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IDADE 6 A 12 MESES
Desenvolvimento Físico
- crescimento desacelera ainda mais
- com cerca de um ano, o peso do nascimento é triplicado, comprimento aumentado em 50% , perímetro cefálico
em 10 cm
- capacidade de sentar sem apoio: 6 a 7 meses
- capacidade de girar sentado: 9 a 10 meses
- capacidade de preensão entre os dedos e o polegar (pinça grosseira): 8 a 9 meses
- capacidade de preensão entre polegar e indicador (pinça digital fina): ao redor de 12 meses
- começam a engatinhar e ficar em pé e tentar andar: 8 meses até 1 ano (geralmente)
- essas “conquistas motoras” se correlacionam com o aumento da mielinização e o crescimento do cerebelo
- ocorre o início da erupção dos dentes , geralmente os incisivos centrais inferiores
Desenvolvimento Cognitivo
- com 6 meses já descobriu suas mãos e aprende a manipular objetos , levando quase tudo até a boca
- a complexidade da brincadeira , quantos esquemas (cada ação representa uma ideia não verbais sobre o que as
coisas são para ele) diferentes são sustentados pelo pensamento é um indicador útil de desenvolvimento cognitivo
- principal marco do desenvolvimento é de perceber a permanência do objeto, isso ocorre por volta dos 9 meses,
quando o bebê se dá conta que o objeto permanece existindo mesmo quando não é mais visto
- quando não encontra um objeto que estava com ele, passa a procurá-lo.
Desenvolvimento Emocional
- são capazes de “diferenciar” um conhecido dos pais, por exemplo e para isso passam a chorar o agarrar,
demonstrando “ansiedade pelo estranho”
- anteriormente os bebês dormiam a noite toda, mas podem passar a começar a acordar regularmente e chorar, como
se lembrasse que os pais não estão em seu quarto
- emerge uma nova demanda por autonomia, passando a querer se alimentar sozinho, com as mãos ou possuindo
uma colher, assim como a mãe
- momento onde há as crises de birra, conflito entre autonomia e controle dos pais
Comunicação
- com cerca de 7 meses ocorre expressões variadas de emoção, sendo capazes de responder a sons vocais e
expressões faciais
- com cerca de 9 meses passam a perceber que suas emoções podem ser compartilhadas, ex: passam a mostrar seus
brinquedos para os pais, como forma de dividir sua alegria
- entre 8 e 10 meses começam a balbuciar com muitas sílabas e inflexões que lembram a linguagem de índio
- a primeira palavra verdadeira surge quando é um som usado diversas vezes para se referir a um objeto ou pessoa,
e varia de acordo com a descoberta da criança sobre a constância do objeto
IDADE 12 A 18 MESES
Desenvolvimento Físico
- no 2° ano de vida a velocidade de crescimento desacelera ainda mais e o apetite diminui
- o crescimento do cérebro com a mielinização contínua resulta em aumento do perímetro cefálico em 2 cm durante
o ano
- maioria das crianças começam a andar sem apoio próximo de 12 meses, outras não andam antes dos 15 meses,
porém andar precocemente não indica que há um avanço de desenvolvimento em outros domínios
- inicialmente a criança caminham com a base alargada, joelhos arqueados e braços fletidos nos cotovelos
- o refinamento subsequente permite mais estabilidade e eficácia energética
- depois de vários meses praticando, o centro de gravidade se desvia para trás e o tronco fica mais estável
Desenvolvimento Cognitivo
- exploração do ambiente
- conseguem segurar, soltar, alcançar melhor
- o aprendizado segue os preceitos do estágio sensório-motor de Piaget
- passam a empilhar blocos, criam efeitos interessantes
- certos objetos passam a ser usados de acordo com sua real finalidade, exemplo: pente no cabelo, xícara para beber
- a imitação dos pais e de crianças mais velhas representa um modo importante de se aprender
Desenvolvimento Emocional
- a partir do momento que passam a andar, o humor do bebê pode modificar, ficam mais irritados
- passam a controlar a distância entre elas mesmas e seus pais
- geralmente orbitam em volta de seus pais, movimentam-se para longe e retornam em seguida para seus pais como
um “local de segurança”
- o orgulho da criança por suas realizações ilustra o estágio de autonomia e separação de Erikson
- crianças que são controladas e desencorajadas o tempo todo acabam sentindo vergonha, raiva, dúvida e
insegurança
Desenvolvimento da Linguagem
- a linguagem receptiva precede a linguagem expressiva
- aos 12 meses pronunciam os primeiros monossílabos e já respondem apropriadamente a diversas colocações
simples como “não, tchau, me dá”
- crianças com 2 anos podem emitir jargões polissilábicos
- a maior parte da comunicação dos seus desejos e ideias permanece sendo a não verbal
IDADE 18 A 24 MESES
Desenvolvimento Físico
- nesta idade o desenvolvimento motor aumenta
- melhora no equilíbrio, agilidade e o surgimento da capacidade de correr e subir escadas
- altura e peso aumentam com velocidade constante durante o ano, com ganho de 12,5 cm e 2,5 kg
- o crescimento do crânio diminui um pouco
Desenvolvimento Cognitivo
- relação causa e efeito é mais bem entendida
- crianças nessa idade demonstram flexibilidade na solução de problemas
- aos 18 meses ocorrem importantes mudanças nos domínios da emoção e linguagem
Desenvolvimento Emocional
- a maioria das crianças, nesta fase passam a ter um maior apego, estágio de reaproximação
- muitas crianças usam brinquedos acolchoados ou cobertor que funciona como símbolo do pai ou da mãe ausente
- passam a entender melhor o que pode ou não, sendo muitas vezes elas mesmas que dizem “não não” para
determinado objeto proibido
- linguagem passa a ser um meio de controlar impulsos, raciocínio inicial e conexão entre idéias
- primórdio da formação da consciência
Desenvolvimento da Linguagem
- nesta idade o vocabulário da criança passa de 10 a 15 palavras aos 18 meses para 50 a 100 aos 2 anos
- após adquirir um vocabulário com cerca de 50 palavras, as crianças nesta idade passam a combiná-las formando
“frases”
- o início da linguagem verbal marca o fim do período sensório-motor
Objetivo 2 - Descrever o desenvolvimento do Sistema Nervoso (embriologicamente e pós
nascimento).
RESUMO:
0 sistema nervoso central (SNC) origina-se de um espessamento dorsal do ectoderma - a placa neural - que
aparece por volta do meio da terceira semana. A placa neural é induzida pela notocorda situada abaixo, e pelo
mesoderma paraxial. Ela se dobra para formar um sulco neural que tem pregas neurais de ambos os lados. Quando,
durante a quarta semana, as pregas neurais começam a se fundir para formar o tubo neural, algumas células
neuroectodérmicas não são incluídas nele, mas permanecem entre o tubo neural e o ectoderma da superfície,
constituindo a crista neural.
A extremidade cefálica do tubo neural forma o encéfalo, cujos primórdios são o encéfalo anterior, o encéfalo médio
e encéfalo posterior. 0 encéfalo anterior dá origem aos hemisférios cerebrais e ao diencéfalo. 0 encéfalo médio do
embrião torna-se o encéfalo médio do adulto, e o encéfalo posterior dá origem à ponte, ao cerebelo e ao bulbo. O
restante do tubo neural se torna a medula espinhal.
0 canal neural, a luz do tubo neural, dá origem aos ventrículos encefálicos e ao canal central da medula espinhal. As
paredes do tubo neural se espessam pela proliferação das células neuroepiteliais. Essas células dão origem a todas
as células nervosas e às células da macróglia do sistema nervoso central. A micróglia diferencia-se a partir de
células mesenquimais que chegam ao sistema nervoso central junto com os vasos sangüíneos.
A hipófise origina-se de duas partes complementares distintas: uma evaginação do ectoderma do estomodeu - a
bolsa hipofisária - que dá origem à adenoipófise e uma invaginação do neuroectoderma do diencéfalo - o broto
neuro hipofisário - que dá origem à neuro hipófise.
As células dos gânglios cranianos, espinhais e autônomos derivam de células da crista neural, que se originam da
crista neural. As células de Schwann, que formam a bainha de mielina dos axônios externos à medula espinhal,
também se originam das células da crista neural. Do mesmo modo, a maior parte do sistema nervoso autônomo e
todo o tecido cromafim, incluindo a medula da supra-renal, originam-se de células da crista neural.
A formação do tubo neural começa em torno do 22º ao23º dia, induzido pela epiderme da região dorsal e pela
notocorda. O tubo neural se fecha primeiramente na região medial do embrião. As extremidades ainda abertas são
denominadas neuroporos. O neuroporo rostral (abertura anterior) (Figura 1) fechará por volta do 25º dia; e a
abertura caudal, o neuroporo caudal (Figura 1), vai se fechar dois dias mais tarde. Antes do fechamento do
neuroporos, a cavidade do tubo neural é preenchida por líquido amniótico. Com o fechamento dos neuroporos, a
cavidade passa então a ser preenchida por líquido ependimário. O termo líquido cerebroespinhal só é usado quando
surgem os plexos coróides.
Durante a formação do tubo neural, em embriões de cerca de três semanas e meia, na região de fusão das pregas
neurais, células se desprendem da superfície e migram para as laterais do tubo neural, essas células constituem a
crista neural. A crista neural se forma até no mínimo quatro semanas e meia, no encéfalo, e durante muito mais
tempo na medula espinhal.
Figura 2 - Esquema de cortes transversais de embriões progressivamente mais velhos, ilustrando a formação do sulco neural, tubo neural e
crista neural (a a f). Nas fotos de microscopia eletrônica de varredura, evidencia-se o início do desenvolvimento das vesículas encefálicas
primárias durante a formação e a elevação da prega neural craniana (g) e o fechamento do tubo neural na quarta semana (h) e formação do
prosencéfalo (F), Mesencéfalo (M) e Rombencéfalo (H).
Figura 3 – A. Vista dorsal de embrião humano no 22° dia em que podem ser observados sete somitos de cada lado do tubo neural. B. Embrião
com 23 dias. O sistema nervoso está em conexão com a cavidade amniótica pelos neuróporos cefálico e caudal. C. Eletromicrografia
destacando somitos (S).
O sistema nervoso é dividido em:
• Sistema Nervoso Central (SNC): derivado do tubo neural; consiste em encéfalo e medula espinhal
• Sistema Nervoso Periférico (SNP): derivado da crista neural; consiste em neurônios fora do SNC e nervos
cranianos e espinhais, que unem o encéfalo e a medula espinhal às estruturas periféricas;
• Sistema Nervoso Autônomo: possui partes tanto do SNC como do SNP, consiste em neurônios que inervam
músculo liso, músculo cardíaco ou glândulas; dividido em dois componentes: Simpático e Parassimpático.
Figura 5 – Esquema ilustrativo da formação das zonas da medula espinhal e das placas alares (A) e basais (B). Observe que essas placas são
separadas trasversalmente pelo sulco limitante.
Por volta de oito a dez semanas, a medula espinhal é
parecida com a do adulto. Com o espessamento das
paredes laterais da medula surgem às placas alares e
placas basais, dorsais e ventrais, respectivamente
(Figuras 5, 6 e 7). Essas placas são separadas pelo sulco
limitante (Figuras 5, 6 e 7). As lâminas alares são
unidas por uma delgada placa do teto, dorsalmente, e as
lâminas basais, por uma delgada placa do soalho,
ventralmente (Figura 6 e 7). As placas alares formam os
cornos dorsais cinzentos (funções aferentes) e as placas
basais, os cornos cinzentos ventrais e laterais (funções
eferentes) (Figura 6). O sulco limitante se estende por
toda a medula espinhal e até o encéfalo médio,
cranialmente.
Figura 7 – Seção transversal de um embrião de cerca de 40 dias, desenvolvimento da medula espinhal, com ênfase no sulco limitante
Além do corno dorsal e do corno ventral, existe o corno intermediário, nas porções torácica e lombar superior da
medula espinhal, contendo neurônios da parte simpática do sistema nervoso autônomo.
Externamente, a medula espinhal embrionária encontra-se delimitada por uma camada fibrosa de prolongamentos
de células gliais, a membrana limitante externa (Figura 5), formada inicialmente pelos prolongamentos das células
ependimárias, os quais posteriormente se retraem.
igura 10 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento da porção caudal da medula espinhal em relação à coluna vertebral em embriões com 8
semanas (A), feto de 24 semanas (B), recém-nascido (C) e adulto (D).
Flexuras Encefálicas
Surgem entre a quarta e oitava semanas. São elas:
1) Flexura mesencefálica (figura 5): na região do mesencéfalo; direcionada ventralmente.
2) Flexura cervical (figura 5): na junção do rombencéfalo com a medula espinhal; direcionada ventralmente.
3) Flexura pontina (figura 5): entre o metencéfalo e o mielencéfalo; direção oposta das duas anteriores.
Telencéfalo
Logo após o aparecimento das vesículas ópticas (diencéfalo), um segundo par de divertículos aparece, mais dorsal e
rostralmente, as vesículas telencefálicas (Figura 6), primórdios dos hemisférios cerebrais, cujas cavidades formam
os ventrículos laterais. Gradualmente, vão se formando o pólo frontal e o pólo temporal, e posteriormente o pólo
occipital começa a ser visto (Figuras 7 e 8). A expansão dos hemisférios não é uniforme, e a região entre os pólos
frontal e temporal fica deprimida, constituindo a ínsula.
Figura 7 – Desenvolvimento do sistema nervoso central. Em A, a seta mostra como a telencéfalo cresce na direção posterior e se superpõe às
outras vesículas telencefálicas (embrião de cerca de 35 dias). Em B, está representado o crescimento de todas as vesículas encefálicas, as
setas representam a direção de crescimento. A seta pontilhada mostra o crescimento das vias aferentes e eferentes sobre a área insular até a
medula espinhal (embrião de cerca de 44 dias). Em C, as vesículas telencefálicas se transformaram no córtex cerebral (a seta demonstra a
direção do seu crecimento), alguns sulcos já estão se formando (feto de cerca de 6 meses)
Depois do nascimento, o peso dobra durantes os primeiros nove meses de vida, e em torno dos seis anos atinge 90%
do peso do adulto. Isso ocorre pela produção de células da glia, formação de dentritos e mielinização dos axônios.
As comissuras conectam áreas correspondentes dos hemisférios cerebrais. São elas: lâmina terminal, comissura
anterior (une os lobos temporais direito e esquerdo) (Figura 8), comissura do hipocampo (une os pilares direito e
esquerdo do fórnice), corpo caloso (une os hemisférios cerebrais direito e esquerdo) (Figura 8).
Figura 8 – Vista medial do desenvolvimento do sistema nervoso central. Observe o crescimento do telencéfalo sobre o diencéfalo, com a
formação dos sulcos e giros, e o crescimento do corpo caloso em direção posterior. Cérebro de cerca de 37 dias, 44 dias e cérebro adulto,
respectivamente.
A partir da oitava semana, as vias aferentes e eferentes desenvolvem-se sobre a área insular, formando sinapses
com o diencéfalo (Figura 7), por meio dos núcleos da base, dando origem a uma espessa camada fibrosa, a cápsula
interna, que separa o núcleo caudado (telencéfalo), medial, do tálamo (diencéfalo), lateral; e, o putame (telencéfalo)
do pálido (diencéfalo).
A parede dos hemisférios cerebrais é composta de quatro camadas: ventricular, subventricular, intermediária e
marginal (fibras aferentes e neurônios dispersos).
As células da camada ventricular migram pela superfície formando a camada intermediária. Células da zona
intermediária migram para a zona marginal e dão origem às camadas corticais, essa migração é conduzida
principalmente pelas células da glia radial, que através de um prolongamento pioneiro (eixo condutor), as células
vão subindo gradativamente e estendendo um prolongamento como uma cauda; por isso a substância cinzenta se
localiza na periferia, e os axônios caminham centralmente para formar o grande volume de substância branca, o
centro medular.
No início do desenvolvimento do telencéfalo, a superfície dos hemisférios cerebrais é lisa; contudo, com o
crescimento, há o surgimento de sulcos e giros, que promove aumento da superfície do córtex sem necessitar de
grande aumento do tamanho do crânio (Figuras 9 e 10). Os primeiros sulcos surgem nas áreas filogeneticamente
mais antigas, como o sulco do cíngulo e o sulco do hipocampo do córtex límbico, o sulco calcarino do córtex visual
e o sulco central das áreas motoras e sensoriais.
Figura 9 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento dos sulcos e giros do córtex cerebral, em fetos de 14 semanas, 26 semanas, 30 semanas e
38 semanas..
Figura 10 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento dos sulcos e giros no córtex cerebral.
Após o nascimento, dificilmente surgem novas células neurais, mas as células já existentes desenvolvem mais
prolongamentos, estabelecendo sinapses com outras células, o que é responsável pela grande capacidade de
aprendizagem do cérebro. Durante o primeiro ano de vida, um neurônio cortical estabelece cerca de 100.000
sinapses com outros neurônios. Nesse contexto, a formação da bainha de mielina das fibras nervosas é muito
importante, já que facilita a condução do impulso nervoso. O processo de mielinização não está totalmente
completado até os 20 anos. Atividade funcional do cérebro: Os primeiros indícios de atividade cerebral são
percebidos com cinco ou seis semanas e consistem em movimentos de extensão ou flexão do colo e da região
torácica. Eles vão progredindo gradualmente, sendo que todos os padrões motores parecem estar presentes no início
do segundo trimestre.
Diencéfalo
Com o fechamento do neuroporo rostral, aparecem duas evaginações laterais, de cada lado do encéfalo anterior, as
vesículas ópticas, primórdios das retinas e dos nervos ópticos. Elas identificam o diencéfalo. As evaginações
medianas que deixam o encéfalo anterior são a glândula pineal (Figuras 8 e 11) e a neuro-hipófise. Uma
característica marcante do diencéfalo é o tálamo dorsal, uma intumescência bilateral que aparece com
aproximadamente cinco semanas.
Composto pelo epitálamo, tálamo e hipotálamo (Figura 11). O tálamo é separado do epitálamo pelo sulco
epitalâmico, e do hipotálamo pelo sulco hipotalâmico.
Os tálamos se encontram e se fundem na linha mediana que cruza o terceiro ventrículo – a adesão intertalâmica.
O hipotálamo contém os corpos mamilares.
O epitálamo é formado pela glândula pineal.
A cavidade do diencéfalo é o 3º ventrículo (Figura 11).
Obs: No prosencéfalo não há subdivisão em lâminas alares e basais, porque o sulco limitante se estende
cefalicamente somente até o encéfalo médio.
A hipófise origina-se de duas fontes:
1) Divertículo hipofisário (bolsa de Rathke) (Figura 12): evaginação do teto ectodérmico do estomodeu; originará a
adenoipófise ou lobo anterior (parte glandular).
2) Divertículo neuroipofisário (Figura 12): invaginação do neuroectoderma do diencéfalo; originará a neuroipófise
ou lobo posterior (parte nervosa).
Figura 11 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento do diencéfalo. Nos cortes C, D e E, observe o tálamo, hipotálamo e epitálamo. Em D,
observe a glândula pineal, dorsalmente. A) Embrião no final da quinta semana; B e C) Embrião de 7 semanas; D) Embrião de 8 semanas; E)
Seção
transversal do
diencéfalo. .
Mesencéfalo
É a parte do encéfalo que sofre as menores modificações durante o desenvolvimento. Na parte ventral (tegmento)
(Figura 13), com um desenvolvimento intenso da formação reticular, observa-se uma continuação da estrutura
rombencefálica, enquanto a parte dorsal, constituída pelos colículos superiores e inferiores (Figura 13), pode ser
considerada uma continuação das regiões prosencefálicas. Os colículos se originam das lâminas alares e o tegmento
se origina das lâminas basais. Os colículos superiores estão relacionados com os reflexos visuais, e os inferiores,
com os reflexos auditivos. O tegmento contém os núcleos do terceiro nervo craniano. O núcleo do quarto nervo
craniano aparece no istmo rombencefálico.
No período fetal, forma-se uma grande massa de fibras descendentes na região ventral, constituindo o pedúnculo da
base. Essas fibras são corticoespinhais (piramidais) e corticonucleares.
Os pedúnculos da base juntamente com a substância negra e o tegmento, formam os pedúnculos cerebrais direito e
esquerdo (Figura 13).
Cavidade: aqueduto cerebral (Figura 13) (liga o 3º ventrículo ao 4º ventrículo).
Cerebelo
Origina-se de espessamentos dorsais das placas alares do metencéfalo. No início do período fetal, os dois
hemisférios cerebelares se unem dorsalmente, formando uma porção mediana, o verme. As partes laterais se
expandem e começam a adquirir fissuras antes da metade da vida pré-natal. Comparativamente ao córtex cerebral, o
córtex cerebelar se forma pela migração de células da zona matricial, formando as camadas sobrepostas (Figura
14). As células emigradas dispõem-se inicialmente em uma compacta camada cortical (camada granulosa externa),
que de modo contrário ao córtex cerebral, ainda se prolifera na vida pós-natal. Essa intensa proliferação da camada
granulosa externa é responsável pelo aumento da superfície do cerebelo. No sexto mês de vida intra-uterina.
O cerebelo se liga ao mesencéfalo, à ponte e ao bulbo, pelos pedúnculos cerebelares superior, médio e inferior,
respectivamente, que são constituídos por feixes de fibras. A mielinização dos pedúnculos segue a ordem de
formação, começando pelo inferior durante o segundo trimestre, depois pelo superior e, termina, com o médio,
pouco antes do nascimento.
É formado pelo vestibulocerebelo (arquicerebelo), constituído pelo lobo floconodular; pelo espinocerebelo
(paleocerebelo), constituído pela parte cranial do corpo; e, pelo pontocerebelo (neocerebelo), constituído pela parte
caudal do corpo (Figuras 14 e 15).
O cerebelo possui dois tipos de substância cinzenta: os núcleos (denteado, globoso, emboliforme e fastigial) e o
córtex cerebelar.
É o centro para controle do equilíbrio e da postura.
Cavidade: 4º ventrículo (Figura 15).
Figura 14 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento do cerebelo. Em A, feto de aproximadamente 3 meses, ilustrando o crescimento da crista
cerebelar de dentro para fora (setas vermelhas); com o crescimento do neocerebelo, o cerebelo vestibular (em vermelho) se desloca
inferiormente. Em B, feto de aproximadamente 5 meses, ilustrando o crescimento do cerebelo, principalmente pelo crescimento do
neocerebelo (verde). Em C, corte longitudinal, na região do verme cerebelar, mostrando o desenvolvimento do córtex cerebelar, através da
migração das células a partir da zona-matriz ventricular.
Ponte
Reenvia sinais que ligam a medula espinhal e o córtex cerebral com o cerebelo. Contém os núcleos pontinos
(Figura 15), cocleares e vestibulares, os núcleos sensitivos do nervo trigêmio e núcleo do nervo facial.
Cavidade: 4º ventrículo (Figura 15).
Figura 15 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento da ponte e do cerebelo. Em A, embrião no fim da quinta semana; em B, seção transversal
do metencéfalo (ponte e cerebelo); em C, embrião de 6 semanas; em D, feto de 17 semanas.
Mielencéfalo
As paredes do mielencéfalo formam o bulbo, enquanto que sua cavidade forma a parte inferior do 4º ventrículo
(Figura 16). O teto do encéfalo posterior se torna romboidal, devido à separação das lâminas alares, coberto
dorsalmente por uma fina lamela, o véu medular, para a qual os vasos sanguíneos se invaginam, formando os
plexos coróides (Figura 16). Assim as lâminas alares e basais ficam dispostas no assoalho do encéfalo posterior
(Figura 16). Consequentemente, as áreas motoras (lâminas basais) são mediais às sensitivas (lâminas alares).
Bulbo
Porção do encéfalo de maior semelhança com a medula espinhal. Cavidade: porção inferior do 4º ventrículo,
possuindo a forma rombóide. Placa do teto (parede dorsal) distendida e muito adelgaçada, devido à flexura pontina
(Figura 16). Contém os núcleos gráceis, medialmente, e os núcleos cuneiformes, lateralmente (Figura 16) – áreas
isoladas de substância cinzenta, formadas devido à migração dos neuroblastos das placas alares para a zona
marginal. O bulbo contém os núcleos dos nervos cranianos glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso, derivados
de células da lâmina basal. Pirâmide (Figura 16): área ventral; contém as fibras do trato corticoespinhal. Contêm
centros e redes de nervos que regulam a respiração, batimentos cardíacos, movimentos reflexos e outras funções.
igura 16 – Esquema ilustrativo do desenvolvimento do bulbo. Em A, embrião no fim da quinta semana; em B, C e D, observe como o quarto
ventrículo adquire a forma rombóide, a disposição das placas alares e basais e a localização das pirâmides e dos núcleos grácil e cuneiforme.