existem neurônios que tem a bainha de mielina, constituída pelas células de shawn que
mielinização (enrolam) para formar os neurônios periféricos, tem origem das células da
crista neural.
As fibras nervosas da medula espinhal são mielinizadas pelos oligodendrocitos, que formam
bainha de mielina nas fibras nervosas da medula espinhal.
As meninges (que protegem o encéfalo) surgem entre o 20 e o 35 dia da gestação e as
derivadas das células crista neural e também do mesênquima. A camada mais externa, mais
espessa é a dura mater, a camada interna é a pia-mater e aracnoide. Todas são derivadas da
crista neural e mesenquima.
O líquido cerebrospinal é produzido pelo plexo coroide (nas vesículas cerebrais) e secretado
tanto pelo plexo quanto pelas células ependimárias e tem como função proteger o encéfalo
e a medula. Sua principal função é proteção, amortecer o encéfalo.
A medula espinhal quando no período fetal pega toda a extensão da coluna vertebral.
Conforme o feto cresce em termos de comprimento a medula espinhal acompanhando o
crescimento do feto vai terminar na terceira vertebra lombar.

Defeitos de fechamento de tubo neural (DFTN)


- são muito incidentes. Eles envolvem o encéfalo e a medula espinhal, órgãos
nobres do organismo.

-são malformações complexas, que envolvem tubo neural: encéfalo e/ou


medula espinhal.
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- Eles surgem no momento em que o tubo neural está sendo formado, na 4°


semana de desenvolvimento.

- Defeitos ficam expostos para a superfície aparecem em 0,1% dos nascidos


vivos

- O maior problema é o déficit neurológico. Seu grau depende do dano do tecido


cerebral: quanto mais exposto o SNC estiver, maiores serão os danos. Mas
também podem haver defeitos de mobilidade, principalmente nos membros
inferiores.

- Os mais comuns são a anencefalia (acomete o encéfalo e os ossos da calota


craniana) e a espinha bífida (envolve a medula espinhal e malformação das
vertebras. Envolve um defeito ósseo e um defeito do tubo neural)

- Espinha bífida aberta: 500 mil nascimentos por ano

DTN ABERTOS

1) DISRAFISMO TOTAL

- Disrafismos são defeitos de fechamento de tubo neural

a) Craniorraquisquise: é o mais grave pois é a abertura completa do tubo


neural (da região cefálica a região caudal). É incompatível com a vida.

b) Craniosquise – anencefalia: ocorre a ausência completa do encéfalo,


ausência de fechamento do neuróporo cranial. Os ossos da calota
craniana (abóbada craniana: ossos chatos que protegem o encéfalo) não
se formam. Envolve a calcificação intramembranosa. Devido a não
formação da abóbada craniana, o tecido cerebral fica exposto ao líquido
amniótico, causando assim a sua degeneração. A sobrevida é de horas.

A meroencefalia é a ausência parcial do encéfalo.


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2) DISRAFISMO LOCALIZADO

a) Mielosquise – espinha bífida aberta: (mielo: medula espinhal) há um


defeito no fechamento dos esclerotopos que formam a coluna vertebral.
Apenas a região mais inferior da medula espinhal está aberta. Essa
abertura expõe os componentes do canal e dependendo dessas
estruturas expostas há dois tipos de Espinha bífida aberta.

- mielosquise ou espinha bífida é um disrafismo localizado, no qual


apenas a região mais inferior da medula espinhal (região lombossacra)
está aberta. A medula e os nervos espinhais afetados não se
desenvolvem normalmente, ocorrem disfunções dos órgãos pélvicos e
membros inferiores

- Vai formar uma protusão cística chamada de cele, porque forma um


cisto que contem liquido cefalorraquidiano. Isso aparece nos dois tipos
de espinha bífida aberta.

- Quando na protusão cística há exposição das meninges é chamado de


meningocele.

- Em casos mais graves, quando há exposição das meninges e medula


espinhal é chamado de mielomeningocele.

- Complicações: paralisia de membros, hidrocefalia, deformação de


membros e coluna vertebral, disfunção vesical, intestinal e sexual e
dificuldade de aprendizado. Então pode envolver sistema nervoso e
outros sistemas.

MIELOMENINGOCELE: é o DTN mais comum. Ocorre quando o tubo


neural e as membranas dura-máter e aracnoide se projetam para fora do
canal vertebral e formam um saco (cele) que é preenchido por líquido
mielomeningocele, que se estende do nível torácico ao lombar. A Medula
espinhal pode estar aderida, ou seja, a porção da medula espinhal que
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está exposta pode estar aderida e quando e isso leva a uma lesão da
medula irreversível, que vai depender do grau de complicação.

Suas complicações são: dano cerebral, disfunção dos órgãos pélvicos e


inferiores, medula espinal aderida (déficit neurológico irreversível),
desenvolve hidrocefalia (90%), anomalia na base do cérebro (má
formação de Arnold-Chiari: impede o fluxo da drenagem normal do
líquido cerebral espinal dos ventrículos cerebrais para os espações
subaracnóideos, aumentando o volume e a pressão do LCE nos
ventrículos cerebrais).

- mielomeningocele: medula e meninges estão dentro da cele, por um


canal aberto no arco vertebral. É visível ao US. Aparecem na quarta
semana. Criança pode apresentar vários sintomas, dependendo do grau
de lesão no SNC. Uma complicação muito frequenre é a hidrocefalia que
aparece em 90% das crianças, pois além de haver um defeito de fusão
das vertebras, também há uma malformação formando os ossos do base
cranio, isso é chamado de malformação de Arnold-Chiari e isso impede a
drenagem normal do líquido cérebro-espinhal que se acumula nos
ventrículos e isso causa a hidrocefalia. Há um aumento do volume e
pressão envolvendo o cranio pelo excesso de liquido cerebrospinal. Isso é
grave pois o auemnto da pressão intracraniana pode levar a lesões no
encéfalo que são irreversíveis. 37min outra complicação é que a criança
pode apresentar disfunção dos órgãos pélvicos dos membros inferiores.
O grau dessa complicação depende do grau de lesão dos nervos
espinhais. Algumas crianças também possuem espinha espinhal aderida:
a parte da medula espinhal exposta pode estar aderida a pele e isso leva
a uma lesão irreversível e assim o déficit neurológico sera irreversível. é o
tipo de DNT mais comum. É uma forma de espinha bífida, no qual o tubo
neural e as membranas envolventes dura-máter e aracnoide projetam- se
do canal vertebral, formando um saco ou cele, preenchido por líquido.
Causa déficit neurológico irreversível, 90% desenvolve Hidrocefalia
(liquido em excesso no cérebro).
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- MENINGOCELE: é um caso menos frequente em que as membranas dura-


máter e aracnoide se projetam para o saco, mas a medula espinhal não.

DTNs COBERTOS POR PELE

1) Espinha bífida oculta: está coberto por pele, por isso é oculta. Afeta 2% da
população e na região tem um tufo de
pelos, além disso, a região e vermelha, cor
de vinho. Essa mancha é alta, protusa. A
região é alta (seio dérmico) pois é rico em
gordura, lipoma. angioma (vasos
acumulados: massas de vasos sanguíneos
tornando a região avermelhada, cor de
vinho) que parece marca de nascença e
normalmente o lipoma (aumento da
região com tecido liposo. É o acumulo de tecido adiposo no local). Criança pode
apresentar defeitos de mov, defeitos envolvendo os órgãos pélvicos e defeitos
envolvendo os nervos da região sacral.

2) Encefalocele: é mais grave, pois envolve o encéfalo.

Ela envolve o cérebro e as meninges que vão herniar através de uma abertura,
há um defeito da calota craniana. Esse defeito gera uma abertura e o encéfalo
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fica protuso, ele sai, é a exposição do encéfalo para fora do crânio. É grave e
pode levar ao óbito. O tecido cerebral se projeta através do crânio, formando
bolsas.

Criança tem problemas cognitivos graves. As grandes encefaloceles podem


afetar gravemente a função neurológica e ameaçar a sobrevivência.

CAUSAS

- Multifatorial: não tem causa totalmente esclarecida e estabelecida.

-Crianças que desenvolvem esses defeitos são, geralmente, homozigotas para


mutação C677T.

- 95% nascem de pais sem história familiar

* Se uma criança na família possui DTN: risco de ocorrência é de 1:40

* Se 2 crianças na família possuem DTN: risco é de 1:20

- Frequência varia pela raça: acomete todas as raças

- Geralmente estão associados a teratógenos: qualquer coisa capaz de


influenciar na embriologia, sendo física química ou biológica.

* Toxinas ambientais ou deficiências nutricionais.

* O excesso de ácido retinóico – morfógeno, essencial para a


embriogênese

* Excesso de insulina

* Excesso de glicose plasmática

* Excesso de ácido valproico (anticonvulsivante)

DETECÇÃO

 Ultrassom obstétrico
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Alfa-fetoproteína sérica materna (MSAFP): é uma glicoproteína produzida


pelo fígado do feto. Em crianças com DFTN e em crianças com defeitos
envolvendo o intestino (gastrosquise: defeito de fechamento da parede
abdominal) a AFP estará elevada. É uma glicoproteína possível de ser detectada
pelo soro materno porque é expressa pelas células do hepatócito do feto e é
excretada através dos rins, pela urina, porque ele ingere o líquido amniótico,
excretando e sendo absorvida no soro materno. Desse modo, ela dá indícios de
uma anomalia e é detectada a partir de 12 semanas de gestação porque é
quando o mesonéfron funciona. Aparece em níveis elevados nos DTNs e quando
a parede corporal não se fecha (gastrosquise). Níveis baixos de MSAFP indica
anomalias cromossômicas, como a Síndrome de Down.

SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDO FÓLICO

- Suplementação com ácido fólico antes da gestação ou durante a gestação


reduz o DFTN em 75% ele tb é um morfógeno. Ele é essencial para a divisão
celular (mitose), síntese de DNA, fundamental para a proliferação celular,
síntese de proteínas e metilação de DNA.

-Melhorar o ácido fólico na digestão não é suficiente. Ele aparece em coisas


verdes e cítricas. O ideal é fazer a suplementação 3 meses antes de gestar para
repor os níveis fólicos. Se não der, vai usar nos 3 primeiros meses. O ácido fólico
é essencial para a formação do tubo neural, substrato para a síntese das bases
púricas e pirimídicas (produção de DNA), mitose, síntese de proteínas e
metilação do DNA.

- 400 Microgramas de ácido fólico por dia em multivitamínico reduz a incidência


de DFTN em 75%.

- Se a mãe já teve uma criança com espinha bífida, o recomendado é


4miligramas de ácido fólico sintético por dia em multivitamínico.

ZIKA VÍRUS

- o vírus consegue atravessar a placenta, com isso tem acesso aos vasos fetais
podendo atingir qualquer tecido, principalmente o nervoso. A criança infectada
vai apresentar atrofia cerebral e diminuição do número de neurônios 
Microcefalia (perímetro cefálico menor que 32 cm). Cicatrizes no encéfalo irão
formar calcificações. Tem maior risco entre a 2ª-8ª semana de gestação:
período crucial para o desenvolvimento – células em proliferação para formar
os tecidos.
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- Estudos recentes mostram que testes moleculares por meio da técnica de RT-
PCR indentificaram o genoma do vírus Zika (RNA) em células da mãe e do
embrião.

- Amostras de placentas que passaram por exames de imunohistoquímica


mostraram a infecção do vírus zika nas células trofoblásticas.

- estudos morfológicos mostraram uma inflamação na placenta.

- o zika vírus foi identificado nas células de Hofbauer: mecanismo semelhante ao


observado em transmissão do vírus HIV.

- O vírus ZIka foi identificado em amostras do líquido aminiótico.

Gravidez múltipla e membranas


fetais
- Podem ser de 2, 3, 4 bebes

 Desenvolvimento dos gêmeos dizogoticos ou fraternos

- São originados a partir da fertilização de dois oócitos que são oocitados


(ovulados) pela mãe simultaneamente.

- Vai originar dois conceptos porque dois oócitos foram fertilizados


simultaneamente e cada um foi fertilizado por um espermatozoide diferente.

- Surgem de dois oocitos e dois espermatozoides diferentes


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- São fraternos pois compartilham o mesmo ambiente uterino durante a


gestação. Mas eles apresentam carga genética diferente: podem ser de sexos
diferentes, também podem surgir de sêmens diferentes. Eles compartilham o
útero no mesmo momento, por isso fraternos

- Não são necessariamente idênticos, podem ser parecidos.

- Essa oocitação pode ser natural ou induzida, por meio de um tratamento que
estimula a ovulação. Dessa forma, a ovulação vai ser de vários oocitos.

- Forma dois zigotos e cada um segue o curso normal da embriogênese: inicia os


processos de clivagem, aumentando o número de células formando os
blastômeros, quando ele se torna multicelular com aproximadamente 16
blastômeros compactados, ele passa a ser chamado de mórula, que continua a
clivagem e vai migrando pela tuba uterina, da ampola, até o canal endocervical.
As mórulas se diferenciam em blastocistos que vão implantar. Em torno de 7
dias, eles vão estar parcialmente implantados e cerca de 14-15 dias, estará
completamente implantado na decídua.

- Cada epiblasto vai dar origem a cavidade amniótica. A cavidade amniótica se


forma no 7 dia de desenvolvimento. Cada epiblasto vai dar origem a sua
cavidade amniótica. Cada concepto vai dar origem ao cório, a placa coriônica.
Cada um deles, vai dar origem a vesícula/saco vitelínico. São dois seres, dois
conceptos se desenvolvendo simultaneamente, cada um com seus processos
normais.

- Vai haver duas placentas (cada um com a sua), cada um vai ter a sua bolsa
amniótica e cada um deles vai apresentar o seu saco vitelínico. Ela resulta em
cada um dos fetos com suas próprias estruturas. É uma gestação dicorionica,
diamniótica, e cada feto com a sua placenta (diplacentario).

- Dependendo da localização da implantação, quando os blastocistos implantam


próximos, os córios podem ficar a postos: a parede coriônica fica uma à frente
da outra e próximas. Assim, essas placas podem se fusionar. Resulta na fusão
das paredes coriônicas e vai ter a fusão de placenta e cório. Mas cada um
continua tendo a sua placenta e o seu cório. Isso pode acontecer e não gera
nenhum problema

- Quando há fusão de placenta, ela possui vasos sanguíneos. A parte fetal da


placenta possui vasos e esses vasos estão conectados ao cordão umbilical.
Existe uma situação em que as placentas estão fusionadas e existe situação em
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que os vasos dessa placenta se fusiona. Nesse caso é chamado de anastomose.


Quando há anastomose dos vasos placentários, esses fetos vão compartilhar o
fluxo sanguíneo, haverá compartilhamento de sangue entre os fetos. Isso pode
causar problemas para esses gêmeos. Como os vasos estão fusionados, tem que
haver um equilíbrio entre o fluxo de sangue entre os dois gêmeos, entre as
placentas. Se em alguma situação não houver o equilíbrio, uma criança vai ter
falta de sangue e outra criança vai ter excesso de sangue e isso gera problemas.
O ultrassom obstétrico com Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo do feto,
mostra isso para o médico. Numa gestação gemelar é importante solicitar o
tempo todo, até o final da gestação o US com Doppler para avaliar o fluxo de
sangue entre as placentas. A gestação com fusão de vasos tem que ser muito
mais monitorada.

- Como o fluxo sanguíneo é compartilhado há mistura de sangue entre as


placentas. Com isso mistura hemácias, que é chamado de mosaicismo
heritrocitário. Isso não acarreta nenhum problema, pois os anticorpos ABO
ainda não são produzidos. Então não há nenhuma reação de incompatibilidade
entre os embriões. Eles são produzidos a partir do 5° mês pós-natal, pois é
necessário um estimulo ambiental. Esse mosaicismo é transitório, depois de 120
dias essas hemácias são metabolizadas, hemolisadas no baço e o bebe passa a
produzir suas próprias hemácias.

- Como o fluxo é compartilhado, precisa haver um equilíbrio entre o fluxo de


sangue entre essas crianças. Se esse equilíbrio não se estabelecer, cada uma
dessas crianças vai ter nutrição diferente, fluxo de sangue diferente, oxigenação
diferente. Vai ter um feto com ausência de nutrientes para se desenvolver,
enquanto o outro vai ter uma sobrecarga. Então, numa gravidez gemelar,
ambos os fetos têm que estarem saudáveis, bem. Porque se um dos fetos não
estiver bem, ele é risco para o outro feto.

- Outra coisa que pode acontecer é um blastocisto não implantar devidamente e


morrer. A mãe nem fica sabendo que teria uma gestação gemelar.
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 Gêmeos monozigóticos ou homozigóticos

- É mais rara

- Provenientes da oocitação de somente um óvulo. É mais rara. Somente um


oocito é oocitado

- Formado num período de 1-14 dias depois da fertilização. Pois um único zigoto
está em desenvolvimento. O que acontece é que em determinado momento
ocorre a separação de uma célula do zigoto e isso é suficiente para gerar um
outro zigoto. Esse zigoto sofre desenvolvimento irregular. Dessa forma, vai
formar dois conceptos.

- Isso ocorre, pois, as células do zigoto são totipotentes, células tronco capazes
de originar tanto as células embrionárias quanto seus anexos.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Do ponto de vista genético, são considerados idênticos, pois o outro zigoto é


uma célula que escapou do zigoto inicial, então possuem a mesma carga
genética

- São sempre do mesmo sexo

- Possuem características físicas idênticas. São gêmeos idênticos: identidade em


relação ao genótipo e não ao fenótipo. No fenótipo há algumas características
intrínsecas.

- 30% dos gêmeos são monozigóticos provenientes da separação do blastômero


que ocorre em um período muito precoce: até o 3° dia após a fertilização. A
separação ocorre no zigoto segmentado, ainda no estágio de mórula.

Também há gêmeos que a separação ocorre numa fase mais a frente, na fase de
blastocisto. A separação celular ocorre no embrioblasto, ocorre na fase do
embrioblasto.

- na terceira situação, mais rara, acontece em torno do 13° dia ou até mais.
Ocorre na fase do epiblasto. E o epiblasto compõe o embrião numa fase que já e
bilaminar. Essa separação é tardia.

-Dependendo da fase de separação, isso vai determinar o número de âmnio,


placenta e cório. O médico consegue descobrir, estimar a fase de separação,
vendo o número de âmnio, placenta e corio.

- SEPARAÇÃO NO ESTADO DE MORULA

- separa-se uma célula totipotente do zigoto multicelular. Ocorre na fase de


zigoto. Vai formar duas mórulas, e dois blastocistos idênticos. Depois disso vai
ser igual o dizigotico: dois blastocistos vao implantar, cada um vai dar origem
aos seus anexos: bolsa amniótica, corio, placenta. Trata-se de uma gestação
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

gemelar. Cada embrião tem sua própria placenta, corio e bolsa amniótica.
Também é diamniotica e dicorionica. Para saber se houve a separação nesse
estágio deve contar o número de placenta e córios ou então faz a identidade
genética. As placentas podem ou não estar fusionadas.

- 70% dos gêmeos monozigóticos a divisão ocorre na fase do embrioblasto


(massa celular interna - blastocisto). Do 4-14° dia de gestação. É o tipo mais
comum de gestação gemelar.

- Isso resulta em uma gestação monocorionica (Vai haver um único cório).


Ambos gêmeos estarão na mesma cavidade coriônica. Os gêmeos compartilham
o mesmo corion.

- o zigoto formou um único blastocisto, mas ocorre a separação do


embrioblasto. O trofoblasto e o corio já existiam pois era apenas um blastocisto.
Então haverá dois embrioblastos dentro de uma mesma cavidade coriônica. O
que vai acontecer é que há uma única cavidade coriônica e cada embrião possui
o seu epiblasto. Cada epiblasto vai dar origem a sua bolsa amniótica. Então cada
embrião estará inserido na sua bolsa aminiotica. Por isso a gestação é
monocorionica e diaminiótica. Com essas informações dá para saber que a
separação ocorreu nesse momento. Há uma placenta e um cório em comum,
mas cada embrião possui a sua bolsa amniótica. Cada embrião vai formar o seu
saco vitelínico.

ANASTOMOSE DOS VASOS PLACENTÁRIOS

 Embolismo: ocorre quando um dos fetos morre. O óbito pode ser por
vários motivos, por exemplo, anomalias. Se um dos fetos morre, os
tecidos do feto degeneram e passam pela circulação. Como ela é
compartilhada esses fragmentos de tecido podem chegar até o segundo
feto e obstruir a circulação. Embolismo é quando o fluxo de sangue é
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

impedido. Isso é grave pois o feto já está em óbito e vai levar o outro feto
a óbito também. Então isso pode culminar com a morte de ambos os
fetos. Como essa gestação é mais monitorada, as vezes dá para descobrir
antes de ambos os fetos morrerem.
 Pressão sanguínea: a pressão sanguínea dos fetos deve estar equilibrada.
Mas pode acontecer de a pressão de um gêmeo cair severamente (isso
ocorre por vários motivos), quando isso acontece, o outro gêmeo pode
sofrer falência cardíaca, pois ocorre sobrecarga. Como o gêmeo fica
hipotenso, e os vasos estão compartilhados, o fluxo de sangue do outro
gêmeo aumenta porque o coração passa a bater mais forte para
aumentar o fluxo de sangue para a outra placenta a fim de melhorar a
oxigenação do outro feto. Assim, o feto que tem o coração acelerado
pode ir a óbito por falência cardíaca, por sobrecarga. Se não for visto a
US, ambos os gêmeos podem ir a óbito.
 STGO – Síndrome da transfusão feto-fetal: é mais aguda. Também pode
levar ao óbito de ambos os gêmeos.
Um gêmeo fica muito pequeno porque
tem restrição no crescimento. E o
outro gêmeotem tudo em excesso. Isso
pode acontecer em 10-20% dos
gêmeos homozigoticos
(monocoriônicos com vasos
compartilhados). É causa de 15% de
óbito de gêmeos. Por mecanismo
desconhecido, uma das placentas
recebe mais sangue que a outra e com isso um gêmeo recebe mais
sangue que o outro. Os vasos são compartilhados e um feto passa mais
sangue para o cordão do que o outro. Então há maior fluxo de sangue
para uma placenta e menor para a outra, e isso funciona como se fosse
uma transfusão. Assim, um feto se torna oligodramnio (tem emor volume
de liquido amniótico) e tem restrição de crescimento pois tem menor
oferta de sangue, oxigênio e nutrientes. O outro que está recebendo
mais sangue pelo cordão, possui polidramnio (aumento de liquido
amniótico na bolsa amniótica), pode ir a óbito por falência cardíaca,
devido a uma sobrecarga. Se um feto morrer, aumenta o risco do outro
feto também morrer. O feto que recebe mais fluxo é chamado de feto
receptor e o outro é o feto doador. Clinicamente é diagnosticada quando
existe uma diferença de hemoglobina > 5g/100 ml entre os gêmeos. Isso
sinaliza que o fluxo entre os gêmeos não está normal. Combinado a
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

hipervolemia + hipertensão arterial + aumento do débito urinário e


polidramnio no feto receptor, sinaliza STGO.

 PARG- perfusão arterial reversa para um gêmeo: ocorre quando um dos


gêmeos é acárdico. Um gêmeo tem coração e um não tem. Um possui
anomalia cardíaca e outro não. Pelo fato das células estarem em divisão
elas são mais suscetíveis a sofrer alterações, então em um dos gêmeos
pode haver uma alteração genética por ação de um teratógeno e pode
acarretar num defeito cardíaco. Quando um gêmeo é acardico e os vasos
estão fusionados, esse gêmeo terá anoxia severa e o outro feto vai
transferir todo o seu fluxo de sangue para o acárdico e será chamado de
bombeador. É uma situação aguda. E ambos vão a óbito: um por não ter
coração e o outro por falência cardíaca devido à sobrecarga. Só não
morre os dois se for observado no US e o gêmeo acardico for retirado.
Ocorre em 1 a cada 35.000 nascimentos.

 Quando faz o ultrassom e observa a anastomose de vasos, para


evitar as situações apresentadas acima, pode ser feito no
ambiente intrauterino o desligamento desses vasos. Pode ser feito
um procedimento cirúrgico por médicos da medicina fetal uma
desobstrução, desligamento desses vasos, por meio de
cauterização. Assim não vai haver mais o compartilhamento de
vasos e elimina o risco de complicações.

SEPARAÇÃO TARDIA – FASE DE EPIBLASTO

- É a mais rara. O disco já é bilaminar.

- Houve a fertilização de somente um oocito, formou somente um blastocisto,


somente um embrioblasto. Isso ocorre entre a 2 e 3° semana, na qual o disco é
bilaminar.

- Gêmeos vão apresentar uma única cavidade coriônica, uma única bolsa
amniótica e uma única placenta. A separação ocorre quando tudo isso já se
formou, separa-se na fase do epiblasto. É uma gestação monocoriônica e
monoamniótica.

- Os gêmeos compartilham tudo, então tem que ser uma gestação muito bem
monitorada. É bem raro.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- nessa fase, pode acontecer de os gêmeos estarem emendados, ligados são os


chamados gêmeos siameses.

- Outra situação é a do gêmeo parasita na qual um é muito menor que o normal.


Ele não se desenvolve normalmente. Ele é parasita pois depende do outro para
tudo.

 MORTALIDADE PERINATAL

- Mortalidade de gêmeos é 4x maior do que em uma gestação única.

- Gêmeos monocorionicos tem aproximadamente 2 a 3 vezes mais chance de


morte do que os dicorionicos

- A incidência de baixo peso entre gêmeos é da ordem de 50-60%, 5 a 7 vezes


maior que a incidência de baixo peso em gestações únicas.

- A incidência de prematuros em gêmeos também é maior, pois eles


compartilham tudo.

Placenta
- É um órgão importante para a manutenção da gestação, é um órgão
endócrino.

- É um órgão temporário, transitório, provisório. Só é importante no período


fetal. Após a gestação, a criança nasce após a criança e vai ser descartada.

Funções da placenta
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Faz troca de produtos metabólicos e gases: fornece oxigênio para o embrião e


feto, promove trocas de nutrientes essenciais e oxigênio que é feito por difusão
simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose. É ela quem promove
todos os nutrientes essenciais e oxigênio. O feto respira através da placenta.

- Pode ser uma fonte de transmissão de infecções, pois muitos patógenos


conseguem atravessar a membrana placentária e atingir o feto, como a
toxoplasmose (causa cegueira), parvovírus, vírus da varicela (Herpes-zoster),
vírus da rubéola (gera problemas de audição e ataca o SNC levando a problemas
cognitivos), citomegalovírus, vírus do herpes, HIV, Zika, Treponema pallidum
(sífilis). Alguns anticorpos maternos também conseguem atravessar a
membrana placentária, como os anticorpos IgG que fornecem imunidade para o
recém-nascido nos primeiros meses de vida. O IgG é uma molécula pequena e
por isso consegue atravessar a membrana placentária, ele confere competência
imunológica tanto no período intrauterino quanto para o recém-nascido.

- É um órgão endócrino: produz hormônios esteroides (progesterona e


estrógenos), hCG, lactogênio placentário humano, prolactina, entre outros.
Esses hormônios são importantes para a manutenção da gestação.

- Tem substancias que atravessam a membrana placentária e substancias que


não conseguem atravessar essa membrana. Algumas moléculas que atravessam
são benéficas e outras são prejudiciais.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- IgM é uma molécula grande, de grande peso molecular por isso ele não
consegue atravessar a membrana placentária.

Decídua

- Endométrio da gestante. É o endométrio gravídico. São as células endometriais


modificadas.

- Endométrio se torna secretor, se torna receptivo ao concepto, ele se prepara


para receber o concepto: As células endometriais se diferenciam em deciduais,
ocorre uma reação decidual, as células aumentam de tamanho, elas ficam
maiores pois passam a acumular mais gordura e glicogênio pois são células que
servirão de nutrientes para o feto.

- De acordo coma sua localização, a decídua tem diferentes nomes.

 Decídua basal: correspondem as próprias células deciduais. É onde


está ligado as vilosidades. É a parte profunda ao concepto que
forma a parte materna da placenta. É a parte da decídua
relacionada ao componente fetal da placenta que é o trofoblasto.
É onde estão ligadas as vilosidades da placenta.
 Decídua capsular: região que cobre o concepto, região da decídua
que está à frente do feto. Corresponde as próprias células
deciduais. A frente do polo embrionário e formadora da placenta.
É a parte da decídua profunda ao concepto (embrião/feto e
membranas), que forma a parte materna da placenta.
 Decídua parietal: é todo o restante da decídua.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Conforme o feto vai crescendo, até 20 semanas (quando o feto ganha mais peso
e cresce em comprimento) a decídua capsular vai sendo comprimida e ela se
desintegra. A partir de 20 semanas pode-se caracterizar apenas 2 decíduas, a
basal e a parietal.
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Estrutura da placenta

- Face materna: é a própria decídua basal. Parte da decídua relacionada ao


componente fetal da placenta.

- Face fetal: é o trofoblasto, o cório frondoso ou viloso. É a membrana fetal mais


externa. Vilosidades coriônicas do projeto coriônico no espaço interviloso
contém sangue materno. Todas essas vilosidades são cobertas por sangue
materno.

- Existe uma zona de junção entre as células deciduais e o trofoblasto. A zona


juncional é a zona de fusão entre o trofoblasto e a decídua basal.
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Desenvolvimento da placenta

- Trofoblasto é a placenta, ele sofre modificações até se tornar uma placenta a


termo.

- Os genes HOEMOBOX (HLX e DLX3) são genes ativados no trofoblasto e nos


vasos sanguíneos (na parte endotelial da placenta) e são esses genes que
regulam a maturação da placenta.

- A placenta é um derivado das vilosidades coriônicas.

Etapas de formação da placenta

1) Fase pré-lacunar: 7º ao 8º dia. É formada a partir do trofoblasto.

2) Fase lacunar: 9º ao 12º dia. Formam-se lacunas trofoblasticas no sincício.

3) Fase Vilosa: 13º dia até o final do 4º mês. Onde se formam as vilosidades
primárias que se transformam em secundárias e terciárias.

- A partir da terceira semana, o citotrofoblasto penetra pelo sincíciotrofoblasto,


formando colunas, chamadas de vilosidades e, nessa fase, é primaria. Ela se
diferencia em uma vilosidade secundária, constituída no seu interior por
mesoderma, então, no centro da vilosidade primarias vai ocorrer a formação de
mesoderma. Esse mesoderma que vai estar penetrando no interior da
vilosidade é quem vai dar origem aos vasos placentários. A vilosidade
secundária continua amadurecendo e com isso ela ganha vasos sanguíneos
formados a partir do mesoderma, dando origem as vilosidades terciárias. Isso
acontece no cório.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Vilosidade primaria: quando citotrofoblasto penetra pelo


sinciciotrofoblasto
 Vilosidade secundária: quando a vilosidade tem um centro mesodermico
 Vilosidade terciária: vilosidades já com vasos sanguíneos banhados com
sangue materno.
* Os vasos sanguíneos das vilosidades terciárias já estão conectados com
a placa coriônica e com o pedículo embrionário (cordão umbilical).

- Até a 4º semana, toda a placa coriônica possui essas vilosidades em estágios


secundário e terciário banhados por sangue
materno.

- A partir do segundo mês essas vilosidades


vão degenerar, desaparecer em todas as
regiões da placa coriônica e só vão
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

permanecer na região da decídua basal. Então a partir disso vai ter o cório liso e
o cório viloso ou frondoso.

 Cório viloso ou frondoso: correspondem a região da vilosidade que não


se desintegra. Está ligado ao endométrio, a região da decídua basal.
 Cório liso: corresponde a região da placa coriônica que não tem mais
essas vilosidades porque elas se desintegram.

Permanece desse jeito até o nascimento.

Maturação da placenta

- A placenta cresce, aumenta assim como o feto cresce. Ela tem que amadurecer
e crescer acompanhando o crescimento do feto.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Cada vilosidade é chamada de vilosidade de ancoragem. Ela aparece na região


do corio diretamente ligada a região da decídua basal.

- A vilosidade de ancoragem amadurece, crescendo. E para isso ela emite mais


projeções da sua superfície, como se ela fosse criando ramos do trofoblasto.
Isso ocorre a partir da 9º semana. Cada vilosidade de ancoragem emite um
ramo, cada ramo vai dar origem a uma nova vilosidade, chamada de vilosidade
mesenquimal. Conforme ela vai amadurecendo, ela passa por uma fase de
vilosidade intermediária imatura, de imatura passa para uma fase de vilosidade
intermediária madura, e quando ela apresentar brotos trofoblásticos na sua
ponta, ela está completamente madura (a partir do 3º trimestre).

- Cada broto trofoblástico é chamado de nó sincicial (vilosidade terminal), que


marca uma vilosidade madura.

- Nessas vilosidades são onde ocorrem a troca de nutrientes e gases entre mãe
e feto.

- As vilosidades são ligadas a decídua basal.

- Os espaços vilosos são banhados por sangue materno.


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Durante o 4º e 5º mês

- A região da decídua desce por entre essas vilosidades e formam uma parede.
Essa parede são septos deciduais.

- Essa parede de decídua (septos deciduais) não encostam na placa coriônica, ou


seja, não há contato dos septos com os vasos da placa coriônica, porque a placa
coriônica é formada por sincício e citotrofoblasto, e o sincíciotrofoblasto separa
esse septo decidual desses vasos da placa. Então, não há mistura de sangue
entre mãe e feto, porque o sincíciotrofoblasto forma uma barreira e separa o
sangue materno do sangue fetal.

Nas células do trofoblasto são ativados genesquinases, principalmente MAP2K1


e MAO2K2, e fatores de transcrição são expressos nessas células, como o GCM1,
e são esses fatores de transcrição que regulam a formação dessas vilosidades,
que regulam a formação da placenta.

- Cada região da placenta que contém uma ou mais vilosidades, são chamadas
de cotilédones. Então, uma placenta madura, a partir o 5º mês de gestação,
possui vários cotilédones.

 Cotilédones: são as regiões da placenta separada pelos septos deciduais.


Separam a árvore vilosa das ramificações, como se fossem
compartimentos. Uma placenta madura possui de 20 a 25 cotilédones.

Modificações placentárias no final da gestação


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

1) Aumento de tecido fibroso no eixo das vilosidades.

2) Espessamento das membranas basais nos capilares fetais.

3) Formação dos cotilédones que mostram que a placenta é madura. Eles


formam a partir da projeção da decídua formando os septos deciduais, cada
septo decidual separa a placenta em compartimentos chamados cotilédones
(importante)

Membrana placentária: até o 4º mês ela é constituída por 4 camadas:

 Sinciciotrofoblasto
 Citotrofoblasto
 Tecido conjuntivo
 Endotélio (porque ela tem vasos)

- A partir do 4º mês, o citotrofoblasto degenera para aumentar a superfície de


contato entre o sincício e o endotélio, a fim de aumentar as trocas de nutrientes
e gases. Essa membrana, então vai ser formada de:
 Sinciciotrofoblasto
 Endotélio
- Então, a partir do 4º mês a membrana placentária fica mais fina porque reduz
tecido conjuntivo, o citotrofoblasto quase desaparece completamente.
Permanece apenas o sincício (barreira que separa o sangue materno e o fetal) e
o endotélio, isso aumenta a superfície de contato entre o sincício e o endotélio
e aumenta as chances de trocas entre o sangue fetal e o materno.
- Essa fase é chamada de vasculosincicial: a membrana placentária passa a ser
constituída basicamente por sincício e endotélio.
- A placenta também pode ser chamada de órgão hemocorial (hemo=sangue;
corial=cório, que é o trofoblasto), pois recebe sangue materno, mas ele não
entra em contato com o sangue fetal devido ao sincício do córion.
Placenta a termo: placenta madura
 Tem formato discoide
 Possui de 20 a 25 cotilédones
 Tem de 15 a 25 cm de diâmetro
 3 cm de espessura, aproximadamente
 Pesa de 500 a 600g (1/6 do peso do feto)
 Banhada com aproximadamente, 140ml de sangue materno
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 O sangue materno sofre troca 4 vezes por minuto, para que ela seja
banhada com sangue rico em oxigênio.

Circulação da placenta
- As trocas gasosas e a nutrição só ocorrem nas vilosidades que possuem cordão
de acesso às artérias do cordão umbilical. Depois de oxigenar o feto, a pressão
diminui e o sangue não oxigenado retorna para a circulação materna através
das veias endometriais.
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- O sangue materno banha todas as áreas dos cotilédones e vem através das
artérias endometriais sob alto fluxo. Esse sangue percorre as vilosidades, mas
não tem contato com a placa coriônica porque o sincício impede. Vai ter
contato com os vasos das vilosidades de ancoragem, mas não há mistura entre
sangue. Então a placenta é banhada por sangue materno.

Anormalidades placentárias
- Quando as vilosidades coriônicas penetram muito na parede uterina, é
chamada de:
Placenta percreta: penetra em quase todas as paredes uterinas, ou seja, ela
penetra no miométrio e pode chegar até o perimétrio. O útero possui 3
camadas o endométrio (decídua), perimétrio e miométrio.
Placenta acreta: penetra até o miométrio.
Ambos os casos poderão acarretar nenhum problema na gestação. O que
pode haver é quando as vilosidades estão mais penetrantes, pode dar uma
dificuldade dessa placenta se descolar durante o parto.
Placenta previa: quando a placenta se instala abaixo do corpo uterino. Ela não
está região acima do útero, ela tem uma inserção baixa, ela se implanta próximo
ao orifício externo do colo do útero. Ela pode obstruir completamente o orifício
do colo do útero e, assim, não tem como fazer o parto vaginal. Pode ser total
(obstrui totalmente), parcial (cobre parcialmente) ou marginal (não cobre
totalmente). O problema nessa gestação é maior entre o segundo e terceiro
trimestre porque, pelo fato da placenta ser de inserção baixa, conforme o feto
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

cresce ele comprime essa placenta e isso pode levar a sangramentos. Pois a
placenta é irrigada por sangue materno. Nesse período é maior o problema pois

o feto está grande e passa a comprimir a placenta, isso gera a sangramentos


que podem ser intensos e a gestante pode ir a óbito.
Placenta succenturiata: pode não causar
problemas. Ela tem um anexo e os vasos
estão interconectados.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Placenta circunvalada: o âmnio cobriu quase toda placa coriônica, ele é bem
espesso. Os vasos são normais, o cordão também é normal, então, geralmente,
isso não causa problema.

Placenta em baqueta: também não causa problemas

Placenta de inserção velamentosa o cordão: o fluxo de sangue é normal.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Embriologia – 15/04/2020 – Prof. Alessandra Danziger


2° bimestre

Células Tronco
- São células valiosas porque elas têm duas propriedades fundamentais:

 São células jovens, ou seja, são células imaturas. O termo correto é


que as células tronco são indiferenciadas. Essa propriedade dela
permite que elas se diferenciem em diferentes tipos de tecidos. Os
diferentes tipos de tecido são originados a partir de células tronco.
Como ela tem a capacidade de se desenvolver em tecidos sadios,
saudáveis, elas podem ser usadas para o tratamento de diversas
doenças. Esse tratamento é chamado de Terapia Celular. Existe
uma terapia celular feita há muitos anos, que é feita para tratar os
pacientes com leucemia. Para isso utiliza as células tronco
hematopoiéticas. Mas existem várias técnicas e tratamentos
utilizando essas células tronco. O fato dessas células serem
indiferenciadas, tornam essas células uteis para o tratamento de
doenças.
 Essas células são capazes de se auto renovarem. Elas se dividem e
dão origem a células idênticas a elas, para se renovarem,
aumentarem a sua colônia. Elas se dividem, multiplicam, mas não
se diferenciam. Mantem a sua colônia.
Células tronco (CT) – se auto renovam por toda a vida do
organismo.
Células progenitoras (GP) – auto renovação e potencialidade
limitadas.

- De acordo com a sua potencialidade, seu grau de diferenciação, elas ganham


denominações, são classificadas em:

 Totipotentes: são as células tronco que são capazes de dar origem a


diferentes tipos de tecido. Elas originam todos os tecidos embrionários.
Dá origem ao ser humano. Ela consegue dar origem também aos seus
anexos embrionários (placenta, âmnio, saco vitelínico, alantoide).
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Possuem uma potência total. Só existe uma fase da nossa vida em que
essas células são encontradas. Somente as células do zigoto são células
totipotentes. Ou seja, origina todos os anexos e os blastômeros.
 Pluripotentes: são células capazes de dar origem a todos os tecidos
embrionários, ao embrião. Porém, não são capazes de dar origem aos
anexos. Sua potencialidade é mais limitada. Ela origina todos os tecidos
do embrião, mas não desenvolve placenta, corio, âmnio. Essas células
Pluripotentes são as células da massa celular interna do blastocisto
(embrioblasto).
 Multipotentes: são células com a potencialidade mais limitada ainda.
Essas células são capazes de originar múltiplos tecidos. Diferentes tipos
de tecidos. Mas não todas as células do embrião derivam dela. Alguns
exemplos dessas células são as células tronco hematopoiéticas, que são
células que se diferenciam em todas as células sanguíneas. Tanto as
células da série vermelha, branca e plaquetas. Elas originam múltiplas
células, mas não todas. Outro exemplo são as células tronco
mesenquimais, elas estão presentes ricamente na medula óssea
vermelha e são capazes de originar diferentes tipos de tecidos, como o
tecido ósseo. Uma das formas de trabalhar com terapia celular é usando
as células tronco mesenquimais, elas são presentes em quantidade
substancial na nossa medula vermelha, são usadas para transplante e
tratamento de várias lesões teciduais, como do tecido ósseo.
- Até alguns anos acreditava-se que após o nascimento não se
desenvolvia neurônios mais. Hoje é sabido que existe uma neurogênese
que ocorre no encéfalo adulto, após o nascimento. Essa neurogênese é
especifica em algumas regiões do encéfalo, existem nessas regiões
células tronco neurais. Essas regiões específicas são a zona
subventricular dos ventrículos laterais. Essas células tronco são capazes
de originar neurônios do bulbo olfatório. Outra região é na região
subventricular do hipocampo. Essas células são alvo de pesquisa para
tratar doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson.
 Oligopotentes: são capazes de originar alguns tipos de tecido. Exemplo:
UFC-GM (unidade formadora de colônia de granulócito e monócito) a
célula se diferencia em duas células, a UFC-G e a UFC-M.
 Unipotentes: tem potência única. Tem especificação para se diferenciar
em apenas um tecido. Exemplo: UFC-G é unipotente pois se diferencia
apenas em granulócito.
 Oligopotentes e unipotentes são chamadas de células progenitoras. São
células com capacidade de diferenciação mais limitada.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As células tronco são classificadas em 3 classes:

 Embrionárias: presentes no período embrionário. São utilizadas para


tratamento de diversas doenças, chamados de medicamento celular.
Podem ser usadas para clonagem terapêutica. Seu uso envolve várias
questões éticas e religiosas, pois cultivando-as você consegue fazer uma
clonagem
 Fetais: encontradas no período de feto. Não se diferenciam
espontaneamente. Precisam de um fator estimulante. Estão presentes
em abundancia por todo o organismo em desenvolvimento, no período
fetal. Possuem maior potencial de auto renovação, comparando com as
células tronco embrionários e adultas.
 Adultas: são chamadas assim pois estão presentes nos adultos. Estão
presentes na medula óssea vermelha, que possui células tronco
hematopoiéticas. Elas são utilizadas para o tratamento celular. As células
tronco adultas são as células presentes na medula óssea vermelha:
células tronco mesenquimais (usadas para tratamento de diversas
doenças envolvendo diversos tecidos do organismo. Elas são
multipotentes, diferenciam em tecido ósseo, adiposo, condrócito,
cartilagem. E podem estar presentes em outros locais: sangue periférico
e tecido adiposo). Originam os 3 tipos de musculo (cardíaco, esquelético
e liso), originam o tecido ósseo, condrocitos, cartilagem, são fontes de
células neurais, células hepáticas. A sociedade internacional de
citoterapia nomeou-as como células estromais mesenquimais
multipotentes ou células tronco esqueléticas. Células tronco
mesenquimais são capazes de participar da regeneração celular, de
expressar fatores de crescimento e citocinas. São capazes de corrigir
distúrbios hereditários, liberar agentes biológicos e refrear a inflamação
crônica. Então elas são promissoras para tratar uma ampla gama de
doenças.

A medula óssea vermelha também contém as células tronco


hematopoiéticas (originam a todos os tecidos sanguíneos, originam
hemácias sadias, leucócitos e plaquetas sadias. Já são usadas há muitos
anos para o tratamento da leucemia). Ao nascimento, o recém-nascido
possui todos os ossos contidos com medula óssea vermelha. Essa MOV
é a medula óssea hematogênica, produz sangue, células sanguíneas. Ela
tem esse nome de vermelha porque contém hemácias, sangue, possui
vasos. Ela e nossa reserva de ferro, porque contém hemácia. O mais
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

importante é que elas são ricas em células ronco CD34+, além de células
tronco mesenquimais. Até 3 anos de idade, os ossos são preenchidos
somente com MOV que é bem reativa na produção de sangue. A partir
de 3 anos a nossa MO vai sendo infiltrada por tecido adiposo, no centro
dos ossos. Isso acontece de forma fisiológica. A partir dos 3 anos nos
temos no centro dos ossos a MOA (amarela), constituída basicamente
por tecido adiposo e possui apenas vestígios de células tronco
hematopoiéticas. A MOV é presente na extremidade de ossos longos:
ossos da bacia, fêmur, costelas, extremidade de ossos esponjosos. A
MOA aparece no centro dos nossos ossos, sua função é reserva
enérgica, pois tecido adiposo gera energia, ATP.

- A célula tronco passa por várias fases de maturação até se diferenciar em uma
célula efetora, madura. A célula tronco é indiferenciada e a madura é
diferenciada. Essas células vão sofrendo modificações, inclusive metabólicas.
Quando ela madurece, alguns antígenos vão ser expressos e são chamados de
antígenos de diferenciação, porque vão sendo expressos na célula, conforme ela
amadurece. Esses antígenos são chamados de CD. Uma célula tronco não possui
os mesmos CD de uma célula madura. Uma das formas de identificar essas
células é pesquisar esses antígenos.

- As células mesenquimais e hematopoiéticas possuem seus antígenos próprios.


As células tronco hematopoiéticas não expressam os mesmos marcadores das
mesenquimais. As hematopoiéticas expressam um marcador importante, o
CD34, células que os expressam, são positivas para esse antígeno de membrana
são células tronco hematopoiéticas. Pacientes com leucemia recebem essas
células CD34 por transplante.

Cultivo de células tronco

- Existem vários métodos.

- O cultivo de células tronco é complexo. Há uma área da medicina e farmácia,


que envolve multiprofissionais que trabalham com esse cultivo. Esses cultivos
envolvem vários fatores, dentre eles os fatores que impeçam a sua
diferenciação:

 Tem que usar um meio de cultura que impeça que essas células se
diferenciem. Porque se essas células se diferenciarem no seu meio de
cultura você perde as células tronco. Elas só podem se diferenciar pós
transplantada, no indivíduo. Para mantê-las em cultivos para serem
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

usadas em ser humano, elas não podem se diferenciar. Ao mesmo tempo


que esse meio de cultura tem que ter essa propriedade ele também tem
que manter a sua potencialidade e sua capacidade de auto renovação
porque senão a célula perde a sua função.
 Por esse e outros motivos, as terapias celulares são um desafio.

- Um exemplo de cultivo de células tronco neurais são as neuroesferas ou


neoesferas, que são células tronco capazes de se diferenciar em neurônios,
oligodendrócitos e astrócitos. São esferas de células tronco neurais. Elas vão ser
submetidas a um meio de cultura, no qual formam essa neoesferas, que são as
próprias células tronco. Utilizam alguns meios de cultura. Essas células por
diferenciação assimétrica se diferenciam em neoesferas que se diferencia em
neurônios, astrócitos e oligodendrócitos.

Aplicações Clínicas

- Exemplos na medicina em que podem ser usadas a terapia celular com as


células mesenquimais.

 Cardiologia: regeneração de tecidos de pacientes que sofreram IAM e


possuem insuficiência cardíaca crônica, tanto as células tronco
embrionárias, quanto as mesenquimais podem ser utilizadas para
regeneração do tecido cardíaco.
 Ortopedia: - osteoporose: vão repovoar o osso com células novas e mais
funcionais.
- Lesões articulares: com perda e/ou deformação de discos
cartilaginosos, com a infusão de condrócitos que melhora nas
articulações.
 Reumatologia: regenerar a cartilagem e regenerar tecido ósseo.
- Lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide: desenvolvimento de
nova cartilagem, restabelecendo das funções normais dos tecidos
afetados.
 Neurologia: - usada para reparos de pacientes que possuem lesões na
medula espinhal, fazendo a reposição de células neurais, revertendo
neurônios motores e quadros de paralisia.
- AVC: repovoamento do tecido necrosado e melhora na capacidade
motora.
- ELA: geração de um tecido neural ao longo da medula espinhal.
- Parkinson: reposição de neurônios
- Alzheimer: reposição de células cerebrais.
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 Endocrinologia: tratamento do DM, poderão se diferenciar em novas


células beta-pancreáticas que vão produzir a insulina.
 Oftalmologia: cegueira: reparo do nervo ótico ou das células da retina.
 Nefrologia: insuficiência renal aguda: repovoamento da área afetada.
 Pneumologia: fibrose cística: atua em ambiente anti-inflamatório no
pulmão, promovendo crescimento de novo tecido pulmonar.
 Dermatologia: queimaduras, cicatrização de feridas crônicas e
tratamento de vitiligo: reposição epitelial de áreas afetadas.
 Oncologia: cânceres hematológicos: aplicação clínica de células
tronco/progenitoras CD34+.

27/04/2020 - Diagnostico pré-natal


- É o acompanhamento da gestante e deve ser feito desde o descobrimento da
gestação até o nascimento.

- A mãe pode apresentar diversas doenças que podem interferir na saúde do


feto como, por exemplo DMG, HIV+, desnutrição materna.

FETOLOGIA OU PEDIATRIA PRE- NATAL

- Exames periódicos da gestante são exames normais, feitos em toda gestação


como:

 Glicemia  Perfil renal


 Analise do colesterol  Perfil hepático
 Perfil lipídico  Sorologia da gestante.

Eles avaliam as condições da gestante inicialmente. Em toda gestação esses


exames são solicitados e são feitos para avaliar as condições clinicas da
gestante.

- Quando algum sinal que mostra que o feto tem risco maior for expresso,
existem os testes que são feitos para investigar esses sinais. Não são exames de
rotina, são usados para avaliar a saúde fetal quando há a possibilidade, suspeita
de malformações fetais, dar diagnóstico de doenças genéticas, avaliar o
crescimento e desenvolvimento do feto dentro do útero e avaliar a presença de
complicações como anomalias de placenta, uterinas. São usados para fazer um
acompanhamento mais minucioso do feto e acompanhar a gestante.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As terapias “in útero” tratam o feto como um paciente. O feto vai ser avaliado
minunciosamente, principalmente, quando há suspeita que o feto esteja
correndo algum risco.

Fatores que predispõe as mulheres a maior risco:

 Idade materna avançada (acima de 35 anos)


 Histórico familiar pregresso de problema genético – Síndrome de Down e
DTNs
 Doença materna, como DM
 Ultrassonografia ou teste sorológico materno anormal.

São 4 técnicas principais, que possibilitam novos tratamentos do feto, ainda no


ambiente intrauterino, isso é fetologia.

ULTRASSOM OBSTÉTRICO:

- Usado em vários momentos na


gestação para avaliar a saúde do
feto.

- É de rotina para acompanhar uma


gestação de risco ou não.

- É usado para acompanhar a saúde


e crescimento do feto.

- É disponível para todas as


gestantes, pois o SUS disponibiliza.

- Utiliza ondas sonoras de alta frequências que são emitidas nos tecidos e como
eles possuem densidades diferentes, as imagens produzidas são diferentes de
acordo com o tecido. Por utilizar ondas sonoras também é chamado de
sonograma.

- Frequência de 3 a 10 MHz

- Faz a abordagem transabdominal ou transvaginal. Na transvaginal, um


dispositivo é introduzido no canal vaginal que tem uma câmera e vai refletir a
imagem da mesma forma, tem a vantagem que se aproxima melhor do útero.

- Também pode ser usado para guiar agulhas ou cateteres para fazer
amniocentese. O US também funciona como guia.
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Parâmetros avaliados pelo ultrassom

- Características da idade e crescimento do feto – comprimento craniocaudal,


diâmetro biparietal do crânio, circunferência abdominal e comprimento
femoral.

- Presença ou ausência de anomalias congênitas - porque a maioria delas levam


a defeitos fisiológicos, que podem ser avaliados pelo ultrassom.

- Estado do ambiente uterino.

- Quantidade de líquido amniótico - algumas alterações nesse líquido sugerem


anomalias.

- Posição placentária e fluxo sanguíneo umbilical (doppler).

- Suspeita de gravidez múltipla.

Modelos de exibição

- Ultrassonografia por modelo-B

 Também chamado de sonograma.


 É o ultrassom normal de qualquer tecido.
 Representação gráfica do som.
 Mostra a imagem da anatomia de um plano bidimensional da varredura.

- Tridimensional

- Tetradimensional

- Ultrassonografia por modelo-M

 Mostra mudanças na posição de uma estrutura.


 Exemplo: válvula cardíaca através do tempo.

- Ultrassonografia Doppler

 Usada para estudar o padrão de fluxo sanguíneo dentro do coração e dos


vasos em desenvolvimento.

- Endossonografia
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 Sonda em miniatura de ultrassom é inserida em um orifício do corpo,


geralmente a vagina, assim aproxima a estrutura de interesse e permite
uma imagem de alta resolução.

Anomalias que podem ser vistas e diagnosticadas pelo ultrassom:

- Defeitos craniofaciais: fendas labiais e palatinas


- Anomalias dos membros
- Hérnias diafragmátcas, onfalocele, gastrosquise
- Síndromes de desenvolvimento caudal defeituoso
- Teratomas
- DTNs: espinha bífida, anencefalia
- Agenesia renal: ausência de um rim ou de dois

ANÁLISE DA TRANSLUCÊNCIA NUCAL:

- Ultrassom que analisa a medida da região da


nuca, a área do dorso do pescoço.

- A medida em milímetros pode sugerir uma má


formação, que o feto pode apresentar alguma
anomalia cromossômica, cromossomopatia,
porque, normalmente, nessas anomalias, há
acúmulo de gordura nessa região. Não é
diagnóstico de, mas pode sugerir uma
cromossomopatia.

- Tem que ser feita entre a 11ª e a 14ª semanas de gestação, após isso, não tem
o mesmo valor. Esse é o período ideal.

- O feto deve estar em posição sagital (como na medida cabeça-nádegas), assim,


mede-se a máxima espessura da transluscência entre a pele e o tecido mole que
cobre a espinha cervical, ou seja, a nuca.

Medidas:

- Normalmente tem de 2,3 a 2,6 mm,


ela não sugere uma cromossomopatia,
mas também não afasta o problema
porque esse exame não é diagnóstico
de cromossomopatia.

- Entre 2,5 e 3,9 mm aumentam o risco


em 3 vezes.
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- Entre 4,0 e 4,9 mm aumentam em 18 vezes.

- Entre 5,0 e 5,9 mm aumentam em 28 vezes.

- Igual ou maior que 6,0 mm aumenta em 36 vezes o risco de acordo com a


idade materna.

Então fetos com cromossomopatia tem um acúmulo de gordura nessa região,


por isso fica mais alongada. Quando as medidas estão maiores, quanto maior a
largura da nuca maior é o risco de ter uma cromossomopatia. Mas não é
diagnóstico de, é apenas sugestivo!!

TESTES SOROLÓGICOS MATERNOS

- Podem ser solicitados quando preciso.

- Análise do soro materno.

- Indicativa, mas não é diagnóstico de. Isso acontece porque tem altas taxas de
falso-positivo.

- Pode ser de dois tipos:

 Análise tripla: quando faz o pedido de 3 dosagens: AFP + HCG + estriol


 Análise quádrupla: quando faz o pedido de 4 dosagens: AFP + HCG +
estriol + inibina-A.

- DFTN ou defeitos da parede abdominal: níveis de AFP poderão estar elevados.

- Síndrome de Down (cromossomopatia): HCG e inibina-A estão em níveis


elevados, o estriol e a AFP em níveis baixos.

AMNIOCENTESE

- O médico, especializado na
medicina fetal, faz uma punção com
agulha, retira- se da bolsa amniótica
de 20 a 30 ml de líquido amniótico.
Essa agulha é guiada por um
ultrassom.

- Amniocentese é avaliar o líquido


amniótico. Ela só é indicada quando
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

o feto tem critérios que possam sugerir uma cromossomopatia ou qualquer


outra anomalia.

- O tempo ideal para fazer uma amniocentese é a partir de 14 semanas, até a


16ª semana. Antes desse período não há indicação para fazer esse
procedimento porque não há quantidade
de líquido amniótico suficiente.

- O líquido amniótico contém todas as


excretas do feto, contem células do feto e,
consequentemente, contém o DNA do feto
que é usado para fazer a análise. Aí sim é
diagnóstico de.

- O líquido amniótico pode ser usado para


fazer a análise, dosar:

 AFP
 Células fetais podem ser cultivadas e cariotipadas: avalia o sexo e
anomalias cromossomais.
 Técnicas moleculares. O teste molecular positivo é o diagnóstico de,
patognomônico de.

AMOSTRAGEM DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS – AVC

- Também guiado pelo


ultrassom, o médico vai
fazer a retirada de um
fragmento da placenta,
fragmento do trofoblasto. E
isso é a amostragem da
vilosidade, que é trofoblasto.

- É uma técnica invasiva


alternativa, assim como a
amniocentese.

- Pode ser feito entre 9 e 12


semanas, porque a
amostragem é de placenta e pode ser feito antes da amniocentese.

- Retira de 5 a 30mg de tecido placentário.


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- Também é uma técnica para fazer diagnóstico. Essa amostra de tecido


placentário vai ser utilizada para detectar defeitos moleculares, através da
análise do DNA. Porém a análise do tecido placentário pode gerar falsos
positivos e falsos negativos. Porque a placenta (trofoblasto) não é o mesmo
tecido do feto, é apenas um anexo embrionário. Então, geralmente é indicada a
amniocentese.

- Então a medicina fetal diagnostica possíveis anormalidades no feto para, se


possível, trata-las ainda no ambiente gestacional.

05/05/2020 – Embriologia dos Sistemas

SISTEMA RESPIRATÓRIO

- Os pulmões são derivados do endoderma, é através do endoderma que vai


surgir um divertículo respiratório.

- O primeiro sinal dos pulmões aparece


através de uma evaginação ventral do
endoderma do intestino anterior. Na
região ventral do intestino anterior vai
ocorrer um a evaginação que forma um
broto que é o divertículo respiratório.
Ele se forma no 22º dia de
desenvolvimento. O primeiro sinal dos
pulmões é o divertículo respiratório que
é chamado de broto pulmonar.

- Há dois fatores de crescimento são


fundamentais para que o endoderma forme esse divertículo: ácido retinoico,
que é um morfogeno, e o fator de transcrição Tbox4, ambos vão agir nas células
endodérmicas na região do intestino anterior para que haja um estimulo e
forme o broto pulmonar que é o divertículo pulmonar.

- O aparecimento e a localização adequada do broto pulmonar, que é na região


anterior do intestino, depende do ácido retinóico. Esse ácido retinoico é um
morfógeno e é produzido pelo mesoderma que está adjacente. Além disso,
também depende do aumento expressão do Tbx4, que vai fazer com que o
endoderma do tubo intestinal, no local do divertículo respiratório forme uma
evaginação que é o próprio divertículo respiratório. Portanto, o início da
formação dos pulmões envolve a ativação de uma cascata de genes.
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- Todo o epitélio de revestimento interno da laringe, traqueia, brônquios e


pulmões são derivados do endoderma.

- Tecidos cartilaginosos, muscular e conjuntivo que compõe a traqueia e os


pulmões derivam do mesoderma esplâncnico, que cerca o intestino anterior.

ESTAGIOS DO DESENVOLVIMENTO PULMONAR

- Embrionário: 26°dia a 6 semanas

- Pseudoglandular: de 6 a 16 semanas

- Canalicular: 16 a 28 semanas

- Sacular: 28 a 36 semanas

- Alveolar: 36 semanas até o termo

26º a 28º dia

- O divertículo se forma com aproximadamente 22 dias.

- Do 26º ao 28º dia, esse broto pulmonar se distende longitudinalmente, no


sentido craniocaudal e forma dois brotos, o esquerdo e o direito. Que são os
primórdios dos pulmões, representam o pulmão direito e o pulmão esquerdo.
Fisiologicamente, o broto e pulmão
esquerdo são menores.

- Esse broto se forma na região do intestino


anterior. Na região do intestino e dos brotos
vai surgir a futura traqueia que é uma
comunicação aberta, inicialmente.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Essas estruturas tem uma comunicação aberta, inicialmente. Mas isso não
pode continuar assim. Dessa forma, forma-se um septo para separar a traqueia
do esôfago, é chamado de septo traqueoesofagico. Esse septo se forma a partir
da proliferação das porções do próprio divertículo, vão começar a se fusionar no
centro e a fusão completa de ambas as pregas traqueoesofágicas vai dar origem
ao septo.

- Existem crianças em que a formação desse septo é incompleta e a abertura


entre a traqueia e o esôfago permanece aberta. Essa abertura é chamada de
fistula.

Resumindo: nesse momento há a formação


do septo traqueoesofágico a partir da
proliferação das porções do próprio
divertículo, que se fusionam no centro e
formam o septo. Se não houver essa fusão
a criança apresenta anomalias. Ao mesmo
tempo em que isso ocorre, o divertículo
respiratório se ramifica e dá origem aos
brotos brônquicos primários direito e
esquerdo.

- A porção ventral do divertículo é a futura traqueia e a porção posterior do


divertículo formam-se os dois brotos pulmonares iniciais chamados de
primários.

5ª a 8ª semana

- Nesse período, cada broto brônquico vai sofrer novos


ciclos de ramificação e vai aumentando cada vez mais. Os
brotos brônquicos primários sofrem 16 ciclos de
ramificações e formam a árvore respiratória dos pulmões.

- O primeiro ciclo de ramificação vai ser a partir dos brotos


brônquicos primários, formando os brotos brônquicos
secundários. O broto direito se ramifica e forma 3 brotos
secundários, e o broto esquerdo forma 2 brotos
brônquicos secundários.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Na sexta semana, um novo ciclo de ramificações vai dar origem a novos brotos,
dando origem a 10 brônquios terciários de cada lado. Esses brotos brônquicos
terciários formam segmentos bronco pulmonares.

16ª semana

- Após cerca de mais 14 ciclos


de ramificações, a árvore
respiratória já vai apresentar
os bronquíolos terminais. Cada
brônquio terciário vai dar
origem a um brônquio
terminal. Cada bronquíolo
terminal sofre novos ciclos de
ramificações formando novos
ramos, que são chamados de
bronquíolo respiratório.

- A árvore respiratória vai aumentando, se ramificando e algumas células que


estão presentes são fundamentais para a maturação pulmonar.

- Ao mesmo tempo, o mesoderma que está circundando esses bronquíolos


também se prolifera e dá origem a vasos sanguíneos. Então o mesoderma
esplâncnico circundante dá origem a vasos sanguíneos. Cada um desses vasos
tem um revestimento de endotélio e esses vasos se aproximam desses
bronquíolos respiratórios. Então, em torno da 16ª a 28ª semana já existe a
presença de vasos, derivados do mesoderma esplâncnico, circundando esses
bronquíolos.

26ª a 28ª semana


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As trocas gasosas entre o sangue e o ar nos alvéolos, nesse momento, é


limitada porque a quantidade de bronquíolos terminais formados ainda é
pequena, a árvore respiratória é muito imatura. Com isso, são poucos alvéolos e
eles são imaturos. Então crianças nascidas até 26-28 semanas tem risco da
síndrome da angustia respiratória, dificuldade, que é o risco de óbito. Isso
acontece porque a árvore respiratória ainda é imatura, dessa forma as trocas
gasosas entre o sangue e o ar nos alvéolos é pequena, mínima, não suficiente.

- Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos, principalmente, por células


epiteliais pavimentosas (que são os pneumócitos, que colonizam os alvéolos),
elas vão revestir os alvéolos. Essas células epiteliais pavimentosas têm origem
endodérmica. As primeiras células pavimentosas que aparecem são as células
epiteliais do tipo I, chamadas de pneumócitos do tipo I, que revestem os
alvéolos desde o início da sua maturação, e se tornam mais numerosos a partir
da 26ª semana.

- Na 28ª semana, os bronquíolos respiratórios já estão presentes e eles formam


outros ramos, pequenos, por progressão craniocaudal desses bronquíolos e
formam os bronquíolos terminais mais craniais.

No final do 6º mês

- Surgem as células alveolares


epiteliais do tipo II, chamadas de
pneumócitos do tipo II, por volta
da 20ª a 22ª semana, que
também são células
pavimentosas. Essas células são
muito importantes porque
produzem um surfactante
pulmonar.

- Surfactante pulmonar: é um
detergente que tem uma constituição complexa, basicamente de fosfolipídeos e
proteínas. Então o surfactante é um detergente aniônico que é sintetizado pelas
células alveolares do tipo II. Ele forma uma película monomolecular na parede
interna dos sacos alveolares e, com isso, ele neutraliza as forças de tensão
superficial nos alvéolos, na interface ar-alvéolo, impedindo o colapso dos
alvéolos, que são essenciais para a respiração. Mas, nesse momento, a
produção de surfactante é pequena. Então crianças nascidas nesse período
correm o risco de sofrerem um colapso dos alvéolos e assim, ela apresenta
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

dificuldade respiratória, podendo ir ao óbito por falência respiratória. Os níveis


de surfactantes não estão adequados até o nascimento, porque eles aumentam
nos estágios finais da gestação, nas duas últimas semanas de gestação é quando
acontece um aumento na produção do surfactante.

- Os pulmões do feto estão todos preenchidos por líquido que contém: uma
pequena quantidade de muco, uma pequena concentração proteica, uma
pequena concentração de sais. O que predomina nesse líquido é o surfactante.
Ao nascimento, esse líquido é absorvido formando uma camada de surfactante
nos alvéolos.

36ª semana

- Os bronquíolos terminais estão revestidos por densa rede de capilares, para


que ocorram as trocas gasosas adequadas.

Ao nascimento

- Os sacos terminais, os alvéolos são primitivos, imaturos. Mesmo em uma


criança a termo, os pulmões de um recém-nascido são imaturos, porque a
maturação pulmonar se completa aos dois anos de idade. Ao nascimento, nós
temos de 20 a 70 milhões de sacos terminais em cada pulmão, esse processo de
septação (subdivisão dos alvéolos após o nascimento) continua até os dois anos
de idade, aumentando o número de alvéolos até os 2 anos de idade pós-natal.
Cada pulmão adulto tem, aproximadamente, de 300 a 400 milhões de alvéolos.
Então, ao nascimento os pulmões são imaturos, mas eles apresentam
maturidade suficiente para que ocorra uma respiração adequada após o
nascimento. Já em crianças prematuras essa respiração não é adequada.

SÍNDROME DA ANGUSTIA RESPIRATORIA DO RECÉM-NASCIDO (SARA)

- São recém-nascidos com dificuldade, insuficiência respiratória.

- Acontece em recém-nascidos pré termos, em que a imaturidade pulmonar é


muito grande e a síntese do surfactante é mínima e, assim, os alvéolos podem
colapsar.

- Antigamente era chamada de doença da membrana hialina, porque ao


nascimento todo o liquido que preenchia os pulmões do feto é absorvido,
persistindo essa camada membranosa do surfactante. Quando o surfactante
está insuficiente, esse liquido dos pulmões, além de ter uma concentração
menor ou ausente do surfactante, ele fica com conteúdo rico em proteína,
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

muco e sais e formam-se nesse líquido, membrana hialina. Acredita-se que essa
membrana hialina é resultante da ausência do surfactante.

- SARA é rara em casos hereditários. Quando acontece de forma genética,


envolve mutações nos genes que codificam para a proteína do surfactante e vão
gerar diminuição da produção do surfactante.

ANOMALIAS DA DIVISÃO DO ESOFAGO E DA TRAQUEIA

- São anomalias relativamente frequentes.

- São anomalias na divisão do esôfago e traqueia envolvendo a formação do


septo traqueoesofagico, que tem formação inadequada, incompleta. Dessa
forma, persiste nessas crianças uma comunicação entre a traqueia e o esôfago.
Isso e chamada de fistula traqueoesofágica. Fístula é uma abertura, um canal
aberto.

Fístula traqueoesofágica: persiste uma comunicação entre a traqueia e o


esôfago porque as pregas
traqueoesofágicas não se
fusionaram ou não se
formaram
adequadamente, deixando
essa abertura chamada de
fístula. A incidência é de 1
a cada 3.000 nascimentos.

- O problema envolvido nisso é que 90% das crianças com esse defeito tem
também um defeito no esôfago
chamado de atresia esofágica
(esôfago de fundo cego).

- Nessas crianças persiste esse


canal de comunicação entre a
traqueia e o esôfago e elas
começam a aspirar líquidos para os
pulmões e isso pode gerar
pneumonias.

- Se o esôfago é de fundo cego


(atresia esofágica) essa criança não engole, tudo que ela ingere volta. Isso
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

acontece desde o período fetal, nesse caso, o líquido amniótico volta, não é
absorvido e com isso aumenta o volume de líquido amniótico (polidrâmnio). Um
dos sinais que podem ser observado no ultrassom, é o volume de líquido
amniótico aumentado. Quando há alteração no volume de líquido amniótico,
pode ser indicativo de anomalias que envolvem o trato gastrointestinal e o trato
respiratório. Não é diagnóstico de, mas é indicativo, é uma sinalização de uma
anomalia.

- Atresia do esôfago são casos de correções cirúrgicas que devem ser feitas após
o nascimento, imediatamente.

Tipos de fístula traqueoesofágica

Essa fístula traqueoesofágica faz parte de um grupo de anomalias, então, se a


criança tem essa fístula o médico deve investigar outros defeitos de nascimento,
pois ela pode acompanhar uma série de outras anomalias. Essa fístula é um dos
componentes da associação VACTERL: anomalias vertebrais, atresia anal,
defeitos cardíacos, fístula traqueoesofágica, atresia esofágica, anomalias renais
e defeitos dos membros.

Agenesia pulmonar unilateral completa: um dos pulmões estão ausentes. O


lado esquerdo, geralmente, é o mais acometido.
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Aplasia do pulmão esquerdo: um pulmão que tem capacidade menor. Há


somente um brônquio rudimentar no lado esquerdo que termina em fundo
cego.

Hipoplasia do pulmão esquerdo: quando o pulmão esquerdo é menor. Em uma


aplasia ele é ainda menor.

06/05/2020 – Sistema esquelético


- Nós possuímos dois tipos de ossos. Os que tem origem embriológica do tipo
intramembranosa e outros de origem endocondral. Essas ossificações são
diferentes.

- O desenvolvimento dos ossos tem início na 12ª semana, formam-se os centros


primários de ossificação, tanto na região em que vão se formar os ossos longos,
quanto da calota craniana.

Ossificação endocondral

- São originados em duas fases: primeiro forma-se o molde, formado a partir do


mesenquima, essas células mesenquimais se diferenciam em condrócitos e a
partir desse molde cartilaginoso temos a formação dos ossos endocondrais.

- Os ossos do molde cartilaginoso são todos os ossos do esqueleto axial (coluna


vertebral e costelas), dos membros, da base do crânio, das cápsulas sensitivas e
da cartilagem dos ossos faríngeos.

- São formados por 3 tipos de células:


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Condrócitos: são derivados das células mesenquimais, que se condensam


e dão origem aos condrócitos.
 Osteoblastos: são derivados do mesênquima.
 Osteoclastos: eles fazem a reabsorção óssea.

Condrócitos

- Têm origem de 3 tipos de tecidos:

 Mesoderma paraxial: forma o esqueleto axial e a parte occipital.


 Mesoderma da placa lateral: forma o esqueleto dos membros e do
esterno.
 Células da crista neural: forma elementos da cartilagem, da face e do
pescoço. Essas células são muito sensíveis a ação de teratógenos e elas
participam da ossificação intramembranosa e também participam da
formação de condrócitos. A ação de teratógenos pode levar a
malformações de crânio, face. Essas células formam os elementos da face
e do pescoço.

Osteoblastos

- São derivados das células tronco mesenquimais que se condensam e se


diferenciam em osteoblastos.

Osteoclastos

- São derivados das células do sistema hematopoiético.

PROCESSO DE OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL

- A ossificação endocondral tem início com a condensação do mesênquima. As


células mesenquimais condensam e formam um molde de mesênquima já
parecido com o formato do osso. As células mesenquimais se diferenciam em
condrócitos que diferenciam em cartilagem, formando o molde cartilaginoso do
osso.

- Em seguida, formados os centros primários de ossificação, vasos sanguíneos


invadem o centro desse molde cartilaginoso. Esses vasos trazem os
osteoblastos. Quando chegam os osteoblastos, por invasão de vasos
sanguíneos, os condrócitos proliferativos são empurrados para as extremidades,
para as laterais desse osso. Conforme os osteoblastos vão penetrando nas
diáfises (que são os centros primários), eles empurram os condrócitos em
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

proliferação para as epífises (extremidades). Os condrócitos na porção diafisária


sofrem apoptose e hipertrofia,
conforme a matriz adjacente vai se
mineralizando.

- Os osteoblastos trazidos se ligam a


matriz mineralizada e depositam
matrizes ósseas formando,
inicialmente, as diáfises desses
ossos. Em seguida, conforme os
vasos sanguíneos passam a invadir
as epífises, formam os centros
secundários de ossificação nas
epífises. O crescimento desses ossos é mantido pela proliferação dos
condrócitos na placa de crescimento (epífise) para crescer o osso.

Ossificação intramembranosa

- Esses ossos são originados diretamente do mesênquima. As células


mesenquimais se diferenciam diretamente em osteoblastos e eles se
diferenciam em ossos.

- São os ossos da calota craniana e da face.

-São chamados de ossos membranosos ou dérmicos, pois tem origem


intramembranosa.

- Participam da formação desses ossos:

 Células da crista neural, de origem ectodérmica, vão originar os ossos da


face e ao osso frontal do crânio, elas também se diferenciam em
mesênquima e, por isso, dão origem a esses ossos.
 Mesoderma paraxial, presente na região da cabeça, também chamado
de somitos e somitômeros, que vai se diferenciar nos demais ossos do
crânio.
 Os ossos dérmicos têm origem dos osteoblastos. O mesênquima se
diferencia em osteoblastos, que vão dar origem a osteócitos, forma o
osteóide, em seguida há deposição de matriz não mineralizada, mais
fosfato de cálcio dando origem ao osso.

CRÂNIO OU NEUROCRÂNIO:
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- São os ossos da base do crânio e da calota craniana. Eles estão em contato


com o sistema nervoso e tem a função de protegê-lo.

- Neurocrânio membranoso: tem origem


membranosa e correspondem aos ossos
chatos que cercam o cérebro. As células da
crista neural e as células do mesoderma
paraxial formam essa parte do
neurocranio. As células da crista neural
formam o osso frontal e os ossos da face e
mandíbula. O mesoderma paraxial vai dar
origem ao osso parietal e occipital do
crânio. O mesoderma da placa lateral forma os ossos laríngeos.

Fases de formação dos ossos da calota craniana:

- O início da formação dos ossos da calota craniana tem como ponto de partida
o depósito de camadas de mesênquima na região do neurocrânio. O
mesênquima de diferencia em
osteoblastos. Essas células mesenquimais
que recobre o cérebro por ossificação
intramembranosa (diferenciação direta
do mesênquima em osteoblastos), vai dar
origem às espículas ósseas. Essas
espículas ósseas irradiam no sentido da
periferia, ou seja, elas crescem, se
fusionam, dando origem aos ossos chatos
e membranosos do crânio. Então em uma
fase inicial, o mesênquima cobre essa
região da cabeça do embrião porque é
ele que se diferencia em osteoblasto. Com a continuação do desenvolvimento,
tanto durante a vida fetal, quanto pós-natal esses ossos membranosos
continuam crescendo, ou seja, novas camadas de mesênquima se depositam na
região e elas vão aumentar esse osso.

 Encefalocele: defeito na formação desses ossos da calota craniana, deixa uma


abertura e por ela o tecido nervoso fica exposto. É uma anomalia grave que
expõe o sistema nervoso, expõe o tubo neural.

Crânio de um recém-nascido:
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Conforme esses ossos se


formam, por ossificação
intramembranosa, entre eles
formam bainhas de tecido
conjuntivo, que são derivadas
tanto do mesoderma paraxial,
quanto das células da crista
neural. Essas bainhas de tecido
conjuntivo formam as suturas,
cujos nomes são dados de
acordo com a sua localização
(sagital, coronal, metópica,
labdóidea). As regiões maiores são chamadas de fontanelas (anterior,
posterior), popularmente chamadas de moleira. Essas fontanelas devem se
fechar, ou gerará anomalias. O fechamento dessas suturas envolve a secreção
de vários fatores de transcrição, chamados de fator transformador de
crescimento β.

- A fontanela anterior se fecha até 18


meses de idade (1 ano e meio).

- A fontanela posterior se fecha até o 1º


ou 2º mês de vida.

- O fechamento dessas fontanelas envolve


o crescimento intramembranoso dos
ossos da calota craniana. Novos depósitos
de mesênquima vão se formando na
região e por ossificação intramembranosa esses ossos vão se fechar.
Acompanhando o fechamento dessas suturas há o fator transformador de
crescimento β.

 Craniossinostose: são deformidades dos ossos do crânio devido ao


fechamento inadequado dessas suturas. É o fechamento precoce dessas suturas
e dependendo da sutura envolvida essa craniosinostose terá um nome
diferente.

- Neurocrânio cartilaginoso ou condrocrânio: ossos da base do crânio.

- Possui duas regiões, que são diferenciadas a partir da notocorda:


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Condrocrânio pré-cordal:
derivado das células da
crista neural. Ele vai à
frente do limite rostral
da notocorda e termina
ao nível da hipófise, no
centro da sela turca.
 Condrocrânio cordal: é
derivado dos
esclerótomos occipitais,
mesoderma paraxial não
segmentado da cabeça.

VISCEROCRÂNIO:

- São os ossos presentes na face e na


mandíbula e tem origem intramembranosa.
Eles formam os orifícios naturais das
câmaras de ar, ou seja, o esqueleto fixo da
face e da mandíbula.

- O primeiro par de arco faríngeo vai dar


origem à maxila, ao osso zigomático e a
parte do osso temporal.

- O 2º arco faríngeo vai dar origem a bigorna, martelo e estribo.

- Mandíbula: inicialmente forma o processo mandibular, ela tem origem a partir


da cartilagem de Meckel.

Processo mandibular:

- A porção ventral do processo mandibular é formado a partir da cartilagem de


Meckel, que tem origem de células mesenquimais que se depositam na região
do viscerocranio e se diferenciam, formando a cartilagem de Meckel. O
mesênquima ao redor dessa cartilagem de Meckel se condensa e dá origem a
um osso por ossificação membranosa, dando origem a mandíbula. Essa
cartilagem desaparece, mas persiste na região do ligamento esfenomandibular.
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DESENVOLVIMENTO DAS CARTILAGENS

- A partir da 5ª semana, ocorre a condensação do mesênquima, que se


diferencia em condroblastos, que se diferenciam em pré-condrócitos e esses
dão origem aos condrócitos (que é a própria cartilagem).

- Os condrócitos tem depósitos de fibrilas de colágeno e de matriz extracelular,


dando origem as cartilagens e dependendo do depósito dessas fibras de
colágeno e/ou elásticas na substância da matriz extracelular, tem-se os
diferentes tipos de cartilagem.

- Então, tem-se três tipos de cartilagem de acordo com a composição da matriz:

 Cartilagem hialina: colágeno tipo II.


- É a que mais temos, amplamente distribuída no organismo
- São as articulações
- Branca, azulada e translúcida
- Encontrada na parede das fossas nasais, traqueia, brônquios,
extremidades das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos
ossos longos.
 Fibrocartilagem: colágeno tipo I.
- Cartilagem dos discos intervertebrais
 Cartilagem elástica: fibras elásticas
- Encontram-se no pavilhão auditivo, na tuba auditiva, epiglote e laringe.
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DESENVOLVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES

- Tem início entre a 6ª e a 7ª semana.

- São derivadas do mesênquima, ele se deposita na região da articulação,


condensa e dá origem a ela. Esse mesênquima é chamado de interzonal.

Articulação fibrosa: são as suturas do crânio

Articulação cartilaginosa: cartilagem hialina – articulações costocondrais;


fibrocartilagem – sínfise púbica.

Articulações sinoviais.

VÉRTEBRAS E COLUNA VERTEBRAL

- São derivados dos esclerótomos, que são os


próprios somitos. Os somitos são mesoderma
paraxial condensado. Cada bloco cuboide de
mesoderma paraxial condensado forma um somito
que se diferencia em esclerótomo.

- Durante a 4ª semana, os esclerótomos se


diferenciam nas vértebras. Os esclerótomos, ou
seja, o mesoderma paraxial vai proliferar e migrar
envolvendo, circundando tanto o tubo neural,
quanto a notocorda.

- Conforme, eles circundam o tubo neural, ele já


vai formando as estruturas das vértebras. Já vai
formando espinha vertebral, arco vertebral,
processo transverso da vértebra e ao corpo
vertebral.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- É necessário a segmentação para dar origem a diferentes vértebras.


Ressegmentação
- Divisão dos esclerótomos e, assim, cada região vai formar uma vértebra.
- Nos esclerótomos formam a fissura de Von Ebner, ela contém células mesenquimais
e vai separar a região cranial da região caudal dos esclerótomos.
- A porção cefálica do esclerótomo se fusiona com a região caudal do esclerótomo
acima. Essa fusão vai dar origem a uma vértebra.

- Entre as vértebras têm-se o disco intervertebral, separando as nossas vértebras.


- O disco intervertebral é formado por
um anel fibroso e por um núcleo
pulposo.
- A notocorda é o eixo central do
embrião. Ela é um primórdio da coluna
vertebral e a partir do momento que se
formaram esses ossos, a notocorda tem
que desaparecer, porque se restarem
vestígios de notocorda a criança vai
apresentar tumores chamados de
cordomas.
- A notocorda vai desintegrar, sofrendo
apoptose na região das vértebras,
persistindo somente na região dos discos intervertebrais formando o núcleo pulposo.
As células mesenquimais se diferenciam no anel fibroso.
 Durante a formação das vértebras são estabelecidas 2 curvaturas primárias:
 Curvatura torácica
 Curvatura sacral
 Mais tarde são estabelecidas 2 curvaturas secundárias:
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 Curvatura cervical: conforme a criança aprende a mexer a cabeça


 Curvatura lombar: se forma quando a criança aprende a andar
- Quando há fusão imperfeita desses esclerótomos vai formar uma fenda vertebral que
expõe a medula espinhal chamada de espinha bífida.

COSTELAS E ESTERNO
- Costelas surgem depois da 5ª semana, a partir do crescimento do processo
costal. O processo costal entra em crescimento e dá origem as costelas. Na 6ª
semana já temos todas as costelas formadas.

- O esterno é derivado de duas barras de mesênquima que se forma na região


acima no tórax, ne região do esterno, entre as costelas. Essas barras esternais
vão aumentando, se tornando cartilaginosas e se fusionando em sentido
mediano, formando os centros de ossificação e culminando na formação do
esterno.

- Costela e esterno são derivados da ossificação endocondral.

- Existem costelas acessórias (costelas a mais) que podem ser uni ou bilaterais, a
mais comum é a lombar. Mas a cervical aparece de 0,5 a 1%.

- Em alguns pacientes as costelas podem estar fundidas. Geralmente estão


associadas a uma hemivértebra, que é a própria escoliose congênita.
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Anomalias do esterno

 Pectus excavatum: grande depressão na região do esterno. É um defeito na


formação do esterno. É mais frequente em homens e, normalmente, está
associada a Síndrome de Marfan.

DEFEITOS CRANIAIS

- As células da crista neural formam os ossos da face e do crânio. Essas células


são muito sensíveis a ação de teratógenos.

Síndrome de Treacher Collins

- Também chamada de Disostose Mandibulofacial.

- A ossificação da mandíbula e face estão alteradas nesses indivíduos. Também


têm alterações no crânio.

- É uma doença genética, que está associada a mutação do gene TCOF1,


presente no braço longo do
cromossomo 5. Esse gene traduz
uma proteína de baixa complexidade
chamada de proteína de Treacle,
que ainda não tem função
totalmente esclaredida. Mas sabe-se
que ela atua no transporte de outras
proteinas do citoplasma para o
núcleo. Nesses pacientes, ela é mais
curta e instável e isso causa um
quadro de haploinsuficiência dessa
proteína nesses indivisos. E isso vai
alterar a ossificação dos ossos da face e da mandíbula. Além dessa mutação,
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outras mutações já foram determinadas. Os genes POLR1D e POLR1C também


sofrem mutações associadas a esses pacientes.

- Como é uma doença de origem genética, no ambiente intrauterino já pode ser


vista. Quando há suspeita, pode ser feita a amniocentese (a partir de 16
semanas), estudo do material genético (entre 16 e 18 semanas), teste molecular
do líquido amniótico. O ultrassom e a fetoscopia pode auxiliar nesse processo
diagnóstico.

- Acontece em 1: 40.000 a 1:70.000 indivíduos.

- Padrão de herança autossômico dominante.

- Sobrevida normal.

Características

- Inclinação antimongolóide das fendas


palpebrais – inclinadas para baixo e palato
estreito ou fissurado (89%)

- Ausência parcial/completa dos cílios nas pálpebras inferiores (53%)

- Hipoplasia da região malar – achatamento dos ossos malares com ou sem


fenda do osso zigomático (81%).

- Hipoplasia de mandíbula (78%) com efeitos variáveis a ATM e músculo da


mastigação.

- Queixo pequeno – micrognatia.

- Malformação dos pavilhões auriculares (36%) – orelhas pequenas,


malformadas ou ausentes.

- Atresia do conduto auditivo externo (40%) – surdez de condução (28%) (surdez


total ou parcial).

- Coloboma da pálpebra inferior – pálpebra caída (69%).

- Presença de cabelo na parte externa das faces (26%).

- Fenda palatina.

Acrania
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- Não há formação dos ossos do crânio. Não


acontece a ossificação intramembranosa.

- É incompatível com a vida

- Quando tem a formação de um cisto é chamado de


holoacrania: ausência de formação dos ossos da
calota craniana com uma vesícula recobrindo.

Craniossinostoses

- São estenoses craniofaciais.

- Correspondem ao fechamento precoce de uma ou mais suturas da calota


craniana. A fusão prematura das suturas impede o crescimento perpendicular
do crânio e um aumento no volume do cérebro leva a um crescimento
compensatório do crânio paralelo a esse aumento.

- Envolvem a ossificação intramembranosa.

-Elas são diferentes, possui denominações diferentes dependendo das suturas


envolvidas.

- Isso faz com que o crânio tenha uma estrutura diferente do normal, com
deformidades cranianas.

- O fechamento das suturas vai levar ao fechamento da fontanela anterior.

Primária:

- Simples: quando envolve só uma sutura

- Complexa: envolve mais de uma sutura. Pode ser:

 Não sindrômica: não acompanha uma síndrome


 Sindrômica: acompanha uma síndrome

Secundária

- Algum fator foi desencadeante para essa sinostose. Por exemplo:

 Distúrbios metabólicos: hipertireoidismo, erros inatos do metabolismo.


 Várias malformações: microcefalia, encefalocele
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 Após derivação ventricular com drenagem excessiva de líquido


cefalorraquidiano
 Exposição fetal a determinadas substâncias: ácido valproico, fenitoína
 Mucopolissacaridose

Classificação das craniossinostoses

- Braquicefalia: quando envolve a sutura


coronal e/ou a lambdóidea bilateral.

- Escalocefalia (dolicocefalia): envolve a


sutura sagital.

- Trigonocefalia: envolve a sutura


metópica.

- Plaquiocefalia: envolve a lambdóidea.

- Plagiocefalia: envolve a coronal ou a


lambdóidea unilateral.

- Acrocefalia: todas ou coronária mais


uma outra.

- Plagiocefalia posicional: quando as mães colocam a criança para dormir só de


um lado.
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SINOSTOSE SAGITAL

- Mais comum (50% de todos os casos)

- Escalocefalia: crânio é estreito e comprido,


semelhante a um barco.

- Usualmente é um achado isolado, não


acompanha uma síndrome

- Mais prevalente em meninos (75-85%)

- Vai gerar uma proeminência frontal e occipital

- O tratamento cirúrgico é indicado entre 3 a 12 meses de idade.

- É o fechamento prematuro dessa sutura sagital.

SINOSTOSE CORONAL E LAMBDÓIDEA

- Segunda forma mais comum, 25% dos casos.

- Afeta principalmente meninas (60%)

- Se for bilateral é braquicefalia, se for unilateral é plagiocefalia.

Braquicefalia ou sinostose coronária bilateral ou sinostose


lambdóidea bilateral

- Fechamento prematuro das suturas coronais (anterior) ou


lambdóideas (posterior) que vai dar origem a um crânio curto, com
formato alto, com regiões frontal e occipital achatadas (expansão
lateral).

- É menos comum

Plagiocefalia ou sinostose lambdóidea unilateral ou sinostose coronal unilateral

- Fechamento prematuro das suturas coronal


(anterior) ou lambdóidea (posterior), apenas de
um lado.
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- Achatamento assimétrico do crânio (cranio é torto). Quando tem


envolvimento da sutura coronal, até os olhos acompanham essa alteração
óssea.

- Pode surgir devido a influencia contínua de forças externas sobre o cranio


imaturo.

- A plagiocefalia posicional ou deformacional é a causa mais comum de


plagiocefalia (5-48% em recém-nascidos saudáveis).

SINOSTOSE METÓPICA

- A mais rara (10%)

- Predomina no sexo masculino (75-85%)

Trigonocefalia

- Fechamento prematuro da sutura metópica ou


frontal.

- Deformidade do osso frontal em forma de


“quilha de navio”. O osso fica triangular.

- É a única que pode associar-se a distúrbios


cognitivos (retardamento mental) porque pode
causar restrição de crescimento dos lobos
frontais do crânio.

- Pode ocorrer em qualquer criança, mas tem fatores genéticos envolvidos.

DISPLASIAS ESQUELÉTICAS

Acondroplasia

- Nanismo, é a mais comum das displasias esqueléticas.

- Afeta os ossos longos, ou seja, afeta a ossificação


endocondral e, por isso, os ossos vão ser menores.

- Cabeça grande (a ossificação intramembranosa é


normal), dedos das mãos curtos e abdome protuso.
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- Em 90% dos casos aparece esporadicamente: novas mutações. Podem não tem
casos na família.

Displasia tanatofórica

- É grave, incompatível com a vida, a forma mais letal das


displasias esqueléticas.

- Acontece de 1 a cada 40 mil nascidos vivos.

Tipo I: fêmures pequenos e curvados, com ou sem crânio


“em folha de trevo”, mas quase todos os casos têm essa
característica.

Tipo II: fêmures retos e longos e crânio “em folha de trevo”,


é grave: cranissinostose.

- Quase todas essas crianças possuem em comum a cabeça em “forma de


trevo”.

Hipocondroplasia

- Tipo mais brando de acondroplasia.

- A ossificação endocondral ocorre de forma alterada, mas não tanto quanto na


acondroplasia. Afeta o crescimento dos ossos longos, da base do crânio, mas em
menor quantidade.

- Mutação no gene FGR3.

Disostose cleidocraniana

- Ausência de clavícula (cleido).

- É uma displasia esquelética generalizada, porque envolve tanto os


ossos do esqueleto axial quanto os ossos do crânio.

- Fechamento tardio das fontanelas e diminuição da ossificação das


suturas craniais, que resultam em uma protuberância dos ossos frontal,
parietal e occipital (alterações no formato do crânio).

Agromegalia

- Gigantismo
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- Tem todos os ossos muito grandes

- É o cresciemnto desproporcional da face, mãos e pés

- Associada ao hiperpituitarismo congênito que envolve o funcionamento


acelerado da hipófise, produção excessica do hormonio de crescimento.

Microcefalia

- Atrofia do encéfalo. Como o encéfalo não cresce, o cérebro também não


cresce e o crânio não se expande, os ossos da calota craniana também são
menores acompanhando a atrofia do encéfalo.

- Como é menor região de encéfalo, essas crianças tem menor quantidade de


neurônios. Então elas possuem retardo mental proporcional que vai ser
proprocional a atrofia do encéfalo. Quanto maior a atrofia, maior é o distúrbio
cognitivo.

- Uma das causas recorrentes é a contaminação da mãe com o vírus da Zica. O


vírus da Zica foi identificado através de testes moleculares, por meio da técnica
de RT-PCR (Reação em cadeia da polimerase em tempo real) e identificou o
genoma desse vírus em células da mãe e do embrião. Comprovando que o vírus
da Zika consegue ultrapassar a placenta, tendo acesso ao embrião. Analisando
amostras da placenta (do vilo corial) mostraram através testes da imuno-
histoquímica que o vírus da Zika causa infecção na placenta, nas células
trofoblásticas. E causa uma reação inflamatória na placenta. No feto, esse vírus
tem tropismo pelas células encefálicas, prejudicando a formação do sistema
nervoso, gerando microcefalia. Esses vírus foram identificados nas células de
Hofbauer, células móveis de fagócitos da placenta, são elas que transportam o
vírus. O mecanismo de infecção do vírus da Zika em embriões foi semelhante ao
do vírus do HIV, o vírus foi transportado ao sangue do embrião pelas células de
Hofbauer.

Síndrome de Marfan

- Associada a mutação no gene Fibrilina-1 (FBN1)

- Leva prejuízo no sistema esquelético e nas articulações

- É uma doença do tecido conjuntivo, envolve o sistema


esquelético e cardíaco.

Características
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Aracnodactilias: crescimento excessivo dos dedos, tanto das mãos quanto dos
pés. Todos os ossos longos têm um crecimento acelerado. Essas pessoas são
muito altas e magras.

- Possuem hiperflexibilidade das articulações

- Pectus excavatum

- Defeito cardíaco comum envolvendo a aorta é a dilatação e/ou dissecção da


aorta ascendente (é o aneurisma aórtico). Esse defeito é mais grave e pode
levar o paciente a óbito. Pode ser feita uma correção cirúrgica.

11/05/2020 – Desenvolvimento dos músculos


- A maioria dos músculos são derivados do mesoderma.

- Mesoderma paraxial vai dar origem aos somitos e somitômeros que são blocos
de mesoderma paraxial. Esse mesoderma paraxial forma os músculos
esqueléticos, que compõe os ossos do esqueleto axial, da parede corporal, dos
membros e os músculos da cabeça.

- Os músculos da língua são derivados dos somitos occipitais.

- Os músculos craniofaciais são derivados do mesoderma paraxial segmentado


(somito) e do mesoderma da placa lateral.

* Cada somito vai dar origem a um músculo respectivo.

- Os músculos liso que compõe o tubo digestivo (trato gastrointestinal) e


cardíaco são derivados do mesoderma esplâncnico ou visceral.

- Os músculos liso dos vasos sanguíneos e folículos pilosos são derivados do


mesoderma.
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* O fator de resposta sérica é um fator de transcrição que é expresso por esse


mesoderma, fazendo com que ele de origem ao músculo liso que compõe o
tecido cardíaco, os vasos sanguíneos, o tubo digestivo e os folículos pilosos.

* Os miócitos, que contém actina e miosina, são derivados dos mioblastos e


esses são derivados do mesoderma. A associação entre esses miócitos formam
as miofibrilas.

* Os músculos da língua e os músculos extraoculares tem cadeias pesadas de


miosina para promover a movimentação desses músculos.

- Os músculos lisos da pupila, das glândulas mamárias e das glândulas


sudoríparas são os únicos músculos derivados do ectoderma.

Fases da formação dos músculos:

Miogênese primária: ocorre na fase de embrião

Miogênese secundária: na fase do feto

Crescimento pós-natal: que envolve as células satélites, que estimuladas


promovem o crescimento pós-natal dos músculos, por exemplo, os exercícios
físicos estimulam essas células.

SIRENOMELIA

- Anomalia muito grave que envolve também


a formação de músculo.

- Também chamada de disgenesia caudal.

- Os ossos são fusionados, o feto tem uma


cauda.

- Há uma hipoplasia (formação prejudicada,


menor) do mesoderma que compõe a região
dos membros inferiores e fusão dos membros
inferiores - o mesoderma é insuficiente e a
formação dos músculos dos membros
inferiores é afetada assim como a ossificação.

- Agenesia renal – se for bilateral é a ausência dos dois rins. E isso é


incompatível com a vida.
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- Anomalias vertebrais.

- Ânus imperfurado.

- Anomalias dos órgãos genitais.

13/05/2020 - Desenvolvimento das cavidades corporais

- Mesoderma da placa lateral se divide em duas camadas:

 MPL visceral ou esplâncnico : está intimamente associado ao tubo


intestinal, ele desde no corpo embrionário e se liga ao intestino, forma a
esplancnopleura.
 MPL somático ou parietal: ele sobe e está intimamente ligado ao
ectoderma sobrejacente, forma a somatopleura.

- Na 4ª semana, essas duas camadas de MPL formam as dobras da parede


corporal lateral, e essas duas camadas (essas dobras) se movem ventralmente
no sentido de se encontrarem na linha média. Quando elas se encontram na
linha média, tem-se a formação da parede corporal ventral que se fecha.
Existem anomalias em que esse fechamento é inadequado, deixando orifícios,
por onde se expõe órgãos. Por exemplo, pode expor, exteriorizar o intestino.

- Essas dobras da parede corporal se proliferam, movem ventralmente


formando uma cavidade corporal interna que é o celoma intraembrionário. Esse
celoma se forma dentro do mesoderma.

- As cavidades corporais internas servem para abrigar os diferentes órgãos e


para circulação de líquidos, com isso, substancias vão ser distribuídas para todo
o tecido embrionário, vão ser absorvidas e excretadas.

CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO

- O celoma intraembrionário que se forma dentro do mesoderma devido a


proliferação e movimentação da MPL, dá origem a cavidade do corpo
embrionário, que vai se especificar na cavidade pericárdica, em dois canais
pericardioperitoniais e cavidade peritoneal.

- Quando ele sofre esse processo de dobramento, a posição desse celoma


intraembrionário se modifica.

-O celoma tem uma posição diferente antes do dobramento do corpo


embrionário. Na 4ª semana do desenvolvimento o disco sofre uma dobra e se
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torna curvo. Quando o disco sofre esse processo de dobramento, a posição do


celoma intraembrionário se modifica.

Celoma intraembrionário antes do dobramento

- No início da 4ª semana, antes do dobramento do corpo, o celoma produz um


espaço que forma uma estrutura em formato de ferradura, que é o próprio
celoma intraembrionário. Essa região está na posição cranial do embrião.

- Cranialmente, vai ser observado o septo transverso, que é uma prateleira de


mesoderma que se forma no embrião. É o mesoderma que se espessa e forma
esse septo.

Antes do dobramento do corpo, o celoma intraembrionário (futura cavidade


pericárdica) está caudalmente em relação ao septo transverso.

Celoma intraembrionário depois do dobramento

- Com o dobramento do corpo do embrião, a sua posição se modifica. Antes ele


estava caudalmente em relação ao septo transverso.

- Com a dobra ele se localiza cranialmente ao septo transverso. Então com a


dobra, a cavidade pericárdica se posiciona cranialmente em relação ao septo
transverso. Quando ele muda essa posição, ele é reformulado e já se divide:
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 Cavidade pericárdica primitiva: aparece na região mais cranial do celoma


e é a futura cavidade pericárdica.
 Dois canais pericárdiosperitoneais: são as futuras cavidades pleurais
(canal pericardioperitoneal esquerdo) e futuras cavidades peritoneais
(cavidade pericárdica primitiva).
 Cavidade peritoneal: futura cavidade posterior se encontra diretamente
com o celoma extraembrionário.

Pregas pleuropericárdicas

- Na quinta semana, o celoma já se reformulou e vai ter a formação das pregas


pleuro-pericárdicas que se formam a partir da proliferação do mesoderma da
placa lateral. Ao mesmo tempo que o mesoderma prolifera, o mesenquima
também se prolifera. Então essas pregas são derivados de mesoderma da placa
lateral + mesenquima. Na verdade, elas têm 3
camadas: uma camada epitelial, uma
mesenquimal e mais uma epitelial.

- Essas pregas derivadas do MPL e


mesenquima, com 3 camadas (epitelial,
mesenquimal e epitelial) vão proliferar e vão se
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unir no sentido médio do embrião. Essas pregas se fusionam entre o coração


(que está em desenvolvimento) e o intestino anterior.

- Essas pregas dividem a cavidade torácica em cavidade pleural e cavidade


pericárdica.

- Elas se formam a partir da lateral do corpo e se fusionam no sentido mediano


do corpo, entre o coração e o intestino anterior.

- No final da quinta semana, ao


mesmo tempo que acontece essa
divisão das cavidades, a cavidade
pericárdica (saco pericárdico) já
se subdivide na sua composição
adequada. Conforme a fusão
dessas pregas, a cavidade
pericárdica definitiva já se
estabelece em uma camada
tripla: pericárdio seroro, pleura
mediastinal ou parietal e
pericárdio fibroso.

- Saco pericárdico definitivo é


composto por 3 camadas:
pericárdio seroso, fibroso e a pleura mediastinal.

Septo transverso

- O septo transverso é uma parede espessa de mesoderma primórdio do tendão


central do diafragma.

- O diafragma é composto por 4 tecidos embriologicamente diferentes e um


deles é o septo transverso. Ele separa a cavidade torácica da cavidade
abdominal.

- Esse septo transverso deixa dois canais pericardioperitoniais antes de chegar


até o MPL. Esses canais pericardioperitoniais (direito e esquerdo) são o próprio
celoma intraembrionário.

- Essas duas aberturas são uma parte do diafragma. Se elas não se fecharem, o
diafragma fica aberto e os órgãos abdominais vão herniar (subir) na parede
torácica. Então, esses canais têm que se fechar.
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FECHAMENTO DOS CANAIS PERICARDIOPERITONEAIS

- Até a 7ª semana esses canais têm que se fechar completamente. O início do


fechamento se dá na 5ª semana.

- O canal esquerdo é maior que o direito, portanto, ele demora mias para se
fechar.

- Para fechar esses canais é preciso formar uma outra membrana, as


membranas pleuroperitoneais. Essas membranas se projetam de ambos os
lados a partir do MPL, da parede corporal lateral, e se encontram no meio do
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septo, fechando completamente ambos os canais, não restando abertura


nenhuma. Isso é o que acontece normalmente.

Desenvolvimento do diafragma

- Diafragma é embriologicamente formado por 4 tecidos:

 Septo transverso: forma o tendão central do diafragma


 Duas membranas pleuroperitoneais: que fecharam os canais
pericardioperitoniais
 Mesoderma da parede do corpo: MPL, porque é ele que forma as
membranas pleuroepiteliais
 Mesentério do esôfago.
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FORMAÇÃO DAS MEMBRANAS SEROSAS

- As membranas serosas são os mesentérios.

Mesentérios

- Correspondem a uma camada dupla de peritônio. Essa camada


dupla de peritônio começa como uma extensão do peritônio
visceral, que cobre os nossos órgãos formando um leque.

Funções: conectam, cobrem os nossos órgãos, dão sustentação, é


uma forma de nutrição (transmite vasos e nervos entre os órgãos
abdominais), transmissão de impulsos nervosos.

MPL parietal ou somático

- Se diferencia em células mesoteliais (que são os próprios mesentérios), essas


células se organizam dando origem a camada parietal das membranas serosas
que revestem o exterior da cavidade peritoneal, pleural e pericárdica.

MPL visceral ou esplâncnico

- Também se diferencia em células mesoteliais, que vão formar a camada


visceral das membranas serosas, essa camada recobre os órgãos abdominais,
pulmões e coração.

- Inicialmente, temos presente o mesentério ventral e dorsal. Em torno da 5ª


semana, provisoriamente, os mesentérios dorsal e ventral dividem a cavidade
peritoneal em metades direita e esquerda. No final da quinta semana a camada
de mesoderma ventral desaparece, persistindo apenas a dorsal. E a cavidade se
torna única, não e mais dividida. O mesentério ventral só não desaparece na
região onde se encontra com o fígado na porção mais caudal do intestino
anterior.

Mesentério ventral: Existe apenas a partir do intestino anterior caudalmente à


porção superior do duodeno, resultado do adelgaçamento do mesoderma do
septo transverso.

Mesentério dorsal: camadas visceral e parietal são contínuas uma com a outra e
suspende o tubo intestinal a partir da parede corporal posterior na região
peritoneal. Se estende continuamente do limite caudal do intestino anterior até
o final do intestino posterior.
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DEFEITOS DA PAREDE CORPORAL

- O MPL forma duas dobras laterais que se encontram no


sentido médio, fechando a parede corporal do embrião,
dando origem ao celoma intraembrionário. E o celoma vai
se especificar nas cavidades já vistas. Se a fusão dessas
pregas ou dobras não forem completas, ela deixa orifícios,
aberturas resultantes de um defeito de formação da
parede corporal do embrião.

- Dependendo da região desse defeito há:

 Defeitos da parede corporal ventral: podem ser no tórax (expõe o


coração), abodome e pelve (vísceras abdominais vão estar para fora da
parede corporal - gastrosquise) ou exposição dos órgãos urogenitais
(extrofia da bexiga).

Ectopia cordis

- Coração que está fora da parede corporal: é a extrusão do coração.

- Acontece quando há o defeito de fechamento na região do tórax.

- Esse problema pode acompanhar uma síndrome chamada de Pentalogia de


Cantrell (incompatível com a vida), na qual a criança tem 5 anomalias
associadas:

 Ectopia cordis
 Defeitos da região anterior do diafragma
 Defeitos no esterno (pectus excavatum)
 Onfalocele
 Gastrosquise

Gastrosquise

- É a protusão das vísceras abdominais, para fora da parede corporal.

- Acontece devido a um erro de fechamento da parede corporal nessa região do


intestino, abdome. O intestino está protuso, fica em contato direto com o
líquido amniótico. Não tem relação nenhuma com o cordão umbilical.

- É um defeito total na espessura da parede abdominal (uma abertura, orifício,


por onde é exposta as vísceras), de localização paraumbilical (as vísceras não
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estão dentro do cordão umbilical), associado a evisceração do intestino fetal


(intestino está todo exposto e pode ter mais vísceras expostas ao líquido
amniótico, pois a criança fica dentro da bolsa amniótica). Essas vísceras não
estão cobertas por âmnio, porque elas não estão dentro do cordão umbilical,
elas estão evisceradas porque houve um defeito na fusão das dobras e houve
um orifício. O diagnóstico e feito no ambiente intrauterino.

- Incidência: 3,5/10.000 nascimentos.

- Mais comum em RN de mulheres magras e idade inferior a 20 anos.

- Não está associada a anomalias cromossômicas, não está relacionado a


histórico familiar, acontece com qualquer gestante.

- Geralmente é isolada, não está relacionada a outras síndromes.

- Pode estar relacionada com: tabagismo, uso de drogas ilícitas, consumo de


álcool e aumento da ocorrência de infecções do trato urinário.

- A detecção pode ser feita ultrassonografia fetal e concentrações elevadas de


AFP.

Mecanismo

- Falha do mesoderma da placa lateral de se fusionar para formar a parede


abdominal

- Ruptura do âmnio ao redor do anel umbilical.

- Involução anormal da veia umbilical levando a uma fragilidade da parede


abdominal, pode se romper e as vísceras ficarem expostas.

- Ruptura da artéria vitelina direita com subsequente lesão da parede


abdominal fetal, é isso que expõe as vísceras.

Tratamento

- Cirurgia é feita imediatamente para retornar essas vísceras para a cavidade


abdominal.

Complicações

- Exposição a infecções: sepse, antes da cirurgia e depois também.


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- Perfuração intestinal: é a mais grave. Por isso que se cobre as vísceras. Essa
perfuração pode se dar no ambiente intrauterino, é raro mas pode ocorrer.

- Isquemia e necrose: falta de sangue na região e gera necrose

- Dismotilidade intestinal: a partir do momento que as vísceras retornam para a


cavidade abdominal, com o tempo eles voltam a
trabalhar normalmente.

- Síndrome de mal absorção

- Ílio paralitico prolongado

- Síndrome do intestino curto

- Colestase: acumulo de bilirrubina indireta

- Infecção de ferida cirúrgica

Extrofia da bexiga

- O fechamento da parede corporal ventral


é defeituosa na região da bexiga, expondo-
a.

- Pode ser acompanhada de um defeito no


homem chamado de epispádia, que é um
defeito de fechamento do pênis. Isso fica mais grave, pois há mais tecidos para
se recompor. A uretra fica exposta e por esse canal a urina extravasa.

Extrofia cloacal

- É mais complicada, mais grave.

- A correção cirúrgica é mais complicada.

Onfalocele
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- O intestino está protuso, mas dentro do cordão umbilical.

- É diferente da gastrosquise, e é mais grave porque está associada a anomalias


cromossômicas

- Tem alta taxa de mortalidade, porque é associada a outras malformações


graves, anomalias cardíacas e DTN.

- Deve investigar se não há outras anomalias, porque em 15% dos casos há


outras anomalias cromossômicas.

- Incidência: 2,5/10.000 nascidos vivos

- A taxa de mortalidade é alta porque está envolvida com outras anomalias


graves.

- A detecção pode ser feita por uma ultrassonografia fetal e concentrações


elevadas de AFP.

- Não é um defeito de fechamento da parede corporal, se fosse isso, é chamado


de gastrosquise. A onfalocele, acontece quando o intestino se desenvolve, as
alças intestinais vão aumentado e no embrião não tem espaço para o
desenvolvimento dessas vísceras e o intestino migra na 6ª
semana para dentro do cordão umbilical. Isso acontece
fisiologicamente em todas as crianças. As alças intestinas
migram e vão penetrar no celoma extraembrionário que é o
cordão umbilical, e isso gera uma herniação umbilical. Mas
essas alças precisam retornar. Em torno de 10 semanas, até
no máximo 12 semanas, as alças intestinais já retornaram
para a cavidade abdominal.

- No feto com 10 semanas a herniação umbilical desaparece


porque as alças intestinais retornam para a cavidade
abdominal. Na onfalocele, as alças intestinas, principalmente do intestino
médio, permanecem no cordão umbilical. Então não é um defeito de
fechamento da parede corporal. As alças estão cobertas por âmnio, porque ele
cobre todo o cordão umbilical.

- Também faz a correção cirúrgica.


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Hérnias diafragmáticas congênitas

- O celoma forma dois canais pericardioperitoniais, o direito e o esquerdo. Esses


canais se fecham até a 7ª semana. Se não houver a formação das membranas
ficam aberturas no diafragma que vai levar a uma herniação das vísceras
chamadas de hérnia diafragmática congênita. É mais frequente no lado
esquerdo devido ao fato dele ser maior.

- As vísceras vão herniar e entrar no tórax, atrapalhando o desenvolvimento


tórax. Esse aperto das vísceras prejudica o crescimento e desenvolvimento
pulmonar. Essas crianças têm problemas respiratórios há uma hipoplasia
pulmonar (menor desenvolvimento dos pulmões), resulta de polidramnio
(aumento do volume do líquido amniótico).

- Incidência de 1 a cada 2.000 nascimentos.

- Resulta de uma mutação no gene Fog2 (co-fator de Gata2).

Outros tipos de hérnias mais raras:

Hérnia paraesternal: saco peritoneal com as


alças intestinais que penetram no tórax entre
as porções esternal e costal do diafragma.
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Hérnia esofágica: encurtamento congênito do esôfago – porções superiores do


estômago são retidas no tórax e o estômago é constrito na altura do diafragma.

18/05/2020 – Sistema cardiovascular

- Trata do desenvolvimento do coração e dos seus septos

- Coração começa a bater de forma ritmica a partir do 22º dia. O primeiro


sistema a se tornar funcional no embrião é o coração. Ele começa a bombear o
sangue entre o 24 e 25º dia.

- Na gastrulação as células da linha primitiva se diferenciam em mesenquimais e


migram para a região cefálica e lateral do disco. Aqui elas se diferenciam em
mesoderma cardiogênico, que forma no disco, na região cefálica uma estrutura
em formato de meia lua cardíaca que são as células cardiogênicas. Forma-se o
primeiro e o segundo campo cardíaco.

- A formação da área cardíaca primaria depende dos progenitores cardíacos,


que são células que migram da linha primitiva e se estabelecem na região
cefálica e lateral do disco formando a meia lua cardíaca formando o PCC e SCC.
Tem a formação da área cardíaca direita e esquerda.

-A via de lateralidade também está se estabelecendo nesse momento. E essa via


de lateralidade esquerda, especifica essas células que migraram da linha
primitiva, para formar o PCC e SCC em estruturas do lado direito e esquerdo do
coração.
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- Conforme as células migram e se estabelecem


formando a meia lua cardíaca, elas são especificadas em
estruturas do lado direto e esquerdo do coração. As
regiões especificas do coração (Átrios, ventrículo
esquerdo e parte do VD), essas estruturas são derivados
da área cardiogênica primaria, PCC. São influenciados
pela via de lateralidade esquerda (a via da serotonina). A
Via de lateralidade esquerda participa da especificação
das estruturas do lado direito e esquerdo do coração.

- Outros fatores de transcrição expressos nesse momento


também influenciam na formação das estruturas do coração, como BMP4,
activin, TFG- beta, fatores liberados pelo nó-primitivo.

- Outros fatores são Wnt1/3a, chordin, noggin, activin.

- No segundo campo cardíaco, participam da formação dessas estruturas, as


células da crista neural (células ectodérmicas) que migram a partir dos arcos
faríngeos, para a região cardíaca auxiliando na especificação das estruturas do
SCC. Sendo: porção do ventrículo direito, cone arterioso, tronco arterial (trato
de saída). Essas estruturas são derivadas do SCC, influenciadas pelas células da
crista neural que migram do ectoderma, passa pelos arcos faríngeos e se
estabelecem no SCC.

16º ao 18º dia


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As células da crista neural são muito sensíveis a ação de teratógenos.

- Qualquer fator que possa interferir na via de lateralidade esquerda pode


resultar em defeitos cardíacos.

- Qualquer fator que interfira nas células da crista neural e na via de lateralidade
esquerda, pode resultar em defeitos cardiogênicos.

- O gene chave do desenvolvimento cardíaco é o NKX-2.5. Ele é um gene bem


estabelecido, para definir todas as estruturas do coração. A ativação desse gene
é influenciada pela BMP4 e BMP2. A formação da meia lua cardíaca (PCC e SCC)
que vai originar todas as estruturas do coração, a formação da linha
cardiogênica é influenciada pela ativação do gene NKX-2.5.

- A BMP é expressa pelo endoderma que está sobrejacente. Ao mesmo tempo


que a BMP4 e BMP2 são expressas pelo endoderma, vai haver a inibição da via
WNT, porque a BMP ativa os genes que inibem essa via. Isso resulta na ativação
do gene NKX-2.5, que é a chave para o desenvolvimento cardíaco.

- Qualquer fator que afete a atuação desse gene NKX-2.5 leva a defeitos
cardíacos.

- Outros 2 genes importantes é o TBX5 e o gene GAT A4. O principal é o NKX-2.5,


mas esses também importantes. E, qualquer teratógeno que influencie na
atuação desses genes, leva a malformação cardíacas.

ANOMALIAS CARDIACAS

- As anomalias são multifatoriais, desencadeadas por múltiplos fatores. Grande


parte resulta de alterações genéticas, somadas a alterações ambientais.

- Qualquer fator que influencie na ativação desses genes e nas células da crista
neural, resulta em defeitos cardíacos.

- Teratógenos: vírus da rubéola, talidomida, ácido retinoico, álcool etílico,


doenças maternas (diabetes mellitus).

- Antidepressivos da classe dos inibidores seletivos receptação de serotonina


também são teratógenos e podem levar a malformações, inclusive cardíacas. A
vida de lateralidade esquerda é influenciada pela serotonina, qualquer fator que
possa influenciar na função da serotonina, leva a defeitos cardíacos.
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Sindrome de down

- Anomalia congênita múltipla

- Além das características clinicas, o


indivíduo tem alterações cardíacas.

Características clínicas

- Ponte nasal baixa

- Fendas palpebrais oblíquas para cima


(formato de meia-lua)

- Orelhas pequenas e dobradas

- Região maxilar e malar achatados

- Face arredondada

- Pescoço curto e pele redundante na nuca

- Braquicefalia (occipital achatado)

- Mãos e pés curtos e largos

- 50% dobra de flexão profunda nas palmas (linha


simiesca)

- Hipotonia (diminuição dos tônus musculares)

- Clinodactilia (desvio dos dedos)

- Orelhas baixo implantadas

- Aumento do espaço entre 1º e 2º artelhos

- Boca permanentemente aberta e língua protrusa

- Manchas de Brushfield (agregados de tecido conjuntivo – periferia da íris)

- Baixa estatura - Diástese de reto abdominal

- Microcefalia - Epicanto

- Fechamento tardio das fontanelas


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Alterações associadas

- Crianças com Síndrome de Down podem ser cardiopatas. Elas têm defeitos na
formação do canal átrio ventricular e defeitos no septo ventricular e essas
anomalias são causas de óbito para essas crianças.

- Alterações no sistema digestório (obstrução do duodeno, atresia do esôfago,


fístulas)

- Leucemias - Anomalias oculares

- Infecções respiratórias - Baixa fertilidade

- Perda de audição - Senilidade prematura (Alzheimer)

- Hipotireoidismo

- Hipoplasia da dentição, disposição irregular dos dentes

FORMAÇÃO DO CORAÇÃO

- Tem início com a formação


das áreas cardiogênicas
primarias e secundarias.
Algumas células do PCC e SCC
se diferenciam em células
endoteliais, em torno de 20
dias, tem-se a meia lua
cardíaca formada pela
migração das células da linha
primitiva. Algumas células
dessa lua se diferenciam em
células endoteliais que vão
formar o endotélio. Essas células formam dois tubos endocárdicos, um direito e
um esquerdo. Esses dois tubos são derivados das células endoteliais que se
diferenciaram a partir das células da meia-lua cardíaca.

- O coração é um derivado da fusão desses dois tubos cardíacos formados com


20 dias. Esses tubos se fusionam formando um tubo único endocárdico, que é o
coração.
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- Se continuarem os dois tubos isolados, eu tenho dois corações, e isso não pode
acontecer.

- Coração é um tubo bem primitivo, chamado de tubo cardíaco, formado da


fusão de dois tubos endocárdicos, formados a partir das células da meia lua
cardíaca. Conforme esse tubo se forma, as 3 regiões do coração já se específica:

 Endocárdio: camada mais interna


 Geleia cardíaca: é acelular, entre o endo e miocárdio e tem a função de
proteger essas camadas do coração
 Miocárdio: camada muscular
 Epicárdico: camada pericárdica.

- No 22º dia já se tem essas 3 camadas bem estabelecidas, essas camadas já


estão especificadas.

Dobramento cardíaco

- Esse tubo tem que sofrer um dobramento, tomando a forma normal do


coração. A medida que sofre
essa dobra ele especifica as
regiões de átrio e ventrículo.
Isso acontece com 22 dias.
Com esse processo as
câmaras, átrios e
ventrículos, vão tomar suas
posições normais.

- Com 24 dias tem a primeira


dobra e forma uma
estrutura em formato de C.
Com outra dobra, ele forma
uma estrutura em formato
de S e, com isso, átrios e
ventrículos vão tomando sua
posição espacial natural.
Como resultado final tem as
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4 câmaras cardíacas nas suas posições espaciais ideais. O dobramento em S


aparece em cerca de 29 dias.

- Com a dobra cardíaca:

 O bulbo cardíaco é deslocado caudalmente, ventralmente e para a direita


 O ventrículo primitivo é deslocado para a esquerda
 O átrio primitivo é deslocado dorsalmente e ventralmente

- Como resultado final as 4 câmaras cardíacas tomam as suas posições espaciais


corretas, ideais.

- Durante a especificação dessas estruturas há a via de lateralidade esquerda,


células da crista neural e outros fatores de crescimento atuando. Qualquer fator
que agir, interferir nessas vias, vão gerar problemas.
Um exemplo são os pacientes com dextrocardia
(quando essa dobra cardíaca não acontece de forma
adequada e o dobramento do tubo cardíaco é
invertido). Ela isolada, só o dobramento de
forma invertida, não tem clínica para o
paciente. Quando o paciente tem
dextrocardia e defeito funcional (envolvendo
valvas) do coração, ele tem clínica. É uma
alteração estrutural somente do coração.

- Já a heterotaxia (situs inversus) são pacientes que tem a


determinação anormal do eixo direito e esquerdo de todos os
elementos do tórax e abdome, incluindo o coração. Envolve mais órgãos que
estão em uma posição contraria.

Septação do coração

- Até o momento, formou-se um tubo único, já


dobrado. Mas esse tubo único ainda não tem
septo. Existe um átrio e um ventrículo em comum,
um único átrio e um único ventrículo.

- A próxima fase é a chamada septação. Isso


envolve a formação de paredes, que são
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chamadas de septos. Vários septos vão se formar e vão dividir o coração em


seus átrios e ventrículos.

- Com esse processo o átrio primitivo se divide em átrio direito e esquerdo e o


ventrículo primitivo se diferencia em ventrículo direito e esquerdo. Além disso,
a formação do trato de saída do coração, envolve a formação de paredes
(septos).

28º a 37º dia

- A formação desses septos


envolve a formação dos coxins
endocárdicos (tecido conjuntivo)
que são os próprios septos
formados no átrio e no
ventrículo.

- Com 28 dias, algumas células


endocárdicas se diferenciam em
células mesenquimais, essas se
diferenciam em tecido
conjuntivo que são os próprios
coxins endocárdicos.

- Forma-se nos tubos, saliências


de coxins endocárdicos na
região atrioventricular e na região do tronco também se formam saliências de
coxins endocárdicos. Então existem coxins endocárdicos atrioventriculares
(coxin endocárdico dorsal e ventral) e outros que se formam na região do
tronco do coração (coxins conitronco).

- Até o 37º dia esses coxins já se formaram.

DIVISÃO DO ÁTRIO

- A septação do átrio, divide um átrio comum em átrio direito e esquerdo.

- Acontece na quarta semana e envolve a formação de vários septos: septo


primário, espinha vestibular (ou atrial) e o septo secundário.

Septo primário
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Durante a 5ª semana uma crista de coxins se forma na parte superior do átrio


comum e essa parede de coxins tem um formato de foice. Essa primeira crista
de coxins que se forma é o chamado septo primário, é a primeira porção dele.

- Essa crista de coxins endocárdicos com formato de foice, cresce em sentido a


encontrar com outro
septo que está se
formando que é septo
atrioventricular.

- Como ele tem


formato inicial de
foice, ele tem um
orifício. Quando essa
porção do septo
encosta com o septo
atrioventricular ele
deixa um orifício,
chamado de forame primário, ou óstio primário.

- Esse septo primário já começa a separar o átrio em direito e esquerdo.

- Esse forame primário, presente no septo primário, não pode persistir. Ele tem
que se fechar, obliterar (desaparecer). Conforme o septo secundário se forma,
esse forame primário, se fecha. Então, até que o septo secundário se forme,
esse forame primário é preenchido, esse óstio primário é provisório, depois ele
se fecha, ele oblitera (é preenchido).

Septo secundário

- Se forma igual o primário: é uma crista de coxin endocárdio que se projeta


imediatamente ao lado do septo primário, também tem formato de foice e
também cresce em direção ao septo atrioventricular que também está em
formação. Quando ele encosta
completamente no atrioventricular,
forma uma outra parede, separando os
átrios em direito e esquerdo.

- Até que essa parede se encoste na


margem de crescimento do septo
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

atrioventricular, ele também deixa outro forame, óstio. Chamado de forame ou


óstio oval.

- Até esse momento tinha o septo primário formado com o óstio primário
obliterado. Agora tem o septo secundário e o óstio oval. Ao mesmo tempo, no
septo primário começa a acontecer apoptose, morte celular. Isso vai gerando
orifícios que, inicialmente, são isolados. Depois eles se anastomosam formando
o óstio ou forame secundário.

- Concluindo: O primeiro septo a se formar é o primário, que tinha o forame


primário que é provisório e desaparece, ele oblitera. No septo primário começa
a haver morte celular e, com isso, começa a formar orifícios isolados que se
anastomosam e formam o forame secundário.

 Septo primário tem o forame secundário.


 Septo secundário tem o forame oval.

- Nesse momento, há duas paredes, dois septos que separam complemente o


átrio direito do átrio esquerdo. O septo secundário é espesso e muscular,
enquanto que o primário é mais fino.

- Durante toda a vida intrauterina, a partir desse momento, o sangue flui do


átrio direito e esquerdo, diretamente, sem passar pelos ventrículos. Até o
nascimento, até a primeira respiração do bebe pós-natal, a circulação do feto, o
sangue passa do átrio direto para o átrio esquerdo diretamente, sem passar
pelos ventrículos. E o sangue passa por dois forames presentes no septo
secundário e primário: forame oval e forame secundário.

- Os dois septos trabalham em conjunto, em equilíbrio, permitindo que o sangue


passa diretamente de um átrio para o outro, sem retornar.

- Logo ao nascimento, com a primeira respiração da criança, tem um


fechamento da comunicação entre esses átrios, entre esses septos. O forame
oval e secundário devem se fechar após o nascimento. Esses óstios são
preenchidos ou isso causa uma anomalia.

- Tem crianças que o forame oval (presente no septo secundário), ele fica
patente, não é preenchido e permanece a comunicação entre os átrios após o
nascimento.
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Espinha vestibular ou espinha atrial

- É o terceiro septo a se formar.

- Também é formada a partir de coxins e é uma terceira parede que se forma


para dividir o átrio em direito e esquerdo.

Septo atrioventricular

- Ao mesmo tempo, na sexta semana, tem a divisão do canal atrioventricular


direito e canal atrioventricular esquerdo. Esses canais se formam da fusão dos
coxins.

- A fusão dos coxins atrioventricular direito e esquerdo forma o septo


atrioventricular que vai dar origem ao canal atrioventricular direito e canal
atrioventricular esquerdo.

- Esse septo atrioventricular se forma na 6ª semana, através da fusão completa


dos coxins atrioventricular direito e esquerdo. Esse septo também é chamado
de septo intermediário.
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- Então o coração nessa fase já tem o átrio dividido em direito e esquerdo. Já


tem também o canal atrioventricular direito e esquerdo, devido a formação do
septo intermediário.

DIVISÃO DO VENTRÍCULO

- Também acontece na 4ª semana

- Ao mesmo tempo, tem a formação das valvas atrioventriculares (valva


bicúspide e tricúspide). Ocorre ente a 5ª e 8ª semana de desenvolvimento

- Essas valvas também são derivadas de coxins endocárdicos que se forma na


região entre átrio e ventrículo formando as valvas atrioventriculares.

- Não é bem especificado a formação dessas valvas. O que se sabe é que 4


coxins endocárdicos se fixam na borda dos canais atrioventriculares direito e
esquerdo, e a
partir disso,
forma-se as
valvas
bicúspide
(mitral) e
tricúspide.

- A valva
atrioventricular esquerda (valva bicúspide ou mitral), tem as válvulas anterior e
posterior.

- A valva atrioventricular direita tem a valva anterior, posterior e a partir do


terceiro mês tem a 3ª válvula. São valvas finas, pontiagudas, em formatos de
foice.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Septação do ventrículo

- Na 4ª semana o ventrículo único se divide através de um septo


interventricular, em
ventrículo esquerdo e
direito. O defeito
envolvendo esse septo é
o defeito cardíaco mais
comum.

- O septo interventricular
tem duas porções: uma
membranosa e outra
muscular:

 Membranosa
 Muscular

Porção membranosa

- Porção superior do septo

- Formada da fixação de coxins nessa região superior, tanto do lado direito


quando esquerdo. Esses coxins endocárdicos direito, esquerdo e central se
fusionam nessa região. Eles deixam um forame ou óstio interventricular, que é
transitório que desaparece com a fusão desses coxins, que origina a porção
membranosa do septo, obliterando esse forame. O defeito mais comum é a
persistências desse forame, porque não fecha a porção membranosa desse
septo interventricular.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Porção muscular

- Porção inferior do septo

- É a porção mais espessa.

- É derivado de miócitos que se proliferam e dão origem a porção muscular que


é mais espessa.

Defeito do septo interventricular

- Muito comum

- A fusão dos coxins não se completa e o foram permanece com isso vai haver
um desvio do sangue da esquerda para a direita e isso resulta em cianose e
insuficiência cardíaca.

- Corresponde a 25% das anomalias cardíacas congênitas em crianças

FORMAÇÃO DAS TRABÉCULAS MIOCÁRDICAS CARDÍACAS

- As trabéculas miocárdicas derivam de cardiomiócitos. A camada muscular do


coração, que é compacta, é formada por uma multicamada em trabéculas
miocárdicas.

- Na 4ª semana, os cardiomiócitos se diferenciam, proliferam, formando


trabéculas. A expansão clonal (proliferação) desses cardiomiócitos, resulta em
uma camada compacta, multicamada, dando origem as trabéculas miocárdicas.

- Há a formação das folhas


trabeculadas e fenestradas que
são sulcos miocárdicos,
derivados dos cardiomiócitos.

SEPTAÇÃO DO TRONCO
ARTERIAL E DO CONE
ARTERIOSO

- Também acontece a partir dos coxins, que se formam na região do cone


arterioso e do tronco arterial, dividindo-os.

Tronco arterial
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- A septação do tronco arterial se dá a partir de coxins que se formam na região


do tronco, dividindo-o em canal aórtico e canal pulmonar, por meio de um
septo aorticopulmonar.

- O septo aorticopulmonar se forma a partir de coxins que se formam na região


do tronco arterial. Duas cristas de coxins se formam nessa região, elas se
fusionam e essa fusão forma esse septo. Esses coxins são chamados de cristas
do tronco. Existe a crista direita que é superior e a crista inferior que é
esquerda. Essas duas cristas vão se fusionar, crescem nas paredes do trato de
saída, em sentido contrário, formando um septo único na região central,
separando o tronco em canal aórtico e canal pulmonar. Forma o septo do
tronco cônico que é o septo aorticopulmonar.

Cone
arterioso

- O cone arterioso também deriva de coxins, da mesma forma que o tronco.


Também é dividido por meio de cristas. Forma-se dois coxins, cristas que se
dilatam, aumentam, crescem uma em direção a outra e vão se fusionar, se unir
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

com o septo do tronco e origina a porção antero-lateral que é o trato de saída


do VD, e na porção postero-medial forma o trato de saída do VE.

- As células da crista neural migram do


rombencéfalo através dos arcos faríngeos e se
estabelecem na região do trato de saída do
coração. Nesse lugar ela contribui com a
formação dos coxins que vão septar o cone
arterioso e o tronco arterial.

- Resumindo: os coxins são derivados de dois


tecidos: das células da crista neural e das células
endocárdicas, que se diferenciam em células
mesenquimais e essas se diferenciam em tecido
conjuntivo que é o próprio coxin.

VALVAS

SEMILUNARES
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Estão situadas em cada ventrículo.

- As valvas são derivadas de coxins que se formam ao redor de cada ventrículo,


ou seja, eles se desenvolvem, eles brotam a partir dos orifícios do canal aórtico
e canal pulmonar. Esses brotamentos de coxins endocárdicos (coxins
subendocárdicos) são chamados de seios semilunares. Esses coxins
desenvolvem-se a partir de 3 brotamentos de tecido subendocárdico, formados
ao redor dos orifícios da aorta e tronco pulmonar e são chamados de seios
semilunares. Eles passam por um processo de cavitação, e se diferenciam, se
remodelam para formar 3 cúspides que formam as valvas semilunares. Essas
valvas semilunares também são valvas foliadas, cúspide significa pontiagudo.
Então elas também são valvas pontiagudas que se formam em cada ventrículo,
ou seja, ao redor do canal da aorta e da artéria pulmonar.

- Resumindo: as valvas semilunares são derivadas dos coxins subendocárdicos


que formam os seios semilunares, que sofrem uma cavitação e se tornam
pontiagudos que são a própria valva semilunar.

20/05/2020 – Circulação fetal


- A circulação fetal é diferente da circulação pós-natal, pois algumas estruturas
importantes nesse período fetal, não são mais necessárias após o nascimento.
Essas estruturas são:

 Ducto venoso  Duas artérias umbilicais


 Ducto arterioso  Forame oval
 Veia umbilical  Forame secundário

- Então, após o nascimento essas estruturas deixam de ser importantes e


sofrem obliteração.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Se o forame oval persistir fica um orifício, e é chamado de forma oval patente

DUCTO VENOSO

- É um canal que conecta a veia umbilical esquerda e a veia cava inferior do feto.
Inicialmente, o feto tem veia umbilical direita e esquerda e na 7ª semana a
direita oblitera, ficando só a esquerda.

- O ducto venoso desvia a maior parte do sangue que vem da placenta, da veia
umbilical, para o coração através da veia cava inferior. Uma menor quantidade
desse sangue passa para o fígado pelos sinusoides hepáticos.

- Após o nascimento esse ducto venoso oblitera e se diferencia no ligamento


venoso.

VEIAS UMBILICAIS

- Inicialmente, o feto tem veia umbilical direita e esquerda e na 7ª semana a


direita oblitera, ficando só a esquerda.

- Após o nascimento, a
veia umbilical
esquerda também
oblitera e dá origem
ao ligamento redondo
do fígado.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

VEIAS CARDINAIS

- O principal sistema de drenagem venosa do embrião e feto é formado pelas


veias cardinais.

- Inicialmente existem as veias cardinais anteriores (drenam a porção cefálica) e


posteriores (drenam a porção caudal). Elas se unem às veias cardinais comuns e
entram no seio venoso. Durante a 5ª e 7ª semana nós vamos ter:

 Veias subcardinais: drenam principalmente os rins


 Veias sacrocardinais: drenam as extremidades inferiores (região sacral)
 Veias supracardinais: vão drenar toda a cavidade corporal através das
veias intercostais.

SISTEMA VENOSO

- Formado a partir da 5ª semana

- 3 sistemas são reconhecidos:

 Sistema viloso vitelínico: retorna o sangue pobre em oxigênio da vesícula


umbilical, ele se diferencia no sistema portal
 Sistema cardinal: retornam o sangue pobre em oxigênio do corpo do
embrião, ele se diferencia no sistema caval
 Sistema umbilical: transportam o sangue rico em oxigênio do saco
coriônico (placenta), essa veia umbilical desaparece ao nascimento.

ARTERIAS VITELÍNICAS

- Inicialmente irrigam a vesícula vitelínica, existem 3 derivados das artérias


vitelínicas que permanecem:

 Tronco celíaco arterial: é um


derivado das artérias vitelínicas
e irrigam o intestino anterior.
 Artéria mesentérica superior :
irriga a porção média do
intestino
 Artéria mesentérica inferior :
irriga porção inferior do
intestino
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

CIRCULAÇÃO FETAL

- O sangue flui da placenta, que contém o sangue materno.

- A placenta está ligada à mãe através da decídua que possui pelo menos 80-100
artérias responsáveis por irrigar a placenta. A placenta é irrigada por sangue
materno que percorre entre os cotilédones. Esse sangue materno não se
mistura ao sangue fetal, porque o sangue fetal vem através das artérias e traz o
sangue pobre em oxigênio e nutrientes, porque o sangue rico em nutrientes flui
através da veia umbilical.

 Veia umbilical: transporta sangue rico em nutrientes, esse sangue passa


pelo ducto venoso e vai para o coração pela veia cava inferior.

- O sangue fetal que chega até a região da placa coriônica, não mistura com o
sangue materno. Quem separa esses dois sangues é o sincício. O sangue fetal
não toca no sangue materno graças ao sincício.

- Na árvore vilosa acontece trocas: o sangue pobre em nutrientes capta os


nutrientes (hormônios, proteínas) e oxigênio da arvore vilosa por difusão.
Captando isso, e esse sangue vai ser direcionado através da veia umbilical, em
alto fluxo, e chega até o ducto venoso onde cai na veia cava inferior.

- O sangue da placenta, oxigenado (tem 80% de saturação de oxigênio) e é rico


em nutrientes. Esse
sangue flui, sobre alta
pressão, através da veia
umbilical esquerda.
Passando por essa veia,
ele chega até o ducto
venoso. Aqui, grande
parte do sangue vai
para a veia cava inferior
e uma menor parte
desse sangue passa
pelos sinusoides
hepáticos, banha o
hepatócito, e depois
também cai na veia
cava inferior.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Na veia cava inferior, esse sangue vai chegar até o átrio direito. No átrio
direito, a maior parte desse sangue é mandado diretamente para o átrio
esquerdo, sem passar pelos ventrículos. Isso acontece através do forame oval e
do forame secundário. Os septos primário e secundário trabalham de forma
balanceada, permitindo que o sangue passe diretamente do átrio direito para o
átrio esquerdo e não há o retorno porque eles trabalham de forma balanceada,
não permitindo esse retorno de sangue.

- Um pequeno volume do sangue do átrio direito não consegue fazer esse


percurso, porque na margem inferior do septo secundário existe uma região
mais larga chamada de crista dividens que segura uma menor quantidade desse
sangue no átrio direito, esse sangue permanece ali no AD.

- Grande parte do sangue passa do átrio direito para o átrio esquerdo. Do AE o


sangue vai para o VE, ele flui para o VE. Do VE ele flui através da aorta
ascendente e, uma vez na aorta ascendente, as primeiras ramificações da aorta
são as artérias carótidas e coronárias, assim ele banha primeiro o cérebro
(sistema nervoso) que recebe sangue bem oxigenado.

- Nós temos dois esfíncters que estão presentes entre o ducto venoso e a veia
umbilical e outro presente no ducto arterioso.

 Ducto venoso

- Quando o sangue vem da placenta pela veia umbilical e chega no fígado,


há um mecanismo de esfíncter.

- Esfíncter é uma abertura entre o ducto venoso e veia umbilical. Ele tem
um mecanismo de abrir e fechar, e ocorre para impedir que o sangue que
vem da veia umbilical passe muito rapidamente pelo coração, evitando
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

uma sobrecarga cardíaca. Esse esfíncter fecha a entrada da veia e ducto


venoso para evitar uma sobrecarga repentina de sangue no coração do
feto.

- O sangue dessaturado que volta do encéfalo, retorna através da veia cava


superior, chegando no AD. Pelo AD, ele flui para o VD. Pelo VD ele pode seguir 2
caminhos:

 10% desse sangue (uma menor quantidade) passa pelo tronco pulmonar
e vai para os pulmões, ou seja, o fluxo de sangue pulmonar durante o
período intrauterino é baixo. A resistência pulmonar é alta e o fluxo de
sangue é baixo para os pulmões.
 90% desse sangue (a maior parte desse sangue) flui através do ducto
arterioso e é desviado para a aorta descendente, até chegar nas artérias
umbilicais.

- Das artérias umbilicais, esse sangue chega de volta na placenta e esse ciclo se
repete.

- Quando chega até as artérias umbilicais:

 A maior parte desse sangue (65% dele) passa para as artérias umbilicais e
retorna à placenta.
 35% banha o restante do corpo: vísceras (órgãos abdominais) e a parte
inferior do corpo.

- O sangue bem oxigenado, passando pelo coração, vai para o cérebro (SN). E o
dessaturado vai oxigenar o restante do corpo do embrião: pulmões (recebe
pouco), vísceras e parte inferior do corpo.

- O ciclo permanece dessa forma durante todo o período intrauterino. Precisa


de veia umbilical, ducto venoso, forame oval e secundário, ducto arterioso,
artérias umbilicais e depois elas obliteram.

Misturas de sangue (entre sangue oxigenado e sangue menos oxigenado)

I  A primeira mistura de sangue acontece quando o sangue entra nos


hepatócitos pelos sinusoides hepáticos. O sangue que chega se mistura com o
sangue da circulação porta. Essa primeira mistura acontece entre o sangue
oxigenado com o não oxigenado, o sangue portal.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

II  Uma secunda mistura de sangue acontece na própria região da veia cava


inferior. Durante o percurso do sangue na veia cava inferior, vai ocorrer a
segunda mistura de sangue. O sangue da placenta se mistura com o sangue não
oxigenado que retorna dos membros inferiores, abdome e pelve.

III  A terceira mistura acontece com o sangue que permaneceu no átrio. O


sangue que permaneceu no átrio se mistura com o sangue dessaturado que
retorna da cabeça e dos braços através da veia cava superior.

IV  A quarta mistura acontece no átrio esquerdo. O sangue oxigenado se


mistura com o sangue dessaturado que retorna dos pulmões.

V  A quinta mistura acontece na aorta descendente. Durante o trajeto do


sangue na aorta, ele se mistura com o sangue que retorna da aorta proximal.

ALTERAÇÕES AO NASCIMENTO

- Com a primeira respiração da criança após o nascimento e cessação do fluxo


placentário (corte do cordão umbilical) vai haver uma expansão dos pulmões
que começam a funcionar. E algumas estruturas se tornam desnecessárias:

 Veia umbilical oblitera e se diferencia no ligamento redondo hepático


 Ducto venoso oblitera e se diferencia no ligamento venoso.
 Ducto arterioso oblitera e se diferencia no ligamento arterioso
 Forame oval e secundário obliteram, se fecham
 Artérias umbilicais obliteram e se diferenciam em artéria vesical superior
e a porção inferior oblitera formando o ligamento arterial médio
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

DUCTO ARTERIOSO

- Não e mais necessário, oblitera.

- Inicialmente ele se oblitera funcionalmente, se fecha e impede o fluxo de


sangue, logo após o nascimento. Estruturalmente, anatomicamente, esse
fechamento se dá na 12ª semana, até o seu fibrosamento, formando o
ligamento arterioso.

- Tem crianças que esse ducto persiste, se tornado patente.

Ducto arterioso patente

- É um defeito congênito, muito comum que está associado a mães que foram
infectadas com a rubéola. Provavelmente, o vírus da rubéola, impede a
obliteração desse ducto.

- Está relacionado a bebes prematuros (menos de 28 semanas e com baixo


peso)

- Bebes que vivem em altitudes mais elevadas, a hipóxia pode estar relacionada
a isso.

- Quando tem a permanência desse ducto, o sangue é desviado da aorta para a


artéria pulmonar: metade do débito do ventrículo esquerdo é desviado através
do ducto arterioso persistente, isso é um trabalho extra para o coração e leva ao
aumento do débito cardíaco, a uma hipertrofia.

- Base embriológica:

 Falha do ducto arterioso involuir e formar o ligamento arterioso após o


nascimento (esse ducto não involui, não oblitera).
 Falha na indução do TGF após o nascimento.

DUCTO VENOSO

- Oblitera dando origem ao ligamento venoso

VEIA UMBLICAL

- A porção intra-abdominal da veia se


diferencia em ligamento redondo do fígado
(Ligamentum teres).
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Porções distais (intra-abdominais) obliteram e se diferenciam nos ligamentos


umbilicais mediais.

- Porções proximais persistem como artérias vesicais superiores e ilíacas


internas.

FORAME OVAL E SECUNDÁRIO

- Oblitera, se persistir é chamado de forame oval/secundário patente.

- Funcionalmente ele se fecha logo após o nascimento. Com a primeira


respiração da criança há uma mudança de pressão entre os átrios e essa
mudança faz com que os forames oval e secundário se fechem, obliterem.

- O fechamento anatômico se completa no terceiro mês de vida pós-natal. Ele se


fecha por proliferação de tecido (para obliterar) e por adesão do septo primário
à margem direita do septo secundário. Logo após o nascimento, com a
diferença de pressão entre os átrios, o septo primário se comprime ao
secundário e isso fecha os forames.

- Forma o assoalho da fossa oval e


uma prega arredonda, chamada de
limbo da fossa oval.

- Se os forames não se fecharem,


vai haver um refluxo de sangue da
esquerda para a direita e isso leva
a formação de coágulos que
podem chegar ao encéfalo e gerar
um AVC.

TETRALOGIA DE FALLOT

- A criança tem uma cianose extrema, que é uma coloração azulada do tecido
por falta de oxigênio.

- Ocorre de 7 a 10% dos casos de crianças com anomalias congênitas.

- São 4 defeitos congênitos:


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Grande defeito no septo interventricular: há uma obstrução do fluxo de


saída do VD
 Hipertrofia ventricular direita (aumento do VD)
 Estenose da artéria pulmonar: estenose é uma redução do fluxo da
artéria que fica mais estreita e tem vários graus de estenose. Quanto
maior o grau de estreitamento, pior é e isso gera obstrução do fluxo do
VD. Além disso, o tronco pulmonar é pequeno e isso causa atresia
pulmonar e o bebe fica azul (cianose) tem que fazer correção cirúrgica
senão ele vai a óbito.
 Dextroposição da aorta: o arco aórtico está para a direita. Isso é chamado
de cavalgamento da aorta sob o septo interventricular, gerando cianose
extrema.

Anomalias associadas

1. Arco aórtico à direita (25%). 4. Presença de vasos colaterais


aorticopulmonares.
2. Anatomia anormal das artérias
coronárias (5%). 5. Persistência do ducto arterioso.

3. Estenose dos ramos da artéria 6. Defeito do septo atrioventricular.


pulmonar.
7. Defeito do septo atrial.

8. Regurgitação da válvula aórtica.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Sintomas

- Cianose.

- Dispneia durante a refeição.

- Déficit de crescimento.

- Crises hipercianóticas (episódios súbitos e potencialmente letais de cianose


grave).

Diagnóstico

- Anamnese e exame físico.

- Radiografia de tórax: coração em forma de bota, o segmento principal da


artéria pulmonar côncavo e acentuada diminuição da trama vascular pulmonar.
Há arco aórtico à direita em 25% dos casos.

- ECG (ecocardiograma bidimensional com Doppler colorido): hipertrofia


ventricular direita e também pode exibir hipertrofia atrial

25/05/2020 – Sistema Urinário


- Todos os sistemas do embrião são derivados do mesoderma intermediário. Os
sistemas urinários e genitais desenvolvem simultaneamente. Mas o primeiro
que se desenvolve é o urinário. Eles estão intimamente relacionados.

- Inicialmente, 3 sistemas urinários são formados no embrião. O primeiro que


aparece é pronefro (é rudimentar e não é excretor), mesonefro (tem função
excretora, a partir da 9ª semana ele já funciona, o feto passa a ter atividade
urinária), metanefro (rim permanente).

PRONEFRO

- Aparece no início da quarta semana, na região da nuca do


embrião.

- Ele é bem rudimentar, não tem atividade funcional.

- É o precursor dos outros sistemas que vão aparecer.

- Na quarta semana o mesoderma intermediário se diferencia


em pronefro na região da nuca do embrião.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Ele precisa se especificar, aprimorar pois não é funcional

- No final da quarta e início da quinta semana ele entra em degeneração, e o


mesoderma intermediário se diferencia em mesonefro.

MESONEFRO

- O pronefro se degenera quase todo e o mesoderma intermediário da origem


ao mesonefro.

- Forma-se dois ductos mesonefricos, um de cada lado do embrião, porque


temos dois rins. As suas extensões
correspondem aos túbulos mesonefricos.

- Mesonefro vai da região da nuca do


embrião até a região da cloaca. Dois ductos
mesonefricos formam, um de cada lado,
com seus túbulos mesonefricos e vai da
nuca até a cloaca. Esse processo acontece
no final da 4ª e início da 5ª semana.

- É um órgão excretor, que funciona assim


até o final da gestação. Ele é temporário,
depois do nascimento ele não funciona
mais.

- Os túbulos mesonefricos (cada extensão, formada por vários ductos


mesonefricos), degeneram ao final do terceiro trimestre nos meninos e
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

diferenciam nos ductos eferentes dos testículos. Então, os ductos eferentes dos
testículos são derivados dos túbulos mesonefricos.

- Algumas estruturas urinarias vão contribuir para formar algumas estruturas


genitais, por isso esses sistemas estão intimamente ligados.

METANEFRO

- No início da quinta semana aparece o metanefro que é o rim permanente. Ele


se torna funcional a partir da 9ª semana.

- É constituído de uma extensão do mesonefro. Um mesoderma intermediário


se deposita a frente do divertículo urinário que se formou na região próxima a
cloaca do mesonefro. Forma um aglomerado de mesoderma intermediário
chamado de blastema metanéfrico.

- O metanefro é constituído de duas porções:

 Um divertículo (projeção) do mesonefro que


aparece na região da cloaca e é o broto
uretérico. Um fator que induz a formação do
divertículo no mesonefro é o GNDF, ele é
expresso pelo mesoderma metanéfrico que
origina essa ramificação e o crescimento do
broto uretérico (divertículo do broto
mesonefrico).
 Um mesoderma intermediário (mesênquima)
que se deposita a frente desse broto uretérico
e se diferencia em blastema metanefrogênico
ou metanéfrico.

- Metanefro é broto uretérico + blastema


metanefrogênico.

- Metanefro é o nosso próprio rim. É o rim permanente. Pronefro e mesonefro


degeneram ou diferenciam em outras estruturas.

- Todas as estruturas dos rins vão surgir do broto uretérico e do blastema


metanefrogênico. Existe um fator de crescimento envolvido nessas estruturas, o
WT1, ele é expresso pelo gene WT1, que é o gene supressor de tumor de Wilms.
Isso é importante porque um dos tumores mais frequentes em crianças é o
tumor de Wilms que é um câncer renal.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

BROTO URETÉRICO

- Começa a crescer, conforme ele cresce ele forma uma ramificação na sua
superfície. Essa ramificação única na sua porção cefálica, conforme cresce, vai
penetrando no blastema metanefrogênico. Com 16 semanas esse broto
uretérico se diferencia em ureter.

- Ele cresce na região cefálica e também na região inferior, o pedículo. Broto


cresce inteiro.

- A porção cefálica vai diferenciar na pelve renal e o pedículo é o ureter.

- Ureteres correspondem ao pedículo do broto uretérico que cresceu,


aumentou.

- A pelve renal desenvolve a partir do crescimento da região cefálica do


divertículo uretérico.

- Na região da pelve renal, cada ramificação que forma essa pelve, vai sofrendo
novas ramificações e se estendendo. Cada ramificação vai formar um túbulo
coletor arqueado e o túbulo coletor reto. Forma-se os túbulos coletores.

- Os túbulos coletores surgem da ramificação da região cefálica da pelve renal


que vai dar origem a inúmeros túbulos coletores (retos e arqueados).
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Dois fatores de sinalização importantes para induzir a formação desses túbulos


coletores é a BMP7 e a Wnt-4 (que produz a proteína catenina, importante na
diferenciação dos túbulos coletores)

- A partir do momento que formou os ductos falta só formar os cálices maiores


e menores, que também surgem a partir da pelve renal.

- Os túbulos coletores retos, sofrem novas ramificações. Várias ramificações


surgem e essas ramificações se anastomosam, fusionam. Inicialmente formam
16 ramos que vão coalescer (fusionar) dando origem de 2 a 4 cálices maiores,
que são os primeiros a se formar. Imediatamente, surgem os cálices menores.
Os cálices maiores são derivados de ramificações dos ductos coletores retos. Na
sétima semana já tem os cálices menores, que surgem da ramificação dos
túbulos coletores retos e a anastomose desses ramos vai dar origem aos cálices
menores. São 4 gerações de ramificações dos túbulos coletores retos que vão
dar origem aos cálices.

Resumindo: o metanefro é o rim permanente, originado do broto uretérico e do


blastema metanéfrico.

- Do broto uretérico surgiram 5 estruturas:

 O pedículo do broto cresce e se diferencia nos ureteres (2 ureteres


porque há 2 pedículos)
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 A porção cefálica forma a pelve renal


 Projeções/ramificações da pelve renal formam os túbulos coletores
(região arqueada e reta)
 A partir de ramificações dos túbulos coletores retos vão dar origem aos
cálices maiores e por último aos cálices menores.

- Então, as estruturas derivadas do broto uretérico são 5: ureteres, pelve renal,


túbulos coletores (arqueado e reto) e os cálices maiores e menores.

- Com isso, já se tem metade do rim formado.

BLASTEMA METANEFROGÊNICO

- Na 10ª semana, o mesoderma intermediário se condensa na ponta do túbulo


coletor arqueado e na sua superfície é formado o blastema metanefrogênico
que vai se proliferar e organizar formando uma vesícula chamada de vesícula
néfrica que vai dar origem a todas as estruturas que faltam no rim, originando o
nefro. Essa vesícula aumenta, prolifera e vai dar origem aos outros túbulos, o
túbulo metanéfrico que possui várias porções.

- A partir da vesícula néfrica forma-se o túbulo metanéfrico que vai originar ao


glomérulo, cápsula de Bowman, túbulo contorcido distal, alça de Henle, túbulo
contorcido proximal até chegar na capsula de Bowman e glomérulo, com isso
tem o néfron formado.

- O néfron são os túbulos contorcidos proximais, túbulos contorcidos distais,


alça de Henle, glomérulo e a cápsula de Bowman. Todas essas estruturas são
derivadas do blastema metanéfrico que se diferenciou em uma vesícula e esta
se projetou até dar origem em todos esses túbulos.

- Então, tem-se o túbulo


urinífero formado, que é a
unidade funcional do rim.

- Então, do blastema
metanefrogênico tem o néfron
formado e do broto uretérico
se formam os túbulos
coletores e as outras
estruturas.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Entre a 10ª e a 18ª semanas o número de glomérulos aumenta acompanhando


o crescimento do feto. E, até a 32ª semana atinge o máximo do seu
crescimento.

- Cada rim contém aproximadamente 2 milhões de néfrons.

- Os rins fetais são divididos em lobos que desaparecem ao final do primeiro ano
acompanhando o crescimento da criança.

- Os rins inicialmente se formam na região pélvica porque o embrião, o feto é


curvo. Conforme ele cresce, ele vai se tornando mias alongado. O crescimento
do feto faz com que os rins ascendam para a região lombar. Essa ascensão
acontece pela diminuição da curvatura corporal e crescimento do corpo nas
regiões lombar e sacral. Mas existem crianças que somente um rim ascende, ela
persiste com um rim pélvico. Isso é uma modificação anatômica, posicional e
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

não atrapalha o funcionamento do rim, a não ser que ele tenha um problema
funcional. Outras crianças conforme o rim ascendente, eles se fusionam e
formam o rim ferradura que também não tem defeito funcional, é somente
morfológico porque todas as estruturas formadas são funcionais. No ultrassom
dá para ver se os rins são lombares ou se há rim pélvico ou ferradura. As vezes
isso é descoberto somente na vida adulta porque eles funcionam normalmente.

BEXIGA E URETRA

- Entre a 4ª e 7ª semana tem a formação da cloaca. O mesoderma desce para a


região inferior do corpo e forma um septo, chamado de septo urorretal que
separa as estruturas urinárias (seio urogenital) do reto (cloaca – canal
anorretal). Essa região é o períneo (corpo perineal).

SEIO UROGENITAL

- Alantoide é uma estrutura ligada a essa região de mesoderma que é a própria


bexiga.

- Então o seio é composto de 3 porções, todas derivadas do mesoderma


intermediário:

 Porção vesical: pega toda a região anterior ou superior, é onde está o


alantoide (que está ligado ao cordão umbilical).
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Porção pélvica: é a porção


medial, onde está localizada a
bexiga. No embrião menino,
essa região dá origem à
próstata e a porção
membranosa da uretra.
 Porção fálica: região posterior,
onde se formam as estruturas
genitais

- Inicialmente, existe o alantoide, mas ele fibrosa e se diferencia no úraco. Após


o nascimento, o úraco se diferencia no ligamento umbilical médio.

Bexiga

- Os ductos mesonefricos e os ureteres sofrem uma extrofia entre a 4ª e 6ª


semana na parede da bexiga.

- Vai acontecer uma extrofia: os ductos e os ureteres vão migrar na parede da


bexiga e vão se posicionar na parte dorsal da bexiga. Conforme eles migram,
forma-se um tecido conjuntivo na parede dorsal da bexiga. Essa região de tecido
conjuntivo é uma região triangular chamada de trígono. Isso é o chamado
trígono da bexiga. Trígono porque tem 3 vértices. Essa região é muito propensa
a infecções urinárias, pois nessa região tende a permanecer bactérias e gerar
infecções.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

GLANDULA SUPRARRENAL

- Aparece na 5ª semana.

- É um órgão endócrino importante para o nosso metabolismo. É derivado do


mesoderma intermediário adjacente ao rim em desenvolvimento.

- Ela é formada pelo epitélio celômico que esta adjacente a crista gonadal que
se prolifera e forma um grupo de células que sofre uma delaminação. Esse
mesoderma intermediário induz o epitélio celômico (que é uma cavidade)
adjacente à crista gonadal proliferar e formar um grupo de células que sofre
delaminação (um grupo de célula se diferencia em dois tecidos). Com isso,
forma-se duas lâminas de tecidos que vão penetrar no mesoderma adjacente.
Um dos tecidos correspondem a um grupo de células grandes que são
acidófilas. Essas células acidófilas dão origem às células corticais da glândula
suprarrenal. Forma o córtex fetal da glândula suprarrenal. O outro grupo de
células prolifera e forma um outro córtex mais fino, chamado de córtex
definitivo da glândula suprarrenal. Ele envolve quase o todo o outro córtex que
se desenvolveu (córtex fetal).

- As células da crista neural migram, penetram por entre esses córtex fetal em
desenvolvimento. Essas células se diferenciam em células cromafins. Essas
células são neurônios simpáticos pós-ganglionares inervados por fibras
simpáticas pré-ganglionares e estimula a produção de adrenalina e
noradrenalina. Então, penetrando pela medula do córtex estão as células da
crista neural que se diferenciam em células cromafins que penetram na medula
(interior, centro) da glândula suprarrenal.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Então na 6ª semana, tem-se o primórdio do córtex fetal.

- Na 7ª semana essas células da crista neural migram para a região da glândula e


penetram pela medula do córtex fetal e se diferenciam em células cromafins
que são neurônios.

- A partir da 8ª semana esse córtex fetal começa a se tornar funcional, ele já


começa a produzir esteroides. Conforme ele vai se desenvolvendo, a secreção
hormonal aumenta e, quando chega ao nascimento, a glândula de um recém-
nascido tem córtex fetal e duas zonas de córtex definitivo (permanente). As 3
zonas do córtex definitivo se formam a partir do 4º ano. Então com 4 anos de
idade, o córtex fetal desaparece e a glândula é maior (cresce acompanhando o
desenvolvimento da criança). A partir de 4 anos de idade tem-se as 3 zonas da
glândula suprarrenal:

 Zona glomerulosa
 Zona fasciculada
 Zona reticulada
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

ANOMALIAS DO TRATO URINÁRIO

- Acometem 1% dos neonatos e a maior parte destas anomalias não causa


problemas clínicos

- 45% de todos os casos, as crianças podem ter insuficiência renal que acontece
devido ao desenvolvimento anormal do broto uretérico ou do mesênquima
metanéfrico.

1) Artérias renais acessórias – supra numéricas

- Algumas crianças têm artérias renais acessórias, chamadas de artérias renais


supra numéricas.

- 25% dos rins adultos apresentam de 2 a 4 artérias renais.

- Algumas surgem da aorta superior ou inferior à artéria renal principal


acompanhando-a até o hilo.

- O que pode acontecer é essas artérias entrarem diretamente nos rins e tem
casos em que essa artéria renal supra numérica se une ao ureter, eles se
fusionam e isso pode causar obstrução do ureter. Com isso, a pelve renal fica
dilatada porque a urina persiste por mais tempo na bexiga.

- Artéria renal polar (inferior ao rim): pode se fusionar ao ureter e isso leva a
uma dificuldade de passagem da urina nos ureteres. A urina fica mais tempo na
bexiga e urina é um meio de cultura. Além de levar a uma distensão da bexiga e
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

pelve renal, isso pode levar a infecções. Isso é chamado de hidronefrose (urina
permanece por mais tempo na pelve renal, bexiga e nos cálices, isso pode levar
a infecções além da distensão da bexiga).

2) Tumor de Wilms - nefroblastoma

- São tumores renais.

- É o 2º câncer mais comum em crianças.

- Ele surge desde o período intrauterino. Ele já aparece no feto.

- Já está estabelecido que esses tumores estão envolvidos com


mutações no gene WT1, fundamental para o desenvolvimento do
broto uretérico. Ele é um gene supressor de tumor de Wilms.
Alterações envolvendo nesse gene gera o crescimento desordenado,
descontrolado dessas células do sistema urinário formando uma massa tumoral,
chamada de tumor de Wilms.

- Diagnosticada até os 5 anos de idade.

- O tumor pode aparecer isolado ou pode acompanhar outras síndromes.

- A síndrome WAGR envolve outros sistemas e é grave. Além de ter o tumor, há


problemas de visão (aniridia – ausência congênita da íris + acoria – falta da
pupila), problemas na genitália (gonadoblastomas – tumores envolvendo as
gônadas) e retardo mental. É sabido que além dessa mutação no WT1,
problemas envolvendo os genes PAX6 no cromossomo 11 também estão
envolvidas nessa síndrome.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Síndrome de Denys-Drash: além do tumor de Wilms aparece insuficiência renal


e genitália ambígua (ambos os sexos).

3) Displasias e agenesias renais

- Malformações graves, pois as crianças são candidatas a hemodiálise e podem


precisar de transplante nos primeiros anos de vida.

- Acontece mais em meninos

- Pode ser uni ou bilateral. A bilateral e mais grave e cursa com natimortos ou
morte neonatal.

 Rim displásico multicístico

- Rim com numerosos cistos que são múltiplos. Esses cistos são responsáveis
pela displasia renal. Os numerosos ductos estão cercados por células
indiferenciadas que não conseguem de desenvolver, com isso, os nefrons não se
desenvolvem, o broto uretral não se ramifica e os ductos coletores nunca se
formam. Dessa forma, os rins não se formam e isso gera uma agenesia renal.

- Mutações nos genes que regulam a expressão de GDNF e sua sinalização


podem cursar com a agenesia renal. Porque esses genes são responsáveis por
induzir o amadurecimento, formação do broto uretral, responsáveis pela
formação do blastema metanéfrico. Então, qualquer alteração que envolva a
transcrição desses genes poderá levar a uma agenesia renal.

 Agenesia renal bilateral - sequência de Potter

- Há uma sequência de anomalias, alterações congênitas, dentre elas a agenesia


renal bilateral.

- 1/10.000 nascimentos

- Têm insuficiência renal, porque não tem rim

- Anúria – não tem urina porque não tem rim

- Hipoplasia pulmonar – leva a SARA

- Oligodramnio – diminuição do volume de líquido amniótico, com isso falta


espaço para o desenvolvimento e crescimento do feto. Essa falta de espaço para
o crescimento do feto formam as fácies de Potter, que são deformidades na
face que surgem por compressão da face durante o desenvolvimento.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Ausência ou anomalias da vagina e útero, ducto


deferente e vesículas seminais

- Anomalias cardíacas

- Atresia traqueal e duodenal

- Fendas labial e palatina

- Anomalias cerebrais

- É uma doença grave que cursa com a morte,


crianças sobrevivem pouco tempo porque envolve os principais sistemas.

4) Doença renal policística congênita

- Vários cistos se formam nos rins, e esses cistos vão prejudicar a formação das
estruturas renais. Quanto mais cistos, maior é o prejuízo.

 Doença renal policística autossômica recessiva – DRPAR:

- Rins estão tomados por cistos

- Acontece de 1/5.000 nascidos

- É um distúrbio progressivo porque o sistema renal vai entrando em falência


até o primeiro ano de vida. Isso acontece porque os cistos estão presentes nos
túbulos coletores e isso atrapalha a função renal.

- Os rins são grandes

- Criança tem dificuldade de urinar

- Até o 1º ano de idade essas crianças entram com insuficiência renal e precisam
de hemodiálise, de transplante renal
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- A forma recessiva é mais grave

 Doença renal policística autossômica dominante – DRPAD:

- É menos grave porque não há insuficiência renal até a vida adulta, o prejuízo
da função renal é menor.

- 1/500 a 1/1.000 nascimentos

5) Ciliopatias:

- As doenças policísticas estão relacionadas com as ciliopatias, que são um


grupo de doenças.

- São doenças em que os rins são policísticos, associados à várias outras


doenças.

- Um exemplo é a doença de Potter.

6) Ureter duplo:

- Ureter é o próprio pedículo do broto uretérico, do ducto mesonefrico.

- Quando o broto uretérico cresce e forma uma ramificação que penetra pelo
blastema e se diferencia na pelve renal, quando ele se projeta ele se ramifica.
Quando ele se duplica, forma dois ureteres bífidos.

 Ureter bífido em forma de Y

- É uma duplicação do broto uretérico conforme ele vai crescendo e penetrando


no blastema.

- Está ligado normalmente à bexiga. O que pode acontecer é refluxo de urina


entre esses ureteres. Com isso, a urina fica mais tempo nesses ureteres (estase
de urina), como a urina é um meio de cultura e fica mais tempo nesses ureteres,
podem gerar infecções urinárias.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Ureter ectópico:

- Conforme os brotos uretéricos crescem, ele também duplica. Ao se duplicar e


penetra pelo blastema, ele penetra em outro lugar.

- Um dos ureteres que se duplicou ante de se penetrar pela bexiga e se implanta


em outro local que não na bexiga.

- Permanece a abertura extra-esfincteriana e por esse canal há um gotejamento


de urina, uma perda de urina continua.

- Na mulher ele pode penetrar na vagina, útero.

- No homem, na vesícula seminal, ducto deferente, ducto ejaculatório

7) Anomalias no úraco

- O alantoide, ligado na região do umbigo, se fibrosa e forma o úraco que se


diferencia no ligamento umbilical médio.

- O alantoide pode não fibrosar completamente e persistir partes no úraco.

 Cistos no úraco:

- Os cistos são remanescentes do alantoide que não se diferenciam no úraco.

- Esses cistos podem infeccionar, e é tratado com antibiótico.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Seios do úraco

- Alantoide não fibrosa completamente, só fibrosa em uma parte da sua


extensão. Com isso, o alantoide permanece e isso leva a gotejamento de urina
pelo seio do úraco. É só fazer uma ressecção e não é grave.

 Fístula do úraco

- O alantoide não fibrosou e ele permanece, mas após o nascimento é chamado


de úraco.

- Permanece uma abertura que é chamada de fístula, com isso vai ter
gotejamento de urina. Também é feita uma correção cirúrgica para fechar a
passagem.

25/05/2020 – Sistema
Genital
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- O sistema urinário e genital estão intimamente ligados e são formados


simultaneamente.

- O sexo do embrião é determinado durante a fertilização, de acordo com os


cromossomos que o gameta masculino carrega. O que carregar XY vai
determinar um embrião masculino e o XX um embrião feminino. A partir da
detecção desses genes é que toda a genitália é formada. É um processo
complexo que envolve uma cascata imensa de genes para diferenciação do
sexo.

- O gene chave para o dimorfismo sexual (diferenciação) está no cromossomo Y,


chamado de gene determinante de testículos. Ele produz uma proteína que é a
própria SRY, a proteína determinante de testículo. A região determinante do
sexo no Y está no seu braço curto (yp11). Na ausência desse gene SRY vai ter
toda a genitália feminina (ovário, útero, vagina, trompas). Se tiver esse gene, vai
influenciar o desenvolvimento das cristas gonadais masculinas.

- Nos embriões meninos que carregam o SRY, essa proteína vai agir no gene
SOX9. Esses dois genes vão agir no gene SF1 que em sinergismo com os outros
dois vai levar a ativação de inúmeros genes até culminar com a formação de
testículos. O ponto chave está no gene
SRY que ativa uma cascata de genes,
levando a produção da genitália
masculina.

- Mulheres na ausência do SRY, o gene


chave é o WNT4 que ativa o gene
DAX1, que juntos com outros genes
(como o TAFII 105) vão iniciar uma
cascata que culmina na formação da
genitália feminina.

- As gônadas (cristas genitais) até a 7ª semana é indiferenciada. Elas passam por


essa fase, mas geneticamente o sexo foi determinado durante a fertilização. As
gônadas não apresentam características estruturais masculinas ou femininas até
a 7ª semana. Até essa fase existe apenas um tubérculo, que é o tubérculo
genital indiferenciado.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As CGPs surgem na parede do saco vitelínico e migram, colonizando a região


próximo ao mesonefro. Porque os rins estão próximos a genitália. As CGPs
passam pelo epiblasto, passam pela parede da vesícula vitelínica migram
através do mesentério, passam pelo intestino e vão colonizar uma região
próxima ao mesonefro que está se desenvolvendo, formando, na 6ª semana, as
cristas genitais, chamadas de gônadas que são indiferenciadas e são colonizadas
pelas CGPs.

- A primeira coisa que se forma nessas cristas são os cordões sexuais primitivos,
tanto no masculino quanto no feminino. Se desenvolve próximo ao mesonefro
que está em formação.

- Com a chegada das CGPs para


colonizar a região vão formar os
cordões sexuais, chamam isso porque a
estrutura formada tem formato de
cordão. Entre esses cordões aparecem
as CGPs. O epitélio corporal também
está em proliferação.

TESTÍCULOS

- No embrião geneticamente masculino, as CGPs têm o SRY, o


fator determinante de testículo. Sobre influência da proteína
SRY os cordões sexuais primitivos vão se diferenciar em toda a
rede de túbulos da rede testicular. Os cordões sexuais
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

primitivos vão dar origem aos cordões medulares que são os próprios testículos
que são os próprios túbulos que formam a rede testicular. Então, os cordões
sexuais primitivos que contém as CGPs no embrião masculino vão se diferenciar
em toda a rede testicular, sobre ação dos hormônios masculinizantes
(testosterona e diidrotestosterona).

- As células intersticiais começam a produção de testosterona em torno da 8ª


semana. Por isso que a diferenciação das cristas se dá a partir da 7ª e 8ª
semana, porque a produção
hormonal é suficiente para
promover a diferenciação
dessas cristas.

- O hormônio antimulleriano
(HAM) é sintetizado pelas
células de sertolli. As células
de Sertolli são células de
sustentação da
gametogênese e ficam
dentro dos tubos
seminíferos. Elas iniciam a
produção do HAM a partir
da 7ª semana. Por ação
desses hormônios esses cordões sexuais primitivos se diferenciam em toda a
rede testicular.

- Os cordões medulares primitivos vão se


diferenciar diretamente nos próprios
cordões testiculares (própria rede de
túbulos de testículos). Não se formam
cordões corticais secundários (só se
formam nas meninas).

- A testosterona, diidrotosterona vão agir


nos ductos mesonéfricos e esses vão se
diferenciar em ductos genitais masculinos.
Toda a rede testicular vai se diferenciar
desses ductos mesonefricos.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- O HAM vai agir nos ductos paramesonéfricos. Esses tubos regridem, involuem
e desaparecem. Esses ductos originam útero. Se ele não involuir o embrião
masculino vai ter útero.

- Há 4 ductos, dois mesonefricos (são os próprios ductos genitais dos testículos)


e dois paramesonéfricos (sofrem apoptose e desaparecem, porque nas meninas
eles persistem e formam útero, trompas, parte da vagina).

Ducto mesonefricos

- Vão se diferenciar na própria rede de cordões testiculares.

- Se diferenciam nos cordões testiculares que no 4º mês ganham formato de


ferradura que é a própria forma deles nos testículos.

- Esses túbulos até a puberdade são sólidos, não tem uma luz, não tem uma
cavitação. Eles são constituídos pelas CGPs e pelas células de Sertolli (formam
um anel dentro desses túbulos e são responsáveis por sustentar a
espermatogênese). Ao redor, no lado externo aparecem as células intersticiais
que produzem a testosterona.

- Quando chega na puberdade, a partir dos 10 anos, esses cordões genitais, que
eram sólidos, ganham uma cavitação, uma luz e passam a ser chamados de
túbulos seminíferos. Dentro dele tem as CGPs e Células de Sertolli.

- O ducto mesonefrico vai dar origem ao ducto deferente.

- Os remanescentes dos túbulos mesonefricos se diferenciam nos ductos


eferentes. Mas não toda a sua parte, grande parte desse túbulo se desintegra.

- Resumindo:

 Ducto mesonefrico  ducto deferente


 Túbulos mesonefricos  grande parte
degenera, e os remanescentes
diferenciam nos ductos eferentes.
 Rede de cordões sexuais primitivas 
diferencia no restante da rede
testicular, formando os túbulos
seminíferos (chamados assim a partir da
puberdade, antes chamavam rede
testicular)
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

Ducto paramesonefrico

- Desintegra, desaparece porque ele e responsável por formar o útero.

Células intersticiais

- Estão em volta dos túbulos seminíferos. Produzem testosterona que vão


induzir essa proliferação.

- Estão presentes no mesênquima, entre os cordões testiculares a partir da 8ª


semana.

Células de Sertolli

- Estão no interior dos túbulos seminíferos, formam um anel de proteção dos


espermatozoides e são células de sustentação.

- Produzem o HAM que fazem a diferenciação dessas estruturas em masculinas,


ou seja, promovem a regressão dos túbulos paramesonefricos no embrião
menino.

OVÁRIOS

- Tem início na 12ª semana.

- As CGPs tem a genética XX. Aqueles cordões sexuais que vão se diferenciar em
cordões medulares das gônadas, eles regridem e dão origem a uma secunda
origem de cordões que são os cordões
corticais. Nos meninos isso não acontece,
eles se diferenciam diretamente na rede
testicular.

- Cordões primitivos se dissociam em


conjuntos celulares irregulares, eles
contêm as CGPs. Esses cordões
primitivos desaparecem e no seu lugar
vem uma rede de cordões corticais, que
é a segunda geração porque substitui a
primeira.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As gônadas femininas são substituídas por estroma vascular que é a medula


ovariana. A medula ovariana é constituída por corsões corticais.

- No 3º mês de desenvolvimento, os dois ductos paramesonefricos vão se


fusionar e originar o útero.

- As gônadas na menina contém as CGPs que se diferenciam em oogonias e


oocitos primários que vão ser circundados por células foliculares. Essas células
foliculares formam um folículo. No início é um folículo primordial. A partir do 3º
mês colonizando essas gônadas tem as oogonias e oocitos primários. Na
puberdade os folículos vão se diferenciarem em folículo de GRAAF até haver a
fertilização.

Ductos genitais

- Até a 7ª semana estão no estágio indiferenciado.

- Há dois pares de ductos genitais, porque há um par de ducto mesonefrico e


um par paramesonefrico.

- A partir da 7ª semana os ductos paramesonefricos fundem. A região superior


origina as trompas, a região media origina o corpo uterino e a região posterior
forma o colo uterino e porção superior da vagina. Então, todo o útero é
formado através dos ductos paramesonéfricos.

- Os ductos mesonefricos regridem na ausência de testosterona. Mas


remanescentes desses ductos podem permanecer e são o epoóforo, paraóforo
e em alguns casos o cisto de Gartner.

- Os ductos paramesonefricos têm 3 partes: porção cranial, media e posterior.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Porção anterior + porção média: se fundem e dão origem à tuba uterina


(2 tubas)
 Porção posterior: forma o canal uterino e uma parte da vagina (porção
superior)

- A fusão dos ductos paramesonéfricos vai dar origem ao útero, trompas e


cérvice uterina (região inferior do útero) e vagina.

- Cérvice uterina na sua região interior é recoberta por um tecido colunar


chamado de tecido colunar endometrial (endométrio), a porção muscular
(média) é o miométrio e a porção mais lateral é um revestimento peritoneal
(perimétrio).

- Vagina (canal vaginal) tem origem dupla: a superior é derivada dos ductos
paramesonéfricos (derivada do canal uterino) e a porção mais inferior é um
derivado do seio urogenital, que dá origem aos bulbos genitais, que se fusionam
e dão origem a placa vaginal ou vagina.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

GENITÁLIA EXTERNA

- Inicialmente a genitália passa por um estado indiferenciado, o tubérculo


genital.
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Esse tubérculo genital tem na sua porção cefálica (o próprio tubérculo genital),
tem uma prega cloacal, pregas uretrais, e a prega anal, em volta temos um
conglomerado de mesênquima que forma a protuberância genital.

- Se o embrião for menino, o tubérculo genital vai crescer originando o falo que
se diferencia no pênis. As pregas uretrais vão diferenciar nas uretras e a prega
anal é o próprio anus. A protuberância genital cresce e se fusiona no centro
formando a bolsa escrotal, que possui um septo escrotal.

- Na mulher, não vai crescer o tubérculo genital. Persiste, tem os pequenos


lábios, a protuberância genital diferencia nos grandes lábios.

HOMEM

- O tubérculo
genital cresce e
da origem ao
pênis

- O tubérculo
genital na porção
cefálica
diferencia em
falo que cresce e
se funde
culminando com
a formação do
pênis.

- Pregas uretrais vão se fusionar dando origem ao lúmen da uretra peniana.


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- As protuberâncias genitais vão se tornar escrotais, pois proliferam, aumentam


e fusionam dando origem à bolsa escrotal. Macroscopicamente dá para ver a
linha de fusão dessas pregas, chamados de septo escrotal.

- Inicialmente, a uretra peniana tem a porção anterior com uma massa de


células ectodérmicas, ela é fechada nessa porção anterior, ela é solida. No final
do terceiro mês essas células sofrem apoptose, morrem e formam o óstio
externo da uretra ou meato uretral externo.

- Os testículos são formados na região abdominal, no final da gestação eles


migram e se instalam na bolsa escrotal. Inicialmente a bolsa escrotal está vazia.

MULHER

- Sob ação do
estrógeno,
tubérculo genital
não cresce, não se
diferencia e forma
o clitóris na porção
superior.

- As protuberâncias
genitais são os
próprios grandes
lábios e as pregas
uretrais não vão se
fechar e vão deixar
o sulco urogenital
que vai se
diferenciar na
uretra e vai formar o canal vaginal ou vagina. A não fusão das pregas uretrais
origina os pequenos lábios.

- Períneo separa a genitália do ânus.

INFLUENCIA DAS GLANDULAS SEXUAIS NA DIFERENCIAÇÃO

- Testículos e todas as estruturas masculinas dependem da substancia inibidora


mulleriana que são produzidas pelas células de sertolli, elas fazem com que os
ductos paramesonefricos regridam. As testosteronas produzidas pelas células
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

intersticiais de Leydig, agem nos ductos mesonefrico, originando toda a rede


testicular e vai agir no crescimento do pênis, escroto, próstata.

- Na menina tem o estrógeno (incluindo o produzido pela placenta) que agem


nos ductos paramesonéfricos que vão se fusionar e dar origem ao útero, tubas
uterinas e porção posterior da vagina. Sob estimulo do estrógeno vai ser
formada a genitália externa: pequenos e grandes lábios, clitóris e porção
inferior da vagina.

DESCIDA DOS TESTICULOS

- Eles se formam no abdome e no dentro da bolsa escrotal e assim ele tem que
descer. Essa descida e influenciada pela testosterona.

- Essa descida dos testículos pelos canais inguinais até o escroto, acontece no
final da gestação. Durante a 26ª semana, leva por volta de 3 dias, e em torno de
32 semanas eles já se instalaram na bolsa escrotal.

- A descida dos testículos depende da testosterona, a insuficiência da


testosterona e a maior responsável pela não descida deles. Outras coisas que
influenciam nessa descida são:

 Aumento dos testículos e a atrofia dos mesonefros o que possibilita o


movimento dos testículos caudalmente, ao longo da parede abdominal
DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

 Atrofia dos ductos paramesonéfricos induzida pela substancia inibidora


de Muller o que permite o movimento transabdominal dos testículos
para os anéis inguinais profundos.
 Aumento do processo vaginal que guia os testículos pelos canais
inguinais dentro do escroto.
 Principal fator é hormonal: com a testosterona.

- Quando eles permanecem na região abdominal, é mais frequente em


prematuros porque a produção de testosterona ainda não é adequada.

- A descida ocorre em 3 fases:

 Primeira fase: corresponde na migração intra-abdominal. Eles têm que


migrar da região abdominal e chegar até a abertura do canal inguinal. Ele
se forma caudalmente ao rim, na região abdominal e tem que migrar por
dentro do abdome até chegar na abertura do canal inguinal. Quem
estimula essa migração é o gubernáculo, uma condensação de
mesênquima rica em matriz extracelular. Ele funciona como guia para a
migração dos testículos. Nessa fase, o gubernáculo expande, cresce,
durante a migração dos testículos pela parede abdominal.
 Segunda fase: migração intra-inguinal. Ele migra por entre o canal
inguinal e chega até a abertura da bolsa escrotal.
 Terceira fase: migração dentro da bolsa escrotal. Quando o testículo cai
na bolsa escrotal e assim o gubernáculo tem que regredir para guiar o
testículo dentro da bolsa escrotal. O processo vaginal também serve
como guia.

DEFEITOS UTERINOS E VAGINAIS


DEISY GONÇALVES MENDES - TURMA XLI - 2020

- Defeitos estruturais surgem durante a fusão dos ductos paramesonefricos.


Correspondem a falta da fusão dos ductos em algum lugar da sua linha de fusão.
Esses defeitos levam a problemas de fertilidade.

- Útero didelfo: possui uma linha grande central como se fossem dois úteros e
tem vagina duplicada. Duplica tudo.

- Útero arqueado: problema é menor porque o útero e vagina estão normais

- Útero bicorno: parece o útero didelfo, a diferença é que a vagina não é


duplicada.

- Útero com anexo, chamado de corno rudimentar.

- Atresia cervical: é fechado, houve uma estenose. Não passa nada no canal
vaginal e tem que fazer a desobstrução cirúrgica.

- Atresia vaginal: possui uma abertura grande, mas a placa vaginal não abriu. A
vagina não forma um canal, é uma placa interina.

- Essas alterações são macroscópicas e morfológicas e poderão cursar com


problemas da fertilização e implantação do útero.

DEFEITOS MASCULINOS

- Hipospádia: é a falha de fusão das pregas uretrais. A fusão das pregas uretrais
é incompleta, gerando aberturas anormais da uretra ao longo da região inferior
do pênis, próximo à glande, longo do corpo, próximo a base do pênis. Por esses
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óstios passa urina. A incidência é de 3 a 5/1.000 nascimentos. É feito uma


correção cirúrgica.

- Epispádia: é mais grave, corresponde a deficiência das pregas uretrais + a


extrofia da bexiga, na maioria dos casos. Ela pode acontecer isolada, é quando
toda a fusão das pregas uretrais é afetada. A incidência é de 3 a 5 / 1.000
nascimentos.

- Micropenis: crescimento anormal, faltou estimulo da testosterona


(hipogonadismo)

- Pênis bífido ou duplo: tubérculo genital se divide

- Criptorquidia: quando os testículos estão ocultos na bolsa escrotal, eles não


estão na bolsa escrotal, não desceram. Na maioria das vezes isso acontece por
falta de testosterona. Ao nascimento é sentido pela palpação. É visto
macroscopicamente. É diagnosticado ao nascimento. Ao exame físico (palpação)
é visto feito a distopia testicular (testículo não desce). A incidência é maior em
prematuros, porque não tem tanta testosterona e não deu tempo de o testículo
descer. Nos nascidos a termo a incidência é de 3-4% dos nascimentos. Pode ser
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uni ou bilateral. Quando bi, ambos os testículos permanecem dentro ou apenas


fora da cavidade abdominal. Com isso, esses testículos não amadurecem e são
causa de infertilidade comum. A bolsa escrotal tem uma temperatura adequada,
ideal para espermatogênese. Os testículos que permanecem dentro da cavidade
abdominal ou fora em meio a descida, pode se malignizar e se diferenciar em
neoplasia. Nos casos de criptorquidia pode ser feita a manobra de mobilização,
que é palpar o testículo no caminho da descida porque ele pode ter ficado no
meio do caminho. Esse caminho é a região entre a espinha ilíaca
anterossuperior e o púbis. Pode-se estimular essa descida fazendo essa
manobra, levando o testículo para a bolsa escrotal. Isso é feito fisicamente. Se
não for corrido aumenta o risco de tumores, principalmente no criptorquidismo
abdominal. A causa principal é a deficiência na
produção de andrógenos (testosterona).

- Testículo retrátil: é aquele testículo que já esteve na bolsa escrotal e voltou


para o canal inguinal. É diferente de criptorquidia, pois nesse caso ele nunca
desceu, testículo nunca esteve na bolsa escrotal. No testículo retrátil ele volta
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por estimulo reflexo devido a uma hipertrofia do musculo cremaster. Os


hormônios que passam a ser expressos em maior quantidade entre 7 e 8 anos,
espontaneamente fazem com que os testículos se fixem espontaneamente na
bolsa escrotal.

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