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REVISÃO DE SAÚDE DA MULHER E DO

HOMEM
Prof.: Renato Menezes

Anatomia
O assoalho pélvico é um grupo de músculos, ligamentos e tecido conjuntivo que se prende aos ossos pélvicos. Esses
músculos e tecidos sustentam os órgãos pélvicos, incluindo a bexiga, o útero e o reto. A fraqueza ou dano aos
músculos do assoalho pélvico pode levar a problemas como incontinência ou prolapso.
FUNÇÕES DOS MÚSCULOS DO ASOALHO PÉLVICO (MAP)
As fibras musculares do MAP são predominantemente de fibras de sustentação. Os MAP conseguem exercer suas
funções por meio da contração e relaxamento coordenados desses músculos. O fechamento do esfíncter uretral
externo e a inibição da contração da bexiga causadas pela contração dos MAP promovem continência urinária. Os
MAP são perfurados pela uretra, vagina e reto e desempenham um papel fundamental no seu funcionamento. A
inervação dos MAP é realizada pelo nervo pudendo formado por nervos oriundos das raízes nervosas S2-S4. É um
nervo misto que realiza funções somáticas e sensitivas.

MICÇÃO
O mecanismo de continência urinária possui um funcionamento complexo. O controle dessa atividade consciente e
inconsciente envolve a atividades de nervos periféricos, medula sacral e de áreas centrais que envolvem parte do
bulbo, ponte, mesencéfalo e córtex cerebral.
Micção: SNC e SNP - autônomo (simpático) e somático (parassimpático)

Sistema Nervoso Simpático: enchimento vesical.

1. Nervo hipogástrico
2. Origina-se na medula T10 - L2
3. Atua nos receptores Alfa e Beta.

Sistema Nervoso Parassimpático: esvaziamento vesical.

1. Nervo pélvico
2. Origina-se na medula sacral S2 - S4
3. Parede vesica

O sistema nervoso somático origina-se na medula sacral no núcleo somatossensorial. Inervado pelo nervo
pudendo S2 - S4 que inerva os MAP e as fibras estriadas do esfíncter uretral.

Ciclo da Micção
- Função vesical normal
- Perda involuntária de urina
- Por que ocorre a incontinência? Há um súbito de pressão intra abdominal, como durante um espirro ou uma
tosse, e nesse momento as fibras de tipo II entram em ação e se contraem automaticamente, fechando a entrada
da vagina e os esfíncteres uretral externo e anal, evitando a incontinência (ou perda de urina e fezes), quando os
esfíncteres não conseguem manter pressão suficiente, a perda de urina ocorre.

- Causas: IMC, Idade, Cirurgias, Gestação e parto, Menopausa, Fraqueza do sistema de suporte do MAP, Fatores
predisponentes não relacionado ao sexo (raça, genética, estilo de vida, constipação e obesidade).

- Tipos de incontinência urinária


1. IU de Esforço: é quando provocada por algum esforço físico, por exemplo ao tossir, espirrar, correr, pular... É
mais frequente em mulheres na menopausa.
2. IU de Urgência: a pessoa não consegue segurar a urina. É mais frequente com o envelhecimento e problemas
neurológicos
3. IU Mista: é a combinação dos sintomas da incontinência de esforço e urgência.
4. Enurese: Incapacidade de conter a urina durante o sono.
5. Noctúria: Consiste em levantar várias vezes durante a noite para urinar, atrapalhando o sono.

AVALIAÇÃO
 Anamnese
 Inspeção
 Palpação
 Análise de exames complementares
 Avaliação da qualidade de vida
 Avaliação física postural
 Avaliação do MAP
 Diário miccional
 Expectativa quanto ao tratamento
Perguntas norteadoras da anamnese
 Qual sua queixa principal, o que mais te incomoda?
 Há quanto tempo?
 Quais os momentos ou posições que você mais sente esses incômodos?
 Faz uso de algum medicamento (antidepressivos, ansiolíticos, diuréticos)
 Fez algum tipo de tratamento, já foi realizado algum? Houve melhora nos sintomas?
 Número de gestações e quais os tipos de partos?
 Já sofreu algum aborto?
 Foi realizado episiotomia/fórceps?
 Já realizou alguma cirurgia ginecológica? Há quanto tempo? Houve complicações?
 Já sofreu algum tipo de trauma nessa região?
 Tem constipação? (dificuldade para evacuar mais de três vezes na semana)
 Faz força ao evacuar?
 Bebe água regularmente?
 Como é sua alimentação?
 Faz uso de cigarro ou bebida alcoólica?
 Faz atividade física regularmente?

O que devemos observar na avaliação

 Condição da pele Trofismo


 Presença de cicatrizes e feridas
 Presença de prolapsos genitais
 Presença de irritação no local
 Corrimentos, escoriações, micoses
 Episiotomia (cicatriz)
 Distância ânus-vulvar

Avaliação funcional (Grau de força)

 0 : Nenhuma contração
 1 : Tremor
 2 : Fraca
 3 : Moderada
 4 : Boa
 5 : Forte

PERFECT

É um protocolo validado por Laycock e Jerwood, em que se avalia a funcionalidade da musculatura do assoalho
pélvico através da mensuração da:
 Força/Power (P): Avalia as forças dos MAP de acordo com a escala de Oxford modificada, em que 0 significa
nenhuma força e 5 significa contração com força contra a resistência.
 Duração/endurance (E): Avalia o tempo em segundo em que a contração voluntaria máxima pode ser
mantida.
 Repetições/repetitions (R): Avalia o número de contrações em que a paciente consegue realizar com a
endurance medida pelo acrônimo E (máximo 10 contrações).
 Número de repetições/contrações rápidas/fast (F): Avalia o número de contrações rápidas que a paciente
consegue realizar (máximo 10 contrações).
 Cada contração cronometrada/Every Contraction Timed (ECT): Para lembrar o avaliador de cronometrar
todas as contrações solicitadas.

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