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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE SAÚDE


CURSO DE LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA

INCONTINÊNCIA URINÁRIA
ESTUDANTE: MARGARIDA CH. SUNGUA

 Nº 211050177
 Turma: N/1
 Turno: Noite
 Curso: Fisioterapia
 3º Ano

ORIENTADOR
__________________________
Isaac Muajambi

Benguela, Janeiro de 2024


ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................3

INCONTINÊNCIA URINÁRIA.......................................................................................4

ETIOLOGIA......................................................................................................................5

FISIOPATOLOGIA..........................................................................................................5

SINTOMAS.......................................................................................................................5

ANAMNESE.....................................................................................................................6

EXAME FÍSICO...............................................................................................................6

DIAGNOSTICO................................................................................................................7

TRATAMENTO................................................................................................................7

CONCLUSÃO...................................................................................................................9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10
INTRODUÇÃO
A incontinência urinária (IU) pode ser definida como qualquer perda involuntária
de urina que determine desconforto social ou higiênico e seja demonstrável de modo
objetivo.
A incontinência urinária atinge aproximadamente 5% da população mundial de
todas as idades, acometendo com mais frequência mulheres e idosos, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Através de uma perspectiva funcional e anatômica, pode-se considerar o trato
urinário inferior composto pela bexiga (reservatório de armazenamento), e pelo mecanismo
esfincteriano (responsável pela continência). A IU é resultado do desequilíbrio funcional do
complexo vesico-esfincteriano. A IU causa grande impacto na qualidade de vida, afeta não
apenas a saúde, mas traz também prejuízos financeiro, social e emocional.

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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
A incontinência urinária é uma condição caracterizada pela perda involuntária de
urina. Em alguns casos, a pessoa não consegue segurar a urina ao fazer esforços como tossir
ou espirrar ou a vontade de urinar é tão súbita e forte que não dá tempo de chegar a um
banheiro. Mais comum em mulheres, o problema pode ser uma complicação do
envelhecimento natural ou estar associado a outras questões de saúde, como infecções do
trato urinário.
A incontinência urinária é um problema que afeta todas as faixas etárias, sendo
mais comum em mulheres. Isso acontece porque o corpo feminino apresenta, além da uretra,
duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal.
Com isso, as estruturas que dão sustentação aos órgãos pélvicos e que produzem a
contração da uretra para evitar a perda urinária são mais frágeis, facilitando a incontinência
urinária feminina. Também é comum ocorrer incontinência urinária na gravidez.(ICS. 2015)
A incontinência urinária masculina normalmente está associada a pessoas que
realizaram a cirurgia convencional para a retirada da próstata. Também pode ser uma
complicação comum do envelhecimento natural uma vez que, à medida que a glândula
cresce, há uma maior pressão sobre a uretra, dificultando o controle da urina.
A capacidade de armazenar e eliminar a urina exige uma série complexa de
mecanismos inter-relacionados que envolvem o cérebro, a bexiga, a uretra, os músculos e os
nervos do pavimento pélvico. À medida que a urina é produzida e armazenada na bexiga, a
musculatura da bexiga (músculo detrusor) relaxa e distende-se para a poder acomodar.
Quando o enchimento da bexiga atinge um determinado limite (que varia de pessoa para
pessoa), sente-se vontade de urinar. Quando o momento for apropriado para a micção, o
cérebro sinaliza o músculo detrusor para se contrair e o esfíncter da uretra para se relaxar,
permitindo que a urina seja eliminada. Normalmente a bexiga precisa de se esvaziar quatro a
oito vezes por dia e uma a duas vezes à noite. A uretra e a bexiga são sustentadas pelos
músculos do pavimento pélvico (grupo de músculos que suporta a uretra e os órgãos
pélvicos), que se contraem durante um esforço físico para ajudar a prevenir as perdas de
urina. (ICS. 2015)

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ETIOLOGIA
Segundo (Jung H, Kim H, Cho S., 2015), Existem situações que podem condicionar
o aparecimento de incontinência urinária tais como:
 Infecção urinária ou vaginal;
 Consequências de algumas cirurgias;
 Constipação intestinal;
 Fraqueza nos músculos pélvicos;
 Obstrução da uretra por aumento da próstata;
 Lesões na coluna e efeito colateral de medicamentos.

FISIOPATOLOGIA
A continência resulta de uma perfeita função e coordenação do trato urinário
inferior e da integridade do sistema nervoso responsável pela sua atividade.
A perceção do enchimento da bexiga e o início de micção requerem a sincronização
do sistema nervoso, do músculo da bexiga, esfíncteres e pavimento pélvico. Qualquer
alteração deste sistema pode levar à IU. O controlo da bexiga cheia depende de atividade
neuronal e de órgãos pélvicos intactos. Durante os períodos de enchimento da bexiga, a
continência está assegurada pelo esfíncter uretral interno e externo e pelos MPP.
O esfíncter no colo da bexiga está sob controlo involuntário (autonómico) e o
esfíncter uretral sob controlo voluntário e involuntário. Os músculos elevadores do ânus
agem como uma rede de apoio para este sistema e também tem reflexo assim como a
atividade voluntária. Durante o reflexo de micção estes esfíncteres relaxam e o músculo liso
da bexiga contrai, resultando na expulsão de urina. (Mota A., Figueiredo A., 2014)

SINTOMAS
No caso da mulher, a bexiga e o seu orifício de saída são controlados por um grupo
de músculos, chamados músculos do pavimento pélvico, os quais contribuem para manter a
bexiga encerrada. A incontinência urinária da mulher pode acontecer se estes músculos
ficarem debilitados e perderem flexibilidade. Actividades tão banais como espirrar podem
causar perda de urina. (Khandelwal C, Kistler C., 2013)
No caso do homem, a incontinência urinária mais comum manifesta-se por
gotejamento contínuo. A causa mais frequente é o aumento do tamanho da próstata que
impede a passagem de urina, durante a micção. Como consequência, a bexiga nunca se

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esvazia completamente. Numa fase pós cirurgia à próstata, a bexiga pode ficar debilitada,
contudo, normalmente volta a recuperar passados alguns meses. A obesidade também pode
provocar perdas involuntárias de urina, dado que aumenta a pressão nos músculos pélvicos e
abdominais. (Khandelwal C, Kistler C., 2013)

ANAMNESE
Os aspectos mais importantes que devem ser registrados são: início dos sintomas
gravidade, frequência, hábitos e sintomas intestinais além do impacto na qualidade de vida.
No interrogatório inicial deve-se atentar para a paridade da paciente, pois virgens e
nulíparas podem apresentar queixas urinárias como sintomas iniciais de neuropatias centrais
ou periféricas. O mesmo pode ocorrer com pacientes diabéticas.
Deve-se investigar os sintomas urinários anormais:
Sintomas de Incontinência Urinária: de esforço (ou relacionado à atividade
física); de urgência; postural; enurese noturna; mista; contínua; insensível; ao coito
(penetração ou orgasmo);
Sintomas referentes a fase de enchimento vesical: aumentos da frequência
urinária durante o dia; noctúria; urgência; síndrome da bexiga hiperativa;
Sintomas sensoriais: aumento ou redução ou ausência da sensibilidade vesical;
Sintomas miccionais e pós-miccionais: hesitância; jato urinário curto;
intermitência; força para urinar; jato urinário espalhado; sensação de esvaziamento
incompleto; necessidade imediata de retornar à micção; perda urinária pós-miccional;
micção posição-dependente; disúria; retenção urinária.

EXAME FÍSICO
O exame físico vai ser composto por:
 Exame genital;
 Exame neurológico;
 Teste de esforço;
 Exame do prolapso genital;
 Teste do cotonete – Q-tip test (introdução de um cotonete estéril lubrificado com
gel anestésico na uretra; durante Valsava afere-se a medida do ângulo formado pelo
cotonete e o eixo horizontal; alterações acima de 30º indicam hipermobilidade do
colo vesical);

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 Avaliação funcional do assoalho pélvico (avaliação da sua contração bem como
manutenção em um exercício físico; pede-se que contraia e mantenha ao redor do
dedo do examinador ao exame vaginal).

DIAGNOSTICO
Para se diagnosticar a incontinência urinária, o médico analisa os sintomas e
histórico do paciente e pode solicitar alguns exames para complementar o diagnóstico, como
exame de urina, para identificar uma possível infecção, e o ultrassom, para avaliar forma e
tamanho de rins, bexiga e próstata.
Se forem necessárias informações complementares, o especialista poderá
recomendar exames como: exame urodinâmico, cistoscopia, cistografia e ultrassonografia
abdominal. (Khandelwal C, Kistler C., 2013)

TRATAMENTO
O tratamento da incontinência urinária depende do tipo de incontinência, da
gravidade e da causa subjacente. Em quadros mais leves, podem ser indicadas mudanças nos
hábitos de vida o que inclui urinar de forma mais frequente e adotar uma dieta rica
em fibras, evitando o consumo de álcool, cafeína e alimentos ácidos.
Contudo, quadros de incontinência frequente e que estão afetando diretamente a
qualidade de vida podem exigir outras abordagens de tratamento, como:
Estimulação elétrica: eletrodos são temporariamente inseridos no reto ou na
vagina para estimular e fortalecer os músculos do assoalho pélvico. Estimulação elétrica
suave pode ser eficaz para a incontinência de esforço e incontinência de urgência, mas
podem ser necessários vários tratamentos ao longo de vários meses.
Uso de dispositivos: o pessário vaginal é um dos componentes mais utilizados para
tratar incontinência urinária em mulheres e serve como suporte aos órgãos da pélvis, como a
bexiga, evitando a perda de urina
Terapia de intervenção: consiste na injeção de material sintético no tecido que
envolve a uretra para mantê-la fechada e reduzir a perda de urina.
Caso os outros tratamentos não apresentem resultado, pode ser necessária
uma cirurgia para incontinência urinária para tratar a causa do problema. A intervenção
mais conhecida é a cirurgia de Sling, que consiste na aplicação de tiras de tecido sintético ou

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de malha em torno da uretra e do colo da bexiga. O sling ajuda a manter a uretra fechada,
principalmente quando o paciente tossir ou espirrar.

Exercícios para incontinência urinária


O médico pode recomendar exercícios para incontinência urinária com o objetivo
de fortalecer os músculos que ajudam a controlar a micção, que são feitos sob a orientação
de um fisioterapeuta. Também conhecidas como exercícios de Kegel, estas técnicas são
especialmente eficazes para a incontinência de esforço, mas podem também ajudar a
incontinência de urgência. (Becher K, Oelke M, 2013)

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CONCLUSÃO
Contudo, conclui-se que a incontinência urinária é a perda involuntária de urina, ou
seja, em circunstâncias em que a pessoa não deseja urinar.
A incontinência se dá quando esse mecanismo de armazenamento e esvaziamento
não funciona de maneira coordenada, sobretudo após algum esforço, como dar uma simples
gargalhada, ou quando existe urgência urinária, um desejo incontrolável de urinar.
O diagnóstico depende de uma avaliação médica bem abrangente, que inclui o
exame físico e a análise da história do indivíduo, além de testes diagnósticos, desde o
simples mas fundamental exame de urina, que em tais caso é obrigatório para descartar uma
infecção urinária, até métodos mais sofisticados, como a urodinâmica, que reúne um
conjunto de exames para estudar detalhadamente o armazenamento e o esvaziamento da
bexiga. O objectivo é identificar a causa e o tipo da incontinência para a instituição do
tratamento mais adequado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Becher K, Oelke M, Grass-Kapanke B, Flohr J, Mueller E a., Papenkordt U, et al. Improving
the health care of geriatric patients. Z Gerontol Geriatr. 2013;46(5):456–64.
Incontinence F, Committee C. International Continence Society Fact Sheets About the ICS.
2015;(8).
Jung H, Kim H, Cho S. A current perspective on geriatric lower urinary tract dysfunction.
Korean J Urol. 2015;56:266–75.
Khandelwal C, Kistler C. Diagnosis of urinary incontinence. Am Fam Physician.
2013;87(8):543–51.
Mota A., Figueiredo A., Ferreira CA., Castelo D., Parada B., Nunes P., Rolo F. Patologia
urológica e envelhecimento. In: Veríssimo, Manuel, editor. Geriatria fundamental. 1st ed.
Lisboa; 2014. p. 210-16.

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