Você está na página 1de 36

INCONTINÊNCIA

URINÁRIA
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA MULHER


PROF. TATIANE REGINA DE SOUSA
QUEIXAS FREQUENTES
 Perda pelo esforço(tosse, riso, espirro...);

 Transbordamento

 Não esvazia completamente a bexiga

 Dorme a noite toda, mas, ao levantar-se perde urina.

 Sente urgência para urinar, mas às vezes não pode;

 Não esvazia completamente a bexiga após a micção;

 Acordar a noite para urinar.


FATORES PREDISPONENTES
Parto vaginal:
mais freqüente em multíparas;

Alterações anatômicas:
relacionada a prolapsos comprometendo estruturas esfincterianas e nervos;

Idade;
Deficiência Estrogênica;
Cirurgias Prévias para a correção de prolapso genital podem levar a incontinência;
Tabagismo
Obesidade
ANAMNESE
Queixa e duração dos sintomas;

Tipos de sintomas;

Tempo de aparecimento dos sintomas;

Situações que ocorre a perda;

Fator desencadeante;

Hábitos de vida(cigarro, álcool, alimentação, obesidade);


ANAMNESE
Medicações;

Hábitos intestinais: número de evacuações por semana/ período de tempo para


evacuar;

Fatores que melhoram e que pioram os sintomas;

Relacionamento com cirurgia ou parto normal.


EXAME FÍSICO
INSPEÇÃO ABDOMINAL:
Estado da pele, cicatrizes/aderências, estrias, zonas dolorosas, hérnias.

ASSOALHO PÉLVICO
Presença de irritação local;
Presença de corrimentos;
Presença de escoriações;
Presença de micoses;
Presença de cicatrizes;
Presença de epsiotomias;
Presença de varicosidades;
Mucosa hiperêmica.
EXAME FÍSICO
Toque vaginal:

Elasticidade
Trofismo
Força muscular
Posicionamento visceral
Reflexo de tosse
EXAME FÍSICO
A paciente é submetida ao exame
de toque vaginal ou anal

Solicita-se a contração do
assoalho pélvico de modo a
segurar os dedos do examinador

A capacidade de contrair ou não


é registrada conjuntamente ao
cálculo da resistência e do tempo
máximo em que a contração
perdurou (AFA)
EXAME FÍSICO
AVALIAÇÃO DA FORÇA DA MUSCULATURA SUPERFICIAL VAGINAL
Introdução do 2º e 3º dedo no nível da falange média em abdução
Solicitar contrações:
-Solicitar contração repetida;
-Solicitar contração sustentada (5 segundos).
 O terapeuta deve sustentar a abdução dos dedos a fim de resistir a contração
realizada.
EXAME FÍSICO
AFA – AVALIAÇÃO DA FORÇA DA MUSCULATURA ANAL (comum em homens)
Introdução do 2º dedo
Solicitar contração:
-Força para segurar o cocô;
-Força para fazer cocô
 Solicitar contração repetida,
 Solicitar contração mantida (5 segundos).
EXAME FÍSICO
Diástase dos retos abdominais, força abdominal (alterações de sensibilidade em
pacientes idosos ou debilitados solicita-se a deambulação e as possíveis
alterações posturais como: desequilíbrios, instabilidades motoras).

TESTE DA TOSSE:
• É solicitado a paciente que com a bexiga cheia realize um tosse;
• Pode ser realizado em várias posições;
• Deve se averiguar se irá surgir gotejamentos ou jatos de urina.
EXAME FÍSICO
REFLEXO SACRAL
A avaliação do reflexo sacral é feita tocando-se
levemente o clitóris ou a parte lateral do ânus.

PROLAPSOS
Mulheres que apresentam prolapsos de órgãos
pélvicos devem ter seus prolapsos tratados
apropriadamente
EXAMES COMPLEMENTARES- TESTES
ESPECIAIS
Pad Test

Quantifica a perda, mensuração do peso do absorvente


Realizado em 1 h, 24h ou 48 h
Sem estudos de validação em idosos.
Pode reproduzir o ambiente funcional
 1 hora: ingesta de 500 ml de liquido isento de sódio + movimentos padronizados (não reflete o cotidiano);
 24 a 48 horas: risco de evaporação ou necessidade de empréstimo da balança.
EXAMES COMPLEMENTARES-
TESTES ESPECIAIS

DIÁRIO MICCIONAL

24 a 72 horas, fornece informações sobre:


Hora miccção e perda involuntária
Perda urinaria – circunstância;
Volume;
Troca de absorventes;
Ingestão hídrica;
Sensação de urgência
EXAMES COMPLEMENTARES- TESTES
ESPECIAIS
Diário miccional – evidências

Locher et al (2000): indicam a necessidade de preenchimento por 7 dias


consecutivos em idosos da comunidade para melhora da confiabilidade.
Castronovo et al (2007): revisão sistemática – ausência de validação do diário
miccional em idosos frágeis, com comprometimento cognitivo e
institucionalizados.
Mesquita et al (2010): acurácia depende a habilidade do paciente em seguir as
instruções.
EXAMES COMPLEMENTARES- TESTES
ESPECIAIS
TESTE DO COTONETE OU Q TIP TEST

Consiste na avaliação do desvio rotacional do colo vesical, para trás e para baixo
da sínfise pública, aferido em graus, mediante esforço físico.

Estudiosos como Stanton diz que esse teste por ter um falso positivo de até
50%, tem a vantagem da inocuidade e praticidade, uma vez realizado de forma
correta.
EXAMES COMPLEMENTARES- TESTES
ESPECIAIS
ESTUDO URODINÂMICO
Um estudo urodinâmico é um exame que imita a fase de
armazenamento e de esvaziamento da bexiga, permitindo
avaliar diferentes variáveis como a sensibilidade da bexiga, o
seu volume de enchimento máximo, as propriedades elásticas, a
presença de contrações involuntárias e a sua capacidade para se
esvaziar.
O estudo urodinâmico completo pressupõe a avaliação de:
 Cistometria – avaliação das pressões na bexiga durante o
enchimento vesical (da bexiga) de forma artificial
(cistometria de enchimento);
 Estudo pressão-fluxo - avaliação das pressões durante a
micção (esvaziamento da bexiga);
 Perfilometria uretral - avaliação das pressões na uretra;
 Electromiografia - dos músculos pélvicos (EMG).
EXAMES COMPLEMENTARES-
QUESTIONÁRIOS

ICIQ – SF
International Consultation on
Incontinence Questionnaire

É um questionário simples, breve e


auto-administrável, escolhido para ser
traduzido e adaptado para nossa
cultura por avaliar rapidamente o
impacto da IU na qualidade de vida e
qualificar a perda urinária de
pacientes de ambos os sexos.
EXAMES COMPLEMENTARES-
QUESTIONÁRIOS

 King’s Health Questionaire (KHQ)


O KHQ é composto de 21 questões, dividido
em oito domínios: percepção geral de saúde,
impacto da incontinência urinária, limitações
de atividades diárias, limitações físicas,
limitações sociais, relacionamento pessoal,
Emoções, sono/disposição.
É pontuado por cada um de seus domínios,
não havendo, portanto, escore geral.
Os escores variam de 0 a 100 e quanto maior
a pontuação obtida, pior é a qualidade de
vida relacionada àquele domínio
TRATAMENTOS DA IU
ABORDAGEM INICIAL DE
TRATAMENTO
ANTES DE TUDO AVALIAR A PRESENÇA DE:

Deficiência estrogênica: Reposição local ou sistêmica

Infecções: Uso de medicação adequada

Incontinência urinária por instabilidade do detrusor: Casos de instabilidade do


detrusor a introdução de antimuscarínicos.
TRATAMENTO CONSERVADOR
1 - Preenchimento do diário miccional: utilizado para conhecimento do padrão de
micção e perda, definição da terapia comportamental a ser utilizada.

2 - Terapias comportamentais
Condicionamento ou treinamento da bexiga: esvaziar em intervalos regulares e
determinados, em caso de necessidade ou não. Os intervalos são progressivamente
aumentados.
Treinamento da bexiga: atrasar a micção, quando ocorre necessidade de
esvaziamento, por períodos cada vez maiores
Treinamento do hábito: utilizada quando o paciente não possui capacidade cognitiva
para atrasar a micção informar ao paciente a necessidade de ir ao banheiro, realizar
em intervalos regulares, de acordo com a sua frequência normal de micções
(Mahony, 1977; Yap & Tam, 2006; Mesquita et al, 2010 )
TRATAMENTO CONSERVADOR

Inicialmente mantida por 8-12


semanas antes de referência a
tratamentos mais agressivos
TRATAMENTO CONSERVADOR
REFORÇO DO ASSOALHO PÉLVICO POR MEIO DA FISIOTERAPIA

Informar as possibilidades terapêuticas e os fatores capazes de provocar ou


agravar a incontinência;

Melhorar a capacidade funcional do assoalho pélvico (sensibilidade,


coordenação, força, endurance) e de todo o recinto manométrico abdominal;

Melhorar a mobilidade e acessibilidade.


TRATAMENTO CONSERVADOR-
FISIOTERAPIA
CONES VAGINAIS
Cones vaginais são pequenas cápsulas de formato anatômico,
constituídas de materiais resistentes e pesados que, ao serem
inseridos no canal vaginal, proporcionam o estímulo necessário para
que a mulher contraia corretamente a musculatura do assoalho
pélvico, evitando que os abdominais sejam contraídos durante os
exercícios.
Um kit é composto normalmente por cinco ou seis cones, com
pesos que variam entre 20g a 100g. A indicação depende de cada
objetivo, mas de um modo geral, não é necessário chegar até o cone
de 100g a não ser quando a finalidade seja a melhoria no
desempenho sexual.
TRATAMENTO CONSERVADOR-
FISIOTERAPIA
PERINA/ BIOFEEDBACK
O Perina é utilizado para o despertar proprioceptivo dos
músculos da bacia pélvica, para fortalecimento
muscular, para aprendizado de força de retenção
voluntária e de contração perineal antes do esforço.
Este aparelho baseia-se no mesmo princípio que o
Esfigmotensiômetro e é constituído de uma sonda
vaginal que infla, conectado a um manômetro de
pressão que indica ao paciente a intensidade da força
que ele efetuou. Este retorno de informação permite
engrenar o processo de retrocontrole e de auto
avaliação.
TRATAMENTO CONSERVADOR-
FISIOTERAPIA
EXERCÍCIOS DE KEGEL
Tanto os homens como as mulheres podem aprender a fazer os
exercícios de Kegel ao parar e reiniciar o fluxo de urina. Esse
exercício permite conhecer quais são os músculos corretos que
devem ser contraídos, porém o exercício não deve ser realizado
continuamente em todas as micções.

As mulheres também podem aprender a fazer os exercícios de


Kegel:
colocando um dedo dentro do canal vaginal, apertando os
músculos ao redor do dedo; ou
simulando estar sentada sobre um objeto e tentar “pegar” o
objeto utilizando a vagina.

Os homens podem aprender a fazer exercícios de Kegel apertando


os glúteos, como se estivessem segurando flatos.
TRATAMENTO CONSERVADOR-
FISIOTERAPIA
TRATAMENTO CONSERVADOR-
FISIOTERAPIA (eletroterapia)
1- Eletroterapia para Perceber a Musculatura do Assoalho Pélvico:
• Este procedimento produz eletroestimulação na região do assoalho pélvico com o objetivo de
facilitar a identificação da musculatura do assoalho pélvico por parte do paciente. Muitos pacientes
não sabem contrair essa musculatura, a corrente nesse caso serve como guia.
2- Eletroterapia para Potencializar a Contração da Musculatura do Assoalho Pélvico:
• Depois que o paciente aprendeu a contração, o fisioterapeuta pélvico pode programar a corrente
para ser ativada junto com a contração voluntária do paciente, nesse caso a corrente serve para que
o paciente consiga recrutar a musculatura de forma mais eficaz.
3- Eletroterapia para Evitar Contrações Involuntárias do Músculo da Bexiga
• Ao contrário do Assoalho pélvico que segura a urina, a musculatura da Bexiga tem papel na
expulsão da urina. Alguns pacientes têm uma predisposição ou histórico de bexiga hiperativa, ou
seja contrações inadequadas ou “fora-de-hora” que contribuem para mais perda de urina. Nesse
caso o Fisioterapeuta pélvico irá posicionar os eletrodos em local específico para inibir ou prevenir
essas contrações da bexiga.
TERAPIA COMPORTAMENTAL
Orientar ingesta hídrica
Orientar sobre condições que excitam a bexiga
Orientar adiar a micção em situações de hiperatividade detrusora
Ao utilizar as técnicas de condicionamento ou treinamento da bexiga, ensinar as
técnicas de atraso da micção:
Contrações máximas do assoalho pélvico
Compressão do períneo
Distração
Relaxamento
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Recomendado nas pacientes que apresentam algum grau de mobilidade da
junção uretra-vesical

Procedimentos de suspensão retro-pubica,

Operação de Sling cuja finalidade é elevar essa junção

Pacientes com DEFICIÊNCIA ESFINCTERIANA e limitada mobilidade junção


uretro-vesical, os procedimentos de escolha são: Sling, injeções de agentes
artificial para realizar a compressão da região do esfincter.
TOXINA BOTULÍNICA
A toxina botulínica esta se mostrando como um bom tratamento sintomático
dos casos de hiperatividade do detrusor não responsiva a outras terapias.

Você também pode gostar