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Incontinência Urinária

Professor João Domingos

Incontinência Urinária (IU) simpático que se complementam.  forma


involuntária

É uma situação patológica que resulta da Sistema Nervoso Voluntário que atua
incapacidade em armazenar e controlar a através do sistema somático  forma
saída de urina, caracterizando-se por voluntária
perdas urinárias involuntárias.
 Enchimento/armazenamento
Porquê um problema?
A estimulação simpática provoca:
 A incontinência tem como resultado
* ↓ do transporte de urina através
uma perda de auto-estima.
dos ureteres
 Pode ser gerador de ansiedade
* Relaxamento do detrusor
 Pode comprometer a independência
* Contração do esfíncter interno
 Pode ter implicações na interação
social, amigos e família. A nível somático:

A uretra da mulher é muito mais curta que * Contração do esfíncter externo


a do homem, o que potencia o aumento do
risco de incontinência.  Contração e Esvaziamento

A IU pode ser resultante de alterações A estimulação parassimpática provoca:


biológicas como: * Do transporte de urina através dos
 Aumento da próstata (Hiperplasia ureteres
Benigna da Próstata) * Contração do detrusor
 Enfraquecimento dos músculos vesicais * Relaxamento do esfíncter interno
e esfíncter A nível somático:
* Músculo detrusor (da bexiga) tem
capacidade de contratilidade e * Relaxamento do esfíncter externo
distensibilidade Resumindo (esquema)
* Nomeadamente o esfíncter
Quando se dá o enchimento da bexiga, por
externo
estimulação simpática, há uma emissão do
 Micção
transporte de urina através dos ureteres.
Desenvolve-se em 3 fases, sendo elas Há um relaxamento do detrusor e há a
controladas de forma neurológica pelos possibilidade de enchimento da bexiga com
sistemas: urina e consequente contração do esfíncter
O Sistema Nervoso Autónomo atua interno. Até determinado nível de
através dos sistemas parassimpático e distensibilidade da bexiga, irá ser emitido
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um estimulo que dá a necessidade de Dentro dos 2 tipos anteriores, podem
micção e por estimulação parassimpática irá ainda ser:
ocorrer o oposto. Apesar do esfíncter
Incontinência de Esforço ou Stress 
interno relaxar, não há perda de urina
perda de urina em simultâneo com esforço
porque o externo está contraído por
muscular como tossir, espirrar, rir ou fazer
estimulação voluntária.
qualquer outra ação que leve ao aumento da
 Fatores de Risco pressão dos músculos do abdómen.

Intrínsecos  predisposição familiar ou Incontinência Mista  Mistura de


alterações anatómicas patológicas. incontinência de Esforço com Urgência.

Obstétricos e ginecológicos  gravidez, Incontinência de Urgência  caracteriza-


parto, paridade, efeitos laterais da cirurgia se por vontades imperiosas e súbitas de
pélvica, radioterapia ou prolapso genital urinar, associadas a aumento de frequência
urinária e a perdas de urina
Promotores  idade, comorbilidades,
obesidade, obstipação, atividades Incontinência Estabelecida 
ocupacionais, ITU ou medicação (diuréticos, incontinência que não é facilmente
relaxantes musculares, sedativos, etc.) reversível, tendo na sua base situações
patológicas e/ou irreversíveis.
TESTE
Incontinência por Regurgitamento 
Porque é que uma ITU aumenta a
perda involuntária e continua de pequenas
suscetibilidade de IU?
quantidades de urina. Está associada a uma
R.: Porque aumenta a excitabilidade do bexiga hiperdistendida.
detrusor (a sensação de micção é mais
Incontinência Funcional  após o estimulo,
forte.)
a perda de urina é causada pela
 Tipos de Incontinência incapacidade ou relutância da pessoa em

De um modo geral, as incontinências podem usar os dispositivos de eliminação por

ser: problema externos ao sistema urinário.


(Ex.: Não conseguir tocar na campainha ou
Incontinência Transitória  surge recusar-se a usar o urinol/arrastadeira)
associada muita das vezes a fatores
reversíveis e cedem a tratamento após uma
adequada avaliação.
Avaliação
Incontinência Estabelecida 
incontinência que não é facilmente
Aprofundada avaliação inicial objetiva e
reversível, tendo na sua base situações
subjetiva baseada em todas as AV 
patológicas e/ou irreversíveis.
avaliar as AV que podem estar implícitas na
IU.
 Padrão de eliminação vesical
(frequência, cor, volume, tipo de fluxo,
Manter um Ambiente Seguro
sensação de bexiga cheia e plenitude
 Medicação atual vesical)
 Antecedentes de saúde: patologias,  Alterações na eliminação intestinal:
cirurgias (a nível abdominal e pélvico) e obstipação e incontinência
outras intervenções (radioterapia  Alterações na eliminação vesical:
abdómen e pélvico). AVC, Parkinson, incontinência, retenção urinária,
Demências, TCE, TVM, ITU de urgência, disúria, oligúria, poliúria,
repetição, patologias urinárias e polaquiúria, hematúria, anúria e dor
ginecológicas, diabetes, menopausa. abdominal.
(diabetes por alterações a nível da  Caracterização da incontinência: início,
sensibilidade) duração, frequência, horário, fatores
 Antecedentes familiares de desencadeantes (tosse, espirros,
incontinência gargalhadas, exercícios, alterações de
 Estado de consciência, orientação e posição, lavagem das mãos, banho…),
capacidade práxica presença de urgência, quantidade de
 Atividade laboral vs. possibilidade e perdas, tipo de perdas, estratégias
necessidade de usar WC ou outros adaptativas ou produtos usados.
dispositivos.  Dispositivos de apoio e acesso ao WC.
 Alterações emocionais associadas e  Determinação de volume residual
repercussões na interação sócio- (ecógrafo vesical)
familiar  Presença de resultados de urina II ou
 Alterações sensoriais assética (ITU-presença de nitritos e

Comunicar leucócitos)

 Capacidade de comunicação de forma Mobilizar-se

verbal. Estratégias adaptativas  Incapacidade ou alterações na mobilidade


(perceber se o cliente tem ou não  Presença de cuidador e disponibilidade do
capacidade para expressar as suas cuidador
necessidades)  Hábitos de exercício

Comer e Beber Trabalho e lazer

 Padrão alimentar e hidratação  Repercussões da IU na atividade laboral

Higiene Pessoal e Vestir-se Exprimir a sexualidade

 Incapacidade para dar resposta às  Repercussões na atividade sexual


necessidades  Repercussões na auto-imagem
 Hábitos e alterações incutidas pela IU.  Número e tipo de partos

Eliminar

 Padrão de eliminação intestinal


(frequência, cor e consistência)
Diagnósticos de  Monitorizar eliminação urinária
 Ensinar sobre hábitos: cafeina, bebidas
ContinênciaEnfermagem
urinária comprometida
gaseificadas e alcoólicas
Incontinência de urgência atual  Aconselhar sobre hábitos

Incontinência de esforço atual Relacionadas com retenção urinária

Incontinência funcional atual  Avaliar sinais de retenção urinária

Risco de retenção urinária  Avaliar volume residual


 Executar cateterismo vesical
Risco de maceração  Ensinar, instruir e treinar cateterismo
intermitente (pessoas que fazem o seu
próprio esvaziamento)
Relacionadas com a eliminação urinária
 Estimular a eliminação urinária
 Avaliar necessidade de urinol,
Relacionadas com a maceração
arrastadeira ou cadeira sanitária.
 Oferecer arrastadeira ou urinol  Vigiar a pele
 Assistir eliminação urinária com cadeira  Ensinar, instruir e treinar prevenção de
sanitária. complicações
 Transferir para cadeira sanitária  Aplicar pelicula protetora de barreira
 Planear eliminação urinária (planear as
idas à casa de banho. Ir antes do Intervenções de
trabalho, de sair, etc.) Enfermagem
 Avaliar sinais de infeção De um modo geral
 Aconselhar exercícios de
Devem ser implementadas intervenções no
fortalecimento.
sentido de dar resposta a necessidades que
 Aconselhar ajudas técnicas para
possam ter implicação a nível da IU
eliminação. Urinol, arrastadeira,
cadeiras, produtos absorventes.
 Gerir o ambiente físico
 Aplicar dispositivo urinário
 Ensinar, instruir e treinar dispositivo
urinário.

Relacionadas com a gestão da eliminação


urinária

 Avaliar volume residual


 Avaliar frequência de eliminação
 Aconselhar frequência de eliminação
urinária
 Planear frequência de eliminação
urinária
 Planear ingestão hídrica

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