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2023
além de reforçar a relação entre o
medico, o paciente e os resposáveis.
URO I OBS: os exames radiológicos devem sempre
ser solicitados criteriosamente para evitar a
OBJETIVOS: exposição desnecessária da criança a
radiação ionizante.
1. Exame físico urológico;
2. Sinais e sintomas das principais ANAMNESE
doenças urológicas da infância;
1. SINTOMAS GERAIS:
3. Principais métodos diagnósticos
dor: é uma das principais causas
utilizados na investigação das
de busca a assistência médica,
patologias urológicas;
seja em serviços eletivos ou
4. Principais patologias pediátricas
de interesse urológico: emergência. Dentre as mais
hidronefrose, infecção urinária, frequentes destacam-se a dor
fimose, criptorquidia, hidrocele, abdmonial (geralmente
varicocele, enurese noturna. inespecífica e difusa) miccional
(disúria) e testicular.
OBJETIVO 1 OBS: a dor deve ser tratada de imediato antes
de prosseguir na anamnese e no exame
AVALIAÇÃO UROLÓGICA físico.
BÁSICA: 1. dor abdominal: está
A semiologia urológica na infância relacionada com as doenças
exige uma dedicação e sensibilidade urológicas obstrutiva e ocorre
dos profissionais, sendo especialmente após a ingesta
pesquisados sinais e sintomas hídrica, pelo fenômeno da
relacionada com a idade da criança distenção capsular renal em
As informações podem ser obtidas: pacientes com hidronefrose.
próprios pacientes (caso de Pode vir associada a
escolares e adolescentes), parentes, manifestações gastrointestinais,
cuidadores e outros acompanhantes como vômito. Outro dor
(crianças menores). abdominal clássica é a cólica
OBS: a anamnese desses pacientes acabam renoureteral, em crianças pode
tendo uma variabilidade na sua precisão e se apresentar como dor
qualidade, dessa forma é necessário que seja
realizado um exame físico de qualidade. abdominal difusa, se
Apesar das possíveis limitações e aproximando do padrão habitual
dificuldade da avaliação em escolares e adolescentes.
semiológica, a dedicação a esta 2. dor genital e disúria: estão
etapa é essencial, previnindo a relacionadas geralmente a
exposição a exames infecções, mas devem ser
complementares caros e invasivos, exploradas em associação com
OBS: crianças com curva de crescimento
outros sintomas, achados físicos ou inadequada pode ter associação com
complementares evitando antecedentes de infeccção urinárias de
tratamento desnecessário ou a repetição e devem ser investigadas quanto a
possíveis causas subjacentes.
chance de diagnosticar outras
doenças.
2. SINTOMAS ESPECÍFICOS:
OBS: deve ser lembrada a possibilidade de
abuso sexual nos casos de dor genital frequência miccional:
acompanhada de exame físico compatível. caracterizada peço aumento
Na emergência, a dor testicular é a (polaciúria) quando ocorre numa
situação mais preocupante e exige frequência > 8 vezes/dia e
uma atenção especial e rapidez na diminuída quando < 3 vezes/dia .
avaliação. O escroto agudo (dor OBS: sofre variação da idade e ingesta
hídrica.
testicular súbita) necessita de uma
incontinência: é a saída
conduta rápida, pois pode
involuntária de urina em
representar quadros
qualquer situação. Pode ser
infecciosos/inflamatórios, mas
contínua ou intermotente, a
também a torção testicular ou
perda contínua necessita
hérnias complicadas.
OBS: O sinal de Prehn positivo (melhora da atenção em qualquer idade. A
dor após elevação testicular) não deve ser enurese noturna (perda
usado como critério para exclusão de torção .
enquanto dorme)
monossintomática é a causa
inapetência, astenia, ganho frequente de consultas médicas,
ponderal inadequado/perda deve ser considerado uma
de peso: a falta de apetite, situação clínica a partir dos 5
letargia e alterações negativas anos de idade.
nas curvas de crescimento são urgência: desejo súbito e de
sempre achados de alerta para o difícil contenção para urinar
médico em pediatria. Neonatos após a aquisição do controle
e lactentes que não conseguem miccional completo ou quando
mamar correm risco de este ja deveria ter sido obtido.
hipoglicemia e crianças maiores noctúria: é o desejo de
de desidratação e desnutrição, despertar para urinar, na
essas condições acabam sendo noctúria a crinaça apresenta
vista nas D.U, especialmente nos sensibilidade e continência para
casos de infecciosos, quando a levantar-se e dirigir-se ao
febre inexiste por uma banheiro.
imaturidade dos sistema hesitância: é a dificuldade para
imunológico. iniciar o jato urinária quando
jato em spray ou duplo:
existe o desejo miccional. representa a saída do jato
esforço miccional: refere-se á urinário de forma espalhada ou
necessidade de impor um dividido em dois fluxos de
aumento á pressão abdominal direção distintas.
para iniciar e/ou manter o jato retenção urinária: é a
urinário. incapacidade absoluta de
jato fraco: refere-se a um jato promover a micção, dessa forma
com pressão diminuída, não ocorre o esvaziamento
podendo ser evidenciado como vesical voluntário.
mais afilado e com alcance poliúria: está relacionada com o
menor. Intermitência: jato volume urinado acima do
urinário que não se completa de esperado para idade: 40 ml/kg
forma contínua, mas apresenta ou 2,8 L em crianças e
intervalos com interrupção ou adolescentes com > 70 kg em
importante redução de seu 24h.
fluxo. OBS: trate os sintomas em conjunto, para
disúria: dor ou queimação ao tentar estabelecer uma hipótese diagnóstica
mais precisa correlacionando-os com a fase
urinas, deve ser caracteriado do ciclo miccional: enchimento ou
quanto ao momento do jato: esvaziamento.
inicial (doenças uretrais) ou 3. ANTECEDENTES:
terminal (donelas vesicais). Os antecedentes se revestem de
grande importância, dessa forma
podem ser determinantes na
investigação, diagnóstico ou mesmo
no tratamento da doença em
questão. Deve ser sempre
analisado:
1. História familiar de doença;
sensação de esvaziamento 2. Gravidez e parto;
incompleto: referência á 3. Primeiros dias de vida;
percepção de bexiga ainda 4. Vacinação;
repleta ou com conteúdo 5. Cirurgias e outros tratamentos;
urinário adiconal ao término da 6. Doenças associadas;
micção. 7. Desenvolvimento
gotejamento pós-miccional: neuropsicomotor e crescimento;
presença de saida de conteúdo 8. Ambiente: familiar, domiciliar e
urinário em gotas ao término do escolar;
fluxo moccional. 9. Alimentação.
EXAME FÍSICO
1. Inspeção:
Apesar da localização sistema
urogenital ser interiramente
abdominal e pélvica, na inspeção em
urologia infantil deve ser avaliada
desde a região craniofacial até os
membro inferiores. A face poderá
revelar doenças genéticas,
anormalidade torácicas podem estar
associadas a malformação
congênitas como válvulas de uretra
posterior grave, a parade abdominal
pode revelar massas abdominais
visíveis (hidronefrose é a principal
causa), deformidades em membros
associadas a estigmas dorsais de
defeitos do fechamento do tubo
neural podem ser identificadas em
doenças neurológicas com
repercussão urológicas. Perdas
urinárias podem ser desencadedas
durante o choro, bem como o
abaulamento da região
inguinoescrotal, presente em
quadros de hérnias inguinais,
portanto a inspeção durante o choro
ou manobras de Valsalva podem
enriquecer a observação do
examinador.
OBS 1: Este é um bom momento para dialogar 2. Palpação e percurssão:
com os pais ou responsáveis, bem como Diferente dos adultos, a palpação
fortalecer a relação com o paciente e renal é de extrema importância e
familiares. Explique os achados, oriente
tratamentos e cuidados (como nos casos de mais fácil execução. A principal
fimose/excesso prepucial) e obesidade que causa não-oncológica de aumento
levanta dúvidas sobre o tamanho do pênis. do volume abdomial é a
OBJETIVO 4
ENURESE:
É definida como a perda
involuntária intermitente de urina
durante o sono em crianças com 5
A punho-percussão das jogas renais anos ou mais pelo menos 2x por
na pesquisa da dor (sinal de semana na ausência de alterações
Giardano) deve ser feito em adquiridas ou congênitas do SNC.
escolares e, principalmente, Podemos ainda classificar a
adolescentes. severidade do pacientes em:
1. infrequente: 1 a 2x por semana; cerca de 1% dos adolescentes ainda
2. moderada severa: 3 a 5x por apresentam enurese. É uma
semana; condição que apresenta uma taxa
3. severa: 6 a 7x por semana. de resolução espontânea de 15% ao
ano.
OBS: a enurese é um problema familiar, o
A enurese pode ser classificada de
modo de herança é autossômico dominante,
acordo com o momento de seu assim se ambos os pais foram enuréticos, o
início em: risco é 77%, sendo reduzido para 45% se
apenas um dos pais teve enurese noturna. Os
1. primária: quando a criança
cromossomos envolvidos na enurese
nunca teve o controle total da incluem: 8,12,13 e 22.
miccional, nunca ficou um
desmopressina.
dormir.
anticolinérgicos: apresentação
apresentam quadro de
monossintomática. O
da glande.
ou cirurgia (postectomia).
ureter;
dispensa a utilização da cintilografia
estática para tal propósito, obtendo
padrão da excreção utilizando
somente um exame cintilográfico.
FLUXOGRAMA
DESENVOLVIMENTO:
Há muita dúvida sobre o mecanismo da
descida testicular. Acredita-se que a fase
OBS: Os pacientes de baixo risco, de acordo
intra-abdominal esteja ligada á
com o US pré-natal, não necessitam de
descendina (hormonio anti mulleriano),
encaminhamento urgente para os
Já a passagem do testículo pelo canal
especialistas (nefrologista pediátrico e/ou
inguinal está relacionada á pressão
cirurgião/urologista pediátrico), podendo ser
intra-abdominal, á patência do processo
avaliado inicialmente pelo pediatra e, se
vaginal, ao gubernáculo, a andrógenos e
confirmada a alteração ultrassonográfica,
gonadotrofinas, a substáncias inibidora
encaminhar. No caso do alto risco, o
mulleriana e ao peptídio relacionado á
encaminhamento pode ser feito ainda
calcitonina.
durante a gestação para avaliação de
A não decida testicular é muito menos
possível intervenção ou para planejamento
compreendida, sendo atribuida a
do parto em local com maiores recursos para
deficiência de gonadotropinas na fase
o atendimento do recém-nascido.
intrauterina e produção exessiva de
estradiol pela plancenta, dentre outros.
Alguns casos de criptorquidia
recebem, por suas características
peculiares, denominações
particulares:
1. testículos retráteis: passam
maior parte do tempo na bolsa
testicular, mas que se deslocam
cranialmente, única e
exclusivamente, por contrações
do cremaster.
2. testículo deslizantes: só chegam
até o escroto sob auxílio manual,
As possíveis causa incluem:
mas que passam a maior parte
1. prematuridade;
do tempo numa posição
2. baixo peso para idade
subescrotal;
gestacional;
3. testículos ascendentes:
3. peso menor que 2,5kg ao nascer;
permanecem, normalmente no
4. exposição antenatal a pesticidas
escroto, mas que, em uma
e ou estrogênos.
determinada idade, deslocam-se
cranialmente e se fixam em
Como fatores predisponentes
posição extraescrotal;
podemos listar:
4. testículos ectópicos: se fixam em
1. defeitos da parede abdominal;
posições diferentes do trajeto
2. defeitos do tubo neural;
que deveriam precorrer até
3. desordem do desenvolvimento
atingir o escroto, como região
sexual;
suprapúbica, raiz da coxa,
4. alterações genéticas que
períneo etc.
comprometem a produção ou
ação de testosterona.
OBS: é uma condição presente em cerca de 2
a 5% dos meninos nascidos a termo e cerca
de 30% dos prematuros. Em torno de 70% AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
desses casos os testículos se posicionarão de
maneira correta no primeiro ano de vida. na história clínica devemos observar
correção cirúrgica
concomitantemente.
tópicos
2. MALIGNIDADE: a probabilidade de
A sociedade americana recomenda
que adolescentes e adultos jovens
sejam acompanhados anualmente
com ultrassonografia ou parâmetros
Em alguns casos pode ser seminais, para que sejam
observado a varicocelectomia diagnosticados os primeiros sinais
melhorando a qualidade do líquido de lesão testicular acelerada.
seminal em cerca de 60 a 80%,