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INTERVALO DE CONFIANÇA

Intervalo que deve conter o parâmetro que você quer encontrar.

Entre 90 e 99%, sendo o mais comum 95%.

A precisão estatística é expressa como um intervalo de confiança em torno da estimativa


ponto, geralmente o intervalo de confiança de 95%. Os intervalos de confiança em torno
de uma magnitude de efeito são interpretados da seguinte forma :

- Se o estudo não apresentar viés, há uma probabilidade de 95% de que o intervalo


inclua a magnitude real do efeito. Quanto mais estreito for o intervalo de confiança,
mais certeza se pode ter sobre a magnitude de efeito verdadeira.

É mais provável que o valor verdadeiro esteja próximo da estimativa – ponto, é menos
provável que esteja próximo dos limites externos do intervalo.

É até mesmo possível que fique de fora destes limites (probabilidade de 5 em 100). A
precisão estatística aumenta com o poder estatístico do estudo.

Os intervalos de confiança ajudam o leitor a ver a faixa de valores palusiveis e então


decidir se uma magnitude de efeito que eles consideram como clinicamente significativa
é consistente com ou descartada pelos achados do estudo.

VIÉS

É um processo em qualquer estágio da inferência com tendência a produzir resultados


com tendência a produzir resultados que se afastam sistematicamente dos valores
verdadeiros. É qualquer tendência na coleta,análise, interpretação, publicação ou revisão
de dados que possa levar a conclusões que sejam sistematicamente diferentes da
verdade.

1. Viés de seleção
Ocorre quando são feitas comparações entre grupos de pacientes que diferem de
outras maneiras que não os principais fatores sob estudo, maneiras essas que
afetam o desfecho.
Ex: sexo dos pacientes, idade, gravidade da doença, presença de outras doenças,
cuidado que recebem, etc.
2. Viés de aferição
Ocorre quando os métodos de aferição são distintos em diferentes grupos de
pacientes.
Exemplo: Os estudos que associam o uso de pílulas anticoncepcionais com
tromboflebite são exemplos do potencial para viés de aferição. As informações
sobre o uso de anticoncepcional e a ocorrência de tromboflebite são tipicamente
obtidas pelos registros médicos. Imagine que um estudo comparou a frequência
do uso de anticoncepcional oral entre mulheres internadas em um hospital por
causa da tromboflebite e um grupo de mulheres internadas por causa qualquer. É
possível que se as mulheres com tromboflebite estivessem cientes da associação
relatada entre os hormônios e os eventos de agravo a saúde, talvez relatassem o
uso de contraceptivos orais com mais frequência do que mulheres sem a doença
porque já teriam ouvido sobre essa associação.
3. Viés de confusão
Pode ocorrer quando se tenta descobrir se um fator, como um comportamento ou
a exposição a uma droga é por si só uma causa de doença. Se esse fator estiver
associado ou “andar junto” com outro fator, que está por sua vez relacionado ao
desfecho, o efeito de um pode ser confundido ou distorcido pelo efeito do outro.

TIPOS DE ERROS

Teste de hipótese: questiona se um efeito (diferença) está ou não presente,


utilizando testes estatísticos para examinar a hipótese de que não exista
diferença (hipótese nula) . Essa é a forma tradicional de avaliar o papel do acaso
e está associada aos conhecidos “valores de p”.
Resultados estatísticos falso positivo e falso negativos: Existem duas formas
de os resultados estarem errados. Ex: O novo tratamento e o costumeiro podem
apresentar efeitos semelhantes mas a conclusão do estudo é que o novo
tratamento é mais eficaz. Um erro desse tipo, que resulta em uma conclusão
“falso positiva” de que o novo tratamento é mais eficaz chama- se de erro tipo 1
ou erro alfa - a probabilidade de dizer que há uma diferença nos efeitos do
tratamento quando, na verdade não há.
Por outro lado, o novo tratamento pode ser mais eficaz mas o estudo pode
concluir que não. Essa conclusão “falsa negativa” chama- se de erro tipo II ou
erro beta – a probabilidade de dizer que não há diferença nos efeitos do
tratamento quando na verdade, há. Neste caso, dizer que “ não há diferença” é
uma forma simplificada de dizer que a diferença verdadeira é provavelmente
muito pequena para ser considerada real.

A maioria das estatísticas encontradas na literatura diz respeito à probabilidade


de um erro Tipo I e são expressas pelo conhecido valor p. O valor p é uma
estimativa quantitativa de probabilidade de que as diferenças nos efeitos de
tratamento em um determinado estudo poderiam ter ocorrido apenas em função
do acaso presumindo que não existam de fato, diferenças entre os grupos.

TIPOS DE AMOSTRAS
Calculo amostral??
1) Aleatória
A intenção é produzir amostras representativas da população. Em uma
maostra aleatória simples, cada individuo na população tem uma
probabilidade igual de ser selecionado.
2) Não aleatória
Comum em pesquisas clinicas por razões mais praticas.
3) Conveniencia
São convenientes de obter como amostras de pacientes que estão fazendo
uma consulta em uma clinica médica, que são cooperativos e que são bem
articulados.
4) Probabilistica
É utilizada quando cada pessoa tem uma probabilidade conhecida (não
necessariamente igual) de ser escolhida.

TIPOS DE ESTUDOS

Estudos Descritivos
 Descrição das características
 População ou Fenômeno
 Quantitativo (incidência ou prevalência)
 Não existe grupo controle para comparar resultados
 Estudos não controlados
 Estabelecimento de relação entre variáveis
 Utiliza técnicas padronizadas de coletas de dados
 Questionários / Observação sistêmica
Estudos analíticos
 Presença de grupo controle
 Grupo de estudo e grupo controle (simultâneos)
 Comparam-se resultados
 A forma como é feito pode gerar diversos tipos de estudos
Pressupõem a existência de um grupo de referência, o que permite estabelecer
comparações.

 Estudos observacionais

O estudo epidemiológico que não recorre à experimentação baseia-se essencialmente na


observação dos fatos e das suas variações, e a análise das informações assim obtidas
constitui o objetivo da Epidemiologia Analítica.

Os estudos observacionais também podem ser chamados de estudos não experimentais,


porque os dados são obtidos de situações naturais.

Considerando-se:

Hipótese causal (fator em estudo)


Agravo à saúde Total

Atingidos Não atingidos

Expostos a b a+b

Não expostos c d c+d

Total= a+c b+d N

O objetivo do estudo é saber se a proporção de indivíduos apresentando


simultaneamente o efeito e o fator (a) é significativamente maior do que se poderia
esperar se esses dois eventos não fossem relacionados entre si. Essa questão pode ser
elucidada por diversos tipos de estudos observacionais.

Os estudos observacionais podem ser longitudinais ou seccionais. No estudo


longitudinal, o fator causal e o efeito são estudados em momentos históricos sucessivos.
Com relação ao tempo, há duas maneiras: - Acompanhar o grupo no futuro - estudo
prospectivo - Investigar o grupo em relação aos acontecimentos passados - estudo
retrospectivo A diferença entre os dois modos de realizar a pesquisa dependerá de, ao
iniciar o estudo, a moléstia encontrar-se ou não presente na coorte.

O estudo prospectivo é mais oneroso, e os resultados são mais demorados, mas as


informações são mais completas, e a exposição ao fator em estudo pode ser mais bem
controlada.

Estudo de coortes

Também é chamado estudo de seguimento (follow-up). É a observação de determinado


grupo de indivíduos ao longo do tempo, com o objetivo de estabelecer as possíveis
associações entre a exposição e a frequência no aparecimento da doença em foco. Esse
conjunto de indivíduos é denominado coorte, denominação com que os antigos romanos
identificavam parte de uma legião em sua organização militar. Consiste em verificar se
existe diferença para as proporções de atingidos entre os expostos e de atingidos entre
os não expostos, ou seja, consiste em comparar + com +7 É um tipo de estudo que
permite abordar hipóteses etiológicas, produzindo medidas de incidência e, portanto,
medidas diretas de risco. Os dados obtidos mediante a observação da coorte são
traduzidos em coeficientes indicativos dos fatores em estudo.

Os estudos de coortes também são chamados de prospectivos, pelo fato de que, em sua
maioria, partem da observação de grupos comprovadamente expostos a um fator de
risco suposto como causa da doença a ser detectada no futuro. O desenho longitudinal
propõe como sequência da pesquisa a anteposição das possíveis causas e a posterior
pesquisa de seus efeitos. O estudo tem início ao se colocar em evidência uma variável
cuja contribuição causal na produção de determinada doença se deseja conhecer, avaliar
ou confirmar. O passo seguinte consiste na seleção de um grupo de indivíduos
considerados sadios quanto à doença sob investigação. Esse grupo deverá ser o mais
homogêneo possível em relação a outros fatores que não a variável independente
investigada. Deve-se certificar de que o indivíduo selecionado não tem a doença em
estudo, ou alguma outra doença que possa estar relacionada com o fator em estudo.

Vantagens e limitações do estudo de coortes

1) Vantagens:
 Não há problemas éticos quanto a decisões de expor os indivíduos a fatores de
risco ou tratamentos.
 A seleção dos controles é relativamente simples.
 A qualidade dos dados sobre exposição e doença pode ser excelente, já que é
possível proceder a sua coleta no momento em que os fatos ocorrem.
 Os dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência da doença.
 A cronologia dos acontecimentos é facilmente determinada.
 Muitos desfechos clínicos podem ser investigados simultaneamente.
 Permite o cálculo dos coeficientes de incidência, a partir dos quais são
calculadas as demais medidas de risco.
 O estudo pode ser bem planejado.
 Pode evidenciar associações com outras doenças.
 Menor risco de conclusões falsas ou inexatas.
2) Limitações
 Falta de comparabilidade entre as características do grupo de expostos e as do
grupo de não expostos.
 Custo elevado, especialmente nos estudos prospectivos de longa duração.
 Em muitas situações, é de longa duração.
 Acompanhamento de um grande número de indivíduos.
 Dificuldade de manter a uniformidade do trabalho.
 Perda do acompanhamento, com modificação na composição dos grupos
iniciais.
 Não pode ser aplicado a estudos etiológicos de doenças raras, pois haveria
necessidade de observar muitos indivíduos.
 Os dados são obtidos após o conhecimento do grau de exposição ao fator,
estando sujeitos a influências subjetivas no momento da aferição.
 Mudanças de categoria de exposição podem levar a erros de classificação dos
indivíduos.
 Mudanças de critérios de diagnóstico com o passar do tempo podem levar a
erros.
 Dificuldades administrativas nos projetos de longa duração.
 Interpretação dificultada pela presença de fatores de confundimento.

ESTUDO DE CASOS-CONTROLES

É o tipo de pesquisa que parte de casos já diagnosticados da doença em foco e ao


mesmo tempo seleciona outro grupo de indivíduos que não apresentam aquele agravo.
Da comparação desses grupos, em relação a determinados fatores ou atributos, procura-
se obter as informações desejadas.

Os estudos de casos-controles são longitudinais retrospectivos. Partem de grupos de


casos seguramente diagnosticados e retroagem em sua história, buscando fatores que
possam ser imputados como causais. Os estudos desse tipo são conduzidos por meio de
entrevistas pessoais ou por consulta a registros. Alguma variável presente ou ausente
em ambos os grupos jamais poderá ser dada como uma das causas prováveis da doença;
contrariamente, a associação de um fator a um dos grupos é forte evidência a favor de
uma inferência causal. Consiste em comparar o grupo de atingidos com o grupo de não
atingidos, em relação à presença ou ausência do fator em estudo. A etapa inicial é a
escolha dos dois grupos a serem comparados, de tal maneira que as informações obtidas
sejam equivalentemente fidedignas para ambos.
Escolha dos casos: O ideal seria que todos os casos ocorridos na população sob estudo
fizessem parte da investigação. A escolha deve levar em conta sua representatividade
em relação ao total, e deve haver uniformidade no critério adotado como meio de
diagnóstico.

É desejável que a escolha seja feita entre os casos de diagnóstico mais recente, porque a
inclusão de doentes em estágios diferentes de evolução pode dificultar a interpretação
dos dados obtidos.

Escolha dos controles: O grupo-controle deve ser formado por indivíduos não
atingidos pelo agravo e, de maneira ideal, não deve diferir do grupo atingido, a não ser
pela ausência da doença. Ambos os grupos devem pertencer à mesma população,
porque os controles destinam-se a possibilitar a comparação com os casos, no que
concerne à frequência de determinado fator e a seu grau de exposição. É recomendável
que haja entre os dois grupos, casos e controles, identidade de área geográfica e de
fatores sociais, econômicos e culturais.

Os indivíduos do grupo-controle podem ser escolhidos considerando uma das seguintes


alternativas: - conjunto dos indivíduos selecionáveis; - amostra desse conjunto; -
indivíduos pareados com casos específicos. Pareamento é o processo de selecionar
controles individuais idênticos aos casos em uma ou em algumas variáveis específicas:
idade, sexo, raça, condição socioeconômica etc. A análise baseia-se na comparação dos
indivíduos atingidos com os não atingidos, no que diz respeito à exposição ao fator sob
estudo.

A comparação pode ser feita com relação a: - presença ou ausência do fator sob estudo;
- frequência e grau de exposição ao fator. O estudo de casos-controles não permite
produzir medidas de ocorrência de doenças, porque não utiliza denominadores
populacionais. Permite, somente, estimar uma medida de associação tipo
proporcionalidade, denominada “odds ratio”, que tem a propriedade de aproximar-se do
risco relativo no caso de doenças de baixa incidência na população. Os dados desse tipo
de estudo devem, portanto, ser analisados com muita cautela, devido a sua acentuada
vulnerabilidade a diversos tipos de distorção.
Entre essas distorções, pode ser citado o problema da memorização seletiva do evento
supostamente causal. Ex: as mães de crianças que nasceram com algum problema se
lembrarão com muito mais facilidade de detalhes da gravidez, do parto e do
desenvolvimento da criança do que mães de crianças sadias usadas como controle.

O segundo problema que merece atenção refere-se a distorções na seleção dos casos e
dos controles. Os estudos de melhor qualidade metodológica são aqueles em que o
grupo de casos reúne todos os indivíduos doentes de uma determinada área geográfica,
diagnosticados da forma mais padronizada possível. Por outro lado, os melhores
controles são aqueles provenientes de amostras representativas da mesma população de
onde se originaram os casos.

Vantagens e limitações do estudo de casos-controles

1) Vantagens
 Fácil execução.
 Os resultados são obtidos rapidamente.
 Baixo custo.
 Aplicável a doenças raras de baixa incidência.
 O número de participantes nos grupos pode ser pequeno.
 Não há necessidade de acompanhamento dos participantes.
 Permite a análise de muitos fatores de risco simultaneamente.
 Reprodutibilidade.

2)Limitações

 Na maioria das situações, somente os casos mais novos devem ser incluídos na
investigação, o que pode dificultar a obtenção do número de participantes
desejado.
 Falta de comparabilidade entre as características dos casos e dos controles.
 Dificuldade na seleção dos controles.
 As informações originadas são incompletas.
 Os dados de exposição no passado podem ser inadequados, principalmente
quando baseados na memória dos informantes.
 Os dados de exposição ao fator podem ser viciados: geralmente os casos têm
melhor noção das possíveis causas da doença e lembram-se melhor da eventual
exposição a fatores de risco.
 Os casos não são escolhidos aleatoriamente.
 Se a exposição é rara, nos casos, pode ser difícil realizar o estudo ou interpretar
os resultados.
 O cálculo das taxas de incidência não pode ser feito diretamente, devendo a
estimativa do risco ser feita de maneira indireta.
 A interpretação dos dados pode ser dificultada pela presença de variáveis
confundidoras.

ESTUDO SECCIONAL

Também é conhecido como estudo transversal ou estudo de prevalência. É aquele em


que, sem levar em conta os acontecimentos passados ou futuros, mede-se a suposta
causa e o respectivo efeito em um dado momento ou lapso de tempo. O fator em estudo
e o efeito são estudados simultaneamente, em um mesmo momento histórico.

Seleciona-se uma amostra de indivíduos de uma população e posteriormente verifica-se,


para cada indivíduo, a presença ou não da doença e a presença ou não do fator,
simultaneamente. No início, apenas o número total de indivíduos é conhecido. Procura-
se comparar a proporção de expostos entre os atingidos com a proporção de expostos
entre os não atingidos, resultantes de um levantamento ou inquérito executado para esse
fim, ou de registros de dados disponíveis. Geralmente, esse tipo de estudo é usado para
o teste de hipóteses de associação, sem definir seu caráter etiológico, devido à
simultaneidade da informação sobre a doença e o fator a ela associado. Por exemplo, se
um estudo desse tipo encontrar maior frequência de determinada enfermidade em
migrantes, não se pode dizer que a migração é necessariamente a causa da enfermidade.
Pode ser até que a doença tenha determinado a mobilidade do paciente, até mesmo em
busca de tratamento. O estudo seccional pode também ser usado para testar se a
prevalência de determinada enfermidade é maior entre indivíduos expostos a
determinado fator do que entre os não expostos ao fator. A análise de dados dos estudos
seccionais baseia-se fundamentalmente na comparação das proporções de indivíduos
acometidos entre os expostos ao fator e entre os não expostos. Como consequência do
fato de que o fator de exposição e a doença são considerados concomitantemente
durante o lapso de tempo a que se refere o estudo, seus resultados não são indicativos de
sequência temporal. As únicas conclusões legítimas da análise de estudos de
prevalência limitam-se às relações de associação, e não de causalidade. Em termos
estatísticos, pode-se, no máximo, estabelecer que a causa suspeita e o efeito estão
associados dentro de um grau aceitável de significância.

Vantagens e limitações do estudo seccional

1)Vantagens

 Simplicidade e baixo custo.


 Rapidez - os dados sobre exposições, doenças e características dos indivíduos e
do ambiente referem-se a um único momento e podem ser coletados em curto
intervalo de tempo.
 Objetividade na coleta dos dados.
 Não há necessidade de acompanhamento dos indivíduos participantes.
 Facilidade para obter amostra representativa da população.
 Boa opção para descrever as características dos eventos na população, para
identificar casos na comunidade e para detectar grupos de alto risco.
 Único tipo de estudo possível em numerosas situações para obter informação
relevante com tempo e recursos limitados.

2) Limitações
 Condições de baixa prevalência exigem amostra de grande tamanho, o que
implica dificuldades operacionais.
 Possibilidade de erros de classificação; os casos podem não ser mais casos no
momento da coleta de dados; o mesmo acontece com a exposição.
 Os indivíduos curados ou falecidos não aparecem na casuística dos casos: é o
chamado viés da prevalência. Esse problema é mais acentuado nas
enfermidades de curta duração e naquelas que apresentam variação estacional.
 Dados de exposição atual podem não representar a exposição passada: por
exemplo, o obeso em dieta, que apresenta baixo nível de colesterol sérico.
 Os dados sobre exposição ocorrida no passado podem ser falhos, principalmente
quando dependem da memória.
 A relação cronológica entre os eventos pode não ser facilmente detectável.
 A associação entre exposição e doença refere-se à época da realização do estudo
e pode não ser a mesma na época do aparecimento da doença. Por isso, muitas
vezes as conclusões sobre a relação causa-efeito são prejudicadas.
 Não permite determinar a taxa de incidência da doença.
 A interpretação pode ser dificultada por variáveis confundidoras.
3) Aplicabilidade
 Identificar novos fatores de risco;
 Planejar serviços e programas de saúde;
 Avaliar serviços e programas de saúde;
 Monitorar tendências temporais em doenças ou fatores de risco;

ESTUDOS EXPERIMENTAIS

Por meio da experimentação, podem-se evidenciar diretamente os fatores causais do


agravo em estudo. Também é chamado estudo de intervenção. O estudo experimental
pode ser planejado de maneira a converter-se em programa destinado especificamente à
prevenção da doença. A população é manipulada diretamente em relação ao fator que
tenha possível aplicação como meio preventivo. Um grupo experimental e um grupo-
controle são escolhidos. No grupo experimental, ou grupo-teste, é feita a intervenção,
que consiste na aplicação ou supressão do fator sob estudo (variável independente) com
vistas a observar e possivelmente medir a produção do efeito correspondente (variável
dependente). No outro grupo, chamado grupo-controle ou de comparação, cuja
composição deve ser o mais semelhante possível à do grupo experimental, não é
realizada a intervenção. Os dois grupos devem diferir entre si apenas no que tange ao
fator de intervenção. Em medicina humana, o uso desse tipo de estudo é limitado por
razões éticas. Não é aceitável a inclusão de fatores que possam causar algum prejuízo
às pessoas de qualquer um dos grupos. Mais aceitáveis, embora às vezes com
restrições, são os possíveis experimentos nos quais se agregam fatores suspeitos de
serem benéficos ou quando se retira algum fator prejudicial à saúde. Há vários exemplos
históricos de estudos de intervenção, como o uso de frutas frescas no tratamento do
escorbuto, realizado por Lind em 1747, os experimentos de Jenner com inoculação de
vacina contra a varíola, em 1796 etc. Pode ser também planejado com o objetivo do
esclarecimento de relações causais, sem finalidade preventiva obrigatória. As hipóteses
que sugerem etiologias podem ser testadas com maior precisão pelo uso de estudos
experimentais.

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Um tipo de estudo em que há intervenção do investigador é o chamado ensaio clínico


randomizado. Nessa modalidade de estudo, parte-se da causa em direção ao efeito. Os
indivíduos usados no estudo são colocados aleatoriamente em dois grupos, o grupo-teste
e o grupo-controle. A alocação aleatória tem o objetivo de formar grupos com
características semelhantes. Em seguida, realiza-se a “intervenção”, em apenas um dos
grupos, servindo o outro para comparação dos resultados. Como exemplo, pode ser
citado o teste de eficácia de uma vacina, no qual o grupo-teste recebe a vacina a ser
avaliada e o grupo-controle recebe um placebo.

O ensaio clínico randomizado é considerado padrão de excelência, porque produz


evidências mais diretas e inequívocas para esclarecer uma relação de causa-efeito entre
duas variáveis. A credibilidade científica que essa modalidade de pesquisa
epidemiológica confere aos resultados é semelhante à da experimentação com animais
de laboratório. A característica marcante do ensaio clínico randomizado, que lhe confere
foros de excelência quando comparado com os demais, é a possibilidade de subdividir
os indivíduos em grupos de características idênticas. Dessa forma, tenta-se evitar
distorções provocadas por diferenças entre os grupos, diferenças que podem interferir
nos resultados da investigação.

1) Vantagens
 Alta credibilidade como produtor de evidências científicas.
 Os grupos (teste e controle) têm grande chance de serem comparáveis, em
termos de variáveis de confundimento - desde que a amostra seja grande.
 Não há dificuldade na formação do grupo-controle.
 O tratamento e os procedimentos são decididos a priori e uniformizados na sua
aplicação.
 A qualidade dos dados sobre a intervenção e sobre os efeitos pode ser excelente,
já que é possível proceder a sua coleta no momento em que os fatos ocorrem.
 A cronologia dos acontecimentos é determinada, sem equívocos; existe certeza
de que o tratamento é aplicado antes de aparecerem os efeitos.
 A intervenção e a verificação dos resultados podem ser dissimuladas com o uso
de placebos e técnicas de aferição do tipo duplo-cego, de modo a não influenciar
examinados e examinadores.
 Os resultados são expressos em coeficientes de incidência, a partir dos quais são
computadas as demais medidas de risco.
 A interpretação dos resultados é simples, pois estão relativamente livres dos
fatores de confundimento.
 Muitos desfechos clínicos podem ser investigados simultaneamente.

2) Limitações
 Por dificuldades de natureza prática, algumas situações não podem ser
pesquisadas com essa metodologia; por exemplo, fazer com que determinadas
pessoas fumem e outras não, durante anos, para verificar o impacto do
tabagismo sobre a saúde.
 Por questões éticas, muitas situações não podem ser experimentalmente
investigadas; caso da etiologia de doenças no ser humano, como, por exemplo,
os efeitos de viroses na gravidez sobre os recém-nascidos.
 Exigência de população estável e cooperativa, para evitar grandes perdas de
seguimento e recusas em participar.
 O grupo investigado pode ser altamente selecionado, não representativo, devido
a múltiplas exigências quanto às características de inclusão e exclusão dos
participantes do estudo.
 Alguns participantes deixam de receber um tratamento potencialmente benéfico,
ou são expostos a um procedimento maléfico.
 Impossibilidade de ajustar o tratamento (dose, duração etc.) em função das
necessidades de cada indivíduo.
 Dificuldades de levar a conclusões seguras e inequívocas quando os efeitos são
raros ou quando eles aparecem somente após longo período de latência (pois
incidem depois de concluída a investigação).
 Requer estrutura administrativa e técnica de porte razoável, estável, bem
preparada e estimulada, para levar a bom termo um projeto complexo e
minucioso, usualmente de longa duração.

ESTUDO ECOLÓGICO

Trata-se de uma pesquisa realizada com dados estatísticos. Ao contrário dos outros
tipos de delineamento, a unidade de análise não é constituída de indivíduos, mas de
grupos de indivíduos. Por essa razão, é também chamado de estudo de grupos, estudo
de agregados, estudo de conglomerados, estudo estatístico ou estudo comunitário. Uma
das características desse estudo é que não se sabe se um indivíduo em particular é
doente ou foi exposto ao fator; apenas as informações globais são disponíveis - por
exemplo, a proporção de expostos e a proporção de doentes naquela população.

TIPOS DE DESENHO

1)Desenhos de múltiplos grupos

1.1. Estudo exploratório:


 comparação de taxas de doença entre regiões durante o mesmo período →
identificar padrões espaciais. Frequentemente, pode conter dois tipos de
problemas:

a)Regiões com poucos casos→grande variabilidade na taxa da doença

b) Regiões vizinhas tendem a ser mais semelhantes do que regiões mais distantes

 Utilizado para prever tendências futuras da doença ou avaliar o impacto de uma


intervenção populacional

1.2. Estudo analítico: avalia a associação entre o nível de exposição médio e a taxa
de doença entre diferentes grupos → estudo ecológico mais comum.

1) Vantagens
 Simplicidade e baixo custo.
 Rapidez - os dados estão usualmente disponíveis, sob a forma de estatísticas.
 As conclusões são mais facilmente generalizáveis do que em estudos com base
individual.
2) Limitações
 Não há acesso a dados individuais: não se sabe se o exposto é também doente.
Isso possibilita a chamada falácia ecológica: interpretação enganosa por atribuir
a um indivíduo o que se observou em estudos estatísticos.
 Dificuldade de usar técnicas de aferição de informações, o que aumenta o risco
de viés.
 Dados de diferentes fontes, o que pode significar qualidade variável da
informação.
 Dificuldade em proceder à análise estatística porque a unidade de observação é
um grupo de indivíduos.
 Possibilidade de efetuar muitas comparações, o que facilita encontrar
correlações significativas apenas devidas ao acaso.
 As correlações são, em geral, mais altas do que em estudos individuais.
 Dificuldade em controlar os fatores de confundimento.

NIVEIS DE EVIDENCIA

A prática baseada em evidências focaliza sistemas de classificação de evidências. Geralmente


esses sistemas são caracterizados de forma hierárquica, dependendo do delineamento de
pesquisa, ou seja, da abordagem metodológica adotada para o desenvolvimento do estudo. Na
medicina baseada em evidências há sistemas de classificação, os quais consideram apenas
estudos que empregam a abordagem quantitativa. Na busca de um sistema que considere a
produção do conhecimento científico na enfermagem, ou seja, pesquisas desenvolvidas na
abordagem quantitativa e qualitativa, destacamos os sistemas de classificação de evidências
descritos a seguir. Em 1998, estudiosos(1) da enfermagem elaboraram uma classificação
hierárquica das evidências para a avaliação de pesquisas ou outras fontes de informação,
baseadas na categorização da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) dos Estados
Unidos da América. A qualidade das evidências é classificada em seis níveis, a saber: nível 1,
metanálise de múltiplos estudos controlados; nível 2, estudo individual com delineamento
experimental; nível 3, estudo com delineamento quase-experimental como estudo sem
randomização com grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; nível 4,
estudo com delineamento não-experimental como pesquisa descritiva correlacional e
qualitativa ou estudos de caso; nível 5, relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática,
de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; nível 6, opinião de autoridades
respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de comitês de especialistas, incluindo
interpretações de informações não baseadas em pesquisas. Do nível 1 ao 5, existe uma
variação dentro de cada nível que vai de A-D , que reflete a credibilidade científica da pesquisa;
por exemplo, se a pesquisa é categorizada no nível 1-A significa que o estudo tem o
delineamento adequado; entretanto, se a pesquisa é classificada no nível 1-D, significa que o
delineamento possui falhas e a confiança nos resultados deve ser questionada. Em uma
publicação recente(2), a qualidade das evidências é classificada em sete níveis. No nível 1, as
evidências são provenientes de revisão sistemática ou metanálise de todos relevantes ensaios
clínicos randomizados controlados ou oriundas de diretrizes clínicas baseadas em revisões
sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados; nível 2, evidências derivadas de
pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado; nível 3, evidências
obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem randomização; nível 4, evidências
provenientes de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; nível 5, evidências
originárias de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; nível 6, evidências
derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo; nível 7, evidências oriundas de opinião
de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas. O conhecimento detes sistemas de
classificação de evidências proporciona subsídios para auxiliar o enfermeiro na avaliação crítica
de resultados oriundos de pesquisas e, consequentemente, na tomada de decisão sobre a
incorporação das evidências à prática clínica.

APLICABILIDADE DE CADA ESTUDO

2) CARACTERIZAR A VIGILANCIA EM SAUDE E SUA RELAÇÃO COM A


ATENÇÃO PRIMÁRIA

Vigilância sanitária:
Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

1- O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam


com a saúde, compreendidas todas etapas do processo, da produção ao
consumo;
2- O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.
Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma autarquia (autossuficiente) sob regime especial,
que tem como área de atuação não um setor específico da economia, mas todos os
setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população
brasileira.
A Agência tem como campo de atuação não um setor específico da economia,
mas todos os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da
população brasileira. Sua competência abrange tanto a regulação sanitária quanto a
regulação econômica do mercado.
Além da atribuição regulatória, também é responsável pela coordenação do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de forma integrada com outros
órgãos públicos relacionados direta ou indiretamente ao setor saúde. Na estrutura da
administração pública federal, a Anvisa encontra-se vinculada ao Ministério da Saúde e
integra o Sistema Único de Saúde (SUS), absorvendo seus princípios e diretrizes.

- Conselho de Saúde e Vigilância Sanitária


Esta tem como missão a proteção e promoção à saúde da população e defesa da
vida. Para cumpri-la, deve ter uma interação muito grande na sociedade. Por este
motivo, a Vigilância Sanitária deve procurar uma participação efetiva na rede de
Controle Social do SUS, contando com a elaboração dos Conselhos de Saúde para as
suas ações.
O Conselho de Saúde, além de contribuir no acompanhamento das políticas
direcionadas às ações de Vigilância Sanitária, pode ser um importante parceiro nos
objetivos desse serviço.
- Instituição da União responsável pela Vigilância Sanitária
A ANVISA é a responsável. Ela faz a gestão de todo serviço de Vigilância
Sanitária que compre ao nível federal. O gestor formula, executa, supervisiona, controla
e pode rever as políticas de saúde.

Riscos que devem ser controlados pela Vigilância Sanitária

Riscos ambientais: água, esgoto, lixo, vetores e transmissores de doenças,


poluição do ar, do solo e de recursos hídricos, transporte de produtos perigosos, entre
outros;
Riscos ocupacionais: processo de produção, substâncias, intensidades, carga
horária, ritmo e ambiente de trabalho;
Riscos sociais: transporte, alimentos, substâncias psicoativas, violências, grupos
vulneráveis, necessidades básicas insatisfeitas;
Riscos iatrogênicos (decorrentes de tratamento médico e uso de serviços de
saúde): medicamentos, infecção hospitalar, sangue ou hemoderivado, radiações
ionizantes, tecnologias médico-sanitárias, procedimentos e serviços de saúde;
Riscos institucionais: creches, escolas, hotéis, motéis, portos, aeroportos,
fronteiras, estações ferroviárias, salões de beleza, sauna, entre outros.

Vigilância ambiental: É um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a


detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio
ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas
de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou
outros agravos à saúde.

A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), com base no Decreto nº 3450, de 9 de maio


de 2000, estabeleceu como sua competência institucional a “gestão do sistema nacional
de vigilância ambiental”.

Objetivos:
a- Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar
aos SUS instrumento para o planejamento e execução de ações relativas às
atividades de promoção de saúde, e de prevenção e controle de doenças
relacionadas ao meio ambiente;
b- Estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações
relacionadas à Vigilância Ambiental em saúde nas diversas instâncias de
competência;
c- Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
d- Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para
outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de risco à
saúde humana;
e- Promover, junto aos órgãos e afins, ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente;
f- Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento,
visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e
qualidade de vida.

Indicadores de saúde ambiental:

Uso de diferentes ferramentas tais como a estatística, a epidemiologia e a utilização


destes nos sistemas de informação geográfica.

A Vigilância Ambiental em saúde deverá dispor de informações específicas dos


seguintes sistemas:

- Sistema de Informação de Vigilância em Saúde

 de fatores biológicos
 de contaminantes ambientais
 relacionado à qualidade da água de consumo humano
 relacionado à qualidade do ar
 relacionado à qualidade do solo
 relacionado a desastres naturais
 relacionado a acidentes com produtos perigosos, entre outros.
A Vigilância Ambiental em Saúde utilizará como ferramenta fundamental o
georeferenciamento de dados, que é o processo usado para referenciar registros
tabulares a um lugar da superfície da terra ou unidade territorial (bairro, município,
localidades), possibilitando assim, a elaboração de mapas de risco capazes de auxiliar a
tomada de decisão nas diversas instâncias do SUS.

Controla a qualidade da água, ar, solo, saneamento básico, calamidades publicas,


transporte de produtos perigosos, monitora os ambientes que causam danos à saúde,
entre outros. A Vigilância em Saúde Ambiental consiste em um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de
identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. É também atribuição da VSA os
procedimentos de vigilância epidemiológica das doenças e agravos à saúde humana,
associados a contaminantes ambientais, especialmente os relacionados com a exposição
a agrotóxicos, amianto, mercúrio, benzeno e chumbo.

Vigilância epidemiológica: é definida como um conjunto de ações que proporcionam o


conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. Assim, para atender à
sua finalidade, tem que ser alimentada com informações sobre as doenças e agravos que
estão sob vigilância ou que possam ocorrer de modo inusitado.

O objetivo principal é fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de


saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de
doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a
ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa
área geográfica ou população definida. E ainda, constitui-se importante instrumento
para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como
também para a normatização de atividades técnicas afins.

São funções da vigilância epidemiológica:

 coleta de dados;
 processamento de dados coletados;
 análise e interpretação dos dados processados;
 recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
 promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
 avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
 divulgação de informações pertinentes.
Tipos de dados: os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância
Epidemiológica são os seguintes: dados demográficos, ambientais e socioeconômicos;
dados de morbidade; dados de mortalidade, outros dados importantes: laboratoriais,
investigação epidemiológica, imprensa e população.

3) DESCREVER SURTO, ENDEMIA, EPIDEMIA, FAIXA ENDEMICA E


PANDEMIA.

Endemia : é definida como a presença habitual de uma doença, dentro dos limites
esperados, em uma determinada área geográfica, por um período de tempo ilimitado.
Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada doença, dentro de uma
área (GORDIS, 2010). Esse fenômeno ocorre quando há uma constante renovação de
suscetíveis na comunidade, exposição múltipla e repetida destes a um determinado
agente, isolamento relativo sem deslocamento importante da população em uma zona
territorial. Por exemplo: malária, febre amarela, doença de Chagas, esquistossomose etc.

Epidemia: é definida como a ocorrência em uma comunidade ou região, de um grupo


de doenças de natureza similar, excedendo claramente a expectativa normal, derivada de
uma fonte comum de propagação. Resulta, portanto, em um “claro excesso de casos em
relação ao esperado” quando comparado à frequência esperada (ou habitual) de uma
doença em uma determinada população, em um período determinado, não sendo
necessariamente a “ocorrência de muitos casos” (RIBEIRO, 2012). O número de casos
de uma epidemia vai variar de acordo com o agente, o tipo e o tamanho da população
exposta, além do período e do local de ocorrência. A ocorrência de um único caso
autóctone em uma região onde nunca tenha ocorrido ou que esteja há muitos anos livre
de uma determinada doença, representa uma epidemia, pois demonstra uma alteração
substantiva na estrutura epidemiológica relacionada à doença.

Pandemia: refere-se a uma epidemia de grandes proporções geográficas, ou seja,


atingindo vários países, inclusive mais de um continente. Como exemplo, podemos citar
a doença influenza A (H1N1) no ano de 2009, cujos primeiros casos ocorreram no
México, expandindo-se para Europa, América do Sul, América Central, África e Ásia

Surto: O surto consiste em uma ocorrência epidêmica, em que todos os casos estão
relacionados entre si, acometendo uma área geográfica pequena e delimitada (como
vilas ou bairros) ou uma população institucionalizada (como creches, asilos, escolas e
presídios). Podemos citar como exemplo, a ocorrência de inúmeros casos de intoxicação
alimentar em um asilo, após ingestão de alimentos contaminados

Faixa endêmica : Vigilância sanitária:

Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de


intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

3- O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam


com a saúde, compreendidas todas etapas do processo, da produção ao
consumo;
4- O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.
Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma autarquia (autossuficiente) sob regime especial,
que tem como área de atuação não um setor específico da economia, mas todos os
setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população
brasileira.
A Agência tem como campo de atuação não um setor específico da economia,
mas todos os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da
população brasileira. Sua competência abrange tanto a regulação sanitária quanto a
regulação econômica do mercado.
Além da atribuição regulatória, também é responsável pela coordenação do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de forma integrada com outros
órgãos públicos relacionados direta ou indiretamente ao setor saúde. Na estrutura da
administração pública federal, a Anvisa encontra-se vinculada ao Ministério da Saúde e
integra o Sistema Único de Saúde (SUS), absorvendo seus princípios e diretrizes.

- Conselho de Saúde e Vigilância Sanitária


Esta tem como missão a proteção e promoção à saúde da população e defesa da
vida. Para cumpri-la, deve ter uma interação muito grande na sociedade. Por este
motivo, a Vigilância Sanitária deve procurar uma participação efetiva na rede de
Controle Social do SUS, contando com a elaboração dos Conselhos de Saúde para as
suas ações.
O Conselho de Saúde, além de contribuir no acompanhamento das políticas
direcionadas às ações de Vigilância Sanitária, pode ser um importante parceiro nos
objetivos desse serviço.

- Instituição da União responsável pela Vigilância Sanitária


A ANVISA é a responsável. Ela faz a gestão de todo serviço de Vigilância
Sanitária que compre ao nível federal. O gestor formula, executa, supervisiona, controla
e pode rever as políticas de saúde.

Riscos que devem ser controlados pela Vigilância Sanitária

Riscos ambientais: água, esgoto, lixo, vetores e transmissores de doenças,


poluição do ar, do solo e de recursos hídricos, transporte de produtos perigosos, entre
outros;
Riscos ocupacionais: processo de produção, substâncias, intensidades, carga
horária, ritmo e ambiente de trabalho;
Riscos sociais: transporte, alimentos, substâncias psicoativas, violências, grupos
vulneráveis, necessidades básicas insatisfeitas;
Riscos iatrogênicos (decorrentes de tratamento médico e uso de serviços de
saúde): medicamentos, infecção hospitalar, sangue ou hemoderivado, radiações
ionizantes, tecnologias médico-sanitárias, procedimentos e serviços de saúde;
Riscos institucionais: creches, escolas, hotéis, motéis, portos, aeroportos,
fronteiras, estações ferroviárias, salões de beleza, sauna, entre outros.

Vigilância ambiental: É um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a


detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio
ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas
de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou
outros agravos à saúde.

A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), com base no Decreto nº 3450, de 9 de maio


de 2000, estabeleceu como sua competência institucional a “gestão do sistema nacional
de vigilância ambiental”.

Objetivos:

g- Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar


aos SUS instrumento para o planejamento e execução de ações relativas às
atividades de promoção de saúde, e de prevenção e controle de doenças
relacionadas ao meio ambiente;
h- Estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações
relacionadas à Vigilância Ambiental em saúde nas diversas instâncias de
competência;
i- Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
j- Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para
outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de risco à
saúde humana;
k- Promover, junto aos órgãos e afins, ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente;
l- Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento,
visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e
qualidade de vida.

Indicadores de saúde ambiental:

Uso de diferentes ferramentas tais como a estatística, a epidemiologia e a utilização


destes nos sistemas de informação geográfica.

A Vigilância Ambiental em saúde deverá dispor de informações específicas dos


seguintes sistemas:

- Sistema de Informação de Vigilância em Saúde

 de fatores biológicos
 de contaminantes ambientais
 relacionado à qualidade da água de consumo humano
 relacionado à qualidade do ar
 relacionado à qualidade do solo
 relacionado a desastres naturais
 relacionado a acidentes com produtos perigosos, entre outros.

A Vigilância Ambiental em Saúde utilizará como ferramenta fundamental o


georeferenciamento de dados, que é o processo usado para referenciar registros
tabulares a um lugar da superfície da terra ou unidade territorial (bairro, município,
localidades), possibilitando assim, a elaboração de mapas de risco capazes de auxiliar a
tomada de decisão nas diversas instâncias do SUS.

Controla a qualidade da água, ar, solo, saneamento básico, calamidades publicas,


transporte de produtos perigosos, monitora os ambientes que causam danos à saúde,
entre outros. A Vigilância em Saúde Ambiental consiste em um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de
identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. É também atribuição da VSA os
procedimentos de vigilância epidemiológica das doenças e agravos à saúde humana,
associados a contaminantes ambientais, especialmente os relacionados com a exposição
a agrotóxicos, amianto, mercúrio, benzeno e chumbo.

Vigilância epidemiológica: é definida como um conjunto de ações que proporcionam o


conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. Assim, para atender à
sua finalidade, tem que ser alimentada com informações sobre as doenças e agravos que
estão sob vigilância ou que possam ocorrer de modo inusitado.

O objetivo principal é fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de


saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de
doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a
ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa
área geográfica ou população definida. E ainda, constitui-se importante instrumento
para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como
também para a normatização de atividades técnicas afins.

São funções da vigilância epidemiológica:

 coleta de dados;
 processamento de dados coletados;
 análise e interpretação dos dados processados;
 recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
 promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
 avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
 divulgação de informações pertinentes.
Tipos de dados: os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância
Epidemiológica são os seguintes: dados demográficos, ambientais e socioeconômicos;
dados de morbidade; dados de mortalidade, outros dados importantes: laboratoriais,
investigação epidemiológica, imprensa e população.
4) COMO OCORRE A INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA QUANDO
OCORRE UM SURTO OU EPIDEMIA?

As três primeiras etapas são fundamentais. Em geral, no início da investigação,


emprega-se uma definição de caso mais sensível, que envolve casos confirmados e
casos prováveis. A intenção é facilitar a identificação, a extensão do problema e os
grupos populacionais mais atingidos. Esse processo é fundamental, pois pode levar a
elaboração de hipóteses importantes. O processo de confirmação de uma epidemia ou
surto envolve o estabelecimento do diagnóstico da doença e do estado epidêmico.
Torna-se imprescindível conhecer a frequência habitual de casos no lugar e período. A
confirmação decorre da comparação dos coeficientes de incidências (antes e depois). As
hipóteses são formuladas com vistas a identificar: fonte de infecção, transmissibilidade,
agente etiológico, população em maior risco e período de exposição. O relatório final
deverá ser enviado aos profissionais que prestaram assistência médica aos casos e aos
participantes da investigação clínica e epidemiológica, representantes da comunidade,
autoridades locais, administração central dos órgãos responsáveis pela investigação e
controle do evento (BRASIL, 2009).

Vale ressaltar que as epidemias podem ser classificadas didaticamente quanto à origem
e quanto à duração. Quanto à origem, elas podem ser de fonte comum pontual ou fonte
comum persistente (ou propagada). Quanto à duração, as epidemias podem ser
classificadas como explosivas ou lentas.

5)DEFINIR NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E CARACTERIZAR SEUS


CRITÉRIOS.

Doença de notificação compulsória: A notificação compulsória consiste na


comunicação da ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos,
suspeitos ou confirmados, da lista de agravos relacionados na Portaria nº 104, de 25 de
janeiro de 2011, do Ministério da Saúde, que deve ser feita às autoridades sanitárias por
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle
pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doenças ou morte de determinados
animais também se tornaram de notificação obrigatória.

As notificações podem ser feitas a Vigilância Epidemiológica dos Distritos Sanitários


em horário comercial durante a semana e nos finais de semana e feriados e a partir de 18
horas ao Plantão da Epidemiologia. A seleção de outras doenças e agravos tem
obedecido a uma série de critérios e os mais utilizados têm sido os seguintes:

Magnitude – doenças com elevada frequência que afetam grandes contingentes


populacionais, que se traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos
potenciais de vida perdidos.
Potencial de disseminação – se expressa pela transmissibilidade da doença,
possibilidade da sua disseminação através de vetores e demais fontes de
infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou coletividades.

Transcendência – que se tem definido como um conjunto de características


apresentadas por doenças e agravos, de acordo com sua apresentação clínica e
epidemiológica, das quais as mais importantes são: a severidade medida pelas
taxas de letalidade, hospitalizações e sequelas; a relevância social que
subjetivamente significa o valor que a sociedade imputa à ocorrência do evento;
e as que podem afetar o desenvolvimento o que as caracteriza como de
relevância econômica.

Vulnerabilidade – doenças para as quais existem instrumentos específicos de


prevenção e controle permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de
saúde sob indivíduos ou coletividades.

Compromissos internacionais – o governo brasileiro vem firmando acordos


juntamente com os países membros da Organização Pan-americana de Saúde
/Organização Mundial de Saúde (OPS/OMS), que visam empreender esforços
conjuntos para o alcance de metas continentais ou até mesmo mundiais de
controle, eliminação ou erradicação de algumas doenças.

Estes critérios devem ser observados e analisados em conjunto e, obviamente, não é


necessário para a inclusão de uma doença o atendimento de todos eles. Por outro lado,
deve-se ter clareza do motivo e objetivo da notificação, os seus instrumentos e fluxos e
as ações que serão colocadas em vigor de acordo com as análises epidemiológicas
realizadas. As informações coletadas devem ter utilização prática, para não
sobrecarregar os serviços com formulários que não geram informações capazes de
aperfeiçoar as atividades do sistema de saúde.
Lista de notificação compulsória

1. Acidentes por animais peçonhentos;

2. Atendimento antirrábico;

3. Botulismo;

4. Carbúnculo ou Antraz;

5. Cólera;

6. Coqueluche;

7. Dengue;

8. Difteria;

9. Doença de Creutzfeldt-Jakob;

10. Doença meningocócica e outras meningites;

11. Doenças de Chagas aguda;

12. Esquistossomose;

13. Eventos adversos pós-vacinação;

14. Febre amarela;

15. Febre do Nilo Ocidental;

16. Febre maculosa;

17. Febre tifóide;

18. Hanseníase;

19. Hantavirose;

20. Hepatites virais;

21. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV – em gestantes e crianças


expostas ao risco de transmissão vertical;
22. Influenza humana por novo subtipo;

23. Intoxicações exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases


tóxicos e metais pesados);

24. Leishmaniose tegumentar americana;

25. Leishmaniose visceral;

26. Leptospirose;

27. Malária;

28. Paralisia flácida aguda;

29. Peste;

30. Poliomielite;

31. Raiva humana;

32. Rubéola;

33. Sarampo;

34. Sífilis adquirida;

35. Sífilis congênita;

36. Sífilis em gestante;

37. Síndrome da imunodeficiência adquirida – Sida;

38. Síndrome da rubéola congênita;

39. Síndrome do corrimento uretral masculino;

40. Síndrome respiratória aguda grave associada ao Coronavírus (Sars-CoV);

41. Tétano;

42. Tuberculose;

43. Tularemia;

44. Varíola;

45. Violência doméstica, sexual e/ou outras violências.


Eventos sentinelas: É qualquer evento imprevisto que pode resultar em dano para os
clientes externos e internos da organização. É algo que não deveria ocorrer se os
serviços de saúde funcionassem adequadamente.

 Criança retirada do hospital sem autorização dos pais (por exemplo roubo de
criança em maternidade ou na pediatria).
 Queda de leito ou de mesa cirúrgica com comprometimento grave para o
paciente.

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