Anais do IV CoBICET – Resumo expandido

Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologiaa

27 de agosto a 01 de setembro de 2023

DESENVOLVIMENTO FARMACOTÉCNICO DE SABONETE

LÍQUIDO CONTENDO EXTRATO DE CASCA DE ROMÃ PARA USO
ANTISSÉPTICO

Vitória Ribeiro Mantovanelli1, Matheus Anastácio de Souza1, Cleveland Soriano Neto2,

Fernanda Machado Pirovani3, Juliana Alves Resende2, Janaína Cecília Oliveira
Villanova1

1
Laboratório de Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos, Universidade Federal do
Espírito Santo - UFES, Alegre, Brasil (vitoriarmantovanelli@hotmail.com)
2
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Alegre,
Brasil
3
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Pedro Simão -EEEFMPPS,
Alegre, Brasil

Resumo: O uso de sabonete antisséptico para lavagem das mãos é uma ação recomendada
para evitar a transmissão de doenças infecciosas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver
um sabonete líquido contendo extrato de casca de romã e pesquisar atributos preliminares
de qualidade. As formulações propostas apresentaram parâmetros de qualidade em
conformidade com recomendações. Amostras das formulações serão armazenadas em
diferentes condições de temperatura para pesquisa da qualidade e da ação antimicrobiana.

Palavras-chave: Sabonete líquido; antisséptico; Punica granatum L.

e barata de prevenir a disseminação de

INTRODUÇÃO
As mãos se constituem como vias de importância para
a transmissão de doenças uma vez que podem tocar
em superfícies e pessoas infectadas, promovendo a
disseminação de microrganismos (Pereira et al.,
2005). No ano de 2005, dada a importância do tema, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um
desafio global visando desenvolver ações em todos os
países, relacionadas à melhoria da higienização das
mãos em serviços de saúde, a fim de reduzir o número
de casos de infecções hospitalares (OMS, 2005). Neste
cenário, a recomendação do uso de preparações
antissépticas para higienização das mãos é
especialmente relevante e indicado, tanto para
profissionais quanto para usuários de serviços de
saúde, público e privado, bem como pela população
em geral (Kownatzki, 2003).
A higienização das mãos tem a finalidade de remover
a microbiota transitória da pele e de reduzir parte da
microbiota residente, sendo uma forma simples, eficaz
microrganismos (Somera et al., 2015). Os sabonetes
convencionais têm a função de remover, física e
quimicamente, sujidades e microrganismos da pele. Já
os sabonetes antissépticos apresentam, além da
funcionalidade de lavar, a capacidade de impedir que
microrganismos remanescentes na pele proliferem e
sejam disseminados (Coissi et al., 2020). Para isto, em
sabonetes antissépticos são incorporados agentes de
limpeza - tensoativos, que atuam como detergentes e,
ingredientes ativos com propriedades antimicrobianas
(Rangel, 2017).
Atualmente, há uma tendência por parte de empresas
e consumidores, pelo uso de produtos baseados em
insumos vegetais, tanto em função da sustentabilidade
sócio-ambiental quanto pela baixa toxicidade
associada a estes, quando utilizados em condições
corretas (Domingues et al., 2021). As plantas
medicinais são fonte de uma grande variedade de
compostos bioativos, inclusive com atividade
antimicrobiana (Trindade et al., 2009). Uma outra

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vantagem do uso de derivados vegetais e seus
compostos bioativos isolados em substituição aos
antimicrobianos sintéticos é a possibilidade de
ocorrência de resistência bacteriana (Somera et al.,
2015).
Uma das plantas medicinais de interesse, inclusive
para estudos no Sistema único de Saúde (SUS), é a
Punica granatum (romã). Extratos e óleos essenciais
obtidos a partir das cascas e frutos da romã são ricos
em compostos fenólicos, sendo fonte importante de
taninos hidrolisáveis, elagitaninos e ácido elágico,
além de antocianinas e flavonoides, metabólitos
relacionados à atividade antimicrobiana (Trindade et
al., 2009; Paula et al., 2022).
Nos últimos 3 anos, dada a pandemia de Covid-19, há
um uso excessivo de produtos antissépticos para as
mãos baseados no álcool etílico, o que pode causar
danos à barreira epidérmica, em função da
desestruturação dos queratinócitos, formados por
material fosfolipídico, provocando ressecamento,
desidratação e, em casos mais severos, dermatite
(Visscher e Wicket, 2012). Neste contexto, a busca por
produtos alternativos àqueles que contém álcool
etílico como ingrediente antisséptico se justifica.
Assim, o objetivo do presente trabalho foi preparar e
avaliar, preliminarmente, a qualidade físico-química
de duas formulações de sabonete líquido contendo
extrato seco total das cascas de romã, destinados ao
uso como antisséptico. Ao final do trabalho, ao menos
uma formulação deverá ser eleita como adequada.
MATERIAL E MÉTODOS
Preparo das formulações
O trabalho foi realizado no Laboratório de
Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos (LDPF)
da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Foram propostas duas formulações de bases para
sabonete líquido, com e sem lanolina etoxilada. A
descrição qualitativa e quantitativa das formulações é
dada na Tabela 1. As formulações foram preparadas
segundo a arte da manipulação, de acordo com as
normas de boas práticas de manipulação previstas na
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da
ANVISA, no 67 de 2007 (Brasil, 2007a). Incialmente,
todos os componentes foram pesados individualmente
(balança MARTE, AD200). Em seguida, o EDTA foi
solubilizado em água e, os parabenos no
propilenoglicol, sob ligeiro aquecimento. À mistura
destas soluções, foram adicionados o lauril éter sulfato
de sódio (27%), o lauril éter sulfosuccinato de sódio,
a cocoamidopropilbetaína e a dietanolamina de ácidos
graxos, uma a um, sob agitação lenta para evitar a
formação de bolhas. A lanolina etoxilada foi
adicionada na formulação A. Ao final, o volume da
formulação foi completado com água purificada e
utilizou-se solução de cloreto de sódio para ajuste da
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viscosidade. O ESTCR foi incorporado nas bases
prontas.
Tabela 1. Composição das formulações base A e B
Composição
Componente
(% p/p)
A B
Lauril éter sulfato de sódio (27%) 24,00 24,00
Lauril éter sulfosuccinato de sódio 6,00 6,00
Cocoamidopropilbetaína 4,00 4,00
Dietanolamina de ácidos graxos 4,00 4,00
Lanolina etoxilada 5,0 -
Propilenoglicol 3,00 3,00
EDTA 0,10 0,10
Metilparabeno 0,15 0,15
Propilparabeno 0,05 0,05
Essência 0,60 0,60
Água purificada QSP 100,0 100,0
Solução de cloreto de sódio (25%) 0,75 0,75
ESTCR 1,25 1,25
Os parâmetros de qualidade das formulações foram
analisados conformes metodologias descritas no Guia
de estabilidade de produtos cosméticos, no Guia de
controle de qualidade de produtos cosméticos e na
Farmacopeia Brasileira (Brasil, 2004, Brasil, 2007b,
Brasil 2019). Quando necessário, os testes foram
realizados em triplicata e foram calculadas a média e
o desvio padrão.
Análises organolépticas
Foram realizados ensaios organolépticos para
descrição do aspecto das formulações, sendo
analisados parâmetros macroscópicos, como cor,
presença de material insolúvel e separação de fases.
Outros aspectos relacionados ao sensorial do produto,
incluindo a facilidade da remoção com água,
pegajosidade, espalhabilidade e a manutenção de
resíduos pós lavagem foram avaliadas. A capacidade
espúmogena das formulações foi testada pelo
formulador, colocando-se 3 mL de cada formulação
nas mãos, que foram lavadas e enxaguadas em água
corrente.
Formação e persistência de espuma no sabonete
A formação de espuma e a persistência desta foram
determinadas em soluções das amostras diluídas a 1%
v/v em água, transferidas paras provetas de vidro, que
foram giradas a 180º por 5 vezes, em velocidade
constante. Ao final dos giros, a presença de espuma foi
observada e o volume da espuma foi anotado logo
após o teste e depois que as amostras permaneceram 5
min em repouso.
Determinação do pH
O pH das formulações foi analisado utilizando
aparelho de pH digital de bancada (GEHAKA,
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PG2000), mediante inserção do eletrodo diretamente
na amostra.
Estresse mecânico
O teste de estresse mecânico foi realizado por
centrifugação (centrífuga KASVI, K14-0815P): 5 mL
das amostras foram depositadas em tubos Falcon,
submetidos a centrifugação a 3.000 rpm por 30 min.
Ao final, as amostras foram analisadas visualmente
para observação da existência de separação de fases,
presença de resíduos no fundo do tubo ou na superfície
da amostra.
Densidade relativa e viscosidade cinemática
A densidade específica das formulações foi medida
utilizando picnômetro de 25 mL. A densidade foi dada
pela razão entre a massa do picnômetro contendo as
amostras, com água e vazio. O valor foi calculado
segundo a Equação 1, onde ρ = densidade; M0 = massa
do picnômetro vazio, em gramas; M1 = massa do
picnômetro com água, em gramas; M2 = massa do
picnômetro com a amostra, em gramas.
𝑀2−𝑀0
𝜌= 𝑀1−𝑀0
(1)
parte do consumidor, que muitas vezes atribui a
capacidade de limpeza de um produto e sua qualidade
à quantidade e persistência da espuma formada
durante o uso, embora vários estudos tenham refutado
tal relação (Souza et al., 2016). A capacidade
espumógena das formulações foi testada pelo
formulador. Na lavagem das mãos, observou-se que a
formulação A, com lanolina etoxilada, originou
espuma mais densa e com maior resistência à remoção
com água. Ambas as formulações originaram
resultados semelhantes quanto a espalhabilidade,
apresentando sensorial agradável nas mãos e com
ausência de resíduos durante e após o processo de
lavagem das mãos. A adição do extrato não alterou tais
parâmetros. No teste de formação e persistência de
espuma, verificou-se formação de espuma estável e
com pouca variação após o decorrer dos 5 min para
todas as amostras.

A viscosidade foi pesquisada por viscosimetria, em

viscosímetro de orifício denominado copo Ford, no
qual a viscosidade é determinada através do tempo de
escoamento da amostra através do gligê, localizado na Figura 1. Imagem representativa do sabonete líquido
parte inferior do copo. O tempo (T) foi cronometrado sem e com extrato.
e utilizando-se o gligê nº 08, definido
O teste de estresse mecânico por centrifugação fornece
experimentalmente e, a viscosidade foi calculada
condições extremas para avaliar o surgimento de
segundo a Equação 2, onde: T é expresso em s e, A e
instabilidades nos produtos, sendo possível notar, por
B, são constantes definidas experimentalmente pelo
exemplo, a existência de separação de fases (Brasil,
fabricante, conforme o gligê utilizado. A primeira
2004). Durante o teste de estresse mecânico, notou-se
equação fornece a viscosidade em cSt, enquanto a
a formação de precipitado nas duas formulações
Equação 3 faz a conversão para cPs. Nesta, V1=
contendo o extrato, possivelmente, devido à presença
viscosidade em cSt e 𝜌 = densidade, em g/mL.
de constituintes do extrato, uma vez que foi
𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑐𝑆𝑡) = 𝐴𝑡 − 𝐵 (2) empregado o extrato total das cascas, sem purificação
prévia (Figura 2). Outras alterações não foram
𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑐𝑃𝑠) = 𝑉1 𝑥 𝜌 (3) observadas. Em estudo realizado por Silva e
RESULTADOS E DISCUSSÃO Cavalcante (2022), as amostras de sabonete líquido
contendo extrato de andiroba e mulateira também
A avaliação dos parâmetros organolépticos de um apresentaram sedimentação de material insolúvel, o
produto é um meio simples para avaliar a integridade qual, possivelmente, era proveniente de material
e a estabilidade de amostras, sendo indispensável em fibroso e/ou insolúvel dos extratos vegetais.
análises físico-químicas preliminares (Rebello, 2019).
As formulações base com e sem lanolina se mostraram
incolores, transparentes e isentas de partículas em
suspensão ou precipitadas. A adição do extrato nas
bases originou produtos de coloração amarelo-âmbar,
característica de extrato de romã, porém, sem
separação de fases ou material precipitado (Figura 1).
Todas as formulações apresentaram odor
característico das bases. O aspecto e o odor das
formulações foram mantidos por um período de 7 dias.
Figura 2. Amostras das formulações base com e sem
A formação de espuma em quantidade satisfatória é
lanolina e com extrato antes (A) e após a
um parâmetro relacionado com a aceitabilidade por
centrifugação (B).
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O pH de produtos de higiene e beleza varia de acordo
com sua composição e com o local de aplicação,
devendo ser o mais próximo possível deste. Ao
contrário dos sabonetes em barra, que têm pH alcalino,
sabonetes líquidos podem apresentar pH próximo da
neutralidade (Volochtchuk et al., 2000). O uso de
sabões levemente ácidos favorece a manutenção da
saúde da pele, já que a epiderme possui pH entre 4,5 e
6 (Lopes et al., 2018). Os resultados obtidos no teste
de determinação do pH são dados na Tabela 2.
Tabela 2. Resultados da determinação do pH
pH
Base A sem extrato 6,12 (±0,026)
Base A com extrato 5,16 (±0,066)
Base B sem extrato 6,16 (±0,017)
Base B com extrato 5,06 (±0,055)
A adição do extrato promoveu redução no pH das
bases, o que é característico do extrato de romã, que
possui natureza ácida por ser rico em ácidos gálico e
elágico, principalmente (Silva et al., 2020). No
entanto, o pH das 2 formulações permaneceu na faixa
adequada para uso tópico.
A determinação da densidade em sabonetes líquidos é
importante, pois, é um parâmetro que permite
monitorar características tais como a incorporação de
bolhas de ar e/ou perda de compostos voláteis, no caso
da adição destes (Brasil, 2004). No que diz respeito à
densidade, segundo Ferreira (2010), xampus e
sabonetes líquidos devem apresentar valores de
densidade entre 1,01 e 1,02 g.mL-1. No presente
trabalho, a densidade relativa das formulações variou
de 1,018 a 1,037 g.mL-1, sem grandes variações
(Tabela 3). Resultado semelhante foi observado por
Pires et al. (2021), que preparou um sabonete líquido
contendo extrato da casca do fruto da pitomba cuja
densidade foi de 1,031 (± 0,002) g.mL-1.
Finalmente, a viscosidade é um fator significativo do
ponto de vista sensorial, uma vez que formulações
mais viscosas são consideradas mais elegantes pelos
consumidores. Ainda, possuem melhor manuseio
durante o processo de lavagem das mãos por não
escorrerem e a espuma é mais firme e persistente. Para
o processo produtivo, a viscosidade influencia
também nas etapas de mistura e envase, interferindo
na escolha dos equipamentos e embalagens (Aulton;
Taylor, 2016).
A base contendo lanolina etoxilada apresentou
viscosidade aumentada, o que é característico em
formulações contendo este ingrediente. A lanolina
etoxilada tem maior afinidade com a água e possui
ação tensoativa suave, atuando também como
estabilizante de espuma. Possui ação sobre-
engordurante e emoliente, combatendo efeitos dos
detergentes usuais (Batistuzzo, Itaya, Eto, 2002).
Segundo a literatura, é compatível com ingredientes
de natureza catiônica, aniônica e não-iônica. Contudo,
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a adição do extrato promoveu redução da viscosidade
desta formulação, o que pode sugerir a existência de
interação entre componentes destes e a lanolina
etoxilada. A formulação B apresentou viscosidade
menor, e houve aumento com a adição do extrato, o
que pode ser devido também à interações entre os
componentes da formulação. Em ambos os casos não
houve fluidificação ou quebra das formulações, como
observado no ensaio de estresse mecânico. Ademais,
a viscosidade não interferiu na formação e na
persistência de espuma durante o teste, bem como na
lavagem das mãos em água corrente.
Tabela 3. Resultados da densidade e viscosidade
Densidade Viscosidade
(g/mL) (cPS)
Base A sem extrato 1,033 7.007,9
(±0,0007)
Base A com extrato 1,028 1.379,3
(±0,0016)
Base B sem extrato 1,018 2.537,6
(±0,0012)
Base B com extrato 1,037 3.297,6
(±0,0023)
Oliveira e colaboradores (2013) pesquisaram a
viscosidade de diferentes xampus disponíveis no
mercado e observaram que a maioria das amostras por
eles avaliadas apresentou viscosidade entre 2000 e
5000 cP, quando mensurada em Copo Ford. Cabe
destacar que não existe especificação a ser seguida
para a determinação da viscosidade de formas
farmacêuticas, uma vez que inúmeros fatores afetam a
viscosidade do produto final, inclusive, o tipo de
equipamento utilizado, as condições do teste, como
temperatura, sensor e velocidade e, a composição
diversa dos produtos analisados (Bontorin, 2009).
CONCLUSÃO
Os resultados preliminares sugerem que ambas as
formulações apresentaram parâmetros de qualidade
adequados para formulações visando uso como
sabonete, embora tenha sido observada a formação de
precipitado nas formulações submetidas a testes de
estresse. Novas amostras serão preparadas e mantidas
em diferentes condições de armazenagem para
acompanhamento da estabilidade e pesquisa da
atividade antimicrobiana frente a microrganismos de
interesse.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho recebeu apoio financeiro e na forma de
concessão de bolsas de Iniciação Científica Júnior da
FAPES; TO 092/2022 e TO 093/2022.
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