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Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 1

DEFINIR HEMODINÂMICA, IDENTIFICANDO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA


CIRCULAÇÃO QUE INFLUENCIAM NO ESTADO HEMODINÂMICO (INTENSIDADE E
VELOCIDADE DO FLUXO, DÉBITO CARDÍACO E PRESSÃO ARTERIAL).
Esses dois objetivos (Objetivos 01 e 05) foram realizados juntos devido à interrelação entre os conteúdos
abordados.
DESCREVER OS PRINCÍPIOS FÍSICOS QUE REGEM O FLUXO DE SANGUE PELO
CORPO (PRESSÃO, RESISTÊNCIA, CISALHAMENTO, VISCOSIDADE, VOLUME,
VELOCIDADE, DC, ETC.).
HEMODINÂMICA

• Se refere aos princípios que governam o fluxo sanguíneo no sistema cardiovascular;


• Os vasos sanguíneos são os ductos que realizam o transporte do sangue pelo corpo;
o O tamanho e as características histológicas das paredes variam nos diferentes tipos de vasos sanguíneos,
provocando efeitos na resistência e na capacitância;
o São descritos pelo número de cada tipo, área de secção transversal total e % do volume sanguíneo
contido;
VELOCIDADE DO FLUXO SANGUÍNEO

• Taxa de deslocamento do sangue em uma unidade


de tempo, geralmente medida em cm/s;
• As diferenças de constituição dos vasos
influenciam na velocidade do fluxo;
• 𝑽 = 𝑸/𝑨
o V é a velocidade linear (cm/s), Q é o fluxo
sanguíneo (ml/s) e A é a área da secção
transversal do vaso (cm2);
o O fluxo sanguíneo total em cada nível dos
vasos é o mesmo e é igual ao DC;
• Pela relação matemática, quanto maior o fluxo
sanguíneo, maior será a velocidade. De forma
contrária, quanto maior a área de secção transversal,
menor será a velocidade com que o sangue irá se
deslocar no vaso;
RELAÇÃO ENTRE FLUXO, PRESSÃO E RESISTÊNCIA

• O fluxo sanguíneo é determinado pela


diferença de pressão entre duas extremidades
do vaso e pela resistência do vaso;
• Essa diferença de pressão será a força motriz do
fluxo e resistência é um impedimento ao fluxo;
• 𝑸 = ∆𝑷/𝑹
o Q é o fluxo sanguíneo (ml/min), ΔP é a
diferença de pressão entre as extremidades do vaso (mmHg) e R é a resistência ao fluxo
(mmHg/ml/min);
• Pela relação matemática, quanto maior a diferença de pressão, maior o fluxo sanguíneo. De forma contrária,
quanto maior a resistência, menor o fluxo sanguíneo;
• A resistência pode ser a periférica total, envolvendo toda a vasculatura sistêmica, ou de um único órgão;
• O principal mecanismo para o alterar o fluxo sanguíneo no sistema cardiovascular é a mudança da resistência
dos vasos sanguíneos, principalmente nas arteríolas;
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RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO

• Os vasos sanguíneos e o próprio sangue constituem uma resistência ao fluxo de sangue;


• A resistência total oferecida por um conjunto de vasos depende se a disposição é em série (o sangue flui de
forma sequencial) ou em paralelo (o fluxo se distribui de maneira simultânea);
• Descrita pela Equação de Poiseuille:
• 𝑹 = 𝟖𝜼𝒍/𝝅𝒓𝟒
∆𝑷
• 𝑸= 𝑹
↔↔ 𝑸 = 𝝅𝒓𝟒 ∆𝑷/𝟖𝒍𝜼
o 𝜼 é a viscosidade do sangue, l é o comprimento do vaso e r4 é a quarta potência do raio do vaso;
• Pela relação matemática, quanto maior a viscosidade ou o comprimento do vaso, maior a resistência. Já no
denominador, a resistência irá varia exponencialmente de acordo com o raio. Por exemplo, se o raio diminuir
pela metade durante uma vasoconstricção, a resistência irá aumentar 16 vezes.
RESISTÊNCIA EM SÉRIE
• Ilustrada pelo arranjo dos vasos dentro de um
determinado órgão, sendo irrigado por uma artéria
principal e drenado por uma veia principal;
• O sangue flui sequencialmente da artéria principal para
artérias menores, arteríolas, capilares, vênulas e veias;
• 𝑹𝒕 = 𝑹𝒂𝒓𝒕é𝒓𝒊𝒂 + 𝑹𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓í𝒐𝒍𝒂𝒔 + 𝑹𝒄𝒂𝒑𝒊𝒍𝒂𝒓𝒆𝒔 +
𝑹𝒗ê𝒏𝒖𝒍𝒂𝒔 + 𝑹𝒗𝒆𝒊𝒂𝒔
o A resistência arteriolar é a maior, sendo
determinante na resistência total de um leito
vascular;
• Em série, o fluxo total em cada nível é o mesmo e é
constante. Entretanto, a pressão diminui de maneira
progressiva conforme o sangue flui por cada
componente em série;
RESISTÊNCIA EM PARALELO
• Ilustrada pela distribuição do fluxo entre as diversas artérias principais que se ramificam a partir da aorta;
• Há um fluxo sanguíneo paralelo e simultâneo por cada uma das circulações, não havendo perda de pressão nas
artérias principais, mantendo-o a aproximadamente igual à da aorta;
• A resistência total é inferior a qualquer resistência individual;
FLUXO LAMINAR

• O fluxo laminar é caracterizado por um perfil parabólico: a velocidade do fluxo é maior no centro do vaso e
menor nas áreas próximas às paredes do vaso;
o Isso ocorre porque a camada mais periférica do sangue adere a parede do vaso e essencialmente não se
move;
o Com isso, a próxima camada em direção ao centro desliza sobre a camada imóvel e se move um pouco
mais rápido, ocorrendo isso sucessivamente até o centro do vaso;
o Assim, a velocidade de fluxo na parede do vaso é zero e a velocidade no centro do fluxo é máxima;
• O fluxo laminar é silencioso;
FLUXO TURBULENTO E NÚMERO DE REYNOLDS

• Quando ocorre uma irregularidade no vaso, o fluxo pode ser tornar turbulento;
• O movimento do fluxo deixa de ser parabólico e passa a se projetar em direção radial e axial, ocorrendo perda
de energia cinética, requerendo mais energia (pressão);
• O fluxo turbulento é audível, por exemplo, nos Sons de Korotkoff, usados na medida auscultatória da pressão
arterial;
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• Pode ser causado por estenose de um vaso sanguíneo ou doenças das valvas cardíacas;
• O Número de Reynolds é um valor usado para prever
ser se o fluxo sanguíneo será laminar ou turbulento,
compreendendo algumas variáveis:
• 𝑵𝑹𝒆𝒚𝒏𝒐𝒍𝒅𝒔 = 𝝆𝒅𝒗/𝜼
o 𝝆 é a densidade do sangue, d é o diâmetro do
vaso sanguíneo, v é a velocidade do fluxo e η
é a viscosidade do sangue;
o Se for menor que 2000, o fluxo é laminar.
Maior que 2000, indica a probabilidade de ser
turbulento e se for maior que 3000, o fluxo será
turbulento;
o Influenciado principalmente pela viscosidade e
pela velocidade do fluxo sanguíneo;
▪ O efeito do estreitamento é confuso
pelo fato de que o raio é utilizado no
numerador e ao mesmo tempo está
embutido no cálculo da velocidade do
fluxo;
▪ Ou seja, com a diminuição do raio/diâmetro, o Nr deveria diminuir pensando na própria
fórmula. Entretanto, ao diminuir o raio, a velocidade iria aumentar ao quadrado;
CISALHAMENTO

• Pode ser definido como um padrão de escoamento em


lâminas, onde cada lâmina cisalha sobre a lâmina
subsequente em função da viscosidade;
• É uma consequência do fluxo de sangue em diferentes
velocidades por um vaso sanguíneo;
• É maior próximo à parede do vaso pela camada imóvel de sangue e menor no centro do vaso, onde a velocidade
do fluxo é mais alta e as camadas adjacentes se movem praticamente na mesma velocidade;
• Uma consequência do cisalhamento é que ele rompe agregados de hemácias e diminui a viscosidade do sangue;
• Na parede, onde ele é maior, a agregação e a viscosidade são menores;
COMPLACÊNCIA OU CAPACITÂNCIA

• Descreve o volume de sangue que o vaso pode comportar em


uma determinada pressão;
• Relacionada com a distensibilidade, pode dizer como o volume
de sangue contido em um vaso muda com uma determinada
alteração da pressão;
• 𝑪 = 𝑽/𝑷
o C é a complacência (ml/mmHg), V é o volume (ml) e P
é a pressão (mmHg);
• Para cada vaso sanguíneo, o volume pode ser plotado em função da pressão, onde a inclinação de cada curva
representa a complacência;
o Nas veias é alta (comportam grandes volumes em baixa pressão) e nas artérias é menor (menos sangue
em alta pressão);
o As paredes arteriais vão ficando rígidas e menos distensíveis com a idade, fato que explica a pressão
mais alta em idosos;
• Alterações na complacência provocam a redistribuição do sangue entre as veias e artérias;
o Por exemplo, se a complacência das veias diminui, há uma redução no volume que pode ser contido por
elas. Com isso, ocorrerá um deslocamento do sangue das veias para as artérias;
o Podem ter consequências sobre a pressão arterial;
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VISCOSIDADE

• Seria a resistência de um fluido ao escoamento;


• O sangue é uma suspensão de elementos, principalmente eritrócitos,
em um líquido relativamente homogêneo, o plasma;
• Considerado um fluido não newtoniano pelo fato de sua viscosidade
variar mesmo em temperatura constante;
o Pode variar consideravelmente em função dos fluxos e das
dimensões dos tubos;
• À medida que o hematócrito (relação entre o volume de eritrócitos e
o volume total de sangue) aumenta, a inclinação da curva aumenta
progressivamente;
• Para determinado valor de hematócrito, a viscosidade passa a
depender apenas das dimensões dos vasos;
o A viscosidade diminui progressivamente assim que o
diâmetro do vaso atinge 0,3mm;
o Isso é importante por reduzir a resistência ao fluxo nos vasos
que oferecem uma grande resistência, como as arteríolas;
o Os eritrócitos tendem a se acumular na corrente axial rápida,
enquanto o plasma flui nas camadas marginais mais lentas;
▪ Assim, as hemácias tendem a atravessar o tubo em menos tempo que o plasma;
• A viscosidade diminui à medida que a taxa de cisalhamento aumenta
(atenuação do cisalhamento);
o Em taxas de fluxo muito baixas, as células suspensas tendem
a formar agregados, aumentando a viscosidade do sangue;
o Quanto maior o fluxo, maior a taxa de cisalhamento e menor
a agregação;
o Por conseguinte, a viscosidade do sangue diminui com o
aumento da taxa de cisalhamento;
• Outro fator que influencia na viscosidade do sangue é a concentração
de fibrinogênio;
o À medida que o sangue com eritrócitos flui em taxas mais
altas, estes tornam-se cada vez mais deformados;
o Quanto mais fibrinogênio, maior a capacidade de deformação
do eritrócito e quanto maior a deformação, menos a
viscosidade;
o Assim, uma alta concentração de fibrinogênio possibilita uma
menor viscosidade sanguínea;
PRESSÃO

• As pressões sanguíneas não são iguais por todo o sistema cardiovascular;


• Se fossem iguais, o sangue não fluiria, já que o fluxo requer uma força motriz;
• As diferenças de pressão entre o coração e os vasos sanguíneos constituem essa força que movimento o sangue
pelos vasos;
PERFIL DE PRESSÃO NA VASCULATURA
• A curva regular mostra a pressão média, que é maior na aorta e nas grandes artérias e diminui de maneira
progressiva conforme flui pelo corpo, causada pelo consumo de energia para superar as resistências friccionais;
• Na aorta, a pressão atinge 100mmHg pelo grande volume bombeado pelo VE e pela pequena complacência da
parede arterial;
o Continua alta nas artérias maiores, que se ramificam da aorta, devido à alta retração elástica das paredes
arteriais;
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• A partir das artérias pequenas, a PA diminui,


principalmente nas arteríolas, alcançando 30mmHg;
o Como o fluxo total é constante em todos os níveis
do sistema cardiovascular, o aumento da
resistência (principalmente das arteríolas)
necessariamente faz com que a pressão se reduza;
• Nos capilares, a pressão diminui ainda mais pela
resistência friccional ao fluxo e a filtração de líquido que
sai dos capilares;
• Ao chegar nas vênulas e veias, a pressão é ainda menor;
o 4mmHg na veia cava e 0-2mmHg no AD;
Fontes: Fisiologia – Linda Constanzo – 2014
Fisiologia – Berne & Levy – 2009
IDENTIFICAR OS COMPONENTES DO SANGUE (SORO, ELEMENTOS FIGURADOS,
PLASMA).
• O sangue é composto por elementos figurados suspensos em
um líquido chamado plasma;
• Hematócrito: porcentagem do volume de sangue ocupada
pelos eritrócitos;
o Medido pela centrifugação de uma amostra de sangue,
com os eritrócitos ficando no fundo do tubo, o plasma
na parte superior e os leucócitos e plaquetas formando
uma fina camada entre os dois;
o Em valores normais, corresponde a 45% nos homens e
42% nas mulheres;
o O volume plasmático é igual à diferença entre o
volume sanguíneo total e o volume dos eritrócitos;
PLASMA

• Consiste em um grande número de substâncias dissolvidas em água;


• As proteínas constituem a maior parte dos solutos do plasma;
o Exercem uma pressão osmótica para favorecer a absorção do LEC para dentro dos capilares;
• Representadas em 3 grupos: albuminas, globulinas e fibrinogênio;
• Além disso, o plasma contém nutrientes, produtos de degradação metabólica, hormônios e uma grande
variedade de eletrólitos minerais (Na+, K+ e Cl-);
• Soro: refere-se ao plasma dos quais são removidos o fibrinogênio e outras proteínas envolvidas na coagulação;
o Obtido pela centrifugação sem anticoagulante;
ERITRÓCITOS

• Sua principal função é o transporte de gases na circulação;


• Possui uma grande quantidade da proteína hemoglobina, possuidora de Fe2+, local de ligação para o transporte;
o Oxiemoglobina: ligada ao O2;
o Carboxiemoglobina: ligada ao CO2;
o Carboemoglobina: ligada ao CO;
• Possuem a forma de um disco bicôncavo e são desprovidos de núcleo e organelas;
o Confere uma elevada razão entre a área de superfície e volume, permitindo uma difusão gasosa rápida;
• São degradados no baço e no fígado, liberando bilirrubina, que retorna à circulação e confere ao plasma a sua
cor amarelada característica;
o Possui um tempo de vida aproximado de 120 dias, devendo ser substituído;
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▪ São utilizadas no exame de hemoglobina glicada, permitindo uma análise retrospectiva da


glicemia sanguínea do paciente;
• Produzidas na medula óssea vermelha na eritropoiese;
o Processo estimulada pela eritropoetina, um hormônio liberado pelos rins quando sua oxigenação é
reduzida;
LEUCÓCITOS

• Circulam no sangue e estão entremeados em


vários tecidos;
• Protegem o corpo de patógenos invasores e
outras substâncias estranhas;
o Neutrófilos: fagocitam organismos
invasores, como bactérias;
o Eosinófilos: fagocitam o complexo antígeno-anticorpo, elevando-se em reações alérgicas ou infecções
parasitárias;
o Basófilos: liberam histamina e heparina, atuando, respectivamente, em respostas alérgicas e evitando a
coagulação sanguínea;
o Monócitos: desenvolvem-se em macrófagos com grande poder fagocitário;
o Linfócitos B: produzidos e maturados na medula, sofrem diferenciação em plasmócitos quando
ativados, produzindo anticorpos;
o Linfócitos T: completam sua maturação no timo, diferenciando-se em CD8+/Citotóxicas, responsáveis
por matar células infectadas, e em CD4+/Auxiliares, relacionadas com a ativação dos linfócitos B e
macrófagos;
PLAQUETAS

• Fragmentos celulares anucleados, participando do processo de coagulação sanguínea;


Fonte: Fisiologia – Vander - 2017
CARACTERIZAR A CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E PULMONAR (GRANDE E PEQUENA
CIRCULAÇÃO), DIFERENCIANDO-AS E IDENTIFICANDO A RELAÇÃO ENTRE
PRESSÃO E FLUXO EM CADA UMA.
CIRCULAÇÃO PULMONAR

• O sangue do AD flui, por meio da valva tricúspide, para o


VD, de onde ele é bombeado pelas artérias pulmonares até
os pulmões;
• Após ser oxigenado, o sangue sai dos pulmões e chega ao AE
pelas veias pulmonares;
• Também é chamada de Pequena Circulação;
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA

• Após o sangue retornar dos pulmões, ele flui através da valva


bicúspide/mitral e chega ao VE;
• De lá, ele é bombeado pela artéria aorta, que se ramifica em
artérias menores até chegarem, por fim, em uma rede de
capilares;
• Após deixar os capilares, o sangue flui para o lado venoso da
circulação, movendo-se pequenas veias para veias cada vez
maiores;
• As veias da parte inferior se juntam e formam a veia cava
inferior e as veias da parte superior formam a veia cava
superior;
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o As duas desembocam no AD, reiniciando a circulação;


• Também é chamada de Grande Circulação;
PRÍNCIPIOS BÁSICOS DA FUN ÇÃO CIRCULATÓRIA

• O fluxo sanguíneo dos tecidos é controlado segundo a sua necessidade;


• O débito cardíaco é a soma de todos os fluxos locais dos tecidos;
• A regulação da PA é geralmente independente do fluxo sanguíneo local ou do débito cardíaco;
PRESSÃO ARTERIAL NA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA

• A pressão arterial apresenta pulsações/oscilações, que


refletem a atividade do coração;
o Ejeção de sangue durante a sístole e repouso
durante a diástole;
o Cada ciclo de pulsação nas artérias coincide
com um ciclo cardíaco;
• Pressão Sistólica: maior PA do ciclo cardíaco,
representando a pressão nas artérias após a ejeção de
sangue produzida pelo VE durante a sístole;
• Pressão Diastólica: menor PA do ciclo cardíaco,
representando a pressão nas artérias durante o
relaxamento ventricular, quando não há ejeção de
sangue pelo VE;
• Pressão de Pulso: reflete o volume sistólico (volume de sangue ejetado pelo VE em um batimento), podendo
ser calculada pela diferença da sistólica e a diastólica;
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• 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝒎é𝒅𝒊𝒂 = 𝑷𝑫𝒊𝒂𝒔𝒕ó𝒍𝒊𝒄𝒂 + 3
𝑷𝒑𝒖𝒍𝒔𝒐
o A diástole é mais longa que a sístole, representando uma influência maior no cálculo da pressão arterial
média de um ciclo cardíaco;
o Representa a força motriz do fluxo sanguíneo nas artérias;
• A pressão sistólica e a pressão de pulso são maiores nas grandes artérias do que na aorta, refletindo em maior
pulsação;
o Explicado pelo fato de que a onda de pressão progride mais rapidamente que o próprio sangue, que
eleva a pressão nesses locais;
o Além disso, nos pontos de ramificações das artérias, as ondas de pressão se refletem para trás, o que
pode contribuir para essa elevação;
o A partir desse ponto, ambas começar a cair e a pressão de pulso é praticamente ausente nas arteríolas e
é nula nos capilares, vênulas e veias;
▪ Resistência dos vasos dificulta a transmissão da pressão de pulso;
▪ A complacência diminui a pressão de pulso (quanto maior a complacência, maior o volume de
sangue adicionado sem aumentar a pressão);
PRESSÃO VENOSA NA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA

• Ao atingir as vênulas e veias, a pressão do sangue é inferior a 10mmHg, diminuindo mais ainda na veia cava e
no AD;
• A resistência em cada nível da vasculatura sistêmica reduz a pressão;
PRESSÃO NA CIRCULAÇÃO PULMONAR

• Toda a vasculatura pulmonar apresenta pressão muito menor que a sistêmica;


• No entanto, o padrão das pressões na circulação pulmonar é análogo ao observado na circulação sistêmica;
• O sangue é ejetado do VD para a artéria pulmonar, onde a pressão é maior;
o A pressão vai diminuindo quando o sangue flui pela circulação pulmonar até retornar ao AE;
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• A resistência vascular pulmonar é muito menor que a resistência sistêmica, mas o fluxo total das duas
circulações deve ser igual (DC esquerdo = DC direito);

Fontes: Fisiologia – Linda Constanzo – 2014


Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall - 2017
IDENTIFICAR OS TIPOS, A CONSTITUIÇÃO E A FUNÇÃO DOS VASOS SANGUÍNEOS
QUE COMPÕEM O SISTEMA CIRCULATÓRIO.
ESTRUTURA DOS VASOS SANGUÍNEOS

• Possuem características semelhantes, apesar de existirem


diferenças peculiares utilizadas para a sua classificação;
• No geral, as artérias tem paredes mais espessas e um
diâmetro menor do que as veias;
• Túnica Íntima
o Reveste a luz dos vasos;
o Constituída por endotélio (TER simples
pavimentoso) e camada subendotelial (TCPD
frouxo ou TCPD denso não modelado);
o Tem a função de facilitar a fluidez adequada do
sangue pelos vasos;
o Separada da túnica média pela Lâmina Elástica
Interna;
• Túnica Média
o Constituída por uma camada de células
musculares lisas concêntricas, fibras elásticas e
reticulares, proteoglicanos e glicoproteínas;
o Mais espessa em artérias e ausente nos capilares
e vênulas pós-capilares;
o Apresenta pericitos, células com prolongamentos especializadas em contração;
o Tem a função de contrair e facilitar a passagem do sangue pelos vasos;
o Separada da túnica adventícia pela Lâmina Elástica Externa;
• Túnica Adventícia
o Constituída por TCPD frouxo com fibras elásticas, nervos simpáticos pós-ganglionares amielínicos;
o Contém a Vaso Vasorum, rede de pequenos vasos que penetram nessa camada para irrigar as túnicas
média e adventícia;
o Tem a função de proteger os vasos.
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ARTÉRIAS

• São os vasos sanguíneos que recebem sangue do coração;


• Possuem receptores que indicam suas necessidades fisiológicas, sendo formados por células sensoriais
classificadas como neuroepitélio;
o Seios Caróticos: dilatação da artéria carótida interna que funciona como um barorreceptor, detectando
variações de pressão;
o Corpos Caróticos e Corpos Aórticos: quimiorreceptores que detectam variações de O2 e CO2,
enviando sinais para o centro respiratório;
• Artérias Elásticas (Condutoras)
o Mais calibrosas e com maior pressão; lâminas elásticas pouco desenvolvidas;
o Grande quantidade de fibras elásticas intercaladas às musculares na túnica média;
o Células epiteliais com Corpúsculos de Weibel-Palade (coagulação);
o Representadas pela aorta, tronco pulmonar, artérias ilíacas;
• Artérias Musculares (Distribuidoras)
o Dão continuidade às elásticas com pressão interna menor;
o Túnica média menor com lâminas elásticas mais desenvolvidas;
o Representadas por artérias que partem da aorta;
• Arteríolas
o São mais finas, caracterizadas pela vasoconstricção e vasodilatação;
o Possui a túnica média bem fina;
• Metarteríolas
o Arteríolas terminais com lâminas elásticas totalmente desenvolvidas;
o Impedem a passagem de sangue para os capilares, o levando para as vênulas;
o Células musculares não contínuas circulando o endotélio do capilar;
CAPILARES

• Vasos mais numerosos formados a partir das extremidades terminais das arteríolas;
• São classificados de acordo com a sua morfologia;
• Possuem apenas endotélio (células endoteliais unidas por zonas de oclusão) na túnica íntima e lâmina basal;
• Favorecem as trocas metabólicas do sangue com os tecidos;
• Apresentam grande importância na fisiopatologia dos processos inflamatórios;
• Contínuos ou Somáticos
o Destituídos de poros;
o Irrigam nervos periféricos, músculo esquelético, pulmão, timo;
o Transporte mediado por carregadores;
• Fenestrados ou visceral
o Apresentam numerosos poros com a presença de um diafragma regulador na troca de substâncias;
o Irrigam glândulas endócrinas, pâncreas, intestino, rins;
• Sinusoides ou descontínuos
o Tortuosos com lúmen amplo;
o Apresentam grandes fenestras e espaços intercelulares;
o Irrigam fígado, baço, linfonodos, medula óssea, córtex renal;
o Podem ser formadas anastomoses arteriovenosas, um local de ligação direta da arteríola sem a
participação dos capilares;
VEIAS
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• Vasos que levam sangue de volta para o coração;


• Mais numerosas e com diâmetro maior do que as artérias;
• Por não terem altas pressões como as artérias, existe um sistema de válvulas que ajudam no movimento de
repouso venoso;
• Não possuem túnicas elásticas, a camada muscular não é tão desenvolvida e sua principal característica é uma
túnica adventícia evidente;
• Veias de Grande Calibre
o Túnica íntima com endotélio, lâmina basal e fibras reticulares;
o Possuem uma camada subendotelial espessa de tecido conjuntivo com fibroblastos e uma rede de fibras
elásticas;
o Túnica adventícia com fibras elásticas e colágenos e a vasa vasorum;
• Veias de Médio Calibre
o Túnica íntima com endotélio, lâmina basal e fibras reticulares;
o Rede elástica circunda o endotélio, mas não forma uma lâmina;
o Adventícia espessa com fibras elásticas e feixes de colágeno;
• Veias de Pequeno Calibre
o Endotélio fino, com túnica adventícia bem desenvolvida e rica em colágeno;
• Vênulas
o Paredes com endotélio delgado envolvido por fibras reticulares e pericitos;
o Túnica média ausente nas vênulas pós-capilares e presente nas musculares;
Fonte: Fisiologia Humana - Silverthorn

DEFINIR PERFUSÃO TECIDUAL E DESCREVER OS MECANISMOS DE MANUT ENÇÃO


DA PERFUSÃO.
INTRODUÇÃO

• Perfusão: quantidade de sangue que flui


para determinada massa de tecido em um
certo tempo;
• A maioria dos tecidos consegue controlar
seu próprio fluxo sanguíneo, em proporção
as suas necessidades metabólicas;
o Alguns órgãos apresentam
necessidades especiais, como a
pele, o cérebro e os rins;
o O fluxo sanguíneo é mantido no
nível mínimo para suprir as suas
necessidades;
o Controlando o fluxo local de forma
precisa, os tecidos quase nunca
passam por deficiência nutricional
de O2, e a carga de trabalho do
coração é mantida no menor nível possível;
MICROCIRCULAÇÃO

• Refere-se às funções dos vasos sanguíneos menores, capilares e vasos linfáticos circunvizinhos;
• Os capilares são o local de troca de nutrientes e resíduos nos tecidos, bem como o local de troca de líquido entre
os compartimentos vascular e intersticial;
o Possuem uma única camada de células endoteliais;
o Se fundem com as vênulas, que transportam sangue para as veias;
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TROCAS DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA PAREDE CAPILAR


• A via pelo qual um soluto ou gás se difunde depende de este ser ou não lipossolúvel;
o Assim, alguns se difundem através (via transcelular) ou entre (via paracelular) as células endoteliais;
o Por exemplo, o O2 e o CO2 são lipossolúveis, atravessando a células endoteliais de acordo com o
gradiente de pressão parcial e com a área de superfície disponível para a difusão;
• Já para as substâncias hidrossolúveis (glicose, aminoácidos, íons e H2O), existe a necessidade de fendas
aquosas;
o Como a área da fenda é menor do que aquela ocupada pelo restante da parede, a velocidade de difusão
dessas substâncias é muito menor do que a de lipossolúveis;
• As moléculas proteicas são grandes para passar pelas fendas, ficando retidas no interior do capilar;
o Em capilares fenestrados, podem passar de forma limitada;
o Em capilares não fenestrados, podem ser transportadas por vesículas pinocitóticas;

TROCAS DE LÍQUIDOS ATRAVÉS DOS CAPILARES


• Os líquidos fluem por osmose devido a presença de poros aquosos na membrana e de diferença de pressão;
• Nos capilares, o movimento dos líquidos é impulsionado pela soma das pressões hidrostática e osmótica
efetivas;
o No sangue, essa pressão osmótica efetiva é dada pela presença de proteínas e é chamada de pressão
coloidosmótica ou pressão oncótica;
EQUAÇÃO DE STARLING
• Afirma que o movimento do líquido (Jv) através da parede é determinado pela pressão efetiva de líquido, que é
a soma das pressões hidrostática e oncótica;
o Se o movimento for para fora dos capilares, em direção ao líquido intersticial, é chamado de filtração;
o Se o movimento for para dentro dos capilares, é chamado de absorção;
o A intensidade desse movimento é determinada pela condutância hidráulica (Kf), referente a
permeabilidade de água da parede capilar;
• 𝑱𝒗 = 𝑲𝒇 [(𝑷𝒄 − 𝑷𝒊 )] − (𝝅𝒄 − 𝝅𝒊 )
o Kf: permeabilidade à água da parede capilar, variando entre os tecidos. Pode ser aumentada em lesões
capilares;
o Pc: pressão hidrostática capilar, é a força que favorece à filtração para fora do capilar, podendo ser
afetada por variações na pressão venosa;
o Pi: pressão hidrostática intersticial, é a força de oposição à filtração, normalmente é quase 0 ou
ligeiramente negativa;
o πc: pressão oncótica capilar, é a força de oposição a filtração, decorrente da presença de proteínas no
plasma capilar;
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o πi: pressão oncótica intersticial, é a força que favorece a filtração, decorrente da presença de proteínas
no líquido intersticial. Geralmente, assume valores bem baixos;

CONTROLE AGUDO DO FLUXO SANGUÍNEO

• Realizado por meio de rápidas variações da vasodilatação ou vasoconstricção local;


• Ocorre em segundos ou minutos para permitir a manutenção do fluxo sanguíneo tecidual local apropriado;
• O aumento do metabolismo e a redução do oxigênio elevam o fluxo sanguíneo tecidual;
TEORIA DA VASODILATAÇÃO
• Quanto maior a intensidade do metabolismo ou menor a
disponibilidade de O2 ou nutrientes, maior será a velocidade de
formação de substâncias vasodilatadoras;
o Essas substâncias se difundem pelos tecidos até os
esfíncteres pré-capilares, metarteríolas e arteríolas,
causando dilatação;
o Muitas substâncias foram sugeridas: adenosina, CO2,
histamina, K+ e H+;
o A maioria dos fisiologistas acredita que a adenosina é um
importante vasodilatador local, sendo muito presente na
musculatura cardíaca;
▪ A atividade muscular provoca a redução do O2 e a degradação de ATP, o que aumenta a
liberação de adenosina, provocando a vasodilatação coronariana;
TEORIA DA DEMANDA DE OXIGÊNIO
• Na origem do capilar, existe um esfíncter pré-capilar, e
ao redor da metarteríola, diversas outras fibras
musculares lisas;
o Normalmente, os esfíncteres estão abertos ou
fechados, de acordo com a necessidade
nutricional do tecido, abrindo de forma cíclica
(vasomotilidade);
• O músculo liso dos esfíncteres precisa de O2 para
permanecer contraído;
o Quando a concentração de O2 se eleva, essas
estruturas se fecham até que as células teciduais
consumissem o excesso de oxigênio;
o Por outro lado, quando a concentração de O2 está reduzida, os esfíncteres se abririam para captar
oxigênio e conseguir suprir a demanda tecidual, reiniciando o ciclo;
o Outros nutrientes, como a glicose, aminoácidos, ácidos graxos e a vitamina B, mostraram capacidade
de provocar vasodilatação quando estão em baixas concentrações;
HIPEREMIA REATIVA
• Ocorre depois que o fluxo sanguíneo é bloqueado por um curto período (alguns segundos a até 1 hora ou mais);
Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 13

• Quando a oclusão é desfeita, o fluxo sanguíneo aumenta para até 4x a 7x do normal, persistindo pelo tempo
proporcional à duração do bloqueio;
o A ausência de fluxo estimula a vasodilatação para repor quase exatamente o déficit tecidual de O2 que
ocorreu ao longo da oclusão;
HIPEREMIA ATIVA
• Ocorre quando a taxa metabólica tecidual aumenta;
• Esse aumento metabólico faz com que as células consumam
nutrientes de forma rápida e liberem grande quantidade de
substâncias vasodilatadoras;
o A vasodilatação promove o aumento do fluxo
sanguíneo local, permitindo ao tecido receber os
nutrientes adicionais necessários para manter o
novo nível funcional;

AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO DURANTE VARIAÇÕES DA PA

• A rápida elevação da PA provoca o aumento imediato do fluxo;


o Entretanto, após menos de 1 minuto, o fluxo retorna ao
normal e PA continua elevada;
o Esse mecanismo de normalização é chamado de
autorregulação, se correlacionando com a curva aguda
do gráfico;
TEORIA METABÓLICA
• Pode ser entendida pela aplicação dos princípios básicos da
regulação local do fluxo;
• Quando a PA fica muito alta, o excesso de fluxo fornece O2 e nutrientes para os tecidos, “eliminando” as
substâncias vasodilatadoras liberadas por eles;
o Essa combinação de fatores provoca a constrição dos vasos e o retorno do fluxo ao normal, apesar da
pressão aumentada;
TEORIA MIOGÊNICA
• O estiramento súbito de pequenos vasos provoca a contração do músculo liso da parede vascular;
o O aumento da PA promove o estiramento do vaso, estimulando sua constrição reativa, o que reduz o
fluxo sanguíneo para o valor próximo ao normal;
o Sob baixa PA, o estiramento vascular é reduzido, de modo que o músculo liso relaxa, diminuindo a
resistência e ajudando o fluxo voltar ao normal;
• Essa contração miogênica é desencadeada pela despolarização vascular, permitindo o influxo de Ca2+ e,
consequentemente, sua contração;
• Entretanto, os fatores metabólicos parecem ser mais importantes que o mecanismo miogênico em situações
onde as demandas teciduais estão aumentadas;
CONTROLE DO FLUXO TECIDUAL ESPECÍFICO
CONTROLE RENAL
• Depende do feedback tubuloglomerular, no qual a composição do líquido no início do túbulo distal é detectada
pela mácula densa;
• Quando a quantidade excessiva de líquido é filtrada pelo glomérulo, sinais da mácula densa provocam a
constrição das arteríolas aferentes, reduzindo o fluxo sanguíneo e a filtração glomerular;
Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 14

CONTROLE CEREBRAL
• Além do O2, o CO2 e o H+ tem papel proeminente na regulação do fluxo sanguíneo;
• O aumento de qualquer um promove a vasodilatação cerebral, permitindo a eliminação do CO2 e do H+;
CONTROLE TEGUMENTAR
• Está relacionado com a regulação da temperatura corporal;
• Em situações de aquecimento, o fluxo sanguíneo aumenta com a vasodilatação para viabilizar a eliminação de
calor;
• Quando a temperatura é reduzida, o fluxo sanguíneo é reduzido com a vasoconstrição, reduzindo a perda de
calor;
REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO A LONGO PRAZO

• Ao longo do tempo, a regulação a longo prazo do fluxo se desenvolve sobreposta ao controle agudo, permitindo-
o se adaptar de forma gradual;
• Essencialmente importante quando as demandas metabólicas do tecido se alteram;
o Se o tecido passa a ser cronicamente hiperativo, as arteríolas e os vasos capilares aumentarão em número
e tamanho para suprir as novas necessidades nutricionais;
ALTERAÇÕES NA VASCULARIDADE TECIDUAL
• Se o metabolismo no tecido é aumentado por um período prolongado, a vascularização aumenta no processo de
angiogênese;
• Caso o metabolismo seja reduzido, a vascularização irá diminuir;
• Ocorre uma verdadeira reconstrução física da vasculatura para atender às demandas metabólicas dos tecidos;
• Também permite uma adaptação a longo prazo da pressão arterial;
• Altas concentrações de O2 interrompem esse crescimento vascular, enquanto baixas concentrações a estimulam;
• A vascularização vai ser determinada pela necessidade máxima de fluxo sanguíneo;
o Após o desenvolvimento da vasculatura adicional, os novos vasos permanecem contraídos, só se
abrindo para suprir a demanda nutricional a qual estimulou seu crescimento;
DESENVOLVIMENTO DE CIRCULAÇÃO COLATERAL
• Quando uma artéria ou veia é bloqueada, um novo canal vascular se desenvolve ao redor do bloqueio e permite
uma nova irrigação parcial para o tecido afetado;
• São formados pequenos canais colaterais múltiplos, permitindo o retorno do fluxo sanguíneo aos níveis quase
normais;
CONTROLE HUMORAL DA CIRCULAÇÃO

• Realizado por substâncias secretadas ou absorvidas pelos líquidos corporais, produzidas por glândulas e
transportadas pelo sangue por todo o corpo
AGENTES VASOCONSTRITORES
• Norepinefrina e Epinefrina: liberadas pelo sistema nervoso simpático e pelas glândulas adrenais, excitam o
coração e contraem as veias e arteríolas;
• Angiotensina II: contrai intensamente as pequenas arteríolas, aumentando a resistência periférica total e
reduzindo a excreção de Na+ e água, aumentando a PA;
• Vasopressina: possui um efeito vasoconstritor mais intenso que a angiotensina II, atuando ainda no aumento
da reabsorção de água nos rins e elevando a PA;
• Endotelina: liberado quando o endotélio é lesado, promovendo a vasoconstrição;
• Íons Ca2+: o aumento estimula a contração do músculo liso;
AGENTES VASODILATADORES
• Bradicinina: provoca intensa dilatação arteriolar e aumento da permeabilidade capilar;
• Histamina: mesmos efeitos da bradicinina;
Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 15

• Íons K+ e Mg2+: o aumento promove a vasodilatação


ao inibir a contração do músculo liso;
• Íon H+: o aumento promove vasodilatação e a redução,
vasoconstrição;
• CO2: o aumento promove a vasodilatação para eliminá-
lo;
• NO: liberado pelo endotélio saudável, atua relaxando a
musculatura lisa dos vasos e promovendo a
vasodilatação;
Fontes: Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall – 2017
Fisiologia – Linda Constanzo – 2014
DIFERENCIAR CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA E LINFÁTICA.
SISTEMA LINFÁTICO

• Representa uma via acessória, por meio da qual o líquido pode fluir dos espaços intersticiais para o sangue;
• Transportam para fora dos espaços teciduais proteínas e grandes partículas que não podem ser removidas por
absorção direta pelos capilares sanguíneos;
• Funciona também como uma das principais vias de absorção de nutrientes vindos do TGI, principalmente de
lipídios;
• Desempenha função imunológica ao eliminar microrganismos, como bactérias, presentes na linfa ao passar
pelos linfonodos;
• Basicamente, o sistema linfático funciona como um “mecanismo de transbordamento” para devolver à
circulação o excesso de proteína e de líquido nos espaços teciduais;
o Controle da concentração de proteínas, do volume e da pressão do líquido intersticial;
CANAIS LINFÁTICOS DO CORPO

• Quase todos os tecidos corporais têm canais


linfáticos especiais que drenam o excesso de
líquido dos espaços intersticiais;
o Como exceções, tem-se porções
superficiais da pele, o SNC e o
endomísio dos músculos e ossos;
• Na parte inferior do corpo, todos os vasos
linfáticos escoam para o ducto torácico que,
por sua vez, escoa para o sistema venoso, na
junção da veia jugular interna esquerda com
a veia subclávia esquerda;
o A linfa do lado esquerdo da cabeça,
do braço esquerdo e partes da região
torácica também;
o A linfa do lado direito da cabeça, do
braço direito e partes do hemitórax
direito segue pelo ducto linfático
direito, que escoa na junção da veia subclávia com a veia jugular interna direita;
CAPILARES LINFÁTICOS TERMINAIS E SUA PERMEABILIDADE

• Cerca de 1/10 do líquido filtrado nos capilares sanguíneos chega aos capilares linfáticos;
o Normalmente, o volume dessa linfa é de 2 a 3 litros por dia;
o Contém substâncias de alto peso molecular, como proteínas que não podem ser absorvidas por outra
via;
• Os capilares linfáticos possuem um mecanismo de válvula que é pressionado pelo líquido intersticial, garantindo
um fluxo unidirecional de linfa;
Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 16

o Cada segmento do vaso linfático entre válvulas


sucessivas funciona como uma bomba
automática, promovendo o bombeamento para
a válvula seguinte;
o Esse processo ocorre ao longo de todo o vaso
linfático, até que o líquido finalmente se escoe
na circulação sanguínea;
o A musculatura esquelética, o movimento de
partes do corpo, as pulsações de artérias
adjacentes e a compressão externa podem
ajudar o bombeamento de linfa;
• O aumento da pressão do líquido intersticial também aumenta o fluxo linfático;
o Pressão hidrostática capilar elevada, pressão oncótica do plasma reduzida, pressão oncótica intersticial
aumentada ou permeabilidade capilar aumentada;
Fontes: Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall – 2017
DESCREVER OS MECANISMOS DE CONTROLE DA PA A CURTO PRAZO
(BARORRECEPTORES, QUIMIORRECEPTORES E RESPOSTA ISQUÊMICA DO SNC).
BARORRECEPTORES

• São mecanorreceptores sensíveis ao


estiramento que disparam potenciais de
ação continuamente durante a pressão
arterial normal;
• Estão localizados nas paredes das
artérias carótidas (seio carotídeo) e da
aorta (parede do arco aórtico), onde
monitoram a pressão do sangue que está
fluindo nessas regiões;
• A resposta é muito rápida, podendo ser
percebidas alterações no DC e na
resistência periférica dentro de dois
batimentos após o estímulo;
o Os sinais dos receptores
carotídeos são transmitidos
pelos nervos de Hering para os
nervos glossofaríngeos, na
região cervical superior, e daí
para o núcleo do trato
solitário na região bulbar;
o Já os sinais dos receptores aórticos são transmitidos pelos nervos vagos para o núcleo do trato solitário
no bulbo;
• Quando a PA aumenta, a frequência de disparos dos barorreceptores aumenta, ativando o centro de controle
cardiovascular bulbar (CCC);
o Em resposta, o CCC aumenta a atividade parassimpática e diminui a atividade simpática, a fim de
reduzir a atividade do coração e dilatar as arteríolas;
o Como a FC cai, o DC também cai. Juntamente com a diminuição da resistência arteriolar causada pela
dilatação, a PA é reduzida.
BARORRECEPTORES CARDIOPULMONARES (DE BAIXA PRESSÃO)
• Estão localizados nas veias, nos átrios e nas artérias pulmonares, no lado venoso da circulação, onde está a
maior parte do volume sanguíneo;
• Detectam alterações no volume sanguíneo ou no “enchimento” do sistema vascular;
Heitor Oliveira – Funções Orgânicas – Tutoria 04 – Medicina Unipam 17

• Quando ocorre um aumento do volume sanguíneo, os barorreceptores coordenam uma resposta para
normalizar o volume presente, principalmente pelo aumento da excreção de H20 e Na+;
o Aumento da secreção de FNA e redução de ADH: aumenta a vasodilatação e a filtração renal,
juntamente com a excreção de H2O e Na+;
o Aumento da FC (reflexo de Bainbridge): provoca um aumento do DC, responsável por aumentar a
perfusão renal e a excreção de Na+ e H2O;
QUIMIORRECEPTORES

• São sensíveis à diminuição da PO2, ao aumento da PCO2 e à redução do pH;


• Estão localizados nos corpos carotídeos e nos corpos aórticos;
• Quando a PO2 diminui, ocorre um aumento dos disparos dos nervos aferentes dos corpos carotídeos e aórticos;
o Isso vai ativar os centros vasoconstritores simpáticos, que vão atuar na musculatura esquelética, nos
rins e em outros pontos da circulação;
o Além disso, há um aumento da atividade parassimpática do coração, causando uma redução transiente
da FC;
▪ A queda da PO2 vai aumentar a ventilação, que vai diminuir a atividade parassimpática,
aumentando a FC novamente;
QUIMIORRECEPTORES CENTRAIS E A RESPOSTA ISQUÊMICA DO SNC
• São mais sensíveis às alterações da PCO2 ou do pH e menos sensíveis à PO2;
• Vão determinar mudanças na atividade eferente dos centros cardiovasculares bulbares;
• Em casos de isquemia cerebral (redução do fluxo sanguíneo cerebral), a PCO2 aumenta imediatamente e o pH
diminui;
o Ocorre quando a PA cai para níveis de 60mmHg ou menos;
o Atua como um sistema de emergência de controle da PA quando esta atinge níveis próximos do letal,
uma “última cartada”;
o Os quimiorreceptores detectam essas alterações e direcionam um aumento na atividade simpática
eferente, causando vasoconstrição e um aumento da RPT;
o Assim, o fluxo sanguíneo é redirecionado para o cérebro para manter a perfusão;
o Devido a essa vasoconstrição, há um aumento drástico da PA, até mesmo para níveis fatais;
o Esse mecanismo é ilustrado pela reação de Cushing;
Fontes: Fisiologia Humana – Silverthorn – 2017
Fisiologia – Linda Constanzo - 2014

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