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A FÍSICA APLICADA NA MEDICINA

Categoria: Ensino Médio


Modalidade: Física aplicada

HOLLER, Amanda Schweppe; BACHMANN, Júlia; KAMMERS, Roberto.

Instituição: Escola de Educação Básica Paulo Cordeiro – Rio do Sul / SC

INTRODUÇÃO

Segundo artigo da Sociedade Brasileira de Física, a física médica é um ramo da física


que visa compreender as aplicações das leis, conceitos, modelos e métodos físicos para
diagnosticar e tratar doenças, desempenhando um papel fundamenta na assistência médica,
pesquisa e prevenção de acidentes e proteção radiológica.
A física médica surge nos tempos modernos, como a entendemos atualmente, a partir
do descobrimento dos raios-X e da radioatividade, sendo hoje utilizados amplamente nos
diagnósticos e tratamentos médicos. Após alguns anos de estudos e pesquisas, os cientistas
perceberam os potencias riscos a exposição prolongada destes agentes, sendo necessária
posteriormente a utilização de profissionais da área de física nos grandes hospitais pelo
mundo.
A área de estudo da física médica está voltada principalmente para as áreas de
Radiologia Diagnóstica e Intervencionista, Medicina Nuclear, Radioterapia, Radiocirurgia,
Proteção Radiológica, Metrologia das Radiações Ionizantes, Biomagnetismo e Radiobiologia
Clínica e Epidemiológica.
O físico médico é indispensável para a operação e utilização das mais diversas
tecnologias da área, como aceleradores lineares clínicos, tomógrafos gama, sistema de
braquiterapia de alta taxa de dose, tomógrafos de ressonância magnética. Eles também atuam
para garantir a qualidade e a segurança dos serviços prestado para a comunidade.
A seguir apresentamos as principais disciplinas acadêmicas ministradas pelos
principais cursos de física médica no Brasil. Este levantamento foi realizado pela PUC-SP no
ano de 2011.

Figura 1: Matérias específicas mais abordadas nos cursos de graduação em Física Médica.

Fonte: PUC-SP (2011)

As disciplinas específicas mais frequentes (Figura 1) em seus currículos são: Proteção


Radiológica (91%), Física da Radioterapia (83%), Física do Radiodiagnóstico (58%), Física
das Radiações (50%), Laboratório de Física Médica (41%), Efeitos Biológicos (33%),
Processamento de Imagens Médicas (33%) e Radiobiologia (33%).
Podemos notar uma preocupação muito grande com a proteção radiológica, tendo em
vista os possíveis malefícios da utilização errônea de equipamentos radiológicos. O caso mais
famoso no Brasil, envolvendo radiação, ocorreu no ano de 1987, na cidade de Goiânia.
Quando catadores de sucata, encontraram uma máquina de raio-X em uma clinica
abandonada. Ao desmontar a máquina, estes de depararam com um material altamente
radioativo, o Césio 137. Sem saber do perigo, estes acabaram por distribuir entre seus
familiares e amigos, o pó brilhante encontrado. Evidentemente este é apenas um exemplo, a
proteção radiológica busca proteger tanto o paciente como o operador do equipante, evitando
exposições prolongadas à radiação, evitando possíveis riscos a saúde de ambos.
Como base no que foi expresso, este trabalho se mostra relevante para o estudo da
Física, como uma forma de utilidade pública. Saber o que é a radiação ionizante e quais são os
procedimentos que ela pode ou não ser utilizada é de extrema importância. O estudos das
ondas eletromagnéticas vai muito além das aplicações na física médica e neste trabalho
abordaremos uma série de procedimentos médicos, equipamentos e sua relação com o
componente curricular de Física, desenvolvido na trilha de aprofundamento de Saúde e
cuidados de si e do outro.

CAMINHOS METODOLÓGICOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este trabalho foi elaborado na Segunda Série 1 do Novo Ensino Médio, durante as
aulas da trilha de aprofundamento de Saúde e cuidados de si e do outro, no componente
curricular de Física.
Utilizamos a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel. Segundo Ausubel
(1982), devemos valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes, para que a partir deles
possamos descobrir e redescobrir outros conceitos, tornando a aprendizagem eficaz,
prazerosa, ou seja, significativa.
Iniciamos as aulas abordando os diferentes procedimentos médicos e os equipamentos
que são utilizados para os mesmos. Os estudantes relataram alguns procedimentos pelos quais
os mesmos passaram, ou até mesmo seus familiares. Após isto, discutimos o funcionamento
de alguns dos equipamentos mais comuns e que a maioria dos estudantes possui
conhecimentos.
Os estudantes foram divididos em grupos e cada um ficou responsável pela pesquisa e
apresentação de como se dá o funcionamento destes equipamentos. Os
equipamentos/procedimentos estudados foram os seguintes: ressonância magnética, raio-X,
ultrassonografia, eletrocardiograma, tomógrafo, desfibrilador, marca passo, oxímetro, aferidor
de pressão e o ventilador pulmonar.
Os estudantes elaboraram cartazes explicativos para serem expostos no dia da família
na escola e elaboraram também apresentações para os demais colegas.
Ao longo das apresentações os estudantes perceberam que grande parte dos
equipamentos e procedimentos utilizavam algum tipo de onda, seja ela eletromagnética ou
mecânica. Com isso, abriu-se uma nova área do conhecimento, a ondulatória.
Foram realizados estudos sobre as ondas sonoras (mecânicas) e as ondas
eletromagnéticas, podendo estas ser ionizantes ou não. Introduzimos o conceito de radiação,
que pode ser definido como: (i) qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de
energia, seja por intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas
de energia cinética. (ii) energia que se propaga de um ponto a outro no espaço ou num meio
material (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).
Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a radiação ionizante é a
radiação cuja energia é superior à energia de ligação dos elétrons de um átomo com o seu
núcleo; radiações cuja energia é suficiente para arrancar elétrons de seus orbitais
(NOUAILHETAS, 2011).
Este estudo sobre a radiação ionizante foi utilizado como base nos estudos sobre Física
Médica, principalmente no que tange a prevenção e cuidados envolvendo este tipo de
radiação. Realizou-se um paralelo com o acidente de Goiânia e caracterizou se os possíveis
danos a saúde causados pela radiação ionizante (raio-X e gama).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término deste trabalho, podemos concluir que a metodologia utilizada foi de suma
importância para a compreensão dos estudantes. Estes compreenderam as principais
diferenças entre as ondas mecânicas e eletromagnéticas, como também compreenderam a
diferença entre a radiação ionizante e não-ionizante. Os estudantes estão aptos a compreender
os diferentes procedimentos médicos que utilizam princípios da física e como estes ajudam a
si mesmo, seus familiares e a comunidade.

REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo:
Moraes, 1982.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa.


3.ed. rev. e atual. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2009.

NOUAILHETAS, Yannick et al. Radiações Ionizantes e a vida. Rio de Janeiro, 2005.

Dados para contato: Trabalho desenvolvido com a turma da segunda série 1, da Escola de
Educação Básica Paulo Cordeiro, do município de Rio do Sul, por todos os estudantes da
turma.

Expositor: Amanda Schweppe Holler; e-mail: amandaschweppe496@gmail.com;


Expositor: Júlia Bachmann; e-mail: julia.bachmann115@gmail.com;
Professor Orientador: Roberto Kammers; e-mail: betokammers@gmail.com.

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