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CELULAR
MEMBRANAS PLASMÁTICAS
↠ Região basolateral e apical.
↠ Microvilosidades: especialização de membrana, sustentada por células do citoesqueleto.
↠ Membranas fazem parte da organização das organelas como um todo, segregando os diferentes
compartimentos da célula eucariótica. Ademais, podem se organizar de diferentes maneiras.
Funções
Modelos
Charles
Davson e Danielli
Robertson
⇾ Propôs a teoria da estrutura trilaminar, em que há uma região hidrofóbica interna e duas regiões
hidrofílicas. Além disso, afirmou que há partículas de metal pesado localizadas na face externa e
proteínas na face interna, ou seja, as proteínas estão impregnadas por metal pesado.
Singer e Nicolson
⇾ Propôs o modelo do mosaico fluido, em que as membranas celulares são caracterizadas por uma
solução bidimensional orientada por proteínas globulares e lipídeos. É fluido porque a membrana é
formada por diferentes moléculas com capacidade de movimentação e admite diferentes formatos.
Composição
Fosfolipídios
⇾ Cadeias saturadas contém ligações simples e insaturadas possuem uma ou mais ligações duplas.
⇾ A presença das ligações duplas gera uma mudança de conformação nos fosfolipídios, assim, é uma
região mais fluida do que a região que apresenta apenas ligações simples, pois esta última possui
maior interação entre as moléculas.
⇾ O que caracteriza o tipo de fosfolipídio é sua cabeça polar, podendo ser fosfatidiletanolamina,
fosfatidilserina, fosfatidilcolina, esfigomielina, entre outros.
⇾ O aumento da temperatura interfere na fluidez da membrana, deixando-a mais fluida, pois há uma
diminuição da temperatura
⇾ É uma região mais rígida da bicamada rica em colesterol e esfingolipídios. Esta tem como função
confinar algumas moléculas, impedindo que elas se movimentem na membrana.
Teoria da endossimbiose
⇾ É amplamente aceita que a origem das células eucarióticas é através da invaginação das
membranas, confinando os compartimentos específicos da célula, cada um com a sua função. Além
disso, a célula procariótica ancestral incorporou organismos de vida livre que seriam as mitocôndrias
e os cloroplastos.
Proteínas na membrana
OBS: As proteínas integrais estão em maior quantidade e mais fortemente ligadas a bicamada quando
comparados as periféricas que ligadas de uma forma mais amena, mais fracas.
➢ Proteínas integrais
Transmembrana: Atravessa a membrana de um lado para o outro uma ou mais vezes. Possui
regiões hidrofóbicas (ficam no interior da bicamada) e hidrofílicas (ficam expostas ao meio aquoso
nos 2 lados da membrana).
Ancoradas à membrana: Possui uma alça lipídica associada à proteína por ligação covalente e
essa alça lipídica é associada à membrana.
Associadas: São aquelas em que a estrutura da proteína é inserida em uma das faces da bicamada.
➢ Proteínas periféricas
⇾ Estão ligadas a outras proteínas e essa interação ocorre através de cargas (interação fraca).
OBS: 1) As proteínas são desprendidas via alteração de carga, o que altera o pH do meio, mas não
altera a membrana.
Técnicas de imunofluorescência
⇾ Técnica que permite a visualização de antígenos nos tecidos ou em suspensões celulares utilizando
corantes fluorescentes, que absorvem luz e a emitem num determinado comprimento de onda. Nessa
técnica, o antígeno interage com o anticorpo, gerando complexo anticorpo-antígeno.
Fotobranqueamento
⇾ Técnica utilizada para estudo de fluidez de membrana. Ocorre quando uma célula é submetida a
excitação por muito tempo, o que faz com que ela pare de emitir, passando pelo fotobranqueamento.
FRAP (flurescence recovery after) - Recuperação da fluorescência após o branqueamento.
⇾ As proteínas inicialmente estavam marcadas com fluoroforo e uma região sofreu foto
branqueamento, deixando esta região branca (sem cor) com o passar do tempo há a redistribuição das
moléc marcadas e recuperação da fluorescência naquela região.
Transporte passivo
Difusão simples
Difusão facilitada
⇾ Ocorre através de um facilitador ou por canais. Neste último as proteínas sofrem movimento de
abertura e fechamento.
➢ Reguladores de canais
Transporte ativo
⇾ Ocorre contra o gradiente de concentração, com gasto de energia. Esse transporte está associado a
bombas que são de 4 classes distintas: classe P, classe V, classe F e transportadores ABC.
OBS: Todas tem em comum sempre mais de uma subunidade, são transmembrana e tem uma região
de ligação ao ATP.
➢ Classe P
⇾ Bombas de próton, Na+/K+ e Ca2+. Tem esse nome porque uma das unidades é fosforilada, ou seja,
há a transferência de um fosfato para a bomba.
⇾ A bomba Na+/K+ faz o Controle da Osmolaridade e do volume celular através do bombeamento
de três íons sódio para fora e dois íons potássio para dentro, o que é suficiente para a manutenção de
volume e osmolaridade na célula. Varia de acordo com o meio, podendo ser isotônica, hipotônica ou
hipertônica. No geral, as células estão no meio hipotônico, pois a quantidade de soluto dentro de uma
célula é muito grande.
➢ Classe V
⇾ Bombas de prótons.
⇾ Estão envolvidas na acidificação do lúmen, assim como a membrana do lisossomo, endossomos e
vacúolos, cujas enzimas só funcionam em pH baixo. Essas bombas bombeiam prótons H+ para dentro,
que se acumulam na face interna da membrana, atraindo contra-íons do lado de fora, o que gera o
potencial elétrico de membrana, a qual para de funcionar. Porém, para isso não acontecer há a
presença de um canal de Cl associado, não permitindo que os prótons se acumulem na face interna
na membrana.
➢ Classe F
➢ Transportadores ABC
OBS: O transporte ativo pode ser ativo primário ou ativo secundário. O transporte ativo primário está
acoplado à quebra de uma ligação covalente da molécula de ATP, que fornece a energia necessária
para que o processo ocorra. O transporte ativo secundário também precisa desta energia, no entanto,
ela é obtida através de um transporte primário que está ocorrendo paralelamente a esse.
⇾ Uniporte: bombeia em uma única direção e são acoplados, assim, na falta de um soluto o outro não
é transportado.
Microtúbulos
Microfilamentos
Filamentos intermediários
Microtúbulos
⇾ Organizados pela associação das tubulinas 𝛼 e 𝛽, formando um heterodímero (dímero formado por
subunidades distintas). Essas tubulinas, além de formarem a estrutura do tubo do microtúbulo, têm
atividade enzimática (se ligando a um substrato para formar produto).
⇾ As tubulinas se ligam aos nucleotídeos GTP e hidrolisam o GTP em GDP. Ou seja, cada vez que
o heterodímero é incorporado ao microtúbulo, ocorre a hidrolise de uma molécula de GTP, havendo
um gasto energético. De maneira mais detalhada, os microtúbulos são formados pela associação de
13 profilamentos, que são formados pela α e β tubulinas em sequência. Como formam um
heterodímero, uma extremidade do microtúbulo é diferente da outra: em uma ponta tem sempre a α e
na outra β. Quando a α-tubulina ligada ao GTP se liga à β, a interação da β muda a conformação da
α, a qual perde sua atividade catalítica, não conseguindo hidrolisar.
⇾ Quando se diz que os microtúbulos são polares, isso não leva a carga em consideração! Está
relacionado ao fato de que uma ponta é diferente da outra uma é 𝛼 e outra é 𝛽, pois o dímero é
incorporado aos pares.A partir do microtúbulo formado, a sua organização é mantida por interações
laterais 𝛼 − 𝛼 e 𝛽 − 𝛽.
⇾ Quando os microtúbulos estão formados, a extremidade com tubulina- β ligada a GTP forma a
capa/capacete, conforme entram subunidades livres.
⇾ Se a velocidade de entrada das subunidades livres é maior do que a velocidade de hidrólise, não
dá tempo para a tubulina-β hidrolisar esse GTP. Logo, essa velocidade de hidrólise se mantém
constante. Ao interrompermos a oferta de subunidades livres, o microtúbulo para de crescer e se torna
estável, fazendo com que o GTP da extremidade seja hidrolisado, devido à velocidade constante.
Assim, o protofilamento tende a se encurvar, gerando uma mudança em sua conformação. Como o
microtúbulo é gerado pelas interações laterais entre os protofilamentos, essas interações são
diminuídas e o microtúbulo acaba por desmontar.
OBS: 1) Quando o dímero for incorporado a um protofilamento, a tubulina-β o hidrolisa. Assim, caso
a velocidade de entrada seja muito maior que a de hidrólise, não haverá a formação de capa, pois esta
depende de uma concentração de subunidades livres maior do que a capacidade de hidrólise da
tubulina-β.
2) Tudo que é transportado via microtúbulo é transportado pelo lado de fora.
Instabilidade dinâmica
⇾ A proteína Tau (MAP que estabiliza o microtúbulo) sofre uma mutação, onde é hiperfosforilada, o
que diminui sua afinidade pelas tubulinas, formando agregados e provocando a desmontagem do
microtúbulo.
⇾ Quando a Tau se desloca o microtúbulo desmonta, fazendo com que o neurônio entre em morte
celular, pois o axônio não fica mais íntegro/estável.
Centrossomo
Proteínas motoras
⇾ Os microtúbulos são utilizados para o transporte de organelas e vesículas mediado por cinesinas e
dineínas. As cinesinas transportam em direção à membrana (extremidade +) e as dineínas em direção
ao núcleo (extremidade -).
OBS: Se falar no transporte na célula via microtúbulos e não falar do centrossomo, mas falar de
organela, é só pensar que o núcleo está sempre próximo ao centro da célula; logo, está perto do
centrossomo. Sabendo que a partir do núcleo, há o Retículo e o Golgi, se uma vesícula está sendo
encaminhada para o retículo, então é a dineína.
⇾ O que determina se uma vesícula é transportada via cinesinas ou dineínas são os receptores de
membrana que vão se associar às proteínas motoras, determinando a direção desse movimento
(núcleo ou membrana).
⇾ As cinesinas são constituídas por duas subunidades idênticas, as quais se associam e formam um
dímero, que possui uma cabeça (região de ligação ao ATP, quando ocorre o transporte com gasto
energético) e uma cauda (liga a cabeça à haste).
OBS: Na medida em que ocorre a ligação e hidrólise de ATP, a haste (pescoço) muda de conformação.
Essa mudança leva ao movimento de transporte dessa proteína.
⇾ As dineínas podem se ligar ao microtúbulo e à carga que estão transportando ou podem se ligar a
dois microtúbulos diferentes.
⇾ Como os microtúbulos estão relacionados à movimentação celular, envolvem também
movimentação via cílios e flagelos. Os flagelos têm uma movimentação natatória e o cílios de
batimento. A organização dessas estruturas é idêntica, assim, o que muda seu tipo de movimento
(natatório ou batimento) é o comprimento.
OBS: Os cílios e flagelos possuem 2 anéis, um formado por 13 protofilamentos (principal) e um por
10 (acessório).
⇾ O que gera o movimento tanto de cílios quanto de flagelos é o deslizamento das duplas. Ou seja,
o movimento é dado pela dineína.
⇾ A base que prende os cílios e flagelos na membrana é o corpo basal que, a partir desse, há o
prolongamento do axonema. A organização desse corpo é igual à dos centríolos, ou seja, possui 9
trincas de microtúbulos que se reorganizam e formam o axonema.
Microfilamentos
⇾ Formados por dois feixes intercalados (uma “hélice”) a partir da polimerização das actinas, as
quais estão envolvidas na movimentação, na contração muscular, na divisão celular (microfilamentos
do anel contrátil) e na formação dos pseudópodes, lamelopódios e filopódios.
⇾ A organização dos microfilamentos é dada por estruturas formadas pela associação das proteínas
ARP2 e ARP3 (relacionadas à actina), as quais formam um complexo protéico que, a partir deste, as
subunidades livres se ligam.
⇾ Na fenda ou região de ligação ao ATP há a hidrólise de ATP com gasto energético, logo, as actinas
também são enzimas.
⇾ Por convenção, a extremidade da actina no polímero onde tem a fenda de ligação ao ATP é negativa
(-) e a outra é positiva (+). Isso se dá pela velocidade de polimerização.
⇾ No sistema in vitro a actina livre se liga ao ATP, formando agregados e, a partir disso, há a geração
de polímeros
OBS: Actina G está livre e a Actina F está no filamento. São a mesma proteína, mas a sua localização
muda.
OBS: A polimerização nesse sistema é mediada por proteínas acessórias, como a formina, que auxilia
aumentando a velocidade de polimerização dos microfilamentos.
⇾ Os microfilamentos podem formar feixes contráteis, paralelos e em forma de gel (rede). Sua forma
depende das proteínas que interligam a esses filamentos. Os feixes paralelos formam os filopódios e
os contráteis lamelopódios.
Especialização
OBS: São produzidas no modo inativo e a mudança de conformação é que ativa essa proteína motora.
Quando estão no seu modo ativo, essas proteínas são capazes de formar filamentos com outras
miosinas, sendo um filamento bipolar, isto é, com as cabeças em lados opostos.
Filamentos intermediários
Lâmina nuclear
Estrutura que sustenta o núcleo e que é formada pela associação das proteínas lâmina A, B e C.
⇾ Na prófase há uma desorganização da estrutura do núcleo através da fosforilação das lâminas A,
B e C. Ou seja, a presença desse fosfato faz com que essas proteínas percam sua afinidade umas pelas
outras, desmontando a estrutura de lâmina.
⇾ Há a participação de duas enzimas controladoras do ciclo celular que fosforilam e desfosforilam
(fosfatases) a lâmina.
OBS: A lâmina B permite que as lâminas A e C percebam que as membranas são nucleares e que
precisam se reorganizar.
Proteínas acessórias
OBS: 1) A comunicação entre núcleo e citosol ocorre pelos poros nucelares e a comunicação entre
mitocôndria e citosol ocorre pelos canais de membrana.
2) A área de membrana de organela está relacionada com a função que aquela célula exerce.
Composição
Retículo endoplasmático
Síntese de proteínas
OBS: 1) O ribossomo não é uma organela, pois não é envolto por membrana. É um complexo
formando por RNA e proteína.
2) Os ribossomos formam duas subunidades: uma maior e uma menor. Se os ribossomos não
estiveram ligados a um RNAm, essas subunidades sempre são mantidas separadas. Isso ocorre pela
ação de certas proteínas.
3) O RNAm de eucariotos é monocistrônico (carrega um único gene) e dos procariotos é
policistrômico (carrega mais de uma sequência codificante).
Tradução
Aminoácidos e proteínas
⇾ O mecanismo de tradução é o mesmo: o RNAm sendo lido pelo ribossomo e a proteína sendo
formada.
⇾ Na medida em que o ribossomo percorre pelo RNA, os aminoácidos são adicionados um a um e
proteína é produzida aos poucos, ou seja, ela se enovela antes do término da tradução.
⇾ Chaperonas e chaperoninas: proteínas responsáveis pela manutenção da conformação
tridimensional dessas proteínas que se enovelam antes do término da tradução.
⇾ Quando a tradução ocorre associada à estrutura do RE, indica que a proteína participa da via de
secreção. Assim, a via de síntese e secreção de proteínas sempre corresponde a RE, Golgi e
membrana.
OBS: A sequência sinal ou sinalizadora determina se a proteína fica no citosol ou não. Quando fica
no citosol, essa proteína não possui essa sequência e, quando sai do citosol, ela obrigatoriamente tem
uma sequência sinal.
Síntese e endereçamento de proteínas
⇾ É o caminho que a proteína faz na medida em que é sintetizada e distribuída no seu destino.
⇾ Esse endereçamento (ou encaminhamento) pode ser co-traducional e pós-traducional. No primeiro
a proteína é encaminhada ao mesmo tempo em que é sintetizada e no segundo a proteína é traduzida
como solúvel e depois é encaminhada ao seu destino.
⇾ Nesse mecanismo há a presença de sequência sinal.
⇾ Na membrana do RE, há uma proteína de membrana, que é o receptor que reconhece a partícula
reconhecedora de sinal. No transporte de proteínas, ocorre uma interação entre o receptor na
membrana com o receptor que reconhece a sequência sinal para posicionar o ribossomo em um canal
de membrana. Assim, como esse transporte é co-traducional, a partícula reconhecedora de sinal se
liga na sequência sinal, bloqueia a tradução e leva esses componentes para a membrana do RE. É
importante ressaltar que há um canal (translocador) associado ao receptor.
Proteínas integrais (transmembrana)
⇾ Possuem uma região em que há uma maior concentração de aminoácidos hidrofóbicos ou não, os
quais ficam no interior da bicamada. Na medida em que uma sequência de aminoácidos hidrofóbica
está no interior do canal, este se abre lateralmente; fazendo com que a proteína se difunda ao plano
da bicamada dando continuidade a tradução. Assim, tem-se uma região voltada para o lúmen do RE,
uma no interior da bicamada e outra no citosol.
OBS: Quando uma proteína se insere na membrana mais de uma vez, ela possui várias sequências de
transferência, ou seja, o translocador se abre muitas vezes para essa região hidrofóbica ir difundindo
na bicamada.
Inserção co-traducional
Glicosilação de proteínas
Síntese de fosfolipídios
OBS: Como essas enzimas estão com seu sítio ativo voltado para o citosol, na medida em que o
fosfolipídio é montado, ele é inserido na monocamada.
- A fosfatase tira o fosfato do ácido e expõe a hidroxila para que as fosfotransferases transfiram a
cabeça polar. A molécula resultante é o diacilglicerol, que tem uma molécula de colina transferida,
formando fosfatidilcolina (inserida na monocamada). A partir disso há a redistribuição desses
fosfolipídios na bicamada, para ter um equilíbrio de concentração. Isso ocorre pela ação das flipases,
que transferem esses fosfolipídios gerando o equilíbrio na bicamada.
TRÁFEGO INTRACELULAR DE VESÍCULAS
Complexo de Golgi
↠Recebe esse nome em homenagem a Camilo Golgi, o qual a partir de técnicas de coloração com
nitrato de prata identificou a organela.
↠É formado por cisternas achatadas e empilhadas independentes, podendo ser dividido em face cis
(voltada para o retículo endoplasmático, logo, para o núcleo) e trans (voltada para membrana).
Lembrando que a organização da célula é dada por núcleo → retículo → Golgi → membrana.
↠Na face cis há cisternas cis, no meio há cisternas médias e na face trans há cisternas trans. Cada
cisterna possui um conjunto de enzimas para determinada função. A maior parte das funções está
relacionada à modificação pós-traducional, ou seja, modificação de proteínas que são sintetizadas no
retículo, encaminhadas para o Golgi e depois para seus destinos, podendo permanecer no Golgi,
retornar ao retículo, ir para uma via secretória e direcionar-se para formação de lisossomos ou de
membrana.
OBS: 1) Há também as redes cis e trans na região onde ocorreintenso brotamento e recebimento de
vesículas.
2) As extremidades que se comunicam com o retículo e com a membrana possuem maior atividade e
a região no interior da organela possui menor atividade.
Transporte vesicular
⇾ As proteínas vêm do RE, são empacotadas em vesículas e são encaminhadas para o Golgi e, neste
ocorre a redistribuição das enzimas nos seus diferentes compartimentos. As enzimas são
encaminhadas via RE e, quando chega na rede cis do Golgi, são empacotadas em vesículas até chegar
no seu destino (rede média ou trans). Esse transporte pode ser unidirecional (transportada pelas
diferentes cisternas e encaminhada para a membrana) ou bidirecional. Esse encaminhamento está
relacionado com a sequência sinal, a estrutura tridimensional das proteínas e a marcadores presentes
na membrana das vesículas.
OBS: Esses modelos não são excludentes. Durante a morfogênese do Golgi, ocorre a comunicação
via vesículas entre as cisternas e também ocorre a maturação de cisternas.
Glicosilação de proteínas
⇾ Todas as proteínas que são glicosiladas no nível de RE por uma transferase possuem a mesma
cadeia de açúcares. No lúmen do RE é recebida a cadeia de açúcares em bloco e são encontradas
glicosidases e manosidades, que começam o processamento desses açúcares. Quando essa cadeia de
açúcar é transferida para as diferentes cisternas do Golgi, continuam sendo modificadas. O que
determina em qual cisterna do Golgi haverá manose retirada, galactose adicionada e outras
modificações é o reconhecimento da estrutura tridimensional das proteínas pelas enzimas do Golgi.
Ademais, é importante ressaltar que a conformação final das glicoproteínas será extremamente
variada e uma mesma cadeia polipeptídica pode obter mais de uma cadeia de açúcar.
⇾ A glicosilação pode ocorrer no RE, sendo N-ligada, com um mecanismo co-traducional, com
sequência de aminoácidos definida (asparagina - qualquer aminoácido - treonina/serina) e com o
dolicol como doador de açúcar. Além disso, pode ocorrer no Golgi, sendo O-ligada, com mecanismo
pós-traducionai, sem sequência de aminoácidos definida, com os nucleotídeos como doadores do
açúcar transferido. Vale ressaltar que O-glicosilado tem muito mais variedade, pois tem uma série de
enzimas solúveis no complexo de Golgi. Os dois mecanismos possuem em comum uma transferência
de uma cadeia de açúcar e a glicosilação relacionada com a sequência de aminoácidos (a qual define
a forma da proteína posteriormente). Entretanto, o que determina para o O-ligado receber certo açúcar
são a organização tridimensional da proteína e o enovelamento, que são determinados pela sequência
de aminoácidos.
Formação de vesículas
⇾ É necessário entender como a vesícula sai do compartimento doador para ser encaminhada para o
compartimento alvo.
⇾ Além das proteínas de revestimento; há as proteínas regulatórias (Sar 1 e ARF, ambas GTPases),
as quais são responsáveis pelo mecanismo de regulação de vesículas,
que ocorre com gasto de energia, pois essas proteínas se ligam ao
GTP e hidrolisam o GTP a GDP e Pi.
Encaminhamento de vesículas
⇾ O tráfego vesicular ocorre através das proteínas de revestimento COP I e COP II, as quais se ligam
nas proteínas regulatórias gradativamente. Podem ser de dois tipos:
⇾ Na medida em que a vesícula é formada, a proteína de revestimento não possui mais função, pois
com a hidrólise de GTP a proteína regulatória muda de conformação, se desprendendo da membrana
e carregando o revestimento junto. Isso faz com que toda estrutura desmonte. Dessa forma, são
recicladas para outra área de membrana doadora, para que ocorra novamente um mecanismo de
formação de vesículas.
⇾ Após as vesículas saírem do compartimento doador, a família de proteínas Rab direciona essas
vesículas, ou seja, é o endereço das vesículas. Na membrana alvo há o receptor que reconhece a Rab,
fazendo com que esta se acople à membrana. Após esse ancoramento, ocorre a fusão das membranas
da vesícula e do alvo através da aproximação que é dada pela interação com a v-snare/t-snare.
⇾ Os inibidores que bloqueiam a v-snare impedem a fusão, pois não permitem a interação dela com
a t-snare.
Endocitose
⇾ O destino de ambas as vias é a fusão da vesícula formada com o lisossomo para haver degradação.
Fagocitose
⇾ Ocorre em células especializadas, onde uma partícula adere à membrana que, por mecanismos de
sinalização, essa membrana se projeta para incorporar a partícula, ou seja, há um englobamento. Após
esse processo, ocorre a fusão com vesículas contendo enzimas e ocorre a degradação através da fusão
com lisossomos.
OBS: Cada vez que uma partícula interage com um receptor de membrana; gerando uma alteração da
estrutura dessa membrana para que uma partícula entre, seja por projeção ou invaginação, ocorre o
remodelamento dos microfilamentos.
Pinocitose
⇾ As clatrinas são proteínas que estão envolvidas na invaginação da membrana para que uma vesícula
seja formada. Elas têm uma estrutura formada por três cadeias polipeptídicas que se organizam em
uma trinca, que é responsável pela formação da capa que gera a curvatura.
⇾ As adaptinas interagem com o fosfatilinositol-4,5-bifosfato gerando um sinal para interação dos
receptores de carga com as adaptinas. A incorporação de partículas LDL carregando colesterol é um
exemplo de pinocitose mediada por clatrina/receptores - primeiro há a interação da proteína adaptina,
depois o revestimento de clatrina se liga para gerar a curvatura da membrana, para que o LDL seja
incorporado. Os aminoácidos reconhecidos pela proteína adaptina podem sofrer mutações, não
permitindo que os receptores interajam com as adaptinas e que as clatrinas não se liguem, não
havendo o incorporamento do LDL, causando a hipercolesterolemia familiar. Uma vez que o
endossomo se forma, as clatrinas se desmontam. As dinaminas interagem com a região em forma de
pescoço que prende a vesícula na membrana e geram um estrangulamento para que haja a
aproximação da vesícula com a membrana. Se forem geradas alterações nas cadeias de aminoácidos
da dinamina, ela continua interagindo, mas não muda de conformação de modo a gerar a aproximação
- não havendo desprendimento.
⇾ As cavéolas são formadas pela interação das caveolinas (proteínas), as quais interagem com regiões
de membrana e geram a curvatura desta. No entanto, morfologicamente as caveolinas não revestem
a vesícula, assim, não são consideradas pertencentes a proteínas de revestimento.
OBS: Na macropinocitose, a interação de ligantes com receptores tirosinacinase gera uma alteração
na estrutura da membrana e sinaliza para que a membrana se projete constitutivamente, incorporando
partículas e solvente. Além disso, dependendo do tipo celular, ou seja, do fator de crescimento; há
diferentes formas de projeções de membrana gerando estruturas internas diferentes.
Exocitose
⇾ Organelas heterogêneas que possuem em seu interior hidrolases, as quais têm função de digerir o
que foi endocitado. Ademais, estão sempre em transição.
⇾ São originados a partir de vesículas que brotam das redes trans do Golgi. As enzimas lisossomais
são glicoproteínas. Essas enzimas interagem com os endossomos, formando endossomos iniciais, os
quais recebem enzimas do trans Golgi enquanto o lúmen está sendo acidificado. Dessa forma, os
lisossomos são formados quando todas as enzimas estão incorporadas à estrutura e o pH estiver ótimo,
o qual é mantido pelas bombas da classe V.
⇾ As proteínas percussoras são sempre encaminhadas para um pré-lisossomo através de um receptor
para a manose-6-fosfato, que é uma glicoproteína N-ligada, em que a cadeia de açúcar foi adicionada
em um mecanismo co-traducional. Uma enzima fosfotransferase reconhece a estrutura tridimensional
da hidrolase precursora e reconhece um açúcar ligado a um nucleotídeo, transferindo N-
acetilglicosaminafosfato para a manose e liberando uridina monofosfato. Ademais, a N-
acetilglicosaminidase retira a N-acetilglicosamina e mantem o fosfato.
⇾ A partir do momento em que essa vesícula com receptor ligado a hidrolase fusionar com o
endossomo inicial, o pH do lúmen faz com que ocorra a perda de afinidade entre o precursor
lisossomal com seu receptor, liberando a proteína no lúmen do endossomo pela diferença de pH. Não
interage novamente com o receptor porque há uma fosfatase que retira o fosfato da manose.
⇾ O endossomo inicial é a fusão de vesículas do trans Golgi, trazendo enzimas. O endossomo inicial
maduro é os corpos multivesiculares. Por fim, o endossomo tardio é a fusão de vesículas umas com
as outras. Posteriormente há a formação dos lisossomos.
⇾ A curvatura da membrana do corpo multivesicular ocorre por meio de invaginação. Isso é dado
por complexos protéicos endossomais necessários para transporte ESCRT, que estão no interior dos
endossomos e são responsáveis por formar a projeção da membrana para o lado de dentro.
Mitocôndrias
⇾ Possuem duas membranas, uma membrana externa voltada para o citosol e uma interna, que é
especializada e que se prolonga formando as cristas mitocôndrias. Ademais, há a matriz mitocondrial
(análoga ao lúmen de outras organelas e ao nucleoplasma do núcleo) e o espaço intermembrana (entre
a membrana interna e a externa). Possuem genoma próprio.
⇾ A membrana interna da mitocôndria possui a cardiolipina (fosfolipídio especializado) e é derivada
da célula procariótica ancestral
⇾ Possui função de respiração e produção de energia e é o segundo maior reservatório de cálcio da
célula.
⇾ Tem origem da endossimbiose, em que uma célula pré-eucariótica ancestral incorporou um
procarioto de vida livre por endocitose, passondo a viver em simbiose com a célula. No entanto, a
simbiogênese é uma consequência da endossimbiose, sendo a modificação da célula incorporada ao
longo do tempo.
⇾ As mitocôndrias não formam vesículas a partir da membrana plasmática, ou seja, não fazem parte
do sistema de endomembranas. Logo, se comunicam através de canais de membrana. Dessa, forma,
não há a fusão de membranas e sim a redistribuição de fosfolipídeos por proteínas carreadoras através
da aproximação das membranas.
⇾ A localização das mitocôndrias é distinta. Na célula elas ficam entre as miofibrilas, nos
espermatozóides ficam abaixo de sua cabeça para a movimentação dos flagelos. Além disso, para que
as cabeças de miosina caminhem em direção a extremidade +, é necessário ATP oriundo das
mitocôndrias.
Fusão e Fissão
⇾ Fusão ocorre quando duas mitocôndrias interagem pela aproximação das membranas, formando
uma única mitocôndria. Isso é feito por proteínas que interagem com a membrana externa, gerando
um espaço intermembrana único, ou por proteínas ligadas à membrana interna, aproximando as
membranas e permitindo o fusionamento.
⇾ Fissão ocorre quando uma mitocôndria se divide em duas através do estrangulamento das
membranas por proteínas que se ligam na membrana da mitocôndria para haver a fissão.
OBS: Esses mecanismos são importantes para manter a distribuição das mitocôndrias na célula.
⇾ Possuem função de oxidação de ácidos graxos de cadeia longa, síntese de ácido biliar e síntese de
plasmalogênios. Além disso, então envolvidos na síntese e degradação do peróxido de hidrogênio
(água oxigenada).
⇾ A origem dos peroxissomos se dá pela fusão entre retículo endoplasmático liso e vesículas.
Posteriormente, há um aumento de tamanho e fissão dessas organelas, gerando outros peroxissomos.
Peroxissomos X Lisossomos
Peroxinas (pex)
Observações
⇾ Mais de 50 enzimas foram encontradas envolvidas nos peroxissomos nos mais diversos tipos
celulares. O conteúdo enzimático pode variar entre diferentes tipos celulares e suas localizações,
diferentemente de lisossomos e mitocôndrias. Todas as enzimas pertencem às classes das oxidases e
catalases.
⇾ Até década de 70, os peroxissomos não eram incluídos no sistema de endomembranas, pois não
era visto o curvamento da membrana.
⇾ Os vagalumes foram modelos para estudo das funções de peroxissomos. Neles há uma região com
intensa presença de peroxissomos, os quais possuem a enzima luciferase, que produz oxiluciferina a
partir da luciferina, gerando luz. Isso ocorre pela codificação da luciferase, permitindo a emissão de
luz. Além disso, um trabalho de 1887 mostra que a luciferase quando é clonada em um vetor de
expressão, e este é inserido em células de mamíferos, a célula passa a expressar essa enzima na região
com peroxissomos. Assim, mesmo em um sistema diferente, a luciferase é encaminhada para região
de peroxissomos.
NÚCLEO
Morfologia
Poro nuclear
⇾ No transporte mediado ou aclopado através dos poros há a necessidade de uma sequência sinal, a
qual é formada por aminoácidos e é específica, pois, se mudar um único aminoácido, não ocorre o
encaminhamento dessa sequência. As proteínas que mediam esse transporte são as carioferinas, as
quais podem ser divididas em importinas e exportinas. Estas possuem grande afinidade pela sequência
sinal e, ao chegarem ao citosol ou ao nucleoplasma, necessitam da perda de afinidade para que as
importinas ou exportinas retornem. Esse mecanismo é regulado, pois esses receptores (carioferinas)
estão sempre ligados a proteínas Rans, que se ligam a GTPases. Dessa forma, o receptor tem uma
região que se liga a carga e uma que se liga a Ran, a qual pode estar ligada ao GTP ou GDP. A ligação
com o GDP é no citosol, em que a Ran GEF desloca o GDP da Ran e substitui por um GTP no
nucleoplasma. Já a ligação da Ran com GTP é no nucleoplasma, em que Ran GAP hidrolisa GTP a
GDP e Pi no citosol.
Na importação do citosol para o núcleo as importinas se ligam a cargas por sequência sinal e
formam um complexo binário (importina- carga), o qual se liga a fibrilas citosólicas, fazendo com
que a estrutura do poro se abra e o complexo importina-carga passe pelo poro. Para esse receptor
soltar a carga no nucleoplasma há a interação com a Ran ligada ao GTP. Com essa liberação, forma-
se um novo complexo binário importina-GTP, só que no núcleo. Esse complexo se liga à fibrila
nuclear, retorna ao citosol e, neste a Ran GAP ativa a Ran e hidrolisa o GTP em GDP e Pi, o que faz
com que a importina perca a afinidade pela Ran, liberando esse receptor para um novo ciclo de
transporte. Enquanto na exportação do núcleo para o citosol forma-se um complexo ternário
(exportina-carga- Ran GTP). Após a ligação com a fibrila nuclear e a passagem pelo poro, a GAP
ativa Ran e hidrolisa o GTP a GDP e Pi. Assim, a exportina libera a carga e a Ran volta ao núcleo.
Contudo, pode-se dizer que há similaridades e diferenças desses dois tipos de transporte com outros.
As similaridades são a sequência sinal e o reconhecimento dessa e a diferença é de que no transporte
através de poros ocorre a entrada do receptor junto com a carga, pois ele é acoplado.
OBS: 1) O vírus SV40 foi associado ao aparecimento de câncer por conta da vacina para poliomielite,
já que era produzida em cultura de células de macaco. Hoje em dia as vacinas de poliomielite são
sintéticas. Quando o vírus infecta a célula, há interferência em todo o metabolismo da célula, as quais
possuem uma sequência sinal de encaminhamento para o núcleo e, por isso, foram utilizadas para
estudo.
2) Um inibidor da GAP faria com que a importina ligada a Ran GTP continuasse ligada. Ademais, a
GEF inibida iria reduzir a Ran GTP no núcleo.
3) O que é importado para o núcleo: proteínas ribossomais, proteínas nucleares, histonas, fatores de
transcrição, fatores de replicação, genomas virais, rnps. O que é exportado: subunidades de
ribossomo, RNAm, RNAt, snrna, rrna, viral rnps
4) A sequência de aminoácido é dividida em sequência de transporte e sequência de localização (para
permanência).
Estruturas subnucleares
• Centro fibrilar: DNA, RNA polimerase I (responsável pela síntese do RNA ribossomal).
• Componente fibrilar denso: pré-RNA ribossomais.
• Componente granular: pré-ribossomos.
⇾ As proteínas que fazem parte das subunidades dos ribossomos possuem sequência sinal de
importação, sendo encaminhadas para o núcleo e interagem com os RNAs ribossomais, formando as
pré-subunidades. Dessa forma, pode-se dizer que os ribossomos são formados no nucléolo e as
subunidades passam pelo poro separadas, porque a subunidade ribossomal menor reconhece a região
5'cap, enquanto a maior monta o ribossomo.
Estrutura da cromatina
⇾ A cromatina pode ser vista como uma molécula de DNA e é dividida em eucromatina e
heterocromatima. A primeira é uma região menos condensada e a segunda mais condensada. Isso faz
com que a eucromatina seja mais ativa em termos de expressão gênica, enquanto a heterocromatina
é menos ativa, pois, quando o DNA está muito enrolado, a DNA polimerase não tem acesso a essa
região. Além disso, é importante ressaltar que a heterocromatina pode ser dividida em constitutiva e
facultativa. A constitutiva está sempre condensada e a facultativa pode estar condensado ou não. Essa
condensação é dada pela interação da molécula de DNA com as histonas. Estas possuem uma região
N-terminal que se estende além do octâmero, que pode ou não sofrer mudanças, as quais determinam
se as histonas têm maior ou menor afinidade pelo DNA.
⇾ Durante a evolução houve mecanismos de compactação para que o DNA coubesse dentro do
núcleo. O 1º nível de compactação é o nucleossomo (fita de 11 nanômetros), em que a dupla fita de
DNA se enrola em estruturas formadas pela associação de histonas (proteínas). Estas se organizam
no octâmero, no qual a molécula de DNA se enrola. A região que liga as histonas é dada pela proteína
H1. Já o 2º nível de compactação é a fibra de cromatina (fita de 30 nanômetros), a qual é formada
pela interação da histona H1, permitindo que se ela se enrole sobre si mesma. Enquanto o 3º nível de
compactação é a fita de 300 nanômetros, que é dado pelo arcabouço proteico, os quais servem de
sustentação dessa fibra, gerando “alças”. Estas enrolam como espiral e levam a formação da fita de
700 nanômetros, formando uma das cromátides. Posteriormente, gera-se a fita de 1400 nanômetros,
que é o cromossomo.
OBS: 1) O que determina a diferenciação de um tipo celular para outro é o controle expressão de
genes.
2) São 23 pares de cromossomo, pois cada um veio de uma célula germinativa. Ademais as células
germinativas são haploides e as somáticas são diploides.
3) O genoma de procarioto é único e circular e o de eucarioto é segmentado.
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO DO DNA
Conceitos gerais
Mecanismo unidirecional?
⇾ Dogma central da biologia molecular: a partir de uma molécula de DNA, há replicação, o DNA
sofre transcrição, e o RNA utilizado como molde para tradução - um mecanismo unidirecional
⇾ Pesquisadores quebraram o dogma central ao provaram que não é unidirecional. Isolaram enzimas
virais que causam tumores. As enzimas eram as transcriptases reversas. Os retrovírus possuem a
enzima, a qual transcreve o RNA em DNA, com objetivo do RNA viral ser encaminhado ao núcleo
da célula hospedeira e se proliferar. Os vírus são inseridos nos hot spots, uma região preferencial de
inserção do genoma. Foram isoladas também enzimas que replicam RNA, as replicases.
⇾ As drogas antiretrovirais inibem a transcriptase reversa. O AZT é um nucleotídeo modificado que
bloqueia a transcriptase reversa, mas bloqueia também a DNA polimerase celular.
Molécula informativa?
⇾ A busca pela molécula com função informativa exigia que fosse uma molécula que pudesse estocar
a informação e transmitir com precisão para prole, controlar o desenvolvimento do organismo e ser
passível de mudanças para suportar a evolução. As proteínas foram consideradas durante muitos anos
como a molécula responsável pela informação genética.
⇾ Griffith - principio transformante: isolou duas cepas de Streptococcus pneumoniae, cepa R
(rugosa), sem capsula, e cepa S (lisa), com capsula. No microscópio, observava a cepa rugosa e a lisa.
A rugosa foi inoculada camundongo, sendo benigna. A lisa foi inoculada e o camundongo morreu,
demonstrando-se virulenta. A cepa S foi inativada pelo calor, e, ao ser inoculada, o camundongo ficou
vivo. Concluiu que a cepa virulenta quando submetida a calor intenso era inativada. A cepa benigna
com a inativada matava o camundongo, assim, concluiu que existia algo na cepa virulenta que
transforma a cepa benigna em virulenta. Anos depois, outros cientistas reproduziram o experimento,
contudo, com a cepa S virulenta dividida em tubos diferentes, um tubo com protease, um tubo com
DNAase e outro com RNAase. Depois misturou com a cepa não virulenta, no tubo com protease a
transformação ocorreu, no tubo com RNAase também, mas no tubo com DNAase a transformação
ocorreu. Portanto, o DNA era o princípio, já que sem ela, não ocorria a transformação. Hoje, sabemos
que o genoma presente da forma S foi transferido a cepa benigna que passou a produzir a capa de
polissacarídeos, gerando a resposta imune.
⇾ Hershey e chase - experimento com bacteriófagos: os bacteriófagos são formados por proteína e
DNA viral. O que entra na bactéria é somente o que estava presente na região de cabeça do vírus. O
genoma do bacteriófago degrada o genoma da bactéria e a célula vira uma fábrica de vírus. O
experimento consistia no cultivo de bactérias e a exposição a um bacteriófago, o isótopo s35 é
radioativo e marcou as proteínas produzidas, em outro frasco colocaram bactérias, bacteriófagos p32.
O bacteriófago com proteína radioativa infectava as bactérias. Ao medir a radioatividade no
sobrenadante, após centrifugação, comprovou se que a parte proteica fica do lado de fora. O
bacteriófago marcado com p32 gerou radioatividade no precipitado já que estava dentro da célula
bacteriano. Esse experimento mostrou que a informação genética era transmitida apenas pelos ácidos
nucleicos.
Replicação de DNA
⇾ Modelo semiconservativo: dupla fita de DNA pareadas, uma fita é usada como molde para outra,
conservando sempre uma fita. na hipótese do conservativo, as resultantes conservam as duas fitas. Na
hipótese dispersiva, a fita resultante seria um mosaico das parentais.
⇾ Meselson e Stahl: utilizaram nitrogênio leve e nitrogênio pesado, isótopos 14 e 15. Culturas de E.
Colli foram submetidas ao nitrogênio leve e pesado. Com centrifugação, conseguiam separar o
nitrogênio leve do pesado, por densidades diferentes. Gerou-se uma cultura de bactérias com
nitrogênio pesado, transferiu uma alíquota para meio com nitrogênio leve e tirou frações dessa cultura
ao longo do tempo, geração 0 (quando diluiu a alíquota) viu a bactéria original, na primeira geração
havia uma fita 100 por cento intermediária, na segunda geração havia uma fita intermediaria e uma
leve. Ao longo do tempo a leve aumentava, chegando a conclusão de que é semiconservativo.
⇾ Há diferentes aspectos entre os tipos de polimerase: a velocidade de polimerização e a
possessividade (nucleotídeos incorporados a fita filha antes de se dissociar). A polimerase pode
polimerizar continuamente ou não. As mais possessivas estão menos sujeitas a erros.
⇾ Polimerases de procariotos são nomeadas por número, polimerase 1, polimerase 2, polimerase 3.
Enquanto as polimerases de eucarioto são nomeadas por letras gregas, alfa, beta e assim por diante.
⇾ O molde é lido pela polimerase e adiciona o nucleotídeo complementar, sempre obedecendo a
direção 5' para 3'. Esse sentido decorre da ausência de uma polimerase que adiciona nucleotídeos no
outro sentido, ou seja, que adicionem no carbono 5' fosfato, é necessária uma hidroxila livre no
carbono 3'.
⇾ Enzimas de reparo podem ir no sentido contrário (3' 5').
⇾ Na replicação uma das fitas é polimerizada de forma contínua e outra não, dado que as fitas são
antiparalelas e a direção é sempre 5' 3'.
⇾ Em eucariotos, DNA polimerase alfa e delta fazem a polimerização do DNA. DNA polimerase
beta e a épsilon fazem o reparo de mutações - identificam a porção da hélice, retiram os nucleotídeos
e os substituem. DNA polimerase gama polimeriza o DNA mitocondrial (a mitocôndria possui DNA
circular que é polimerizado também no sentido 5' e 3').
Replicação de DNA
⇾ Carbono 5' está ligado ao fosfato e o carbono 3' a uma hidroxila livre.
⇾ Leitura de uma fita molde (ou fita parental) por uma enzima ou conjunto de enzimas, as DNAs
polimerases, que percorrem a fita molde incorporando na fita filha uma base nitrogenada
complementar (A, T, C e G).
⇾ Regiões com A e T são mais fáceis de abrir a fita por haver apenas 2 ligações de hidrogênio,
enquanto G-C precisam de 3 ligações.
⇾ A DNA helicase abre as fitas, a DNA polimerase lê a fita molde.
⇾ As principais DNA polimerases é a alfa e delta, realizam a polimerização do DNA. A DNA
polimerase beta e episilon fazem reparo de mutações, ou seja, retirada de nucleotídeos colocados de
forma equivocada. A DNA polimerase gama faz a polimerização do DNA mitocondrial.
⇾ Quando se perde a regularidade (quando há deformação na hélice), com ligações entre bases não
complementares, as de reparo retiram o nucleotídeo errado e colocam o nucleotídeo certo
⇾ As mitocôndrias têm DNA circular dupla fita semelhante ao de procariotos. Há um mecanismo de
replicação de DNA também semelhante ao de procariotos. A diferença é que em procarioto é circular
e a de eucarioto possui extremidades, isso tem relação com o envelhecimento celular.
⇾ As DNAs polimerases não são capazes de iniciar o mecanismo de replicação. Precisam que já
exista algum nucleotídeo com presença de hidroxila livre. Reconhece, assim, a hidroxila livre a e a
base nitrogenada e coloca a base nitrogenada complementar. Precisam de íons magnéticos para
manter a estrutura das proteínas. Acrescentam nucleotídeos a fita recém-sintetizada obedecendo o
pareamento de bases com fita molde
⇾ Todas as DNA polimerases possuem uma estrutura semelhante a uma mão direita, onde polegar e
dedos reconhecem os nucleotídeos, e a palma é onde o molde se associa. A fita parental fica na região
de palma, dedos e polegares reconhecem os nucleotídeos na medida que os nucleotídeos são inseridos
na região de palma é como se a mão fechasse c ocorresse as ligações fosfodiester.
⇾ A replicação de DNA é bidirecional. A partir de um ponto de início ocorre nas duas direções.
⇾ No procarioto, ocorre a abertura da fita em uma única região, a origem de replicação, e a partir
dela a fita abre e a replicação ocorre para os dois lados (bidirecional). No círculo de DNA que é aberto
há replicação de uma fita filha formando dois anéis presos e as topoisomerases rompem a ligação
fosfodiester de uma das fitas e soltam esses dois anéis. Enquanto nos eucariotos, dado ao tamanho,
há várias origens de replicação, em cada origem abre a bolha de replicação, onde abre as fitas, são
regiões rica em A e T onde proteínas irão reconhecer a origem de replicação e gerar uma curvatura
na hélice, sinalizando para helicases se ligar (enzimas que abrem). Logo, para a helicase se ligar e
abrir as fitas, a origem de replicação tem que ser reconhecida por proteínas iniciadoras ou proteínas
que reconhecem as origens de replicação. Para as helicases abrirem as fitas, há gasto de energia.
⇾ Uma fita parental é sintetizada de forma continua e descontinua ao mesmo tempo, há uma helicase
para cada lado.
⇾ Na técnica de PCR, cria-se cópias de uma região de interesse. Uma das fases é a desnaturação
para que uma das fitas possa ser usada como molde. Assim como na replicação a primeira etapa é
desnaturação para expor a fita parental.
⇾ A polimerase não consegue se ligar a fita molde e polimerizar a fita filha isoladamente, é necessária
uma hidroxila filha. É necessária uma enzima que reconheça as fitas parentais já abertas e adicionem
ribonucleotídeos, para fornecer uma hidroxila livre para DNA polimerase iniciar a polimerização. A
DNA primase adiciona ribonucleotídeos gerando um iniciador de RNA, por fornecerem uma
hidroxila livre, permitindo que a DNA polimerase comece a polimerização.
⇾ Reconhecimento da origem > interação da helicase > abertura das fitas > DNA primase adiciona
um iniciador de RNA > DNA polimerase se liga para polimerizar uma nova fita
⇾ Se a replicação é bidirecional e a replicação sempre obedece a direção 5' 3', as fitas parentais são
antiparalelas. Quando a forquilha de replicação é aberta, a primase adiciona um inciador e a
polimerase começa a polimerizar de forma continua porque segure o movimento de abertura da
forquilha, na outra fita, a hidroxila está voltada para o lado oposto, na medida que a polimerase for
polimerizando em conjunto com a abertura promovida pela helicase, formam-se fragmentos, é
sintetizada de forma descontínua.
⇾ Reiji okasaki viu que a fita é sintetizada de forma descontínua. A DNA primase adiciona vários
iniciadores, tornando o processo descontinuo, esses fragmentos são os chamados fragmentos de
okasaki, delimitado entre um primer e outro durante a replicação. A DNA ligase liga posteriormente
os fragmentos de Okasaki
⇾ A fita líder é a polimerizada de forma continua. A outra fita é atrasada ou retardada, polimerizada
em direção contrária a abertura da forquilha, mas obedecendo o mecanismo 5'3'.
⇾ Se formasse uma região de estrutura secundária ficaria ainda mais lento, por isso, proteínas da
família SSP se ligam a DNA de fita simples impedindo a formação de estruturas secundárias.
⇾ Grampos deslizantes são famílias de proteínas que aumentam a interação da DNA polimerase a
fita molde, aumenta a possessividade. Para fita descontínua, todo o complexo proteico deve
desmontar.
⇾ A replicação de DNA ocorre com o núcleo integro.
⇾ Replissoma ou complexo de replicação de DNA são DNAs primases,polimerases, helicases.
Durante o mecanismo de replicação a estrutura do DNA vai sendo montada e desmontada nas
histonas, na medida que a replicação ocorre. O DNA não desenrola totalmente, desenrola em certas
regiões. Existe enzimas que vão retirar as histonas. H2A e H2B se dissociam da estrutura do DNA.
H3 e H4 ficam associadas para que o DNA se enrole novamente. No núcleo, as chaperonas de histonas
têm função de desmontar a estrutura da cromatina, na medida que o complexo de replicação percorre
a dupla fita, abrindo as fitas e replicando, as chaperonas desmontam e remontam atrás do replissoma,
recolocam histonas H2A e H2B e novas H3 e H4. Antes do mecanismo de replicação há uma intensa
síntese de histonas, para que as fitas recém replicadas comecem a ser empacotadas logo atrás do
replissoma.
⇾ Na medida que o replissoma abre a fita dupla ocorre uma tensão na hélice, as enzimas
topoisomerases vão a frente da forquilha relaxando a tensão da hélice, para que não ocorra esse super
enrolamento da hélice.
CICLO CELULAR
↠ A função do ciclo celular é duplicar a quantidade de DNA nos cromossomos e segregar as cópias
nas duas células filhas.
↠ O ciclo celular é composto por 4 fases: G1, S, G2 e M (mitose ou meiose). As fases G1 e G2 são
intervalos que reservam o tempo para o crescimento e dão tempo para que a célula monitore a fim de
assegurar as condições adequadas para entrar na mitose. G1 corresponde a fase entre a M e S e a G2
entre a S e a M. Além disso, as fases G1, S e G2 constituem a interfase.
↠ Nesses intervalos há uma preparação para etapa seguinte. Em G1 a célula se prepara para a
replicação de DNA, em que há síntese de todas as enzimas que participaram da replicação de DNA,
há intensa síntese de nucleotídeos (substrato para polimerizar as fitas filhas) e há etapas de verificação
da integridade da molécula de DNA já que na etapa S o DNA vai ser usado como molde para as fitas
filhas. Na etapa G2, há um preparo para fase M, assim, há um aumento de tamanho, isto é, aumento
da área de membrana, intensa síntese de fosfolipídios e proteínas.
↠ G0 é um estado de repouso especializado, ou seja, a célula não está se dividindo.
↠ Na fase S há a duplicação dos cromossomos e na fase M há a segregação dos cromossomos e a
divisão celular.
↠ O crescimento celular ocorre ao longo do ciclo celular, exceto durante a mitose.
Mitose
Prófase
⇾ Na prófase o núcleo está intacto e há a duplicação dos centrossomos, os quais se encaminham para
polos opostos, havendo interação com microtúbulos, o que gera a formação do fuso mitótico. Esse
processo é mediado pela cinesina. Além disso, é nessa fase que as moléculas de DNA começam se
condensar, formando as cromátides-irmãs.
⇾ Os cromossomos estão ligados a condensinas e coesinas, as quais possuem a mesma estrutura
molecular e são formadas por duas cadeias polipeptídicas idênticas que se entrelaçam com as duas
regiões de ligação ao ATP e uma região de dobradiça (muda de conformação), ambas têm sitio de
ligação para o DNA. Ademais, vale ressaltar que a condensina gera a condensação da molécula de
DNA, mantendo as alças organizadas e a coesina está envolvida na coesão, em que mantém as
cromátides-irmãs unidas. Quando o DNA é replicado as cromátides-irmãs ficam unidas por uma
região central denominada de centrômero, região de DNA repetitivo onde as cromátides-irmãs
interagem.
Pró metáfase
Metáfase
Anáfase
⇾ Na anáfase ocorre a separação das cromátides-irmãs pelo encurtamento dos microtúbulos, puxando
uma cromátide irmã para cada lado. Essa fase é considerada como um ponto de checagem do ciclo
celular. Existe um complexo promotor da anáfase ou APC, que funciona como um complexo de
ubiquitinização, permitindo que a anáfase ocorra, visto que é um complexo enzimático responsável
pela transferência de ubiquitina para outras proteínas. Essas proteínas possuem uma região de ligação
com a ubiquitina e outra região com a proteína que será ubiquitinada. Nas outras fases, o que mantém
as cromátides-irmãs unidas é a coensina e o APC está inativo. Na metáfase, quando os cromossomos
estão totalmente alinhados, o complexo Cdk fosforila o APC, o qual transfere ubiquitinas para
securina. A separase é uma protease que degrada a coensina, a securina mantém a separase inativa
enquanto os cromossomos não estão alinhados na metáfase, a securina ativa a separase quando é
ubiquitina pelo APC e as separases degradam as coensinas para que as cromátides-irmãs possam ser
separadas.
⇾ Existem dois mecanismos descritos para anáfase. Na anáfase A há a despolimerização dos
microtúbulos e o encurtamento dos microtúbulos do cinetocoro e na anáfase B há o alongamento da
célula e o distanciamento dos centrossomos. Essa junção permite o afastamento das cromátides-irmãs.
Alterações cromossômicas
Citocinese
Meiose
⇾ Crossing over (começa na prófase I e termina na metáfase I) tem troca de informações entre
cromossomos homólogos de células diferentes. Assim, na prófase I tem a distribuição de informações
através do crossing over. Os cromossomos homólogos precisam se aproximar um do outro e formar
uma estrutura bivalente, essa aproximação faz parte de um complexo sinaptonêmico, complexo
proteico que aproxima os cromossomos homólogos duplicados.
⇾ Leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese: correspondem a diferentes etapas de
formação do complexo sinaptonêmico, tem função de aproximar os cromossomos homólogos
duplicados para que possa ocorrer a recombinação. Isso ocorre a partir de proteínas que se associam
entre homólogos e proteínas que os aproximam.
⇾ Quiasma é proveniente do mecanismo de recombinação e é uma região que permanece visível dos
braços de cromossomos que sofreram alteração genética.
Crossing over
Meiose x mitose
⇾ Uma diferença importante entre mitose e meiose é a degradação da coensina. Na meiose I, Rec8
(subunidade de uma coensina ligada a região do centrômero expressa somente na meiose/nas células
germinativas) não é degradada pela separase, ou seja, a coensina que liga as cromátides irmãs é
resistente a separase. As coensinas são fosforiladas na anáfase II, se torna suscetível a separase,
permitindo a separação.
⇾ Na meiose há uma fase S e duas fases M. Há mecanismos de controle que bloqueiam o mecanismo
de replicação de DNA na meiose II. Enquanto na mitose há uma fase S e uma fase M.
⇾ A mitose gera duas células idênticas diploides por haver dois conjuntos de cromossomos, cada um
é oriundo de uma célula germinativa distinta (pai e mãe). A junção dessas células haploides,
germinativas, formam uma célula diploide. Durante a vida as células diploides se dividem por mitose.
Todos os tipos celulares são provenientes de uma única célula.
⇾ Quando ocorre a fusão de um óvulo e um espermatozoide a célula proveniente carrega
cromossomos homólogos, ou seja, carregam o mesmo conjunto de genes. Na fase S, os cromossomos
homólogos duplicam, formando cromátides irmãs.
⇾ Na mitose separa-se as cromátides irmãs. Na meiose I há a separação dos cromossomos
homólogos, na meiose II há separação das cromátides irmãs.
MORTE CELULAR
Necrose
⇾ A necrose é causada por defeitos metabólicos, perda de gradientes iônicos e danos agudos, como
trauma ou falta de suprimento sanguíneo. Nesse processo ocorre um inchamento celular através da
desorganização da bicamada lipídica, ou seja, as células necrosadas se expandem e, por conseguinte,
explodem. Isso faz com que haja extravasamento do conteúdo celular, provando uma resposta
inflamatória. Além disso, na necrose há uma diminuição na produção de energia (função mitocondrial
comprometida), perda da compartimentalização citoplasmática e o núcleo se torna picnótico.
Apoptose
⇾ A apoptose é um tipo específico de morte celular programada e pode ser causada por um processo
natural ou por algum traumatismo. Nesse processo a célula se autodestrói com modificações
morfológicas características. Ela se encolhe e condensa, o citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear
se desfaz, a cromatina nuclear se condensa e se fragmenta e os corpos apoptódicos se quebram. Dessa
maneira, a célula morre de forma ordenada e é rapidamente eliminada por fagocitose, sem causar uma
resposta inflamatória. Das células que sofrem apoptose pode-se citar as células danosas, com dano no
DNA, defeituosas, excessivas e desnecessárias. Além disso, na apoptose ocorre a condensação da
cromatina, fragmentação do DNA; transferência de fosfatidilserina para a bicamada externa através
da ação das flipases, sinalizando que a célula deve morrer e se fagocitada pelos macrófagos; e,
também, a condensação e fragmentação do citoplasma por um mecanismo de zeiose. Este é a
formação de bolhas/vesísulas, as quais são corpos apoptódicos que mantêm o conteúdo intracelular
confinado e que são as estruturas fagocitadas pelos macrófagos.
Nesse âmbito, é importante ressaltar que a apoptose ocorre através da ativação de proteases
pertencentes à família das caspases (cisteína protease com especificidade para aspartato), que são
responsáveis por clivar sequências específicas de proteínas, proporcionando mudanças que levam à
morte celular. As caspases pertencem à classe dos zimógenos, isto é, são sintetizadas na célula como
precursores inativos e são ativadas apenas durante a apoptose através de uma aproximação com outra
caspase. Essas proteínas podem ser de 2 tipos: caspases iniciadoras e caspases executoras. As
iniciadoras estimulam a cascata proteolítica e contêm domínios essenciais para a propagação do
estímulo apoptódico, domínio CARD (recrutamento de caspases) e domínio DED (efetor de
morte). Enquanto as executoras quando são ativadas pelas iniciadoras degradam as proteínas
celulares.
A ativação da primeira caspase iniciadora em resposta ao sinal apoptódico se dá pela via
extrínseca e pela intrínseca. A via extrínseca é disparada quando há a ligação de proteínas de
sinalização extracelular com os receptores de morte na superfície celular. Esses receptores são
proteínas encaminhadas para face extracelular reconhecidas pelo ligante, ou seja, possuem domínios
de ligação ao ligante. A interação do ligante com o receptor de morte proporciona a formação do
complexo sinalizador indutor de morte (DISC), permitindo que as caspases iniciadoras interajam com
esse complexo protéico e, consequentemente, ativando as caspases executoras, o que promove a
apoptose. Um exemplo dessa via é a geração de um processo patológico com resposta imune por
células B, que consiste na ativação de FAS na superfície da célula-alvo com o ligante FAS na
superfície de um linfócito T Killer que, quando ativado, faz com que os domínios de morte na cauda
dos receptores de morte FAS liguem-se a proteínas adaptadoras intracelulares. Estas, por sua vez,
ligam caspases iniciadoras, formando o DISC, o que leva à apoptose e, consequentemente ao bloqueio
do processo patológico.
A via intrínseca é desencadeada por estímulos internos, em resposta ao estresse, como danos
da molécula de DNA. A partir de um estímulo apoptódico, há a liberação do citocromo C no citosol,
que se liga à proteína adaptadora Apaf1, a qual muda de conformação e expõe seu domínio de morte.
Isso faz com que haja a oligomerização de Apaf1 em apoptossomo, o qual possibilita a aproximação
das caspases, induzindo à apoptose. Esse mecanismo é altamente regulado pelas proteínas da família
BCL2, que são as pró-apoptose e as anti-apoptose. As primeiras promovem a apoptose e as segundas
inibem. Um exemplo de proteínas que inibem a apoptose são as IAPs e de proteínas que inibem os
inibidores da apoptose são as anti-IAPs. As IAPs impedem a aproximação de caspases, permitem a
inibição de caspases ativadas e marcam caspases para destruição pelos proteassomos. Já as anti-IAPs
bloqueiam as IAPs no citosol, promovendo a morte celular.
⇾ O processo de apoptose ocorre em etapas: 1) estímulo (externo - linfócito T citotóxico) e interno
(dano ao DNA), 2) detecção e propagação do sinal geral (ativação das caspases), 3) degradação de
proteínas celulares (via ativação das caspases efetoras) e 4) fase pós morte: fenótipo apoptótico e
eliminação dos restos celulares pelos macrófagos.
Autofagia