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20.10.

23 - Aula teórica e prática

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Fisiologia:
O rim é responsável pela filtragem da urina, e através do ureteres a urina é conduzida para a
bexiga de gota em gota.

O músculo detrusor constitui a parede da bexiga, ele forma o esfíncter interno da uretra em
torno do colo da bexiga. Sua função é contrair em torno dos orifícios ureterais quando a bexiga
contrai de forma a prevenir refluxo vesicoureteral (refluxo de urina para os ureteres).

A bexiga está situado acima do assoalho pélvico, atrás da sínfise púbica e na frente do útero e
da vagina. Possui 3 túnicas:
Externa: túnica conjuntiva onde passam vasos e nervos
Interna: constituídos pela mucosa vesical, sede de diversas patologias
Média: é o motor vesical, o destruidor é composto de fibras musculares lisas, responsável pela
micção.
Existem 3 fases de desejo miccional:

Desejo 1: é quando começa a sentir vontade (150ml)

Desejo 2: é quando sente um incômodo, mas ainda dá para segurar (300ml)

Desejo 3: é quando sente um desconforto e tem um desejo intenso de ir ao banheiro (600ml)

A uretra constitui o canal de evacuação da urina, que se estende a partir do colo vesical e
desemboca na parte superior da vulva. Está situada atrás da sínfise púbica e na frente da vagina
na mulher possui um comprimento médio de 35mm. Possui um esfíncter liso e dois estriados.

Dois esfíncter estão presente:

Interno: é uma musculatura lisa e está contraindo nas 3 fases para bloquear a passagem da
urina.

Externo: possui uma contração voluntária e é acionado somente na 3ª fase de desejo.

Para o esvaziamento, o músculo detrusor e o esfíncter relaxa para liberar a passagem da urina.

O assoalho pélvico é um conjunto de músculos e ligamentos que permitem manter a continência


e são suportes de toda as estruturas acima.

Períneo: representa o conjunto das partes moles que fecham a pelve e suportam as vísceras em
posição vertical.

Os músculos estão dispostos em três planos: profundo, médio e superficial.

Plano profundo: fazem parte os músculos levantadores do anus e os músculos isquiococcígeos


(parte externa) e o pubovaginal e puborretal (parte interna).

Plano médio: compõe-se pelo esfíncter externo da uretra e os dois transversos profundos.

Plano superficial: bulbocavernosos e isquiocavernosos, transverso superficial e constritor da


vulva.

Controle neurológico da micção

Vias sensitivas: existem sensores sensíveis a vários estímulos na parede interna da bexiga (tato,
dor, temperatura, estiramento, tensão, volume). Elas tem a percepção dos desejos miccionais.

A informação enviada para o cérebro é realizado da seguinte forma: as vias sensitivas pelos
nervos eretores e pudendos internos até a medula sacra, ascendem pelos cordões posteriores
da medula e feixe espinotalâmico até o tálamo e se projetam sobre o córtex parietal.

Vias motoras: possui dupla inervação, são elas:

Vegetativa:
⁃ simpático (involuntária) T10 a L2 responsável pelo enchimento vesical.
⁃ parassimpático (involuntária) S2, S3, S4 responsável pelo esvaziamento vesical.

Somático (voluntário) S2, S3, S4 responsável pelo enchimento vesical.

Centros encefálicos: cortical frontal responsável pela inibição da micção bem como a região
subcortical.

Córtex límbico: responsável pela micção reflexa mediante ao comportamento instintivos. (Ex:
aumento da vontade de urinar ao ver água.)

Equilíbrio vesicoesfincteriano

Forças de retenção: correspondem a pressão uretral ligada à atividade tônica dos esfíncteres
uso e estriados e a resistência uretral.

Forças de expulsão: hiperpressão abdominal e contração vesical.

FATORES QUE CONTRIBUI PARA A INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Alteração anatomo-funcional
Descontrole neurológico
Desequilíbrio vésico-esfincteriano

Fisiopatologia da incontinência urinária

Forças de retenção: pressão uretral e resistência uretral.


Forças de expulsão: hiperpressão abdominal e pressão vesical.

Causas da incontinência urinária

• Fraqueza da musculatura do assoalho pélvico


• Inflamação na bexiga, na uretra
• Tumor vesical
• AVC, lesão medular
• Estresse, contato com água, etc.
• Alterações hormonais
• Processo do envelhecimento
• Excesso de peso

Tipos de incontinência urinária

• Incontinência urinária de esforço


• Incontinência urinária vesical
-imperiosidade (faz com que o músculo não relaxa, tem o desejo de urinar e libera urina)
-urgência (tem o desejo de urinar e não urina)
• Incontinência mista

Incidência da incontinência urinária

crianças: 62% meninas, 60-70% meninos


mulheres jovens: 17% - 57%
mulheres desportivas: 10% natação, 40% ginástica, aeróbica e corrida
grávidas: 3º trimestre
pós parto: 10% - 34,3%
menopausa: 1º ano 36%, 5º ano 48,6%
idosos: 11% - 23% mulheres, 7% - 16% homens (casa) e 60% ambos os sexos (instituições/asilo)

OBS: A incontinência urinária atinge de um modo geral mais em mulheres.

Prevenção e tratamento

• Dieta adequada (evitar alimentos ácidos)


• Atividade física regular (evitar atividades de grandes impacto)
• Fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico
• Fisioterapia
• Cirurgia

Fisioterapia
• Perina
• Dualpex
• Sonda anal
• Sonda vaginal
• Cones vaginais (fortalecimento de fibras tônicas, varia de 20 a 100 gramas)
• Bolas tailandesas
• Exercícios de kegel
• Ginástica hipopressiva (descompressão sobre a bexiga e o assoalho pélvico, trazendo-
o para cima)

______________________________________

AULA PRÁTICA

Dualpex sonda vaginal ou anal

*pode ser utilizado em todos os graus de força perineal.


Indicação: incontinência urinaria e fecal, fraqueza do assoalho pélvico.

A sonda intravaginal é o mais indicado, mas tem a opção de utilizar eletrodos para quem preferir
(virgem, idosas)

Modulação:

Fibras Tônicas

indicação: perca de urina na caminhada, corrida, relação sexual.

Programa 52 (reforço períneo);


52: Frequência: 20hz;
Tempo de ciclo: 15 min a 20 min;
Largura de pulso: 200 a 500 m/s;
Envelope: 5seg;
Repouso: 5seg;
Subida e descida: 1 a 2 seg;
Controle da intensidade: dose de acordo com a sensibilidade (A dose é dada quando a corrente 1
inicia a terapia depois desce)

Fibra Fásicas (contração rápida = mais tempo de relaxamento)

indicação: perca de urina ao tossir, espirrar, gargalhar, levantar da cama..


Programa 53, 54, 55;
53: Frequência: 35 Hz
54: Frequência: 50 Hz (mais utilizado).
55: Frequência: 65 Hz
Tempo: 10 a 15 min;
Largura de pulso: 200 a 500 m/s;
Envelope : 1 a 3seg;
Repouso: 3x3 = 9seg;
Subida e descida: 0,2 e 0,5 seg.
Controle de intensidade: Até o limiar de contração;

CONTRA INDICAÇÕES: Gestante, câncer do colo uterino, ferida, infecções, vaginites.

Dualpex instabilidade vesical

Inibição do detrusor

Indicação: incontinência urinária, mista ou fecal, fraqueza de assoalho pélvico, prevenção de


prolapso.

Podem ser realizada o tratamento em dois locais, são eles:

Modulação: PARASSACRAL
Localização eletrodo: entre S2 a S4
Programa 47 ou 48
47: Frequência: 2HZ a 4HZ;
Tempo de ciclo: 30 min;
Largura de pulso: 200 a 500 HZ;
Corrente: contínua;
Envelope: não modula;
Intensidade: De acordo com a sensibilidade do paciente.

Modulação: NERVO TIBIAL POSTERIOR


Localização eletrodo: um fica posteriormente ao maléolo medial e o outro 10cm acima do
mesmo.
Programa 47 ou 48
Frequência: 20HZ;
Tempo de ciclo: 30 min;
Largura de pulso: 250HZ;
Corrente: contínua;
Envelope: não modula;
Intensidade: De acordo com a sensibilidade do paciente.

CONTRA INDICAÇÕES: episiotomia, prolapso grau 3, hemorroida ativa, vaginismo, presença de


marca passo.

Forma de aplicação de eletrodos:


• Parassacral

• Nervo tibial posterior

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