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Incontinência

Urinária
Qualquer perda urinária involuntária (ISC, 2000)
É A CONDIÇÃO NA QUAL A PERDA INVOLUNTÁRIA
DE URINA OCASIONA PROBLEMA SOCIAL OU
HIGIÊNICO
Incontinência Urinária
- Um sintoma: é a declaração do paciente de perda
involuntária de urina ( “queixa”)

- Um sinal: é a demonstração objetiva da perda de


urina ( “ inspeção e avaliação”)

- Um estado: é a demonstração urodinâmica da perda


de urina
FISIOPATOLOGIA
• Falência dos mecanismos intrínsecos da uretra
• Teoria de Enhorning (posicionamento extra
abdominal do colo vesical)
• Teoria da Integralidade de Petrus Ulmsten
(estiramentos da parede vaginal ou dos ligamentos
de suporte desencadeiam estímulos nas terminações
nervosas ativando o reflexo de micção)
• Lesão total ou parcial do n. pudendo (parto
transpélvico )
Fatores Predisponentes
- Deficiência estrogênica ( reduz a pressão uretral)
- Obesidade ( aumento da pressão intra-abdominal)
- Tabagismo, mecanismos:
1. Danos as sustentações uretrais e vaginais pela tosse
crônica
2. Contrações do detrusor induzidas pela nicotina
3. Alteração na síntese e na qualidade do colágeno
4. Efeitos antiestrogênicos que diminuem a atividade
dos receptores no esfíncter uretral interno.
- Anorgasmia
Definições Importantes
Urgência é o desejo forte de micção seguido por
medo de vazamento ou de dor estando a bexiga
cheia ou não.
Frequência é o número de micções diárias,
definindo também como o esvaziamento urinário
por 7 ou mais vezes ao dia.
Disúria: dor ao urinar.
Enurese qualquer perda urinária involuntária.
Enurese noturna perda urinária durante o sono.
Definições Importantes

Noctúria: necessidade de levantar do leito para urinar à noite.


Nictúria: inversão do ciclo circadiano (urinar + à noite do que
de dia).
Urina residual: volume que permanece na bexiga pós micção.
Dispareunia: dor no ato sexual.
Diagnóstico Clinico
Anamnese + queixas clínicas + exames
complementares (elementos anormais do
sedimento – EAS, ultrassom, vídeo/urodinâmica)
Estudo Urodinâmico
Fornece uma avaliação objetiva, já que os sintomas
urinários são subjetivos e muitas vezes, a história
clínica é confusa.
Dividido em 2 fases:
FLUXOMETRIA – registra a medida e o fluxo urinário
durante o esvaziamento vesical. Obtém-se:
➢Volume urinado: em ml;
➢Fluxo urinado: total de fluido urinado pela uretra na
unidade de tempo (ml/s), pode ser contínuo ou
intermitente.
➢Fluxo máximo: é o maior valor de fluxo medido.
Normal acima de 15ml/s, para volume maior de
150ml.
URODINÂMICA/FLUXOMETRIA

➢Tempo de fluxo: é o tempo em que ocorre o fluxo,


em seg.
➢Tempo para fluxo máximo: é o tempo decorrido
desde o início da micção até o fluxo máximo,
normalmente corresponde a 1/3 do tempo de fluxo.
➢Tempo de micção: é o tempo total da micção,
incluindo as interrupções.
* Uma curva normal clássica é contínua, suave e tem
a forma de um sino. O volume urinado varia de
150ml a 400ml, com o tempo de micção de 10 a 35 s
e fluxo máximo de 15 a 30 ml/s.
URODINÂMICA/CISTOMETRIA

CISTOMETRIA: avalia a função de enchimento e


armazenamento de urina na bexiga. Permite avaliar:
➢Sensibilidade e a capacidade vesical
➢Presença de contração involuntária do detrusor
➢Relação pressão-volume

*P abdominal= P retal ou P vaginal


P detrusor = P abdominal – P vesical
URODINÂMICA/CISTOMETRIA

Parâmetros:
Resíduo pós miccional : normal menor que 50ml
Primeiro desejo miccional: normal 50 a 200 ml
Forte desejo miccional: desejo persistente, sem receio
de perda
Urgência: vontade extrema de urinar, acompanhada de
dor e medo de perder urina
Contração não inibida do detrusor: aumento da pressão
vesical não acompanhada de aumento na pressão
abdominal, com amplitude maior que 15 cm H2O ou
menor, se acompanhada de perda
URODINÂMICA/CISTOMETRIA

Capacidade vesical funcional: é o volume infundido mais


o volume residual de urina, a capacidade normal varia
de 300 a 500ml
Pressão abdominal de perda é a menor pressão vesical
realizada com a manobra de Valsalva, que cause perda
urinária na ausência de contração do detrusor:
- Valores menores que 60 cm H20= defeito esfincteriano
- Valores acima de 90 cm H20 = IUE
- Entre 60 e 90 cm H20 = relacionar com exame clínico.
Tipos de Incontinência
Incontinência Urinária de Esforço, Stress ou
Verdadeira (IUE)
Perda involuntária de urina quando a pressão
intravesical excede a pressão uretral na ausência de
atividade do detrusor.

Queixas: perda aos esforços e frequência.


wgate.com.br
Causas da IUE - resumo
A incontinência urinária de esforço (IUE) ocorre quando há
lesões ou alterações nas estruturas responsáveis pelo
posicionamento do colo vesical (mecanismo proximal), nos
MAP (mecanismo do terço médio) ou na vascularização da
mucosa da uretra (mecanismo intrínseco).
Marques et al, 2011

A maioria das mulheres com hipermobilidade vesical já


apresentam, em algum grau, a deficiência esfincteriana
intrínseca.
ICS, 2010
a) Colo normal, b) hipermobilidade do colo

a) esfíncter interno normal, b) insuficiência esfincteriana intrínseca


Tipos de Incontinência

- Incontinência Urinária de Urgência (IUU) associada


Síndrome da Bexiga Hiperativa, Hiperatividade
Detrusora Não Neurogênica ou Idiopática = perda
involuntária de urina na presença de contração não
inibida do detrusor durante a fase de enchimento
vesical (cistometria)
Queixas: urgência, perda sem esforço (ex. dormindo)
e frequência.
Tipos de Incontinência
Incontinência Urinária Mista = sintomas da IUE +IUU

Hiperatividade Detrusora Neurogênica= IUU, porém


existe um componente neurológico. Ex. Parkinson,
Esclerose Múltipla, Diabetes...
Bexiga Hiperativa - Fisiopatologia
“Teoria Miogênica”: sugere o aumento da
excitabilidade vesical decorrente de alterações
histológicas do detrusor e denervação parcial da
bexiga. Essas alterações promoveriam uma
hiperexcitabilidade entre os miócitos, propagação
do estímulo elétrico e finalmente, a contração
coordenada de todo o músculo detrusor.
Bexiga Hiperativa - Fisiopatologia

“Teoria neurogênica”: falha na inibição pontina do


reflexo primitivo da micção, presente em indivíduos
normais e que se aplica principalmente a pacientes
com esclerose múltipla, doença vascular cerebral
ou Parkinson, onde novos reflexos surgem e
sensibilizam fibras amielínicas do tipo C.
Bexiga Hiperativa - fisiopatologia
“Teoria autonômica”: diz respeito à autonomia celular
do detrusor, onde cada área é circunscrita, modulada e
dirigida por um gânglio individual intramural,
coletivamente denominado “plexo miovesical”, que se
comunicam. Qualquer alteração capaz de influenciar
esse equilíbrio ou essa interligação elétrica entre as
áreas poderá desencadear a hiperatividade do
detrusor.
Ex.: A simples fraqueza muscular do AP, ao permitir a
entrada de urina na uretra proximal, por si só, seria
capaz de desencadear o reflexo da micção.
Tratamento
Medicamentoso
Comportamental
Cinesioterapia
Eletroterapia
Perineômetro
Cones vaginais
Biofeedback
Comportamental
➢ Calendário miccional/ Diário miccional

➢ Micção programada

➢ Reeducação vesical
Medicamentoso
IUE IUU

Drogas que aumentam o tônus Drogas que diminuem a atividade


esfincteriano uretral do detrusor:
anticolinérgicos, relaxantes da
mm. lisa, anti depressivos
tricíclicos
Drogas que aumentam o tônus
e o trofismo da mm. do
assoalho pélvico
Atividade pontuada – 1 ponto

Selecionar medicamentos utilizados para IU ( incluir nome comercial),


apresentar sua proposta terapêutica e efeitos colaterais.

Tipo de Medicamento Efeito Efeitos


Incontinência (princípio Colaterais
ativo e nome
comercial)
A OMS preconiza a Fisioterapia
como o tratamento de 1a escolha
para a incontinência urinária.

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