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MEDUFF113
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Definição
Ocorre devido á modificações da anatomia e/ou fisiologia do trato urinário inferior, que é constituído
pela bexiga e pela uretra. O pré-requisito básico para continência urinária é a existência de uma pressão
uretral maior do que a pressão intravesical, tanto em repouso quanto no esforço. Para tanto, o trato urinário
deve estar anatômica e fisiologicamente preservado, além da integridade dos setores neurológicos
envolvidos.
Epidemiologia
*O enchimento vesical é controlado pelo SN simpático (ação beta adrenérgica no musculo detrusor
provoca relaxamento muscular e a ação alfa adrenérgica predominante na uretra promove contração
esfincteriana e do trígono vesical). O parassimpático controla o esvaziamento (a acetilcolina estimula a
contração do detrusor). O SN somático desempenha apenas um papel periférico o controle neurológico do
T.U inferior, através da inervação do assoalho pélvico e do esfíncter externo da uretra.
A parede uretral é constituída por uma camada circular externa de musculo estriado que representa o
esfíncter externo da uretra, além de uma camada interna de musculatura lisa e epitélio.
Mecanismos Esfincterianos
Atualmente, são considerados dois mecanismos com a função de manutenção da continência do trato
urinário feminino:
Estruturas que formam uma rede em torno da uretra que permanece tensa em vigência de aumentos
da pressão intra-abdominal. Quando esta sustentação torna-se deficiente por alguma razão, a incontinência
urinária de esforço se desenvolve.
Resumo de Urologia
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Composto pelas seguintes estruturas: tecido conjuntivo pélvico subperitoneal e sua fixação á parede
pélvica; músculos elevadores do ânus e sua conexão ao tecido conjuntivo pélvico subperitoneal;
coordenação da contração dos elevadores do ânus nos momentos de aumento súbito da pressão intra-
abdominal.
Composto por: inervação autonômica e tônus uretral (SN simpático); musculatura estriada e lisa da
parede uretral, bem como sua elasticidade, etc.
A competência intrínseca pode ser afetada pelos seguintes fatores: defeitos congênitos no
desenvolvimento, fibrose por trauma ou procedimentos cirúrgicos repetidos, deficiência de estrogênio, lesão
neurológica.
É a perda involuntária de urina aos esforços, ou seja, que ocorre após exercício físico, riso, tosse
ou espirro. Geralmente em pequenas quantidades.
Como condição urodinâmica, é definida pela cistometria como toda perda involuntária de urina pelo
meato externo da uretra, que ocorre quando a pressão intravesical excede a pressão máxima de fechamento
uretral, na ausência de contração do músculo detrusor.
Fisiopatologia
Lesão de estruturas responsáveis por manter a posição adequada da uretra e do colo vesical
enfraquecimento do suporte uretral uretra migra para uma posição mais caudal hipermobilidade
uretral pressões são exercidas de modo que não ajudam a fechar o colo.
*A teoria integral visa justificar o aparecimento da IUE. Se as estruturas que tracionam a porção
média e proximal da uretra nas direções superior e anterior (ligamentos pubouretrais, músculos
puboccocígeos) estão enfraquecidas, isso resultará em um predomínio da ação em direção inferior que, por
conseguinte, impede o fechamento eficaz da uretra.
*Outra teoria que visa explicar o defeito de estabilidade da uretra é a teoria De Lancey.
Fatores de risco
o Envelhecimento
o Aumento da paridade: enfraquecimento do assoalho pélvico e, portanto, a prevalência é maior
em multíparas do que em nulíparas.
*Professor falou em aula que parto simples normal NÃO é um fator de risco.
o Deficiência estrogênica: leva á atrofia muscular, ligamentar, da mucosa uretral e da
vascularização uretral.
o Traumatismos pélvicos: por fratura ou sinfisiostomia, podem lesar estruturas paruretrais.
o Cirurgias pélvicas: ex:prostatectomia total.
o Obesidade
o Tabagismo (alterações microvasculares e neurológicas, altera colágeno, além de ter ação
indireta estimulando a tosse crônica)
o Hereditariedade
Diagnóstico
-Mede pressão vesical, p.intrabdominal (por meio da p. retal), p detrusal e o fluxo urinário.
-A perda esfincteriana intrínseca será reconhecida quando a perda urinária durante a manobra de
Valsava ocorrer com pressão uretral < 60 cm de H2O. Valores acima de 90 cm H2O são associados a
incontinência por hipermobilidade do colo vesical. Valores intermediários a esses podem indicar associação
de lesões.
Classificação
Nesse caso TTO é conservador (a cirurgia só é realizada em caso de falha do TTO conservador ou se
for da vontade do paciente).
Tipo 2: Mesma situação do tipo 1, só que com suspeita de processo obstrutivo associado.
Ex: prolapso genital.
Resumo de Urologia
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Nesse caso TTO do processo obstrutivo é cirúrgico.
Tipo 3: perda urinária por qualquer tipo de esforço. É o grau mais acentuado de
incontinência e está relacionado á deficiência esfincteriana intrínseca, uma vez que há
completa falência da função esfincteriana uretral, independente da posição ou mobilidade
uretral.
Tratamento:
Abordagem conservadora:
O tratamento conservador incui perda de peso, treinamento dos músculos do assoalho pélvico
(fisioterapia, mais especificamente, cinesioterapia), eletroestimulação, entre outros. Consiste no treinamento
da contração voluntária do assoalho pélvico.
Tratamento cirúrgico:
Reservado para pacientes que não obtêm sucesso com o TTO conservador e cujo risco cirúrgico seja
favorável. O objetivo é trazer as porções proximais da uretra para uma posição intra-abdominal. Ex: Técnica
de Burch, Cirurgia de Sling, injeções periuretrais de colágeno (durabilidade curta).
Perda voluntária de urina precedida de urgência. Urgência é a vontade premente de urinar, sem
que o indivíduo consiga controlar. Pode decorrer de contrações involuntárias do detrusor da bexiga.
Etiologia
Diagnóstico
Pela história clínica e avaliação complementar com base em etiologia suspeita. Trata de acordo com
causa de base.
OBS: O Med coloca I.U de urgência como sinônimo de bexiga hiperativa. Na aula o professor
abordou a síndrome da bexiga hiperativa de forma separada.
Teorias
Diagnóstico diferencial
O principal diagnóstico diferencial é com ITU (se tiver os sintomas característicos e urinocultura
negativa pode dar diagnóstico de SBH). O Med também aponta litíase e tumores vesicais como diagnósticos
diferenciais. A compressão vesical por estruturas adjacentes também deve ser afastada.
Tratamento (é clínico)
Estrogênio tópico
Fisioterapia (diferente daquela feita para IUE, que visa fortalecer o assoalho pélvico).
Terapia anti-colinégica (padrão-ouro do TTO): Bloqueiam os receptores muscarínicos da
bexiga. Seus efeitos colaterais (boca seca, constipação, visão turva, etc) são atribuídos á
inibição dos receptores muscarínicos de outros órgãos, uma vez que se ligam á eles de forma
não seletiva. Ex: Cloridrato de oxibutinina, Tolterodina, Antidepressivos tricíclicos
(imipramina).
*Para pacientes refratários pode-se utilizar toxina botulínica intravesical (tem como efeito colateral a
retenção urinária duradoura).
Incontinência Mista
É a associação da IUE com a IUU. O diagnóstico será confirmado pela demonstração urodinâmica
da perda sincrônica aos esforços e da presença de CNIs do detrusor.
É a perda urinária que acontece quando a pressão intravesical excede a pressão uretral. Está
associada á distensão vesical, com hipocontratilidade detrusora (mais comum em pacientes com lesão
neurológica) e obstrução infravesical.
Resumo de Urologia
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Individuo tem retenção e perda urinária simultaneamente (por isso paradoxal). Bexiga enche a
um ponto tão grande que extravasa urina. A perda urinária ocorre após bexiga estar completamente repleta,
uma vez que há uma falta de capacidade de contração da musculatura lisa do detrusor. (Bolsa vesical
palpável).
*pode ocorrer nas bexigas espásticas( fibrose pós radiação) e nas bexigas atônicas (consequência de
lesão neurológica como nas lesões medulares e no DM, deficiência de vit. B12, Parkinson, alcoolismo.