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Fisioterapeuta: Letícia Souza Martins

Isaque Andrade Tranquilino, 9 anos, sexo masculino, foi admitido no Serviço


de Fisioterapia da Clínica Escola no dia 22/09/2022 com diagnóstico clínico de
incontinência feca, sendo esta a sua queixa principal.
Sobre a história da doença, o menor possui histórico de anus imperfurado
corrigido cirurgicamente em 2018. Até o momento da cirurgia usava bolsa de
colostomia. Evoluiu com IF pós operatória, necessitando de acompanhamento
fisioterapêutico. Apresenta fezes líquidas, com Soiling e também incontinência de
gases.
Não refere comprometimento das atividades escolares. Devido o problema o pct
tem permissão da professora para ir ao banheiro. Possui como antecedentes cirúrgicos
atresia de esôfago e colostomia.
Na avaliação o pct referiu perda de fezes no momento da tosse, espirro, risada,
ao realizar agachamento. Antes de iniciar a fisioterapia o pct evacuava cerca de 20-30x,
ao iniciar tratamento fisioterapêutico aos 5 anos (Uninassal) evoluiu diminuindo a
frequência para 10x ao dia, precisou interromper a fisioterapia no período da pandemia,
retornando em 2022 (UFPB). Atualmente o paciente faz acompanhamento nutricional,
em dias em que não cumpre a dieta, evacua de 5-7x, e em dias que não ingere alimentos
laxantes a frequência de evacuação é de 1-2x no dia (consistência pastosa). O pct faz
uso de fraldas, realizando trocas cerca de 6-8x ao dia. Evacua nas fraldas durante a
noite. Faz uso de fibra solúvel é tem uma boa percepção de evacuação. No exame físico
foram identificados cicatrizes abdominais (bolsa de colostomia) e em região epigástrica
(gastostomia - correção da atresia de esôfago). Abertura anal +. Presença de leve
prolapso da mucosa retal.
Como objetivos do tratamento tem-se: aumentar consciência do EAE; reduzir
contração parasitas (abdominais e glúteos); aumentar a força muscular do EAE;
estimular a evacuação; fortalecer musculatura do AP.
Em busca de alcançar tais objetivos, a conduta fisioterapêutica pensada para
este período foi: Proposta terapêutica a curto prazo: 1) E.E. do EAE - programa P54
(dualpex 961) ou neurodyn —> 50 Hz/ 700 us/ T ON = 4s/ T OFF = 2x / rise = 2s /
decay = 2s —> 15min. 2) BFB c/ balonete (atenção! Não usar material de látex) c/ luva
nitrílica - treino de contração rápida evoluir com contrações lentas. 3) treino de expulsão
do balonete - inflar 5 ml de ar/ permitir livre expulsão inicialmente c/ auxílio, depois
sem auxílio; exercícios de Kegel (contrações lentas: 5 repetições, com sustentação de
5s; contrações rápidas 3x10) nas posições – DD com joelhos fletidos; DD com perna na
largura dos ombro; DD com pernas semifletidas, pés apoiados na maca, com a pelve em
retroversão e quadril elevado em posição de ponte, evoluindo para ponte unilateral;
sentado na maca com inclinação anterior do tronco; posição de pé associado a flexão
plantar e de pé, encostado na parede, realizando retroversão pélvica, por fim,
eletroestimulação do n. Tibial. Sugiro continuar a conduta que vem sendo realizada,
evoluindo para exercícios mais intensos, caso o paciente apresente melhora do quadro
clínico.
Fisioterapeuta: Letícia Souza Martins

Eloá Beatriz Cavalcante Guimarães,, 11 anos, sexo feminino, foi admitida no


Serviço de Fisioterapia da Clínica Escola no dia 18/08/221, com diagnóstico clínico de
Neuroblastoma sacral (CID 10); Bexiga Hiperativa (N31); constipação (K59.0).
Apresenta como queixa principal “não consegue segurar o xixi”.
Em relação à história da doença atual, a paciente relata que foi diagnosticada
com neuroblastoma em 2011, após genitora observar que a pct não tinha controle da
bexiga após o período de desfralde. Tratou com QT durante o período de 6 meses com
redução da massa tumoral. Realizou tratamento fisioterapêutico com melhora referida
pela genitora, que sem condições de pagar tratamento não deu continuidade ocorrendo
piora do quadro clínico da criança.
Na avaliação foi relatada episódios frequentes de urgência, urge-incontinência,
enurese, IUE, interrupções, perdas ao realizar esforços físicos, a perda urinária ocorre
em jato. Utiliza como protetor (absorvente pós parto). A respeito do quadro de
constipação, a paciente relata que a frequência evacuatória é de 3x por semana,
necessitando realizar esforço evacuatório. Também há restrição do consumo de líquidos.
Na avaliação física foi identificado o uso de musculatura acessória (adutores) no
momento de contração dos MAP.
Na reavaliação realizada em fevereiro de 2023, a paciente relatou que no final de
222 teve ITU recorrente, fazendo uso de cinco antibióticos distintos na última infecção,
não tendo melhora, recorrendo a uma injeção de antibiótico mais forte. A queixa
principal da paciente continua sendo a perda urinária. A pct interrompeu a medicação
para o quadro de IU em 2022, conforme prescrição médica, havendo regressão do
quadro clínico: antes a troca de absorventes comuns a cada 7h, após interromper a
medicação passou a trocar absorventes pós parto depois de 40 min de uso. Utiliza cerca
de 12 fraudas por dia.
Neste período não houve crescimento do tumor durante esse período, a paciente
não realiza quimioterapia, apenas acompanhamento e não há compressão neural.
O PADTEST 1h foi repetido. Peso antes = 7g, peso após = 78g. Diferença de
64g, sendo constatada uma perda severa de urina aos esforços físicos.
Como objetivos do tratamento a curto prazo tem-se: reduzir sintomas irritativos
vesicais; reduzir perdas urinárias (20% no PAD TEST); melhorar função do AP
(incremento de 1 ponto no score); tratar o quadro de constipação intestinal. Como metas
a médio prazo: manter os 20% dos valores incrementados na 5ª semana, aumentando
número de séries para treino de fibras rápidas e lentas, manter protocolo de redução dos
sintomas irritativo vesicais, reavaliar sinais/sintomas e perdas urinárias.
Em busca de alcançar tais objetivos, a conduta fisioterapêutica pensada para este
período foi: 1. Eletroestimulação do N. Tibial posterior – frequência 20HZ; Pulso: 200
ms; Intensidade: nível mais alto, sem causar dor; Tempo: 20 min. 2. Cinesioterapia para
treinamento dos MAP – treino funcional – fibras rápidas (2 séries de 10 contrações de
1x1 seg), fibras lentas (2 séries de 10 contrações 5x10 seg); treino de endurance (3
séries de 10 seg). nas posições – DD com joelhos fletidos; DD com perna na largura dos
ombro; DD com pernas semifletidas, pés apoiados na maca, com a pelve em retroversão
e quadril elevado em posição de ponte, evoluindo para ponte unilateral; sentado na maca
com inclinação anterior do tronco; posição de pé associado a flexão plantar e de pé,
encostado na parede, realizando retroversão pélvica. 3. Terapia comportamental: instruir
sempre a paciente a aumentar a ingesta de alimentos ricos em fibras. Orientar sempre
sobre a utilização de um banco ou outro objeto para apoio dos pés, com o objetivo de
melhorar o ângulo anorretal e facilitar a evacuação. Recomendar a realização da
massagem abdominal e por fim, melhorar a ingestão de água. Sugiro continuar a
conduta que vem sendo realizada, evoluindo para exercícios mais intensos, caso a
paciente apresente melhora do quadro clínico. Recomendo repetir o diário miccional
assim que possível, e realizar na próxima sessão a avaliação da Fluxometria através do
aplicativo “UFLOW BLADDER DIARY”.
Fisioterapeuta: Letícia Souza Martins

Ana Alyne Nunes de Lima, 33 anos, sexo feminino, foi admitida no Serviço de
Fisioterapia da Clínica Escola no dia 17/02/2023 com diagnóstico clínico de prolapso de
bexiga. Apresenta como queixa principal “sensação de esvaziamento incompleto da
bexiga e frequência miccional”.
Em relação a história atual da doença, a paciente relata alta frequência miccional
a mais de 10 anos e constante sensação de resíduo miccional, juntamente com perdas
urinárias ao realizar exercícios e esforços físicos. Também relata que, ocasionalmente,
após forte desejo de urinar, a micção se dá apenas com gotejamento, informa que, as
idas e vindas frequentes ao banheiro atrapalha sua qualidade de vida e trabalho. Paciente
foi diagnosticada em 2022 com prolapso de bexiga.
Na avaliação a paciente relatou quadro de ansiedade, enxaqueca crônica, apneia
do sono e também foi submetida a uma cauterização do útero, devido HPV. A respeito
dos sintomas urinários, a paciente relatou noctúria, IUE e polaciúria. Durante a fase de
esvaziamento, ocorrem interrupções, esforço miccional, gotejamento pós-miccional e
hesitação. A paciente também relatou que teve ITU 2 vezes quando tinha
aproximadamente 22 anos. Relata perda de urina ao tossir, espirrar, pular, rir e ao
caminhar, todas ocorrendo raramente, sendo esta perda em gotas, buscando ajuda
médica apenas em 2022. Sua frequência urinária é de > 10x ao dia e de 3-4 vezes
durante a noite. Desde que os sintomas iniciaram a paciente percebe piora do quadro.
Faz uso de DIU de cobre desde 2021. Possui bom trofismo genital e MMII, ausência de
cicatrizes, faz uso de musculatura acessória (adutores, abdominais e glúteos). A paciente
tem muita dificuldade para realizar contração do AP, por não ter boa consciência do
movimento e musculatura.
Na palpação foi percebido tônus do corpo perineal normal, tônus do EAE normal
e tonus de MMII normal. PERFECT 4/5/3/10. Sensibilidade normal e ausência de
pontos dolorosos.
Durante o teste de esforço PADTEST 1h não houve perda urinária, não alterando
o peso do absorvente (diferença = 0g). POPQ: Aa 2,5| Ba 3| C 8| Hg 2| CP 3| CVT 11|
Ap -3| Bp -3| D 10,5.
Como objetivos do tratamento a curto prazo tem-se: melhorar a conscientização
corporal e perineal; reestabelecer conexões neuromusculares; melhorar a função das
fibras musculares do AP; melhorar o mecanismo de contração muscular do AP. Como
objetivo principal a médio prazo, tem-se: diminuir os sintomas de IU. Em busca de
alcançar tais objetivos, a conduta fisioterapêutica pensada para este período foi: realizar
eletroestimulacao associado a programa de kegel para fortalecimento dos músculos
perineais. Série lenta: 3 séries de 10 contrações (4s) com relaxamento (8s) e intervalo de

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