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EFEITOS CUTÂNEOS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E A


IMPORTÂNCIA DO FILTRO SOLAR - REVISÃO DE LITERATURA 
Eduarda Martendal**
Júlia Brandes**
Francine Elisabeth Schütz***

Resumo:
Introdução: Nas últimas décadas, o câncer de pele tem sido cada vez mais reconhecido como
uma grande preocupação mundial de saúde pública. Estima-se que ocorram cerca de 2 a 3
milhões de casos de câncer de pele não melanoma e 132 mil casos de melanoma em todo o
mundo a cada ano ambos tem aumentado na última década. A exposição à radiação
ultravioleta (UV) é o fator de risco ambiental mais significativo para todos os tipos de câncer
de pele. Portanto, a prevenção do câncer de pele se concentra na limitação da exposição aos
raios UV pelos comportamentos protetores do sol. A necessidade de uso dos protetores
solares pelos humanos tornou-se uma prática frequente nos últimos anos, tendo em vista o
aumento dos índices de raios ultravioleta na terra e as consequências da exposição da pele a
essa radiação. A eficácia de um protetor solar é medida em função de seu fator de proteção
solar (FPS), o qual indica quantas vezes o tempo de exposição ao sol, sem o risco de eritema,
pode ser aumentado com o uso do protetor. Objetivo: Analisar os efeitos cutâneos da
radiação ultravioleta e a importância do uso de filtro solar na prevenção do
fotoenvelhecimento precoce e cânceres de pele. Métodos: O presente estudo trata-se de uma
revisão sistemática descritiva com análise qualitativa. A pesquisa foi realizada base de dados
Pubmed e Medline. No período de fevereiro a junho de 2017, no idioma inglês e português.
Conclusão: A exposição à radiação ultravioleta sem proteção adequada está relacionada ao
envelhecimento precoce da pele bem como o desenvolvimento de cânceres de pele do tipo
melanoma e não melanoma. Concluímos que é de extrema importância à utilização diária
quantidades adequadas (1mg/cm2) de protetores solares para prevenção dos efeitos danosos da
RUV na pele. Recomendamos que toda a população independente do fototipo de pele, idade
ou localização geográfica.

Palavras-chave: Radiação UV, filtro solar, filtro químico e filtro físico.

1 INTRODUÇÃO

*
Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso Tecnologia em Cosmetologia e Estética da
Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em
Cosmetologia e Estética
**
Acadêmicas do curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina.
eduardamartendal21@gmail.com | julindabrandes@gmail.com
***
Orientadora: Prof. Francine Elisabeth Schutz, Mestre, Palhoça, 2018.
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O sol é essencial para a vida na terra e seus efeitos sobre nós dependem das
características individuais da pele exposta, intensidade, frequência e tempo de exposição,
fatores estes que dependem da estação do ano, localização geográfica, período do dia e
condição climática. A radiação solar proporciona inúmeros benefícios aos humanos, como
sensação de bem-estar físico e mental, estímulo à produção de melanina com consequente
bronzeamento da pele, tratamento de icterícia (cor amarela da pele e do branco dos olhos de
bebês, causada devido excesso de bilirrubina no sangue), entre outros. Porém, a radiação solar
também pode causar prejuízos ao organismo, caso não se tome os devidos cuidados quanto à
dose de radiação solar recebida (AMARO-ORTIZ, YAN, D'ORAZIO, 2014).
O espectro solar que atinge a superfície terrestre é formado predominantemente por
radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhas. O corpo humano percebe a presença destas
radiações do espectro solar de diferentes formas. A radiação infravermelha (IV) é percebida
sob a forma de calor, a radiação visível através das diferentes cores detectadas pelo sistema
óptico e a radiação ultravioleta (UV) através de reações fotoquímicas. Essas reações podem
estimular a produção de melanina cuja manifestação é visível sob a forma de bronzeamento
cutâneo, ou pode levar desde a produção de simples inflamações até graves queimaduras.
Além do risco aumentado de desenvolvimento de cânceres (TUORKEY, 2015).
O Instituto Nacional do Câncer estima que mais de 180.000 novos casos de câncer de
pele foram diagnosticados em 2017, correspondendo a um risco estimado de 100,8 novos
casos para cada 100 mil homens e 82,2 para cada 100 mil mulheres. É o câncer mais
prevalente, representando mais de 32% do total de novos casos de câncer diagnosticados no
país (INCA, 2017).
Para tanto, o objetivo do presente trabalho foi realizar revisão da literatura para avaliar
a importância do filtro solar, além de analisar os efeitos cutâneos da radiação ultravioleta. O
levantamento bibliográfico foi realizado na base de dados Pubmed e Medline, por meio das
seguintes palavras-chaves: UV radiation, sunscreen, chemical filter and physical filter. As
buscas foram feitas no período de fevereiro a junho de 2017, no idioma inglês e português.

2 MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática descritiva com análise


qualitativa. As pesquisas foram realizadas entre março e junho de 2017 nas bases de dados
Pubmed e Medline. Para as buscas foram utilizados os cruzamentos dos descritores em na
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língua inglesa: UV radiation, sunscreen, organic and inorganic UV filters. Como critérios de
inclusão artigos disponíveis com texto completo e de forma gratuita, e que se encaixam no
contexto da pesquisa. Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra.

3 RESULTADOS

Foram encontrados 68 artigos que se enquadravam nos critérios de inclusão, destes,


sete foram pré-selecionados com o assunto radiação ultravioleta e dezessete sobre o assunto
filtro solar. Foram selecionadas publicações de 2007 a 2017.

Diagrama 01: Pesquisa bibliográfica de artigos sobre radiação ultravioleta e filtro solar. A triagem baseada nos
títulos e resumos foi conduzida utilizando as seguintes palavras-chave: UV radiation, sunscreen, chemical filter
and physical filter.

Para melhor compreensão os artigos foram classificados em os efeitos da radiação


UV e filtro solar. As pesquisas selecionadas estão descritas no Quadro 1 e 2, a seguir.

Quadro 01: Artigos selecionados sobre radiação ultravioleta


Autor Tipo de estudo Resultados
Sliney, 2007 Revisão Para caracterizar fenômenos fotobiológicos e fotoquímicos, são
bibliográfica necessários termos e unidades padronizados. Sem um conjunto
uniforme de descritores, muito do valor científico das publicações
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pode ser perdido. A tentativa de alcançar um consenso


internacional para uma linguagem comum sempre foi difícil, mas
agora, com publicações científicas verdadeiramente internacionais,
é ainda mais importante. Como a fotobiologia e a fotoquímica
representam a fusão de várias disciplinas científicas, não
surpreende que os termos físicos usados para descrever exposições
e conceitos dosimétricos possam variar de autor para autor.
Existem, no entanto, organizações internacionais que foram criadas
para minimizar a confusão produzida pela terminologia técnica
pobre ou inconsistente. Esta nota é para rever os termos
padronizados e fornecer um fundo sobre como esses termos são
desenvolvidos, com a esperança de que todos os leitores tentem
seguir a terminologia padronizada.
Krutmann, et al, Revisão Estudos moleculares recentes em fotodermatologia têm avançado
2012 bibliográfica muito a nos últimos anos. A natureza da parte independente de
dano do DNA da resposta UVB da pele humana e o papel do
receptor de hidrocarboneto de ar na biologia cutânea, (ii) a
contribuição dos comprimentos de onda além do espectro da
radiação ultravioleta (UV) aos danos na pele induzidos pela
radiação solar, (iii) a evidência emergente de que a gordura
subcutânea é um tecido alvo para a luz solar, e (iv) a mais recente
percepção do modo de ação da fototerapia
Amaro-ortiz, et al, Revisão A incidência de melanoma está diretamente relacionada à idade,
2014 bibliográfica com as maiores taxas em indivíduos com idade acima de 55 anos,
tornando-se uma doença clara relacionada à idade.
Dario et al, 2015 Revisão A radiação solar afeta as propriedades do cabelo como cor, brilho,
bibliográfica resistência mecânica, o teor de proteínas e outros.
Corrêa de Paula. Revisão A falta de conhecimento científico sobre a RUV no Brasil e na
2015 bibliográfica América do Sul leva à adoção de medidas de proteção baseadas em
estudos realizados na Europa e nos EUA, onde as quantidades de
RUV disponíveis na superfície e os hábitos e características de
exposição solar da população são significativamente diferentes
daquelas observadas no Brasil. Para contornar esse problema, a
Sociedade Brasileira de Dermatologia publicou recentemente o
Consenso Brasileiro de Fotoproteção baseado em recentes estudos
realizados localmente.
Tuorkey, 2015 Revisão Embora décadas tenham decorrido, os pesquisadores ainda
bibliográfica debatem os benefícios e riscos da exposição à radiação solar
ultravioleta (RUV). Por um lado, os seres humanos obtêm a maior
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parte de 25-hidroxicolecalciferol [25 (OH) D3], que tem atividade


anticâncer potente, a partir da radiação solar UVB. Por outro lado,
as pessoas estão mais conscientes do risco de incidência de câncer
associado aos níveis prejudiciais de UVR solar da exposição diária
ao sol. Dados epidemiológicos implicam fortemente a exposição à
radiação UV como uma das principais causas de melanoma e
outros cânceres, uma vez que a RUV promove mutações em câncer
e genes supressores de tumores. Esta revisão destacou o impacto
dos diferentes efeitos mutagênicos da RUV juntamente com os
desafios celulares e carcinogênicos em relação à exposição ao sol.

Quadro 02: Artigos selecionados sobre Filtro Solar


Van Der Pols et al, Revisão Metade de todos os cânceres nos Estados Unidos são cânceres de
2006 bibliográfica pele. Resultados prévios em um estudo randomizado controlado de
4,5 anos em uma comunidade australiana que carcinomas de
células escamosas (CEC), mas não carcinomas basocelulares
(CBC), podem ser prevenidos pela aplicação regular de filtro solar
na cabeça, pescoço, mãos e antebraços. Desde a cessação do
estudo, acompanhamos os participantes por mais 8 anos para
avaliar a possível latência do efeito preventivo nos CBCs e CCEs.
Após um seguimento prolongado, as taxas de tumores do CBC
tenderam a diminuir, mas não de forma significativa, em pessoas
anteriormente randomizadas para uso diário de filtro solar em
comparação com aquelas que não aplicaram filtro solar
diariamente. Em contraste, as taxas correspondentes de tumores
SCC foram significativamente diminuídas em quase 40% durante
todo o período de acompanhamento. A aplicação regular de filtro
solar prolongou os efeitos preventivos sobre o CEC, mas sem
nenhum benefício claro na redução do CBC.
Kullavanijaya, Lim, Revisão Muitos agentes afetam a transmissão da luz ultravioleta à pele
2007 bibliográfica humana. Estes incluem agentes fotoprotetores que ocorrem
naturalmente (ozônio, poluentes, nuvens e neblina), agentes
biológicos que ocorrem naturalmente (cromóforos epidérmicos),
agentes fotoprotetores físicos (roupas, chapéus, maquiagens,
óculos de sol e vidro de janela) e filtros de luz ultravioleta (
ingredientes protetores solares e agentes de bronzeamento sem
sol). Além disso, existem agentes que podem modular os efeitos da
luz ultravioleta na pele (antioxidantes e outros).
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Mitchnick, Revisão Óxido de zinco micronizado (Z-Cote) é usado como um protetor


Fairhurst, Pinnell, bibliográfica solar transparente de amplo espectro para atenuar a radiação RUV
2009 incluindo UVA I (340-400 nm). O objetivo desse estudo foi avaliar
a adequação do óxido de zinco micronizado como um agente
fotoprotetor de amplo espectro, examinando as propriedades
geralmente consideradas importantes em filtros solares: espectro
de atenuação, contribuição do fator de proteção solar (SPF),
fotoestabilidade e fotorreatividade. O óxido de zinco micronizado
é um protetor solar eficaz e seguro que fornece proteção UV de
amplo espectro, incluindo proteção contra o UVA de comprimento
de onda longo.
The International Revisão Método específico para a determinação in vivo do fator de proteção
Organization For bibliográfica solar (FPS) de produtos de proteção solar. Esta Norma
Standardization. Internacional é aplicável a produtos que contenham qualquer
Cosmetics, 2010 componente capaz de absorver, refletir ou espalhar raios
ultravioleta (UV) e que se destinem a ser colocados em contato
com a pele humana.
Green et al, 2011 Revisão O uso regular de filtros solares previne o carcinoma de células
bibliográfica escamosas cutâneas a longo prazo, mas o efeito sobre o melanoma
é altamente controverso. Foi avaliado se a aplicação a longo prazo
de filtro solar diminui o risco de melanoma cutâneo. Os
pesquisadores concluíram que o melanoma pode ser prevenido
pelo uso regular de filtro solar em adultos.
Food And Drug Revisão A Food and Drug Administration (FDA) está adiando as datas de
Administration, bibliográfica cumprimento da regra final para medicamentos de venda direta de
2011 produtos de venda livre (OTC) publicados no Registro Federal de
17 de junho de 2011 (76 FR 35620). A regra final estabelece
rotulagem e testes de eficácia para certos produtos de proteção
solar OTC contendo ingredientes ativos especificados e
comercializados sem aplicações aprovadas. Também altera as
declarações de rotulagem que atualmente não são suportadas pelos
dados e elimina o atraso publicado anteriormente de
implementação dos requisitos de rotulagem do Drug Facts para
protetores solares OTC. As datas de cumprimento da regra final de
2011 estão sendo adiadas porque as informações recebidas após a
publicação da regra final de 2011 indicam que a implementação
completa dos requisitos da regra final de 2011 para todos os
produtos afetados exigirá um período adicional de 6 meses.
Burnett et al, 2011 Revisão Acredita-se que os protetores solares sejam uma ferramenta valiosa
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bibliográfica no fornecimento de fotoproteção contra os efeitos prejudiciais da


radiação UV, um conhecido agente cancerígeno. No entanto, várias
controvérsias foram desenvolvidas em relação à sua segurança e
eficácia. Esta revisão resumiu os estudos relevantes em torno
dessas controvérsias. Dados os benefícios estabelecidos da
proteção contra raios UV, o uso de protetores solares continua
sendo uma parte importante de uma estratégia global de
fotoproteção. Futuros protetores solares com formulação
melhorada devem, idealmente, oferecer proteção superior. Com o
aumento do uso de protetor solar pelo público, o monitoramento
contínuo e vigilante da segurança geral dos produtos futuros
também é necessário.
Kockler et al, 2012 Revisão Os protetores solares foram originalmente desenvolvidos para
bibliográfica incluir principalmente filtros UVB. Devido à penetração mais
profunda da luz UVA, causando fotoenvelhecimento e danos no
DNA, houve uma mudança para filtros solares de amplo espectro.
Estes protetores solares de largo espectro incluem agora filtros
UVA e UVB e outros ingredientes que possuem atividade
antioxidante. Embora os filtros solares sejam regulamentados na
maioria dos países, o teste de fotoestabilidade não é obrigatório.
Devido à capacidade de os ingredientes da proteção solar
absorverem a luz ultravioleta e a complexidade da maioria destas
formulações, que podem incluir mais de um filtro UV,
antioxidantes e outros excipientes da formulação, é importante que
a sua fotoestabilidade em combinação seja determinada.
Bissonnette et al, Revisão Apesar do fato de a maioria das pessoas aplicar menos protetor
2012 bibliográfica solar do que os 2 mg/cm2 necessários para medir o fator de
proteção solar (FPS), há uma falta de dados clínicos sobre a
proteção proporcionada pelas menores quantidades aplicadas. O
objetivo deste estudo foi comparar a capacidade dos protetores
solares em proteger contra a erupção polimorfa induzida por UV
(PLE) quando aplicado em 2mg /cm2 e 1 mg/cm2. O alto FPS e um
filtro solar de amplo espectro de proteção UVA foram capazes de
proteger a maioria dos pacientes do desenvolvimento de reação de
PLE induzida por UV, mesmo a 1 mg/cm2
Celleno et al, 2013 Revisão A exposição solar da pele desencadeia várias vias inflamatórias
bibliográfica através de uma multiplicidade de efeitos fotoquímicos e
fotobiológicos. Além disso, a imunossupressão local e sistêmica se
desenvolve. Os principais efeitos clínicos da exposição aos raios
UV podem ser classificados esquematicamente em imediatos,
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incluindo queimaduras solares, bronzeamento, produção de


vitamina D e exacerbação de doenças de pele fotossensíveis
hereditárias e adquiridas e de longo prazo, incluindo
envelhecimento solar e câncer de pele. A proteção contra a
radiação solar é proporcionada por um comportamento saudável de
evitar o sol e o uso de protetores solares tópicos, bem como
antioxidantes tópicos e orais. Na Europa, o fator de proteção solar
(FPS) e o fator de proteção UVA (UVA-PF) são rotulados para
indicar o grau de proteção contra UVB e UVA, respectivamente.
Finalmente, muito trabalho é necessário para melhorar a resistência
à água, a espalhabilidade, a transparência e a homogeneidade dos
agentes protetores solares.
Hughes et al, 2013 Revisão O uso de protetor solar e os antioxidantes na dieta são defendidos
bibliográfica como preventivos do envelhecimento da pele, mas faltam
evidências de apoio. O objetivo deste estudo foi avaliar se o uso
regular de filtro solar em comparação com o uso discricionário ou
suplementos de β-caroteno em comparação com o placebo
retardam o envelhecimento da pele, medido pelo grau de
fotoenvelhecimento. Os pesquisadores concluíram que o uso
regular de filtro solar retarda o envelhecimento da pele em homens
e mulheres saudáveis de meia-idade. Nenhum efeito global do β-
caroteno no envelhecimento da pele foi identificado, e mais
estudos são necessários para excluir definitivamente o benefício
potencial ou dano potencial.
Mancebo, Hu, Revisão A radiação ultravioleta desempenha um papel importante no
Wang, 2014 bibliográfica desenvolvimento de câncer da pele não-melanoma e melanoma. A
fotoproteção por filtros solares tem mostrado prevenir o
desenvolvimento de ceratose actínica, carcinoma de células
escamosas, melanoma e fotoenvelhecimento. No entanto, esses
benefícios só são derivados se os usuários aplicarem protetor solar
adequadamente e praticarem outras medidas de proteção solar.
Esta revisão discutiu os benefícios de saúde proporcionados pelo
uso de filtro solar, atualizou o panorama regulatório mais recente
sobre protetor solar e abordou as controvérsias e limitações
associadas ao uso de filtro solar.
Nash, Tanner, 2014 Revisão A fotoestabilidade ou foto-instabilidade de produtos de proteção
bibliográfica solar é mais frequentemente discutida em termos indesejáveis no
que diz respeito à segurança humana. Os riscos para a saúde,
especificamente associados a filtros solares, fotoestáveis ou foto-
instáveis, incluem respostas fototóxicas / fotoirritantes ou
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fotoalérgicas e, a longo prazo, um risco aumentado de câncer de


pele ou fotoenvelhecimento. A prevalência relatada de reações de
fotoirritação e fotoalérgicas aos filtros solares é rara em
comparação com eventos adversos, por exemplo, irritação ou
sensibilização da pele, produzidos por cosméticos ou ativos
aplicadas topicamente e não implicam diretamente produtos
potenciais de degradação dos filtros UV. Além disso, para pelo
menos uma combinação foto-instável, octil metoxicinamato e
avobenzona, os benefícios a longo prazo para os seres humanos,
i.e., redução nos cânceres da pele, parecem compensar quaisquer
potenciais consequências adversas atribuídas à foto-degradação.
Os produtos de proteção solar são formulados para atingir a
máxima eficácia que, por necessidade e design, incorporam
medidas para apoiar e promover fotoestabilidade, já que todos os
filtros UV orgânicos têm o potencial de degradar na luz. As
medidas atuais de desempenho, FPS in vivo e UVA in vitro,
conduzidas sob condições padronizadas, em parte, representam a
fotoestabilidade. As preocupações expressas quando se considera a
exposição humana a potenciais filtros UV fotoinstáveis ou filtros
solares podem não se manifestar como riscos para a saúde em
condições de uso. Ainda assim, a melhoria na fotoestabilidade dos
produtos fotoprotetores continua a ser um objetivo estratégico
fundamental para os fabricantes.
Petersen, Wulf, Revisão O fator de proteção solar (FPS) dos filtros solares é testado com
2014 bibliográfica uma espessura de 2 mg/cm2, mas investigações mostram que o
protetor solar sob condições naturais é aplicado insuficientemente
com quantidades de 0,39 a 1,0 mg / cm2, o que diminui a fator de
proteção consideravelmente. Tem sido demonstrado que a
reaplicação precoce ou o uso de muito alto FPS (70-100) pode
compensar parcialmente a discrepância entre as quantidades de
filtro solar aplicado durante o teste e, na realidade, e que a
aplicação de protetor solar pode ser melhorada pela educação dos
consumidores. Áreas perdidas e exposição à radiação ultravioleta
antes da aplicação de filtros solares são outras armadilhas que
reduzem consideravelmente o efeito protetor dos filtros solares. A
rotulagem atual de filtro solar supera o efeito protetor de um
determinado filtro solar quando a realidade do uso de filtro solar é
levada em conta. Isto pode induzir em erro os consumidores a
sentir que é seguro prolongar a exposição solar. Alternativamente,
para educar as pessoas a usarem grandes quantidades de protetor
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solar, foi sugerida uma estratégia de ensino simples: (1) Aplicar


antes da exposição ao sol e (2) Reaplicar uma vez em 1 h.
Wang, Balagula, Revisão A exposição à radiação ultravioleta (UV) está associada a uma
Osterwalder, 2016 bibliográfica variedade de efeitos nocivos que vão desde o fotoenvelhecimento
até o câncer de pele. O UVB (290 a 320 nm) danifica diretamente
o DNA celular levando à formação dos dimmers de 6-4
ciclobutane pirimidina, e o UVA (320 a 400 nm) danifica
indiretamente o DNA através da produção de espécies de radicais
livres de oxigênio. Além dos conhecimentos básicos relacionados
aos filtros solares, foi revisada as diretrizes atuais para testar e
rotular a proteção UVA em todo o mundo, as controvérsias
associadas a nanopartículas e os futuros ativos de protetores
solares que aguardam a aprovação da Food and Drug
Administration. Por fim, foirevisado agentes alternativos, como os
antioxidantes, que podem ser utilizados para suplementar e
aumentar a fotoproteção proporcionada pelos filtros solares.
Wang, Tooley, 2016 Revisão O protetor solar comercial baseado em nanopartículas de dióxido
bibliográfica de titânio (TiO2) e óxido de zinco (ZnO) oferece proteção UV
superior e reduz o branqueamento na pele em comparação com as
gerações mais antigas de filtros solares inorgânicos. Esta revisão
discutiu o uso histórico de nanopartículas de TiO2 e ZnO no filtro
solar e a relação entre a atenuação UV e as partículas primárias,
agregados e aglomerados que compõem esses óxidos inorgânicos.
Além disso, foi revisado as recentes preocupações de segurança
envolvendo esses materiais, especificamente, a penetração
percutânea de nanopartículas de TiO2 e ZnO através da pele
humana e seu potencial para causar fototoxicidade.
Fonte: elaborado pelas autoras, 2018

4 DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi apresentar os achados da literatura referentes a


importância do filtro solar, além de analisar os efeitos cutâneos da radiação ultravioleta.
Através de estudos originais, foram avaliadas a importância dos filtros bem como sua
segurança e eficácia. Foram encontradas publicações, grande maioria revisões bibliográficas
sobre os efeitos da radiação UV na pele, incidências de câncer de pele, mecanismos de ação
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de filtros solar inorgânicos, filtros solar orgânico e ainda a correlação do uso de filtro solar e
deficiência de vitamina D.
A energia emitida pelo sol é transmitida na forma de ondas eletromagnéticas. A
radiação ultravioleta, nome dado à faixa do espectro eletromagnético entre 100 e 400 nm,
corresponde a menos de 10% da radiação solar total incidente no topo da atmosfera. Esta
pequena faixa de radiação espectral é subdividida, segundo recomendação da Comissão
Internacional de Iluminação (CIE), em: UVC, entre 100 e 280 nm; UVB, entre 280 e 315 nm;
e UVA, entre 315 e 400 nm permanecendo mais de 90% da radiação solar praticamente
corresponde ao espectro visível (400-780 nm) e próximo espectro infravermelho (780-4000
nm) (SLINEY, 2007).
Os níveis de RUV observados na superfície dependem da variabilidade dos
componentes atmosféricos, como gases, aerossóis e nuvens; parâmetros geográficos, como
latitude, longitude, altitude e capacidade de superfície para refletir RUV; e, finalmente,
parâmetros temporais, como a hora do dia e a data. A maior parte do território brasileiro está
localizada nas regiões tropicais e subtropicais do hemisfério sul, onde a disponibilidade de
radiação solar é bastante elevada e as concentrações de ozônio são naturalmente menores
(TUORKEY, 2015).
A exposição à radiação ultravioleta solar (RUV) traz benefícios psicológicos e
físicos, principalmente relacionados à síntese de vitamina D e prevenção de doenças como
osteoporose, doenças autoimunes entre outras. Por outro lado, a exposição excessiva a esse
tipo de radiação é responsável por diversos distúrbios oculares, como catarata e pterígio, além
de desordens da pele, entre as quais a queimadura solar, o envelhecimento cutâneo precoce e
câncer de pele do tipo não melanoma (CORREA, 2015).
Diante dos efeitos antagônicos proporcionados pela exposição solar, uma das
principais controvérsias está relacionada ao tempo necessário para que os efeitos benéficos
ocorram sem danos à saúde. Ou seja, para a síntese de uma quantidade significativa de
vitamina D sem danos à pele e olhos. O que geralmente acontece no Brasil e na América do
Sul é que as recomendações são baseadas em estudos e medidas de RUV mensuradas no
hemisfério norte, principalmente nos EUA e na Europa. Estas condições geográficas e
climáticas são muito diferentes da nossa realidade tropical e subtropical (DARIO, BABY,
VELASCO, 2015).
A radiação UV de ocorrência natural é o mutagênico ambiental responsável pela
maior porcentagem de patologias cutâneas induzidas pelo ambiente, incluindo eritema e
inflamação, alterações degenerativas do envelhecimento e câncer. Os seres humanos são
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expostos à radiação UV principalmente como consequência de exposição desprotegida à luz


solar. A radiação UV tem muitos efeitos deletérios nas células e produz danos diretos e
indiretos no DNA, e cada um deles pode resultar em mutagênese nas células cutâneas (Figura
01) (AMARO-ORTIZ, YAN, D'ORAZIO, 2014).

Figura 01: A radiação UV na luz solar do ambiente é composta principalmente de energia UVA e UVB. A
maioria dos raios UVC são absorvidos pela camada de ozônio, portanto, embora seja altamente bioativo, os
organismos terrestres não são expostos a níveis significativos de UVC. UVB pode causar danos diretos ao DNA
e atingir a epiderme. A radiação UVA pode penetrar na derme e aumentar os níveis de radicais, induzindo
indiretamente a mutagênese do DNA. Fonte: adaptado de AMARO-ORTIZ, YAN, D'ORAZIO, 2014.

A exposição aos raios UV pode representar até 80% dos sinais visíveis de
envelhecimento da pele, incluindo a aparência seca, descamação, o enrugamento e a
pigmentação prejudicada, e o fotoenvelhecimento correlaciona-se com o risco de câncer. O
fotoenvelhecimento cutâneo e o risco de melanoma correlacionam-se com a idade e a
exposição aos raios UV. A idade média do diagnóstico de melanoma é de cerca de 55 e
incidência varia em todo o mundo de cinco para mais de 60 casos por 100.000 pessoas por
ano. Embora o melanoma seja uma neoplasia maligna diagnosticada principalmente na quinta
e sexta década de vida, 1/5 dos casos ocorre em adultos jovens. É importante notar, no
entanto, que a exposição e acumulação de danos no DNA provocados pela RUV os quais
fundamentam a formação de melanoma começam com a exposição ao sol no início da
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juventude, razão pela qual a proteção solar nos anos de idade pediátrica é tão importante
(KRUTMANN, MORITA, CHUNG, 2012).
Os protetores solares fornecem proteção temporária contra a radiação UV. Os filtros
solares são compostos por ingrediente ativo e veículo. De acordo com a natureza química e as
propriedades físicas dos ingredientes ativos, atenuam a ação da RUV por mecanismos de
absorção (orgânicos), dispersão e reflexão (inorgânicos). A classificação antiga incluía filtros
solares físicos e químicos; atualmente, são divididos em inorgânicos e orgânicos, na
dependência do ingrediente ativo (KULLAVANIJAYA, 2005).
A ANVISA regulamentou a comercialização dos filtros solares, a partir de 2002,
como cosmético categoria 2, ou seja, devem ser registrados antes da comercialização, pela
apresentação de estudos que comprovem sua eficácia fotoprotetora e resistência à água
(ANVISA, 2002).
Filtros orgânicos exercem seus efeitos protetores ao absorver fótons de alta
energia da radiação UV. A energia absorvida é transmitida aos elétrons, que saltam para um
estado excitado e, ao retornar ao estado fundamental, liberam sua energia na forma de calor
ou luz em maior comprimento de onda. Filtros orgânicos são compostos aromáticos que
funcionam absorvendo a luz UV (Figura 02). A maioria absorve a radiação UVB, alguns
absorvem na faixa UVA2 (320–340nm) e há apenas um protetor solar orgânico aprovado pela
FDA, a avobenzona, que absorve na faixa de UVA1 (340–400nm) (MANCEBO, HU,
WANG, 2014).
O ácido P-aminobenzóico foi o primeiro filtro UV disponível nos Estados Unidos,
porém apresentava muitas propriedades indesejáveis. Era conhecido por seu potencial de
causar dermatite fotoalérgica, dermatite de contato e manchas. Novas gerações de filtros
orgânicos melhoraram a segurança e os perfis sensoriais e estenderam a cobertura para a faixa
UV-A. Atualmente, existem 15 filtros UV orgânicos aprovados para uso nos Estados Unidos
(Quadro 3).
Neste momento, a avobenzona é o único filtro orgânico aprovado pelo FDA que
tem proteção UV-A de longo alcance (340-400 nm). A avobenzona é conhecida por ser
intrinsecamente instável e degrada após 1 hora de exposição aos raios UV. Para manter sua
eficácia, ele deve ser combinado com um fotoestabilizador, que facilita a transição de um
estado excitado de volta para o estado fundamental.
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Figura 02: Mecanismo de ação dos filtros solares. Os filtros UV orgânicos absorvem energia da radiação UV,
fazendo com que os elétrons do filtro saltem para um estado excitado. Ao retornar ao estado fundamental, a
energia é liberada na forma de calor ou luz em maior comprimento de onda. A transição de volta ao estado
fundamental tem o potencial de causar modificações químicas, resultando em filtros menos eficazes para filtrar a
luz UV. Filtros UV inorgânicos podem absorver, refletir e espalhar a luz UV. Em comparação com os filtros
orgânicos, esses produtos são mais estáveis à degradação da exposição aos raios UV. Fonte: adaptado de
MANCEBO, HU, WANG, 2014.
Em filtros solares "físicos", o ingrediente ativo é um composto inorgânico que
funciona refletindo fisicamente ou espalhando a radiação UV. O óxido de zinco (ZnO) e o
dióxido de titânio (TiO2) são os únicos filtros UV inorgânicos aprovados para uso nos Estados
Unidos. As primeiras gerações desses produtos não tinham popularidade por causa de falhas
inerentes em seus perfis sensoriais. Esses produtos de primeira geração continham partículas
maiores com índices de refração mais altos, resultando em uma camada branca espessa que
apresentava baixa dispersão de partículas e potencial comedogênico (WANG, BALAGULA,
OSTERWALDER, 2016).
Nas últimas décadas, os fabricantes modificaram formulações para incluir ZnO e
TiO2 micronizados e nanométricos, que dispersam menos luz visível e criam filmes mais
transparentes que fornecem melhor aparência cosmética (MITCHNICK, FAIRHURST,
PINNELL, 2009). A redução no tamanho das partículas também levou a mudanças no perfil
de absorção. O TiO2 nanométrico tem uma capacidade aprimorada de absorver luz UV na
faixa UV-B (isto é, 290– 320 nm). No entanto, este aumento na absorção de UV-B pode
resultar em menor proteção contra radiação UV-A e perda potencial de cobertura de amplo
15

espectro. Em comparação com filtros orgânicos, esses filtros são menos suscetíveis à
degradação de UV exposição e têm menor potencial de causar reações alérgicas (WANG,
TOOLEY, 2016).

Quadro 03: Filtros de luz ultravioleta aprovados pelo FDA para uso nos Estados Unidos. Fonte: adaptado de
Macembo et al, 2014.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o protetor solar deve ser
aplicado 20 minutos antes da exposição ao sol com reaplicação cada segunda hora e repetido
após nadar ou tomar banho. A proteção conferida pelo filtro solar é expressa como o fator de
proteção solar (FPS), que é o fator pelo qual a dose de exposição ao sol pode ser aumentada
antes que o eritema cutâneo se desenvolva (OMS, 2018).
A dose mínima de eritema (MED) é a dose de RUV necessária para provocar
eritema apenas perceptível. O FPS é calculado a partir da fórmula:
16

De acordo com as Diretrizes da American Food and Drug Administration (FDA,


2011) e da International Organization for Standardization (2010), a quantidade de protetor
solar aplicada ao testar o FPS deve ser de 2 mg/cm2. Quanto do SPF marcado é obtido quando
se usa um protetor solar, portanto, depende da quantidade de protetor solar aplicado e se o
mesmo é espalhado uniformemente sobre toda a superfície da pele. Dados do FDA
demonstram que, na realidade, os consumidores aplicam quantidade de protetor solar muito
inferior ao recomendado. Fatores externos como natação, atividade física, sudorese e contato
com areia e roupas de praia podem reduzir a efetividade do produto (PETERSEN, WULF,
2014).
A prevalência relatada de reações de fotoirritação e fotoalérgica aos filtros solares
é rara em comparação com eventos adversos, por exemplo, irritação ou sensibilização cutânea
produzidos por cosméticos ou ativos topicos e não implicam diretamente produtos potenciais
de degradação dos filtros UV. Além disso, para pelo menos uma combinação foto-instável,
octil metoxicinamato e avobenzona, os benefícios em longo prazo para os seres humanos,
p.ex., redução nos cãncer da pele, parecem compensar quaisquer potenciais consequências
adversas atribuídas à foto-degradação. Os produtos de proteção solar são formulados para
atingir a máxima eficácia que, por necessidade e design, incorporam medidas para apoiar e
promover fotoestabilidade, já que todos os filtros UV orgânicos apresnetam potencial
fotodegradação (KOCKLER, OELGEMÖLLER, ROBERTSON, GLASS, 2012).
As medidas atuais de desempenho FPS in vivo e UVA in vitro, conduzidas sob
condições padronizadas, em parte, representam a fotoestabilidade. As preocupações expressas
quando se considera a exposição humana a potenciais filtros UV foto-instáveis ou filtros
solares podem não se manifestar como riscos para a saúde em condições de uso. Ainda assim,
a melhoria na fotoestabilidade dos produtos fotoprotetores continua a ser um objetivo
estratégico fundamental para os fabricantes (NASH, TANNER, 2014).
O uso de protetor solar apresenta muitos benefícios para a saúde. Estudos
demonstrou que a aplicação diária de protetor solar pode prevenir desenvolvimento de
ceratose actínica, carcinoma das células escamosas e melanoma (VAN DER POLS et al,
2006; GREEN et al, 2011). Além disso, há evidências sugerindo que os filtros solares podem
17

diminuir o aparecimento do envelhecimento prematuro e prevenir as exacerbações das


fotodermatoses (HUGHES et al, 2013; BISSONNETTE, NIGEN, BOLDUC, 2011).
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que é formada principalmente a partir
da exposição cutânea à porção UV-B da luz solar. Acredita-se que a vitamina D exerce efeito
benéfico na fisiologia humana e, nos últimos anos, preocupações com o efeito inibitório do
filtro solar na síntese de vitamina D foram criados (CELLENO et al, 2013).
Teoricamente, o uso de protetores solares a 2 mg/cm2 pode reduzir a formação de
vitamina D, porque os filtros efetivamente bloqueiam a UV-B de alcançar a epiderme (WEBB
et al, 2010). No entanto, dados clínicos indicam que a aplicação inadequada de protetores
solares resulta em maior exposição à luz solar, levando a uma maior produção de vitamina D
entre os usuários de protetor solar (BURNETT, WANG, 2011).
Recomenda-se que os indivíduos sejam dissuadidos de obter vitamina D através
da exposição excessiva aos raios UV. Em vez disso, a suplementação dietética de vitamina D
fornece uma rota confiável para atingir níveis séricos adequados. O Instituto Americano de
Medicina recomenda suplementação dietética diária de 600 UI de vitamina D para crianças e
adultos até aos 70 anos de idade (HALPERN, 2013).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A necessidade do uso de protetores solares é uma realidade. Há certo desconhecimento


por parte da população sobre a importância da proteção contra os raios UV, enquanto o UVB
é mais predominante no verão do que em estação fria, a UVA incide o ano inteiro e também
ao longo de todo o dia. Ao estudar este tema compreendemos a importância de utilizar
protetor solar diariamente, além dos efeitos da radiação na nossa pele, e tínhamos como
objetivo fazer com que a população tenha cada vez mais conhecimento, através destes artigos,
relacionados ao tema.
O desenvolvimento e o uso do fotoprotetor tópico sempre esteve relacionado à
prevenção dos efeitos agudos da radiação solar, particularmente a queimadura solar. Os
estudos sobre os efeitos dessas substâncias no organismo estão se ampliando e as primeiras
medidas de controle começam a aparecer. Mais recentemente, nos Estados Unidos, já é
obrigatório o destaque nos rótulos de filtros solares a presença de substâncias tais como
octocrileno, benzofenona, oxibenzona e vários outros.
18

Sendo assim, filtros não são somente cosméticos e sim protetores eficazes contra
radiações ultravioletas em diversas situações. Desta forma, tais filtros são uma necessidade
diária para toda a população, independentemente do fototipo de pele, idade, localização
geográfica, em virtude da proteção contra a queimadura solar, evitando o fotoenvelhecimento
precoce da pele e a degeneração tecidual antiestética, além de impedir o agravamento de
doenças preexistentes específicas. Porém existem alguns pontos negativos tais como:
desenvolve uma coloração opaca e esbranquiçada sobre a pele aplicada, sendo assim
favorável para desenvolvimento de comedões, manchando as vestimentas, assim implicando
no seu fator de proteção.

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