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Uropatias da infância
Ana Beatriz Galgaro 2023/2
Hidronefrose antenatal
Maioria assintomática
Pode atingir 1% das gestações
Desaparece espontaneamente em 50% dos casos
Quanto mais alta a obstrução, maior o efeito sobre o rim. Se a pelve do rim for
inteiramente intrarrenal e a obstrução for na junção ureteropélvica (JUP), toda a pressão será
exercida sobre o parênquima renal. Primeiramente as alterações são vistas no cálice.
Considerações:
Uropatia obstrutiva
Dilatação
hipoplasia pulmonar
História natural - em pesquisa, em torno de 80% eram leves, sendo quase 20%
moderadas/acentuadas
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Leve - pelvis renal chega a >4mm - nao necessita de cirurgia - bom prognóstico
Moderada/acentuada - pélvis >7mm -1/3 precisa de cirurgia e acompanhamento rigoroso
Quando maior que 10mm deve-se iniciar antibiótico visto o risco maior de infecções.
Conduta terapêutica - hidronefrose (tabela bagga)
Pode haver estenose de jup, refluxo vesicouteral, valva da uretra posterior de acordo com
esses diagnosticos e função renal diferencial e manter um tratamento conservador ou
cirurgico
50% estenose de JUP. RVU associado em 20 a 30%, outras causas
Considerações
É possível visualizar que o rim está dilatado (hidronefrose antenatal), mas não
possível descobrir qual patologia está acometendo o feto.
Conduta terapêutica
USG pós-natal: se não aparecer hidronefrose -> programa outro exame para 4 meses
depois (se não existir mais, não precisa acompanhamento).
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Se tiver JUP obstrutiva → analisar função renal diferencial
Outras causas: estenose de JUV, rins multicísticos, VUP, ureteroceles, Síndrome de Prune
Belly, atresua uretral
Estenose de JUP
Principal causa de hidronefrose neonatal
Lado esquerdo
herança familiar
Pode levar a perda do parenquima renal (primeiro resumo) - Estenose —> tentativa de
acomodar o processo obstrutivo —> hipertrofia da pelve renal —> diminuição da
filtração glomerular —> compressão e destruiçao do parênquima —> perda da função
renal
Etiologia
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Intrínseca - como se fosse uma fibrose dentro da JUP, na luz do canal
Secundárias - ocorre secundária a alguma outra patologia, megaureter por exemplo que
faz dobra do ureter e leva a estenose.
Classificação
💡 Seguimento da doença:
TRATAMENTO
Conservador: acompanhamento, função renal mantida, dilatação diminui com o tempo.
Cirurgico
Comprometimento bilateral
Rim único
Dilatação persistente na avaliação por USG na dilatação moderada, e que apresenta curva
tipo obstrutiva ou indeterminada na cintilografia com diurético, no seguimento de 6 a 12
meses
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Dilatação progressiva no seguimento por ultrassom, desde que confirmada por outros
métodos
CIRURGIA DE PIELOURETEROPLASTIA
Inserção alta do ureter e outra na pelvis renal, desmembrando a junção para fazer uma
anastomose pieloureteral - rim roda com um trajeto grande do ureter adjacente a pelve,
por conta da dilatação e da hidronefrose
complacência renal
Volta urina para o rim e com ela bactérias —> pode causar pielonefrite
CLASSIFICAÇÃO
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II - chega na pelve mas não causa dilatação com parenquima normal.
O que leva a perda do rim/ dano é a associação do refluxo junto a infecção para o rim.
ITUs em RVU são de extrema importancia.
Quando tem refluxo, a inserção deixa de ser obliqua na parede vesical e passa a ser
mais curta e a 90 graus = quando a bexiga enche nao tem mais o efeito de compressão.
A cirurgia visa estabelecer o trajeto intramural do ureter.
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O refluxo de urina infectada até o rim leva à inflamação intersticial e dano renal -
principal causa de dano renal
Refluxo estéril, normalmente de alto grau, que pode lesar o rim por meio de um
mecanismo mecânico
A origem do RVU tem a ver com o implante vesicoureteral anômalo -> dentro da
normalidade, o ureter tem trajeto intramural de inserção na bexiga, que funciona como
um mecanismo de válvula antirrefluxo.
No RVU, o ureter tem inserção anômala, fazendo entrada em ângulo de 90o e não
oblíquo como deveria ser, dessa forma, quando a bexiga enche não há o mecanismo de
válvula antirrefluxo
Classificação - tratamento
Tratamento conservador - grau I e II - que com o tempo vai evoluindo o ureter e deixa de ter a
conformação anomala
Quimioprofilaxia 1/4 da dose de maneira contínua (cefalosporinas, macrodantina) para
manter sem ITU
Tratamento cirurgico endoscopico
Pelo meato ureteral injetando uma substancia para preencher embaixo do meato e
dilatar/ alongar o ureter conferindo mecanismo de válvula ao ureter. Minimamente
invasivo, depende do grau do refluxo
Cirurgico aberto
Megaureter na infancia
Ou estenose de JUV
Segmento justa-vesical aganglionar, comprometido e por isso o ureter se dilata
dificultando drenagem da urina, por não haver peristaltismo adequado.
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Nem todas as crianças operadas possuem um megaureter bem dilatado, muitas vezes o ureter
fica normal por desenvolvimento da própria infância.
O tratamento conservador é a observação clínica - seguro e efetivo já que a maioria retoma a
função da peristalse
Diagnóstico
Cintilografia captante do radioisótopo - exame usado como comparação e acompanhamento
do caso.
Rim único
ITU de repetição
CIRURGIA
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É uma obstrução congênita, podendo desenvolver displasia renal que pode ser bilateral. Há
uma função tubular reduzida -> insuficiência renal, infecção e obstrução, refluxo
vesicoureteral, ascite urinosa, disfunção vesical e problemas no desenvolvimento pulmonar
fetal
Tipo I
Tipo II - em direação ao colo vesical
TIPO III - mais distal em relação ao veo montano
Há uma função tubular reduzida -> insuficiência renal, infecção e obstrução, refluxo
vesicoureteral, ascite urinosa, disfunção vesical e problemas no desenvolvimento
pulmonar fetal
Dobra da mucosa abaixo da bexiga que bloqueia o fluxo da urina infravesical, então isso
compromete os dois rins, porque a urina não desce pela bexiga
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Tipo 3: sem associação com o verumontanum
Sintomas não urinários -> ascite, insuficiência respiratória, febre inexplicável, anemia
Tratamento
Ablação ureteral endoscópica
Queixa noturna
Diagnóstico - a partir dos 5 anos de idade; 80% noturno e 15% primária (sempre teve
enurese).
Mais frequente no sexo masculino e 75% das vezes na forma primária (criança
sempre teve, sem pausa)
A enurese secundária é quando a criança tem um período seco, pelo menos 6 meses
FISIOPATOLOGIA
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Fatores genéticos e familiares podem estar envolvidos, já os fatores psicológicos não
estão envolvidos
Imaturidade do SNC (o cérebro da criança não consegue fazer com que a criança acorde
para ir ao banheiro e não consegue segurar devido ao reflexo da micção)
FATORES GENÉTICOS
Bexiga cheia, vai o aviso para acordar, mas o SN ainda não está bem maturada e
acaba não fazendo sentido
Primária (75% dos casos) —> a criança nunca teve controle miccional, é
monossintomática
Secundária —> quando há, no mínimo, seis meses de continência (“período seco”) ->
polissintomática (disfunção miccional, infecção urinária, encoprese)
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Primeira escolha: reduzir ingestão hídrica, DDAVP (Desopressina) e alarmes
Alarmes - dispositivos que dispara ao sentir o úmido da urina. Quando acorda segura
a urina e faz com o sistema se desenvolva.
Segunda escolha:
Imipramina -> ação no SNC, baixo custo, rápido resultado, cuidar dose
(cardiotoxicidade em crianças), desmamar lentamente na retirada da medicação,
altos índices de recorrência quando parar de tomar.
Desmopressina —> poucos efeitos colaterais, alto custo, sem efeito cardiotóxico,
alta recorrência quando para de tomar
Tratamento com alarmes: dispositivo que toca quando a criança começa a urinar
(dispara com a umidade) – menor recorrência do que os medicamentos.
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