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17/11/2023, 18:02 Cosmetoguia - Cosméticos Fotoprotetores com Extratos de Algas Marinhas

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Cosméticos Fotoprotetores com Extratos de Algas


Marinhas
publicado em 20/04/2023

J Moreira de Abreu Xavier, E Pereira dos Santos, M Sato de S B Monteiro


Laboratório de Desenvolvimento Galênico, Departamento de Fármacos e Medicamentos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro RJ, Brasil

Abstract

A biodiversidade marinha tem ampla gama de compostos com ação fotoprotetora. O objetivo deste trabalho foi
realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o uso de extratos de algas marinhas em cosméticos fotoprotetores. Foram
encontrados, no mercado brasileiro, 12 produtos que contêm extrato de algas marinhas, destacando-se como
benefícios adicionais sua ação antienvelhecimento e sua ação hidratante.

The marine biodiversity has a wide range of compounds with photoprotective action. The objective of this work was to
carry out bibliographical research on the use of seaweed extracts in cosmetics products for photoprotection. In the
Brazilian market, 12 sunscreens formulations were found that contains seaweed extract, highlighting the additional
benefits of anti-aging and moisturizing action.

La biodiversidade marina cuenta con una amplia gama de compuestos con acción fotoprotetora. El objetivo de este
trabajo fue realizar una investigación bibliográfica sobre el uso extractos de algas marinas en cosméticos
fotoprotectores. Se encontraron, en lo mercado brasileño, 12 productos que contienen extrato de algas marinas,
destactando como benefícios adicionales la acción antiedad e hidratante.

Metodologia

Resultados e Discussão

Cosméticos Fotoprotetores contendo Extrato de Algas

Conclusão

A exposição à radiação solar pode causar efeitos agudos ou crônicos no organismo humano, como eritema, aumento da temperatura
da pele, espessamento da pele, pigmentação imediata, pigmentação persistente, fotoenvelhecimento e câncer.1,2 Para evitar ou reduzir
esses efeitos na pele, recomenda-se adotar um conjunto de medidas, como as fotoproteções oral, mecânica e tópica.3 A fotoproteção
tópica é realizada com o uso de formulações fotoprotetoras cosméticas destinadas a entrar em contato com a pele e com os lábios, com
a finalidade de protegê-los contra a radiação ultravioleta B (UVB) e a radiação ultravioleta A (UVA), absorvendo, dispersando ou
refletindo a radiação.4 Geralmente, essas formulações contêm filtros orgânicos (filtros químicos) ou filtros inorgânicos (filtros físicos).3,4

Há décadas vem aumentando o uso de produtos fotoprotetores, de forma regular, pela população. Esse comportamento tem sido
motivado pelas mudanças climáticas, principalmente pela destruição da camada de ozônio, o que preocupa as autoridades sanitárias
quanto a doenças de pele desencadeadas pela exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta (UV). Essas autoridades,
então, passaram a realizar campanhas, para divulgar a importância do uso regular de fotoprotetores e recomendando o seu uso como
prevenção.5,6

Isso motivou crescente preocupação com a poluição ambiental causada pelo despejo e pelo acúmulo dos fotoprotetores solares nos
oceanos e com os riscos que esses produtos trazem para o meio ambiente,7 incentivando a realização de estudos de ecotoxicidade dos
protetores solares.
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Os componentes dos protetores solares, como o próprio filtro solar, a fragrância e o conservante, podem ser detectados nos ambientes
marinhos, chegando a concentrações que variam de partes por trilhão a partes por milhão em uma escala local, e sua presença se
estende desde regiões polares até os recifes de corais tropicais.8

Por exemplo, a oxibenzona é um filtro solar orgânico que pode interagir sinergicamente com outros agentes estressantes, como o
aquecimento dos oceanos, e reduzir a resiliência dos ecossistemas marinhos aos impactos das mudanças climáticas.8 Em peixes, a
oxibenzona, o 4-aminobenzoato (PABA), o octocrileno e o octinoxato atuam como desreguladores endócrinos, podendo causar
patologias como feminização aguda em indivíduos juvenis machos e ter impacto na sua reprodução.8 Em algas e plantas marinhas, a
oxibenzona, a avobenzona, o octocrileno e o octinoxato mostraram afetar negativamente o transporte de elétrons fotossintéticos e
mitocondriais, e inibir o crescimento das algas. Além disso, a oxibenzona, o octocrileno e o octinoxato mostraram induzir, em corais,
necrose tecidual, branqueamento, genotoxicidade, deformidades em sua plânula e alterações significativas em sua homeostase
metabólica.

Em mariscos, a exposição à oxibenzona pode intensificar as manifestações de acidificação dos oceanos, potencialmente alterando a
formação de conchas.8

As pesquisas também evidenciaram que compostos químicos usados em protetores solares e em outros produtos cosméticos têm
alcançado níveis detectáveis em ecossistemas e que são um dos fatores envolvidos no branqueamento de corais.9 O branqueamento de
corais consiste no processo de perda da relação simbiótica entre algas zooxantelas e corais do filo Cnidaria, devido à expulsão das
zooxantelas ou à destruição de seus pigmentos fotossintetizantes, o que leva a perda da pigmentação dos corais.9 Danovaro e
colaboradores (2008)10 mostraram que a adição do protetor solar comercial ao ambiente dos corais resultou na liberação abundante da
mucosa de corais, dentro de 18 a 48 horas, e no branqueamento completo dos corais em 96 horas. Eles também reportaram que o
branqueamento foi mais rápido nos corais submetidos a temperaturas mais elevadas, sugerindo a ocorrência de efeitos sinérgicos com
o calor, e que as zooxantelas liberadas perderam pigmentos fotossintéticos e a integridade de sua membrana.10 Downs e colaboradores
(2014; 2016)11,12 examinaram os efeitos da benzofenona-2 (BP-2) e da oxibenzona em larvas de plânula de Stylophora pistillata, e os
resultados mostraram que esses dois filtros solares são fototóxicos. Além disso, as plânulas exibiram taxa crescente de branqueamento
dos corais em resposta às concentrações crescentes de BP-2 e de oxibenzona.11,12

Apesar de não restarem dúvidas de que os protetores solares são uma ferramenta importante no combate ao câncer de pele, as
formulações desses produtos precisam ser aprimoradas para conterem componentes de origem natural e que sejam seguros, eficazes e
resistentes à água. Assim se poderá evitar que os protetores solares contaminem os oceanos, devido à ecotoxicidade de alguns filtros
solares para o ambiente marinho. Por isso, há uma demanda crescente, no setor farmacêutico/cosmecêutico, por alternativas de origem
natural para substituir compostos químicos sintéticos. Nesse contexto, a biodiversidade marinha representa uma fonte, ainda pouco
explorada, de ampla gama de compostos fotoprotetores naturais que podem ser usados em aplicações cosmecêuticas como
alternativas ecológicas e seguras aos filtros UV sintéticos.13

Considerando todos esses fatores, um dos objetivos deste trabalho foi realizar uma revisão narrativa da literatura sobre novos
compostos provenientes de algas marinhas que possam ser utilizados como ativos fotoprotetores e que não agridam o meio ambiente.
Outro objetivo foi avaliar os produtos fotoprotetores que contêm extratos de algas marinhas e que estão disponíveis no Brasil.

Metodologia
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva, de aspecto qualitativo, realizada por meio de busca ativa nas seguintes
bases de dados: PubMed, Google Scholar e Science Direct. Os termos da pesquisa feita em língua portuguesa foram: filtro solar
ecológico, fotoprotetor ecológico, filtro solar biodegradável, fotoprotetor biodegradável, filtro solar com alga marinha e fotoprotetor
com alga marinha. Na pesquisa em língua inglesa, foram utilizados os seguintes termos: eco-friendly sunscreen, biodegradable
sunscreen, ocean friendly sunscreen, ocean safe sunscreen, coral safe sunscreen e sunscreen and algae. Os artigos foram selecionados
com base nos seguintes critérios de inclusão: 1) publicações entre 2012 e 2022; 2) redigidos na língua inglesa ou portuguesa; e 3)
relacionados com o tema da pesquisa. Os critérios de exclusão foram artigos publicados fora do intervalo de tempo determinado,
artigos que não estavam em inglês ou português, duplicatas de artigos e artigos não relacionados ao tema.

Também foi realizada uma pesquisa sobre formulações cosméticas fotoprotetoras que contêm extratos de algas marinhas em sua
composição. Na etapa de levantamento das informações sobre fotoprotetores contendo algas marinhas foi realizada, na plataforma
Google, uma busca dos termos filtro solar com alga marinha e foto[1]protetor com alga marinha. Os conteúdos utilizados foram obtidos
em sites de fornecedores ou fabricantes. Com base nessa seleção foi elaborada a Tabela 1, que tem informações sobre cada
fotoprotetor contendo algas marinhas: o nome do produto, sua marca, seu fator de proteção solar, sua forma de apresentação e o
extrato de alga utilizado em sua formulação.

Tabela 1. Principais cosméticos fotoprotetores contendo extratos de algas marinhas, encontrados no mercado nacional e sua
funcionalidade

Marca Fator de proteção Forma de


Produto Composto derivado da alga
comercial solar (FPS) apresentação

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Isdin Fotoprotetor Hydrolotion Isdin 50 Loção bifásica Extrato de Chlorella vulgaris

Photoplus Color Dermatus 30 Creme Extrato de Corallina officinalis

Protetor Solar Extrato de Alga Natural Khor 15 Creme Extrato de Porphyra umbilicalis

Protetor Solar Extrato de Alga Natural Khor 30 Creme Extrato de Porphyra umbilicalis

Protetor Solar Sallve Sallve 60 Loção Extrato de Tetraselmis suecica

Extrato de Fucus veciculosus


Sunnature Protetor Solar Nesh 30 Creme
Extrato de Porphyra umbilicalis

Nivea Hidratante Protetor Controle do Extrato de Fucus vesiculosus


Nivea 30 Loção
Brilho & Oleosidade Extrato de Chondrus crispus

Sport Stick Solaire Alga Maris Biarritz 50 Bastão Extrato de Gelidium sesquipedal

Biomarine Protetor Solar e Estimulador Extrato de Hypnea mucisformis Extrato de


Biomarine 8 Spray
de Bronzeado Sun Marine Laminaria ochroleuca

Protetor Solar E Protetor Contra Água-


Safe Sea 50 Creme Extrato de Plankton
viva

Extrato de Sargassum filipendula


Solectiv color Bel Col 30 Creme Extrato de Hypnea musciformis
Extrato de Gelidiella acerosa

Algowhite: extrato concentrado da alga


Dermo Melan Force Samana 70 Creme
marrom Ascophyllum nodosum

Resultados e Discussão
As algas marinhas são organismos autotróficos e consistem em uma grande variedade de espécies. Com base no conteúdo de seus
pigmentos, elas podem ser classificadas em algas vermelhas, verdes ou marrons. As algas marinhas são encontradas nas costas
marítimas a uma profundidade de 150 metros, portanto, são altamente expostas e suscetíveis à radiação UV. Sendo assim, para
neutralizar e minimizar os fotodanos induzidos pela radiação UV, as algas marinhas sintetizam substâncias com atividades
fotoprotetoras,13 como polissacarídeos sulfatados, aminoácidos tipo micosporina (MAAs), carotenoides e polifenóis (Figura 1).14

Polissacarídeos sulfatados
- Fucanas: representam um grupo de polissacarídeos sulfatados ricos em fucose, geralmente formados de resíduos de L-fucose ligados
com várias substituições.15

A atividade fotoprotetora do extrato de algas marrons pertencentes à classe Phaeophyceae (Hizikia fusiforme, Sargassum fusiforme,
Sargassum vachellianum e Ecklonia maxima) foi avaliada e os extratos conseguiram inibir a produção de espécies reativas de oxigênio
(EROs) e regular negativamente a expressão de metaloproteinases (MMPs), especialmente a metaloproteinase-1 (MMP-1). As MMPs são
enzimas secretadas por várias células, como queratinócitos, fibroblastos e células inflamatórias, e digerem macromoléculas da matriz
extracelular, portanto, contribuem para o dano do tecido conjuntivo durante o fotoenvelhecimento.

Os extratos eram ricos em grupos sulfato e fucose, provenientes das fucanas, sugerindo que estes foram os responsáveis pela sua
bioatividade antienvelhecimento.14-16

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A alga marinha marrom, Hizikia fusiforme, mostrou atividade fotoprotetora em células de fibroblastos dérmicos humanos (FDHs), e esse
resultado foi atribuído à fucana presente em sua composição. O tratamento com a alga marinha marrom, rica em fucana, reduziu os
níveis de EROs intracelulares em FDHs irradiados com radiação UVB, de forma dose-dependente. Esses resultados indicaram que a
fucana exerce efeito protetor contra a morte celular induzida pela radiação UVB, via eliminação de EROs.18 Este estudo também mostrou
que as algas ricas em fucanas reduziram a expressão de MMPs nas células FDHs irradiadas com radiação UVB, melhoraram a síntese de
colágeno e inibiram significativamente a colagenase, de forma dose-dependente.18

- Carrageninas: as carrageninas também são polissacarídeos sulfatados naturais extraídos principalmente de algas vermelhas
(Eucheuma spp., Chondrus crispus e Gigartina stellata). Esses polissacarídeos são unidos por ligações glicosídicas α-1,3 e β-1,4, por
unidades alternadas de d-galactose e 3,6-anidrogalactose. As carrageninas têm propriedades espessantes e gelificantes e também
mostraram atividades antioxidantes.14

Thevanayagam e colaboradores (2013)19 mostraram o efeito fotoprotetor de diferentes isômeros de carragenina iota (l) da Eucheuma
denticulatum e de carregenina iota (k) da Eucheuma cottonii em células de queratinócitos humanos irradiadas com radiação UVB. Nas
células pré-tratadas com carragenina e vitamina E observou-se maior viabilidade celular em todas as doses e concentrações de radiação
UVB aplicadas. Todos os isômeros de carragenina e vitamina E mostraram melhor efeito protetor em doses mais baixas de radiação UVB
em comparação com as doses mais altas.19 O efeito fotoprotetor da carragenina em relação à radiação UVB também pode estar
associado ao seu potencial antioxidante, principalmente no que se refere à eliminação de EROs, já que a radiação UVB pode induzir a
produção de EROs nos queratinócitos, causando a fragmentação do ácido desoxirribonucleico (DNA), bem como a apoptose e a morte
celular necrótica da pele.19 Todos os isômeros de carrageninas testados mostraram proteção significativa contra a apoptose induzida
por radiação UVB nas células e poder de eliminação de EROs.19

- Laminarinas: são polissacarídeos extraídos de algas marrons, compostos de 1,3-β-d-glucana com ramificações β-1,6 que apresentam
diferentes terminações redutoras, podendo ser manitol ou resíduos de glicose. A laminarina é extraída de várias espécies de algas
marrons, como Eisenia bicyclis, Saccharina longicruris, Laminaria digitata, Laminaria hyperborea, Laminaria japonica, Sargassum mcclurei,
Cystoseira barbata e Durvillaea batatarum.14

Ahn e colaboradores (2020)20 investigaram os efeitos do pré-tratamento, com laminarina, da pele dorsal de camundongos, sob estresse
oxidativo, e a produção de antioxidantes endógenos por essa pele após exposição repetida à radiação UVB.20

O estresse oxidativo foi avaliado pela produção de EROs induzida pela exposição à radiação UVB por meio da coloração de
histofluorescência com di-hidroetídio (DHE), que é um indicador da geração in situ de ânion superóxido. No estudo, foi mostrado que
houve aumento significativo da produção de ânion superóxido na pele do grupo sem tratamento que foi exposto à radiação UVB. Por
sua vez, no grupo que passou pelo pré-tratamento com laminarina e que foi exposto à radiação UVB, a produção de ânion superóxido
foi diminuída. O grupo sem tratamento com laminarina e exposto à radiação UVB apresentou forte histofluorescência nos
queratinócitos epidérmicos, nos folículos pilosos e nos fibroblastos dérmicos, cinco dias após o início da sua exposição à radiação UVB.
Já no grupo tratado com laminarina e exposto à radiação UVB, a intensidade da histofluorescência foi significativamente diminuída.20

Também foi mostrado que o pré-tratamento com laminarina forneceu fotoproteção ao aumentar as enzimas antioxidantes, incluindo a
superóxido dismutase-1 (SOD-1) e a superóxido dismutase-2 (SOD-2), que catalisam a dismutação do ânion superóxido transformando-
o em peróxido de hidrogênio; a catalase (CAT), que converte o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água; e a glutationa peroxidase
(GPx).20 O nível de proteína SOD-1 na pele dorsal do grupo sem tratamento foi significativamente reduzido cinco dias após a exposição
à radiação UVB, mas o nível de SOD-1 no grupo tratado com laminarina foi significativamente aumentado. O nível de proteína SOD-2 na
pele dorsal do grupo tratado com laminarina foi significativamente elevado.20

Os níveis das proteínas GPx e CAT na pele dorsal do grupo sem tratamento foram significativamente diminuídos cinco dias após a
exposição à radiação UVB, mas os níveis de GPx e de CAT no grupo tratado com laminarina aumentaram. Esses resultados sugerem que
as laminarinas previnem danos na pele induzidos pela radiação UVB por meio da redução da produção de EROs e do aumento dos
níveis de antioxidantes endógenos.20

Aminoácidos tipo micosporina (MAAs)


Os aminoácidos tipo micosporina (MAAs) são um grupo heterogêneo de moléculas hidrofílicas, com peso molecular menor que 400
daltons e com uma estrutura que consiste em um sistema de anel ciclo-hexenona ou ciclo-hexilamina conjugado a um aminoácido, ou
aminoálcool, e seu precursor é o 4-desoxigadusol.21 Esses aminoácidos podem ser encontrados em muitos organismos, como
fitoplâncton, liquens terrestres, cianobactérias, corais, cnidários, esponjas, camarões, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, amêijoas, ascídias
e mais de 500 espécies de algas marinhas, principalmente as vermelhas.7,14

Os MAAs absorvem energia no comprimento de onda entre 268 e 362 nm, que corresponde a uma grande parte do espectro de
radiação UV que atinge a Terra (295-400 nm), e dissipam a energia da radiação absorvida na forma de calor sem gerar reações
fotoquímicas. Porém, a atividade antifotoenvelhecimento dos MAAs não é mediada apenas por meio da absorção da radiação UV, mas
também por apresentar forte atividade antioxidante, de eliminação de EROs, proteção contra danos de macromoléculas, propriedades
anti-inflamatórias e inibição de MMPs. No entanto, os mecanismos que estão por trás da atividade antioxidante dos MAAs ainda são
desconhecidos e mais investigações sobre isso precisam ser realizadas.14,21

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Quatro espécies da classe Rhodophyceae exibiram a maior atividade fotoprotetora: Macrocystis pyrifera, Porphyra columbina, Sarcothalia
radula e Gigartina skottsbergii. Rezende e colabora[1]dores (2022)14 correlacionaram essa atividade fotoprotetora com o conteúdo
fenólico total (TPC), no entanto, também é possível correlacioná-la com os altos teores de aminoácidos tipo micosporina.14

Ryu e colaboradores (2014)17 mostraram o efeito protetor do MAA porphyra-334, extraído da alga Porphyra yezoensis, contra o
fotoenvelhecimento induzido por radiação UVA em fibroblastos de pele humana.

Inicialmente, foi realizado um teste de viabilidade celular para verificar o efeito citotóxico do MMA porphyra-334. Nenhuma toxicidade
significativa foi observada nas células tratadas com MMA porphyra-334, por 24 horas. Também se avaliou o efeito protetor do MMA
porphyra-334 contra danos celulares induzidos pela radiação UVA nos fibroblastos de pele humana. Os fibroblastos previamente
expostos à radiação UVA foram incubados com várias concentrações de MMA porphyra-334 (0 - 40 μM). O tratamento com o MMA
porphyra-334 protegeu os fibroblastos contra danos celulares de maneira dose-dependente.17

Nesse mesmo estudo, verificou-se que o MMA porphyra-334 também inibiu a geração de EROs induzida pela radiação UVA. Os níveis
de EROs intracelulares das células tratadas com MMA porphyra-334 e expostas à radiação UVA mostraram redução significativa em
comparação com as células não tratadas. Isso ocorreu porque MAA porphyra-334 inibiu o acúmulo intracelular de EROs nos
fibroblastos.17

Para determinar se o MMA porphyra-334 inibia a expressão de MMPs induzida pela radiação UVA, os fibroblastos de pele humana
foram expostos à radiação UVA e tratados com porphyra-334 em diferentes concentrações (10, 20 e 40 μM), por 24 horas. Os resultados
de RT-PCR revelaram uma associação entre o MMA porphyra-334 e a expressão de ácido ribonucleico mensageiro (mRNA) das MMPs, e
o MMA porphyra-334 inibiu a expressão de mRNA de MMP-1 e metaloproteinase-8 (MMP-8) nos fibroblastos. A análise de western blot
revelou que o MAA porphyra-334 preveniu a expressão de MMPs induzida por radiação UVA.17

Uma vez que a geração de MMPs é significativamente induzida por EROs, os resultados deste estudo evidenciaram que o MAA
porphyra-334 controla a expressão de MMPs ao eliminar o excesso de EROs intracelular dos fibroblastos da pele danificada. Assim, o
MAA porphyra-334 exerce efeito protetor na degradação do colágeno induzida por radiação UVA por meio da regulação negativa da
expressão de MMP.17

Suh e colaboradores (2017)22 também mostraram que o MAA porphyra-334 exerceu efeito protetor contra a apoptose induzida pela
radiação UV em células de queratinócitos humanos (HaCaT). Para verificar o efeito protetor do MAA porphyra-334 nas células HaCaT, foi
realizada uma análise de citometria de fluxo para ava[1]liar as taxas de células saudáveis, em estágio apoptótico precoce, em estágio
apoptótico tardio ou necrose e em debris celulares, nos grupos de células-controle (sem exposição à radiação UV e sem tratamento), de
células irradiadas com UV sem tratamento com o MAA porphyra-334, e de células irradiadas com UV e tratadas com o MAA porphyra-
334. A população de células apoptóticas foi significativamente aumentada nas células irradiadas com UV sem tratamento em
comparação com o grupo de células-controle não tratado e foi drasticamente reduzida entre as células tratadas com o MAA porphyra-
334.22

De la Coba e colaboradores (2009)23 testaram a atividade foto[1]protetora de uma emulsão de óleo em água contendo a combinação
dos MAAs porphyra-334 e shinorina isolados da alga vermelha Porphyra rosengurttii. A formulação foi aplicada na pele dorsal de
camundongos sem pelos SkhR-1 H, irradiados com uma única dose de radiação UV de 3,87 Jcm-2 A exposição dessa pele à radiação UV
induziu eritema significativo nos animais não tratados e nos tratados com veículo, apenas 6 horas após a irradiação. Os animais tratados
topicamente com a formulação contendo os MAAs e com as formulações de referência apresentaram menor nível de vermelhidão.
Sinais clínicos de edema grave também foram observados na pele dos camundongos não tratados após 48 horas, permanecendo até o
final dos experimentos. Por sua vez, nos camundongos tratados topicamente com a formulação contendo os MAAs ou as formulações
de referência observou-se apenas edema muito leve.23

Esse estudo também avaliou o espessamento das camadas cutâneas, considerado um dos principais marcadores de lesão causada por
radiação UV, pois o espessamento é proporcional à quantidade de radiação capaz de atingir as diferentes camadas da pele. Foi
observado aumento da espessura da epiderme, da derme e da hipoderme nos camundongos não tratados e irradiados e nos tratados
com veículo e irradiados. Já nos camundongos tratados com a formulação contendo os MAAs ou com as formulações de referência não
foram observadas alterações significativas.23

Carotenoides
Os carotenoides são uma ampla classe de tetraterpenoides forma[1]dos por unidades de isopreno de 5 carbonos polimerizados, para
gerar estruturas de 40 carbonos contendo até 15 ligações duplas conjugadas. Essa classe de moléculas absorve no comprimento de
onda entre 450 e 550 nm do espectro de luz. Em seres humanos, essas moléculas são conhecidas majoritariamente por serem
precursoras da vitamina A, mas, em organismos fotossintéticos, sabe-se que eles atuam como moléculas captadoras de luz e como
agentes fotoprotetores por meio de sua atividade de eliminação de EROs.⁷

- Fucoxantina: é um carotenoide marinho encontrado em microalgas, como Phaeodactylum tricornutum, Cylindrotheca closterium,
Isochrysis galbana e diatomáceas, e em macroalgas, por exemplo, na Undaria pinnatifida e na Laminaria japonica. Esse carotenoide é um
pigmento acastanhado que confere essa cor característica às algas que o contêm, sendo obtido dos cloroplastos dessas algas.24 A

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fucoxantina absorve no comprimento de onda entre 320 e 500 nm, que engloba os comprimentos de onda da radiação UVA 1 e da luz
visível. Portanto, sua ação pode evitar o fotoenvelhecimento e proteger da produção de EROs induzida pela radiação UVA e pela luz
visível.25

Tavares e colaboradores (2020)25 investigaram a fotoestabilidade, o potencial fotoprotetor e a fototoxicidade da fucoxantina isolada da
alga Desmarestia anceps. A fotoestabilidade da fucoxantina foi averiguada pela diminuição da absorção de radiação UVA, UVB e de luz
visível após sua exposição. A fototoxicidade foi avaliada, em pele humana reconstruída, pela capacidade da fucoxantina inibir a
formação de EROs induzida pela radiação UVA em queratinócitos humanos. Também foram avaliadas as propriedades antioxidantes de
uma formulação fotoprotetora com 0,5% de fucoxantina em pele humana reconstruída.25

No teste de fotoestabilidade, a solução de fucoxantina isolada, exposta a doses de radiação UV, foi considerada fotoestável em relação
à radiação UVB. Entretanto, essa solução foi considerada fotoinstável em relação à radiação UVA (320 a 400 nm), apresentando
diminuição da absorbância na região da radiação UVA e na região da luz visível (400 a 700 nm). Também foi avaliada a fotoestabilidade
de uma formulação fotoprotetora contendo avobenzona, etil-hexil metoxicinamato e 0,5% de fucoxantina, que foi considerada
fotoestável porque não apresentou redução de absorbância em relação às radiações UVB e UVA. Além disso, o protetor solar com
fucoxantina aumentou a absorção geral de radiação UV em 72% em comparação com o protetor solar sozinho, o que prova que a
fucoxantina pode aumentar o efeito fotoprotetor desses sistemas.25

Para avaliar o potencial fototóxico da fucoxantina foi realizada a aplicação, em pele humana reconstruída, de 0,5% de fucoxantina
solubilizada em veículo e posteriormente exposta à radiação UV. A fucoxantina não mostrou ser fototóxica na pele humana
reconstruída, na concentração testada.25

O efeito fotoprotetor da fucoxantina também foi avaliado pela redução da geração de EROs intracelular, após a exposição à radiação
UVA, em queratinócitos HaCat. O tratamento com a fucoxantina reduziu de forma significativa a produção de EROs quando comparado
ao controle não tratado e irradiado.25

Esse mesmo teste foi realizado para avaliar o efeito fotoprotetor em pele humana reconstruída, tratada com protetor solar sem
fucoxantina, com protetor solar contendo 0,5% de fucoxantina, ou em pele não tratada após sua exposição à radiação UVA. O protetor
solar contendo fucoxantina reduziu significativamente a geração de EROs após a exposição à radiação UVA quando comparado ao
grupo-controle não tratado e irradiado e ao grupo tratado com protetor solar sem fucoxantina.25

- Astaxantina: a astaxantina é um pigmento carotenoide de origem marinha encontrado em microalgas, algas e cianobactérias,
conhecido por ser mais eficaz que o β-caroteno para prevenir a produção de EROs.⁷

Hama e colaboradores (2012)26 desenvolveram uma formulação com lipossomas contendo astaxantina dispersos na fase aquosa e
examinaram sua atividade antioxidante in vitro por meio da detecção de intensidade de quimioluminescência, que indica a produção de
EROs induzida por radiação UV. Também avaliaram in vivo a formação de rugas e a atividade inflamatória na pele dorsal de
camundongos sem pelos. A adição da formulação lipossomal contendo astaxantina diminuiu a quimioluminescência de forma
significativa, tendo seu efeito máximo de inibição alcançado na concentração de 4% molar de astaxantina. Os lipossomas contendo 4%
molar de astaxantina apresentaram eficiência de eliminação de EROs de aproximadamente 88%.26

Na avaliação da atividade antioxidante, observaram-se alterações morfológicas na superfície da pele dorsal dos camundongos induzidas
pela radiação UV, como rugas e inflamação, as quais foram prevenidas pelo pré-tratamento com a formulação lipossomal com
astaxantina.42 Além disso, observou-se que a espessura da epiderme, especialmente do estrato córneo, foi aumentada pela exposição à
radiação UV. Porém a aplicação tópica da formulação lipossomal de astaxantina inibiu o aumento da espessura do estrato córneo.26

Polifenóis
Os polifenóis são uma grande classe de metabólitos secundários caracterizados pela presença de vários anéis fenólicos. Entre eles, os
ácidos fenólicos e os flavonoides são os mais abundantes e apresentam atividade fotoprotetora devido à sua capacidade de absorção
UV e à sua ação antioxidante.7

Os florotaninos são polifenóis encontrados na alga marrom Ecklonia cava. Esses polifenóis mostraram atividade fotoprotetora contra a
radiação UVB in vitro, em queratinócitos humanos. O trifloretol A mostrou atividade antioxidante pelo aumento das enzimas
antioxidantes CAT e SOD e, consequentemente, pela redução do nível intracelular de EROs. O floroglucinol também mostrou atividade
antioxidante, reduzindo a produção intracelular de EROs e inibindo a MMP-1, um dos mediadores moleculares do fotoenvelhecimento
induzido por UVB.

O ecol, outro florotanino, também reduziu a produção intracelular de EROs e aumentou a viabilidade celular, controlando a apoptose
por inibir a fragmentação do DNA.7

Piao e colaboradores (2011)27 avaliaram a produção intracelular de EROs em queratinócitos humanos pré-tratados com uma solução de
trifloretol A e expostos à radiação UVB. O nível intracelular de EROs foi significativamente menor nas células tratadas com trifloretol A
do que nas células sem tratamento e irradiadas com UVB.27 Para investigar se a atividade de eliminação de EROs do trifloretol A é
mediada pela atividade de enzimas antioxidantes, as atividades das enzimas SOD e CAT foram medidas. Nas células sem tratam mento e
expostas à radiação UVB, a atividade da SOD foi reduzida em comparação com as células sem tratamento e que não foram irradiadas
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com radiação UVB. Nas células tratadas com trifloretol A foi observada a restauração da atividade enzimática. Da mesma forma, a
atividade da CAT sofreu redução nas células sem tratamento e não irradiadas com radiação UVB e nas células sem tratamento e
irradiadas com UVB. Já nas células tratadas com trifloretol A a atividade da enzima foi restaurada.27

Em outro trabalho, Piao e colaboradores (2012)44 avaliaram o efeito do pré-tratamento com uma solução de floroglucinol a 10 µg/ml e
posterior exposição à radiação UVB em queratinócitos humanos.

Observou-se que o pré-tratamento com a solução de floroglucinol reduziu significativamente a produção intracelular de EROs quando
comparado com o grupo sem tratamento e irradiado com UVB.44 Também foi avaliado o efeito de inibição da atividade da MMP-1 e
observou-se que a solução de floroglucinol reduziu signi[1]ficativamente a atividade dessa enzima em comparação com o grupo sem
tratamento e exposto à radiação UVB.44

Em mais um trabalho, Piao e colaboradores (2012)28 avaliaram o efeito do pré-tratamento com uma solução de ecol e posterior
exposição à radiação UVB em queratinócitos humanos.28 O nível de EROs intracelular gerado nas células tratadas com ecol irradiadas
com UVB foi significativamente menor que nas células sem tratamento irradiadas com UVB.45 O efeito do ecol na viabilidade celular foi
avaliado e mostrou aumento na viabilidade celular das células tratadas e irradiadas com UVB. Isso se deve à atividade do ecol, que inibiu
a fragmentação do DNA, característica de células apoptóticas.28

Nos estudos abordados neste trabalho, todos os compostos provenientes dos extratos de algas marinhas mostraram ter propriedades
fotoprotetoras e antifotoenvelhecimento, em modelos in vitro e in vivo, com queratinócitos humanos, fibroblastos e camundongos. As
atividades antifotoenvelhecimento ocorrem principalmente devido às propriedades antioxidantes, pelo aumento de enzimas
antioxidantes, eliminação de EROs intracelular em células irradiadas com UV e capacidade de absorção da radiação UV.

Além disso, os aminoácidos tipo micosporina e os florotaninos exibiram grande capacidade de modular vários mecanismos ligados às
propriedades antifotoenvelhecimento, como o controle da morte celular e a inibição da produção de metaloproteinases, principalmente
a MMP-1. Também vale apontar outros mecanismos secundários pelos quais foi observada atividade fotoprotetora, como inibição da
colagenase e controle da apoptose celular devido ao dano do material genético induzido pela radiação UV.

No caso dos aminoácidos tipo micosporina, sua propriedade hidrossolúvel pode limitar sua incorporação em formulações oleosas.
Entretanto, uma pequena modificação na estrutura dos MAAs por meio da substituição das porções de aminoálcool ou de aminoácidos
por grupos alquilamino, para diminuir sua hidrofilicidade, pode ajudar a resolver esse problema.29

Apenas os carotenoides e os MAAs foram testados in vivo. Sendo assim, não foi possível observar e avaliar as interações e
transformações morfofisiológicas do organismo na totalidade, decorrentes da reação com os compostos e a radiação UV para os outros
compostos estudados. Entretanto, a avaliação in vivo foi realizada por meio da aplicação tópica de uma formulação contendo os
carotenoides e os MAAs, evidenciando sua atividade fotoprotetora. Essa atividade foi comparada à de filtros solares sintéticos por meio
da observação da diminuição da vermelhidão, formação de rugas e do espessamento das camadas cutâneas, sinais de inflamação e
dano celular após a exposição à radiação UV.

A radiação UVA é um potente indutor de EROs, e os mecanismos de defesa antioxidante da pele podem ser sobrecarregados pela
geração excessiva de radicais livres, que danificam as células e aumentam as chances de ocorrer fotocarcinogênese. Portanto, o
desenvolvimento de novas estratégias antioxidantes para complementar o mecanismo de defesa natural da pele pode ser uma
importante estratégia para reduzir os efeitos induzidos pela radiação UV.17

Uma vez que os compostos fotoprotetores de origem marinha têm valores de coeficiente de absorção molar (ε) geralmente em torno
ou superiores a 20.000, equivalentes aos valores dos filtros UV sintéticos, que variam de 10.000 a 30.000, isso torna os filtros solares
derivados de algas particularmente atraentes. Além disso, alguns compostos naturais têm ampla cobertura de espectro contra as
radiações UVA e UVB, o que poderia reduzir a quantidade de filtros solares em um produto fotoprotetor.7 Sendo assim, os protetores
solares de origem marinha podem representar uma possível solução biodegradável.

Contudo, existem algumas limitações que dificultariam a plena exploração dos recursos marinhos para uso em protetores solares. Os
compostos fotoprotetores estão presentes nas plantas marinhas em baixas concentrações, e sua biossíntese é muitas vezes influenciada
por flutuações ambientais, apresentando assim baixo rendimento geral quando comparado com o obtido com os filtros solares
sintéticos. Outra limitação está relacionada ao escalonamento (produção em larga escala) ou a métodos de produção não sustentáveis,
os quais podem perturbar os ecossistemas marinhos já ameaçados.7

Essas limitações podem ser superadas utilizando técnicas sustentáveis e modernas de cultivo de aquicultura e por meio da engenharia
de bactérias, leveduras e de outros hospedeiros industriais emergentes, como as microalgas, que têm desenvolvido técnicas de cultivo
de microrganismos fotossintéticos em fotobiorreatores para produzir abundantes de compostos fotoprotetores, de forma eficiente, para
fins cosmecêuticos.7

Cosméticos Fotoprotetores contendo Extrato de Algas

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Visando elencar os cosméticos fotoprotetores contendo extratos de algas marinhas disponíveis no mercado brasileiro, foi realizada a
coleta de dados em sites de fabricantes desses cosméticos e em trabalhos de referência na área. Esses dados estão descritos na Tabela
1, na qual é possível observar o produto, a marca, o fator de proteção solar, forma de apresentação e o extrato de alga utilizado na
formulação.

Foram encontrados 11 cosméticos fotoprotetores contendo extrato de algas e 1 contendo extrato de plâncton, totalizando 12 produtos,
de diferentes marcas e com formas de apresentação cosméticas. Verificou-se que os extratos de Porphyra umbilicalis, Hypnea
musciformis e Fucus vesiculosus foram os mais utilizados nas formulações.

O extrato de Porphyra umbilicalis é proveniente da alga Porphyra umbilicalis, uma macroalga vermelha que contém aminoácidos MAAs,
que atuam como filtros solares naturais.30 O Helioguard 365 e o Noriguard NC, do Mibelle Biochemistry Group, na Suíça, são dois
exemplos de produtos à base do extrato da alga vermelha Porphyra umbilicalis, que contém os MAAs porphyra-334 e shinorina
encapsulados em lipossomas. Esses dois insumos ativos tiveram sua eficácia comprovada in vitro, em fibroblastos, na redução do dano
ao DNA induzido por UV, e in vivo, no aumento da firmeza e da maciez da pele, na diminuição da profundidade das rugas, na inibição
da peroxidação lipídica e têm o efeito de aumentar o fator de proteção solar (FPS) em uma formulação fotoprotetora. Outro insumo
ativo patenteado é o Helionori, da Gelyma (França), que também é feito à base de extrato da alga marinha Porphyra umbilicalis e
contém os MAAs palythina, porphyra-334 e shinorina.31

O extrato de Hypnea musciformis é proveniente da alga vermelha Hypnea musciformis, rica em carragenina e galactana, compostos com
ação anti-inflamatória e antiglicante.32 Além disso, um produto utiliza a combinação dos extratos de Hypnea musciformis, Gellidiella
acerosa e Sargassum filipendula. Esse ativo marinho foi desenvolvido com a combinação de algas vermelhas e marrons para a obtenção
de efeito hidratante sobre a pele, formação de película protetora, conferindo ação firmadora à pele.31 O extrato de Fucus vesiculosus é
extraído da alga parda Fucus vesiculosus, rica em laminarina. A laminarina contém polifenóis com funções emoliente, hidratante e
antienvelhecimento.30

Dos 12 produtos fotoprotetores encontrados, sete são cremes (58,3%), três são loções (25%), um é em bastão (8,3%) e um é em spray
(8,3%). Os cremes representam a maioria das formulações cosméticas disponíveis. Esses sistemas são emulsões constituídas da mistura
de dois líquidos imiscíveis e que são dispersos na forma de pequenas gotículas. Essa mistura é estabilizada por um tensoativo e
apresenta diversas vantagens, como: bom aspecto sensorial e espalhabilidade, capacidade de hidratação, melhor aderência na pele e
permitir veicular ativos lipofílicos e hidrofílicos.33

Em relação ao FPS, um produto apresenta FPS de 70 (8,3%), um produto apresenta FPS de 60 (8,3%), quatro produtos apresentam FPS
de 50 (33,3%), cinco produtos apresentam FPS de 30 (41,7%), um produto apresenta FPS de 15 (8,3%) e um produto apresenta FPS de 8
(8,3%).

A maioria dos fotoprotetores tem FPS superior a 30, cerca de 83,3% das formulações, e isso pode ser atribuído a uma recomendação da
Sociedade Brasileira de Dermatologia que preconiza o uso diário de fotoprotetor com pelo menos FPS 30.34

Em relação à procedências, nove produtos (75%) são de marcas nacionais e a três produtos, internacionais (25%).

As empresas de cosméticos brasileiras investem em inovações tecnológicas como foco em produtos que utilizam ativos naturais e
reaproveitamento de resíduos, para atender a diversidade dos tipos de pele dos brasileiros.35 As pesquisas sobre alternativas de
foto[1]protetores naturais focam em compostos provenientes de plantas terrestres e aquáticas, principalmente em produtos
secundários de seu metabolismo. Isso porque as plantas podem ser danificadas pelo excesso de radiação solar, tanto pelos raios UV
diretamente quanto pela produção de EROs, o que pode levar à alteração da biossíntese de proteínas e de funções celulares cruciais.
Por isso, as plantas também contam com mecanismos de fotoproteção que podem ser explorados em cosméticos.7

Conclusão
Os protetores solares são um fator primordial para a prevenção do fotoenvelhecimento e das doenças de pele, como o câncer de pele.
Entretanto, conforme surgem novos dados que mostram interações prejudiciais entre os filtros solares sintéticos e o ambiente marinho,
torna-se necessário estimular uma mudança na pesquisa e desenvolvimento de cosméticos, mais propriamente dos protetores solares,
para que filtros ecologicamente corretos sejam utilizados para substituir os convencionais, ou pelo menos para diminuir sua
concentração nesses produtos.

Por meio desta revisão bibliográfica foi possível concluir que há vários compostos fotoprotetores provenientes de algas marinhas com
potencial para serem produzidos em grande escala e utilizados em formulações fotoprotetoras, e que eles não são menos efetivos que
os filtros solares sintéticos, pois apresentam fotoestabilidade e tiveram sua eficácia comprovada na proteção contra a radiação UV e
contra vários mecanismos envolvidos no fotoenvelhecimento. Esses mecanismos são: absorção da radiação UV e atividade antioxidante.
A atividade antioxidante se dá pela inibição da produção de EROs intracelular e pela sua eliminação, pelo estímulo à produção de
enzimas antioxidantes, pela inibição da produção de metaloproteinases e pelo controle da apoptose celular.

Nesta pesquisa, foram encontrados 12 produtos fotoprotetores contendo extrato de algas marinhas, sendo a maioria produtos
provenientes de indústrias nacionais, na forma de creme e com FPS acima de 30.

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17/11/2023, 18:02 Cosmetoguia - Cosméticos Fotoprotetores com Extratos de Algas Marinhas

Júlia Moreira de Abreu Xavier é graduanda em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil.
Elisabete Pereira dos Santos é graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre em
Química pelo Instituto Militar de Engenharia, doutora em Química pelo Instituto Militar de Engenharia e professora associada IV da
Faculdade de Farmácia da UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil.
Mariana Sato de S B Monteiro é graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre em
Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da UFRJ, doutora em Ciências e Tecnologia de Polímeros pelo Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano, da UFRJ, e professora adjunta III da Faculdade de Farmácia da UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil.

Este artigo foi publicado na revista Cosmetics & Toiletries (Brasil) 35(2):28-36, 2023

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