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Biofísica da Circulação

Saber o papel da função circulatória


Suprir as necessidades dos tecidos corporais;

 Transportar nutrientes;
 Eliminar metabólitos;
 Carrear hormônios;

A intensidade do fluxo de sangue vai de acordo com a necessidade daquele tecido;

 Para o funcionamento dessa premissa, é necessário controlar o tamanho dos vasos, para que alguns fiquem
mais dilatados e outros mais contraídos;

Conhecer os componentes da circulação sistêmica com sua respectiva função


Características físicas da circulação

 Artérias: sangue sob alta pressão; parede forte e elástica;


 Arteríolas: condutos de controle pelos quais o sangue é liberado para os capilares; tem tecido muscular
muito desenvolvido (ML) que controla o fluxo de sangue pela necessidade;
 Capilares: trocam de fluidos, nutrientes, eletrólitos e hormônios com o líquido intersticial; camada de
células única, fenestrada para facilitar a troca de substâncias;
 Vênulas: coletam o sangue dos capilares;
 Veias: conduzem o sangue das vênulas até o coração; reservatório controlável para o sangue; parede bem
mais fina, sangue de baixa pressão, capacidade de expandir e contrair, possui capacitância- capacidade de
acomodar sangue, e de acordo com a necessidade controla o retorno venoso;

Área de secção transversa pega-se o


tipo de vaso, soma todos eles e faz um
corte transversal e mede a área do
diâmetro desse vaso;

*A velocidade do fluxo sanguíneo é


inversamente proporcional a área de
secção transversa; maior a área menor a
velocidade

Compreender as pressões nas diversas partes da circulação


 A pressão na aorta é altíssima e pulsátil;
 Nas arteríolas tem-se a queda de pressão para o sangue chegar na velocidade adequada nos capilares;
 A diferença entre a pressão no início dos capilares e no final é importante para realizar as trocas entre o
sangue e líquido intersticial e depois para receber os resíduos metabólicos, pois estes passam pela diferença
de pressão do maior para o menor;
 Na circulação pulmonar a pressão na artéria pulmonar é muito mais baixa, mas o fluxo é o mesmo.

Descrever os princípios da função circulatória


1- A intensidade (ou velocidade) do fluxo sanguíneo para os tecidos é quase sempre controlada em relação a
sua necessidade: o DC aumenta no máximo de quatro a sete vezes enquanto o fluxo no tecido que precisa
de mais sangue 20 a 30 vezes de acordo com a necessidade; os vasoso monitoram a necessidade dos tecidos
e fazem dilatação ou constrição controlando o fluxo;
OBS: o SN e hormônios também fazem isso, mas os vasos são capazes sozinhos; o que principalmente
desencadeia a ação dos vãos seria a queda dos níveis de oxigênio;
2- O débito cardíaco é controlado principalmente pela soma de todos os fluxos teciduais locais: se o retorno
venosos aumenta , o DC aumenta também; o débito também e regulado intrinsecamente pela quantidade de
sangue que ele recebe (Frank-starling);
3- A regulação da pressão arterial é geralmente independente do fluxo sanguíneo local ou do débito cardíaco:
se a PAS <100mmHg, reflexos nervosos são desencadeados para normalizá-la pelo aumento da força de
bombeamento e constrição das veias e das arteríolas; para aumentar a pressão arterial, pode-se aumentar a
RVP ou o débito cardíaco, ou os dois, já que são diretamente proporcionais;

Saber os determinantes do fluxo sanguíneo baseados na Lei de Ohm e o que


acontece quando os mesmo se alteram
Definição: é a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de
tmepo; em ml/min ou L/min

Adultos= 5oooml/min= débito cardíaco;

Fluxo sanguíneo é determinado por dois fatores:

1- Diferença de pressão entre as duas extremidades do vaso gradiente de pressão (necessário para
propulsão do sangue em determinada direção);
2- Resistência vascular (atrito do sangue com o endotélio do vaso);

O fluxo então é calculado de acordo com a lei de ohm:

∆P O fluxo é diretamente proporcional a variação de pressão e inversamente proporcional a


F=
𝑅 resistência vascular.
Entender porque o fluxo sanguíneo fisiológico é laminar e parabólico e em que
condições ocorre o fluxo turbulento
O fluxo sanguíneo é laminar e de perfil parabólico;

Sem fluxo

Fluxo Laminar: é o fluxo fisiológico na maioria dos vasos


sanguíneos, com redução de atrito

Fluxo turbulento: com intensidade muito elevada;


determinado por obstrução do vaso, angulação fechada ou por
maior atrito na superfície áspero; fisiológico para alguns vasos
(raiz da aorta e artéria pulmonar).

Medida da tendência para o fluxo turbulento:

𝒗.𝒅.𝒑
Re=
𝜼 Condições favoráveis para o fluxo turbulento:

Re número de Reynolds (200 a 400- laminar); 1- Alta velocidade de fluxo


 Prevê a tendência do fluxo turbulento 2- Natureza pulsátil do fluxo;
(>400); 3- Alteração súbita do diâmetro do vaso;
v velocidade média do fluxo (cm/s); 4- Grande diâmetro.
d diâmetro do vaso (cm);
p densidade do fluido;
η viscosidade (em poise).

Entender o que é condutância e sua relação com a Lei de Ohm


Pressão sanguínea representa a força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede vascular;
aferida em mmHg ou cmH2O; 1mmHg= 1,36cmH2O;

 Resistência ao fluxo sanguíneo é o impedimento ao fluxo; com o valor do fluxo e da diferença de pressão
entre dois pontos é possível calcular a resistência; a unidade de medida é URP (unidade de resistência
periférica).

Condutância medida do fluxo sanguíneo por um vaso sob dada diferença de pressão; pode ser dada
emml/s/mmHg o L/s/mmHg. “Qual o fluxo sob dada diferença de pressão”. Variações muito pequenas do diâmetro
do vaso provocam grandes alterações em sua capacidade de conduzir sangue;

1
Condutância=
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

A condutância vai aumentar em proporção


a quarta potência do diâmetro do vaso
Lei da quarta potência;
Por que a lei da 4° potência é tão importante? Porque as arteríolas, através de sinais nervosos, podem controlar o
fluxo de sangue na periferia através da redução ou aumento do diâmetro vascular;

Compreender o que é um circuito em paralelo e em série e qual a relação dos


mesmos com a condutância

Na realidade nossos vasos se organizam em paralelo;

A obstrução do vaso em série, a condutância é


extremamente prejudicada;

A obstrução de um vaso em paralelo (R1 ex), existem


outros caminhos para passagem do sangue (R2, 3 e 4);

A condutância será maior onde tiver mais vias para


passagem do sangue;

Entender como a viscosidade interfere no fluxo sanguíneo


Relembrando a lei de Poiseuille:

 Quanto maior for a viscosidade, mais lento será o


fluxo de sangue;
 O sangue é 3x mais viscoso que a água necessita
de 3x mais pressão para ser impulsionado o sangue
do que a água;
 A viscosidade é determinada pelos eritrócitos/
hematócrito;

Compreender o motivo do fluxo tecidual não estar diretamente relacionado ao


aumento da pressão arterial
Um aumento gradativo da PA não gera um fluxo aumentado de sangue para os tecidos na mesma proporção;
mecanismos teciduais de autorregulação são desencadeados para controlar o fluxo; essa autorregulação ocorre com
valores de PAM entre 70 e 175mmHg;
O fluxo sanguíneo deve se manter, mesmo tendo alterações de
pressão arterial, e ele se mantém assim pela capacidade dos
tecidos de se autorregular e ajustar a resistência vascular,
mantendo constante o fluxo.

A tabela mostra que o controle local conserta a diferença que


teria no caso de uma vasoconstrição para manter o fluxo
sanguíneo constante.

Microcirculação
Descrever a função da microcirculação e quais são seus componentes
estruturais
Função transportar nutrientes para os tecidos e remover produtos da excreção celular; para isso deve-se ter:

 Controle do fluxo pelo diâmetro do vaso;


 Paredes dos capilares muito finas e formadas por uma camada de células endoteliais que as vezes é
fenestrado;
 Superfície capilar total de 500-700m2;

Estruturas da microcirculação

 Arteríolas: musculares, possuem músculo liso;


 Metarteríolas: fibras musculares lisas intermitentes (arteríolas terminais);
 Capilares: esfíncter pré-capilar que controla a velocidade do fluxo que chega aos capilares, é de fibras
musculares lisas;
 Vênulas: maiores com revestimento muscular fraco;

Estrutura da parede de um capilar


Sua parede é formada por camada única de células endoteliais com membrana basal que recobre o lado externo do
capilar; esses vasos possuem 2 vias de passagem:
Fenda intercelular:

 Largura pouco menor que albumina;


 Rápida movimentação de moléculas/íons hidrossolúveis;
 Muito fina, não consegue trocar macromoléculas;

Vesícula plasmalêmica ou cavéola:

 Formada por caveolinas associadas a esfingolipídeos e colesterol;


 Endocitose/transcitose;
 Captar pequenas porções de plasma e líquido plasmático (contendo proteínas);
 Algumas vesículas podem se juntar formando canal vesicular;
 Invaginações da membrana.
 Transporta moléculas maiores;

Descrever os tipos de “poros” nas membranas capilares e qual a função dos


mesmos
Tipos especiais de poros

 Cérebro: junções oclusivas (tight junctions) onde só passam pequenas moléculas (H2O, O2, CO2);
 Capilares do trato gastrointestinal: fendas intermediárias entre os poros musculares e o fígado;
 Fígado: fendas capilares largas para passagem de proteínas;
 Rins: glomérulos capilares com fenestrações para passagem de íons e moléculas muito pequenas;

OBS: o tipo de poro em cada tecido é importante para realização das devidas funções daqueles órgãos;

Compreender como é o fluxo sanguíneo capilar e que fator é determinante


para que o mesmo aconteça.
Vasomotilidade fluxo sanguíneo ocasionado pela contração intermitente das metarteríolas e dos esfíncteres
pré-capilares; o fluxo não é contínuo, é intercalado com abertura e fechamento das estruturas;
A regulação da abertura e fechamento das estruturas depende da concentração de oxigênio nos tecidos:

 Quanto menos oxigênio, maior a freqüência de contrações;

Média dos fluxos de funcionamento de todos os capilares individuais;

Conhecer quais substâncias são trocadas entre capilares e tecidos e quais os


mecanismos de transporte das mesmas.
1- Difusão: passagem através da membrana capilar que segue o gradiente de concentração do mais concentrado
para o menos concentrado;
2- Filtração: passagem pelas fendas no sentido dos capilares para os tecidos;
3- Absorção passagem pelas fendas no sentido dos tecidos para os capilares;

Descrever os componentes do interstício


Interstício- corresponde a 1/6 do volume corporal total;

Espaço intesticial:

 Feixes de colágeno;
 Filamentos de proteoglicanos
(98% AC. Hialurônico+ 2% proteínas);
Gel do interstício:
 Filamentos de proteoglicanos;
 Líquido semelhante ao plasma, porém com menos
proteínas;
Líquido livre
 Sem moléculas de proteoglicanos;
 Aumentam no edema tecidual.

Compreender quais forças de Starling são responsáveis pela absorção e


filtração de líquidos pelos capilares.
Forças de starling

“puxam” o líquido para fora do vaso: PC e Nli

“puxam” o líquido para dentro do vaso: Pli e Np

Pressão efetiva de filtração (PEF):

*positivas- a favor da filtração; negativas- a favor da absorção.

Filtração dos líquidos pelos capilares

A intensidade da filtração é determinada pelo coeficiente de filtração que depende do tamanho e do número de
poros em cada capilar, bem como o número de capilares pelos quais o sangue flui.

Filtração= Kf x PEF
Pressão hidrostática

 A pressão hidrostática capilar varia conforme os tecidos (ex: rins)


 A pressão hidrostática do líquido intersticial é mais negativa (-3mmHg) em tecidos frouxos do que em
capsulados;
 A pressão hidrostática do líquido intersticial em tecidos circundantes por estruturas rígidas (crânio, rins,
músculos) geralmente é positiva.

Pressão coloidosmótica

Do plasma: média de 28mmHg


 Determinadas pelas proteínas que não atravessam a membrana+ efeito donnam (proteína com carga negativa
atrai e seqüestra íons de cargas positivas)
Do líquido intersticial: média de 8mmHg
 Quantidade de proteínas maior, porém em volume muito maior (12L de líquido intersticial
total);concentração de 40% (3g/dL) em relação ao plasma.

PEF

A filtração é possível devido a diferença de pressão média nas extremidades arteriais capilares em relação as venosas
(15-25mmHg maior)

Esse ligeiro desequilíbrio permite que a


filtração seja maior que a reabsorção
(filtração efetiva);

Não forma edema pois os linfáticos filtram


o líquido para ele não acumular no
interstício;

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