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HM VII

2023
além de reforçar a relação entre o
medico, o paciente e os resposáveis.
URO I OBS: os exames radiológicos devem sempre
ser solicitados criteriosamente para evitar a
OBJETIVOS: exposição desnecessária da criança a
radiação ionizante.
1. Exame físico urológico;
2. Sinais e sintomas das principais ANAMNESE
doenças urológicas da infância;
1. SINTOMAS GERAIS:
3. Principais métodos diagnósticos
dor: é uma das principais causas
utilizados na investigação das
de busca a assistência médica,
patologias urológicas;
seja em serviços eletivos ou
4. Principais patologias pediátricas
de interesse urológico: emergência. Dentre as mais
hidronefrose, infecção urinária, frequentes destacam-se a dor
fimose, criptorquidia, hidrocele, abdmonial (geralmente
varicocele, enurese noturna. inespecífica e difusa) miccional
(disúria) e testicular.
OBJETIVO 1 OBS: a dor deve ser tratada de imediato antes
de prosseguir na anamnese e no exame
AVALIAÇÃO UROLÓGICA físico.
BÁSICA: 1. dor abdominal: está
A semiologia urológica na infância relacionada com as doenças
exige uma dedicação e sensibilidade urológicas obstrutiva e ocorre
dos profissionais, sendo especialmente após a ingesta
pesquisados sinais e sintomas hídrica, pelo fenômeno da
relacionada com a idade da criança distenção capsular renal em
As informações podem ser obtidas: pacientes com hidronefrose.
próprios pacientes (caso de Pode vir associada a
escolares e adolescentes), parentes, manifestações gastrointestinais,
cuidadores e outros acompanhantes como vômito. Outro dor
(crianças menores). abdominal clássica é a cólica
OBS: a anamnese desses pacientes acabam renoureteral, em crianças pode
tendo uma variabilidade na sua precisão e se apresentar como dor
qualidade, dessa forma é necessário que seja
realizado um exame físico de qualidade. abdominal difusa, se
Apesar das possíveis limitações e aproximando do padrão habitual
dificuldade da avaliação em escolares e adolescentes.
semiológica, a dedicação a esta 2. dor genital e disúria: estão
etapa é essencial, previnindo a relacionadas geralmente a
exposição a exames infecções, mas devem ser
complementares caros e invasivos, exploradas em associação com
OBS: crianças com curva de crescimento
outros sintomas, achados físicos ou inadequada pode ter associação com
complementares evitando antecedentes de infeccção urinárias de
tratamento desnecessário ou a repetição e devem ser investigadas quanto a
possíveis causas subjacentes.
chance de diagnosticar outras

doenças.
2. SINTOMAS ESPECÍFICOS:
OBS: deve ser lembrada a possibilidade de
abuso sexual nos casos de dor genital frequência miccional:
acompanhada de exame físico compatível. caracterizada peço aumento
Na emergência, a dor testicular é a (polaciúria) quando ocorre numa
situação mais preocupante e exige frequência > 8 vezes/dia e
uma atenção especial e rapidez na diminuída quando < 3 vezes/dia .
avaliação. O escroto agudo (dor OBS: sofre variação da idade e ingesta
hídrica.
testicular súbita) necessita de uma
incontinência: é a saída
conduta rápida, pois pode
involuntária de urina em
representar quadros
qualquer situação. Pode ser
infecciosos/inflamatórios, mas
contínua ou intermotente, a
também a torção testicular ou
perda contínua necessita
hérnias complicadas.
OBS: O sinal de Prehn positivo (melhora da atenção em qualquer idade. A
dor após elevação testicular) não deve ser enurese noturna (perda
usado como critério para exclusão de torção .
enquanto dorme)

monossintomática é a causa
inapetência, astenia, ganho frequente de consultas médicas,
ponderal inadequado/perda deve ser considerado uma
de peso: a falta de apetite, situação clínica a partir dos 5
letargia e alterações negativas anos de idade.
nas curvas de crescimento são urgência: desejo súbito e de
sempre achados de alerta para o difícil contenção para urinar
médico em pediatria. Neonatos após a aquisição do controle
e lactentes que não conseguem miccional completo ou quando
mamar correm risco de este ja deveria ter sido obtido.
hipoglicemia e crianças maiores noctúria: é o desejo de
de desidratação e desnutrição, despertar para urinar, na
essas condições acabam sendo noctúria a crinaça apresenta
vista nas D.U, especialmente nos sensibilidade e continência para
casos de infecciosos, quando a levantar-se e dirigir-se ao
febre inexiste por uma banheiro.
imaturidade dos sistema hesitância: é a dificuldade para
imunológico. iniciar o jato urinária quando
jato em spray ou duplo:
existe o desejo miccional. representa a saída do jato
esforço miccional: refere-se á urinário de forma espalhada ou
necessidade de impor um dividido em dois fluxos de
aumento á pressão abdominal direção distintas.
para iniciar e/ou manter o jato retenção urinária: é a
urinário. incapacidade absoluta de
jato fraco: refere-se a um jato promover a micção, dessa forma
com pressão diminuída, não ocorre o esvaziamento
podendo ser evidenciado como vesical voluntário.
mais afilado e com alcance poliúria: está relacionada com o
menor. Intermitência: jato volume urinado acima do
urinário que não se completa de esperado para idade: 40 ml/kg
forma contínua, mas apresenta ou 2,8 L em crianças e
intervalos com interrupção ou adolescentes com > 70 kg em
importante redução de seu 24h.
fluxo. OBS: trate os sintomas em conjunto, para
disúria: dor ou queimação ao tentar estabelecer uma hipótese diagnóstica
mais precisa correlacionando-os com a fase
urinas, deve ser caracteriado do ciclo miccional: enchimento ou
quanto ao momento do jato: esvaziamento.
inicial (doenças uretrais) ou 3. ANTECEDENTES:
terminal (donelas vesicais). Os antecedentes se revestem de

grande importância, dessa forma

podem ser determinantes na

investigação, diagnóstico ou mesmo

no tratamento da doença em

questão. Deve ser sempre

analisado:

1. História familiar de doença;
sensação de esvaziamento 2. Gravidez e parto;
incompleto: referência á 3. Primeiros dias de vida;
percepção de bexiga ainda 4. Vacinação;
repleta ou com conteúdo 5. Cirurgias e outros tratamentos;
urinário adiconal ao término da 6. Doenças associadas;
micção. 7. Desenvolvimento
gotejamento pós-miccional: neuropsicomotor e crescimento;
presença de saida de conteúdo 8. Ambiente: familiar, domiciliar e
urinário em gotas ao término do escolar;
fluxo moccional. 9. Alimentação.
EXAME FÍSICO
1. Inspeção:
Apesar da localização sistema
urogenital ser interiramente
abdominal e pélvica, na inspeção em
urologia infantil deve ser avaliada
desde a região craniofacial até os
membro inferiores. A face poderá
revelar doenças genéticas,
anormalidade torácicas podem estar
associadas a malformação
congênitas como válvulas de uretra
posterior grave, a parade abdominal
pode revelar massas abdominais
visíveis (hidronefrose é a principal
causa), deformidades em membros
associadas a estigmas dorsais de
defeitos do fechamento do tubo
neural podem ser identificadas em
doenças neurológicas com
repercussão urológicas. Perdas
urinárias podem ser desencadedas
durante o choro, bem como o
abaulamento da região
inguinoescrotal, presente em
quadros de hérnias inguinais,
portanto a inspeção durante o choro
ou manobras de Valsalva podem
enriquecer a observação do
examinador.
OBS 1: Este é um bom momento para dialogar 2. Palpação e percurssão:
com os pais ou responsáveis, bem como Diferente dos adultos, a palpação
fortalecer a relação com o paciente e renal é de extrema importância e
familiares. Explique os achados, oriente
tratamentos e cuidados (como nos casos de mais fácil execução. A principal
fimose/excesso prepucial) e obesidade que causa não-oncológica de aumento
levanta dúvidas sobre o tamanho do pênis. do volume abdomial é a

OBS 2: a escala de Tanner deve ser avaliada


hidronefrose e a segunda
nesse momento: oncológica é o tumor de Wilms.
A bexiga poderá ser palpável em
casos de retenção urinária,
projetando-se as mãos em garra no
sentido crânio-caudal em todas as
direções que permitam limitar o
globo vesical.
OBS: A compressão vesical para observar o
esvaziamento do órgão (manobra de Credé)
deve ser evitada, especialmente em
pacientes com histórico de infecção urinária
febril ou refluxo vésico-ureteral
documentado
Nos meninas, o testículo e
O método de Guyon consiste em
epidídimo devem ser palpados em
elevar com uma das mãos o rim
toda sua extensão. Com uma das
dorso-ventralmente e a outra
mãos apreende-se o órgão
tentando apreendê-lo no sentido
projetando-o contra a pele da bolsa
contrário, palpando assim a
escrotal e com a outra mão palpa-se
superfície e limites, especialmente
toda sua superfície e contorno. Os
medias e inferiores. Pode ser
cordões também devem ser
executada em posição ortostática
palpados. O prepúcio deve ser
(manobra de Bellington), decúbito
completamente retraído se possível.
lateral contrário ao rim examinado
Manobras de exteriorização glandar
(manobra de Israel), decúbito dorsal
forçada não devem ser executadas,
(manobra de Trosseau) e decúbito
pelo risco de fimose secundária por
lateral do mesmo lado que o rim
processo cicatricial e extremo
examinado (manobra de Glenard).
desconforto, tornando a criança

reativa a manipulações futuras.


OBJETIVO 4


ENURESE:

É definida como a perda

involuntária intermitente de urina

durante o sono em crianças com 5
A punho-percussão das jogas renais anos ou mais pelo menos 2x por
na pesquisa da dor (sinal de semana na ausência de alterações
Giardano) deve ser feito em adquiridas ou congênitas do SNC.
escolares e, principalmente, Podemos ainda classificar a
adolescentes. severidade do pacientes em:
1. infrequente: 1 a 2x por semana; cerca de 1% dos adolescentes ainda
2. moderada severa: 3 a 5x por apresentam enurese. É uma
semana; condição que apresenta uma taxa
3. severa: 6 a 7x por semana. de resolução espontânea de 15% ao

ano.
OBS: a enurese é um problema familiar, o
A enurese pode ser classificada de
modo de herança é autossômico dominante,
acordo com o momento de seu assim se ambos os pais foram enuréticos, o
início em: risco é 77%, sendo reduzido para 45% se
apenas um dos pais teve enurese noturna. Os
1. primária: quando a criança
cromossomos envolvidos na enurese
nunca teve o controle total da incluem: 8,12,13 e 22.
miccional, nunca ficou um

período superior a 6 meses sem A etiologia é caracterizada por um


urinar durante o sono; interação complexa entre fatores
2. secundária: quando a criança genéticos e ambientais. A
devolve o quadro após 6 meses fisiopatologia tem sido bastante
sem enurese e voltou a urinar estudada e ainda não está
durante o sono. completamente compreendida.

Parece haver um problema ou um
Pode ser classificada de acordo com retardo na maturação: perda da
os sintomas em: estabilidade da função vesical,
1. monossintomática; ausência de liberação do hormônio
2. não monossintomática: antidiurético (vasopressina) e
apresenta alteração do trato inabilidade de acordar com a
urinário inferio além da micção sensação de bexiga repleta.
durante o sono.

A anurese é um dos problemas mais

frequentes da infância, a prevalência 1. poliúria nortuna: em crinças a


varia de acordo com a idade, sendo produção de urina a noite é 50%
em torno de 15% aos 5 anos, 10% da diurna graças ao aumento
aos 7 anos e 5% aos 10 anos. noturno do hormônio

antidiurético. Aproximadamente
um terço dos pacientes com de tronco cerebral pode ocorrer.
enurese monossintomática OBS: Os fatores que estão envolvidos na
enurese além dos tradicionais podem ser:
apresentam poliúria norturna
constipação, distúrbio de sistema nervoso
secundária a alteração de ritmo central, obstrução de via aérea e fatores
circadiano de vasopressina, porém comportamentais, especialmente Transtorno
do Déficit de Atenção e Hiperatividade
há um subgrupo de crianças com
(TDAH).
enurese com poliúria noturna que

apresentam diurese de solutos, que

não pode ser explicada por


deficiência de vasopressina, e que

não ficam com administração de

desmopressina.

2. redução da capacidade vesical e

bexiga hiperativa: a presença de

hiperatividade vesical noturna pode


A história clínica é a principal
causar diminuição funcional de
ferramenta giagnóstica em crianças
capacidade vesical a noite, a causa
com enurese, é atráves dela que se
da bexiga hiperativa noturna é
diferencia enurese primária de
desconhecida. Parace ocorrer um
secundária e mono de não
desequilíbrio central do SNA com
monossintomática. Dados sobre os
dominância do parassimpático ou
hábitos miccionais diurnos como
talvez inflamação de urotélio da
urgência, incontinência, frequência
bexiga.
miccional, manobras de contensão,

são de extrema importância.


3. falha ao despertar: uma queixa

frequete dos pais é o sono


profundo. Geralmente, o episódio


de enurese ocorre no primeiro terço


da noite e frequentemente nas


primeiras 2h após dormir que é o


período mais profundo do sono,


sendo mais difícil o despertar. É


sugerido que os sinais aferentes da


O exame físico é muito importante
bexiga não encontram resposta no
para afastar malformações
cérebro. A atenção tem sido focada
genitourinárias, constipação,
no lócus cerúleos e centro pontino
disrafismo oculto, anormalidade do
da micção, entretando disfunção de
SNC.
A idade para iniciar o tratamento OBS: esse diário é também usado como
acompanhamento para avaliar a evoluçao do
deve ser analisada em uma base
tratamento.
individual: crianças maiores de 10

anos deveriam ser tratadas com alarme: O alarme de enurese


urgência devido a pobre qualidade consiste em um sensor de
de vida e ansiedade. Crianças umidade colocado nas roupas
menores de 6 anos raramente íntimas ou sob o lençol da
requerem tratamento. criança, o qual é conectado a um
No manejo incial do paciente deve alarme que sinaliza quando a
ser pedido: exame de urina tipo 1 e umidade é detectada. Deve ser
urocultura para afastar infeccção usado por um mínimo de 3
urinária, na enurese não meses, um grande problema do
monossintomática é solicitado alarme é que 30 a 50% das
ultrassom e urofluxometria. crianças abandonam o
1. MANEJO NÃO tratamento.
FARMACOLÓGICO:

diário miccional: é o único 2. MANEJO FARMACOLÓGICO:


exame que deve ser solicitado desmopressina: análago
rotineiramente para avaliação sintético de hormônio
dos pacientes com enurese. O antidiurético, tem eficácia maior
diária deve ser feito por 2 ou 3 nos pacientes que apresentam
dias e conter informações sobre poliúria notura. Quase 60% das
todos os eventos relacionados a crianças respondem, mas a taxa
ingesta de líquidos e sobre as de recidiva é alta após a
micções, além de dados sobre suspensão. A desmopressina
defecação. Durante os dias da deve ser administrada 1h da
realização do diária, a criança hora de deitar. A via de
deve dormir de fralda. A poliúria administração disponível no
nortuna é considerada se o Brasil é oral, com compridos de
volume for superior a 130% da 0,1, 0,2 e 0,4 mg. O tratamento
capacidade vesical esperado deve iniciar com doses menores
(CVE = (idade + 1) x 30). e ir aumentando até 0.6 mg caso
diários de noites secas: durante não haja melhora. O tratamento
um período de 14 noites, a inicial deve durar até 6 semanas
criança deve anotar todos os e, caso não haja resultado
episódios de enurese que satisfatório mesmo com dose
ocorreram, dando assim uma máxima (0,6 mg), deve ser
idéia da frequência. suspenso ou adicionado outro.
imipramina: é um antidepressivo INFECÇÃO URINÁRIA:
triciclíco que pode ser usado no É uma condição comum em
tratamento de enurese. Estas crianças, aconrretando 2% de
drogas tem efeito meninos e meninas. A prevalência
noradrenérgico, serotoninérgico no sexo feminino aumenta com a
e anticolinérgico. O efeito idade e acredita-se que até os 7
noradrenérgico parece ser o anos 8 a 11% desenvolverá um
mais importante pois ele age no quadro de ITU
locus ceruleous facilitando o OBS: ITU pode ser considerada um marcador
de possíveis anomalias do aparelho urinário,
despertar. A dose indicada é de
algumas relacionadas com maior risco de
10 a 25 mg, podendo chegar a sepse.
50 mg em crianças maiores de 6

anos. A medicação deve ser

dada à noite, antes da criança ir

dormir.

OBS: É importante considerar o risco de

overdose acidental causando


cardiotoxicidade.

anticolinérgicos: apresentação

indicação limitada, podendo ser

usado em crianças que

apresentam quadro de

hiperatividade vesical noturna

e/ou enurese não

monossintomática. O

anticolinergico mais usado em

nosso meio é a oxibutinina. Para investigação dos pacientes são


OBS: Os resultados com anticolinérgicos são realizados exame complementares:
ruins quando usados como monoterapia, 1. USG: tornou-se o exame padrão
porém podem ser combinados com a
desmopressina para enurese não responsiva
para investigação de crianças
a terapia inicial. com ITU febril. O guia editado
pelo NICE (National Institute for
Health and Care Excellence)
recomenda que se faça o exame
durante a fase aguda da infecção
em todas as crianças com menos
de 3 anos com infecção atípica e
em lactantes com menos de 6
meses com infecção recorrente.
São consideradas indicação de UCM:
1. lactentes com menos de 6 meses
e alterações estruturais ao USG,
ITU atípica ou recorrente;
2. crianças com cicatrizes DMSA ou
ITU recorrente;
3. crianças com anormalidades
renais espeíficas ao USG
sugestiva de obstrução ou
refluxo de alto grau;
4. crianças com menos de 2 anos
A USG é um método de imagem não de idade após o segundo
invasivo, não usa radiação ionizante, episódio bem documento de ITU
tem baixo custo, é fácil execução, OBS: As desvantagens do método são a
disponível e sua acurácia é operador necessidade de cateterismo uretral, com
risco de infecção urinária e trauma uretral
dependente. Fornece importantes iatrogênicos, e exposição à radiação,
informações sobre a morfologia particularmente nas gônadas. Esses fatores,
renal, identifica anomalias em associação à mudança de paradigma na
investigação da ITU, contribuíram para o
congênitas (ureterocele, divertículos, decréscimo da indicação de UCM.
hidronefrose, hidroureter) e pode

indicar a presença de obstrução ou 3. cintilografia renal: A cintilografia


refluxo vesicoureteral de alto grau renal estática com DMSA (ácido
(IV e V). dimercaptosuccinico) é considerada

o exame padrão-ouro no
2. uretrocistografia miccional e diagnóstico de defeitos do
retrógrada: é o método de escolha parênquima renal. O exame é
para o diagnóstico do refluxo realizado após o primeiro mês de
vesicoureteral e avaliação vida e, habitualmente, recomendado
morfológica da uretra. Entre 25 e para crianças com menos de 3 anos
40% das crianças com ITU e ITU atípica ou recorrente. O exame
confirmada terão refluxo também permite avaliação da
vesicoureteral se submetidas a função renal: após a injeção
UCM. A UCM também fornece intravenosa, o radioisótopo
imagens de detalhes anatômicos da (tecnécio-99m) é concentrado no
bexiga e uretra, permite avaliação túbulo proximal e sua distribuição
do esvaziamento vesical e mostra correlaciona-se com o parênquima
sinais de bexiga neurogênica. renal funcionante.
OBS: NICE recomenda DMSA 4 a 6 meses após
a ITU.
4. ressonância magnética: não utiliza
radiação ioniante, fornece detalhes
anatômicos e funcionais do
aparelho urinário, tem sensibilidade O diagnóstico é clínico e é dado
e especificidade similares ao USG. através do exame físico genital. O
Por outro lado, demanda mais prepúcio deve ser retraído
tempo que o US para sua realização, cuidadosamente e avaliado a
necessita sedação anestésica e presença ou não de fimose. Existe
contraste intravenoso. Esse só pode uma classificação usada para avaliar
ser utilizado em crianças com as diferentes apresentações de
função renal preservada. fimose baseado no formato e grau
da retratibilidade prepucial:
FIMOSE:

A fimose é uma doença comum na

prática diária da pediatria, é um

problema médico encontrado tanto

em crianças como em adultos, e

caracteriza-se pela presença de um

estreitamento prepucial distal, com

ou sem aderências associadas, que

dificulta ou impossibilita a exposição

da glande.

o prepúcio é um tecido mucocutâneo


especializado, altamente inervedo, que


faz a cobertura anatômica da glande,

acredita-se que tem uma função de 1. tipo I: nenhuma retração do


proteção contra os efeitos irritantes da prepúcio;
urina e fezes. Ao nascer, ele é
totalmente ou parcialmente não retrátil 2. tipo II: exposição somente do
em até 96% dos RN, em decorrência de meato uretral;
aderências entre sua superfície interna e 3. tipo III: exposição da metade da
a mucosa da glande (esse processo é
normal e é considerado como fimose
glande;
fisiológica). Ao decorrer do tempo, 4. tipo IV: exposição quase
ocorre uma descamação desta fusão completa da glande com sulco
epitelial com a queratinização da glande
e a formação de cistos de esmegma que
coronal recoberto por aderência
acaba rompendo as aderências prepucial;
prepuciais e que junto com as ereções 5. tipo V: fácil exposição da glande
intermitentes, favorecem a exposiçaõ da
glande e resolução da fimose.
por completo.
Um ponto importante a ser relatado realização. Em alguns lugares como
para os pais é que a fimose do RN e o canadá é a postectomia é
nos primeiros anos de vida é um frequetemente realizada no período
processo fisiológico e que neonatal, por razões culturais,
inicialmente não requer tratamento profiláticas ou religiosas. Em
especifico. contraste, cerca de 80% da
OBS: é importante ressaltar aos pais e população mundial não pratica a
cuidadores que devem evitar tracionar o
prepúcio com manobras, que teriam por
circuncisão neonatal de rotina,
objetivo ajudar na resolução da fimose, indicando a mesma na presença de
porém essas manobras podem levar a micro fimose patológica.
traumas locais e evoluir para fibrose do
prepúcio, originando uma fimose patológica
A tratamento cirúgico normalmente
secundária aos traumatismos locais. é indicado nos primeiros meses de
No que se refere a higiene local, vida caso o RN apresente:
devem exercer uma suave tração do 1. balanopostites de repetição
prepúcio e higienizar localmente no (situações inflamatórias da
momento do banho. Por outro lado, glande ou prepúcio);
nas crianças que persistem com 2. obstrução do fluxo urinário;
fimose após o terceiro ano de vida, 3. malformações do trato urinário
estaria recomendado tratamento. que as predisponham de

infecções urinárias de repetição;

4. ocorrência de parafimose.

O tratamento para pacientes

indicados pode ser feito: tratamento

clínico com corticosteróides tópicos

ou cirurgia (postectomia).

OBS: a parafimose é caracterizada pelo prepúcio


1. TRATAMENTO CIRÚRGICO:
retraído com um anel constritivo localizado ao
A postectomia é um dos nível do sulco coronal, não permite seu retorno
procedimentos cirúrgicos mais para posição normal. Esta constrição leva a uma
redução do retorno venoso e linfático da
antigos e mais comumente extremidade peniana (glande e prepúcio distal),
realizados, mas existe dilemas e que aumenta progressivamente de volume não
permitindo o retorno do prepúcio a sua posição
controvérsias a respeito da sua natural
clobetasol, diclefenaco de sódio
0,05%, fuorato de mometasona e
triamcinolona no tratamento clínico
da fimose. A Betametasona tem sido
o corticoide mais utilizado em nosso
meio, isolada ou associada a
Hialuronidase, sendo que a taxa de
cura é semelhante entre as duas
formas de apresentação.

A postectomia é uma cirurgia de Com objetivo de melhorar os


pequeno porte, realizada em regime resultados, observou-se nos últimos
de internação hospital dia e anos, uma tendência em estender o
executada sob uma anestesia período terapêutico para algo em
geralmente combinada, sedação torno de 8 semanas de aplicação do
associada a anestesia loco regional. corticoide, já os resultados com esse
As complicações geralmente são período de tempo foi foi
menores, tais como: o hematomas, significativamente melhor do que o
deiscência de sutura ou infecções observado com 30 dias de
locais. A retirada do prepúcio na tratamento.
cirurgia, além de melhorar a higiene, OBS: De forma geral, não são descritos na
propicia uma diminuição da literatura, efeitos colaterais locais
(hiperêmia, atrofia pele, teleangiectasias) ou
colonização bacteriana e fúngica sistêmicos consideráveis, decorrentes da
localmente reduzindo o potencial corticoterapia tópica no tratamento da
para as balonopostites e infecções fimose.

do trato urinário em crianças


MECANISMO DE AÇÃO:
principalmente nos primeiros anos
O mecanismo de ação dos
de vida. corticosteróides no tratamento da
OBS: alguns estudos tem fornecido provas fimose não foi completamente
convincentes de que a Postectomia reduz em compreendido, e várias hipóteses são
50-60% o risco de transmissão do vírus HIV especuladas. O principal efeito é sua
em homens que foram operados, quando atividade anti-inflamatória local
comparados ao grupo de homens não principalmente devido a sua ação sobre
circuncidados, somados a uma redução os mediadores químicos da inflamação .
também do risco de neoplasia de pênis nesta Além disso, eles têm o potencial de
população operada. liberação de antioxidantes.
2. TRATAMENTO CLÍNICO: Outra possibilidade abordado é seu
Vários autores vem mostrando efeito antifibrótico, causando um
afinamento da pele pelos efeitos
resultados satisfatórios com a antiproliferativos sobre a epiderme.
utilização tópica de betametasona,
HIDRONEFROSE PRÉ-NATAL: limitado e, até que se prove ao
Após a melhoria dos equipamentos contrário, deve ser considerada
de ultrassonografia e a sua obstruída.
utilização no periodo gestacional a OBS: A ultrassonografia, muito útil na
identificação e seguimento da HPN, no
HPN passou a ser identificada de 1 a período pré-natal, pode inferir
3% de todas as gestações se comprometimento da função e
tornando uma das anomalias mais desenvolvimento renal através da análise da
quantidade de líquido amniótico,
comuns identificadas antes e após o lateralidade, gravidade da dilatação e
nascimento. Ate então, toda envolvimento ou não do trato urinário
hidronefrose era considerada como inferior.

sinônimo de dilatação do trato

urinário decorrente da presença de

obstrução ao fluxo urinário no

mesmo, requerendo tratamento

cirúrgico desobstrutivo, prevendo

grande aumento do número de

novos casos começou um


questionamento sobre a presença

de obstrução em todos os casos e a a investigação do paciente é feita


necessidade de desobstrução atraves:
cirúrgica, dessa forma ainda na 1. ultrassom pré-natal: a ultrassom
década de 1980, Koff, vinculou ao é preconizado no acompanhento
conceito de obstrução do trato da gestante com objetivo de
urinário dilatado, a necessidade da auxiliar: determinação da idade
ocorrência de perda da função renal gestacional, identificação de
durante, reduzindo a indicação de anomalias fetais, avaliação do
correção cirúrgica para menos da líquido amniótico e aspecto da
metade. Porém essa afirmação foi placenta. O ideal seria a
contráriada por Peters que expos relização de pelo menos um
que o rim do neonato por estar exame de ultrassom por
ainda em desenvolvimento, o trimestre, os rins já podem ser
eventual impedimento na visto ao ultrassom desde a 11ª
ocorrência deste devido a dilatação semana por via transvaginal e
do trato urinário, mesmo sem a entre 12 e 17 semanas por via
identificação de perda de função, transabdominal, porém a
sendo assim considerado que toda avaliação do trato urinário é
unidade renal dilatada pode ter seu melhor na ultrassom do 2°
crescimento e desenvolvimento trimestre (20ª a 24ª semana).
Em 2017, Chow e cols publicaram 2. ultrassom pós-natal: o
uma classificação, tendo como acompanhamento da criança com
objetico ser uma classificação única HPN deve ser realizado com a
para dilatação do trato urinário, ultrassom para sua confirmação e
classificando a dilatação em 3 atualização do grau de
estágios estratificados em normal e comprometimento, estabelecendo
2 níveis de gravidade (A1 a A2-3, confirmação diagnóstica e
sendo A devido o exame antenatal, referência para seguimento. O
1 de menor e 2-3 maior gravidade), exame deve ser realizado 48h após
nessa classficação acabamos o nascimento e deve se atentar com
usando 7 parâmetros anatômicos: período de desidratação que pode
1. diâmetro anteroposterior da ocasionar um falso negativo ou
pelve renal, considerando dimensionamento inadequado.
somente a porção intra-renal da OBS: HPN com identificação de dilatação
bilateral, rim único, oligoâmnio e/ou
pelve, sendo avaliado também histórico de intervenção intrauterina são
de acordo com a idade condições graves que requer realização de US
gestacional; logo após o nascimento.

2. dilatação calicial com distinção As crianças serão acompanhadas


entre cálices centrais e com novo US no primeiro e no
periféricos; terceiro mês de vida e após, a cada 3
3. espessura do parênquima renal; meses, até completar 1 ano de
4. aparência do parênquima renal idade. No segundo ano de vida, a
quanto sua ecogenicidade; cada 6 meses e, do terceiro ano em
5. alterações vesicais; diante, anualmente.
6. alteraçôes ureterais em todo

ureter;

7. avaliação do líquido amniótico

Classificação para os grupos P1 e P2


consideram a presença e
característica da dilatação calicial na
ausência de anormalidade no trato 3. cintilografia estática e dinâmica: o
urinário inferior e ureteres. Para o estudo funcional das unidade renais
grau P3, considera-se presença de na HPN se faz necessário na vida
anormalidade no trato urinário pós-natal para identificação e
inferior ou ureter ou parêmquina seguimento da função renal,
renal alterado. A etiologia mais diagnosticando eventual perda
frequente da HPN é a estenose da funcional ou comprometimento no
junção ureteropiélica, seguida do desenvolvimento renal, definindo a
refluxo vesicoureteral, megaureter, conduta. A cintilografia estática é
válvula de uretra posterior, muito utilizada para identificação de
ureterocele, duplicidade pielocalicial, cicatrizes renais sendo utilizada no
síndrome de Prune Belly. trato urinário dilatado, porém, não
obstruído como no refluxo
JUP: vesicoureteral e válvula de uretra
Ocorre em 1 a cada 5 mil nascidos, posterior resolvida, podendo ser
tendo uma prevalência no lado
esquerdo (60%) e bilateral tem um
utilizado na quantificação funcional
prevalência de 10 a 40%. Antigamente dos rins no trato urinário obstruído.
acreditava-se que todas as causas de A cintilografia dinâmica é muito
JUP era por fatores extrínsecos, sendo
esse: vaso anômalo. Mas hoje dia já
utilizada para estudo do padrão de
sabe que existe outros fatores, sendo excreção no trato urinário obstruído
divididos em: fatores intrínsecos x e, a quantificação da função renal
extrínsecos.
relativa com técnica adequada


dispensa a utilização da cintilografia

estática para tal propósito, obtendo

resultado funcional relativo e de



padrão da excreção utilizando

somente um exame cintilográfico.

o quadro clínico é divido em: 4. ressonância magnética: a RNM


1. antenatal: hidronefrose; fornece excelente informação
oligodrâmnio (bilateral). anatômica no estudo do trato
2. crianças menores: infecção urinária;
insuficiência renal (bilateral); urinário, tendo como vantagens: a
3. crianças maiores e adultos: dor não utilização de radiação ionizante,
abdominal intermitente; nauseas e a possibilidade de uso em crianças
vômitos.
O diagnóstico é feito pela
com comprometimento acentuado
ultrassonografia (hidronefrose com da função renal quando não se
ureter de calibre normal) e cintilografia utiliza agente paramagnético
renal - DTPA (dinâmica).
(gadolínio) e a alta qualidade de
resolução espacial, possibilitando
melhor interpretação e identificação
da etiologia da HPN.

FLUXOGRAMA

Em linhas gerais, aqueles que têm


rim único com dilatação,
hidronefrose ou
ureterohidronefrose bilateral,
suspeita da válvula de uretra CRIPTORQUIDIA:
posterior, oligodramnia acentuada, É definida como a não localização do
precisam de investigação mais testículo na bolsa testicular
precoce, logo após as 48 horas de decorrente da sua não descida ou
vida. Aqueles que têm dilatação da sua não permanência no seu
unilateral, sem outros sinais de interior. A etiologia do
gravidade, podem ser investigados criptorquidismo é considerada
em até 3 a 8 semanas após o multifatorial (fatores genéticos,
nascimento. maternos e ambientais), e ocorre

mais frequetemente como um

distúrbio isolado sem causa óbvia.

OBS: é uma condição que necessita de
tratamento tendo em vista que existe um

risco aumentado de desenvolver câncer

testicular e infertilidade/subfertilidade.


DESENVOLVIMENTO:

Há muita dúvida sobre o mecanismo da
descida testicular. Acredita-se que a fase
OBS: Os pacientes de baixo risco, de acordo
intra-abdominal esteja ligada á
com o US pré-natal, não necessitam de
descendina (hormonio anti mulleriano),
encaminhamento urgente para os
Já a passagem do testículo pelo canal
especialistas (nefrologista pediátrico e/ou
inguinal está relacionada á pressão
cirurgião/urologista pediátrico), podendo ser
intra-abdominal, á patência do processo
avaliado inicialmente pelo pediatra e, se
vaginal, ao gubernáculo, a andrógenos e
confirmada a alteração ultrassonográfica,
gonadotrofinas, a substáncias inibidora
encaminhar. No caso do alto risco, o
mulleriana e ao peptídio relacionado á
encaminhamento pode ser feito ainda
calcitonina.
durante a gestação para avaliação de
A não decida testicular é muito menos
possível intervenção ou para planejamento
compreendida, sendo atribuida a
do parto em local com maiores recursos para
deficiência de gonadotropinas na fase
o atendimento do recém-nascido.
intrauterina e produção exessiva de
estradiol pela plancenta, dentre outros.
Alguns casos de criptorquidia
recebem, por suas características
peculiares, denominações
particulares:
1. testículos retráteis: passam
maior parte do tempo na bolsa
testicular, mas que se deslocam
cranialmente, única e
exclusivamente, por contrações
do cremaster.
2. testículo deslizantes: só chegam
até o escroto sob auxílio manual,
As possíveis causa incluem:
mas que passam a maior parte
1. prematuridade;
do tempo numa posição
2. baixo peso para idade
subescrotal;
gestacional;
3. testículos ascendentes:
3. peso menor que 2,5kg ao nascer;
permanecem, normalmente no
4. exposição antenatal a pesticidas
escroto, mas que, em uma
e ou estrogênos.
determinada idade, deslocam-se

cranialmente e se fixam em
Como fatores predisponentes
posição extraescrotal;
podemos listar:
4. testículos ectópicos: se fixam em
1. defeitos da parede abdominal;
posições diferentes do trajeto
2. defeitos do tubo neural;
que deveriam precorrer até
3. desordem do desenvolvimento
atingir o escroto, como região
sexual;
suprapúbica, raiz da coxa,
4. alterações genéticas que
períneo etc.
comprometem a produção ou

ação de testosterona.
OBS: é uma condição presente em cerca de 2
a 5% dos meninos nascidos a termo e cerca
de 30% dos prematuros. Em torno de 70% AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
desses casos os testículos se posicionarão de
maneira correta no primeiro ano de vida. na história clínica devemos observar

fatores de risco maternos e



parternos, incluindo exposição
hormonal e distúrbios genéticos ou
hormais. No exame físico é preciso
avançar, cuidadosamente, os dedos
examinadores ao longo do canal
inguinal, com a criança sentada ou diferenciar anorquia de
em posição de cócoras. criptorquidia bilateral ocasionada
exame de imagem: nenhum por testículos ectópicos, após uma
exame de imagem é laparoscopia “negativa”.
recomendando antes do

encaminhamento, que deve descida testicular espontânea


ocorrer aos 6 meses de idade. A ocorre em apenas 6,9% dos
precisão global dos testes pacientes com criptorquidia
radiológicos, quer sejam reexaminados com idade igual ou
ultrassonográficos, tomográficos superior a 1 ano. Todos os pacientes
ou através de ressonância com eventual descida espontânea
magnética, em identificar têm 6 meses de idade. Após os 6
testículos criptorquídicos de meses de vida, é extremamente raro
44%. um paciente apresentar descida
laparoscopia: tem sensibilidade testicular espontânea.
e especificidade de quase 100% OBS: alguns Up To Date já trazem o
tratamento hormonal como algo sem muita
para a localização de testículos utilidade.
não palpáveis e permite a

correção cirúrgica

concomitantemente.

OBS: A laparoscopia será apenas diagnóstica


em cerca de 50% dos casos.


Dos testículos impalpáveis, em

torno de 39% são extra-abdominais, 1. TRATAMENTO CIRÚGICO:


41% são atróficos ou ausentes e Devido a baixa taxa de eficácia e aos
20% são intra-abdominais, estes possíveis efeitos adversos do
sendo mais comuns nas regiões tratamento hormonal, a cirurgia é a
paravesical e pelve/ilíaca. preferida. A orquidopexia, pelo
avaliação genética e contrário, resulta em cerca de 98%
endocrinológica: nesses casos é de sucesso anatômico, com um
obrigatório uma exame de baixo risco (cerca de 1%) de
cariótipo e uma avaliação complicações. Um recente estudo
hormonal com a dosagem de controlado randomizado mostra
testosterona total, FSH e LH. É que a cirurgia deve ser realizada
necessário também realizar um entre 6 e 12 meses de idade, com
teste de estimulação com a recuperação parcial do crescimento
gonadotropina coriônica testicular até pelo menos 4 anos de
humana (hCG) para poder idade.
VARICOCELE:
É definida como a dilatação das
veias de drenagem dos testículos e
está associada a alteração da função
testicular. É diagnóstica em 15 a 20%
As complicações cirúrgicas são dos adolescentes.
geralmente raras, sendo a atrofia OBS: cerca de 35% dos homens com
infertilidade primária e cerca de 75 a 81% dos
testicular a mais grave. Outras homens com infertilidade secundária estão
complicações raras incluem lesão relacionadas com varicocele.
testicular e lesão do deferente, além Cerca de 85 a 90% dos casos são
de infecção local da ferida, unilaterais acometendo o testículo
deiscência, hematoma e até mesmo esquerdo, essa predominância é
quelóides. explicada pela anatomia do sistema
de drenagem venosa testicular. A
PROGNÓSTICO: veia testicular a esquerda é longa e
1. FERTILIDADE: para proteger o drena para veia renal esquerda
potencual de fertilidade, recomenda-
se que a orquidopexia seja realizada
(essa anatomia contribui para uma
no primeiro ano de vida. O alta pressão hidrostática sobre a
hormônio liberador de hormônio drenagem testicular esquerda),
luteinizante busserrelina,
enquanto a veia testicular direita
administrado como um spray nasal a
cada dois dias durante 6 meses após drena diretamente para a veia cava.
o sucesso cirúrgico, parece ter um OBS: a varicocele pode afetar a
efeito duradouro e positivo sobre as espermatogênese e as funções das células de
células germinativas. Leyding pelo aumento da temperatura,
OBS: Consequentemente, o prognóstico da fertilidade pressão venosa aumenta, hipóxia, estresse
tem sido grandemente aumentado em crianças tratadas
com busserrelina.
oxidativo, descontrole hormonal.
Embora os meninos com

criptorquidismo unilateral tenham uma

taxa de fertilidade mais baixa, eles têm a

mesma taxa de paternidade que

aqueles com ambos os testículos

tópicos

2. MALIGNIDADE: a probabilidade de

neoplasia é em torno de 40%. Porém, o

risco de câncer testicular é reduzido se a

orquidopexia é realizada antes da

puberdade. A incidência de neoplasia A presença da varicocele em


de células germinativas intratubulares crianças e adolescentes é observada
gira em torno de 2%.
como um aumento do volume
escrotal, indolor, notado ao exame
físico de rotinas. É menos frequente
na fase pré-puberal. No A sociedade Americana de Urologia
adolescente, o diagnóstico de e Sociedade america de medicina
varicocele é habitualmente feito reprodutiva demonstraram em sua
durante exame físico de rotina, uma diretrizes as indicações de
vez que, dificilmente nessa faixa tratamento de varicocele em
etária, o paciente terá como queixa indíviduos adultos, entretando essas
a infertilidade. Geralmente o indicações não contemplam a
aumento de volume da bolsa infância e adolescência. Não sendo
escrotal reduz ou desaparece em indicado tratamento de pacientes
posição supina, caso permaneça com parâmetros seminais normais
evidente nesta posição, devemos ou mesmo varicocele subclínica. A
nos atentar para uma compressão partir do momento em que
venosa extrínseca sugerindo uma evidenciamos uma assimetria
investigação mais cuidadosa. testicular importante devemos

considerar o tratamento, portanto

na ausência de evidência objetiva.


A sociedade americana recomenda

que adolescentes e adultos jovens

sejam acompanhados anualmente

com ultrassonografia ou parâmetros
Em alguns casos pode ser seminais, para que sejam
observado a varicocelectomia diagnosticados os primeiros sinais
melhorando a qualidade do líquido de lesão testicular acelerada.
seminal em cerca de 60 a 80%,

aumentando em cerca de 60% a OBS: Em adultos o tratamento deve ser


indicado em casos de varicocele clínica,
chance de sucesso da fecundação. oligospermia, infertilidade com duração

superior a 2 anos e infertilidade sem
OBS: Geralmente , a correção da varicocele diagnóstico aparente entre o casal
em adolescentes é indicada em situações de
assimetria testicular, e menos
frequentemente por desconforto local. A
avaliação da fertilidade nesta faixa etária é
difícil e controversa. A literatura relata uma
redução da motilidade e vitalidade do
espermatozoide em pacientes não tratados
nas idades entre os 17 e 19 anos portadores
de varicocele que foram acompanhados com
espermograma seriado.

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