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Efeitos do

biofeedback na
incontinência
urinária pós-parto.
INTRODUÇÃO
De acordo com a International Continence Society (ICS),
incontinência urinária (IU) é definida como uma condição na
qual ocorre queixa de qualquer perda involuntária de urina,
sendo um problema social ou higiênico , com ênfase nas
consequências negativas que acarreta, seja na qualidade
de vida, tanto na esfera física, psíquica e sexual .
INTRODUÇÃO
Vários estudos mostram que mulheres que já deram à luz têm mais
chances de ter disfunções do assoalho pélvico (AP) do que mulheres
que nunca pariram, independente da via de parto. A IU é três vezes mais
comum em mulheres que já pariram.

No puerpério a IU pode ocorrer de forma breve, podendo ser cessada


durante o primeiro trimestre de pós-parto. Entretanto, caso os sintomas
persistam após esse período a IU tende a perdurar por um longo prazo,
esse fato pode interferir na vida social, no trabalho, e até mesmo na
vida sexual das mulheres, podendo gerar um impacto negativo na
qualidade de vida da mulher (SABOIA et al., 2018).
INTRODUÇÃO
O biofeedback é uma ferramenta terapêutica que permite que o
paciente e o terapeuta se informem sobre o desenvolvimento normal,
fisiológico e involuntário das contrações da musculatura do piso
pélvico. É um mecanismo de reabilitação que manuseia uma
retroinformação exterior como forma de conhecimento, pois seu
propósito é fazer com que o paciente possa se conscientizar
(ABRAMS, 2002 apud OLIVEIRA, 2011).

Os mecanismos do biofeedback permitem que o paciente conheça


seu corpo e sua funcionalidade, sejam impulsos elétricos, táteis,
visuais, ou auditivos, através do monitoramento do tônus, da força e de
outras atividades do assoalho pélvico, possibilitando melhorar as
contrações voluntárias dessa musculatura, beneficiando inclusive à
prática do relaxamento (MORENO, 2004, apud RODRIGUES, 2008).
JUSTIFICATIVA
Um estudo de base populacional incluindo mulheres com até um ano de
pós-parto mostrou que 33% das participantes apresentaram-se
incontinentes três meses após o parto, com o dobro da prevalência no
grupo de parto vaginal quando comparado ao grupo de parto cesáreo
(THOM; RORTVEIT, 2010).
No Brasil, 71% das puérperas referiram IU no pós-parto (LOPES, DE
SOUZA PRAÇA;2010).
Ainda que a incontinência urinária não coloque diretamente em risco a
vida da mulher é uma condição que causa grande impacto psicossocial,
pois afeta significativamente sua qualidade de vida.
As restrições causadas por esta condição podem abalar de forma
negativa a qualidade de vida da mulher com problemas físicos,
financeiros e psicossociológicos, que comprometem a sexualidade, a
vida profissional e a convivência social e familiar, deixando a mulher
em estado de completa fragilidade. Logo, as limitações causadas
durante este ciclo além de afetarem diretamente seu ciclo social,
provocam, às vezes, o afastamento do meio coletivo por autoproteção.
HIPÓTESE

O biofeedback associado a exercícios


específicos do assoalho pélvico terá um efeito
ainda mais significativo na melhoria da
incontinência urinária em mulheres pós-parto.
OBJETIVOS
Comparar os efeitos do biofeedback
isolado com os efeitos do biofeedback
Primário
combinado com exercícios específicos
do assoalho pélvico.

Investigar a melhoria na qualidade de vida das


mulheres pós-parto submetidas ao tratamento com
Secundário biofeedback em relação à incontinência urinária,
utilizando escala de qualidade de vida relacionada à
saúde.
METODOLOGIA
Após a aprovação da CEP-UBM e também do TCLE, iniciaremos a triagem
com base nos critérios de inclusão e exclusão;

Este projeto de pesquisa seguirá uma metodologia baseado um ensaio clínico


randomizado.

Serão avaliados um grupo de 50 mulheres puérperas, maiores de 18 anos a 40


anos, com diagnóstico médico de incontinência urinária.
METODOLOGIA
As participantes serão randomizadas em dois grupos: um grupo receberá
exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico, e o outro grupo receberá o
tratamento com os mesmos exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico
associado com biofeedback.
Ambos os grupos serão tratados por um período de doze semanas, duas vezes por
semana.
As participantes serão avaliadas antes e depois do tratamento.
As seguintes medidas e instrumentos serão utilizadas:

a) escala de Ortiz
b) perineômetro de pressão
c) questionário KHQ ( qualidade de vida)
d) diário miccional
METODOLOGIA
Todas as participantes passarão previamente por anamnese e exame físico ( inspeção e
palpação bidigital), receberão orientações a respeito da localização e função dos MAP, e de
como contraí-los adequadamente. Todas as participantes receberão uma caderneta ( diário
miccional simplificado) para anotar as frequências urinárias diurna e noturna, além do número
de perdas urinárias.

Grupo 1(exercícios) - elevação pélvica com controle dos MAP no tatame; rotação, anteversão,
retroversão e inclinação bilateral pélvica na bola de suíça sendo 3x10 para cada exercício.
METODOLOGIA
Grupo 2 (exercícios mais biofeedback ) - exercícios do grupo 1 associado ao tratamento com
biofeedback, com o seguinte protocolo*:

Com a inserção da sonda revestida por um preservativo não lubrificado e untado por um lubrificante à
base de água , a válvula do insuflador será fechada; posteriormente, a sonda será insuflada, e a
participante será solicitada através do comando verbal a realizar a contração dos MAP. O tempo de
repouso será igual ao tempo de contração. As pacientes realizarão 3 séries de 10 contrações isométricas
de 2, 4 ou 8 segundos cada (de acordo com o ganho de resistência muscular) para trabalhar as fibras
musculares tônicas e 3 séries de 10 contrações isotônicas.
Aparelho utilizado: aparelho de biofeedback pressórico Perina® da marca Quark®

*protocolo baseado no estudo clínico com o título :ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO NO TRATAMENTO DA
INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR ESFORÇO NA PÓS-MENOPAUSA ( CRUZ et al., 2020).
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E
EXCLUSÃO
Inclusão:
Mulheres com idade entre 18 e 40 anos que tenham dado à luz nos
últimos 3 a 12 meses.
Diagnóstico de incontinência urinária pós-parto confirmado por um
profissional de saúde.
Participantes que estejam dispostos a participar do estudo e assinar o
termo de consentimento informado (TCLE).
Exclusão:
Útero gravídico
Condições médicas pré-existentes que possam afetar a incontinência urinária,
como infecções do trato urinário não tratadas, doenças do trato urinário
inferior, ou distúrbios neurológicos.
Uso prévio de terapia de biofeedback para incontinência urinária pós-parto.
Incapacidade de entender ou seguir as instruções do tratamento.
Problemas neurológicos, visuais, auditivos, cognitivos, oncológicos, prolapsos,
estreitamento vaginal,realização de cirurgia ginecológica recente,processos
alérgicos ao preservativo utilizado, patologias musculoesqueléticas que
impedissem a realização dos testes e/ou tratamento, estar em outro
tratamento fisioterápico para os MAP e que se negaram a assinar o TCLE.
ANÁLISE DE RISCOS E BENEFÍCIOS
RISCOS

Tempo e Compromisso: O tratamento com biofeedback pode exigir um compromisso a longo prazo e a
participação regular em sessões de tratamento. Algumas pacientes podem achar desafiador ajustar sua
programação para acomodar essas sessões.

2. Resultados Variáveis: Os resultados do tratamento podem variar de pessoa para pessoa. Nem todas as
participantes podem experimentar uma redução completa dos sintomas, e algumas podem precisar de
outras formas de terapia ou intervenções.

3- Reações Adversas: Embora o biofeedback seja geralmente considerado seguro, algumas pacientes
podem experimentar desconforto temporário ou fadiga muscular durante ou após as sessões de
treinamento.
ANÁLISE DE RISCOS E BENEFÍCIOS

Todas as participantes serão avaliadas e selecionados cuidadosamente para o estudo, levando em consideração
seu histórico médico e condições pré-existentes;

Todas as participantes serão informadas sobre os possíveis riscos e benefícios do estudo e seu consentimento
informado será obtido antes do início do tratamento;

Todas as participantes serão avaliadas em consultório adequado e reservado, preservando a privacidade da


mulher;
Como medidas de proteção e higiene, serão utilizadas luvas descartáveis durante todo o procedimento e o local e
os instrumentos serão higienizados com álcool 70% antes e após cada avaliação.

Os profissionais envolvidos no estudo serão devidamente treinados e qualificados.


Melhoria
dos
Sintomas
Melhoria da
BENEFÍCIOS Qualidade de
Vida
Fortalecimento do
Assoalho Pélvico
CRONOGRAMA
ORÇAMENTO
ANEXOS
TCLE
ANEXOS
ANEXOS
ANEXOS
ANEXOS
Currículo Lattes
REFERÊNCIAS
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE. Incontinência urinária. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/incontinencia-urinaria/. Acesso em: 3 out. 2023.

BLOG MIOTEC. Descubra como o uso do Biofeedback pode impactar no tratamento das disfunções do assoalho
pélvico. Disponível em: https://blog.miotec.com.br/biofeedback-assoalho-pelvico/. Acesso em: 11 out. 2023.

FISIOTERAPIA CAVALLAZI. O Biofeedback na Fisioterapia Pélvica. Disponível em:


https://fisioterapiacavallazzi.com.br/o-biofeedback-na-fisioterapia-pelvica/. Acesso em: 19 out. 2023.

Thom DH, Rortveit G. Prevalence of postpartum urinary incontinence: a systematic review. Acta Obstet Gynecol
Scand. 2010
Vista do Eficácia do método Pilates e do biofeedback manométrico em mulheres na menopausa com
incontinência urinária. Disponível em:
<https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/27289/22634>. Acesso em: 1 nov. 2023.
SUELLEM, C. et al. ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR
ESFORÇO NA PÓS-MENOPAUSA. Disponível em:
<https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/download/1065/62
1>. Acesso em: 1 nov. 2023.
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